Como citar este material: ZAMBELLI, Renata Silva. Economia: Evolução do Pensamento Econômico. Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2015. A teoria e o pensamento econômico são importantes para o entendimento do funcionamento da economia e para que sempre seja possível conduzir as decisões para elevar o grau de bem-estar das sociedades. Mas como acontecem as aplicações práticas da teoria na condução da economia dos países? Como o pensamento econômico pode contribuir para a melhor condução de decisões, resolução de conflitos, reversão de crises e recuperação da trajetória de crescimento dos países? Neste tema, compreenderemos que as transformações históricas na realidade econômica geram importantes impactos na trajetória de países e sociedades. Será possível compreender como a evolução da história, a mudança nas mentalidades e as concepções econômicas revolucionaram as atividades e a vida concreta das pessoas. A discussão sobre evolução do pensamento econômico é iniciada com sua fase pré-científica, ou seja, a compreensão de como a Economia era discutida antes de tornar-se uma disciplina autônoma. Para tanto, vamos analisar a inserção da Economia no pensamento antigo, no mercantilismo e na escola de pensamento fisiocrata. A partir das profundas transformações da Revolução Industrial, as formas de produção e geração de riquezas foram radicalmente transformadas. É fato que também houve uma grande mudança no pensar sobre Economia, por isso © 2014 Anhanguera Educacional. Proibida a reprodução final ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada em língua portuguesa ou qualquer outro idioma . 1 Nome vamos discutir as contribuições teóricas dos economistas clássicos – Adam Smith, David Ricardo – e a abordagem alternativa de Karl Marx. Na transição do século XIX para o século XX, importantes economistas recuperaram os principais fundamentos da economia clássica e elaboraram um sofisticado corpo teórico, dominante até a metade do século XX: trata-se da escola neoclássica de pensamento. As grandes transformações e os efeitos negativos decorrentes da crise de 1929 obrigaram os economistas a, além de compreender suas causas, elaborar planos de ação para a recuperação das economias afetadas. É exatamente neste contexto que analisaremos as contribuições teóricas de um dos mais importantes economistas do século XX: John Maynard Keynes. E, finalmente, nossa discussão se dedica a compreender quais são as principais relações estabelecidas entre o Estado e a atividade econômica, respondendo à seguinte questão: em linhas gerais, quais são as razões e as formas de intervenção do governo na organização econômica de uma sociedade? Introdução É fato que as transformações históricas são responsáveis pelas mudanças concretas na evolução das sociedades e na forma como a realidade é interpretada. À medida que ocorrem significativas mudanças históricas – acompanhadas de mudanças nas mentalidades –, a forma de se compreender a economia de um país e suas necessidades também se altera. A Economia estabelece relações com diversas áreas do conhecimento, como a Matemática, Biologia, Sociologia e História. Antes de adquirir o status de disciplina autônoma, o estudo de Economia integrava os estudos sobre Filosofia social, Moral e Ética na Antiguidade. © 2014 Anhanguera Educacional. Proibida a reprodução final ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada em língua portuguesa ou qualquer outro idioma. 2 Nome Precursores da Teoria Econômica: Antiguidade, Mercantilismo e Fisiocracia As primeiras referências às questões econômicas apareceram nas obras de Aristóteles (384-322 a.C.) (Figura 2.1), Platão (427-347 a.C.) (Figura 2.2) e Xenofonte (440-335 a.C.). Nestes escritos, os assuntos econômicos estavam ligados às discussões de justiça social, ética, igualdade e à moralidade da usura, isto é, à condenação da cobrança de juros altos. Figura 2.1 Aristóteles. Fonte: www.commons.wikimedia.org. Acesso em: 11 out. 2014 Figura 2.2 Platão. Fonte: www.commons.wikimedia.org. Acesso em: 11 out. 2014 © 2014 Anhanguera Educacional. Proibida a reprodução final ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada em língua portuguesa ou qualquer outro idioma. 3 Nome A partir do processo de unificação dos Estados europeus, das navegações e dos descobrimentos do século XVI, outras questões econômicas passaram a ser relevantes. Os Estados Absolutistas, com suas recém-instituídas colônias, tinham uma nova preocupação: como fortalecer e acumular riquezas para uma nação? A Figura 2.3 destaca uma pintura do século XVII, em que está representado o Rei Luís XIV da França, também conhecido como Rei Sol. Célebre pela frase “L’État c’est moi” – “O Estado sou eu”, Luís XIV é representante da atmosfera dos Estados Absolutistas e síntese definitiva do processo de transição do feudalismo para o capitalismo. Figura 2.3 Luís XIV, o Rei Sol. Fonte: Louis XIV (1638-1715). Hyacinthe Rigaud. 1701. França. Disponível em: www.commons.wikimedia.org. Acesso em: 11 out. 2014 As ideias mercantilistas, que são a expressão econômica das unificações europeias, não representam um conjunto teórico homogêneo, mas seus princípios marcam o primeiro esforço de sistematização sobre questões econômicas nacionais. Os princípios do mercantilismo estavam centrados na ideia de enriquecimento, com base no acúmulo de metais preciosos e na prática – sempre superavitária © 2014 Anhanguera Educacional. Proibida a reprodução final ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada em língua portuguesa ou qualquer outro idioma. 4 Nome – de comércio exterior. Nesta visão de mundo, um país seria mais rico e poderoso à medida que entesourasse mais metais e exportasse seus produtos, principalmente às colônias. Além disso, eram defendidos outros mecanismos de entesouramento, como a manutenção do Pacto Colonial e o protecionismo. O nacionalismo e a grande participação do Estado nos assuntos econômicos eram constantes no mercantilismo. Já, no século XVIII, a Fisiocracia surgiu como reação ao pensamento econômico mercantilista. Nesta escola de pensamento francesa, cujo principal teórico foi o médico François Quesnay (França, 1694-1774), compreender a origem da riqueza das sociedades continuou sendo uma questão norteadora dos estudos de Economia (Figura 2.4). Porém, ao contrário do mercantilismo, para os fisiocratas, a terra e o trabalho em atividades como agricultura, pesca e mineração eram as únicas fontes de riqueza dos países. Figura 2.4 François Quesnay. Fonte: Johann-Georg Wille e Jean Chevalier. 1747. França. Disponível em: www.commons.wikimedia.org. Acesso em: 11 out. 2014 De acordo com Quesnay, “O Universo é regido por leis naturais e imutáveis, desejadas pela Providência Divina para a felicidade dos homens” (QUESNAY, 1983). © 2014 Anhanguera Educacional. Proibida a reprodução final ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada em língua portuguesa ou qualquer outro idioma. 5 Nome Neste sentido, os fisiocratas se opunham à intensa intervenção do Estado nos assuntos econômicos, ponto fundamental do pensamento mercantilista. Sistematizado em um contexto de escassez de alimentos na Europa, o conjunto de ideias da fisiocracia encorajou a agricultura e desestimulou as atividades ligadas ao comércio e às finanças, em uma visão de mundo em que só a terra era capaz de gerar e multiplicar riquezas. [...] quando a agricultura prospera, todas as outras artes florescem com ela; mas quando se abandona o cultivo da terra, por qualquer razão que seja, todos os outros trabalhos, em terra ou no mar, desaparecem ao mesmo tempo. (QUESNAY, 1983) Os Clássicos A partir das profundas transformações nas técnicas e na organização da produção, ocorridas durante a Revolução Industrial, em meados do século XVIII, assistiu-se a uma nova mudança no pensamento econômico. Considerado o pai da moderna teoria econômica, o economista escocês Adam Smith (1732-1790) (Figura 2.5) foi responsável pela pioneira sistematização das ideias sobre Economia em um corpo teórico próprio, publicado na obra A riqueza das nações, em 1776. Figura 2.5 Adam Smith. Fonte: James Tassie. 1787. Reino Unido. Disponível em: www.commons.wikimedia.org. Acesso em: 11 out. 2014 © 2014 Anhanguera Educacional. Proibida a reprodução final ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada em língua portuguesa ou qualquer outro idioma. 6 Nome De acordo com Adam Smith, o ser humano tem uma natureza egoísta que, naturalmente, tende para trocas. Se analisada isoladamente, a afirmação do economista nos induz a acreditar que os resultados seriam negativos. Contudo, Smith afirma que, coletivamente, a busca pelo bem-estar individual traz muitos benefícios e harmonia à sociedade como um todo. É exatamente a busca do lucro máximo individual, sem interferência direta do Estado nas decisões e iniciativas econômicas, um dos pilares da contribuição teórica do autor. Quando há liberdade econômica, livre iniciativa, concorrência e expansão dos mercados, há crescimento – trata-se do liberalismo econômico. A redução da presença ampla e direta do Estado na vida econômica é um importante ponto a ser destacado, uma vez que, para Smith, os mercados são autorregulados, como se houvesse uma mão invisível garantindo o bom funcionamento de todo o sistema econômico. Nas palavras do autor: Assim, o mercador ou comerciante, movido apenas pelo seu próprio interesse egoísta, é levado por uma mão invisível a promover algo que nunca faz parte do interesse dele: o bem-estar da sociedade (SMITH, 1985). Ao se questionar sobre a fonte de riqueza das sociedades, Smith chegou a conclusões distintas de seus antecessores. Para o autor, o trabalho humano é o responsável pela geração de riqueza, ideia central da teoria do valor-trabalho. Ao realizar a divisão social do trabalho, ou seja, a especialização de cada indivíduo em um tipo de tarefa, as economias obtêm ganhos de produtividade fundamentais para a ampliação dos mercados e geração de mais riqueza. Partindo das contribuições de Adam Smith, também no Reino Unido do século XVIII, David Ricardo (1772-1823) (Figura 2.6) é outro expoente clássico que avançou na construção da teoria econômica. © 2014 Anhanguera Educacional. Proibida a reprodução final ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada em língua portuguesa ou qualquer outro idioma. 7 Nome Figura 2.6 David Ricardo. Fonte: Thomas Phillips. 1821. Reino Unido. Disponível em: www.commons.wikimedia.org. Acesso em: 11 out. 2014 Ricardo desenvolveu importantes modelos econômicos com grande potencial analítico, destacando-se, entre eles, suas contribuições sobre o comércio internacional – sistematizadas em sua obra Princípios de economia política e tributação, de 1817. Para o autor, cada país define sua estratégia comercial de acordo com os princípios da teoria das vantagens comparativas: cada nação de especializa na produção em que dispõe de maior dotação de fatores. Em termos práticos, o Brasil desfruta de maior abundância do fator de produção terra; assim, para realizar trocas internacionais, o país terá mais vantagens ao se especializar na produção agrícola. Ainda no contexto da economia clássica, destacamos as contribuições de John Stuart Mill (Inglaterra, 1806-1873) (Figura 2.7), reconhecido pelo seu esforço de sistematização das ideias econômicas de seus antecessores. Seu trabalho foi, na transição entre os séculos XIX e XX, o principal texto utilizado para o ensino de Economia, consolidando as discussões da Ciência Econômica. © 2014 Anhanguera Educacional. Proibida a reprodução final ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada em língua portuguesa ou qualquer outro idioma. 8 Nome Figura 2.7 John Stuart Mill. Fonte: London Stereoscopic Company. 1870. Reino Unido. Disponível em: www.commons.wikimedia.org. Acesso em: 11 out. 2014 O economista francês Jean-Baptiste Say (1768-1832) (Figura 2.8) também realizou importantes contribuições para o pensamento econômico clássico. O autor foi responsável pela retomada dos princípios liberais de Adam Smith ao realizar a afirmação de que “Toda oferta cria sua própria demanda”. Segundo Say, é a atividade produtiva livre que estimula a geração de novos empregos e renda, dinheiro este que será gasto na aquisição de mais mercadorias e serviços. A chamada Lei de Say foi de fundamental importância para a sistematização do pensamento econômico futuro. Figura 2.8 Jean-Baptiste Say. Fonte: Achille Devéria. Data desconhecida. França. Disponível em: www.commons.wikimedia.org. Acesso em: 11 out. 2014 © 2014 Anhanguera Educacional. Proibida a reprodução final ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada em língua portuguesa ou qualquer outro idioma. 9 Nome Destacam-se, também, na escola de pensamento clássica, as contribuições teóricas do economista Thomas Malthus (França, 1766-1834) (Figura 2.9), o primeiro teórico a sistematizar uma teoria geral sobre a população. De acordo com o autor, um dos graves problemas das sociedades, no século XIX, era o excesso populacional: enquanto a população crescia em progressão geométrica, a produção de alimentos crescia em progressão aritmética. Assim, o potencial de crescimento da população excederia em muito o potencial de crescimento da oferta de alimentos. Ao não prever as possibilidades de expansão da oferta de alimentos por meio de melhoras tecnológicas na agricultura, Malthus foi responsável pela sugestão de um maior controle de natalidade entre as famílias, além da aceitação da realização de guerras para deter o crescimento populacional. Figura 2.9 Thomas Robert Malthus. Fonte: John Linnell. 1833. Inglaterra. Disponível em: www.commons.wikimedia.org. Acesso em: 11 out. 2014 A Teoria Neoclássica O período neoclássico teve início na década de 1870 e se desenvolveu até as primeiras décadas do século XX. Os economistas deste conjunto de © 2014 Anhanguera Educacional. Proibida a reprodução final ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada em língua portuguesa ou qualquer outro idioma. 10 Nome pensamento privilegiam os aspectos microeconômicos da teoria, não enfocando as discussões de economia nacional e planejamento. Nesta abordagem, os principais enfoques estão no comportamento dos consumidores – que desejam sempre maximizar sua utilidade – e no comportamento das empresas, que são maximizadoras dos lucros. A corrente neoclássica, conhecida também como teoria marginalista, é responsável pela elaboração de um sofisticado aparato teórico. Neste sentido, destacam-se as contribuições teóricas de Alfred Marshall (Inglaterra, 1842-1924), visto que seu livro, Princípios de Economia, publicado em 1890, serviu como referencial para o estudo de economia até a metade do século XX. Marshall (Figura 2.10) realizou uma releitura e sistematização dos principais fundamentos da economia clássica e desenvolveu um aparato teórico-formal sobre o comportamento do consumidor, a utilidade, o comportamento dos produtores e o equilíbrio de mercado. Figura 2.10 Alfred Marshall. Fonte: Autor desconhecido. 1921. Inglaterra. Disponível em: www.commons.wikimedia.org. Acesso em: 11 out. 2014 © 2014 Anhanguera Educacional. Proibida a reprodução final ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada em língua portuguesa ou qualquer outro idioma. 11 Nome A Abordagem Marxista O avanço do capitalismo, ao longo do tempo, carregou consigo inúmeras contradições. As economias europeias, principalmente depois da Revolução Industrial, assistiram ao florescimento de novas técnicas, novas mercadorias, novos mercados e novas ocupações. Contudo, a pobreza e a desigualdade avançaram também como resultados do capitalismo por todo o continente. Instigado por estas questões – a riqueza e pobreza geradas pelo modo de produção capitalista –, destacam-se as contribuições teóricas do pensador alemão Karl Marx (1818-1883) (Figura 2.11), principalmente na segunda metade do século XIX. Figura 2.11 Karl Marx. Fonte: Autor desconhecido. 1875. Inglaterra. Disponível em: www.commons.wikimedia.org. Acesso em: 11 out. 2014 Marx influenciou ao longo de todo o século XX – e ainda influencia – diversas áreas do conhecimento, como a Economia, as Ciências Sociais, a Ciência Política, a Filosofia, a História e a Psicologia. O autor iniciou suas investigações sobre a atividade econômica a partir da filosofia clássica alemã e da releitura de economistas clássicos, como Adam Smith e David Ricardo. Para desenvolver seu arcabouço teórico, Marx utilizou três fontes distintas: o pensamento filosófico alemão; o pensamento político francês, observando © 2014 Anhanguera Educacional. Proibida a reprodução final ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada em língua portuguesa ou qualquer outro idioma. 12 Nome particularmente as transformações políticas ocorridas na Revolução Francesa, entre os anos 1789 e 1799; e o pensamento econômico inglês, desenvolvido, principalmente, a partir da Revolução Industrial, em meados do século XVIII. Em sua principal obra, O Capital: crítica da economia política, que foi publicada pela primeira vez em 1867, Marx – assim como seu precursor Adam Smith – desenvolveu uma teoria do valor-trabalho, compreendendo que o valor de uma mercadoria é gerado pelo trabalho humano e composto, essencialmente, pela quantidade de trabalho socialmente necessário para sua produção. Contudo, o entendimento do processo de geração de riqueza exige também que se compreenda quem são os principais sujeitos envolvidos nesta tarefa. Para tanto, o autor dividiu a sociedade capitalista em duas grandes classes distintas: a burguesia e o proletariado. A burguesia pode ser definida como a classe que agrega os detentores dos meios de produção; por outro lado, o proletariado é composto por indivíduos que não possuem as ferramentas necessárias à produção e, necessariamente, vendem sua força de trabalho para sobreviver. No processo produtivo, a burguesia extrai mais-valia dos trabalhadores. A mais-valia pode ser compreendida como a diferença entre o valor das mercadorias produzidas em determinado intervalo de tempo e o valor pago pela força de trabalho. Assim, de acordo com o pensamento marxista, o sistema de mercado capitalista é extremamente desvantajoso para a classe trabalhadora. As alternativas propostas pela teoria social marxista apontam para a necessidade de transformações importantes na sociedade e nos princípios do capitalismo, de modo a dar fim à exploração de uma classe social sobre outra. Para tanto, seriam fundamentais os processos de conscientização e organização da classe trabalhadora, a realização de uma revolução socialista e o fim da hegemonia da burguesia como classe central nas decisões políticas e econômicas. © 2014 Anhanguera Educacional. Proibida a reprodução final ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada em língua portuguesa ou qualquer outro idioma. 13 Nome Saiba Mais! A situação da classe trabalhadora na Inglaterra ‒ Friedrich Engels O Capitalismo e suas Mazelas Nesta obra escrita, o então jovem Friedrich Engels, que mais tarde veio a escrever outros livros com Karl Marx, traçou um retrato das duras condições enfrentadas pela grande massa de indivíduos – homens, mulheres e crianças – nas fábricas inglesas do século XIX. Enviado pela sua abastada família para conduzir negócios em Manchester, Engels percebeu que a Revolução Industrial gerou, além de progresso e riqueza, um grupo grande de despossuídos. ENGELS, Friedrich. A situação da classe trabalhadora na Inglaterra. Tradução de A. B. Shumann. São Paulo: Boitempo, 2008. © 2014 Anhanguera Educacional. Proibida a reprodução final ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada em língua portuguesa ou qualquer outro idioma. 14 Nome Germinal Baseado no romance francês de Émile Zola, o filme mostra as duras condições de trabalhadores franceses em uma mina de carvão, no século XIX. A partir da situação de intensa exploração, os trabalhadores se rebelaram, organizando uma greve. GERMINAL. Direção de Claude Berri. Produção de Claude Berri. França, Itália, Bélgica: Renn Productions, France 2 Cinéma, DD Productions, Nuova Artisti Associati, 1993. 1 bobina cinematográfica. 160 min. Trailer oficial disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=chCnbs7UMSk. Acesso em: 11 out. 2014. A Teoria Keynesiana Nascido na Inglaterra em 1883, formado na Universidade de Cambridge, o economista John Maynard Keynes (1883-1946) (Figura 2.12) atuou, no início de sua carreira, como conselheiro do governo britânico durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Sua primeira obra, As consequências econômicas da paz, publicada em 1919, teve grande impacto político ao apontar a © 2014 Anhanguera Educacional. Proibida a reprodução final ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada em língua portuguesa ou qualquer outro idioma. 15 Nome necessidade de planejamento nas economias e nos mercados instáveis no cenário de pós-guerra. Figura 2.12 John Maynard Keynes. Fonte: Fundo Monetário Internacional. 1946. Estados Unidos. Disponível em: www.commons.wikimedia.org. Acesso em: 11 out. 2014 Contudo, foi a Grande Depressão iniciada em 1929 – e que percorreu toda a década de 1930 – que deu a Keynes a oportunidade de desafiar o pensamento econômico até então predominante. A crise de 1929 foi um ponto de inflexão na economia norte-americana e, consequentemente, na economia mundial. Entre as principais razões da crise podemos citar: a superprodução agrícola; a excessiva produção industrial, associada à queda no consumo; e a ascensão do movimento especulativo – processo de grande procura por ações de empresas que sofreram desvalorização pouco tempo depois. Os efeitos negativos da Depressão de 1930 foram sentidos ao longo de vários anos nos Estados Unidos e na Europa: houve grande queda na produção industrial, múltiplas falências, elevados níveis de desemprego e redução do fluxo de comércio internacional entre os países. Ao observar a profundidade dos fatos negativos e a longa duração da crise, Keynes questionou a validade do pensamento econômico clássico. Seria totalmente verdadeira a ideia de que todo o volume produzido por um país encontra, automaticamente, seu mercado consumidor? Seria também fato que © 2014 Anhanguera Educacional. Proibida a reprodução final ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada em língua portuguesa ou qualquer outro idioma. 16 Nome o sistema econômico funciona de maneira autorregulada – como a “mão invisível” de Adam Smith – e que todas as instabilidades e flutuações econômicas tendem a ser passageiras? Saiba Mais! As Crises Econômicas em Perspectiva Histórica Classificado pela revista Financial Times como um dos dez melhores livros de economia, esta obra reconstrói a história da economia mundial com base nas mais importantes crises financeiras. Considerado um clássico da literatura econômica e financeira, o livro traça um panorama que vai do século XV até a crise de 1929, descrevendo o ciclo vicioso formado pelos capitais vultuosos atraídos pela especulação. KINDLEBERGER, Charles. Manias, pânicos e crashes: um histórico das crises financeiras. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2000. © 2014 Anhanguera Educacional. Proibida a reprodução final ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada em língua portuguesa ou qualquer outro idioma. 17 Nome Publicada pela primeira vez em 1936, a Teoria geral do emprego, dos juros e da moeda propõe uma inversão metodológica. De acordo com o raciocínio do autor, o motor dinâmico para estimular o crescimento econômico dos países não é a garantia de livre iniciativa para os empresários, e sim a capacidade que essa sociedade tem para consumir, ou seja, a demanda agregada. Assim, Keynes inverte a clássica Lei de Say e desenvolve o princípio da demanda efetiva. Keynes parte da ideia de que as economias de mercado não regulam a si próprias, e, portanto, a alta produtividade e os níveis satisfatórios de emprego para a população não são automáticos. O autor também afirma que a atividade econômica está sujeita a flutuações e crises, uma vez que as decisões do mundo dos negócios são tomadas com base em expectativas e incertezas em relação ao futuro. O autor também ressalta a atuação de um agente econômico muito importante: o Estado. Além de sua participação como coordenador e regulador da atividade econômica, seu potencial de realizar gastos e investimentos pode ser determinante para a reversão de um cenário de crise em um país. Em um cenário de crise e estagnação econômica, os efeitos imediatamente esperados nas economias nacionais são a redução dos investimentos dos empresários e também a redução do ritmo de consumo dos indivíduos (ausência de demanda). É neste momento que o Estado pode exercer um papel ativo na reversão do cenário negativo: com medidas que provoquem o aquecimento do mercado, e com seus próprios gastos e investimentos, ele se torna um importante agente no processo de retomada do crescimento. A adoção dessas medidas pelos Estados Unidos durante o governo Roosevelt foi essencial para que a economia daquele país, e consequentemente a economia mundial, pudesse voltar a crescer na década seguinte e, assim, manter-se até o fim da década de 1960. No caso brasileiro, temos dois exemplos da implantação dessas medidas. A primeira ocorreu durante o primeiro governo Vargas, na década de 1930. Com a crise de 1929, o preço do café no mercado internacional despencou. Nesta © 2014 Anhanguera Educacional. Proibida a reprodução final ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada em língua portuguesa ou qualquer outro idioma. 18 Nome ocasião, Vargas ordenou a queima de café, a fim de restringir a oferta e manter o preço do produto em um nível mínimo. Em troca, pagou indenizações aos cafeicultores e impediu que quebrassem. Como segundo exemplo, temos a aplicação de uma política macroeconômica tipicamente keynesiana ao observarmos como o Estado brasileiro agiu perante os efeitos negativos da crise financeira iniciada em 2008. Em um cenário de queda na atividade econômica, a saída encontrada pela economia brasileira para amenizar tais efeitos negativos foi a implementação de uma série de medidas anticíclicas, ou seja, de cunho keynesiano. Podemos citar a realização de investimentos em infraestrutura – as edições do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) I e II; a manutenção do mercado interno aquecido, com a redução de impostos de automóveis e eletrodomésticos; a expansão do crédito; o estímulo à geração de mais empregos; e as políticas sociais de garantia de renda mínima às famílias mais pobres. Todas essas medidas são exemplos práticos de políticas macroeconômicas ativas, que defendem a atuação do Estado na economia como importante ferramenta para reverter os efeitos negativos das crises. Saiba Mais! John Maynard Keynes Conheça um pouco mais sobre Keynes, um dos mais respeitados teóricos da economia do século XX. Confira as indicações a seguir: Perfil de Keynes Leia, a seguir, um breve perfil do economista britânico: BARRETO, Pedro. Perfil – John Maynard Keynes. Revista Desafios do Desenvolvimento – IPEA, Ano 6, Edição 52, 5 jul. 2009. Disponível em: http://goo.gl/jff4I7. Acesso em: 21 out. 2014. © 2014 Anhanguera Educacional. Proibida a reprodução final ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada em língua portuguesa ou qualquer outro idioma. 19 Nome Keynes – Obras e Fortuna Crítica Se quiser conhecer um pouco mais a fundo suas obras, bem como artigos publicados sobre sua teoria, confira o link a seguir: JOHN Maynard Keynes (1883-1946). Disponível em: http://goo.gl/eb07qA. Acesso em: 22 out. 2014. Master of Money – Documentário da BBC Esta série de documentários foi produzida pelo canal britânico BBC em parceria com a instituição governamental The Open University. A série, dividida em três episódios, retrata a vida e as contribuições teóricas de John Maynard Keynes (Episódio 1), Friedrich Hayek (Episódio 2) e Karl Marx (Episódio 3), assim como suas respectivas influências na teoria econômica moderna. MASTERS of money. Direção de Martin Small. Produção de BBC.co.uk. Reino Unido, 2012. Disponível em: http://www.bbc.co.uk/programmes/b01mzqw9. Acesso em 21 out. 2014. O Período Recente Após um período de cinquenta anos de crescimento, a economia mundial apresentou diversas transformações, principalmente a partir da década de 1970, após as duas crises do petróleo. Com efeito, a teoria econômica passou a refletir três processos de mudança em andamento: uma consciência a respeito das limitações e possibilidades da teoria; o avanço de pesquisas empíricas; e a consolidação de várias contribuições dos períodos anteriores. O desenvolvimento da tecnologia e da informática permite o processamento de informações em quantidade e em volume sem precedentes, o que aumenta o conteúdo empírico e a prática da teoria econômica. Vale destacar que, atualmente, a análise econômica dedica-se a compreender quase todos os aspectos da vida humana, sendo considerável o impacto desses estudos na melhora da qualidade de vida e do padrão de bem-estar das sociedades. © 2014 Anhanguera Educacional. Proibida a reprodução final ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada em língua portuguesa ou qualquer outro idioma. 20 Nome As Relações entre a Economia e o Direito O Estado é um importante agente do nosso sistema econômico, e sua atuação está presente em diversas esferas da atividade econômica. Debatido por diversos autores na evolução do pensamento econômico, vamos observar algumas de suas funções e seus papéis no contexto nacional. Na prática cotidiana, sabemos que o quadro de normas jurídicas vigentes no país determina a ação da análise econômica, e, por outro lado, novas questões econômicas vão determinar e alterar o arcabouço jurídico existente no país. Com o passar do tempo e com o avanço da liberalização dos mercados, do comércio e das finanças internacionais, ganha também maior relevância o papel regulador do Estado, garantindo o direito de consumidores e o bom funcionamento da concorrência. O Direito e os Mercados: a Defesa do Consumidor e da Concorrência Quando se analisa o funcionamento dos mercados, duas abordagens distintas devem ser consideradas: o enfoque econômico e o jurídico. A análise econômica se detém à compreensão do comportamento de consumidores e ao papel dos empresários, com suas estratégias de maximização dos lucros. Já a abordagem jurídica enfatiza as relações de consumo, isto é, os direitos e deveres específicos de cada parte envolvida nas transações comerciais. Para melhor encadear as relações existentes entre o Estado e a atividade econômica, vamos retomar as contribuições teóricas de Adam Smith. Na visão deste economista, os mercados, no modo de produção capitalista, tendem a ser autorregulados, isto é, sempre podem atingir o equilíbrio e o máximo de bem-estar coletivo. De acordo com sua visão, o Estado deveria intervir o mínimo possível sobre as decisões econômicas, uma vez que a livre iniciativa é a maneira mais eficiente para a resolução dos problemas econômicos. © 2014 Anhanguera Educacional. Proibida a reprodução final ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada em língua portuguesa ou qualquer outro idioma. 21 Nome Contudo, sabe-se que esta situação idealizada por Smith não é facilmente observada no mundo real, pois existem diversas imperfeições de mercado que precisam ser contornadas: as externalidades, as falhas de informação e a concentração dos mercados. As externalidades acontecem quando a produção ou o consumo de um bem gera efeitos positivos ou negativos em indivíduos ou empresas. E são esses impactos que podem muitas vezes ser negativos, que inspiram a criação de leis antipoluição e leis de proteção ambiental. É fato que os mercados possuem muitas falhas de informação, e, como medida para a proteção dos consumidores, a ação do Estado é importante para regulamentar a comercialização de bens e serviços. Neste caso, podemos citar o estabelecimento de normas de segurança, validade e qualidade de produtos. No Brasil, o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO) é uma importante instituição de avaliação da qualidade de bens e serviços, a fim de promover a harmonia das relações de consumo. Para minimizar os possíveis efeitos negativos da concentração dos mercados, isto é, a construção de estratégias que evitem a fixação de preços abusivos, ou práticas que restrinjam a concorrência, existem as chamadas leis de defesa da concorrência. Historicamente, a formação de grandes conglomerados econômicos e a concentração dos mercados surgiram nos Estados Unidos, no século XIX. Neste período, diversas empresas de menor porte passaram a ser adquiridas por companhias maiores, limitando a oferta e encarecendo os preços. Em 1890, passou a valer a lei Sherman contra os trustes, ou seja, a lei passou a limitar a formação de monopólios tanto no comércio como na indústria. Presente desde a década de 1960, a legislação brasileira de defesa da concorrência foi reformulada em 1994, em que foi criado o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência (SBDC), que é composto por três órgãos: a Secretaria de Direito Econômico (SDE), Secretaria de Acompanhamento Econômico (SAE) e Conselho Administrativo de Defesa da Concorrência (CADE). O Cade é uma autarquia responsável pela orientação, fiscalização e © 2014 Anhanguera Educacional. Proibida a reprodução final ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada em língua portuguesa ou qualquer outro idioma. 22 Nome prevenção de abusos de poder econômico, sendo dele a decisão final em matéria de concorrência. É esse conselho que vai limitar práticas abusivas como vendas casadas de produtos, formação de cartéis em segmentos comerciais, preços predatórios e acordos de exclusividade com fornecedores e empresas. O Estado brasileiro também atua regulando e fiscalizando a atividade de setores que antes eram públicos, mas que, ao longo da década de 1990, passaram por processos de privatizações e concessões. Neste caso, foi importante e necessária a criação de órgãos especiais de regulação – as Agências Reguladoras – que observam a atuação e o cumprimento de metas de setores antes estatais, como os transportes, as telecomunicações e energia elétrica. Saiba Mais! Enron: os Mais Espertos da Sala O filme retrata o escândalo e a falência da megacorporação norte-americana do ramo de energia. O filme mostra o esquema fiscal e contábil criado pela empresa, que maquiava os resultados e fomentava um grande crescimento no valor real de suas ações. Na época, as investigações revelaram que a Enron manipulou balanços financeiros com a ajuda de outras empresas e bancos, escondendo uma dívida de US$ 25 bilhões por dois anos consecutivos. © 2014 Anhanguera Educacional. Proibida a reprodução final ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada em língua portuguesa ou qualquer outro idioma. 23 Nome ENRON: os mais espertos da sala. (Enron: the smartest guys in the room). Direção de Alex Gibney. Estados Unidos, 2005. 109 min. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=1dNZaKLjYbc. (Trailer). Acesso em: 11 out. 2014. O Estado Promovendo o Bem-Estar da Sociedade A ação do Estado, do ponto de vista econômico ou jurídico, tem de estar voltada para o bem-estar da população. Com base neste princípio, as normas constitucionais brasileiras foram criadas para promover o bem-estar coletivo e estão na Constituição Federal de 1988. Em última instância, a atuação do Estado brasileiro na economia está prevista no artigo 170 da Constituição de 1988: A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: I. Soberania nacional; II. Propriedade privada; III. Função social da propriedade; IV. Livre concorrência; V. Defesa do consumidor; VI. Defesa do meio ambiente; VII. Redução das desigualdades regionais e sociais; VIII. Busca do pleno emprego; IX. Tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País. Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei. Usura: cobrança de taxas de juros exorbitantes, superiores às taxas máximas permitidas por lei ou admitidas como viáveis. Na Idade Média, qualquer cobrança de juros era considerada usura e condenada pela Igreja Católica. © 2014 Anhanguera Educacional. Proibida a reprodução final ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada em língua portuguesa ou qualquer outro idioma. 24 Nome Revolução Industrial: conjunto de transformações tecnológicas, econômicas e sociais ocorridas na Europa, particularmente na Inglaterra, nos séculos XVIII e XIX, que resultaram na consolidação do sistema fabril e na difusão do modo de produção capitalista. Liberalismo econômico: conjunto de ideias que defende a ampla liberdade individual, o direito à propriedade privada, a democracia, a livre iniciativa e concorrência empresarial. Segundo os princípios do liberalismo, as garantias às liberdades individuais são capazes de assegurar o bem-estar coletivo e o progresso social. Lei de Say: decorre do modelo que mantém oferta e demanda em identidade. Foi popularizada pelo economista francês Jean-Baptiste Say, com sua explicação sobre o funcionamento dos mercados. A expressão didática para se referir ao princípio e que sintetiza o significado da lei se caracteriza pelo conceito de que “a oferta cria sua própria demanda”. Princípio da demanda efetiva: conceito desenvolvido por Keynes para substituir a lei de Say, em que a ideia principal é a de que a capacidade de pagamento, isto é, a capacidade de realizar gastos (demanda) é responsável por estimular a produção e a geração de empregos na economia. Truste: estrutura empresarial em que ocorre a fusão de várias empresas sob a mesma direção. O principal objetivo de um truste é estabelecer a liderança no mercado de determinado produto ou serviço, reduzindo a concorrência dos demais atuantes no segmento. Instruções Agora, chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado. A seguir, você encontrará algumas questões de múltipla escolha e dissertativas. Leia cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido. © 2014 Anhanguera Educacional. Proibida a reprodução final ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada em língua portuguesa ou qualquer outro idioma. 25 Nome Questão 1 Sobre o mercantilismo, é correto afirmar: I. O mercantilismo constitui uma escola de pensamento homogênea e coesa na teoria econômica, sendo um marco para a formalização da disciplina. II. As ideias mercantilistas são centradas na ideia de enriquecimento dos territórios europeus recém-unificados e na prática superavitária de comércio exterior. III. O acúmulo de metais preciosos – conhecido como metalismo – tem papel determinante para o conjunto de ideias mercantilistas, mas não é relevante o papel das colônias. São corretas as sentenças: a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) I e II. e) II e III. Verifique a resposta correta no final deste material na seção Gabarito. Questão 2 A escola de pensamento clássica teve contribuições de economistas notáveis, como Adam Smith, Thomas Malthus, Jean-Baptiste Say, David Ricardo e John Stuart Mill. Analise as sentenças a seguir: I. Para Adam Smith, os agentes econômicos, em busca de seus próprios interesses, acabam promovendo o bem-estar de toda a comunidade, como se uma “Mão invisível” orientasse todas as decisões da economia. © 2014 Anhanguera Educacional. Proibida a reprodução final ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada em língua portuguesa ou qualquer outro idioma. 26 Nome II. David Ricardo defende que os países devem diversificar suas produções para realizar comércio internacional, uma vez que a especialização em poucas atividades não é benéfica para nenhuma economia. III. De acordo com a Lei de Say, toda demanda cria sua própria oferta. IV.Para Malthus, a população cresce segundo progressão geométrica, enquanto a produção de alimentos cresce em progressão aritmética. Estão corretas as afirmativas: a) I e II. b) II e III. c) II e IV. d) III e IV. e) I e IV. Verifique a resposta correta no final deste material na seção Gabarito. Questão 3 Sobre a crise de 1929 e a teoria keynesiana, assinale V, para Verdadeiro, e F, para Falso: ( ) A crise evidenciou que a intervenção do Estado na economia poderia prejudicar os ajustamentos automáticos de mercado. ( ) A crise foi causada porque os sindicatos trabalhistas fixaram salários maiores do que os salários de equilíbrio de mercado. ( ) A crise demonstrou que o mercado é incapaz de gerar pleno emprego e produção máxima por meio de ajustamentos automáticos. ( ) A solução dada para a crise foi a dissolução dos sindicatos e instituições governamentais que interferiam no autoajuste dos mercados. © 2014 Anhanguera Educacional. Proibida a reprodução final ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada em língua portuguesa ou qualquer outro idioma. 27 Nome ( ) A solução dada para a crise foi a redefinição do papel do Estado à luz das contribuições keynesianas, reorientando as políticas econômicas para o melhor uso dos recursos produtivos. Assinale a alternativa que mostra a sequência correta: a) F, V, F, V, F. b) F, F, V, F, V. c) V, F, V, F, V. d) V, V, F, F, F. e) Nenhuma das demais alternativas está correta. Verifique a resposta correta no final deste material na seção Gabarito. Questão 4 O que diz a teoria das vantagens comparativas? Quem foi seu autor? Verifique a resposta correta no final deste material na seção Gabarito. Questão 5 Exponha, brevemente, algumas justificativas econômicas para a intervenção governamental nos mercados. Verifique a resposta correta no final deste material na seção Gabarito. Neste tema, analisamos as principais contribuições de economistas fundamentais para a evolução do pensamento econômico. Antes da consolidação da Economia como uma ciência autônoma – com objetos e metodologias próprias –, as discussões econômicas eram realizadas no interior de outras disciplinas, como a Filosofia e a Moral. © 2014 Anhanguera Educacional. Proibida a reprodução final ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada em língua portuguesa ou qualquer outro idioma. 28 Nome A partir das ideias do mercantilismo, algumas questões econômicas – tais como o enriquecimento das nações – começam a ser mais bem delineadas, ainda que não em um corpo teórico homogêneo e coeso. A partir dos economistas clássicos, como Adam Smith, David Ricardo e Karl Marx, a Economia adquire a condição de ciência social com questões investigativas próprias e um corpo teórico sofisticado. Já no século XX, algumas transformações históricas, principalmente a crise de 1929, foram responsáveis por uma revolução nas ideias econômicas a partir das contribuições de John Maynard Keynes. O autor é responsável por uma importante mudança metodológica para a compreensão do funcionamento dos mercados, partindo do princípio de que a capacidade de realizar gastos é o elemento mais dinâmico das economias. Pertence também ao escopo keynesiano a redefinição do papel do Estado na atividade econômica, atuando não apenas como um agente regulador, mas sim ativo no planejamento e na definição de políticas econômicas. Por último, no bojo das discussões sobre Estado e atividade econômica, analisamos quais são as principais razões e os aspectos da intervenção da esfera governamental na economia, destacando sua relevância. BARRETO, Pedro. Perfil – John Maynard Keynes. Revista Desafios do Desenvolvimento – IPEA, Ano 6, Edição 52, 5 jul. 2009. Disponível em: http://goo.gl/gtv5VP. Acesso em: 21 out. 2014. CARNEIRO, Ricardo (Org.). Os clássicos da economia. São Paulo: Ática, 1997. COUTINHO, Maurício. Lições de economia política clássica. São Paulo: Hucitec, 1993. ENGELS, Friedrich. A situação da classe trabalhadora na Inglaterra. Tradução A. B. Shumann. São Paulo: Boitempo, 2008. © 2014 Anhanguera Educacional. Proibida a reprodução final ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada em língua portuguesa ou qualquer outro idioma. 29 Nome ENRON: os mais espertos da sala. (Enron: the smartest guys in the room). Direção de Alex Gibney. Estados Unidos, 2005. Documentário. 109 min. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=1dNZaKLjYbc (trailer). Acesso em: 11 out. 2014. FILOMENO, José Geraldo Brito. Manual de direitos do consumidor. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2005. GALBRAITH, John Kenneth. O pensamento econômico em perspectiva: uma história crítica. São Paulo: Pioneira, 1989. GASTALDI, José Petrelli. Elementos de economia política. São Paulo: Saraiva, 1999. GERMINAL. Direção de Claude Berri. Produção de Claude Berri. França, Itália, Bélgica: Renn Productions, France 2 Cinéma, DD Productions, Nuova Artisti Associati, 1993. 1 bobina cinematográfica. 160 min. Trailer oficial disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=chCnbs7UMSk. Acesso em: 11 out. 2014. HEILBRONER, Robert. A história do pensamento econômico. São Paulo: Nova Cultural, 1986. HUNT, E. K.; SHERMAN, H. História do pensamento econômico. 24. ed. Petrópolis: Vozes, 2008. JOHN Maynard Keynes (1883-1946). Disponível em: http://www.pensamentoeconomico.ecn.br/. Acesso em: 22 out. 2014. KINDLEBERGER, Charles. Manias, pânicos e crashes: um histórico das crises financeiras. Rio de Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 2000. MARX, Karl. O capital: crítica da economia política. São Paulo: Abril Cultural, 1983. © 2014 Anhanguera Educacional. Proibida a reprodução final ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada em língua portuguesa ou qualquer outro idioma. 30 Nome MASTERS of money. Direção Martin Small. Produção de BBC.co.uk. Reino Unido, 2012. Documentários em inglês. Disponível em: http://www.bbc.co.uk/programmes/b01mzqw9. Acesso em: 21 out. 2014. QUESNAY, François. Quadro econômico dos fisiocratas. São Paulo: Nova Cultural, 1996. RICARDO, David. Princípios de economia política e tributação. 2. ed. São Paulo: Nova Cultural, 1985. SMITH, Adam. A riqueza das nações: investigações sobre a sua natureza e suas causas. 2. ed. São Paulo: Nova Cultural, 1985. VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval de; GARCIA, Manuel E. Fundamentos de Economia. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2008. Questão 1 Resposta: Alternativa B. O mercantilismo não foi uma escola de pensamento nem um corpo teórico homogêneo. Seus principais pilares foram o acúmulo de riquezas, metais preciosos, exploração de colônias e do comércio internacional. Questão 2 Resposta: Alternativa E. Adam Smith é o teórico que prevê a harmonização dos interesses individuais de toda a sociedade e as tendências à autorregulação e equilíbrio dos mercados. Jean-Baptiste Say, a partir da releitura do princípio clássico do liberalismo, afirma que a livre iniciativa para produzir garante seu próprio mercado consumidor. © 2014 Anhanguera Educacional. Proibida a reprodução final ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada em língua portuguesa ou qualquer outro idioma. 31 Nome Questão 3 Resposta: Alternativa B. São verdadeiras as sentenças 3 e 5. A crise é fruto das flutuações e instabilidades dos mercados no capitalismo. Keynes propõe um papel ativo do Estado para a condução mais eficiente da atividade econômica. Questão 4 Resposta: A teoria das vantagens comparativas, elaborada pelo economista inglês David Ricardo, afirma que os países realizam trocas internacionais mais eficientes à medida que se especializam. Contudo, essa especialização deve obedecer à dotação de fatores produtivos de cada região: os países devem se especializar na produção de bens que utilizem os fatores produtivos mais abundantes. Questão 5 Resposta: A intervenção do Estado na atividade econômica se justifica em função da existência de diversas imperfeições de mercado: as externalidades, a assimetria de informações e a concentração de mercados. © 2014 Anhanguera Educacional. Proibida a reprodução final ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada em língua portuguesa ou qualquer outro idioma. 32