XI SIMPEP - Bauru, SP, Brasil, 08 a 10 de novembro de 2004 O Sistema de Informação de Marketing (SIM) e sua junção com a(s) estratégia(s) de produção: Um enfoque sobre a aplicabilidade do SIM numa indústria de grande porte especializada na produção de adesivos. Emerson de Souza Barros (UFPE) [email protected] Joyce Alice Costa Teixeira Lisboa. (FASETE) [email protected] Marconi Araújo Rodrigues (UFCG) [email protected] Renata Virgínia Lisboa.(FASETE) [email protected] Resumo: No âmbito organizacional, o SIM (Sistema de Informação de Marketing) é uma das ferramentas que oferece maiores subsídios para o tomador de decisão em Marketing, bem como para os decisores das demais áreas organizacionais, incluindo a função produção, uma vez que influencia toda a organização. Acompanhando esse raciocínio, a função produção, importante pela sua função estratégica e vital dentro da organização, depende, dentre tantos aspecto relevantes, da determinação da(s) estratégia(s) que a empresa denomina importante para que seja alcançado seu(s) objetivo(s), de forma que proporcione à mesma manter-se competitiva no mercado. Neste contexto, este trabalho tem por objetivo conhecer a contribuição que a informação de marketing oferece aos responsáveis pela tomada de decisão e implementação das estratégias numa empresa de médio/grande porte especializada na produção de adesivos localizada no nordeste brasileiro. Palavras chave:, Informação, Produção, Competitividade. 1. INTRODUÇÃO No contexto atual, com a massificação das informações em gênero global, a premissa básica operante dentro das organizações é a de que, estar bem informado dos acontecimentos pertinentes ao ambiente de marketing é imprescindível para os tomadores de decisão na produção. De um modo geral, as decisões pertinentes à área de produção são relevantes para uma boa atuação da empresa no mercado cada vez mais competitivo, uma vez que ela é a verdadeira responsável pela satisfação dos consumidores, pois abastece os mercados e consumidores finais com os bens e serviços resultantes de seus processos de transformação, da maneira que o cliente quer (qualidade, quantidade, etc.) e no local desejado. Dessa forma, para estudar esse ambiente dinâmico e gerar relatórios que auxiliem os gestores de marketing e produção, principalmente, visualiza-se o sistema de informação de marketing como um instrumento de tecnologia da informação o qual vem fornecer recursos que facilitam o desenvolvimento, implementação e acompanhamento das estratégias de produção de forma que estas estejam condizentes com os interesses da empresa e possam favorecer o alcance dos objetivos desejados. Um dos fatores importantes que canaliza esforços para o estudo do SIM em conjunção com às estratégias de produção ,advém do fato de que o desenvolvimento das estratégias de produção requer conhecimentos suficientes e necessários sobre o macroambiente (consumidores, concorrentes, legislação, ambiente político etc.) e o microambiente (foças internas, fraquezas da organização, ciclo de vida do produto, etc), tornando essa atividade complexa, custosa e demorada. Dessa maneira, o SIM vem suprir essa lacuna, promovendo em tempo as informações requeridas para a formulação e acompanhamento das estratégias, bem como disseminação de informações para as demais áreas organizacionais , como é o caso da função produção. 1 XI SIMPEP - Bauru, SP, Brasil, 08 a 10 de novembro de 2004 Neste contexto, este trabalho tem por objetivo conhecer a contribuição que a informação de marketing oferece aos responsáveis pela tomada de decisão e implementação das estratégias, através do uso do SIM (Sistema de Informação de Marketing) como importante catalisador das informações facilitando o papel gerencial, e assumindo papel fundamental para as estratégias de produção, tomando como base os conhecimentos propostos por Chiavenato (1999), Moreira(1998), George e Ralph (2001), Kotler (2000 e 1998). A metodologia utilizada neste trabalho foi dividida em 3 partes da seguinte maneira: Foi necessária inicialmente uma pesquisa bibliográfica direta em dados primários como, livros, periódicos, artigos e jornais sobre o tema apresentado. Numa segunda etapa, foi feita uma filtragem do material colhido, iniciando assim a estruturação do trabalho. E por último, realizou-se uma pesquisa de caráter exploratório, configurando-se como um estudo de caso único, com as informações obtidas através de questionário aberto, formulado com base na revisão bibliográfica. A empresa selecionada para o estudo de caso é uma das filiais da ARTECOLA NORDESTE S/A - INDÚSTRIAS QUÍMICAS uma das principais empresas produtoras de adesivos industriais e de componentes para calçados da América Latina, localizada no Rio Grande do Sul, São Paulo e Paraíba,(no caso desse trabalho, a filial da empresa estudada localiza-se na Paraíba) que trabalha com a ferramenta do SIM (Sistema de Informação de Marketing) na sua gestão industrial. A escolha desta empresa deveu-se pela utilização efetiva do Sistema de Informação de Marketing no direcionamento das suas estratégias de produção, permitindo dessa maneira uma análise do contexto proposto pelo tema do trabalho. 2. FUNDAMENTOS TEÓRICOS A informação é um fator de muita importância dentro do contexto global em que as empresas atuam. As contínuas e aceleradas mudanças nos ambientes da empresa moderna, tanto no âmbito global (macroambiente) quanto no âmbito interno à empresa, faz com que a tarefa da administração da produção, como também, das demais áreas administrativas se tornem extremamente complexas, arriscadas e rodeadas de incerteza face às rápidas e sucessivas mutações do ambiente mercadológico. De maneira especial, a informação é prioritária para esse complexo e mutante ambiente. Assim, o Sistema de Informação de Marketing (SIM) torna-se uma ferramenta fundamental para as empresas atuais, uma vez que o SIM utiliza procedimentos para coleta, classificação, analise, avaliação e distribuição das informações necessárias dentro do ambiente de marketing, no qual as empresas estão inseridas, a fim de que as mesmas possam trabalhar em um ambiente com um grau de risco diminuto, uma vez que este não pode ser eliminado. Desta forma, enfatiza-se neste artigo o Sistema de Informação de Marketing como ferramenta importante para o auxílio a implementação, acompanhamento e avaliação das Estratégias da Produção. Logo, diante da construção de um conhecimento, faz-se necessário elencar todas as raízes teóricas envolvidas no tema acima proposto. Dessa forma, inicia-se pela definição de sistemas. Conforme CHIAVENATO, ( 1999. p.355) “Sistema é um conjunto ou combinação de coisas ou partes , formando um todo complexo ou unitário.” Desta forma, pode-se dizer que um sistema é composto por partes que se inter-relacionam e são interdependentes, formando um todo que contém características próprias do sistema, ou seja, existem características nas partes que o todo não apresenta, e no todo que as partes isoladamente não mostram. Assim, confirma-se a tese de que “o todo é maior que a soma das partes”. Todavia, para se conhecer o SIM dentro do contexto das estratégias de produção é necessário uma analise sistêmica dos processos envolvidos no Sistema de Informação de Marketing, 2 XI SIMPEP - Bauru, SP, Brasil, 08 a 10 de novembro de 2004 como também, na produção, observando características do ambiente interno e do macroambiente, que agem dentro destes sistemas. Pode-se concluir que Sistema é um conjunto de partes interdependentes que, conjuntamente, formam um todo unitário, efetuando uma dada função . Um sistema compõe-se de três elementos básicos – entrada, processamento e saída – e um acessório – retroação ou feedback. Um sistema construído requer ainda a definição de seu objetivo. Na figura 1 é apresentado o esquema básico de um sistema. FIGURA 1 Entrada Processamento Saída Ambiente Ambiente Retroação FONTE: IDALBERTO CHIAVENATO,P. 358,1999 Entrada - é tudo o que o processador do sistema recebe para processar, armazenar e produzir saídas. Processamento - é o elemento do sistema que transforma as entradas em saídas, podendo efetuar várias operações como calcular, juntar, transformar, armazenar, selecionar etc. Saída -é o produto final do sistema, o resultado do processamento. É sabido que todo sistema necessita de informações, dessa maneira, conceituar informação também se faz importante para a construção do conhecimento. A definição de informação depende de dois conceitos: o dado e a utilidade. O dado representa o suporte lógico para a informação. E a utilidade de um dado (para transformá-lo em informação) depende do uso que venha a ser feito dele e dos conceitos relacionados. CHIAVENATO (1999, p.19.) define informação como “um dado (ou valor) associado a um conceito claro, não ambíguo e de conhecimento de todos os interessados, que seja acompanhado de uma referência para efeito de comparação”. STAIR & REYNOLDS (2001. p.04) definem informação como “uma coleção de fatos organizados de modo que adquirem um valor adicionado além do valor dos próprios fatos.” A informação certa, no momento certo, como já abordado inicialmente é pertinente e relevante para a tomada de decisões em marketing, que auxiliam o gestor da produção (como também, nas demais áreas da empresa) no direcionamento que a função produção deverá seguir, traçando estratégias que estejam relacionadas ao contexto mercadológico ao qual a empresa esta inserida. Dessa forma, como toda empresa necessita desta informatização para que possa dar continuidade a sua gestão empresarial e atuar de maneira competitiva no mercado, o Sistema de Informação dá o suporte a esta necessidade. Logo, o sistema de informação segundo GEORGE & RALPH (2001. p.16) defini-se como: “Um conjunto de elementos ou componentes inter-relacionados que coletam (entrada), 3 XI SIMPEP - Bauru, SP, Brasil, 08 a 10 de novembro de 2004 manipulam (processamento) e disseminam (saída) os dados e a informação e fornecem um mecanismo de feedback para atender a um objetivo”. Um sistema de informações tem por objetivo fornecer informações pertinentes a um determinado assunto, a alguém interessado. Os elementos de um sistema de informações são: dados, processador, informações e controle. Os dados são as entradas do sistema de informação. Podem ser coletados nas mais diversas fontes possíveis e, basicamente, da forma como se apresentam e se localizam não têm utilidade isoladamente. Para que sejam relevantes e úteis faz-se necessário que os dados sejam coletados, triados, juntados, armazenados, enfim que se convertam em informações. Toda esta atividade de coleta, classificação, armazenagem de dados e a emissão de relatórios é feita pelo processador do sistema. Ao final, almeja-se emitir a informação correta, em tempo hábil, de maneira clara e concisa para que o tomador de decisão possa utilizá-la de maneira vantajosa para empresa. Neste âmbito de sistemas de informação temos o SIM denominado Sistema de Informação de Marketing, uma ferramenta voltada para o marketing que atua no ambiente mercadológico que mais do que em qualquer outra época sofre ininterruptas e rápidas mudanças. Dessa forma KOTLER (2000 p. 122) explica que: Um sistema de informação de marketing (SIM) é constituído de pessoas, equipamentos e procedimentos de coleta, classificação, analise, avaliação e distribuição de informações necessárias de maneira precisa e oportuna para os que tomam decisões de marketing. Diferente do SIM, o Sistema de Informação Geral de uma empresa atua de forma geral na mesma, enquanto o primeiro, atua no ambiente de marketing. Entretanto, a área mercadológica não opera isoladamente dos demais departamentos da empresa, pois o marketing preocupa-se em conhecer as necessidades de cada âmbito da empresa e direcionar seu trabalho ao objetivo geral e, dessa forma, fornecer o produto ou serviço que satisfaça os consumidores e conseqüentemente a empresa, o que clareia a junção da área de Marketing com a área de Produção. Assim, na perspectiva da produção, o SIM irá fornecer subsídios (informações) ao tomador de decisão. Tais subsídios assessorá-lo-ão na definição da(s) estratégia(s) de produção. Essas informações que irão auxiliar o gestor empresarial são desenvolvidas basicamente a partir de sistemas incorporados ao SIM que conforme KOTLER (2000 p.150): Um SIM possui quatro componentes: (a) um sistema de registros internos, que inclui informações sobre o ciclo pedido-pagamento e sistemas de relatórios de vendas; (b) um sistema de inteligência de marketing, um conjunto de procedimentos e fontes utilizados por gerentes para obter informações rotineiras sobre eventos pertinentes no ambiente de marketing; (c) um sistema de pesquisa de marketing que permita a elaboração, a coleta, a analise e a edição de relatórios sistemáticos de dados e descobertas relevantes sobre uma situação de marketing especifica, e (d) um sistema informatizado de apoio a decisões de marketing que auxilia os gerentes a interpretar informações relevantes e transformá-las em uma base para ações de marketing. Esses sistemas dão o suporte ao SIM que consequentemente apoiam as demais atividades funcionais da organização, e no âmbito da produção, auxilia também no direcionamento estratégico, gerando maiores perspectivas de manter a empresa ativa no mercado de maneira satisfatória e conseqüentemente competitiva, atingindo a satisfação do cliente. Dessa forma, a área de produção, a partir das informações processadas no SIM sobre as novas tendências do mercado, gostos e preferências, irá voltar-se ao novo rumo pré-definido, rearranjando seu processo produtivo, quando extremamente necessário, viável economicamente e recomendável, produzindo aquilo que o mercado quer, na quantidade desejada e com a devida qualidade requerida pelos consumidores. Dessa forma, diminui-se riscos e facilita-se o alcance das metas. 4 XI SIMPEP - Bauru, SP, Brasil, 08 a 10 de novembro de 2004 Conforme AURÉLIO (1999, p.1643), Produção é: Ato ou efeito de criar, gerar, elaborar, realizar; aquilo que é produzido pelo homem, e, especialmente, por seu trabalho associado ao capital e a técnica; o volume da produção de um indivíduo ou de um grupo, levando-se em consideração fatores circunstanciais, como tempo, qualidade, procura, etc. Neste contexto, o ato de realizar a produção vem precedido de informações, essas geradas pelo homem que, para facilitar o ato de produzir, desenvolveu técnicas para essa atividade que chama-se de administração da produção e operações, que de acordo com MOREIRA (1998,p.05): “é o campo de estudo dos conceitos e técnicas aplicáveis à tomada de decisões na função de Produção (empresas industriais) ou Operações (empresas de serviços).” A administração da produção e operações é uma tarefa notadamente arriscada, pois ela é responsável pelo direcionamento que a função produção irá adotar preocupando-se com o planejamento, a organização, a direção e o controle das operações produtivas em todos os níveis da empresa (o estratégico, o tático e o operacional). Mas, o planejamento e as demais decisões que lhes são inerentes volta-se ao nível estratégico com maiores riscos. MOREIRA (1998.p.10) mostra esta realidade quando cita: Neste nível, Planejamento e tomada de decisões são mais amplos em escopo, envolvendo: políticas corporativas (grandes políticas da organização), escolha de linhas de produto, localização de novas fabricas, armazéns ou unidades de atendimento, projeto de processos de manufaturas, etc. O nível estratégico envolve necessariamente horizontes de longo prazo e conseqüentemente altos graus de risco e incerteza. Não rescindindo com os riscos que os demais níveis apresentam, o nível estratégico (responsável pelo estabelecimento dos objetivos da organização que vai fornecer linhas de ação aos níveis táticos e o direcionamento a rotina operacional) é o que vai necessariamente precisar do auxilio do SIM a fim de estar amplamente informado sobre os acontecimentos do ambiente de marketing na realização da sua tarefa, já que parte do pressuposto que o mesmo é o que vai dar a direção a toda a empresa. Sendo assim, esta precisa trabalhar com o menor risco possível. Dessa forma, facilmente os objetivos da empresa e a definição de suas estratégias de produção estarão fazendo com que a organização atenda ao mercado consumidor de forma satisfatória e concorra de maneira competitiva no mercado. Logo, para que se alcance um objetivo é preciso que se articule meios de fazê-lo. Assim, a estratégia é de fundamental importância para uma organização, pois a melhor tomada de decisão será dada a partir dos recursos disponíveis, servindo de subsídios para a gerência articular meios de atingir os objetivos da melhor forma. De acordo com Gaither et.all (2004 p. 39), a estratégia de Produção/Operações é um plano de ação de longo prazo para a produção de produtos e serviços de uma empresa e constitui um mapa daquilo que a função produção deve fazer se quiser que suas estratégias de negócios sejam realizadas. As estratégias de produção, ainda segundo os mesmos autores citados, incluem decisões sobre questões como quais novos produtos devem ser desenvolvidos e quando eles devem ser introduzidos na produção, quais novas instalações são necessárias e quando, quais novas tecnologias e processos de produção devem ser desenvolvidos e quando, e quais esquemas de produção serão seguidos para produzir os produtos e serviços. Diante do que está sendo citado, o bom desempenho da função produção irá depender da definição do papel, dos objetivos e das atividades em cada parte da produção, e será a partir daí que a gerencia irá definir quais as estratégias de produção adotar, contendo assim um conjunto de políticas, planos e comportamentos. As operações transcorridas na produção de uma empresa ocorrem a partir do(s) objetivo(s) de desempenho que no momento é priorizado pela empresa. Assim são cinco os objetivos de desempenho definidos por (SLACK et. all 1998) que as empresas podem adotar: qualidade, rapidez, confiabilidade, flexibilidade e custo. Logo existem três coisas especialmente 5 XI SIMPEP - Bauru, SP, Brasil, 08 a 10 de novembro de 2004 importantes na determinação de quais objetivos de desempenho devem ser enfatizados: as necessidades específicas dos grupos de consumidores da empresa; as atividades dos concorrentes da empresa e o estagio do ciclo de vida do produto no qual se encontra o produto ou serviço. Assim, uma preocupação pertinente da empresa deverá ser para quem será destinado seu produto, pois, a produção procura satisfazer aos clientes atendendo suas necessidades. Outro fator importante é a definição de uma direção competitiva em relação aos concorrentes e também quanto as relações relativas ao ciclo de vida do produto. Dessa maneira a empresa consegue definir suas prioridades estratégicas. Por assim proceder, a empresa torna-se hábil a diagnosticar de forma generalizada o comportamento dos clientes e concorrentes e a partir dessas análises definir seu(s) objetivo(s) de desempenho. Por isto se faz necessário a utilização do SIM na definição da direção estratégica da produção, já que para esta definição são necessárias informações relevantes em relação aos clientes, concorrentes e ciclo de vida do produto, que estão em constante mudança no ambiente. 3. ESTUDO DE CASO A empresa estudada: A ARTECOLA NORDESTE S/A - INDÚSTRIAS QUÍMICAS foi fundada em 1948, possuindo unidades fabris de adesivos localizadas nos estados brasileiros do Rio Grande do Sul, São Paulo e na Paraíba, sendo que neste último localiza-se a filial estudada nesse trabalho. A empresa conta com uma rede de representantes por todo o continente e uma equipe de alta qualificação, sendo reconhecida pela perseverança na busca de seus objetivos e pelo pioneirismo nos mercados em que atua. O gestor responsável pela administração geral da empresa e consequentemente por todo o processo de tomada de decisão, enfatizou os seguintes aspectos par a concretização desse trabalho: Segundo ele, na ARTECOLA, a solução inovadora é oferecer, efetivamente, melhor produtividade ao cliente, com padrões internacionais de qualidade, produção customizada, e atender às exigências através de pesquisa, busca de tecnologia e desenvolvimento de produtos. (Atendendo às exigências de legislações e especificações técnicas determinadas pelo cliente). A ARTECOLA prioriza em suas negociações a consolidação de parcerias estratégicas com empresas líderes de mercado e comprometidas com a inovação e a busca constante da qualidade. O processo de planejamento estratégico desenvolvido na empresa a partir de 1998, segundo informações do gestor responsável pela administração geral e tomada de decisão em produção e marketing cumpriu o receituário básico das técnicas mais atualizadas, ou seja, atrelando aspectos da Missão Corporativa, Estratégia de Negócios, Avaliação das Condições Comerciais Globais, Estratégia de Negócios, Análise da Competências Essenciais e Fraquezas Organizacionais, Planos de Produto/Serviço, Prioridades Competitivas (Cultura Organizacional), Custo, Tempo, Qualidade, Flexibilidade, Rapidez e por fim, a Definição das Estratégias de Produção/Operações. E entre todas as variáveis internas e externas exaustivamente analisadas, uma mereceu especial atenção: a cultura da empresa. Porque há um consenso entre todos que colaboram com a empresa e fazem o crescimento da mesma, de que o sucesso da ARTECOLA ao longo dos anos não era obra do acaso nem o resultado exclusivo de um trabalho dedicado e exaustivo - estava alicerçado em um conjunto de valores que eram percebidos pelo mercado. Caso contrário, segundo o mesmo gestor, não teria havido um crescimento nas proporções do que o que é presenciado na empresa. 6 XI SIMPEP - Bauru, SP, Brasil, 08 a 10 de novembro de 2004 Dessa forma a ARTECOLA tem como Missão: “Disponibilizar soluções inovadoras em insumos químicos e componentes industriais, superando as expectativas do cliente e garantindo, desta forma, o crescimento e a perpetuação da organização”. Dispondo de políticas da qualidade como: “Atender perfeitamente, no tempo certo, de forma confiável, acessível e segura, as necessidades do cliente e das parcerias internas e externas”.“Lucro como meio de crescimento e perpetuação da organização”, “Comprometimento com a superação das expectativas do cliente”, “Conduta ética na relação com clientes, parceiros e fornecedores”, “Liderança através da utilização de tecnologias diferenciadas”,“Valorização e desenvolvimento da nossa gente”, “Respeito e seriedade no relacionamento com a comunidade, as organizações e o meio ambiente”. Mas, apesar de cada um desses conceitos fazer parte do comportamento dos diretores, executivos e de boa parte dos colaboradores da ARTECOLA, o crescimento rápido da empresa agregou, segundo informações do gestor, novas pessoas numa velocidade maior do que a difusão natural dos traços culturais. Dessa maneira, foi detectada a necessidade de difundir e reforçar a cultura por toda a organização, por intermédio de um projeto de comunicação integrada direcionado para os públicos internos e externos. O objetivo foi reforçar os pontos positivos da organização como forma de alavancar um novo ciclo de crescimento. A missão e os valores da ARTECOLA foram ressaltados e difundidos maciçamente. Os serviços prestados pela empresa foram tangibilizados, cada um deles ganhando uma logotipia própria e uma constituição formal. Isso fez não apenas com que os funcionários da empresa tivessem mais clara todas as alternativas existentes à disposição dos clientes, mas principalmente valorizou esses serviços como um importante diferencial competitivo da ARTECOLA. O gestor conclui dizendo que o Sistema de Informação de Marketing (SIM) atua de maneira veemente na ARTECOLA, agregando todos esses fatores citados acima através da identificação dos problemas em todo o âmbito da empresa alem do seu macro ambiente como também na informatização de modo geral, a fim de que a empresa possa continuar a desenvolver a qualidade por ela almejada. Dessa maneira, com colaboradores participativos e propagadores da cultura da empresa, o desenvolvimento das atividades da mesma conseqüentemente pode ser enquadrado como meio estratégico que possibilita a empresa o alcance de seus objetivos a fim de que a junção entre o sistema, o marketing e produção, possam oferecer produtos de alta qualidade e padrões de desempenho satisfatórios para a organização. Pode-se observar, neste estudo de caso, o SIM como ferramenta impulsionadora do desenvolvimento organizacional em âmbito geral. Pois, segundo informações do gestor, o Sistema de Informação de Marketing tem o papel de avaliar as necessidades de informações do administrador, garimpar as melhores e distribuí-las no momento adequado, o SIM da ARTECOLA apresenta freqüentemente as informações dos clientes pertinentes à empresa e que podem ser acessadas através de relatórios. Deste modo, através desses relatórios pode-se emitir informações importantes para o ambiente de produção como curva ABC, gráficos, períodos de compras, preços, margens, rentabilidade, etc. Alimentado automaticamente, o SIM favorece a logística da empresa reduzindo tempo e beneficiando os clientes, pois quando um pedido é digitado no sistema, a análise dos preços, do crédito, “explosão” de matéria prima, liberação, faturamento é feito automaticamente. O sistema se faz importante para a tomada de decisão em estratégias de produção na ARTECOLA, pois antes da sua utilização na empresa, havia um maior dispêndio de tempo, dinheiro e mão-de-obra, devido às reuniões semanais para o desenvolvimento das estratégias de produção, porque o sistema de informação anterior era alimentado diariamente pelo departamento de informática. O programa de controle de produção era feito com vários departamentos e manualmente duas vezes por semana. Deste modo a informação nem sempre 7 XI SIMPEP - Bauru, SP, Brasil, 08 a 10 de novembro de 2004 chegava no momento oportuno, o que poderia causar a ineficiência na tomada de decisão em produção. Na empresa estudada, o foco das estratégias de produção dá-se a partir basicamente dos concorrentes e consumidores, este ultimo, impulsionado pela área de vendas. Como a empresa trabalha com a customização, reduzindo custos sem interferir na qualidade do produto e da empresa, desenvolve sua produção através de pedidos e não por estoque, sem ocasionar capital ocioso, sendo a área de vendas que estimula todo este processo. Como os consumidores e os concorrentes estão em um ambiente externo de constante mudança, se faz necessário a utilização da ferramenta SIM para buscar as informações relevantes do seu público alvo e dos aspectos relacionados com os mesmos, como concorrentes. Observa-se na figura 2 como o SIM interfere no processo decisório das estratégias de produção dando subsídios para o gestor de produção: FIGURA 2 DEFINIÇÃO DAS ESTRATÉGIAS • Custo • Qualidade • Rapidez • Confiabilidade • flexibilidade ALTENATIVA 2 ALTERNATIVA 3 SIM CONCORRENTES CONSUMIDORES ALTERNATIVA 1 FONTE: Realização Própria Portanto, para escolha ou direcionamento dos objetivos de desempenho (custo, qualidade, rapidez, confiabilidade, flexibilidade) que contribuem para a competitividade, o SIM é intrínseco para a posição estratégica da produção. Dessa forma, a ARTECOLA, a partir da análise do SIM definiu com sendo prioritário o trabalho de todos os objetivos de desempenho. Como uma empresa de médio/grande porte a visão holística é pertinente, uma vez que os fatores que afetam a empresa são amplos em relação às de pequeno porte. A posição abrangente da ARTECOLA no mercado posiciona-a de modo a leva-la à melhor posição estratégica com relação aos demais concorrentes do setor e do ramo em que atua na localidade. A concorrência é vista pela empresa analisada, como ponto motivador para superar as dificuldades e desafiar a equipe profissional, que através de soluções inovadoras, buscam sempre os melhores benefícios, resultados e a otimização de processos. O SIM tem na empresa o papel fundamental de informar sobre os acontecimentos do ambiente interno e externo, auxiliando o direcionamento da produção, que por sua vez também é informada sobre os níveis de consumos de cada cliente, além da quantificação dos níveis de estoques de matéria-prima e produtos acabados. 8 XI SIMPEP - Bauru, SP, Brasil, 08 a 10 de novembro de 2004 4. LIMITAÇÕES DO ESTUDO A pesquisa foi desenvolvida sob imensos cuidados, mesmo assim foram identificados alguns pontos limitativos: - Os resultados não podem ser generalizados à população total de empresas que atuam no mesmo ramo ou setor, tendo em vista que a amostra é não probabilística, e, portanto, não é representativa. - A pesquisa retrata a realidade de apenas uma indústria, não podendo ser extensiva a todas as outras indústrias do ramo ou não existentes no País. - O questionário aplicado ao gestor responsável pela tomada de decisão e pela administração geral da empresa é também um relato de opiniões pessoais, podendo não representar a filosofia da empresa como um todo. - Em virtude do fator complicante tempo e da disponibilidade financeira para realizar uma pesquisa de âmbito maior em várias outras indústrias do setor, local e/ou regionalmente, a fim de se ter uma precisão maior dos dados, não foi atingida a totalidade do universo pretendido, o que impossibilitou uma maior amostragem, ficando restrito a apenas um caso. Devido à aplicação do questionário com o gestor ter sido realizado num período de intensas atividades, houve dificuldade em extrair as informações aqui apresentadas, visto que o mesmo, estava em viagens de negócios. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS O ambiente no qual atuam as empresa têm passado por profundas mudanças nos últimos tempos, as quais são consideradas diretamente com o grande fluxo de informações e a velocidade com que elas são disseminadas. Dentro deste aspecto, as empresas começaram a preocupar-se de que maneira haveriam de catalogar essas informações ou melhor, coletar e organizar as informações que fossem relevantes para o ambiente da empresa. Assim, observou-se a necessidade de um sistema que oferece subsídios ao tomador de decisões. Neste novo contexto acontece o surgimento do SIM que passa a ofertar para as empresas um menor risco em meio das constantes mudanças, a partir da análise de que é importante o conhecimento de todos os acontecimentos externos e internos à empresa para se desenvolver uma visão holística do contexto empresarial. Deste modo a administração da produção com anseios de maior competitividade devido as empresas estarem a cada dia mais preocupadas em atender as necessidades do mercado consumidor, vêem no SIM uma grande oportunidade de torna-se competitivo. Pois o SIM por sua vez dará contribuições ao tomador de decisões da produção, na melhor estratégia de produção a ser adotada pela organização. Neste cenário, considera-se a adoção do SIM, no auxilio do desenvolvimento das estratégias de produção, imprescindível para um bom direcionamento da função produção, de forma que a empresa opere competitivamente no contexto global. Verificou-se através desses trabalho que o SIM na ARTECOLA é visto como sendo uma essencial ferramenta para o gestor da produção. Desse modo, ele torna-se indissociável dos processos decisórios da ARTECOLA já que o mesmo subsidia a empresa com informações importantes para sua atuação. Como visto, pode-se observar o processo evolutivo e sinérgico que o SIM dentro desta organização junto com a função produção passou a desenvolver. 6. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA FOINA, Paulo Rogério. Tecnologia da Informação: Planejamento e Gestão. São Paulo: Atlas,2001. CHIAVENATO, Idalberto. Teoria Geral da Administração.6° ed. Vol.II, Rio de Janeiro. Campus, 1999. 9 XI SIMPEP - Bauru, SP, Brasil, 08 a 10 de novembro de 2004 GAITHER, Norman. FRAZIER Greg. Administração da produção e Operações. 8ª Ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004 KOTLER, Philip. Gary Arnstrong. Introdução ao Marketing. Tradução Alberto Meireles Pinheiro.4° ed. Rio de Janeiro, IC editora, 2000. KOTLER, Philip. Administração de marketing: Análise, Planejamento, Implementação e Controle. Tradução Ailton Bonfim Brandão. 5° ed. São Paulo, atlas, 1998. MOREIRA, Daniel Augusto. Introdução à administração da produção e operações. São Paulo. Pioneira, 1998. SLACK et all. Administração da Produção. São Paulo. Atlas 1998 STAIR, et all. Princípios de Sistemas de Informação. 4ed. São Paulo, Atlas, 2001. RUSSOMANO, Victor Henrique. PCP: Planejamento e Controle de Produção. 6ª Ed. São Paulo: Pioneira 2000. 10