ABEMD Associação Brasileira de Marketing Direto Setembro / 2003 Edição nº 23 - Ano III R$ 8,00 MARKETING DIRETO Publicação da Associação Brasileira de Marketing Direto Empresas planejam aumentar investimento em Marketing Direto Leia também: • Odair Gutirres explica como o Marketing Direto pode ajudar o Terceiro Setor. • Os bastidores do Maximídia Direct. Veja como foi concebido e organizado o evento. anúncio datalistas (1 página) 2 Marketing Direto EXPEDIENTE Diretoria Presidente: Efraim Kapulski Vice-presidente: Wilmar Munhós Diretor de Agências: Otavio Dias; Diretora de Call Center: Ana Davalos; Diretor de E-Commerce: Antonio Rosa; Diretor de Estudos de Mercado: Antônio Carlos Carletto; Diretora Financeira: Sandra Camelier; Diretor de Logística: Fernando Mutarelli; Diretor de Relações Internacionais: Abaetê de Azevedo; Diretor de Sucursais: Jeffrey Costa. Comitês Presidente: Efraim Kapulski Coordenadores: CRM / Database: Eduardo Ramalho; E-mail Marketing: Antonio Rosa; Fund Raising / TTerceiro erceiro Setor: Odair Gutirres; Interassociativo / Banco de dados: Sandra Camelier; Logística: Fernando Mutarelli; Prêmio ABEMD: Otavio Dias; Recenseamento de Listas: emVicente Argentino; Serviços de Suspensão TTemporária e Inclusão: Paulo Vasconcelos; Tecnologia: Roberto Barbeiro. Conselho de Administração Presidente: Nelson G. Alves Reis Vice-presidente: Paulo F. Vasconcelos Alexandra Periscinoto, Alexandre Jau, André Sobral, Andréa Laurito Russo, Daniel Faccini Castanho, Eduardo Souza Aranha, Eduardo Wilson R. Ramalho, Fernando Costa, Flávio Salles, Francisco José Pereira, Gunther Klaus A. Reis, Gustavo Mauroy, Henrique J. A. Mello, Jaime Guarita, Jakobus Siewers, João Marcelo Rozario da Silva, José Antonio Soler, Márcio Ribeiro, Márcio Valente, Maria Luiza Piccioli, Odair Cerdeira Gutirres, Paulo Geraldo Cavalcanti, Pedro Renato Eckerdorff, Pedro Sergio Venturini Martinez, Pio Borges, Ricardo Musumeci, Roberto Miranda, Roberto Pessoa Madruga, Rubens Stephan, Sergio Augusto R. Alves Jr, Silvio Lefèvre. Conselho Fiscal Aurélio Lopes, Edson W. Soares, Vicente Argentino. Associação Brasileira de Marketing Direto Avenida São Luís, 50 – 13o andar cj. 132 B – Edifício Itália CEP 01046-926 – São Paulo/SP – Brasil Tel: (11) 3129-3001 – www.abemd.org.br Comercial: Cláudio Toledo Eventos: Salete Guimarães Administração e Finanças: Valmir Neme Revista Marketing Direto é uma publicação da Associação Brasileira de Marketing Direto (ABEMD) Editor: Simon Widman Assistente Editorial: Natasha Kapulski Criação e Arte: Adriana Cassiano Diagramação: Silvana Rosental Produção: Estela Ladner Editoração eletrônica: Espaço 2 Comunicações Pré-impressão, impressão e acabamento: Takano Editora Gráfica 1234567890123456789012345678901212345678901 1234567890123456789012345678901212345678901 1234567890123456789012345678901212345678901 Escreva para a revista Marketing Direto. 1234567890123456789012345678901212345678901 1234567890123456789012345678901212345678901 Mande seus comentários e sugestões para o e-mail: 1234567890123456789012345678901212345678901 1234567890123456789012345678901212345678901 [email protected] 1234567890123456789012345678901212345678901 CART A CARTA AO LEITOR Tomando emprestada uma analogia criada por Francesc Petit, em que compara a criação de uma marca à gestação de um filho, é essa também a sensação que temos a cada mês, quando preparamos uma nova edição desta revista. Todas as etapas do trabalho – da definição da pauta ao refile na gráfica – são acompanhadas com atenção e expectativa pela equipe envolvida. E quando a revista se materializa, ela é sempre festejada, da mesma forma como se recebe um novo membro da família. Alguns “revisteiros radicais” – em “off”, o Efraim, presidente da ABEMD, faz parte desse grupo - têm o hábito de apalpar as folhas e até mesmo aproximar das narinas um exemplar recém saído das máquinas para sentir o cheiro da tinta ainda fresca. Guardadas as diferenças, é mais ou menos como os pais fazem para sentirem o natural perfume de seus bebês ao tomá-los no colo. Para nós, portanto, toda edição é uma cria única e comemorada. Neste número, sem qualquer menosprezo aos demais membros da “prole”, a revista tem um significado que justifica um entusiasmo ainda maior. A distribuição coincide com o Maximídia Direct, evento promovido pelo Grupo Meio&Mensagem em conjunto com a ABEMD. Realizado em paralelo ao já consagrado Maximídia, que reúne há 13 anos o mundo da publicidade, o Maximídia Direct confirma o reconhecimento atribuído ao Marketing Direto no âmbito da Comunicação e do Marketing. Também nesta edição reproduzimos, com a devida autorização, matéria da Revista do Anunciante com os principais pontos de um debate realizado na Associação Brasileira de Anunciantes (ABA) que teve como tema central o Marketing Direto e como debatedores profissionais, representantes de entidades e usuários das ferramentas dessa disciplina. E, não por coincidência, escolhemos como matéria de capa reportagem em que a importância, os atributos e os benefícios do Marketing Direto são destacados por profissionais de empresas que utilizam as ferramentas do setor em suas estratégias de comunicação. Os depoimentos desses profissionais explicam, na prática, os dados levantados por diferentes pesquisas que revelam o aumento da participação do Marketing Direto no mix de ações de comunicação planejada pela grande maioria das empresas. O Editor Marketing Direto 3 Frases ................................................ 6 Livro de Pio Borges descreve os pecados capitais do Marketing Direto ................................................. 7 Entrevista com Odair Gutirres mostra os benefícios que o Marketing Direto pode levar ao Terceiro Setor ............... Foto: Ismar Almeida ÍNDICE 8 Novos associados da ABEMD ........... 11 Tendências: Como tirar proveito da possibilidade de escolha oferecida pela TV Interativa, por Renato de Paula .............................................. Capa: Aumenta a fatia do Marketing Direto no bolo da comunicação ................................. 4 Marketing Direto 14 18 Francesc Petit lança livro sobre Marcas ........................................... 26 Especial: Marketing Direto em debate na ABA ............................... 28 Anuário da ABEMD recebe Prêmio Internacional .................................. 38 Mercado ........................................ 40 Novos associados da ABEMD .......... 44 Agenda de eventos ........................ 45 Causos do Marketing Direto .......... 46 anúncio fábrica (1 página) Marketing Direto 5 FRASES “Comunicação integrada... é a perfeita integração da campanha com a personalidade da marca. É, também, a sinergia da mensagem com o conteúdo do veículo onde está inserida, com o ambiente editorial que envolve a campanha. É, ainda, a simbiose com o cotidiano dos consumidores, entendendo seus hábitos e atitudes, preferências e incômodos.” Walter Longo em artigo para o jornal Meio&Mensagem de 1º de setembro de 2003. “A possibilidade de mensurar com grande precisão os resultados e os riscos de qualquer investimento torna o Marketing Direto um processo muito mais efetivo.” “Ter um bom programa de relacionamento é hoje uma questão de sobrevivência para as empresas que querem conquistar a confiança de seus clientes.” Luis Henrique Fichman, da Seleções do Reader’s Digest em entrevista à revista Marketing Direto. Regina Ber nardi, da TTelefônica elefônica Empresas em entrevista à revista Marketing Direto. “Saber com razoável precisão o resultado de determinada ação faz toda a diferença.” “A propaganda sozinha funciona cada vez menos... é fundamental fazer comunicação integrada.” André Herrmann, da Editora3 em entrevista à revista Marketing Direto. Roberto Medina em entrevista para a revista About Rio de agosto de 2003. Anúncio de 1/2 página (14 x 21 cm) Encontra 6 Marketing Direto LEITURA Lançado livro de Pio Borges sobre os sete pecados capitais do Marketing Direto A Editora Nobel lançou no mês de agosto o livro “Os sete pecados capitais do Marketing Direto”, de autoria de Pio Borges. Ex-presidente da Draft Worldwide do Brasil e atual sócio-presidente da PB Marketing Direto, Pio Borges verificou ao longo de sua trajetória em Marketing Direto no Brasil e no exterior que os erros sempre se repetem e têm uma incrível relação com os sete pecados capitais. Segundo Pio “a maior vantagem do aprendizado é tornar-se mais eficiente através dos erros dos outros”. Ao traçar um paralelo com a teoria da evolução das espécies de Darwin, Pio assinala que “o marketing, e em especial de Marketing Direto, não podemos esperar tanto tempo. Cabe a nós entendermos o mercado, os consumidores, o potencial de negócios e, em meio a este mar de dúvidas, traçarmos o que consideramos o melhor caminho para atingirmos um objetivo. A pior coisa que nos pode acontecer é iniciar uma empreitada a partir de mapas errados. Os erros são justamente os pecados capitais relacionados no meu livro. A sua enumeração poderá parecer aos especialistas a relação do óbvio ululante, mas há tanta coisa que é óbvia deixada de lado pelos motivos mais diversos... É uma relação inteiramente pesquisada, temperada pela observação de fatos reais de que na maioria dos casos eliminei a referência a pessoas ou a empresas que falharam. Lembro que para estudar doenças, ou males físicos, o médico não precisa dizer o nome, nem onde mora o paciente. A lição a aprender vem de como evitar a doença ou tratar de sua cura. Para quem vive de Marketing Direto saber que do lado de quem precisa comprar serviços de Marketing Direto há pessoas informadas sobre os benefícios e os problemas que o uso da ferramenta podem trazer, soa como música. Os erros - dos outros, preferencialmente - bem analisados, evitam que cometamos os mesmos erros por mera distração, ou por cairmos nos sete pecados de que o livro trata.” O autor considera os seus sete pecados do Marketing Direto como os motivos para as empresas não merecerem o “Olimpio dos deuses” do mercado atualmente. Os sete pecados capitais relacionados por Pio Borges são: ter a vontade maior do que a razão, interpretar mal as inspirações, partir de princípios determinados pelos outros, passar de espectador a ator sem auto-censura, ter horror a fazer contas, não aprender com os erros dos outros e não ter dinheiro suficiente. Para Peter Rosenwald, consultor estratégico da RBS Direct que escreveu o perfácio do livro, “não cometer os pecados capitais é difícil e um trabalho sem muito glamour. Significa insistir que toda a equipe de marketing use seu tempo para desenvolver habilidades analíticas, cedendo a seus instintos e egos diante de fatos comprováveis. Isso quer dizer que o entusiasmo inicial deve ser temperado com experiência e dado. Significa que é preciso aprender a amar a accountability e viver essa realidade, mesmo quando isso requeira a admissão de um insucesso”. Marketing Direto 7 ENTREVISTA ODAIR GUTIRRES MARKETING As ferramentas do Marketing Direto, que ganham cada vez mais espaço nas estratégias de Marketing das corporações, também têm se mostrado de grande proveito para atrair recursos e voluntários para o TTerceiro erceiro Setor Setor.. A clara adequação dessas ferramentas às ações de fund raising é o tema central desta entrevista com Odair Gutirres, um dos maiores especialistas brasileiros nesse segmento, que desde 1982 utiliza o arsenal do Marketing Direto para alavancar ações de grande impacto social. Presidente da PMK Marketing Direto & Consultoria, com especialização em Marketing Social e Fund Raising político e filantrópico pela Advanced Direct Marketing School de Washington, Odair coordena inúmeros projetos de levantamento de fundos para entidades do Brasil e do exterior exterior.. Apesar do crescente uso das ferramentas do Marketing Direto no TTerceiro erceiro Setor Setor,, Odair alerta que ainda há muito espaço para avançar nessa área, principalmente no preparo de profissionais brasileiros especializados em fazer a ponte entre o cidadão que quer contribuir e a entidade que precisa desse apoio para cumprir seus nobres objetivos. 8 Marketing Direto direto ao coração Revista Marketing Direto – Como vê o momento atual do TTerceiro erceiro Setor e como o Marketing Direto pode ajudar? Odair Gutirres – Eu vejo de uma maneira muito positiva essa preocupação social que aos poucos vai atingindo todos os setores da sociedade, esse aumento da consciência de que é preciso “arregaçar as mangas” e cada um fazer a sua parte. E as ferramentas do Marketing Direto, embora tenham um papel ímpar quando falamos do levantamento de fundos para o Terceiro Setor, ou seja, fund raising, talvez sejam as mais adequadas para ampliar essa participação social, ou seja, você consegue atingir as capilaridades mais profundas da sociedade, motivando-as a participar, articulando-as a favor de uma causa ou de um projeto. E permite que as entidades filantrópicas contem com uma participação mais efetiva da própria sociedade, enquanto conjunto de pessoas físicas, e se desenvolvam independentemente de ajudas governamentais ou de patrocínios de grandes empresas. Revista Marketing Direto – O Marketing Direto é, então, eficaz no recrutamento de voluntariado? Odair Gutirres – Sem dúvida. E de um modo muito mais amplo e rápido do que o proselitismo tradicional, na base do corpo-a-corpo, pois o número daqueles que querem participar é muito maior ria de retorno o Brasil não deve nada para qualquer país, incluindo os Estados Unidos e a Alemanha, que têm grande tradição em matéria de levantamento de fundos através das ferramentas do Marketing Direto. A generosidade do povo brasileiro é historicamente conhecida. O grande problema no Brasil é que poucos são os que pedem de forma sistemática e, sobretudo, pouquíssimos os que pedem adequadamente. do que aqueles que efetivamente podem e irão participar. Portanto, é preciso considerar uma outra categoria de voluntário que poderá ser recrutado: aquele que, não dispondo de tempo, participa doando recursos financeiros para uma instituição. Como descobrir esse voluntário que está disperso na sociedade? É aí que as ferramentas do Marketing Direto são de uma eficácia enorme. Especialmente detectando aqueles que poderão participar doando recursos financeiros. Revista Marketing Direto – Levantar fundos por Marketing Direto também funciona no Brasil? Odair Gutirres – Mas é claro! E funciona tão bem como em outros países. Digo mais: em maté- Revista Marketing Direto – O que significa “pedir adequadamente”? Odair Gutirres – Pedir algo é sempre uma coisa muito delicada, às vezes constrangedora. Principalmente porque o pedido de doação não é uma transação comercial. A pessoa que doa não recebe nada de material em troca, nenhum produto ou serviço, como na transação comercial. Portanto, esse pedido tem que ser muito bem fundamentado, bem formulado. É muito grande o número de pessoas que querem doar para entidades filantrópicas, mas se isso não for muito bem trabalhado, ao invés de conseguir um aderente para sua causa, você conseguirá um inimigo. A fronteira entre a adesão e a rejeição é muito débil. Revista Marketing Direto – Isso significa que levantamento de fundos é um trabalho que deve seguir métodos e critérios profissionais? Marketing Direto 9 ENTREVISTA "O Marketing Direto permite uma participação da sociedade de forma muito mais abrangente. Dando oportunidade a muitos de fazerem algo pelo próximo" Odair Gutirres – A profissionalização dos serviços de levantamento de fundos deve ser vista com muita naturalidade. Toda instituição deveria ter em sua estrutura um especialista em captação de recursos, assim como uma empresa tem um departamento de marketing, ou departamento comercial. E esse profissional – esse especialista - deve ser bem pago, pois ele dará condições para que essa instituição obtenha um grande volume de recursos para investir na sua missão, funcionando a pleno vapor, sem as restrições orçamentárias de costume. Do mesmo modo, poderá ser altamente conveniente para essa instituição contratar uma agência de Marketing Direto, que direcionará toda sua comunicação, orientará o programa de relacionamento e fidelização de seus doadores. O salto qualitativo, fruto dessa ação, compensará largamente os custos. Revista Marketing Direto – Existem profissionais de “fund raising” qualificados no mercado brasileiro? 10 Marketing Direto Odair Gutirres – Hoje mais do que ontem, e certamente menos do que amanhã... Com o tempo estão aparecendo, mas em número muito inferior às necessidades reais do Terceiro Setor. Alguns desses profissionais já foram absorvidos pelas grandes instituições que realizam um trabalho bem estruturado. Mas, se nós compararmos com os Estados Unidos e com alguns países da Europa, eu diria que temos um escasso número de profissionais qualificados, o que é lamentável, pois uma instituição sem dinheiro praticamente fica de mãos atadas para o cumprimento da sua missão. Mesmo aquela instituição que tenha um voluntariado muito grande pode ficar limitada sem recursos financeiros. Por isso, eu louvo muito a iniciativa do Efraim, na presidência da ABEMD, criando o “Comitê de Fund Raising”, o qual tive a honra de ser convidado para coordenar. Um dos nossos objetivos é a divulgação das ferramentas e das técnicas do Marketing Direto para o levantamento de fundos das entidades do Terceiro Setor. O fruto desse esforço já aparecerá no Maximídia Direct 2003, que reservou um espaço para o tema. Revista Marketing Direto – Quais são os maiores inimigos de uma instituição filantrópica na hora de implantar um serviço de levantamento de fundos que utilize ferramentas de Marketing Direto? Odair Gutirres – Eu diria que são dois os inimigos mais freqüentes, que costumam se apresentar no início: o ceticismo e, paradoxalmente, o otimismo. Muitas instituições acostumaram-se a viver na escassez de recursos, então têm uma certa dificuldade de acreditar no sucesso de um programa de captação de fundos através do Marketing Direto; algumas desenvolvem até um certo fascínio pelo pessimismo, e em geral demoram muito para aceitar a necessidade dessa implantação. Depois, quando fazem os primeiros testes, se surpreendem com os resultados e aí aparece o segundo inimigo: acham que descobriram o “pulo do gato”, e se limitam a programas medíocres de levantamento de fundos, utilizando apenas algumas ferramentas, de forma rudimentar. Revista Marketing Direto – Quais as conseqüências dessas posturas? Odair Gutirres – Elas levam ao fracasso, a curto e médio prazo, com conseqüências catastróficas. Um programa consistente de arrecadação de fundos por Marketing Direto significa a utilização e combinação de toda a gama de recursos que as ferramentas nos oferecem. Ou seja, um programa bem estruturado de prospecção de novos doadores, um programa de relacionamento e fidelização dos doadores freqüentes, retenção, recuperação, enfim, todos os recursos que o Marketing Direto nos oferece. O resultado é que muitos, por não conhecerem essas técnicas, acabam desenvolvendo, inadvertidamente, uma espécie de programa de “canibalização” de sua lista de contribuintes, com ações agressivas ou pouco pertinentes, gerando até rejeição à sua instituição na sociedade. Revista Marketing Direto – Das ferramentas do Marketing Direto, quais são as mais adequadas para se levantar fundos? Odair Gutirres – É difícil generalizar e dizer que esta ou aquela ferramenta é a mais adequa- da. A mala direta, por exemplo, tem um efeito enorme, pois permite uma comunicação muito dirigida, personalizada, falando com seu eventual doador de uma forma clara: diz o que ele precisa fazer e porque precisa fazer. Além do mais, é muito difícil numa mensagem curta expor todas as necessidades que a instituição tem. Uma carta permite mensagens longas, com argumentações poderosas, consistentes, sem ser invasiva. A pessoa pode lê-la no momento mais propício, o que significará aumento das chances de resposta positiva. Nesse sentido poderá ser melhor que o telemarketing, onde o eventual doador é obrigado a tomar uma decisão imediata e, muitas vezes, à custa de certa pressão psicológica. Doar nessas condições pode não ser a forma ideal para se conquistar um doador fiel e freqüente. Revista Marketing Direto – Mas a mala direta não seria para esse caso uma mídia cara? Odair Gutirres – Isso não seria assim se tivéssemos tarifas de correio específicas para o Terceiro Setor. Acho que seria uma forma de participação muito grande dos Correios na área social. As atuais tarifas tornam inviáveis algumas operações de prospecção de novos doadores, deixando a instituição com uma margem de break-even muito apertada. Quando a mala direta é dirigida ao seu banco de dados de doadores habituais, o problema é muito diminuído, pois teremos um retorno de cinco a dez vezes superior às malas diretas enviadas para prospects. Fica aqui uma idéia: a criação de uma “tarifa filantropia”. Seria uma grande ajuda, um aumento da participação dos Correios na área social e um estímulo para que as entidades utilizassem muito mais a ferramenta mala direta para pedir recursos. Revista Marketing Direto – E a Internet e o e-mail marketing? Odair Gutirres – Poderão ser igualmente eficazes, além de significarem um custo muito mais baixo, com a vantagem da rapidez na resposta, podendo o futuro doador informar-se sobre a instituição, navegando pelo site, interagindo através da mesma mídia com a qual está sendo abordado, até chegar à doação. A desvantagem está mais no desconhecimento das técnicas adequadas para a comunicação via Internet – ao contrário da larga experiência e do domínio que se tem da comunicação via mala direta. Eu diria que isso ainda pertence ao futuro, embora um futuro muito próximo e promissor. Revista Marketing Direto – Qual tamanho ideal de uma instituição para utilizar o Marketing Direto? Odair Gutirres – Não existe tamanho ideal. As instituições de grande porte poderão evidentemente caminhar mais rápido, com mais capacidade para prospectar e, conseqüentemente, construir em curto prazo seu banco de dados de doadores. As pequenas poderão percorrer o caminho mais lentamente, mas ambas chegarão ao mesmo ponto, comunicando-se diretamente com seu fiel ou prospectivo doador e lhe dizer: “o meu problema é este, minhas necessidades prementes são estas, e você pode me ajudar desta e daquela maneira”. Tudo dependerá da credibilidade do seu projeto, do Marketing Direto 11 ENTREVISTA seu pedido, de saber fazer o “marketing da verdade”. Para se formar uma lista consistente de doadores leais, a verdade é fundamental, é uma obrigação ética. Revista Marketing Direto – É caro implantar uma estrutura de levantamento de fundos por Marketing Direto? Odair Gutirres – É muito mais barato do que viver sem isso. Vale pensar no seguinte: qual é o produto que você “vende” quando envia uma mala direta ou faz um telefonema? Nenhum. Materialmente falando, nenhum. Você lhe expõe um projeto, uma necessidade, uma idéia, e ele o ajuda enviando dinheiro. Você não precisa administrar estoques, frota de entrega, emissão de notas fiscais, fulfillment, nada. Na realidade você lhe vende algo superior a qualquer bem material. Você vende a sensação de dever cumprido, a certeza de ter sido solidário, ou ainda, o alívio de consciência, porque todos sabem de suas obrigações sociais. Elas em geral são relegadas a um segundo plano, mas volta e meia o problema se põe: “será que eu não deveria ajudar alguém necessitado? Não seria um modo de eu agradecer por tudo o que recebo, tudo o que tenho? Mas como vou fazer isso?” Nessa hora chega uma mala direta, ou um telefonema, ou e-mail, que lhe dá a oportunidade de fazer esse bem, de se redimir dessa espécie de “sentimento de culpa”. E de modo fácil, pois nessa comunicação virão todas as instruções para doar com comodidade e imediatamente. Revista Marketing Direto – A pessoa “compra” uma espécie de alívio psicológico... 12 Marketing Direto Odair Gutirres – Sem dúvida, mas eu diria que vai além de um mero alívio psicológico. Ela terá, na comodidade de sua casa ou de seu escritório, a oportunidade real de fazer algo que ela já queria fazer. Por não dispor de tempo para visitar orfanatos, hospitais, ou mesmo ter medo de baixar o vidro do carro para dar uma esmola e ser assaltada, muitos se sentem mal por isso. Então, não seria exagerado dizer que o Marketing Direto permite uma participação da sociedade de forma muito mais abrangente. Dando oportunidade a muitos de fazerem algo pelo próximo. Revista Marketing Direto – Como pode ser definido o “coração” dessa estrutura de Marketing Direto? Odair Gutirres – Sem dúvida, o coração é o banco de dados. Ele precisa ser estruturado dentro dos melhores conceitos de database marketing. Todas as doações devem ser registradas, igualmente todo o relacionamento com o doador, todas as dificuldades que ele apresentou para doar, as questões, objeções e dúvidas que tem a respeito da instituição. Tudo deve estar muito bem catalogado e em condições de ser analisado. É preciso saber identificar aqueles que doam com mais freqüência, aqueles que doam valores maiores, aqueles que preferem doar dinheiro e os que preferem doar outros bens. A escala de fidelidade é muito importante, é preciso saber em que degrau se encontra cada doador, quem são os mais engajados, que estão dispostos a donativos mais altos e mais freqüentes. Quem não conhece exatamente o perfil daqueles que colaboram com a sua instituição não terá condições de criar uma comunicação sob me- dida, e colocará na “vala comum” os doadores ótimos e os menos bons, quando não perderá muito dinheiro enviando correspondência a quem não está mais interessado em doar. Revista Marketing Direto – Quais seriam alguns dos ingredientes de um bom programa de Marketing Direto para uma instituição do TTerceiro erceiro Setor? Odair Gutirres – Eu diria que é aquele que tenha antes de tudo um bom planejamento, estabelecendo quotas mensais mínimas de investimento em prospecção de novos doadores e um programa muito sólido de relacionamento e fidelização, o que sempre significará uma entrada maior de recursos. Isso comporta uma comunicação freqüente com o doador, com “newsletters” periódicas, informando a ele o que foi feito com o dinheiro doado e quais são os novos projetos que estão nascendo. Tudo isso sustentado por um controle e uma análise contínua do banco de dados. Desta forma conheceremos o comportamento dos doadores, saberemos como abordá-los, qual a mídia adequada e qual o seu progresso em relação à instituição. E saberemos também ser justos e agradecer pelo que ele faz à nossa entidade. anúncio cma Marketing Direto 13 TENDÊNCIAS POR RENA TO DE PA ULA * RENATO PAULA A TV INTERATIVA porém como podemos tirar proveito H oje, podemos garantir que algumas mudanças importantes na nossa indústria vão acontecer, faça chuva ou faça sol. Entre elas estão três em particular: 1) Devido à penetração dos canais de TV a cabo e satélite, é inevitável a diminuição gradual da audiência dos canais abertos. Nos Estados Unidos, na década de 70, juntas, CBS, NBC e ABC detinham 91% da audiência. Nos meados dos anos 90, mesmo com a inclusão da FOX ao grupo, esse número já havia baixado para a casa dos 70%. Hoje, essas quatro emissoras mais UPN e WB não chegam a cobrir 50% da audiência. 2) A maneira como as famílias consomem informação dentro de casa é cada vez menos sincronizada. 3) Com o avanço de outras mídias, sabemos que grandes anunciantes não conseguem atingir seus objetivos somente com televisão. Na verdade, podemos dizer com firmeza que os consumidores querem ter a possibilidade de es- 14 Marketing Direto colher o que interessa e, acima de tudo, ter o controle total sobre o processo. Dentro desse mundo de escolha e controle, por sinal perfeito para o nosso mundo da Comunicação Dirigida, poucas tendências fazem tanto sentido quanto a TV Interativa. Porém, como sabemos, os progressos nessa área têm sido lentos e um pouco confusos. A idéia de estar sentado no seu sofá e ter sua TV conectada à Internet enquanto você assiste ao futebol ainda não é tão simples assim. Precisamos de conecções e instalações adicionais, além de, em alguns casos, comprar aparelhos novos. Hoje existem oito padrões de TV Interativa. Eles vão desde os já conhecidos equipamentos de “P.V.R.” (Personal Video Recorders), como o TIVO (da Sony) e como o Replay TV (da Panasonic), passando por “VOD” (Video on Demand), disponível em todas as caixas de cabo digital instaladas nos Estados Unidos hoje, até soluções como o “Enhanced TV” (literalmente traduzindo, algo como TV “melhorada”) da ABC americana. Ou seja, a salada ainda é grande e acaba confundindo consumidores e, principalmente, anunciantes. Para que o assunto decole de uma vez por todas, a indústria vai ter que definir alguns parâmetros como: • Quais serão os “padrões principais”? Ou seja, dos oito existentes hoje, quais serão os dois ou três que controlarão o interesse dos consumidores? Somente como referência, em 1995, segundo o Gartner Group, existiam 250 formatos de anúncios na Internet. Hoje existem aproximadamente quinze. Em menor escala, o mesmo deverá acontecer com a TV Interativa. • Como resolver o assunto “privacidade” e como determinar se uma ação foi bem sucedida ou não? • Como cobrar? Qual deverá ser a estrutura de preços da indústria? Apesar das necessidades mencionadas acima, muitos passos já foram dados e, mesmo considerando que o progresso não foi bombástico como esperavam nossos amigos de Wall Street em 98, o assunto começa a tomar forma e já há empresas fazendo testes e aprendendo muito sobre o assunto. oferece “ESCOLHA E CONTROLE” CONTROLE”,, desse monstro de oito cabeças? Clientes como a companhia de cerveja Miller, IBM, American Express, Ford e até produtoras musicais (há uma peça excelente para vender CDs da Sheryl Crow no TIVO) já começaram a fazer experimentos. Os resultados, porém ,ainda são escassos e as empresas que alcançam números interessantes não os divulgam. Para se ter uma idéia do tamanho da oportunidade, a ABC que oferece “Enhanced TV” durante a temporada de Futebol Americano informa em seu site que até agora 3,4 milhões de visitantes utilizaram o sistema com média de interação de 42 minutos. O Gartner Group também estima que em 2006, 26% dos lares americanos terão um sistema de P.V.R. (Tivo, Replay TV ou via cabo). De uma maneira ou de outra, não tenho dúvidas de que o conceito de TV Interativa segue vivo e crescendo. Enquanto esperamos o momento em que todas as estrelas estejam alinhadas, vale a pena testar o que temos hoje. No mínimo, além de experiência, vamos garantir liderança no momento que o resto do mundo acordar. * Renato de Paula reside nos Estados Unidos e é diretor regional da OgilvyOne para a América Latina. Marketing Direto 15 anúncio maximídia pá dupla o ágina CAPA AUMENTA A FATIA DO NO BOLO DA COMUNICAÇÃO 18 Marketing Direto MARKETING DIRETO Não se trata de impressões subjetivas ou de torcida mal disfarçada. Diversas pesquisas, provenientes de diferentes fontes, mostram que empresas dos mais variados segmentos utilizam de forma crescente as ferramentas de Marketing Direto em suas estratégias de marketing e de comunicação. Mais do que isso, a fatia das verbas de comunicação reservada para esse segmento deve continuar crescendo. Esse dado aparece, por exemplo, no estudo TTendências endências do Mercado Publicitário, realizado pelo Instituto InterScience e publicado em Meio&Mensagem. De acordo com o trabalho feito a partir das informações prestadas pelos cem maiores anunciantes do país – ou seja, corporações que se destacam por anunciarem intensamente –, os recursos destinados às atividades que não são propaganda superam em 2003, pela primeira vez, as verbas investidas em propaganda, numa proporção de 52% a 48% do bolo total de recursos aplicados em comunicação. E 69% dos entrevistados informaram que utilizam em 2003 as ferramentas do Marketing Direto em seu mix de comunicação. Marketing Direto 19 anúncio takano pág dupla o gina CAPA P Pesquisa elaborada pelo jornal DCI, em que foram ouvidos 1.196 empresários entre os meses de abril e julho deste ano, revela um dado ainda mais positivo. O Marketing Direto ocupa a primeira colocação entre as ferramentas de marketing mais utilizadas – feiras/eventos, Internet/site e mídia especializada. Segundo apurou o jornal, no universo de empresas consultadas, essa atividade vem crescendo numa proporção de 15% ao ano, nos últimos três anos. Em busca de resultados Sérgio Augusto: "Para a Sky Sky,, Marketing Direto é uma atividade vital, cujo uso triplicou na empresa nos últimos três anos" Uma pista que pode ajudar a compreender as razões desse crescente reconhecimento do valor do Marketing Direto nas estratégias de comunicação pode ser extraída da própria pesquisa do Instituto InterScience. Entre os anunciantes entrevistados, 36% informaram que o fator determinante da escolha da ação é o comprometimento com cliente e resultados. Ou seja, esse é o primeiro fator de escolha e nele se enquadram, completamente, os diferenciais do Marketing Direto. Outro ponto igualmente revelador emerge das respostas à questão sobre as informações levadas em conta na pré-seleção da agência computadas na mesma pesquisa. Em primeiro lugar, os anunciantes cravaram a opção “resultado das campanhas”. Mais um ponto para o Marketing Direto, atividade que, por excelência, é associada à mensuração de resultados. Na prática, as empresas estão cada vez mais empenhadas em estabelecer relacionamentos com clientes e prospects e percebem que as ferramentas do Marketing Direto são as mais adequadas para atingir esse objetivo. “O Marketing Direto é um dos pilares de sustentação da estratégia de marketing da Telefônica Empresas, de estar cada vez mais próximo de seus clientes”, assinala Regina Bernardi, superintendente de Comunicação da Telefônica Empresas. Ela explica que em razão das características do Marketing Direto, é possível “estabelecer um canal tangível de comunicação com nossos clientes, fomentando uma relação de confiança entre as duas partes”. Sérgio Augusto Ramalho Alves Jr, diretor de Marketing de Relacionamento da Sky, informa que toda a estratégia de relacionamento com os assinantes da empresa é feita por meio de ações de Marketing Direto. “Para nós, é uma atividade vital e nos últimos três anos o uso de Marketing Direto triplicou na Sky, principalmente em ações de fidelização”, acrescenta Sérgio Augusto. A empresa de TV por assinatura cria diferenciais de relacionamento em função da fidelidade do cliente e, por essa razão, é preciso conhecê-lo cada vez mais e personalizar a comunicação. O céu é o limite Outro importante diferencial que motiva o uso das ferramentas do Marketing Direto é a possibilidade de proporcionar resultados positivos nos diferentes ramos de atividade. Um planejamento estratégico bem elaborado, sustentado na definição precisa do público-alvo e no desenvolvimento de peças com mensagens adequadas, permite alcançar os objetivos definidos, sejam de relacionamento ou rentabilidade. Recentemente, a venda de um avião a jato no valor de quase 2,3 milhões de dólares por meio de uma campanha apoiada basicamente em mala direta, transformou-se numa analogia emblemática de que “o céu é o limite” do Marketing Direto (desculpem, leitores, este trocadilho óbvio). Por essa razão, a disciplina ganha permanentemente novos adeptos. A Redecard, empresa que conta atualmente com cerca de 740 mil estabelecimentos credenciados, iniciou neste ano um trabalho de Marketing Direto. “Já havíamos detectado a importância e eficácia desta ferramenta. E em pouco tempo estamos colhendo os frutos”, atesta Ana Cecilia Melo, superintendente de Marketing da Redecard. Em 22 Marketing Direto razão dos resultados alcançados, a empresa planeja ampliar essas ações. “A participação do Marketing Direto na Redecard é crescente, pois os resultados têm sido muito bons. A ferramenta se encaixa com a nossa estratégia e com o nosso negócio”, acrescenta Ana Cecilia. Assim, novos usuários se somam a empresas que se apóiam tradicionalmente no Marketing Direto para firmar relacionamentos e alavancar vendas. Um dos casos de amor mais antigos é o de Seleções do Reader’s Digest. “A própria história da revista Seleções é um embrião deste conceito – concebido pelo casal Wallace, em 1922”, lembra Luis Henrique Fichman, diretor de Marketing da empresa no Brasil. É uma história não apenas antiga mas, principalmente, profícua. “O Marketing Direto, para Seleções, é responsável por cerca de 90% das receitas da empresa. Mesmo a utilização dos novos canais, como a Internet, por exemplo, é essencialmente uma aplicação diferenciada dos conceitos e do know-how de Marketing Direto desenvolvidos pela empresa ao longo dos anos”, acrescenta Fichman. Ação da Redecard no Dia dos Pais, que atingiu plenamente os objetivos de vendas da empresa e ainda contribuiu para reforçar o relacionamento com sua rede de clientes afiliados. Mensurando resultados A possibilidade de mensurar resultados é um dos diferenciais que mais contribuem para que empresas dos diferentes ramos de atividades incluam, de forma crescente, o Marketing Direto em seu mix de recursos destinados à comunicação. Essa condição é especialmente importante numa época em que as corporações precisam conhecer, previamente, quais serão os benefícios decorrentes dos investimentos feitos. Para o gerente de Marketing Direto da Editora 3, André Hermann, “saber com razoável precisão o resultado de determinada ação faz toda a diferença, pois permite um melhor planejamento de investimentos e resultados”. Ele destaca que esse estágio somente pode ser alcançado por meio de uma firme opção da empresa pelo Marketing Direto, “porque é necessário testar e testar continuamente”, aconselha. Fichman também associa a possibilidade de mensurar resultados à eficiência que atribui ao Marketing Direto. “As empresas buscam sempre ferramentas necessárias para avaliar o retorno de suas ações, de uma forma ou de outra. A possibilidade de mensurar com grande precisão os resultados e os riscos de qualquer investimento torna o Marketing Direto muito mais efetivo”, assinala o diretor de Marketing de Seleções. No âmbito dessa empresa, toda atividade relacionada a testes é considerada investimento essencial para qualquer tomada de decisão que envolva grandes volumes de capital. “Em nosso caso – esclarece Fichman – realizamos exaustivamente testes de produ- Anúncio Kitani 1/4 de página (10x14) Marketing Direto 23 CAPA to, preço, promoção e segmentação de listas. Somente quando temos segurança do equilíbrio destas variáveis é que lançamos as nossas campanhas.” Para Regina Bernardi, da Telefônica Empresas, a mensuração de resultados traz outros benefícios importantes. “É sempre uma forma de fazer correções de rota, caso não se tenha obtido o sucesso esperado com uma ação. Além disso, é muito importante nas negociações de orçamento da área de comunicação, pois permite mostrar a relação custo-benefício do investimento feito pela empresa”, complementa Regina. Questão de sobrevivência Regina Bernardi, de Telefônica Empresas: "T er um bom "Ter programa de relacionamento é hoje uma questão de sobrevivência para as empresas que querem conquistar a confiança de seus clientes" 24 Marketing Direto Dentro de um cenário em que é fundamental manter um canal direto e de mão dupla com o público-alvo, o estabelecimento de programas de relacionamento se tornou uma necessidade básica. Essa opinião é compartilhada por profissionais que contratam os serviços de Marketing Direto e possuem um histórico de resultados que lhes permite confiar nas ferramentas da disciplina. Para a Editora Três, segundo comenta André Hermann, esses programas com clientes e prospects “aumentam a rentabilidade das operações e, conseqüentemente, da empresa”. Regina Bernardi vai ainda mais longe ao considerar que “ter um bom programa de relacionamento é hoje uma questão de sobrevivência para as empresas que querem conquistar a confiança de seus clientes. Desenvolver e implantar um programa de relacionamento com seu público-alvo é ir além da relação comercial, pois se estabelece um canal de comunicação recíproco, no qual o cliente nos dá um retorno direto”. Além de conquistar a confiança do público por meio da consolidação de um canal de comunicação dirigida, os programas de relacionamento possibilitam, objetivamente, potencializar as vendas. Segundo explica Luis Henrique Fichman, es- Luiz Henrique Fichman: "O Marketing Direto é responsável por 90% das receitas de Seleções do Reader's Digest" sas ações são fundamentais “na medida em que buscamos manter relacionamentos de longo prazo e tornar os clientes compradores de vários produtos, e não só de um”. A julgar pelas pesquisas mais recentes e pela opinião de conceituados profissionais de empresas que utilizam os serviços de Marketing Direto, a tendência de crescimento do setor deverá continuar sendo uma constante, por se tratar de uma atividade que atende necessidades e objetivos das corporações. Trata-se de uma atividade que fortalece relacionamentos, permite mensurar resultados, potencializa negócios e possibilita conhecer previamente a relação custo-benefício do investimento que será feito. Ou conforme sintetiza com bom humor Fernando Costa, diretor de Assinaturas da Editora Abril, “a vantagem do Marketing Direto é que a gente sabe até mesmo quando erra na mosca”. anúncio cannes (1 pagina) Marketing Direto 25 LIVRO ABEMD, entre as marcas escolhidas pelo autor As MARCAS que marcaram PETIT Novo logo da ABEMD também faz parte da obra do publicitário Chegou recentemente às livrarias uma obra de leitura obrigatória para os profissionais que transitam no meio da comunicação e do marketing: “Marcas”, de autoria de Francesc Petit, publicado pela editora Futura. Petit, que ao lado de Dualibi e Zaragoza formou em 1968 a DPZ, é o criador de marcas já celebrizadas no Brasil e em outros países, entre elas as do Banco Itaú, Sadia, Gol (aviação), TV Manchete e Klabin. Para incluir na obra, o publicitário escolheu algumas marcas de sua autoria e descreveu o processo criativo, num texto muito fluido e coloquial. Entre as criações, Petit incluiu o novo logotipo da ABEMD, também obra sua. No texto, ele explica ter sido procurado pelo presidente da ABEMD, Efraim Kapulski, que lhe solicitou um estudo para substituir a antiga marca “envelhecida e que não transmitia toda a dinâmica e complexidade de sua atividade”. É curioso observar o processo de criação da marca da entidade, nas palavras do próprio Petit: “Minha primeira reação foi tentar colocar no papel o tema e encontrar formas visuais que transmitissem essa atividade. Na verdade, o assunto é aparentemente simples, são notícias ou mensagens que vão de um lado para o outro. No entanto, é preciso ter um complexo núcleo de trabalho criativo e estratégico, para que essas mensagens cheguem ao destino com o maior sucesso”. Como filhos A leitura do livro permite observar que a relação de Petit com as marcas não se limita ao trabalho de criação. Ele também é um dedicado 26 Marketing Direto estudioso do tema e um apaixonado por tudo o que a ele se relaciona, incluindo história, formas, cores e tipologia. E essa paixão é revelada no texto de introdução, quando Petit faz uma analogia entre a criação de uma marca e a gestação de um filho, que pressupõe o envolvimento de um pai e de uma mãe. A figura do pai é associada pelo publicitário ao dono da empresa, “que deseja um filho bonito, forte, valente, inteligente, que será o melhor na universidade e ganhará todos os prêmios”. À mãe cabe “dar à luz” a idéia do pai. Por isso, a figura da mãe é comparada à função do artista, do designer, “que tratará de trazer ao mundo uma marca com a cara do pai”. Nesse trabalho, Francesc Petit discorre sobre os diferentes campos desse tema, sempre oferecendo ao leitor suas opiniões de forma clara, direta, sem concessões. Esse estilo objetivo permitiu ao autor dedicar um capítulo do livro, que denominou de “Clínica de Marcas”, para relacionar – e justificar – algumas marcas que, a seu ver, preci- sam passar por tratamento ou se encontram na unidade de terapia intensiva. O livro traz, ainda, algumas revelações que certamente vão atender à curiosidade de muita gente. Petit explica, por exemplo, como foram criados aqueles três simpáticos gatinhos hoje marca registrada da DPZ. E para os mais incautos, uma advertência que cabe reproduzir. Ele odeia ser chamado de “P” da DPZ. Impropriedade, aliás, já cometida pela revista Marketing Direto que, publicamente, pede desculpas a esse fértil artista. Para entender melhor quais são os caminhos trilhados por Francesc Petit na criação de uma marca, destacamos um trecho do livro da introdução do capítulo Minhas Marcas. “Uma marca não pode ser produto de um raciocínio inteligente, da lógica, de um processo intelectual. Acredito mais numa certa ingenuidade, um pouco de burrice e algo de brincadeira junto com o talento e a perspicácia que vivem dentro de todo artista. Uma marca hoje ou no século XIX é qualquer coisa: um bicho, um objeto, uma paisagem, uma flor, uma fruta, um pneu, uma faca, uma chave, um olho, uma orelha, uma onda do mar, um rio, uma pedra, uma mão, o dedo, a lua, o sol, um mapa. Tudo pode ser uma marca, ela tem que nascer principalmente de uma idéia visual, sonora, musical, multicor, intrigante, alegre, sóbria e dramática. Ela tem que ter, acima de tudo, caráter. Assim como as crianças, os velhos, as mulheres lindas ou feias, tudo é uma marca”. anúncio door to door (1 pagina) Marketing Direto 27 Foto: Ismar Almeida ESPECIAL MARKETING DIRETO EM DEBATE na Associação Brasileira de Anunciantes O Marketing Direto não é mais do interesse exclusivo de profissionais do setor ou de empresas que utilizam suas ferramentas. A discussão sobre o tema extrapolou os limites da disciplina e aportou, com a devida profundidade, na sede da Associação Brasileira de Anunciantes, que realizou um debate coordenado por Rafael Sampaio, vice-presidente executivo da entidade. Durante o debate, Efraim Kapulski, presidente da Abemd, destacou a relevância da iniciativa. “É a primeira vez que a entidade está preocupada com Marketing Direto. É um indicador importante da consolidação do negócio”, assinalou. Além de Rafael Sampaio e de Efraim Kapulski, o debate teve a participação de Marcia Abreu (Nestlé), Paulo Salvador (Accor), Pedro Renato Ekersdorff (ABT – Associação Brasileira de Telemarketing), Marly Lopes (Atento), Evandro Maia (RBS Direct), Alexandra Periscinoto (SPCOM), Alain Levi (Motivare), Rose de Paula (Expertise Group), Eduardo Souza Aran ha (Souza Aranha Aranha Marketing Direto), Luiz Buono (Fábrica), Flávio Salles (Sun MRM) e Aurélio Lopes (Datamidia) A síntese do debate foi publicada pela Revista do Anunciante, que cedeu este texto editado pela jornalista Tânia Trajano. 28 Marketing Direto Rafael Sampaio – Imaginamos que uma forma de unir segmentos envolvidos com marketing de relacionamento num mesmo guarda-chuva seria a partir do termo “conexões diretas”. Gostaríamos de debater com vocês essa questão. Será que esta pode ser uma maneira de costurarmos Marketing Direto, database marketing, CRM, call center, telemarketing e marketing de incentivo? Essas atividades têm sido mais utilizadas pelas empresas nos últimos anos? Marcia Abreu – No caso da Nestlé, posso dizer que a empresa sempre buscou estreitar seu relacionamento com o consumidor. Foi uma das pioneiras na forma de lidar com o SAC e avançou muito nessa área. O que percebemos internamente é que cada vez mais temos que nos valer dessas atividades citadas e temos buscado, ao longo dos anos, horizontalizar esses processos. A última mudança que fizemos nesse sentido foi a criação de uma área global de gestão de relacionamento, que procura envolver todos os contatos do consumidor, aconteçam eles por meio do call center, PDV, ações de Marketing Direto, e-mail marketing, Internet etc. Temos buscado cada vez mais esse tipo de ferramenta. É lógico que ainda prevalece a mídia de massa, mas estamos sensibilizados com o poder dessas ferramentas. Percebemos, também, que existem parceiros prontos para nos atender no mercado. Paulo Salvador – No setor hoteleiro temos algumas particularidades. Na Accor trabalhamos com muitas marcas, todas com segmentos claramente definidos. É mais fácil, então, usar ferramentas que utilizem e tirem proveito dessa segmentação. Outro aspecto importante é que, pelas características do nosso setor, não possuímos escala necessária para entrar numa comunicação de massa. Luiz Buono – Não há como negar o avanço dessas ferramentas. Esse movimento, aliás, é mundial. As empresas têm dificuldades em se diferenciar e precisam se voltar para a satisfação do cliente. E não há dúvida de que essas atividades ajudam muito nesse sentido. Também têm sido importantes as mudanças do mercado. A Internet, por exemplo, ajudou as pessoas a se comunicarem melhor e as empresas de tecnologia têm desenvolvido uma série de softwares para gerenciar o relacionamento com o cliente. Num esforço descomunal, têm metralhado os clientes com novas tecnologias, o que facilita o uso de telemarketing, database, mala-direta. Não podemos esquecer também, no caso do Brasil, do avanço das empresas de telecomunicações, que facilitou muito o crescimento das áreas de call center. O último ponto que alavancou tudo isso: custos crescentes de mídia resultaram na necessidade de se trabalhar segmentos, de personalizar a comunicação. Como reflexo de tudo isso, as empresas dirigidas conseguiram crescimentos bem superiores aos das empresas de massa. Eduardo Souza Aranha – Além dessas razões de ordem instrumental, podemos incluir também alguns aspectos de natureza mais estratégica, como a própria fragmentação do mercado. A Nestlé é um bom exemplo, porque soube dominar muito bem esse conceito, criando marcas, explorando nichos de forma competente. Temos que considerar, ainda, que possuímos hoje um novo consumidor, voltado para a conveniência. Isso é extremamente propício para o Marketing Direto, em virtude da facilidade dos canais para interagir com o consumidor. Outro ponto importante é que o consumidor está cada vez mais exigente e informado. Hoje a compra baseia-se mais em informação do que em impulso, ao contrário do passado. O consumidor exige informação para relacionar-se e comprar. Em suma, do ponto de vista de mercado, temos uma série de condicionantes estratégicos; do ponto de vista instrumental, isso acaba consolidando o conhecimento sobre o Marketing Direto. Mas considero um pouco rançoso discutir se o Marketing Direto está ou não crescendo. Já passamos dessa fase. Ele está aí, cresceu, consolidou-se. A questão é saber para onde vai! Alexandra PPeriscinoto eriscinoto – Concordo com essas observações, mas há um poder do Marketing Direto que ainda é mal utilizado. Ele poderia estar municiando as ações de advertising com uma excelente precisão. Temos em mãos grandes instrumentos de pesquisa nos bancos de dados dos call centers e no database. Se as agências de publicidade baseassem suas estratégias nisso, a comunicação de massa também sairia mais barata. O Marketing Direto pode alimentar as demais ferramentas de marketing. Evandro Maia – Existem algumas variáveis macroeconômicas que contribuíram para o crescimento da área de Marketing Direto. A primeira é a abertura do mercado brasileiro, que trouxe novas alternativas de produtos e serviços. Conseqüentemente, tivemos que segmentar e encontrar novos nichos. A privatização da telefonia e o aumento de canais de acessibilidade ao consumidor também foram essenciais. O desenvolvimento das novas tecnologias também tem sido importante, mas, no caso do CRM, faltou trabalhar melhor esse processo. Faltam comunicação e pessoas habilitadas para manejar essa tecnologia dentro das empresas. Flávio Salles – Quanto à discussão se o Marketing Direto cresceu ou não, concordo que cresceu bastante e acredito que tem muito para se desenvolver. Fico doente quando vejo o businessto-business sendo feito com práticas de advertising. Há um eldorado a ser explorado nesse campo. O mau uso está relacionado até a uma questão cultural. Seria preciso despir-se de preconceitos. Há uma turma nova assumindo as gerências nas empresas, e esse movimento será positivo, pois traz as sementes do Marketing Direto, da interatividade. Quem tem ajudado o setor a crescer são as empresas que têm contato direto com o cliente, como financeiras, telecom, crédito, TV por assinatura, editoras de jornais e revistas etc. Enfim, esses segmentos que têm uma vocação direta propiciaram que o Marketing Direto desse seu primeiro boom. Rose de PPaula aula – No caso do marketing de incentivo, é importante destacar que temos conseguido, nos últimos anos, melhorar muito nossas atividades utilizando database e call center em nossas campanhas. Temos conseguido segmentar a comunicação e até mesmo fornecer subsídios para a área de treinamento das empresas, já que apuramos uma série de índices relativos à performance dos participantes. Ou seja, chegamos a um nível muito bom em termos de gerenciamento da informação. É fantástico, porque permite que se aposte apenas em ações que realmente tenham dado retorno. Com tudo isso podemos oferecer uma relação de investimento versus retorno muito mais pertinente do que há alguns anos. Flávio Salles – Essa visão estratégica é muito importante. O mercado parece um pouco apático, mas é fantástico quando se consegue trabalhar nessa linha. Efraim Kapulski – Não tenho dúvidas sobre o amadurecimento do Marketing Direto. Na ABEMD, possuímos alguns pontos focais de atuação para fortalecer esse processo. Primeiro, como toda associação, existimos para defender os associados, porém temos muito clara a questão da ética. Ou seja, o crescimento não pode acontece a todo custo. Temos que estar muito atentos, inclusive para a necessidade de auto-regulamentação do negócio. O segundo aspecto que temos trabalhado é o da formação dos profissionais. No ano passado a ABEMD promoveu setenta cursos, metade deles gratuitos para os associados. No total, foram 3 mil pessoas participando desses eventos. Considero de extrema importância a ABA incitar esse tipo de debate. É a primeira vez que a entida- Marketing Direto 29 ESPECIAL diferentes em cada segmento. Num passado próximo houve um grande progresso, mas há carência no que se refere à informação para que se possa trabalhar de forma mais integrada. de está preocupada com o Marketing Direto. É um indicador importante da consolidação do negócio. É essencial também entendermos que hoje as empresas não podem deixar de usar os recursos do Marketing Direto. Alain Levi – As ações de relacionamento são vitais por causa da segmentação do mercado. Se é marketing de incentivo ou direto, não importa. Estamos falando de ações de relacionamento que visam potencializar o retorno e a verba investida. O que sinto é que no discurso isso tudo já se efetivou, mas muitas vezes no dia-a-dia percebe-se que ainda não está muito claro na cabeça do cliente de que forma ele vai trabalhar tudo isso. O planejamento em geral é fantástico, bem como o briefing, porém, na hora do direcionamento da verba, nem tudo sai como previsto. Às vezes, o que poderia ser uma campanha de marketing de relacionamento vira uma mala-direta que não tem essa potência toda. Já tivemos trabalhos que acabaram não tendo continuidade porque a empresa não possuía verba para manter o database. O discurso dos clientes não acompanha a velocidade de implementação das estruturas ou da alocação real da verba. Luiz Buono – Reparo que muitas empresas, por pressão do mercado, demandam programas de relacionamento e, quando começam, descobrem que não estão preparadas para sustentá-los, já que exigem determinado nível de comprometimento. Estamos tentando catequizar os clientes há muito tempo numa outra questão que parece fundamental, que é a força do Marketing Direto para gerar inputs para o branding. Concordo que o mercado valoriza pouco a rapidez e a flexibilidade para mensurar os resultados, na hora em que a ação ocorre, por meio do telemarketing. Marly Lopes – Ainda temos realidades bem Rafael Sampaio – Esta é uma das questões que gostaríamos de abordar neste debate: as áreas citadas têm operado de forma integrada ou isolada? Existe um modelo de uso ideal? No futuro, cada gênero de empresa ou setor de negócios tende a fazer maior uso de alguma dessas atividades/ferramentas em particular? Outro aspecto importante para debatermos é se as empresas, provedoras de soluções, tecnologia e serviços, têm trabalhado de forma estratégica ou operacional. 30 Marketing Direto Eduardo Souza Aranha – Vamos crescer quanto maior for nossa competência para explorar essa questão da integração. Hoje, com a Internet, as empresas integram informação, compra e comunicação. A possibilidade de executarmos essa tarefa nos torna ímpares como ferramenta no mercado de comunicação. Não que somos melhores que os outros, mas temos uma característica que nos aproxima muito mais da necessidade atual das empresas. Rafael Sampaio – Mas as empresas têm comprado comunicação e informação de forma separada, não é? Eduardo Souza Aranha – Isso ainda acontece porque não se tem uma visão integrada desse processo. O CRM pode ser uma bandeira importante nesse sentido, na medida em que se perceba que não se trata de uma solução tática, mas sim estratégica. A grande questão é como o Marketing Direto entra nas empresas anunciantes. Deveria ser pelo top management, mas, via de regra, é pela gerência de produtos. Nada contra, mas temos que reconhecer que é a visão tática que acaba predominando. O Marketing Direto é visto como solução para reter cliente, e não como al- ternativa para aumentar o valor agregado para o cliente, que seria a solução estratégica. Temos que mostrar o potencial de Marketing Direto em suas mais diversas formas, como instrumento de capacitação estratégica da empresa. Rafael Sampaio – Como têm evoluído os negócios na área de database? Pedro Renato Eckersdorff – Costumo dizer que o telemarketing saiu da tribuna de honra, desceu para a numerada coberta, invadiu a arquibancada e foi parar na geral. O marketing empresarial precisaria se popularizar mais. Nós só pensamos nas grandes empresas. Onde estão as campanhas das operações de menor porte? Temos que popularizar mais essa ferramenta em todos os sentidos. O telemarketing já chegou lá, porém os outros instrumentos ainda são tratados de forma bastante teórica por parte das empresas. Muitas vezes, não se sabe nem mesmo como pedir os projetos. É aí que surgem os problemas: chegamos a programas de 1 milhão de reais, mas o cliente só tem 10 mil para investir. Aurélio Lopes – O que deveríamos ter em mente é que em geral o ótimo é inimigo do bom. Muitas vezes não se tem estrutura para fazer o básico, mas almeja-se algo espetacular. Isso vale para o Marketing Direto, telemarketing e CRM de uma forma mais ampla. Na verdade, temos grandes clientes com cabeças pequenas... e a situação tem se complicado com alinhamentos internacionais, globalização etc. Somos obrigados a conviver com briefings problemáticos e não se tem muita idéia da dimensão dos projetos. Precisamos de um semnúmero de adaptações até chegar ao modelo ideal para as necessidades e a verba do cliente... Isso consome tempo e dinheiro. Somos especialistas e devemos privilegiar a simplicidade, porém a maioria dos clientes quer o complicado. Resultado: é comum vermos clientes frustrados. Quem são hoje os melhores clientes do mercado? Aqueles que têm consistência. Primeiro fazem um projeto pequeno, depois vão aprimorando as atividades. Por isso defendo a bandeira do bom, não a do ótimo. Marly Lopes – Concordo que maior transparência nas relações seria muito importante. As expectativas são altas e nem sempre temos a oportunidade de nos envolvermos com a estratégia. Muitas vezes, quando somos contatados, eles estão pensando no “ótimo”. Temos que desenvolver em nossas parcerias esse entendimento a respeito da importância da transparência, validando nossos esforços, começando pelo bom. Alexandra PPeriscinoto eriscinoto – Esse processo está atrelado à formação do profissional que contrata o serviço. Ainda existe muita disparidade entre os fornecedores, e o cliente precisa saber avaliar corretamente. Por isso é importante as associações e as empresas de call center investirem em cursos para essa área. Marcia Abreu – Tudo depende muito da filosofia da empresa, como ela encara as atividades e se existe pessoas preparadas para o trabalho transcorrer da melhor maneira possível. Há alguns termos que me preocupam bastante, como “programa de relacionamento”. É preciso ter claro que um relacionamento não é pontual, não é um programa, não termina um dia. Por isso, estrategicamente, tudo deve ser integrado. Não adianta ter uma superação em marketing de relacionamento e um call center que atende de forma péssima. As ações devem ser gerenciadas de forma horizontal. O cliente tem que ter pessoas preparadas para monitorar o briefing que vai chegar às agências, que, depois, deve entregar o que vendeu. Existe fornecedor que promete resultados que não pode cumprir. Então, deve haver a ponderação dos dois lados, e todo o processo precisa ter uma “amarração” baseada no compromisso com a questão do relacionamento. Rafael Sa mpaio – O que se faz melhor Sampaio hoje dentro das empresas e de forma terceirizada? Existe a possibilidade de haver uma empresa ou grupos de provedores que sejam full-services nessas áreas? Luiz Buono – Vejo com otimismo o cenário da comunicação dirigida. Esse processo de redução de custos que o mundo vem passando não é simplesmente uma busca por corte de verbas. O que se almeja é a eficácia. Como posso ser cada vez mais competitivo utilizando as ferramentas disponíveis da maneira mais eficaz possível? Quem consegue hoje em dia trazer essa amostragem da eficácia é a comunicação dirigida. Antigamente, num cenário de massa, havia uma grande líder no processo de comunicação, a agência de publicidade. Num cenário dirigido, esse líder ainda não apareceu. O que temos são empresas de comunicação se habilitando para ser as grandes gerenciadoras do processo. Paulo Salvador – Esse papel deve ser assumido pelo profissional de marketing. A agência de publicidade deve sair da liderança de condução do processo e isso voltará para a empresa. Luiz Buono – Mas por que essa condução está no marketing do cliente? Porque ele ainda não está comprando os serviços num contexto de inteligência dirigida. Está tateando o mercado, conhecendo database, telemarketing etc. Daqui a pouco tudo isso vai estar numa visão de inteligência dirigida, extremamente integrada. Aí poderão existir operações preparadas para ajudá-lo a gerir tudo isso. O mercado está em mutação, mas daqui a um tempo os clientes vão ter do seu lado um braço de planejamento e gestão de todo esse processo. Evandro Maia – Do lado do cliente, percebemos que o gerente de marketing está sendo pressionado por resultados a curto prazo e que isto gera a expectativa de ter um fornecedor que resolva rapidamente os problemas dele. Do lado do fornecedor, a pressão leva a ofertas exageradas. Temos visto muitos dizendo que em uma semana colocam um banco de dados operacional no ar; o que é impossível. Com isso temos um problema no gerenciamento das expectativas. Eduardo Souza Aranha – Tem que evoluir muito a questão da percepção dos clientes sobre a agência de Marketing Direto. Ela é muito limitada à comunicação; falta a visão do todo. O cliente deveria analisar a parte estratégica, a mecânica, a comunicação de forma criativa, os sistemas de informação, os canais de relacionamento, o sistema de resposta. Isso fica claro em processos de concorrência que acabam se limitando a uma campanha especulativa. Este é o tipo de cliente que não interessa à Souza Aranha, porque não tem consistência. Ele entender a agência apenas como uma solução de comunicação, nunca vai enxergar o todo. Temos a obrigação de explicar para o cliente que ele pode ir além. É o mesmo que comprar um carro superpotente, uma Ferrari, só para ir ao supermercado. Se o Marketing Direto ficar ligado apenas à comunicação, não se tira dele o maior benefício, que é a informação. Uma agência integrada de Marketing Direto que oferece tanto comunicação como informação é o modelo no qual apostamos. Quando falo de informação, refiro-me à competência em database, análise de dados e canais para gerar informação. Nosso grande desafio é criar cultura no cliente para Marketing Direto, como as agências de propaganda fizeram há trinta anos, com muita competência. Rafael Sampaio – Como se encaixa a Internet nesses universos? Vai funcionar como enabler geral ou como instrumento gerencial e/ou meio de comunicação? Até que ponto ela já transformou e deve transformar as atividades de vocês? Eduardo Souza Aranha – No começo, há oito anos, víamos a Internet como canal. Hoje ela é a espinha dorsal do Marketing Direto, não só pela capacidade de relacionamento, mas por tudo o que conversamos até agora. Fazendo uma analogia bem primária, podemos dizer que a tendência é que a Internet seja para nós o que a TV é para a propaganda. Vai ser a grande plataforma de relacionamento. Marly Lopes – No início, tivemos uma expectativa acima do que se poderia esperar desse tipo de canal. Isso se acalmou agora porque se chegou ao entendimento de que é preciso considerar a plataforma do nosso país, a infra-estrutura e os nichos que se quer atender. Então, em alguns segmentos Marketing Direto 31 Anúncio Mosaico dupla) o ABEMD – o (página ESPECIAL está em plena expansão e em outros ainda há um mundo a explorar. Mas é preciso ter consciência de que não vai se atingir a dona-de-casa por meio da Internet. Ela tem um micro, mas para desenvolver relacionamento usa outros canais. Luiz Buono – Na nossa experiência na agência cada vez mais a web assume importância maior, tanto como canal de relacionamento quanto como ferramenta para gerenciar informação. Do nosso ponto de vista, independente do uso, o que faz a diferença na Internet é a estratégia, a forma como o cliente vai ser remetido para o canal, como se dará o relacionamento, qual o nível de vínculo que será possível criar etc. Hoje cada peça tem uma estratégia muito forte por trás. Rose de PPaula aula – No caso específico do incentivo, ainda não chegamos ao consumidor final usando a Internet, mas a utilizamos para trabalhar com os públicos intermediários, desde que isso tenha pertinência e que o target tenha acesso fácil à Internet. A web tem ajudado a agilizar a comunicação, a segmentar o conteúdo, a formar o banco de dados – e a interatividade é fantástica, porque conseguimos trabalhar de forma muito ágil com pesquisa, enquete, quiz etc. Tem também o lado do gerenciamento, porque podemos disponibilizar sites administrativos, colocando as informações sobre a campanha on-line. O cliente tem condições de fazer o levantamento de todos os índices, avaliando a performance de cada etapa. Paulo Salvador – A Internet tem um papel muito importante na indústria de viagens. O número em termos de compras já ultrapassou o de produtos da área de tecnologia. Na Accor, em âmbito mundial, fazemos uma reserva a cada vinte segundos. O interessante é que ultrapassamos a fase da experimentação. Hoje estamos na ponta do processo, desenvolvendo formas de controlar o inventário. A Internet permite que se escolha qual o canal de distribuição que será utilizado para 34 Marketing Direto determinado produto. Com esse tipo de controle, o apartamento vai ser vendido no local certo, para o cliente certo. A tendência que já vemos nos Estados Unidos é a web ser realmente um canal tangível de valor com o cliente. Rafael Sampaio – Vocês acreditam que, nesses novos ambientes, nos quais a Internet ganha mais força, todas as ferramentas, como mala-direta clássica, call center, telemarketing, vão sobreviver? Efraim Kapulski – Na minha visão, a Internet será sempre um instrumento, e não um fim. O peso que a Internet vai ganhar é relativo ao momento e às necessidades de cada empresa. Eduardo Souza Aranha – Só para lembrarmos do básico: o sucesso do Marketing Direto está em você ter o melhor canal de atendimento e de resposta. A Internet tem uma vantagem fantástica nesse caso, que é sua capacidade de gerar respostas muito mais interativas e transacionais. Então, é nesse sentido que a coloco como espinha dorsal do Marketing Direto. Se imaginarmos 2010, podemos supor que qualquer planejamento de Marketing Direto ou de relacionamento vai carregar muito mais de Internet do que hoje. Efraim Kapulski – Concordo, mas é importante frisar que vamos estar sempre dando ao consumidor a oportunidade de ele escolher o que é melhor no seu caso. Tanto é que até hoje, por mais obsoleto que pareça, o fax ainda é um canal importante. Eduardo Souza Aranha – Esse crescimento que a Internet vai ter no Marketing Direto não significa que um canal vai substituir o outro. Mas vai complementar. Se o hoje o Marketing Direto é dez, irá ser cem quando isso ocorrer. Flávio Salles – Vejo a Internet como um acelerador de contatos... é o Marketing Direto com muito mais força e velocidade. Evandro Maia – A web vai ser um canal poderosíssimo, mas, por enquanto, ocupa uma pequena parte das estratégias, porque a maioria da população não tem acesso a ela. Paulo Salvador – No caso de certas indústrias, a Internet substitui muita coisa. Há três anos lançamos um programa de fidelidade 100% via Internet. Em algumas situações não temos mais razão em usar a mala-direta tradicional. Alain Levi – Acredito que ainda teremos que entender o que é a Internet e como usá-la da melhor forma possível, explorando seu potencial, de acordo com as necessidades do público. Caso contrário, quando falarmos dela, vai parecer que estamos nos referindo a um bicho muito complicado, que exige, por exemplo, projetos bastante sofisticados. Isso não é verdade, pois depende do caso. Rafael Sampaio – Na rodada de encerramento do debate gostaria que cada um dissesse se acredita que sua atividade vai manter o mesmo nome e se, no dia-a-dia, vocês vão continuar fazendo mais ou menos as mesmas coisas para os mesmos clientes. TTeremos eremos mudanças mais radicais nessa área? Alexandra PPeriscinoto eriscinoto – No meu segmento passamos de televendas para telemarketing e chegamos ao call center e ao atual contact center. Não tenho idéia de como isso será chamado no futuro. Provavelmente, por uma questão de concorrência, os fabricantes de tecnologia arranjarão um outro nome para incluir também a Internet. Hoje a carteira de clientes de call center é muito forte no mercado financeiro e no de telecomunicações. Isso deve abrir. Outra mudança importante: o call center terá que se aprofundar, ser menos operacional e mais estratégico, porque é a partir daí que se tem know-how e expertise para ajudar no planejamento. Acredito que o segmento vai continuar crescendo, mas não como nos últimos anos, quando registramos um verdadeiro boom. Deve começar um processo de acomodação do mercado. Hoje já discutimos a questão da auto-regulamentação, que é importante, porque teremos todos que nos qualificar ainda mais. Marly Lopes – No nosso negócio, entendemos que os nomes irão mudar e que isto faz parte da nossa atividade. Existe nessa área uma expectativa de eficácia a curto prazo, e isso nos leva a automatizar processos simples, levando para a linha de frente maior autonomia, o que requer maior alinhamento com filosofias, missões e estratégias do cliente. No final, o objetivo é transformar as centrais de relacionamento em geradoras de negócios. Esse é o grande desafio. Ela deve se pagar e ainda resultar em lucro. Esse movimento deve acontecer para que todos sejamos empreendedores e tenhamos sucessos em nossos negócios. O nome já não preocupa, mas sim o que vai ocorrer. Pedro Renato Eckersdorff – O telemarketing continuará crescendo, mas não nos índices históricos dos últimos tempos. As agências de telemarketing estão se profissionalizando cada vez mais. Primeiro isso aconteceu em função do investimento em tecnologia. Agora é na parte humana. Há exemplos sólidos de empresas fazendo parcerias com universidades para formar seus profissionais. Não podemos esquecer que o telemarketing é uma área importante, uma geradora de primeiro emprego no Brasil. Prepara o funcionário para o mercado futuro, porém, não se trata de um cidadão criado no chão de fábrica, mas que é educado para ouvir, raciocinar, responder. É uma contribuição significativa para essa nação. Estamos confiantes de que essa atividade tem um horizonte muito azul pela frente. Obviamente, terá que passar por alguns processos de acomodação. Os que não seguirem as regras básicas em termos de ética automaticamente serão expulsos pelo próprio mercado. Rafael Sampaio – O que deve acontecer na área de incentivo? Alain Levi – Quem trabalha com criação e planejamento, independentemente da área, deve aprender um pouco mais sobre gerenciamento e dominar as técnicas para poder coordenar terceiros competentes. Vejo no futuro um grande mercado para as agências de comunicação integrada. As palavras mudam, por isso não sei como vamos chamá-las, mas sei que precisaremos de grupos de comunicação muito focados. Rose de PPaula aula – Acredito que marketing de incentivo é a melhor denominação para a nossa atividade. Tivemos uma conquista muito importante nessa área, uma vez que, há quinze anos, conseguimos sair do guarda-chuva da promoção. Ganhamos vida própria. Não podemos perder essa valorização. O que podemos fazer diferente é trabalhar com campanhas de médio e longo prazo. Nesse caso não vamos chamar de incentivo porque estaremos colocando outras ferramentas. É importante, por exemplo, o conceito de loyalty, de employee e de trade. Não é que vamos migrar do incentivo para esse tipo de programa. São coisas distintas e que podem ser trabalhadas, dependendo da base, do tempo de duração, do investimento. Alain Levi – Concordo que dentro do conceito de comunicação as especializações não vão morrer. Não vamos deixar de ter marketing de incentivo, promoção, Marketing Direto, fidelização etc. Foi uma conquista importante para essas áreas ter vida própria. No caso da Motivare, o que quero mostrar ao meu cliente é que consigo fazer marketing de incentivo tão bem quanto faço eventos, promoções. Posso atendê-lo se ele quiser comprar comunicação numa visão mais macro ou se desejar apenas uma campanha de incentivo. Quero me posicionar como uma empresa que entrega soluções de comunicação com expertise em cada ferramenta específica. Luiz Buono – Vejo o mercado com mil oportunidades para as empresas de comunicação. No nosso caso, a especialização é a comunicação dirigida. Considero esse termo adequado porque qualquer ação que se faça nesse contexto, seja usando database, modelagem estatística ou ranqueamento na Internet etc., tem como alvo a geração de um vínculo de qualidade com o consumidor. Não se consegue fazer isso sem comunicação da mais alta qualidade. Então, no caso da Fábrica, o que queremos é entregar a melhor peça criativa, com o melhor planejamento possível e com o melhor gerenciamento. Flávio Salles – Na Sun, acreditamos que vamos fazer as mesmas coisas e mais coisas para diferentes clientes. Inventar alternativas diferenciadas, pois os clientes têm demandado soluções. O case da Tigre, que ganhou Grand Prix esse ano no Prêmio ABEMD, criou uma mídia nova para falar com os encanadores do Brasil inteiro. Isso é marketing de relacionamento e Marketing Direto. Enfim, novos problemas vão surgir e os clientes vão buscar soluções que sejam rentáveis, porque precisam fazer mais por menos. A longo prazo, a nossa “cenoura” é a TV interativa, que vai mudar a forma como se faz branding, propaganda, compra, relacionamento. Aurélio Lopes – Na Datamidia, já há alguns anos, resolvemos usar como approach os três “d”: direct, digital, database. Em vários momentos do dia-a-dia esbarramos nas áreas de promoção, incentivo, pesquisa etc. Esse negócio é tão complicado que, no futuro, acredito que as especialidades vão crescer muito mais que as generalidades. Temos visto as dificuldades que os grandes grupos de comunicação têm enfrentado para integrar todas as atividades. Ninguém consegue chegar no cliente e resolver todos os seus problemas... No fundo, é isso que eles querem. No final, vamos ter cada vez mais especialistas, tal qual acontece hoje no mercado norte-americano. Teremos, por exemplo, empresas que fazem apenas ações de incentivo on-line. Evandro Maia – A RBS Direct nasceu como uma empresa de database marketing, até pela própria história dela nos meios de comunicação, com assinantes da Net e jornais do grupo. Esse ano a empresa tomou a decisão de se posicionar como uma agência de Marketing Direto, com forte conhecimento em database marketing e pesquisa de mercado. Eduardo Souza Aranha – Estou há décadas nesse negócio e minha principal expectativa é que, no próximo debate, possamos deixar de lado nossa baixa auto-estima, expressa tanto na discussão sobre qual é o nosso nome como na eterna polêmica do below the line. Olhando o futuro, acredito que cada vez mais o Marketing Direto vai ser praticado por empresas Marketing Direto 35 com excelência em marketing. Isso acabará nos levando a um patamar superior ao de hoje em termos de consistência. Vejo tudo de forma extremamente positiva. Na Souza Aranha, a comunicação é dirigida para a informação. Não podemos perder isso de vista. Acredito que para melhorar o mercado e evitar confusão junto aos clientes precisamos entrar num processo de simplificação, sendo mais claros e objetivos ao definir nossas atividades. Pensando a longo prazo, é difícil determinar o que vai ocorrer com o Marketing Direto. A grande inovação que está acontecendo é fora da agência, no campo da tecnologia. Os avanços estão nos levando a ter soluções nunca imaginadas. Por outro lado, não sabemos como o consumidor vai agir frente a todas essas mudanças. E sabemos que ele continuará sendo o rei do nosso negócio. Rafael Sampaio – O nome continuará sendo Marketing Direto? Eduardo Souza Aranha – Sim. Nos EUA discutiu-se muito isso e nada mudou. No Brasil existe um problema, que é a confusão entre Marketing Direto e mala-direta, mas não temos um termo mais adequado. Rafael Sampaio – Qual é a visão da ABEMD? Efraim Kapulski – Vou arriscar um vaticínio: os presidentes das companhias nas próximas décadas serão oriundos do Marketing Direto, porque quem trabalha com essa atividade reúne três atividades fundamentais da empresa, que são o marketing, as finanças e a tecnologia. O Marketing Direto não tem sido suficientemente valorizado por causa dos baixos volumes, mas temos pessoas bem preparadas na área. É só olhar o número de segmentos com que trabalhamos nos comitês da ABEMD: logística, que dá para desmembrar em 36 Marketing Direto Foto: Ismar Almeida ESPECIAL Durante três horas, os participantes do debate dissecaram os principais diferenciais do Marketing Direto e fizeram previsões sobre o futuro da atividade. vários; agências; listas; telemarketing/call center/ contact center; produção/tecnologia; CRM/database; e-commerce etc. Acredito que a promoção também vai fazer parte do Marketing Direto. Vamos seguir o modelo canadense, onde não existe mais associação de Marketing Direto nem de marketing promocional, mas uma associação de marketing. O nome que essa atividade vai ter é menor do que se tem hoje, pois será apenas marketing. E o Marketing Direto será a ferramenta mais importante dentro do marketing, por imprimir mais resultado, controle, criatividade, planejamento. Um profissional de Marketing Direto pode fazer qualquer coisa em qualquer lugar. Rafael Sampaio – Como os anunciantes estão enxergando esse processo? Marcia Abreu – Concordo que devemos registrar um grande crescimento nessas áreas e que a integração das atividades é irreversível. Teremos um processo único de relacionamento com o consu- midor, aconteça ele no call center, via mala-direta, ponto-de-venda etc. Não tenho um palpite a respeito do nome. Mas considero que hoje os termos não traduzem toda a grandeza das atividades de comunicação. Paulo Salvador – Atualmente o cliente enxerga três tipos de parceiros: os especialistas, os generalistas e os neologistas. Acredito que as agências de Marketing Direto são a espinha dorsal do planejamento estratégico. No caso dos especialistas, como as operações de call center e marketing de incentivo, elas seguem como apoio a essa decisão estratégica. Na minha visão, o especialista faz diferença, porque está antenado e pensando 24 horas sobre determinada ferramenta, podendo trazer valor agregado para o trabalho como um todo. É um pouco diferente do generalista, que é um intermediário dessa construção. O importante é frisar que há espaço para essas duas linhas de pensamento. Agora, os neologistas devem ficar fora, porque servem apenas para ficar inventando novos termos para as atividades... Anúncio Maximailing (1 página) Marketing Direto 37 RECONHECIMENTO Anuário da ABEMD recebe Publicação conquista Certificado de Mérito na principal premiação internacional da indústria gráfica 38 Marketing Direto O Anuário Brasileiro de Marketing Direto de 2003, editado pela ABEMD e com produção gráfica da Takano, conquistou o Certificado de Mérito da Printing Industries of America – PIA. A premiação, que se configura como uma das mais cobiçadas conquistas da indústria gráfica, representa o reconhecimento, em âmbito mundial, da qualidade da impressão e do design da publicação. O anuário da ABEMD é um guia completo das empresas filiadas à entidade e se constitui na principal fonte de consulta sobre os diversos segmentos que integram o Marketing Direto nacional. Nele estão presentes não apenas os mais importantes fornecedores e prestadores de serviços nas diversas ferramentas da disciplina, como também as principais empresas que se utilizam dessas ferramentas em suas ações de comunicação e de marketing. O conceito visual da edição deste ano seguiu uma linha “clean” e tanto a diagramação quanto o conteúdo, passando pela tipologia escolhida e uso das cores e grafismos, foram concebidos para facilitar a localização das informações e a consulta por parte dos usuários. A publicação contém, ainda, matérias conjunturais em que foram ouvidos profissionais das diferentes áreas do Marketing Direto – agências, call center/ telemarketing, database/CRM, internet/e-commerce, listas e logística – para traçar um panorama de cada setor, com dados sobre a atualidade e perspectivas. Em razão do caráter de referência do anuário, também foi incluído o Código de Ética da ABEMD e um glossário dos principais termos do Marketing Direto, elaborado por Eduardo Souza Aranha. PRÊMIO INTERNACIONAL Alegria e motivação “Recebemos esse Certificado com muita alegria e orgulho. Para nós, simboliza o reconhecimento da qualidade de um produto voltado para a consulta, que se apóia no tripé de qualidade de conteúdo editorial, do layout e apresentação gráfica impecável para atingir seu objetivo”, comemorou Efraim Kapulski, presidente da ABEMD. Também na Takano esse reconhecimento foi recebido com muito entusiasmo. “Esta vitória é mais um resultado de nosso entrosamento profissional”, assinalou Robison Borges, diretor nacional de Vendas da empresa. Na mensagem enviada por Borges à ABEMD ele destaca que “nós somos muito gratos pela confiança e esperamos continuar a merecê-la sempre. Afinal, em time que está ganhando (até no Exterior) não se mexe”. Para a equipe que participou da produção editorial do anuário, a premiação também foi motivo de muita alegria. Esse reconhecimento teve o duplo papel de produzir muito entusiasmo nos profissionais e, ao mesmo tempo, de motivá-los a continuar oferecendo aos associados da ABEMD e demais leitores um produto de qualidade. Galeria de prêmios da TTakano akano Neste ano, a Takano foi a única gráfica brasileira da participar do concurso da PIA. Dos 39 trabalhos que inscreveu, 16 foram premiados: 13 receberam Certificado de Mérito, dois conquistaram Prêmio de Reconhecimento e uma peça levou o Prêmio Benny “Best of Category”, considerado o Oscar da indústria gráfica mundial. Com o Benny deste ano, a Takano passa a contar com cinco desses troféus em sua prateleira, o que tem alto significado no reconhecimento da qualidade de seu trabalho, comparável ao que de melhor se produz em âmbito internacional. A elaboração do Anuário Brasileiro de Marketing Direto 2003 teve a participação de Simon Widman (editor), Natasha Kapulski (assistente editorial), Claudio Toledo (publicidade), Adriana Cassiano (criação e arte), Silvana Rosental (diagramação) e Estela Ladner (produção). Com uma tiragem de 6 mil exemplares, a pré-impressão, impressão e acabamento ficou por conta da Takano Editora Gráfica. Marketing Direto 39 MERCADO RESPONSABILIDADE SOCIAL GARANTE EDUCAÇÃO E TRABALHO Fruto de uma visão voltada para a responsabilidade social, a empresa de contact center Vermont e a Universidade de Santo Amaro (UNISA) uniram-se em uma parceria inovadora. Trata-se de um programa de formação universitária e geração de estágios, que irá garantir para mais de uma centena de jovens a oportunidade do ensino superior (custeado integralmente pela empresa Vermont), aliado a estágios profissionais remunerados. A estratégia Vermont-UNISA baseia-se na adequação da grade curricular do atual Curso Seqüencial de Gerenciamento de Marketing da UNISA, que passou a incorporar as atividades relativas à contact center, através da realização de disciplinas de extensão universitária ministradas pela UBS – UNISA Business School. Durante os meses de maio e junho de 2003 a Vermont iniciou um processo de seleção identificando, prioritariamente, alunos provenientes de colégios públicos da região de Santo Amaro (onde estão sediadas as duas instituições) e que não estivessem empregados. Passado o primeiro processo de triagem, todos os aprovados se submeteram ao Processo Seletivo da UNISA. Os 120 primeiros lugares passaram a ter garantida a sua vaga como alunos da Universidade e como estagiários da Vermont. O projeto já está tomando proporções maiores e as duas parceiras agora estudam a adequação da grade de outros cursos, como Ciência da Computação e Enfermagem. Para os próximos dois anos a expectativa é que o número de beneficiados com as bolsas integrais seja superior a 400 alunos. 40 Marketing Direto PL USOF T E TRD TECNOL OGIA FIRMAM PLUSOF USOFT TECNOLOGIA PARCERIA E APRESENT AM SOL UÇÃO VOL TADA APRESENTAM SOLUÇÃO VOLT PARA PEQUENOS E MÉDIOS CALL CENTERS Uma solução de baixo custo e de rápida implementação que proporciona melhor relacionamento entre empresas e clientes é a novidade que a Plusoft lança em parceria com a TRD Tecnologia. O novo SIG, desenvolvido pela TRD Tecnologia, inclui o módulo SIG-FrontEnd, que se baseia no knowhow em software de relacionamento com o cliente da Plusoft. A solução supre as prioridades básicas de atendimento ao cliente, implementando de forma rápida a custos baixos um call center. Uma das vantagens do aplicativo é oferecer os primeiros passos em direção ao relacionamento com clientes e consumidores, seja através de ações de televendas ou para atendimento a clientes no pós-venda. Outro diferencial do produto é ser modular, pois permite agregar aos poucos novos módulos, conforme a necessidade e o potencial de investimento de cada empresa. O SIG-FrontEnd oferece um completo banco de dados de clientes, e automatiza os processos de relacionamento e negócios mais utilizados nos call centers, tais como: cadastro de clientes de pessoas físicas ou jurídicas, pedidos, perfil de relacionamento, scripts ativos e receptivos, gerenciamento de campanhas, gerenciamento e acompanhamento de ocorrências, históricos de contatos, agendamentos, segmentação, integração com outros softwares da empresa, entre outros. “É a primeira vez que duas empresas se unem para criar um produto que apresente grande diversidade de funcionalidades, com uma relação custo/benefício extremamente favorável. Dessa forma, os custos tornam-se muito reduzidos, possibilitando que pequenos call centers, possam otimizar suas operações de vendas, pós-venda e relacionamento com o cliente, garantindo performance e agilidade”, esclarece Guilherme Porto, CEO da Plusoft. SOF TMARKETING CRIA NO VO CONCEITO DE SOFTMARKETING NOVO CL UBE DE RELACIONAMENTO CLUBE A SoftMarketing, empresa paranaense especializada em marketing direto e de relacionamento, lança um novo conceito de clube de relacionamento com os clientes. O “Clube da Estrada” é o primeiro a reunir empresas de um mesmo segmento, porém não concorrentes, que irão dividir os custos operacionais do marketing de relacionamento e a base de dados. Volvo, Cummins, revista Caminhoneiro, Tortuga Câmaras de Ar e Thermoid apostam nessa nova idéia para driblar a crise e manter a comunicação com os públicosalvo. “A proposta da SoftMarketing é apresentar uma solução de marketing de relacionamento num momento em que as empresas estão reduzindo o orçamento para a comunicação para superar a crise”, afirma o sócio-diretor da SoftMarketing, Luiz Marcelo Daniel, responsável pelo projeto. O inves- timento total deve ficar em dois milhões de reais por ano. Antes da implantação do projeto, uma pesquisa foi realizada com mil motoristas de caminhão para identificar as características e necessidades desse público-alvo. Os números revelaram que 73% dos entrevistados residem em casa própria quitada. “Outros dados também mostram que essa é uma classe com um bom poder aquisitivo para investimentos a médio e longo prazo”, conta Daniel. De acordo com o estudo, 47% dos caminhoneiros autônomos ganham até R$2.500 por mês e 22% recebem entre R$ 2.501 e R$ 5 mil. Nesse mesmo grupo de profissionais, 66% têm o caminhão próprio e quitado. Os sócios do clube contarão com quatro benefícios. O primeiro é a assistência na estrada. A idéia do Clube da Estrada é garantir assistência ao caminhoneiro e em caso de acidente ou problemas com o caminhão, o clube garante o transporte com o acompanhante até a residência. Isso também ocorre se o caminhão for roubado. Outra novidade é a central de recados. Através dela, o caminhoneiro envia e recebe mensagens da família ou relacionadas ao trabalho. Os convênios da estrada são outra vantagem do clube. São descontos em postos de combustíveis, restaurantes, oficinas credenciadas e hotéis. O quarto benefício é o conjunto de ações de relacionamento que incluem cartões de datas festivas (aniversário e Natal), um informativo periódico sobre transporte e novidades sobre novos convênios, além de três pesquisas por ano que garantirão a interatividade do clube com os associados. Marketing Direto 41 MERCADO EMBRACE REALIZA AÇÃO DE PRÉ-LANÇAMENTO IMOBILIÁRIO PARA A GOLDSTEIN Pouco mais de 750 pessoas tiveram a oportunidade de conhecer, antes do lançamento, o Century Square Higienópolis, novo empreendimento da Goldsztein S.A.. Estas pessoas foram selecionadas com base em seu perfil, renda e tipo de imóvel que pretendem comprar, além de alguns outros atributos que determinaram quem faria parte deste seleto grupo de prospects, escolhidos como o público-alvo da ação de Marketing Direta criada pela Embrace - Marketing de Relacionamento. A promoção “Arquivo Confidencial” ao completar quatro semanas já havia superado as expectativas. Em menos de um mês, mais de 200 prospects que receberam o material visitaram o apartamento decorado e o Plantão e 45 apartamentos foram vendidos. A Embrace desenvolveu a peça baseada em três aspectos: personalização, segmentação e desconto especial. A pasta com material totalmente personalizado apresenta informações sobre o novo empreendimento e um cheque (nominal ao prospect que recebe a pasta) no valor de R$ 10.000,00 , para ser usado como desconto na compra do novo apartamento no Century Square Higienópolis. Segundo Ricardo Jornada, Gerente Comercial da Goldsztein S.A., “os resultados desta ação pré-lançamento estão superando as expectativas”. Além da personalização do material e do desconto exclusivo, o material apresenta um produto com características e preço de acordo com o que eles procuravam. Soma-se “a chance do prospect conhecer o apartamento decorado antes do lançamento e a possibilidade de escolher o andar e posição do apartamento que prefere, contribui para que a decisão de compra seja rápida”, explica Jornada. 42 Marketing Direto CAMP ANHA DA A TB COMEMORA OS CAMPANHA ATB 35 ANOS DA VARIG NA ROT A BRASIL -JAPÃO ROTA BRASIL-JAPÃO De um lado a pipa brasileira. De outro o origami de um pássaro. O repique de um tamborim e, ao lado, a leveza e harmonia dos hachis. Um par das sandálias havaianas acompanhado de um par de tamancos de madeira. Estes foram os símbolos que a agência ATB Comunicações utilizou para demonstrar que a Varig, nos últimos 35 anos, reduziu as distâncias física e cultural entre o Brasil e o Japão. O resultado do trabalho está na campanha VARIG 35 anos da Rota Brasil-Japão. A ATB criou uma campanha – incluindo ações de Marketing Direto – que demonstra a sensibilidade da companhia aérea em reduzir o impacto das diferenças sócio-culturais entre os passageiros em trânsito nessa rota. Para tanto, o criativo uso dos símbolos nacionais, brasileiros e nipônicos, foi a aposta da agência. Foram produzidos banners, cartazes e buttons para distribuição aos colaboradores nos aeroportos e lojas da Varig. Também foram criados volantes para distribuição aos passageiros e anúncios para publicação nos jornais Nikkey Shimbum e São Paulo Shimbum e na revista Ícaro, da própria Varig. A divisão de Marketing Direto da ATB criou, ainda, uma mala-direta para divulgar junto ao trade e agentes de viagens as facilidades que a Varig oferece na rota Brasil-Japão. Um importante diferencial desta campanha é que a divulgação será feita simultaneamente nos dois países e, também, em Los Angeles(EUA). Marketing Direto 43 NOVOS ASSOCIADOS DA ABEMD EMPRESAS CVC TURISMO Atividades Atividades: Empresa voltada para o ramo de turismo. Histórico Histórico: A CVC Turismo opera no mercado brasileiro há 31 anos. Em três décadas, transportou mais de 5,5 milhões de passageiros em viagens domésticas e internacionais. Localidades em que atua atua: Em todo Brasil, Miami e Buenos Aires. Nome do representante representante: Gustavo Paulus. Site da empresa empresa: www.cvc.com.br ASSURANT SEGURADORA Atividades Atividades: Venda de seguros massificados, utilizando entre suas ferramentas de venda o telemarketing e a mala direta. Histórico Histórico: A Assurant Seguradora é membro do Grupo Assurant, provedor de produtos e serviços de gerenciamento de risco especializado. Está no Brasil há pouco mais de um ano, oferecendo seguros de proteção financeira, perda e roubo de celular, acidentes pessoais, renda diária por hospitalização, entre outros. Localidades em que atua atua: Estados Unidos, Reino Unido, Dinamarca, Argentina, Irlanda, Porto Rico e Brasil. Nome do representante representante: Isabel Mendonça. Site da empresa empresa: www. assurant.com.br ATHENAS SERVICE CONT ACT CONTACT CENTER LTDA Atividades Atividades: Pesquisa, qualificação cadastral, agendamento comercial, SAC, help desk, telemarketing, cobrança, ações pontuais, terceirização de pessoal. Histórico Histórico: Fundada em 1990 como empresa de terceirização de serviços de contact center que desenvolve projetos específicos. Especialista em ações pontuais e posicionando-se como centro de negócios. Localidades em que atua atua: Sites próprios em Porto Alegre e São Paulo. Nome do representante representante: Claudio Ubiratan Fonsecca Zanchi. Site da empresa empresa: www.athenasul.com.br 44 Marketing Direto MONGERAL PREVIDÊNCIA E SEGUROS Atividades Atividades: Oferece planos de previdência complementar aos servidores públicos ativos e inativos. Histórico Histórico: Há 168 anos no mercado de previdência, a Mongeral oferece segurança aos servidores públicos civis e militares. É a quinta empresa mais antiga em atividade constante no Brasil, tendo sido fundada antes mesmo da previdência social que conhecemos hoje. Localidades em que atua atua: Território nacional. Nome do representante representante: Osmar Navarini. Site da empresa empresa: www.mongeral.com.br NET SERVIÇOS DE COMUNICAÇÃO S.A. Atividades Atividades: Telecomunicações por assinatura. Histórico Histórico: A companhia iniciou suas operações em 1991 como operadora do sistema múltiplo de televisão por assinatura denominada Multicanal. Em maio de 2002 houve a alteração da denominação social da companhia para NET Serviços de Comunicação S.A., tendo como principal objetivo associar o nome da empresa à marca pela qual ela é reconhecida pelos seus clientes e enfatizar a sua preocupação com a qualidade dos serviços prestados ao assinante. Localidades em que atua atua: Atua em 44 cidades, mas principalmente em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília e Porto Alegre. Nome do representante representante: Simone Felisardo. Site da empresa empresa: www.net.tv.br PLANAL TO ENVEL OPES PLANALTO ENVELOPES Atividades Atividades: Empresa de envelopes personalizados. Histórico Histórico: Desde 1961 a Planalto dedica-se a produzir envelopes. Atua em quatro segmentos: Unidade Gráfica, Varejo, Personalizados e Promocionais. Localidades em que atua atua: Brasil e Exterior. Nome do representante representante: Ricardo Minguez Ruiz. Site da empresa empresa: www.planaltoenvelopes.com.br UMPORUM MARKETING DE RELACIONAMENTO Atividades Atividades: Marketing Direto, database marketing, programas de relacionamento, gestão de programas de fidelidade, marketing digital, fulfillment, incentive, consultoria, gerenciamento de projetos de comunicação de marketing de relacionamento online e off-line, desenho de estratégias de CRM. Histórico Histórico: A UmPorUm foi projetada no ano de 1996, ficando em processo de maturação até meados de 2001, quando começou a atuar no mercado de Salvador. Localidades em que atua atua: Todo território nacional com foco no Norte e Nordeste. Nome do representante representante: Dalmo Santana. Site da empresa empresa: www.umporumonline.com.br PESSOAS FÍSICAS Alexandre Igor Moreira Fernandes, Aya Shimamura, Cristiane Castilho, Cristina Panariello, Edson Roberto da Silva, Ernesto José Charmis, Roney Lima Dutra, Rossano Soares Tavares. AGENDA CURSOS, SEMINÁRIOS E PALESTRAS 19 e 20 de setembro Qualidade e Produtividade em Call Center Palestrante: Jurédeles Couto Filho Local: Espaço Rio – Centro – Rio de Janeiro/RJ Valor da inscrição: R$ 750,00 Desconto para associado ABEMD: 10% Organização: Class Informações e inscrições: (21) 2513-4849 ou www.class-consult.com.br ou [email protected] 22 e 23 de setembro Construindo e Gerenciando o Repositório de Metadados Palestrante: Laércio Serra Horário: Das 8h30 às 18h Local: Parthenon Lider Flat – Brasília/DF Valor da inscrição: R$ 1.180,00 Desconto para associado ABEMD: 20% Organização: ITCOM Informações e inscrições: (11) 5096-6682 ou [email protected] ou www.itcom.com.br 23 de setembro Qualidade no Atendimento Palestrante: Elisabeth Russo Infante Horário: Das 8h30 às 17h30 Local: Auditório Integração – Itaim Bibi – São Paulo/SP Valor da inscrição: R$ 490,00 Desconto para associado ABEMD: 25% Organização: Integração Consultoria e Treinamento Informações e inscrições: (11) 3046-7878 ou www.integracao.com.br 24 e 25 de setembro BI em Nova Abordagem Palestrante: Oswaldo Brito Horário: Das 8h30 às 17h30 Local: Parthenon Lider Flat – Brasília/DF Valor da inscrição: R$ 1.180,00 Desconto para associado ABEMD: 20% Organização: ITCOM Informações e inscrições: (11) 5096-6682 ou [email protected] ou www.itcom.com.br 24 e 25 de setembro Programas de Incentivo – Como atingir resultados motivando as pessoas Palestrante: Anete Schonenberg Bekin Horário: A partir das 8h30 Local: Auditório Integração – Itaim Bibi – São Paulo/SP Valor da inscrição: R$ 560,00 Desconto para associado ABEMD: 25% Organização: Integração Consultoria e Treinamento Informações e inscrições: (11) 3046-7878 ou www.integracao.com.br 29 e 30 de setembro Call Center – Dimensionamento e Tecnologia Palestrante: Izidro Pedro S. Costa Filho Horário: Das 8h00 às 18h00 Local: Hotel Campobelo Plaza – Campo Belo – São Paulo/SP Valor da inscrição: R$ 1.180,00 Desconto para associado ABEMD: 20% Organização: ITCOM Informações e inscrições: (11) 5096-6682 ou [email protected] ou www.itcom.com.br 29 e 30 de setembro Formação de Multiplicadores para a Satisfação e a Recuperação de Clientes Palestrante: Eduardo Ribeiro Horário: Das 8h30 às 17h30 Local: Auditório Integração – Itaim Bibi – São Paulo/SP Valor da inscrição: R$ 580,00 Desconto para associado ABEMD: 25% Organização: Integração Consultoria e Treinamento Informações e inscrições: (11) 3046-7878 ou www.integracao.com.br 29 de setembro a 02 de outubro Customer Satisfaction Palestrante: Evandro Maia Horário: Das 19h30 às 22h40 Local: Hotel Campobelo Plaza – Campo Belo – São Paulo/SP Valor da inscrição: R$ 890,00 Desconto para associado ABEMD: 20% Organização: ITCOM Informações e inscrições: (11) 5096-6682 ou [email protected] ou www.itcom.com.br 30 de setembro Gerenciamento e Supervisão em Telemarketing Programa de Desenvolvimento Profissional Horário: Das 14h às 18h Local: Auditório ABEMD – Edifício Itália – Centro – São Paulo/SP Valor da inscrição: R$ 278,00 Valor da inscrição para associado ABEMD: R$ 139,00 Organização: ABEMD Informações e inscrições: www.abemd.org.br ou (11) 3129-3001 ou [email protected] 08 de outubro Fundamentos do Marketing Direto Programa de Introdução ao Marketing Direto Horário: Das 14h às 18h Local: Auditório ABEMD – Edifício Itália – Centro – São Paulo/SP Valor da inscrição: R$ 278,00 Valor da inscrição para associado ABEMD: Gratuito Organização: ABEMD Informações e inscrições: www.abemd.org.br ou (11) 3129-3001 ou [email protected] 14 de outubro Perspectivas de Investimentos, sucessos e insucessos do mercado e dos projetos de CRM Programa de Desenvolvimento Profissional Horário: Das 14h às 18h Local: Auditório ABEMD – Edifício Itália – Centro – São Paulo/SP Valor da inscrição: R$ 278,00 Valor da inscrição para associado ABEMD: R$ 139,00 Organização: ABEMD Informações e inscrições: www.abemd.org.br ou (11) 3129-3001 ou [email protected] Observação: As datas e horários dos eventos estão sujeitos a alteração. Os melhores do Cannes Direct 2003 O Lions Direct é a categoria de Marketing Direto do Festival de Cannes, o mais tradicional evento da propaganda e marketing mundial. No ano de 2003, segunda edição do Festival que conteve a categoria de Marketing Direto, foram mais de 1.100 inscrições de empresas de 41 países. O Brasil inscreveu 36 campanhas, das quais cinco entraram no short list e quatro conquistaram seus leões: “Dados”, da Salem para a CPM/IBM, “Datas”, da Salem para a Embratel, “Fax”, da Loducca para BOL, e “Presente Sagrado”, da carioca OPM para Petrobrás. Para permitir que profissionais brasileiros tenham acesso ao que de melhor se produz de Marketing Direto em todo o mundo, entre os dias 29 e 30 de outubro, a ABEMD irá promover em São Paulo o seminário “Os melhores do Cannes Direct 2003”, trazendo os cases vitoriosos do evento em 2003, através de apresentações e exposição dos cases premiados. Programe-se Data: 29 a 30 de outubro Horário: Das 14h às 19h Local: Centro Brasileiro Britânico – Pinheiros – São Paulo/SP Valor da inscrição: R$ 900,00 Desconto para associado ABEMD: R$ 450,00 Organização: ABEMD Informações e inscrições: www.abemd.org.br ou (11) 3129-3001 ou [email protected] Marketing Direto 45 Causos Causos do Marketing Direto É MODELAGEM... TIO! POR ROGÉRIO CARPI – EST ATÍSTICO E PROFES SOR DO ESTA PROFESSOR CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO DA ABEMD em, essa história aconteceu uns cinco anos atrás e revela na sua simplicidade a questão cultural que todo desenvolvimento de uma nova disciplina gera nos negócios.Vou restringir aos detalhes principais. Num belo dia, empolgado pela novidade e por tudo o que o marketing direto poderia realizar com bancos de dados e estatística juntos, fui procurar meu tio, na época prefeito de uma cidade do interior de São Paulo. Além de reencontrá-lo após anos de distância, fôra apresentar uma idéia genial que tivemos na época: utilizar a base de dados dos munícipes, e através dos dados transacionais de impostos e dados sócio-demográficos montar um programa de relacionamento com objetivo de criar fidelidade à administração, reduzir evasão de receitas(leia-se sonegação), aumentar a arrecadação e estabelecer um programa de comunicação personalizada que produzisse a “fidelização” da população à administração garantindo a reeleição. Música para os ouvidos! E além de tudo, o decisor era o próprio tio! Moleza! Com esse embalo todo, liguei para o assessor e expliquei o motivo da visita. Disse-lhes que gostaria de apresentar o grande segredo das corporações de sucesso e que eles poderiam ser os primeiros a utilizar esse formidável arsenal de disciplinas de marketing direto na área pública. A visita foi marcada e tudo corria bem. Mandei preparar o novo cartão de visitas. Fiz questão de colocar Modelling & DBM. Uma segunda versão em português continha apenas Modelagem Estatística. Pequei o portfolio da agência e fui...fui muitíssimo bem recebido. Assessores apareceram de todos os lados, conheci o presidente da câmara, o vice-prefeito, secretário de finanças que já estava brifado e começamos a reunião numa bela sala com vista inesquecível. Apresenteime e entreguei os cartões. Durante a exposição, olhando os rostos incrédulos, fui percebendo que deveria dar um tom mais prático. Depois de trinta minutos de tentativas, o prefeito tomou a palavra e disse-me pegando o meu cartão de visitas na mão: - Gostamos muito da apresentação. Temos muito interesse na área de moldagem, portanto vou apresentá-lo para alguns empresários do ramo metalúrgico da cidade... - Ah, com licença senhores, acho que eu não me expressei corretamente, trabalho com marketing direto e modelos - emendei. - Bem, nesse caso vou chamar o secretário de Turismo pois pretendemos lançar um concurso de beleza na cidade! Muito obrigado! Bem, de lá para cá alguma coisa mudou! Felizmente a utilização de técnicas de modelagem estatística foi abraçada por alguns setores do marketing direto. Quer saber... acho que meu tio tinha um pouco de razão e essa disciplina também lida com moldagens de dados e produz resultados de grande beleza! Você também é um convidado para se um colaboradorda revista Marketing Direto. Compartilhe seus “Causos” com os leitores da revista e ajude a resgatar para a história do segmento esse lado folclórico do Marketing Direto brasileiro. Escreva para: 46 Marketing Direto [email protected] 3ª capa Anúncio de 1 página Datamídia Marketing Direto 47 4ª capa Anúncio de 1 página RBS 48 Marketing Direto