UNIVAG – Centro Universitário 1 I – ANÁLISE CONCEITUAL DA FUNÇÃO LOGÍSTICA 1.1 - Conceituando Logística Conforme a origem da palavra, logística do francês “logistique” (fins do século XVIII, reinado de Luiz XIV, havia o posto de “Marechal – General de logis” responsável pelo suprimento e transporte de material bélico), tem seu significado relacionado a “parte da arte da Guerra referente ao projeto, desenvolvimento, obtenção, armazenamento, transporte distribuição, manutenção e evacuação de material ( para fins operativos ou administrativos)”. Observando essas funções verificamos que são inerentes àquela das atividades da Administração de Material, com um apoio maior à distribuição, transportes, retiradas de materiais, etc. Definição (Enfoque “Materiais”): Logística pode ser definida como sendo a administração e a operação dos sistemas físicos, informacionais e gerenciais necessários para que insumos e produtos superam as barreiras espaciais e temporais de forma econômica. Aspectos Físicos: Armazém Equipamentos Veículos Aspectos Informacionais Processamento de Dados Tele - Informática Aspectos Gerenciais Processos de Controle mão-de-obra Administração de Materiais e Logística Prof: Vanderlei F. Ribeiro/02 UNIVAG – Centro Universitário 2 Sua missão é responder a: O QUE COMPRAR QUANTO SUPRIR MATERIAIS QUANDO TRANSPORTAR PRODUTOS ONDE ARMAZENAR COMO ATENDER A DEMANDA Uma outra definição (mais clássica) seria: “(Logística) . . . é o termo que define a integração de duas ou mais atividades para planejar, implantar e controlar o fluxo eficiente de insumos, estoque em processo e produtos acabados a partir do seu ponto de origem até o ponto de seu consumo. Essas atividades incluem, entre outras, o nível de serviço oferecido ao cliente, a previsão de demanda, a rede de comunicações de distribuição, o controle de estoques, a manipulação de materiais, o processamento de pedidos, a rede de suporte de peças e serviços, a localização de fábricas e depósitos, o suprimento, a embalagem, o manuseio de retornos, a disposição de refugos e restos, o transporte e a armazenagem dos estoques. (National Council of Physical Distribution Management, 1979) A Logística não se constitui um processo com fim em si próprio, por isso, para a operação adequada dos processos logísticos torna-se necessário a utilização de diversas disciplinas, que auxiliará no desenvolvimento da Cadeia de Suprimentos, tais como: Movimentação de Materiais Pesquisa Operacional * Programação linear * Grafos e redes * Teoria de filas * Simulação por computador Teoria da Localização Informática Economia dos transportes Administração de Materiais e Logística Prof: Vanderlei F. Ribeiro/02 UNIVAG – Centro Universitário 3 Planejamento e Controle da Produção * Rede PERT / CPM * Gráfico de Gantt Gestão de Estoques Além disso, a Logística tem interfaces com diversas áreas da empresa, ou seja, além de usar conhecimento de diferentes disciplinas, também interfere (e é sujeita) as atividades de outras partes da organização. INFORMÁTICA * Contabilidade Fiscal * Pessoal * CAD / Engenharia PRODUÇÃO * PPCP * Controle da Qualidade * Manutenção * Tempos, Métodos e Processos * Controle de Estoques * Faturamento * Teleprocessamento * Manifestos / Roteiros * Compras e Suprimentos * Localização de centros * Estoque em processo * Programação de atividades * Tamanho de lote LOGÍSTICA (COORDENAÇÃO) * Nível de Serviço / Prazos * Canal de Distribuição * Política de Preços * Embalagem * Estoques (Giro) * Fluxo de Caixa * Controle de Custos * Pesquisas de Opinião * Política de Promoções * Portfolio de Produtos * Vendas * Carteira de Investimentos * Tesouraria * Contabilidade MARKETING FINANÇAS ALGUMAS INTERFACES DA LOGÍSTICA COM ATIVIDADES DE OUTRAS ÁREAS Administração de Materiais e Logística Prof: Vanderlei F. Ribeiro/02 FINANÇAS UNIVAG – Centro Universitário 4 Uma Definição da visão logística As funções logísticas são o conjunto de atividades orientadas à administração estratégica da movimentação e armazenamento das matérias primas, peças, componentes, sobressalentes e produtos acabados, dos fornecedores, até os consumidores, passando através das instalações e da estrutura da empresa. Tradicionalmente, estas atividades logísticas tem estado divididas em dois setores diferenciados: a) Distribuição, consistente na movimentação eficiente dos produtos acabados do fim da linha de produção até o consumidor. Estas atividades inclui transporte, estocagem, manuseio, conservação, controle físico e contábil, localização de depósitos, processamento de pedidos, previsões do mercado consumidor e assistência ao comprador. b) Administração de Materiais, incluindo o mesmo conjunto anterior de atividades, orientadas porém ao suprimento de matérias-primas e componentes e à programação das atividades de produção. Esta divisão pode ser visualizada na Figura a seguir: Administração de Materiais Estoques matériaprima Produção Compras Fornecedor es Materiais Diversos Consumidores Estoques Produtos Elaborados Distribuição Material Técnico Administração de Materiais Distribuição Física (Clássico) Administração de Materiais (Logística) Administração de Materiais e Logística Prof: Vanderlei F. Ribeiro/02 UNIVAG – Centro Universitário 5 Ainda que existam muitas e importantes diferenças operacionais entre Administração de Materiais e Distribuição, é interessante observar que os princípios básicos para o projeto dos sistemas administrativos e de informações e para a avaliação do desempenho são os mesmos. Porém, a separação entre estas duas áreas administrativas pode ser justificada, ainda na atualidade, com base em limitações inerentes aos sistemas de informações disponíveis e, também, nas próprias peculiaridades estratégicas e operacionais da empresa e seu mercado. É importante lembrar, porém; que o entendimento do conceito logístico integrado é importante, pelas seguintes razões: a) Existem, na maioria das empresas, uma grande interdependência operacional, com a utilização de recursos comuns (e freqüentemente duplicados) entre estas duas atividades. b) Do ponto de vista da gestão estratégica da empresa, é importante uma grande coordenação entre os dois tipos de movimentações físicas dentro da empresa (de matérias-primas e de produtos acabados). Essa coordenação (logística) é obtida em muitos casos de forma mais eficientemente, se é possível uma condução única, aproveitando os efeitos sinergéticos latentes. LOGÍSTICA EMPRESARIAL SUPRIMENTO (ADM. DE MATERIAIS) DISTRIBUIÇÃO FÍSICA Transporte Transporte Estoque Estoque Processamento de pedido Processamento de pedido Compras Programação de entregas Administração de Materiais e Logística Prof: Vanderlei F. Ribeiro/02 UNIVAG – Centro Universitário 6 Embalagem Embalagem protetora Armazenagem Armazenagem Manuseio Manuseio Comunicações / Informações Comunicações/ Informações 4.2 - ATIVIDADES LOGÍSTICAS EM UMA EMPRESA Administração de Materiais e Logística Prof: Vanderlei F. Ribeiro/02 UNIVAG – Centro Universitário 7 II - FUNÇÕES ESPECÍFICAS DE ADMINISTRAÇÃO DE INDISPENSÁVEL À OPERAÇÃO LOGÍSTICA MATERIAL Independe da Estrutura Organizacional da Empresa e do seu ramo de atividade, podemos definir os objetivos da Área de Suprimentos/Material como sendo: A Área de Suprimentos tem por finalidade gerenciar economicamente os itens de materiais utilizados pela Empresa, sejam eles de estoque ou adquiridos diretamente para as áreas fins, de forma a atender satisfatoriamente as necessidades do Sistema Operacional. 2.1 - FUNÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAL Apresentamos as funções básicas da Administração de Material, que são: Catalogação Controle de Estoque Obtenção Armazenagem Seu inter-relacionamento é muito grande e quanto mais facilitado for o mesmo, maior será o sucesso da área de material dentro da Empresa. Veremos a seguir apenas noções de cada uma das funções citadas, uma vez que todas elas deverão ser objeto de cursos específicos: Catalogação - é a função que partindo de uma identificação prévia de um material tem por objetivo dar ao mesmo a melhor e mais completa especificação possível. São atividades básicas da Catalogação: Identificação Classificação Codificação Catalogação Administração de Materiais e Logística Prof: Vanderlei F. Ribeiro/02 UNIVAG – Centro Universitário 8 Alguns autores denominam este estudo genericamente de "Classificação de Materiais" aonde as atividades são: Identificação Codificação Catalogação Moderadamente também é conhecida em algumas empresas como: Estudo de Materiais, ou Tecnologia de Materiais. Controle de Estoques - é uma função bastante técnica e que necessita de dados históricos dos materiais a serem gerenciados. Tem como atividades básicas: Planejamento Controle Saneamento Inventários para que os itens sejam repostos dentro de determinados parâmetros e não elevem por demais os níveis de estoque e atendam as necessidades da Empresa. Essa função também é conhecida como: Gestão de Estoques, Planejamento e Controle de Estoques. Obtenção - é também conhecida por "Compras" e tem por finalidade a correta aquisição de bens/serviços para a empresa, no intuito de, com preços e prazos compatíveis, alimentar com qualidade o processo produtivo da Empresa. Suas principais atividades são: Cadastro de Fornecedor Compras Diligenciamento Armazenagem - é a função que através de meios, métodos e técnicas adequadas, bem como utilizando-se de instalações apropriadas tem por finalidade armazenar temporariamente os materiais da Empresa. Suas atividades básicas são: Recebimento Estocagem Distribuição Também é conhecida como “Almoxarifado”. Administração de Materiais e Logística Prof: Vanderlei F. Ribeiro/02 UNIVAG – Centro Universitário 9 III – PLANEJAMENTO E PROGRAMAÇÃO DE ESTOQUES 3.1 - FUNÇÃO E OBJETIVOS DOS ESTOQUES A meta principal de uma empresa é, sem dúvida, maximizar o lucro sobre o capital investido em fábrica e equipamentos, em financiamentos de vendas, em reservas de caixa e em estoques. para atingir o lucro máximo, ela deve usar o capital, para que ele não permaneça inativo. caso haja necessidade de mais capital para expansão, ela tomará emprestado ou tirará dinheiro de um dos quatro itens acima mencionados. espera-se, então, que o dinheiro que está sendo investido em estoques seja o lubrificante necessário para a produção e o bom atendimento das vendas. Em razão das diversas visões de estoque, na estrutura organizacional da empresa, existe uma situação conflitante entre a disponibilidade de estoque e a vinculação do capital, abaixo demonstraremos esses conflitos sob o enfoque de vendas, desejase um estoque elevado para atender os clientes. do ponto de vista financeiro, necessitamos de estoques reduzidos para diminuir o capital investido. Conflitos Interdepartamentais Quanto a Estoques Matéria-prima (alto estoque) Departamento de compras desconto sobre as quantidades a serem compradas. Departamento de produção nenhum risco de falta de Material material. em processo (alto estoque) grandes lotes de fabricação. Departamento de vendas Produto acabado entregas rápidas. (alto estoque) boa imagem, melhores vendas. Departamento financeiro capital investido perda financeira Departamento financeiro maior risco de perdas e obsolescência. aumento do custo de armazenagem. Departamento financeiro capital investido. maior custo de armazenagem. A administração de estoques deverá conciliar da melhor maneira possível os objetivos dos quatro departamentos, sem prejudicar a operacionalidade da empresa. A definição de onde se localizar dentro da estrutura organizacional da empresa, o sistema de controle de estoque é primordial pois, normalmente o departamento que tem maior agressividade é o mais ouvido. o sistema de administração de material deverá tomar para a sua área de atenção essa responsabilidade. Administração de Materiais e Logística Prof: Vanderlei F. Ribeiro/02 UNIVAG – Centro Universitário 10 3.2 - PREVISÃO DE NECESSIDADES DE MATERIAL 3.2.1 - Análise da Demanda * Materiais que apresentam demanda probabilística, devem ser incluídos no estoque, após análise do comportamento da série histórica de consumos, devendo ser observada a regularidade, a tendência e a sazonalidade. * Na ocorrência de demanda incerta, os materiais podem ser incluídos no estoque, com base na análise de: * * * * * * Vida útil do material; Informações do usuário; Informações do fabricante; Importância operacional; Experiência de operação de materiais similares; disponibilidade de mercado. 3.3 - POLÍTICAS DE ESTOQUES A administração central da empresa deverá determinar ao departamento de controle de estoques o programa de objetivos a serem atingidos, isto é, estabelecer certos padrões que sirvam de guia aos programadores e controladores e também de critérios para medir a performance do departamento. estas políticas são diretrizes que a seguir enumeramos: a) Metas das empresas quanto a tempo de entrega dos produtos ao cliente; b) Definição do número de depósitos e/ou de almoxarifados e da lista de materiais a serem estocados neles; c) Até que nível deverão flutuar os estoques para atender uma alta ou baixa das vendas ou uma alteração de consumo; d) Até que ponto será permitida a especulação com estoques, fazendo compra antecipada com preços mais baixos ou comprando uma quantidade maior para obter desconto; e) Definição da rotatividade dos estoques. Administração de Materiais e Logística Prof: Vanderlei F. Ribeiro/02 UNIVAG – Centro Universitário 11 As definições das políticas são muito importantes ao bom funcionamento da administração de estoques. os itens c e e citados são dos que merecem maior atenção, porque é exatamente neles que também vai ser medido o capital investido em estoques. A relação entre o capital investido e a previsão de consumo, indicada como grau de atendimento, é, representada pelo gráfico a seguir : CAPITAL INVESTIDO X PREVISÃO DE CONSUMO 600 CAPITAL INVESTIDO 500 400 300 200 100 0 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90 95 97 100 GRAU DE ATENDIM ENTO Os problemas de previsão de estoques reside na relação entre: Capital investido; Disponibilidade de estoques; Custos incorridos; e Consumo ou demanda. Analisando o problema de dimensionamento de estoques sob o enfoque financeiro, podemos utilizar um índice de retorno de capital: Retorno de Capital = LUCRO CAPITAL Que, multiplicando pelas vendas, pode ser escrito da seguinte forma: LUCRO CAPITAL Administração de Materiais e Logística = LUCRO VENDA X VENDA CAPITAL Prof: Vanderlei F. Ribeiro/02 UNIVAG – Centro Universitário 12 FLUXO DO RETORNO DE CAPITAL RETORNO DO CAPITAL RENTABILIDADE VENDAS LUCRO / X VENDAS GIRO DE CAPITAL VENDAS / RECEITA DESPESAS CAPITAL CIRCULANTE + REALIZÁVEL + PERMANENTE Concluí-se que, para aumentar o retorno sobre o capital, é necessário aumentar a relação lucro/venda e/ou giro de capital. Para a administração de estoques é interessante aumentar o giro de capital e, em conseqüência, diminuir o ativo, supondo-se que as vendas permaneçam constantes. Diminuindo o capital investido em estoques diminui o ativo; aumentando o giro de capital, aumenta então o retorno do capital. O ativo é composto pelo ativo circulante mais o realizável, mais o permanente. Os estoques fazem parte do ativo circulante. Suponha que o giro do capital seja de 1,8 ,que as vendas sejam de R$ 3.600,00 e o capital de R$ 2000,00 e a rentabilidade das vendas, de 10 %. Giro do Capital = 3600 / 2000 = 1,8 Uma redução de 20% no capital resulta em R$ 2000,00 - R$ 400,00 = R$ 1.600,00. Administração de Materiais e Logística Prof: Vanderlei F. Ribeiro/02 UNIVAG – Centro Universitário 13 Novo Giro do Capital = 3600 / 1600 = 2,25 LUCRO CAPITAL RETORNO DO CAPITAL LUCRO VENDA X = RENTABILIDADE X DAS VENDAS VENDA CAPITAL GIRO DO CAPITAL Pontos de atuação da política de estoque no retorno de capital. Por giro de capital definimos que para cada R$1,00 aplicado devem retornar R$ 2,25 de venda. caso sejam aplicados os R$ 400,00 liberados ao reduzir-se o estoque em outros ativos, por exemplo, contas a receber, as vendas aumentarão em R$ 400,00 x R$ 2,25 = R$ 900,00. isto representa um aumento nas vendas de: 900 / 3600 = 25% Rentabilidade das vendas x giro do capital = retorno do capital 10% x 1,8 = 18% 1 hipótese: a liberação do capital em 20% através da redução dos estoques aumenta o giro de capital para 2,25. retorno do capital = 10% x 2,25 = 22,5% 2 hipótese: a utilização do capital liberado para investimento em ampliações torna possível o aumento das vendas em 25% sem a aplicação de novos recursos. (2,25-1,8)/ 1,8) x 100 = 25% Administração de Materiais e Logística Prof: Vanderlei F. Ribeiro/02 UNIVAG – Centro Universitário 14 3.4 - PRINCÍPIOS PARA PLANEJAMENTO DE ESTOQUES Para organizar um setor de controle de estoques, inicialmente deveremos descrever suas funções principais que são: a) Determinar “o que” deve permanecer em estoque. Número de Itens; b) Determinar “quando” se devem reabastecer os estoques. periodicidade; c) Determinar “quanto” de estoques será necessário para um período predeterminado; d) Acionar o departamento de compras para executar aquisição de estoque; e) Receber, armazenar e atender os materiais estocados de Acordo com as necessidades; f) Controlar os estoques em termos de quantidade e valor e fornecer informações sobre a posição de estoque; g) Manter inventários periódicos para avaliação das quantidades e estados dos materiais estocados; e h) Identificar e retirar do estoque os itens obsoletos e danificados. Para se montar um sistema de controle de estoques, torna-se necessário verificar os seguintes pontos: Os diferentes tipos de estoques existente em uma empresa. Os diferentes pontos de vista quanto ao nível adequado de estoque para atender as necessidades da empresa. A relação entre o nível do estoque e o capital necessário envolvido. Administração de Materiais e Logística Prof: Vanderlei F. Ribeiro/02 UNIVAG – Centro Universitário 15 3.5 – MÉTODOS PARA PREVISÃO DE ESTOQUES Todo o início de estudo de estoques está pautado na previsão do consumo do material. A previsão de consumo ou da demanda estabelece estimativas futuras dos produtos acabados comercializados pela empresa. define, portanto, quais produtos, quanto desses produtos e quando serão comprados pelos clientes. A previsão deve sempre ser considerada como a hipótese provável dos resultados. As informações básicas que permitem decidir quais serão as dimensões e a distribuição no tempo da demanda dos produtos acabados podem ser classificados em duas categorias: Quantitativas e Qualitativas. a) Quantitativas Evolução das vendas no passado; Variáveis cuja evolução e explicação estão ligadas diretamente a vendas. Ex.: criação e vendas de produtos infantis, área licenciada de construções e vendas futuras de materiais de construção; Variáveis de fácil previsão, relativamente ligadas ás vendas (populações. Renda, etc). Influência da propaganda. b) Qualitativas Opinião dos gerentes; Opinião dos vendedores; Opinião dos compradores; Pesquisa de mercado. 3.5.1 - Técnicas de Previsão a) Projeção: são aquelas que admitem que o futuro será a repetição do passado ou as vendas evoluirão no tempo b) Explicação: procura-se explicar as vendas do passado mediante leis que relacionam as mesmas com outras variáveis cuja evolução é conhecida ou previsível. c) Predileção: funcionários experientes e conhecedores de fatores influentes na venda e no mercado estabelecem a evolução das vendas futuras. Administração de Materiais e Logística Prof: Vanderlei F. Ribeiro/02 UNIVAG – Centro Universitário 16 Algumas Formas de Evolução de Consumo a) Modelo de evolução horizontal de consumo: de tendência invariável ou constante, é reconhecido pelo consumo médio horizontal. EVOLUÇÃO HORIZONTAL DE CONSUMO 65 CONSUMO (UN) 60 55 50 45 40 35 30 25 20 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ MESES DO ANO b) Modelo de evolução de consumo sujeito a tendência: Tem como tendência o aumento ou diminuição do consumo médio com o correr do tempo, podendo ocorrer tendência crescente ou decrescente. EVOLUÇÃO DO CONSUMO SUJEITO A TENDÊNCIA 90 CONSUMO(un) 80 70 60 50 40 30 20 10 0 0 FEV ABR JUN AGO OUT DEZ MESES DO ANO Administração de Materiais e Logística Prof: Vanderlei F. Ribeiro/02 UNIVAG – Centro Universitário 17 c) Modelo de evolução sazonal de consumo. O consumo possui oscilações regulares, que tanto podem ser positivas quanto negativas; ele é sazonal, quando o desvio é no mínimo de 25% do consumo médio e quando aparece condicionado a determinadas causas. MODELO DE EVOLUÇÃO SAZONAL DE CONSUMO 80 CONSUMO(un) 70 60 50 40 30 20 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 TEMPO/PERÍODO Fatores que podem alterar o comportamento do consumo: Influências políticas; Influências conjunturais; Influências sazonais; Alterações no comportamento dos clientes; Inovações técnicas; Produtos retirados da linha de produção; Alteração da produção; Preços competitivos dos concorrentes. 3.5.2 - Técnicas Quantitativas de Previsão 3.5.2.1 - Método da Média Móvel A previsão para o próximo período é obtida calculando-se a média dos valores de consumo dos “n” períodos anteriores. cm = (c1 + c2 + c3 +.......+ cn) / n Administração de Materiais e Logística Prof: Vanderlei F. Ribeiro/02 UNIVAG – Centro Universitário 18 Onde : cm = Consumo médio c1...cn = Consumo nos períodos anteriores n = Número de períodos Para o cálculo do consumo médio variável tomam-se por base os últimos 12 meses. cm = (consumo de 12 meses) / 12 A cada novo mês, adiciona-se o mesmo a soma e despreza-se o primeiro mês utilizado. Desvantagens: a) As médias móveis podem gerar movimentos cíclicos, ou de outra natureza não existente nos dados originais; b) As médias móveis são afetadas pêlos valores extremos; isso pode ser superado utilizando-se a média móvel ponderada com pesos apropriados; c) As observações mais antigas tem o mesmo peso que as atuais, isto é, 1/n; d) Exige a manutenção de um número muito grande de dados. Vantagens: a) Simplicidade e facilidade de implantação; b) Admite processamento manual. Exemplo 1: Dados os consumos 4,6,8,7,6,2,1, uma média móvel para três períodos, as médias seriam: (4+6+8)/3 , (6+8+7)/3 , (8+7+6)/3 , (7+6+2)/3 , (6+2+1)/3 que respectivamente dão as seguintes médias móveis = 6 ,7 , 7 , 5 , 3. Exemplo2: O consumo em quatro anos de uma peça foi de: 1998 - 82 1999 - 70 2000 - 73 2001 - 76 Administração de Materiais e Logística Prof: Vanderlei F. Ribeiro/02 UNIVAG – Centro Universitário 19 Qual deverá ser o consumo previsto para 2002 utilizando-se o método da média móvel, com um “n” igual a 3 ? consumo previsto = (70+73+76)/3 = 73 assim sendo a previsão para o ano de 2002 é de 73 unidades. 3.5.2.2 - Método da Média com Ponderação Exponencial. Este método elimina muitas desvantagens dos métodos da média móvel e da média móvel ponderada, além de valorizar os dados mais recentes. apresenta menor manuseio de informações passadas. apenas três fatores são necessários para gerar a previsão do próximo período: A previsão do último período; O consumo ocorrido no último período; Uma constante que determina o valor ou ponderação dada aos valores mais recentes. Este modelo prevê o consumo apenas com a sua tendência geral: Atribui parte da diferença entre o consumo atual e o previsto a uma mudança de tendência e o restante á causa aleatória. Exemplo: previsão = 100 consumo = 90 —— Causas aleatórias 10 Se previr 100 peças no futuro estaremos assumindo que devido a causa aleatória o consumo é um padrão, não mudando. se previrmos 90 peças estaremos assumindo que toda a diferença deve ser atribuída a uma alteração no padrão de consumo. Suponhamos que, no exemplo anterior decidimos: 20% alteração no padrão de consumo. 80% variação aleatória. A previsão era de 100 unidades e consumiu 90 unidades e que 20% do erro é igual a 2. a nova previsão deverá ser de 98 unidades. Fórmula : XT = xt + ( 1 - ) xt-1 0 1 XT = Média estimada xt = Novo consumo xt-1 = Média estimada no período anterior. Administração de Materiais e Logística Prof: Vanderlei F. Ribeiro/02 UNIVAG – Centro Universitário 20 Exemplo: O nível de consumo de uma peça mantém uma oscilação média. a empresa utiliza o cálculo de média ponderada exponencial. em 2000, a previsão de consumo era de 250 unidades, tendo o ajustamento um coeficiente de 0,10. Em 2001 o consumo foi de 230. qual é a previsão de consumo para 2002? XT = xt + ( 1 - ) XT-1 xt = 230 XT - 1 = 250 = 0,10 XT = 0,10 .230 + (1-0,1) . 250 XT = 23 + 225 XT =248 unidades /ANO 3.6 - NÍVEL DE ESTOQUE 3.6.1 - Curva dente de serra A representação da movimentação ( Entrada e Saída ) de uma peça dentro de um sistema de estoque pode ser feita por um gráfico, em que a abcissa é o tempo decorrido ( T ), para o consumo, normalmente em meses, e a ordenada é a quantidade em unidades desta peça em estoque no intervalo do tempo ( T ). este gráfico é chamado dente de serra. NÍVEL ESTOQUE DENTE DE SERRA 180 Reposição 160 QUANTIDADE 140 120 Consumo 100 80 60 40 20 0 0 J F M Administração de Materiais e Logística A M J J Tem po ( T ) A S O N D Prof: Vanderlei F. Ribeiro/02 UNIVAG – Centro Universitário 21 Como se vê, o estoque iniciou com 120 unidades, foi sendo consumido durante determinado tempo ( Jan - Jun ) até “zero” no mês de jun. supondo que o consumo tenha sido igual e uniforme mensalmente. imediatamente, quando esse estoque chegou a zero, deu entrada no almoxarifado uma quantidade de 120 unidades, fazendo com que ele retornasse à posição anterior, este ciclo será sempre repetitivo e constante se: Não existir alterações no consumo durante o tempo t; Não existirem falhas administrativas que provoquem um esquecimento ao solicitar a compra; O fornecedor da peça nunca atrasar sua entrega; Nenhuma entrega do fornecedor for rejeitada pelo controle de qualidade. Quantidade Sabemos que os consumos são dinâmicos e não podemos confiar piamente em prazos de entrega dos fornecedores. falhas e riscos podem alterar o ciclo. se as ocorrências são anormais, deve-se criar sistemas que absorva essas eventualidades, para diminuir o risco de ficarmos com estoque a zero durante algum período. 180 160 140 120 100 80 60 40 20 0 -20 0 -40 -60 -80 -100 .J F M A M J J A S O N D Tem po (T) Pode-se verificar pelas linhas pontilhadas que durante os meses de junho a setembro, o estoque esteve a zero e deixou de atender a uma quantidade de 80 peças que seria consumida durante este período. Estas ocorrências deverão ser impedidas, com soluções mais econômicas possíveis, elevar as quantidades de estoque não é a melhor solução. Podemos determinar um ponto e, em conseqüência, uma quantidade que ficasse de reserva, para suportar os atrasos de entrega, as rejeições e alterações de consumo. Administração de Materiais e Logística Prof: Vanderlei F. Ribeiro/02 UNIVAG – Centro Universitário 22 O estoque que se iniciaria com 140 unidades seria consumido e, quando chegasse a 20 unidades, seria reposto em 120 unidades, retornando assim às 140 unidades iniciais. O estoque de 20 peças será um estoque morto; ele existirá simplesmente para enfrentar as eventualidades. deve-se ter bastante critério e bom senso ao dimensionar o estoque de segurança. nunca deverá ser esquecido que ele representa capital investido e inoperante. Quantidade Curva Dente de Serra - Estoque Mínimo 200 190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 0 .J F M A M J J A Tem po (T) S O N D t1 t2 3.6.2 - Tempo de Reposição; Ponto de Pedido Uma das informações básicas para cálculo do estoque mínimo é o tempo de reposição, isto é, o tempo gasto desde a verificação de que o estoque precisa ser reposto até a chegada efetiva do material no almoxarifado da empresa. este tempo pode ser desmembrado em três partes: a) Emissão do pedido — tempo que leva desde a emissão do pedido de compra pela empresa até ele chegar ao fornecedor. b) Preparação do pedido — tempo que leva o fornecedor para fabricar os produtos, separar os produtos, emitir faturamento e deixá-los em condições de serem transportados. Administração de Materiais e Logística Prof: Vanderlei F. Ribeiro/02 UNIVAG – Centro Universitário 23 c) Transporte — tempo que leva da saída do fornecedor até o recebimento dos materiais encomendados, Quantidade Curva Dente de Serra - Tempo de Reposição; Ponto de Pedido 200 190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 1 - Emissão de Pedido 2 - Preparação do Pedido 3 - Transporte E.mx PP EM 1 2 3 0 .J F M A TR M J J A Tem po (T) S O N D t1 t2 O tempo de reposição deve ser determinado de modo realista, pois as variações ocorridas durante esse tempo podem alterar toda a estrutura do sistema de estoque. Para o cálculo de estoque disponível, devemos considerar. Estoque existente ( físico ); Os fornecimentos em atraso; Os fornecimentos em aberto ainda dentro do prazo. Na prática, podemos agrupar estes dois itens como saldo de fornecedores. este estoque disponível normalmente é chamado estoque virtual, que é: Estoque Virtual = Estoque Físico + Saldo de Fornecimento. Algumas empresas que possuem um controle de qualidade no recebimento também incluem o estoque em inspeção no estoque virtual, ficando demonstrado assim: Estoque Virtual = estoque físico + saldo de fornecimento + estoque em inspeção. O ponto de pedido é o saldo do item em estoque: Administração de Materiais e Logística Prof: Vanderlei F. Ribeiro/02 UNIVAG – Centro Universitário 24 Pode ser calculado pela seguinte fórmula: PP = C x TR + E . MN Onde: PP = Ponto de pedido TR = Tempo de reposição. C = Consumo médio mensal E . MN = estoque mínimo. Conclui-se, então que o ponto do pedido é uma quantidade e quando o estoque virtual alcança-lo, deverá ser reposto o material, sendo que a quantidade do saldo em estoque suporta o consumo durante o tempo de reposição ( CxTR), como demonstramos no gráfico abaixo: 120 110 100 PP 90 Quantidade 80 70 C.TR 60 50 40 E.Mn 30 20 Tempo de Reposição - TR 10 0 0 J F Tem po (T) M A Exemplo: Uma peça é consumida a uma razão de 40 unidades por mês, e o seu tempo de reposição é de dois meses. qual é o ponto do pedido, uma vez que o estoque mínimo deve ser de um mês de consumo ? PP = ( C . TR ) + E .MN PP = (40.2 ) + 40 PP = 120 unidades. Ou seja, quando o estoque virtual chegar a 120 unidades, deverá ser emitido um pedido de compra da peça, para que, ao fim de 60 dias, chegue ao almoxarifado a quantidade comprada, assim que atingir o estoque mínimo. Administração de Materiais e Logística Prof: Vanderlei F. Ribeiro/02 UNIVAG – Centro Universitário 25 Deve-se ter muito cuidado ao comparar o ponto de pedido com o estoque virtual, para não correr o risco de ter sobreposição de compra. Vejamos a seguinte situação: Consumo de um item Tempo de reposição Estoque mínimo Estoque físico — 40 unidades por mês. — 3 meses — 40 unidades — 162 unidades Calculando pela formula, o ponto de pedido será de 160 unidades. se existir um pedido colocado no fornecedor e ainda não recebido de 180 unidades, o estoque virtual será de 342 unidades; logo, a peça não necessitará de reposição. no caso de não existir pedido pendente, haverá a necessidade de ressuprimento. 3.6.3 - Algumas Definições, Para Melhor Compreensão da Teoria de Estoques A - Consumo Médio Mensal: É a quantidade referente à média aritmética das retiradas mensais de estoque. a fim de que haja um grau de confiabilidade razoável, esta média deverá ser obtida do consumo dos últimos seis meses. C1 C 2 C 3.... Cn N Em que c são os consumos mensais e n, o número de meses do período. O consumo médio mensal é a mola mestra do início do estudo do dimensionamento e controle de estoques. é um valor provável de consumo, não havendo flutuação e alteração do consumo esse valor será válido. Administração de Materiais e Logística Prof: Vanderlei F. Ribeiro/02 UNIVAG – Centro Universitário 26 B - Estoque Médio: É o nível médio de estoque em torno do qual as operações de compra e consumo se realizaram. podemos representar o E . M Q como sendo Q a quantidade que será comprada para ser consumida. 2 Q = 120 Quantidade 100 80 Q 2 60 40 20 0 0 J Tem po (T) F M A No instante t0, o estoque é igual à quantidade Q0, que varia de um mínimo zero (0) Q0 a um máximo Q; o valor médio será então: 0 Q 2 ou melhor Q 2 Se considerarmos o estoque mínimo ou de segurança agregado ao estoque médio, teremos a seguinte expressão: E.M. = e. MN Q 2 O estoque mínimo, como é definido, é uma quantidade morta, só sendo consumida em caso de necessidade; logo, ela é uma constante, e o q representado é um estoque produtivo, que oscila entre um mínimo e um máximo, acima do limite do estoque mínimo. Administração de Materiais e Logística Prof: Vanderlei F. Ribeiro/02 UNIVAG – Centro Universitário 27 C - Intervalo de ressuprimento É o intervalo de tempo entre dois ressuprimentos. estes intervalos podem ser tirados, dependendo das quantidades compradas do tempo de entrega do fornecedor, e do consumo médio, como se pode ver na figura a seguir: Intervalo de Ressuprimento 120 Quantidade 100 PP PP 80 60 40 20 IR 0 0 J F M A M J J Tem po(t) D - Estoque máximo É soma do estoque mínimo mais o lote de compra. EMX = EMN + Lote de Compra. Esse lote de compra pode ser econômico ou não. nas condições normais de equilíbrio entre a compra e o consumo, o estoque irá variar entre os limites máximos e mínimos. estes níveis somente serão válidos sob o enfoque da produção, não se levando em consideração aspectos de ordem financeira nem conjuntural, como inflação, especulação ou investimento. ele sofre também influências da capacidade de armazenagem disponível, que deve ser levada em consideração na ocasião do seu dimensionamento. E - Ruptura do Estoque É caracterizada quando o estoque chega a zero e não pode atender a uma necessidade de consumo. Administração de Materiais e Logística Prof: Vanderlei F. Ribeiro/02 UNIVAG – Centro Universitário 28 3.6.4 - Estoque Mínimo Estoque mínimo também chamado estoque de segurança, é a quantidade mínima que deve existir em estoque, que se destina a cobrir eventuais atrasos no suprimento e ou consumo acima da média histórica. Entre as causas que ocasionam estas faltas podemos citar: Oscilação no consumo. Oscilação nas épocas de aquisição ( atraso no tempo de reposição ) Variação na qualidade, quando o controle de qualidade rejeita um lote; Remessas por parte do fornecedor, divergentes do solicitado; Diferenças de inventário. O estoque mínimo tem importância fundamental, essa margem de segurança deverá ser adotada quando existir possibilidades de acarretar prejuízos danosos a empresa. O estabelecimento de uma margem de segurança é o risco que a companhia está disposta a assumir com respeito a ocorrência de falta de estoque. Pode-se determinar o estoque mínimo através de: a) Fixação de determinada projeção mínima (estimada do consumo ). b) Cálculos e modelos matemáticos. Nestes casos, parte-se do pressuposto de que deve ser atendida uma parte do consumo, isto é, que seja alcançado o grau de atendimento adequado e definido. Consumo necessário: Quantidade atendida: Quantidade não entregue: 3.200 unidades. 2.900 unidades. 300 unidades. O grau de atendimento seria então: G.A = Administração de Materiais e Logística 2900 x 100 = 91% 3200 Prof: Vanderlei F. Ribeiro/02 UNIVAG – Centro Universitário 29 Modelo de Cálculo Para Estoque Mínimo a) formula simples : E .MN = C.K. Onde: E.MN = estoque mínimo C = consumo médio mensal. K = fator de segurança arbitrária com o qual se deseja garantir contra um risco de ruptura. O fator k, é proporcional ao grau de atendimento desejado para o item. Exemplo: Se quisermos que determinada peça tenha um grau de atendimento de 90% ou seja, queremos uma garantia que somente em 10% das vezes o estoque desta peça esteja a zero; sabendo que o consumo médio mensal é de 120 unidades, o estoque mínimo será: EMN= 120 x 0,9 EMN = 108 unidades. b) fórmula derivada simples Este método pode ser utilizado de maneira genérica, abrangendo todos os itens de estoque. Deve-se tomar certo cuidado ao determinar o fator K. Emn = C x TR K onde: Emn = Estoque Mínimo. C = Consumo médio. TR = Tempo de Reposição (quando TR for inferior a 1,0 mês considera-se 1,0). K = Fator arbitrário para regular o Emn. Exemplo: Supondo que o consumo médio de um item de material seja 30 unidades, o seu TR é de 3 meses, o fator K é 4, qual será o seu estoque mínimo? Emn = C x TR K Administração de Materiais e Logística Prof: Vanderlei F. Ribeiro/02 UNIVAG – Centro Universitário 30 Emn = 30 x 3 4 Emn = 90 4 Emn = 23 unidades. 3.6.5 - Rotatividade de Estoque A rotatividade ou giro do estoque é uma relação existente entre o consumo anual e o estoque médio do produto. ROTATIVIDADE CONSUMO MEDIO ANUAL ESTOQUE MEDIO A rotatividade é expressa no inverso de unidade de tempo ou em “vezes”, isto é, “vezes” por dia, ou por mês, ou por ano. Exemplo: O consumo anual de um item foi de 800 unidades e o estoque médio de 100 unidades, o giro seria: R 800 UNIDADES / ANO 8 VEZES / ANO 100 UNIDADES Giro do estoque seria de 8 vezes ao ano, ou o estoque girou 8 vezes ao ano. O grande mérito do índice de rotatividade do estoque é que ele representa um parâmetro fácil para a comparação de estoques, entre empresas do mesmo ramo de atividade e entre classes de material do estoque. Pontos a serem considerados na determinação do padrão de rotatividade. a) A disponibilidade para investir em estoque é que vai determinar a taxa de rotatividade padrão; Administração de Materiais e Logística Prof: Vanderlei F. Ribeiro/02 UNIVAG – Centro Universitário 31 b) Não se devem utilizar taxas de rotatividade generalizada. use de preferência a classificação ABC; c) Baseado na política da empresa, nos programas de produção e na previsão de vendas, determine a rotatividade que atenda as necessidades ao menor custo total; d) Estabeleça uma periodicidade para comparação entre a rotatividade padrão e a rotatividade real. Administração de Materiais e Logística Prof: Vanderlei F. Ribeiro/02 UNIVAG – Centro Universitário 32 IV - CLASSIFICAÇÃO ABC 4.1 - CONCEITUAÇÃO: É atribuída a WILFREDO PARETO a origem do método, que aplicou em meados do século XIX na ITÁLIA, visando medir a distribuição de renda da população e constatando com isto que um pequeno percentual da população da época concentrava um grande percentual das riquezas existentes. Ao aplicar o método ABC em seus itens de estoque a empresa dá um grande passo na racionalização de seu métodos de controle e classificação de materiais, trazendo grande mobilidade nas tomadas de decisão em relação aos investimentos feitos em estoque. Este método também permite que a empresa dê tratamento diferenciado a itens ou grupos de materiais cuja importância destes para a empresa, seja financeira, ou técnica possa ser considerada na tomada de decisão do nível de estoque, frequência de compra ou rotatividade anual, mensal ou semanal do material, dando inclusive, a possibilidade á controles diferenciados, o que pode representar grande economia aos sistemas. Com a racionalização que o sistema proporciona, trazendo maior disponibilidade para a empresa no que tange a investimentos em estoque e disponibilidade de pessoal envolvido nos controles, a simplificação consequentemente dará seletividade à administração de materiais, o que representará tempo e dinheiro para uma melhor aplicabilidade pela alta administração da organização. Em contrapartida, a adoção deste método requer que a empresa tenha sistemas de compras agilizados e normatizados em consonância com a simplificação e agilidade dos meios de planejamento, com tomadas de decisões rápidas. A morosidade em qualquer parte do sistema de aquisição provocará uma falta de material, já que trabalharemos com pequenas margens de segurança para alguns itens, ou a excessiva capitalização para outros levará por terra todo o esforço de planejamento e armazenagem, comprometendo o sistema de administração logística como um todo. Administração de Materiais e Logística Prof: Vanderlei F. Ribeiro/02 UNIVAG – Centro Universitário 33 A curva ABC tem sido usada para a administração de estoques, definição de Layout de Armazéns, prioridade de entregas em rotas, definição de políticas de vendas, estabelecimento de prioridades para a programação da produção, inventários de valor e soluções de uma série de outros problemas usuais na empresa. Obtêm - se a curva ABC através da ordenação dos itens conforme a sua importância relativa. Verifica-se, portanto, que uma vez obtida a seqüência dos itens e sua classificação ABC, disso resulta imediatamente a aplicação preferencial das técnicas de gestão administrativa, conforme a importância dos itens. Após os itens terem sido ordenados pela importância relativa, as classes da curva ABC podem ser definidas das seguintes maneiras: Classe A: Grupo de itens mais importantes que devem ser tratados com uma Atenção especial pela administração Classe B: Grupo de itens em situação intermediária entre as classes a e c. Classe C: Grupo de itens menos importantes que justificam pouca atenção por Parte da administração. Exemplo: O departamento de produção de determinada empresa apresentava um consumo anual de 9.000 materiais diferentes. Quer-se fazer um estudo para redefinir a sua política de estoques. Devido ao elevado investimento em estoques, convém identificar os grupos de materiais que deverão ter controle mais rígidos ( classe a ), intermediários ( classe b ) e mais simples ( classe c ). A curva ABC fornece a ordenação dos materiais pêlos respectivos valores de consumo anual. Pela prática verifica-se que uma pequena porcentagem de itens da classe a é responsável por grande porcentagem do valor global ( investimento anual grande). Ao contrário, na classe c, poderá haver grande porcentagem de itens responsáveis apenas por pequena porcentagem do valor global (investimento anual pequeno). a classe b estará em situação intermediária. Administração de Materiais e Logística Prof: Vanderlei F. Ribeiro/02 UNIVAG – Centro Universitário 34 Dessa maneira, no caso do nosso exemplo resultou: classes: A ) 8% dos itens (720) corresponderão a 70% do valor anual do consumo: B ) 20% dos itens (1.800) corresponderão a 20% do valor anual do consumo. C ) 72% dos itens (6.480) corresponderão a 10% do valor anual do consumo. Portanto, verifica-se que, para controlar 90% do valor de consumo, basta estabelecer controle sobre 28% dos itens, ou seja, sobre os 2.520 primeiros itens ( classes a e b) da curva ABC. A classe c, que se compõe dos 6.480 itens restantes, corresponde a apenas 10% do valor do consumo. 4.2 - Planejamento Para construção do sistema da curva ABC, devemos concentrar esforços no sentido de apurar com maior fidelidade possível os Dados a serem trabalhados, e para isso deverão ser providenciados os seguintes requisitos: A- Pessoal treinado e preparado para fazer levantamentos; B- Formulário para coleta de dados; C- Normas e rotinas para o levantamento. A definição das classes a, b e c obedecem apenas a critérios de bom senso e conveniência dos controles a serem estabelecidos. em geral são colocados, no máximo 15% dos itens na classe A, 25% na classe B e os 60% restantes na classe C. Conforme já dissemos, essas porcentagens poderão variar de caso para caso, de acordo com as diferentes necessidades de tratamentos administrativos a serem aplicados. Administração de Materiais e Logística Prof: Vanderlei F. Ribeiro/02 UNIVAG – Centro Universitário 35 4.3 - Aplicação e Montagem Para ilustrar as etapas de confecção de uma curva ABC, vamos apresentar um caso simplificado para apenas dez itens. COLETA DE DADOS CONSUMO VALOR DO MATERIAL PREÇO ANUAL CONSUMO GRAU UNITÁRIO ($) (UNIDADES) ( $/ANO ) A 1,00 10.000 10.000 8° B 12,00 10.200 122.400 2° C 3,00 90.000 270.000 1° D 6,00 4.500 27.000 4° E 10,00 7.000 70.000 3° F 1.200 20 24.000 6° G 0,60 42.000 25.200 5° H 2,80 8.000 22.400 7° I 4,00 1.800 7.200 10° J 60,00 130 7.800 9° Ordenação dos Materiais Por Ordem Decrescente de Valor do Consumo. ORDENAÇÃO DOS DADOS PORCENTAGEM GRAU MATERIAL VALOR VALOR (%) CONSUMO CONSUMO SOBRE O ACUMULADO VALOR DO CONSUMO TOTAL 1° C 270.000 270.000 46 2° B 122.400 392.400 67 3° E 70.000 462.400 79 4° D 27.000 489.400 83 5° G 25.200 514.600 88 6° F 24.000 538.600 92 7° H 22.400 561.000 95 8° A 10.000 571.000 97 9° J 7.800 578.800 98 10° I 7.200 586.000 100 Administração de Materiais e Logística Prof: Vanderlei F. Ribeiro/02 UNIVAG – Centro Universitário 36 De posse desses dados, pode-se construir a curva ABC. É traçado um eixo cartesiano em que na abscissa é registrado o número de itens; no eixo das ordenadas são marcadas as somas relativas aos valores de consumo. Os valores de consumo acumulados e os materiais extraídos da tabela são marcados nos eixos. 600 570 I J A 540 H 510 F 480 G 450 D 420 E 390 X 1000 360 330 300 B 270 240 210 180 150 120 90 60 C 30 0 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 A curva assim encontrada é subdividida em três classes. a, b e c. Na realidade são usadas as seguintes faixas - limites. Administração de Materiais e Logística Prof: Vanderlei F. Ribeiro/02 UNIVAG – Centro Universitário 37 pode-se ter: Classe Eixo Ordenadas Abscissas A B 67 - 75% 10 - 20% C 15 - 30% 20 - 35% 5 - 10% 50 - 70% De posse desses dados pode-se construir o gráfico da curva ABC, colocando os números de ordem em abcissas e as respectivas porcentagens sobre o valor do consumo total em ordenadas, obtendo-se a curva ABC. observa-se que esta curva é essencialmente de natureza não decrescente. 100% 600 570 88% 540 510 480 450 67% 420 390 360 50% 330 300 270 240 210 180 150 120 90 60 30 0% 0 C B A 0 0% 1 2 20% 3 4 30% 5 6 7 8 50% 9 10 100% Para a definição das classes foi adotado o critério geral enunciado anteriormente. Dessa maneira, resultou: Classe a: 20% dos itens correspondentes à 67% do valor. Classe b: 30% dos itens correspondentes à 21% do valor. Classe c: 50% dos itens correspondentes à 12% do valor. Administração de Materiais e Logística Prof: Vanderlei F. Ribeiro/02 UNIVAG – Centro Universitário 38 Portanto, os materiais c e b (classe a) merecem um tratamento administrativo preferencial em face dos demais no que diz respeito à aplicação do políticas de controles de estoques. Custo adicional para um estudo mais minucioso destes itens será amplamente compensado. Os materiais f, h, a, j e i (classe c) devem ser submetidos a tratamento administrativos mais simples. O baixo valor relativo desses itens não justifica a introdução de controles muitos precisos e onerosos. Podemos submeter os materiais e, d, g (classe b) a um sistema de controle administrativo intermediário entre aqueles das classes a e c. Administração de Materiais e Logística Prof: Vanderlei F. Ribeiro/02 UNIVAG – Centro Universitário 39 IV - CUSTOS DE ESTOQUE 5.1 - Introdução Todo e qualquer processo de armazenamento de material geram determinados custos que abaixo relacionamos: Juros; Depreciação; Aluguel; Equipamentos de movimentação; Deterioração; Obsolescência; Seguros; Salários; Conservação. Todos eles podem ser agrupados em diversas modalidades: Custos com pessoal (salários, encargos sociais); Custos de capital (juros, depreciação); Custos com edificação (aluguel, impostos, luz, conservação); Custos de manutenção (deterioração, obsolescência, equipamentos). Existem duas variáveis que aumentam estes custos: Quantidade em estoque. Tempo de permanência em estoque. Todos estes custos relacionados podem ser chamados de custo de armazenagem. são calculados baseados no estoque médio e geralmente indicados em percentual (%) do valor em estoque (fator armazenagem). Os custos de armazenagem são proporcionais á quantidade e tempo que um item de material permanece em estoque. Administração de Materiais e Logística Prof: Vanderlei F. Ribeiro/02 UNIVAG – Centro Universitário 40 5.2 - Custo de Armazenagem ( I ) Motivado pela concorrência entre as empresas, têm-se dedicado intensa atenção á minimização de custos, hoje denominados também de custos logísticos, quando integrados com os demais custos da cadeia de suprimentos. Entre os tipos de custo que afetam a rentabilidade da empresa, o custo de estocagem ou armazenamento se coloca entre eles. Anos atrás o foco principal era dado á produção, relegando à segundo plano as atividades ligadas a guarda, a movimentação e a estocagem de materiais. Através da ordem mundial após a segunda guerra , ou seja, a elevação da atividade industrial, início da era da automação, aumentando-se a produção com considerável baixa nos custos de fabricação. Verificou-se que os custos decorrentes de armazenagem representavam grande entrave para a concorrência entre as empresas, representando o meio de eficiência de diminuir consideravelmente os custos globais da empresa, daí o aparecimento de intensa preocupação com os chamados custos logísticos. Nos dias de hoje, tem-se imensa certeza, que as empresas possam produzir melhores resultados a medida que se intensifica a melhoria na cadeia logística. Podemos calcular o custo de armazenagem através da seguinte fórmula: Custo de armazenagem = (Q/2)x t x p x i Onde: Q = quantidade de material em estoque no tempo considerado. P = preço unitário do material. I = taxa de armazenamento, expressa geralmente em porcentagem do custo unitário (*) T = tempo considerado de armazenagem. (*) Não ha impedimento para que seja expresso em valores unitários. Para validação dessa fórmula, torna-se necessária a verificação de duas hipóteses: 1) O custo de armazenagem é proporcional ao estoque médio. Administração de Materiais e Logística Prof: Vanderlei F. Ribeiro/02 UNIVAG – Centro Universitário 41 Na figura abaixo temos uma justificativa da hipótese tomada. com efeito, no ponto “x” ou seja, quando o estoque é máximo, o custo de armazenagem é máximo. No ponto y, quando o estoque é zero, o custo de armazenagem é mínimo (matematicamente ele seria zero, mas na realidade existem despesas fixas que fazem com que ele seja diferente de zero). Curva do Custo de Armazenagem 51 X 50 Estoque 49 48 47 46 Estoque Médio 45 44 43 1 Y 2 3 4 5 6 Custo de Arm azenagem 7 8 9 2) O preço unitário deve ser considerado constante no período analisado. Se não for, deve ser tomado um valor médio. o valor de “I” — taxa de armazenamento — é obtido através da soma de diversas parcelas. assim temos: a) Taxa de retorno de capital IA = 100 x LUCRO VALOR. ESTOQUES O capital investido na compra do material armazenado deixa de render juros. b) Taxa de armazenamento físico IB = 100 x SxA CxP Onde: s = área ocupada pelo estoque Administração de Materiais e Logística Prof: Vanderlei F. Ribeiro/02 UNIVAG – Centro Universitário 42 a = custo anual do m2 de armazenamento c = consumo anual p = preço unitário Portanto, CxP = valor dos produtos estocados. c) Taxa de seguro IC = 100 x CUSTO. ANUAL. DO. SEGURO VALOR. ESTOQUE EDIFICIOS d) Taxa de transporte, manuseio e distribuição DEPRECIACAO. ANUAL. DE . EQUIPAMENTO VALOR. DO. ESTOQUE ID = 100 x e) Taxa de obsolescência IE = 100 x PERDAS . ANUAIS . POR. OBSOLESCENCIA VALOR. DO. ESTOQUE f) Outras taxas Taxas como: Água, luz, etc... 1F = 100 X DESPESAS. ANUAIS VALOR. DO. ESTOQUE Conclui-se que a Taxa de Armazenamento é: I = Ia + Ib + Ic + Id + Ie + If Os valores acima, podem ser obtidos pela contabilidade ou utilizar valores mencionados no último balanço, sem a preocupação de precisão. Para determinação do valor da taxa de armazenagem devem-se levar em conta os tipos de materiais estocados. Em certas empresas, algumas parcelas de “I” tem um peso tão grande que torna desnecessário o cálculo da outra. Por exemplo: Administração de Materiais e Logística Prof: Vanderlei F. Ribeiro/02 UNIVAG – Centro Universitário 43 1) Para algumas empresas a taxa de retorno de capital e a de seguro são as mais importantes por se referirem a materiais de grande valor. é o caso de joalherias, empresas que trabalham com materiais eletrônicos, etc. 2) Para outras o espaço ocupado é o fator que pesa mais. por exemplo, as que trabalham com espuma de poliuretano e papel. 3) Para outras, ainda, é a segurança o mais importante, razão pela qual suas taxas de seguro são altas (caso de empresas que trabalham essencialmente com inflamáveis e explosivos). Analisando a fórmula do custo de armazenagem, deduzimos que este custo nada mais é do que a soma de diversos custos, ou seja: Custo de Armazenagem = (Q/2) x t x p x i Mas.: i = ia + ib + ic + id + ie + if Portanto, temos que o Custo de Armazenagem é = (Q/2)x p x ia).t + (Q/2)x p x ib).t + (Q/2)x p x ic).t + (Q/2)x p x id).t + (Q/2)x p x ie).t + (Q/2)x p x if).t Custo de armazenagem é a soma de custos de capital, custos de seguros, custos de transportes, custos de obsolescência, custos de despesas diversas. O custo de armazenagem é composto de uma parte fixa e de outra variável. Fatores que influem no custo de armazenagem: Otimização do aproveitamento da área ocupada, por motivo de tempo gasto em transporte e obsolescência dos materiais; Layouts adequados e utilização de meios de movimentação compatíveis. 5.3 - Custo de Pedidos (B) É o custo em ($) de um pedido de compra. Para calcularmos o custo anual de todos os pedidos colocados no período de um ano é necessário multiplicarmos o custo de cada pedido pelo numero de vezes que, em um ano, foi processado. Se ( n ) for o número de pedidos efetuados durante um ano, o resultado será: Custo Total Anual de Pedidos = B x N Administração de Materiais e Logística Prof: Vanderlei F. Ribeiro/02 UNIVAG – Centro Universitário 44 O total das despesas que compõem o Custo Anual de Pedidos são: a) Mão-de-obra — Para emissão e processamento dos pedidos. b) Material — Utilizado na confecção do pedido ( papel, lápis, borracha, envelope, etc.) c) Custos Indiretos — Despesas ligadas indiretamente com o pedido ( telefone, luz, escritório de compra, etc.) Após a apuração anual destas despesas teremos o custo total anual dos pedidos. Para calcular o custo unitário. é só dividir o cta pelo número total anual de pedidos. Custo total anual de pedidos (cta) B = ——————————————————— = Custo Unitário do Pedido Número anual de pedidos (n) cta n = ——— b Logo Temos de considerar um item de compra para cada pedido. Se normalmente a empresa utiliza um pedido de compra para vários itens, deve ser calculada a quantidade média de itens por pedido. Representamos abaixo a curva do custo de pedido: CURVA DO CUSTO DE PEDIDO 500 CUSTO EM R$ 450 400 350 300 250 200 150 100 50 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 QUANTIDADE Administração de Materiais e Logística Prof: Vanderlei F. Ribeiro/02 UNIVAG – Centro Universitário 45 5.4 - Custo Total de Estoque Sendo considerado fixo preço de determinado item, a equação do custo total é: Custo total = Custo Total de Armazenagem + Custo Total do Pedido A figura abaixo mostra a curva da equação do custo total. é a soma dos dois fatores de custo, de pedido ( B ) e custo de armazenagem ( i ). esta equação tem um mínimo, isto é, o custo total é mínimo quando Q = Q0. Curva do Custo Total 500 450 Custo Total 400 350 Custo 300 250 Custo de Armazenagem 200 150 100 Custo de Pedido 50 LEC 0 1 2 3 4 5 6 7 8 Quantidade 9 10 11 12 13 14 Vamos agora detalhar a equação para o custo total 1) O estoque médio em unidades de um item é = Q , onde q é o número de itens 2 comprados por pedido; 2) O estoque médio em $ mantido em estoque é P Q , onde p é o preço 2 unitário do material; Q 3) O custo total de armazenagem por ano é P. . I , onde i é a taxa de 2 armazenagem anual; 4) O número de pedidos colocados no fornecedor por ano é C , onde c é o Q consumo total anual; Administração de Materiais e Logística Prof: Vanderlei F. Ribeiro/02 UNIVAG – Centro Universitário 46 C Q 5) O custo total de pedido por ano ( cta ) é . B , onde b é o custo unitário do pedido. A formula do custo total de estoque é: C P. Q CT . B 2 .I Q Administração de Materiais e Logística Prof: Vanderlei F. Ribeiro/02 UNIVAG – Centro Universitário 47 VI - LOTE ECONÔMICO 6.1 - Introdução A decisão de estocar ou não determinado item é básica para o volume de estoque em qualquer momento. ao tomar tal decisão, há dois fatores a considerar: 1) É econômico estocar o item ? 2) É interessante estocar um item indicado como antieconômico a fim de satisfazer um cliente e, portanto, melhorar as relações com ele ? O primeiro fator pode ser analisado matematicamente. em geral, não é econômico estocar um item se isso excede o custo de comprá-lo ou produzi-lo. também pode ser demonstrado que não é econômico estocar itens quando as necessidades dos clientes, ou a média de consumo da produção, tenham um excesso correspondente à metade da quantidade econômica do pedido. Com a finalidade de prestar o melhor serviço ao cliente, mesmo em condições antieconômica para a empresa, torna-se necessário a criação de estoques de determinados itens, com o intuito de não criar uma ruptura para o cliente. Quanto deve ser comprado ou produzido de cada vez ? Existem custos que aumentam a medida que a quantidade do material pedido aumenta, porque em média, considerando consumo uniforme, metade da quantidade pedida estará em estoque. tais custos são aqueles vinculados a armazenagem dos materiais, incluindo espaço, seguro, juros, etc. Existem custos que diminuem a medida que a quantidade de material pedida aumenta, com a distribuição dos custos fixos por quantidade maiores. No gráfico abaixo podemos perceber um aumento dos custos de armazenagem à medida que a quantidade dos produtos comprados ou produzidos aumenta, devido à maior quantidade que deve ser armazenada. a curva mais baixa indica o custo total para encomendar material, o qual diminui à medida que aumenta a quantidade de produtos pedidos de uma só vez. Administração de Materiais e Logística Prof: Vanderlei F. Ribeiro/02 UNIVAG – Centro Universitário 48 Esta redução se deve ao fato de que poucos pedidos terão de ser emitidos durante determinado espaço de tempo e, como resultado, haverá despesas menores de emissão de pedidos de compra. a curva superior representa o custo total do estoque que é obtido adicionando-se os custos de armazenagem aos custos de pedido. Curva do Custo Total 500 450 Custo Total 400 350 Custo 300 250 Custo de Armazenagem 200 150 100 Custo de Pedido 50 LEC 0 1 2 3 4 5 6 7 8 Quantidade 9 10 11 12 13 14 3.2 - Lote Econômico de Compra Este é um dos modelos mais simples, teremos de partir das seguintes condições: a) O consumo mensal é determinístico e com uma taxa constante; b) A reposição e instantânea quando os estoques chegam a nível zero. Consideramos um pedido de 1 ano (t); o custo total seria formado de três componentes: CT = Custo unitário do item (ano) + custo do pedido (ano) + custo de armazenagem (ano). o custo total do ano pode ser apresentado também da seguinte maneira. CT = Custo total do período t x número de períodos (ano) O custo unitário por período é o custo de aquisição das q unidades, ou seja: p x q Em que p é o preço unitário do item. Administração de Materiais e Logística Prof: Vanderlei F. Ribeiro/02 UNIVAG – Centro Universitário 49 Em cada período se faz apenas uma compra, o custo de pedido é o custo de se fazer uma compra, isto é, b. O estoque médio por período é It Q . Então o custo de armazenagem por período é: 2 Q 2 Sendo i = Custo de armazenagem em $/unidade/ ano. t= Duração de um período (ano). Então o custo total por período é: CT P. Q B I . t Q 2 Para um ano, a duração de um q um período é: t Q sendo C o consumo do período t C O número de pedido por ano é: PEDIDOS C Q Substituindo a equação de custo total pelas duas equações anteriores temos: CT P. C B. onde: P C B Q I = = = = = C Q I. Q 2 Preço unitário de compra. Consumo do item. Custo do pedido. Quantidade do lote. Custo de armazenagem. Quando vimos custo de armazenagem, foi dito que o índice “ i “ poderia ser indicado de duas maneiras em percentual ao valor total do estoque ou em valor unitário. Administração de Materiais e Logística Prof: Vanderlei F. Ribeiro/02 UNIVAG – Centro Universitário Q 50 2 BC I Esta fórmula apresentada é para quando i for dado como valor unitário. para valor percentual, teríamos a seguinte alteração: Q 2 BC I. P 3.3 - Restrições ao Modelo do Lote Econômico a) Ajustes nas Taxas de Frete Fretes Não-Lineares Descontos Por Volume b) Descontos para Grandes Compras c) Outros Ajustes Lote Econômico de Produção Múltiplos Itens na Compra Limitação de Orçamento Frota Própria Exemplo: Aplicação da formula do lote econômico de compras O consumo de determinada peça é de 20.000 und por ano. o custo de armazenagem por peça e por ano é R$ 1,90 e o custo de pedido é de R$ 500,00 .o preço unitário de compra é R$ 2,00. determine: a) O Lote econômico de compra; b) O Custo total anual; c) O Número de pedidos por ano; d) A Duração entre os pedidos. Administração de Materiais e Logística Prof: Vanderlei F. Ribeiro/02 UNIVAG – Centro Universitário 51 a) O Lote Econômico é: Q 2 BC I 2 x500 x 20000 10.526,315 3,245 peças por pedido 1,90 b) O Custo total anual é: C Q I. Q 2 20000 3,245 CT 2 x 20000 500. 1,90. 3,245 2 CT P. C B. CT 40000 3082 3082 CT R$ 46,164 POR ANO c) O Número de Pedidos é: PEDIDOS C 20000 6,2. PEDIDOS / ANO Q 3245 d) O Intervalo Entre os Pedidos é: Q 3245 t 0,162. ANOS C 20000 Administração de Materiais e Logística Prof: Vanderlei F. Ribeiro/02