IV Simpósio Internacional de Administração e Marketing VI Congresso de Administração da ESPM São Paulo, 14 e 15 de outubro de 2009 1 ÁREA 4 – ADMINISTRAÇÃO DE MARKETING O PROCESSO DECISÓRIO DO CONSUMIDOR ECOLOGICAMENTE CONSCIENTE NA COMPRA DE PRODUTOS DE DECORAÇÃO DE INTERIORES Aline Moraes Valls Ribeiroi Marise Mainieri de Ugaldeii RESUMO O presente artigo procurou analisar o processo decisório do consumidor ecologicamente consciente na compra de produtos de decoração de interiores na cidade de Porto Alegre. Com o intuito de atingir os objetivos propostos por este estudo, foi realizada uma pesquisa bibliográfica e documental baseada em livros e artigos científicos referenciais de cada uma das áreas que integram este tema. A partir da identificação das variáveis relevantes evidenciadas na fundamentação teórica, foi elaborado um roteiro e realizaram-se entrevistas em profundidade em duas etapas. Na primeira, foram entrevistados três profissionais da área da decoração ecologicamente sustentável e, na segunda etapa, foram entrevistados dez consumidores considerados ecologicamente conscientes. Os dados coletados foram processados com o emprego da técnica de análise de conteúdo e produziram resultados capazes de responder aos objetivos geral e específicos definidos inicialmente. Entre os principais achados cabe destacar que embora esteja havendo grande divulgação a respeito dos problemas ambientais, em relação aos produtos ecologicamente sustentáveis as informações ainda são escassas; e uma vez que esses produtos não tenham um valor muito elevado em comparação com os produtos similares, os produtos de decoração ecologicamente sustentáveis possuem grande aceitação. Palavras-chave: Comportamento do Consumidor. Processo decisório de compra. Marketing Verde. Produtos ecologicamente sustentáveis. Consumidores ecologicamente conscientes. i ESPM-RS, graduanda em Administração de Empresas, [email protected], Rua Engº Adolfo Stern, 161/201. Porto Alegre/RS. ii ESPM-RS, professora de graduação e pós-graduação, [email protected], Rua 24 de Outubro, 111/704 Porto Alegre/RS. IV Simpósio Internacional de Administração e Marketing VI Congresso de Administração da ESPM São Paulo, 14 e 15 de outubro de 2009 2 1 INTRODUÇÃO Vive-se um momento crítico quanto aos problemas ambientais. O aquecimento global derrete as geleiras, eleva o nível do mar, ocasiona enchentes, secas e furacões. Em 2007, o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), divulgou que a temperatura da Terra deverá, até 2100, aumentar 6,4º C e a sociedade busca reverter o problema (http://www.agenciact.mct.gov.br/index.php/content/view/46264). Dias (2007) aponta duas causas principais para os problemas ambientais atuais, a explosão demográfica e o consumo exagerado. As duas são ligadas ao modelo econômico que se baseia na exploração da natureza sem limites. O ambientalismo surgiu a partir do reconhecimento do efeito das ações do homem sobre a natureza e propõe alternativas de consumo que não esgotem a natureza (LAYRARGUES, 2000). Para Pereira e Ayrosa (2004), a preocupação sobre questões ecológicas e ambientais é crescente e vem evoluindo por caminhos diferentes, intensificando-se assim nas décadas de 60 e 70 com os movimentos ecológicos. Arquitetos, recentemente participaram de uma mostra com inovações nas criações de ambientes reciclando e reutilizando materiais, dando preferência a produtos naturais. De madeiras usadas de reflorestamento e do lixo também surgem produtos como deques de resto de plástico prensados e luminárias de filtros de café. Assim, é possível perceber que a questão da sustentabilidade tem sido bastante abordada, tanto pelos profissionais da área, quanto pela mídia e demais fóruns empresariais do setor de decoração de interiores. Nesse sentido, o presente artigo busca, com profissionais da área de decoração de interiores e com os consumidores ecologicamente conscientes da cidade de Porto Alegre, identificar o processo decisório de compra de produtos de decoração de interiores. 2 REVISÃO TEÓRICA 2.1 Marketing verde ou ambiental Marketing não é apenas um departamento na empresa, é uma forma ordenada de refletir sobre mercados e planejar para eles, envolve a segmentação do mercado e sua identificação, além de formulações de estratégias até se chegar a um mix de marketing e a um plano de ação detalhado e sua execução e avaliação de resultados (CZINKOTA et al, 2001). IV Simpósio Internacional de Administração e Marketing VI Congresso de Administração da ESPM São Paulo, 14 e 15 de outubro de 2009 3 O marketing verde surgiu no final da década de 1960, a partir de estudos sobre responsabilidade social das empresas e do marketing (LAZER, 1969; KOTLER; LEVY, 1969; KOTLER; ZALTMAN, 1971; EL-ANSARY, 1974; TAKAS, 1974, apud BEDANTE, 2004). As preocupações ambientais aumentam nas diversas atividades humanas e em conseqüência o meio ambiente foi incluído como objeto de análise em disciplinas como o marketing (DIAS, 2007). O marketing verde ou ambiental é “a gestão holística dos processos responsáveis por identificar, antecipar e satisfazer as necessidades dos clientes e da sociedade de forma lucrativa e sustentável” (PEATTIE; CHARTER, 2003, p. 727 apud PEREIRA; AYROSA, 2004 p. 3). Para Smith, Roy e Potter (1996 apud MAIA; VIEIRA, 2004, p. 25), “as empresas podem desenvolver produtos considerados verdes para aumentarem sua participação de mercado ou para ingressarem em novos mercados”, porém, algumas empresas assumem uma postura reativa às pressões da legislação e dos consumidores (MAIA; VIEIRA, 2004). As empresas se deparam com a “necessidade de atingir o consumidor final de forma que este possa desfrutar de produtos e serviços que satisfaçam suas necessidades ao mesmo tempo em que as especificidades ambientalmente amigáveis sejam respeitadas” (BEDANTE, 2004, p. 37). Na concepção de Dias (2007), um produto é ecologicamente correto quando cumpre as mesmas funções de produtos equivalentes sem causar prejuízos ao longo do seu ciclo de vida, desde as matérias-primas, sua produção, utilização, distribuição, transporte, sua reutilização ou descarte. Ottman (1994) entende que produtos verdes normalmente são produtos duráveis, não-tóxicos, feitos de materiais reciclados e com o mínimo de embalagem. No entanto, conforme Dashefsky (1997, apud LAGES; NETO, 2001) existem duas classificações para produtos verdes: os “absolutamente verdes” e os “atualmente verdes”. Os produtos “absolutamente verdes” são aqueles desenvolvidos desde a concepção para serem produtos que respeitem o meio-ambiente. Os produtos “atualmente verdes” são os que não tiveram a preocupação de serem desenvolvidos para serem ecologicamente corretos. Para que um processo produtivo direcionado à sustentabilidade seja desenvolvido, deve-se promover a capacidade de se atender à demanda social de bem-estar utilizando uma quantidade menor de recursos ambientais (MANZINI; VEZZOLI, 2002 apud BEDANTE, 2004). A partir do momento em que o nível de consciência ecológica da população aumenta, a qualidade ambiental dos produtos passa a incorporar a qualidade do produto. IV Simpósio Internacional de Administração e Marketing VI Congresso de Administração da ESPM São Paulo, 14 e 15 de outubro de 2009 4 2.2 Comportamento do consumidor Para Schiffman e Kanuk (2000) comportamento do consumidor é o estudo de como as pessoas decidem gastar seus recursos disponíveis em itens relacionados ao consumo. Hawkins, Mothersbaugh e Best (2007) entendem que o comportamento do consumidor trata do estudo de indivíduos, grupos ou organizações. Já o processo decisório de compra, foco deste estudo, trata de como os consumidores tomam decisões, assim, fatores psicológicos são considerados e influências internas como motivação, percepção, personalidade e atitudes. Para Ugalde (2007), o processo decisório de compra envolve os passos e a forma como os consumidores tomam decisões. Shiffman e Kanuk (2000) Sheth, Mittal e Newman (2001) apresentam o processo constituído por estágios como reconhecimento da necessidade, busca de informação, avaliação das alternativas, compra e avaliação pós-compra. Já para Solomon (2002) e Blackwell, Miniard e Engel (2005) o mesmo é composto por sete estágios, onde o estágio de compra difere do estágio de consumo, além de adicionarem o descarte. O primeiro estágio do processo é marcado pela identificação de uma necessidade. Uma necessidade a ser satisfeita, de acordo com Sheth, Mittal e Newman (2001), é “qualquer estado de privação, desconforto ou falta (física ou psicológica) sentido por uma pessoa”. Quando a necessidade é reconhecida, os consumidores buscam informações e soluções que a satisfaçam. Assim, a busca de informação é um processo onde o consumidor investiga o ambiente que está inserido à procura de dados para a tomada de decisão (BLACKWELL; MINIARD; ENGEL, 2005; SOLOMON, 2002). A busca de informação poderá ser interna quando o consumidor recuperar na memória o conhecimento, ou ainda nas tendências genéticas; e externa quando o consumidor coletar informações entre familiares e no mercado. Após encontrar a informação, surge a avaliação de alternativas que foram identificadas durante a etapa de busca. Para Sheth, Mittal e Newman (2001), comportamento do consumidor no estágio de compra deve ser dividido em três fases: alternativa preferida identificada; intenção de compra e realização efetiva de compra. Já para Blackwell, Miniard e Engel (2005), há um quarto estágio do processo de decisão de compra que é a etapa onde o consumidor define se irá ou não realizar a compra. Depois de realizar a compra e tomar posse do produto, o consumidor pode passar para o estágio do consumo, o momento em que o consumidor faz uso do produto (BLACKWELL; MINIARD; ENGEL, 2005). IV Simpósio Internacional de Administração e Marketing VI Congresso de Administração da ESPM São Paulo, 14 e 15 de outubro de 2009 5 O último estágio do processo decisório de compra é o descarte, que ocorre quando o produto não possui mais utilidade ou ainda quando o mesmo não satisfaz o consumidor. O descarte pode ocorrer por uma substituição ou a compra de um novo produto que proporcione maior satisfação que o anterior (MOWEN; MINOR, 2003). Nesse sentido, é fundamental que as empresas desenvolvam “produtos, embalagens e programas que estimulem decisões de descarte adequadas” (HAWKINS; MOTHERSBAUGH; BEST, 2007, p. 393). No entendimento de comportamento do consumidor existem crenças, valores e costumes em uma sociedade que são compartilhados por membros de grupos específicos de uma sociedade, membros da chamada subcultura. Schiffman e Kanuk (2000, p. 310) conceituam subcultura como sendo “um grupo cultural distinto que existe como um grupo identificável dentro de uma sociedade maior e mais complexa”. Outro aspecto pertinente no estudo do comportamento do consumidor é a classe social que, conforme Karsaklian (2004), é uma divisão relativamente homogênea de uma sociedade, onde é possível classificar indivíduos que compartilham valores, estilos de vida, interesses e comportamentos de consumo. Blackwell, Miniard e Engel (2005) destacam que a classe social a que uma pessoa pertence é influenciada pela sua família. Os padrões de consumo são moldados no decorrer do ciclo de vida da família e com o número, a idade e o sexo de seus membros em qualquer ponto do tempo (KOTLER; KELLER, 2006). De acordo com Kotler e Keller (2006), os papéis sociais e status são os últimos determinantes de influência social no comportamento do consumidor. O papel social é o que a pessoa desempenha no contexto social em que se encontra. Onde, como, quando, qual produto ou serviço adquirir e quem será o responsável pela aquisição é um processo que tem diversos papéis e sujeitos (MOWEN; MINOR, 2003, BLACKWELL; MINIARD; ENGEL, 2005). Na aquisição de um produto, Kotler e Keller (2006) afirmam que uma pessoa possui traços psicológicos distintos que levam reações coerentes e contínuas a um estímulo do ambiente, caracterizando sua personalidade. A personalidade tem influência no comportamento de compra e, por essa razão, é uma variável útil para analisar as escolhas do consumidor. As características psicológicas dizem respeito às qualidades interiores ou intrínsecas do consumidor e o comportamento do consumidor é fundamentado por diversas motivações (HAWKINS; MOTHERSBAUGH; BEST, 2007). Por fim, a aprendizagem pode ser considerada um processo onde indivíduos “adquirem o conhecimento e a experiência de compra e consumo que aplicam a um comportamento correlato futuro” (SCHIFFMAN; KANUK, 2000, p. 137). Para Karsaklian (2000), o aprendizado é uma modificação do comportamento a partir da experiência passada. IV Simpósio Internacional de Administração e Marketing VI Congresso de Administração da ESPM São Paulo, 14 e 15 de outubro de 2009 6 2.3 Comportamento do consumidor ecologicamente consciente Após a segunda guerra mundial, juntamente com a explosão de consumo veio o desperdício com o descarte inconsciente de sobras e de embalagens. Indivíduos deixaram de ser chamados de cidadãos e passaram a ser chamados de consumidores (DIAS, 2007). O processo se tornou insustentável, questionado por ambientalistas, gerando preocupação dos governos, consumidores e empresários com o ambiente natural. Assim o consumo sustentável levantou uma série de questões relacionadas ao bem estar do consumidor (BEDANTE, 2004). Ottman (1994) define a existência do consumidor verde. Para ele, existem os verdes verdadeiros, que possuem crença ambiental; os verdes do dinheiro, que gastam por produtos verdes mais em forma de doação; os quase verdes que não acreditam na sua influência direta e positiva no ambiente; os resmungões, desinformados quanto a questões ambientais e os marrons básicos, grupo menos envolvido com as questões ambientais. Para Roberts (1996 apud PEREIRA; AYROSA, 2004), entender o consumidor ecológico é necessário para que possam ser desenvolvidas estratégias de marketing adequadas. Estudos procuram identificar o perfil do consumidor verde, o que vai ao encontro da questão de ausência de relação direta entre consciência ecológica e o comportamento de compra (LAGES; NETO, 2002, PEREIRA; AYROSA, 2004). Pereira e Ayrosa (2004) destacam para a falta de estudos que possam identificar a existência, no Brasil, desse consumidor ambientalmente responsável. Porém para Bedante (2004) pesquisas mostram que o nível socioeconômico, o estilo de vida e o nível cultural são fatores que antecederiam uma predisposição dos consumidores ao ambientalismo. 3 MÉTODO A partir da natureza do problema, foi escolhida a pesquisa do tipo exploratória, com vertente qualitativa. Os métodos da pesquisa exploratória são flexíveis e é conduzida sobre uma amostra pequena, assim, os dados encontrados devem ser encarados como experimentais e serão mais adiante utilizados como base para novas pesquisas (MALHOTRA, 2006) Para averiguar como se dá o processo decisório de compra do consumidor ecologicamente consciente na aquisição de artigos de decoração de interiores na cidade de Porto Alegre foram entrevistados, conforme Figura 1, profissionais ligados à decoração de IV Simpósio Internacional de Administração e Marketing VI Congresso de Administração da ESPM São Paulo, 14 e 15 de outubro de 2009 7 interiores (arquitetos, decoradores e operadores de lojas de decoração) com a finalidade de identificar se esses profissionais influenciam na procura e na compra desses produtos. Figura 1 – Profissionais entrevistados no período de 7 a 15 de maio de 2009 Profissionais Entrevistados 1 2 3 Bioarquiteto Estudante de arquitetura, ambientalista, trabalha com permacultura Proprietários de lojas de decoração, que trabalha com produtos ecologicamente corretos. Fonte: Elaborado a partir da coleta de dados Além disso, esses contatos diretos com os profissionais do ramo serviram como base para elaboração do roteiro das entrevistas em profundidade subseqüentes com os consumidores ecologicamente conscientes, que são o foco desse estudo. É considerado ecologicamente consciente aquele consumidor que acredita que pode fazer algo pelo meio ambiente através do consumo consciente e que por compartilhar desse pensamento opta por pelo menos algum tipo de produto ecologicamente sustentável. Constituíram-se então como sujeitos da pesquisa 10 consumidores ecologicamente conscientes escolhidos por conveniência pelo sistema de bola de neve e a coleta de dados através de entrevistas em profundidade ocorreu no período de 20 a 31 de maio de 2009. Aaker, Kumar e Day (2001) citam que a entrevista em profundidade feita direta e pessoalmente permite ao entrevistador testar seu interlocutor com a finalidade de retirar dele as informações quanto às suas atitudes, motivações e sensações a respeito de alguma questão. Nesse sentido, após a transcrição e leitura atenta dos depoimentos, foi possível construir um entendimento sobre as questões levantadas. No que diz respeito ao processamento dos dados, foi utilizada a técnica de análise de conteúdo através da codificação e distribuição dos dados em categorias para posterior interpretação. Para Roesch (2009), a análise de dados tem por objetivo a construção da teoria a partir dos dados obtidos, transformando-os em uma visão teórica da realidade. A seguir, são demonstrados os resultados do estudo. 4 RESULTADOS Conforme mencionado, o grupo de respondentes foi formado por 10 consumidores classificados como ecologicamente conscientes e possuem entre 21 e 40 anos. Para finalidade IV Simpósio Internacional de Administração e Marketing VI Congresso de Administração da ESPM São Paulo, 14 e 15 de outubro de 2009 8 de análise, as categorias adotadas foram reconhecimento da necessidade, busca de informações, avaliação das alternativas, compra, consumo, avaliação pós-consumo e descarte. 4.1 Reconhecimento da necessidade e busca de informações O reconhecimento da necessidade é oriundo, conforme Sheth, Mittal e Newman (2001) de uma privação, falta física ou psicológica ou desconforto que o indivíduo sente. Identificou-se que os consumidores ecologicamente conscientes adquirem produtos de decoração de interiores quando montam suas casas, pretendem remodelar a decoração ou ainda quando querem somar bens à sua atual moradia. De acordo com Shiffman e Kanuk (2000), os consumidores percebem a necessidade de adquirir um novo produto de duas formas: quando um produto deixa de desempenhar sua função ou então quando sentem o desejo de possuírem algo novo como ficou evidenciado pela Entrevistada 7: “[...] a gente sempre quer renovar, então sempre se tem coisas em mente pra comprar, uma parede que espera um quadro, um espaço que planejamos colocar determinado móvel”. Quando a necessidade é reconhecida, os consumidores buscam informações para que essa falta seja suprida. Este é um processo investigatório do consumidor, onde ele procura, interna ou externamente, dados que lhe permitam tomar a decisão mais apropriada (BLACKWELL; MINIARD; ENGEL, 2005; SOLOMON, 2002). O consumidor pode proceder esta coleta interna de informações na sua memória como relatou a Entrevistada 1: “conheci os produtos verdes através dos meus pais que sempre me ensinaram a preservar [...] se todos se conscientizassem dos benefícios de contribuir para o meio ambiente nas pequenas coisas, de comer até decorar casas”. Na busca externa, foi possível identificar que a principal fonte de informações utilizadas pelos entrevistados é a internet: “vou buscar pelo Google sites sobre o assunto” (Entrevistado 1); e que eles também costumam procurar informações nas etiquetas dos produtos, sendo a existência dessas etiquetas um fator bastante valorizado pelos respondentes: “Mesmo pessoas que não conheçam muito a respeito deste assunto irão conhecer e quem sabe se interessar. Acho que na etiqueta deveria haver informações de benefícios também” (Entrevistado 3). Os consumidores ecologicamente conscientes são bastante cuidadosos na busca de informações, inclusive alguns se mostraram céticos quanto às informações contidas na propaganda desse tipo de produto. Essa questão pode ser melhor compreendida através do IV Simpósio Internacional de Administração e Marketing VI Congresso de Administração da ESPM São Paulo, 14 e 15 de outubro de 2009 9 relato da Entrevistada 4, quando ela destaca:“[...] no nosso país não dá pra confiar muito. Outro dia vi um anúncio de um residencial que se disse ecológico [...] O governo deveria investigar mais isso, deve ter muita coisa que se diz ecológica e não é”. Para evitar esse tipo de desconfiança por parte dos consumidores, Pereira e Ayrosa (2004) colocam que os profissionais de marketing devem ser cuidadosos ao desenvolver campanhas publicitárias contendo abordagens ambientais, uma vez que a percepção dos consumidores ecologicamente conscientes em relação a apelos ambientais falsos na propaganda afeta negativamente a credibilidade do anúncio e, consequentemente, impacta desfavoravelmente nas suas atitudes em relação à marca à intenção de compra. Ferrel e Hartline (2006) destacam dois tipos de busca de informações: a passiva e a ativa. Na busca passiva de informações, o consumidor é atento e receptivo observando propagandas de produtos ou serviços nos quais esteja interessado. Já na busca ativa de informações, o consumidor age diretamente, dirigindo-se a amigos, visitando revendedores ou navegando na Internet. Os autores afirmam ainda que a busca de informações é diretamente proporcional à importância da compra, ou seja, quanto maior o risco envolvido, maior é a busca para neutralizar esse risco. Nesse sentido, notou-se entre os entrevistados que alguns deles estão receptivos e observam os produtos nos quais estão interessados: “eu não saio pra comprar um produto que seja ecologicamente correto, eu saio pra comprar um produto de decoração, se ele for ecologicamente correto, melhor” (Entrevistada 7), enquanto outros agem diretamente na busca de informações, pois, na visão de Solomon (2002), quando os consumidores estão engajados na busca de determinado artigo, procuram tanta informação quanto seja necessária para a tomada da decisão: “eu pesquiso bastante, vou nas lojas, olho na internet [...] pra ver a maior quantidade de produtos possível pra ficar segura na escolha” (Entrevistada 10). A questão da falta de informações foi bastante salientada pelos consumidores entrevistados. O fato de os consumidores que estão dispostos a adquirir produtos ecologicamente sustentáveis desconhecerem muitas das opções de produtos existentes no mercado contribui para que eles acabem comprando produtos que não são ecologicamente sustentáveis. Cabe então, às empresas fabricantes divulgar esse fator, tanto como forma de agregar valor ao seu produto, como também visando contribuir para a maior divulgação sobre a comercialização dos mesmos. Os comentários do Entrevistado 8 ilustram: “[...] acho que precisamos mudar nossos hábitos de consumo, mas ainda falta muita informação. A gente não sabe nem onde procurar pelos produtos, precisamos saber onde comprar” IV Simpósio Internacional de Administração e Marketing VI Congresso de Administração da ESPM São Paulo, 14 e 15 de outubro de 2009 10 4.2 Avaliação das alternativas pré-compra Após a etapa da busca de informações, de posse dos dados coletadas, os consumidores elaboram um comparativo entre as opções disponíveis. Na concepção de Mowen e Minor (2003), boa parte do esforço empregado durante o processo decisório de compra, ocorre no estágio da avaliação das alternativas pré-compra: “Primeiro eu vejo se preciso realmente. Se sim, eu vejo as características do produto, se ele preenche o que eu estou precisando, se é bonito e o preço e, além disso, se ele é saudável ao meio ambiente” (Entrevistada 5). De acordo com Blackwell, Miniard e Engel (2005), os critérios de avaliação são uma forma de manifestação dos valores, necessidades e estilo de vida dos consumidores. Alguns desses valores que influenciam as alternativas que serão avaliadas são salientes, enquanto outros são determinantes. Os atributos salientes são os que os consumidores entendem como mais importantes. Quando perguntados se quando vão comprar um produto de decoração levam em consideração o fato destes produtos serem ou não ecologicamente sustentáveis e de estarem de acordo com parâmetros ambientais, alguns dos entrevistados responderam que a questão ambiental é sim um fator que interfere na avaliação dos produtos: “sempre procuro escolher os produtos que compro de forma a contribuir com o meio ambiente” (Entrevistada 4); “[...] eu prefiro os produtos ecológicos, ou os que agridem menos o meio ambiente” (Entrevistada 5). Outros consumidores destacam apesar dessa característica ser bem vinda não está entre os atributos salientes: “não é a minha principal preocupação, mas havendo a possibilidade de adquirir um produto que supra as minhas necessidades e que tenha essa característica de ser ecológico eu acho muito interessante” (Entrevistada 7). Os critérios que o consumidor utiliza para a tomada de decisão variam em razão das características tangíveis, como custo e desempenho e também em razão de características intangíveis como estilo, prestígio e imagem da marca. Layragues (2000) acredita que a escolha de um produto é mais ampla do que a questão qualidade/preço, considera também o meio ambiente, não o prejudicando em nenhuma etapa de seu ciclo de vida. Entretanto, os entrevistados salientaram a preocupação com a questão qualidade/preço. Os trechos das entrevistas confirmam: “eu levo sempre em consideração pra qualquer tipo de produto primeiro o meu gosto pessoal [...] a qualidade e o preço”. (Entrevistado 8); “[...] vejo também questão custo-benefício que acredito que é bem importante” (Entrevistada 7); “eu peso a qualidade e o preço e se o produto me atrai” (Entrevistado 2). IV Simpósio Internacional de Administração e Marketing VI Congresso de Administração da ESPM São Paulo, 14 e 15 de outubro de 2009 11 É possível observar que os critérios de avaliação são diferentes no que diz respeito a tipo, quantidade e importância. A comparação pode levar em conta apenas um ou vários critérios. Quando a escolha envolve mais de um critério, eles têm pesos diferentes (ETZEL; WALKER; STANTON, 2001). Destacadas as características consideradas relevantes pelos consumidores ecologicamente conscientes no momento da avaliação das alternativas para a tomada de decisão, a etapa seguinte a ser analisada é a compra. 4.3 Compra, consumo e avaliação pós-consumo É referido por Ugalde (2007) que a compra é a etapa mais ao centro do processo de decisão e é a fase na qual novas deliberações precisam ser tomadas em relação ao local e quantidade a ser comprada, sistema e prazo de pagamento e recebimento do produto ou serviço. No caso da decisão de compra de produtos de decoração, sabe-se que a mesma pressupõe alguma complexidade, uma vez que, estão envolvidos valores financeiros mais elevados e, por essa razão, o consumidor poderá demandar mais informações para decidir: “Eu pesquiso bastante, vou às lojas, olho na internet, faço pesquisa pra ver a maior quantidade de produtos possível pra ficar segura na escolha” (Entrevistada 10). A questão dos consumidores não se sentirem seguros em relação à quantidade de informações para a tomada decisão encontra-se neste depoimento: “Ainda falta segurança para decidir em virtude de não possuir total conhecimento sobre os parâmetros ambientais” (Entrevistado 2). Uma das maneiras de suprir a falta de informações que, como já foi comentado, consiste numa das questões relevantes dos relatos dos consumidores ecologicamente conscientes, é solicitar a ajuda do profissional especializado: “sempre comprei de marcas boas, com excelentes profissionais que me orientaram muito bem sobre os mesmos” (Entrevistada 1). Os consumidores que optam por solicitar o auxílio dos profissionais, como os consultados na primeira fase das entrevistas em profundidade, já estão dispostos a adquirir produtos ecologicamente sustentáveis como foi relatado pelo Profissional 3: “[...] normalmente os clientes já vem com essa intenção clara”, mas cabe ao profissional sugerir outras soluções: “eles já vêm determinados, porém sempre vou abrindo possibilidade de agregar outros materiais, outros produtos e transformar o projeto” (Profissional 1). IV Simpósio Internacional de Administração e Marketing VI Congresso de Administração da ESPM São Paulo, 14 e 15 de outubro de 2009 12 O consumo é apontado por Solomon (2002) como sendo o quinto estágio do modelo de processo de decisão do consumidor e é quando se dá a utilização do que foi comprado pelo consumidor. Com relação a esta etapa, um dos profissionais entrevistados afirma que a adoção de produtos ecologicamente sustentáveis diz respeito a algo maior que o consumo propriamente dito: “[...] o produto não é só consumo, ele é consumo e uma indicação toda, porque os próprios consumidores são a mídia, a propaganda desse produto” (Profissional 2). O momento em que o uso acontece, o local, a forma e a quantidade em que os produtos são consumidos são aspectos importantes a serem considerados, uma vez que revelam o comportamento de consumo (UGALDE, 2006). De acordo com Blackwell, Miniard e Engel (2005), o comportamento de consumo contempla também as sensações que consumidores têm quanto à utilização dos diversos produtos e estas podem ser positivas (como excitação, prazer, alívio) ou negativas (raiva, chateação, culpa). Nesse sentido, notouse que os entrevistados que já adquiriram produtos ecologicamente sustentáveis, quando questionados a respeito das sensações que tiveram após a compra relataram sentirem-se confortáveis com a decisão: “Pelo contrário, eu adoro comprar produtos ecologicamente sustentáveis” (Entrevistado 8). Pode-se perceber neste relato que o consumidor já está ingressando no sexto estágio do processo de decisão do consumidor que é a avaliação pós-consumo, no qual os consumidores vivenciam a sensação de satisfação ou de insatisfação com os bens adquiridos e utilizados. Os entrevistados mostraram-se satisfeitos com suas escolhas em relação a produtos ecologicamente corretos, como atestam os seguintes depoimentos: “Por mais que eu tenha pago mais caro, a satisfação é maior quando vejo o produto na minha casa e lembro do benefício de ter comprado e uma sensação que fiz a minha parte” (Entrevistado 3). O fato de os respondentes não terem demonstrado dissonância pós-compra, que ocorre quando o consumidor se sente inseguro com a compra realizada, pode ser explicado pelas expectativas que esses consumidores possuem em relação a esses produtos (HAWKINS; MOTHERSBAUGH; BEST, 2007). Considerando-se que a satisfação dos consumidores em relação a um produto não depende apenas da sua performance, mas também do que o consumidor espera. As expectativas identificadas nos relatos dos consumidores foram de contribuição, no sentido de os entrevistados sentirem que ao optarem por esses produtos estão contribuindo para melhorar a situação ambiental; de confiança na marca e no produto, onde eles demonstraram confiar nas escolhas que fazem no que diz respeito aos produtos ecologicamente sustentáveis. A figura 2 exemplifica com alguns depoimentos esta classificação: IV Simpósio Internacional de Administração e Marketing VI Congresso de Administração da ESPM São Paulo, 14 e 15 de outubro de 2009 13 Figura 2 – Expectativas dos consumidores ecologicamente conscientes em relação aos produtos ecologicamente sustentáveis De Contribuição Confiança na marca e/ou no produto “[...] a divulgação destes produtos é maior, o que nos estimula a contribuir sim, o que é uma responsabilidade social para com o planeta” “sempre comprei de marcas boas, com excelentes profissionais que me orientaram muito bem sobre os mesmos” “[...] tento fazer a minha parte e buscar produtos que sejam sustentáveis” “[...] eu tenho certeza que estou tendo um ganho comprando, mesmo o valor sendo mais elevado” “[...] eu acredito que para saber se um produto é ou não ecologicamente sustentável, é preciso primeiramente avaliar a empresa que o produz” Fonte: Elaborado a partir da coleta de dados “sempre procuro escolher produtos que compro de forma a contribuir com o meio ambiente” 4.4 Descarte O último estágio do processo de compra é o descarte, que acontece quando o produto não é mais útil: “pra descartar esse tipo de produto é porque está estragado” (Entrevistado 8). Assim, quando o consumidor toma consciência de que o produto não apresenta mais a funcionalidade, ele tem diversas opções desde o descarte completo, reciclagem, troca, venda, doação, empréstimo ou até jogar fora no lixo comum (HAWKINS; MOTHERSBAUGH; BEST, 2007). Este depoimento exemplifica: “Depende do objeto, alguns faço doação, outros vendo, mas só jogo realmente fora quando não há outra opção” (Entrevistada 4). Muitas vezes o descarte ocorre pela substituição, ou seja, pela compra de um novo produto que proporcione maior satisfação que o anterior: [...] em caso de troca né, um sofá que fica velho e precisa ser trocado” (Entrevistada 7). Nesse contexto, notou-se que os entrevistados costumam optar pela doação como forma de se desfazerem dos bens de decoração considerados sem utilidade: “[...] se preciso me desfazer de algum produto com certeza dou pra alguém, ou faço uma doação ao Mensageiros da Caridade, por exemplo” (Entrevistado 3); “pra descartar esse tipo de produto é porque está estragado, se não estiver muito ruim eu dou pra alguém ou dôo pro Mensageiros da Caridade” (Entrevistado 8). Solomon (2002) acredita que frequentemente as pessoas criam laços com os produtos, o que pode tornar a decisão de desfazer-se deles dolorosa, o que se pode perceber pelo comentário do Entrevistado 3 quando questionado a respeito de qual destino dá a esses produtos quando os descarta: “Acho que objetos de decoração a gente vai somando na casa né, não é um tipo produto que se doa muito, [...]... então um vai completando o outro.” IV Simpósio Internacional de Administração e Marketing VI Congresso de Administração da ESPM São Paulo, 14 e 15 de outubro de 2009 14 A preocupação com o ambiente em conjunto com uma necessidade de conveniência facilitou o descarte, uma vez que o descarte tornou-se um atributo-chave (SOLOMON, 2002). Mesmo que o descarte seja apenas uma das alternativas para se desfazer de um produto que não está mais desempenhando o seu papel é de longe a mais utilizada pelos consumidores em geral. Entretanto, para o consumidor ecologicamente consciente a preocupação com o descarte de produtos que não satisfazem mais suas necessidades é uma variável bastante considerada, o que ficou evidenciado por estes comentários: “Na hora da troca dou prioridade às empresas que reutilizam o material velho para transformar em novo” (Entrevistada 1); “Reciclagem” (Entrevistada 6). Na figura 3 é apresentada uma síntese das razões e formas elencadas para o descarte de produtos de decoração de interiores. Quadro 11 – Razões e formas para o descarte de produtos de decoração de interiores Razões para o descarte de produtos de decoração de interiores Formas de descarte Substituição do produto por não cumprir mais com sua função Doação Substituição por um produto que cause maior satisfação Reciclagem Fonte: elaborado com base na coleta de dados Finalizada a análise da categoria descarte, que é a última etapa do processo decisório do consumidor, apresentam-se as considerações finais do estudo. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente estudo concentrou-se no processo decisório do consumidor ecologicamente consciente na compra de produtos de decoração de interiores. De acordo com os respondentes, o reconhecimento da necessidade ocorre quando os consumidores percebem a necessidade de aquisição desses produtos quando precisam mobiliar suas casas, quando querem acrescentar móveis à sua decoração, ou ainda quando os móveis ou objetos que possuem estragam e sua função fica comprometida. Na busca de informações, etapa seguinte ao reconhecimento da necessidade, os meios que os consumidores costumam utilizar são a internet, as embalagens e as etiquetas dos produtos, conversas com profissionais do ramo como vendedores, arquitetos e decoradores. Já no estágio de avaliação das alternativas pré-compra, os entrevistados verificam se os produtos são realmente necessários e, além disso, procuram fazer uma comparação entre o gosto IV Simpósio Internacional de Administração e Marketing VI Congresso de Administração da ESPM São Paulo, 14 e 15 de outubro de 2009 15 pessoal, qualidade e preço, resultando então desse comparativo a chamada avaliação custobenefício. O preço é uma questão relevante na opinião dos entrevistados, entretanto, uma vez que o produto cumpra com sua função, atenda às características comentadas no gosto pessoal, o consumidor não se importa em pagar um pouco a mais pelos produtos. Quanto ao consumo, os entrevistados não mostraram dissonância pós-compra, que pode acontecer quando o consumidor se sente inseguro em relação à compra. Ao contrário, os consumidores consideram que a performance dos produtos ecologicamente sustentáveis já adquiridos por eles estava de acordo com o esperado. O que pode se dever ao fato de as suas expectativas de contribuição e de confiança na marca e/ou no produto terem sido atendidas. Na etapa de avaliação pós-consumo, os respondentes não demonstram insatisfação. Os motivos para o descarte apontados nesse trabalho foram a substituição do produto por ele não mais cumprir com a sua função ou a substituição por um produto que proporcione maior satisfação. Os destinos dados aos produtos descartados pelos entrevistados são a reciclagem e a doação. Tendo sido respondidos os objetivos de pesquisa, cabe comentar sobre as limitações do estudo. A principal limitação relaciona-se à dificuldade em encontrar consumidores ecologicamente conscientes e a outra limitação diz respeito às fontes teóricas de consulta que ainda são escassas em relação a este tipo de produto. E, por fim, com base na experiência deste estudo, sugere-se que sejam realizadas futuras pesquisas neste tema, utilizando uma vertente quantitativa, onde as variáveis influenciadoras do processo decisório possam ser mensuradas e uma pesquisa que investigue formas de influenciar as pessoas a pensar a respeito de seu comportamento de consumo em relação a produtos de decoração de interiores. IV Simpósio Internacional de Administração e Marketing VI Congresso de Administração da ESPM São Paulo, 14 e 15 de outubro de 2009 16 THE PURCHASING DECISION-PROCESS OF INTERIOR DECORATION PRODUCTS BY ECOLOGICAL CONSUMERS ABSTRACT This article aims to analyze the ecological consumer's decision process on the purchase of interior decoration materials in the city of Porto Alegre. In order to achieve the objectives considered in this paper, a bibliographical and documental research was made through various books and academic articles on the subject. By the important variables identification in the bibliographic research the interview script was elaborated and applied through in-depth interviews in two steps. In the first round, three ecological decoration experts were interviewed and, in the second one, ten consumers who were considered ecologically aware were interviewed. The data collected were processed with the content analysis technique and produced results that were able to answer all the objectives set in this project. Among the main finds we can highlight that there is much information about environment problems, but as ecologic products there is still lack of information and as long as the products don’t have a high cost comparing to the similar products, the ecological interior decoration products have a high acceptance by the consumers. Keywords: Consumer Behavior. Purchase Decision Process. Green Marketing. Ecologic products. Ecological consumers. IV Simpósio Internacional de Administração e Marketing VI Congresso de Administração da ESPM São Paulo, 14 e 15 de outubro de 2009 17 REFERÊNCIAS AAKER, D. A; KUMAR, V; DAY, G. S. Pesquisa de marketing. São Paulo: Atlas, 2001. BEDANTE, Gabriel N. A influência da consciência ambiental e das atitudes em relação ao consumo sustentável na intenção de compra de produtos ecologicamente embalados. 2004. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós- Graduação em Administração, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2004. BLACKWELL, R. D; MINIARD, P. W; ENGEL, J. F. Comportamento do consumidor. 9 ed. São Paulo: Cengage Learning, 2005. CZINKOTA, M. R. et al. Marketing: as melhores práticas. Porto Alegre: Bookman, 2001. DIAS, R. Marketing ambiental. São Paulo: Atlas, 2007. ETZEL, M. J; WALKER, B; STANTON, W. Marketing. São Paulo: Makron Books, 2001. FERREL, O. 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