os benefícios da educação física para a saúde

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CAMPANHA NACIONAL DE ESCOLAS DA COMUNIDADE
FACULDADE CENECISTA DE CAPIVARI
- CURSO DE PEDAGOGIA -
OS BENEFÍCIOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA PARA A SAÚDE
CÍNTIA QUIRINO TEIXEIRA
Capivari, SP
2010
CAMPANHA NACIONAL DE ESCOLAS DA COMUNIDADE
FACULDADE CENECISTA DE CAPIVARI
- CURSO DE PEDAGOGIA -
OS BENEFÍCIOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA PARA A SAÚDE
Monografia
apresentada
ao
Curso
de
Pedagogia da FACECAP/CNEC Capivari, para
obtenção do título de Pedagogo, sob a
orientação da Profª. Ms. Elizaete da Costa
Arona.
CÍNTIA QUIRINO TEIXEIRA
Capivari, SP
2010
Monografia defendida e aprovada em 11/11/
2010, pela banca examinadora constituída pelos
professores:
____________________________________
Prof (a) Ms. Elizaete da Costa Arona
____________________________________
Prof (a) Ms. Alessandra Rodrigues Garcia de Lucena
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a minha mãe Carmen Lúcia que esteve comigo nos momentos
mais difíceis desta trajetória e que me deu força para não desistir, meu irmão Bruno, a minha
amiga Juliana Souza que me ajudou arrumando os livros para poder fazer este trabalho, e ao
meu namorado Rafael que será futuramente um excelente profissional, professor de Educação
Física que esteve ao meu lado durante este tempo todo. Meu muito obrigado a todos que
vivenciaram junto comigo, amigos e professores que torceram por mim durante estes três anos
de batalha.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente, a DEUS e a NOSSA SENHORA, por toda a saúde e energia,
que me deram diante a superação das dificuldades encontradas.
Á minha mãe Carmen Lúcia, meu irmão Bruno, e meu namorado Rafael, por
acreditarem em mim e por terem ficado ao meu lado nos momentos difíceis desta trajetória.
Á minha prima Carla Regina de Almeida pelas correções efetuadas em meu TCC, e
principalmente pela força que me deu.
Á minha professora e orientadora, Elizaete da Costa Arona, que me ajudou a fazer este
belo trabalho, a toda sabedoria, paciência e confiança que depositou em mim.
Agradeço a minha avaliadora Alessandra Rodrigues Garcia de Lucena pelas correções
efetuadas em meu TCC.
Agradeço todos meus amigos de classe, em especial minhas amigas, que estiveram
sempre comigo, Mariana Gonçalves, Gilmara Fernandes e Juliana Gonçalves.
Meu sincero muito obrigado a todos...
Cíntia Quirino Teixeira
“Educar é muito mais que traçar planos, estabelecer modelos ou criar paradigmas
Educar é realmente ter fé em poder mudar”. (IBID, p.20).
TEIXEIRA, Cíntia Quirino. Os Benefícios da Educação Física para a Saúde. Monografia de
Conclusão do Curso de Pedagogia. Faculdade Cenecista de Capivari – FACECAP. 41 página,
2010.
RESUMO
Este estudo discute alguns aspectos sobre a Educação Física, contando um pouco de sua
história, comparando o passado com os dias atuais, bem como sua presença no espaço escolar.
É apresentada uma discussão acerca da importância da Atividade Física para a Saúde
mostrando que com a prática diária de exercícios, pode-se evitar e diminuir vários tipos de
doenças crônicas não transmissíveis. Como forma de fortalecer os argumentos levantados
serão apresentados os indicadores de mortalidade no município de Capivari, identificado que
a maior causa de mortalidade é por doenças crônicas não transmissíveis, com possibilidade de
serem reduzidas com o estímulo do educador para a realização de atividades físicas na
infância. Desta forma, é necessário mostrar os riscos que podemos correr sem a prática de
exercícios e como o incentivo a uma vida mais ativa iniciado na infância pode trazer
benefícios por toda a vida, tendo em vista que por meio da educação é possível estabelecer a
base da transformação no comportamento por toda a vida. Que caminhos tomar. O que refletir
de temas a serem trabalhados na sala de aula.
Palavras-chave: 1. Educação Física. 2. Atividade Física. 3. Doenças Crônicas Não
Transmissíveis. 4. Indicadores de Mortalidade em Capivari.
SUMÁRIO
Introdução ................................................................................................................................... 8
Capítulo 1 – A História de Educação Física no Brasil ............................................................. 10
1.1 – Educações Física Escolar ....................................................................................... 12
Capítulo 2 – Os Benefícios da Atividade Física na Saúde ....................................................... 16
2.1 – Obesidades Infantil................................................................................................. 22
2.2 – Doenças Crônicas Não Transmissíveis .................................................................. 23
2.2.1 – Diabete ................................................................................................................ 24
2.2.2 – Problema Cardiovasculares ................................................................................. 24
2.2.3 – Hipertensão ......................................................................................................... 25
2.2.4 – Colesterol alterado HDL e LDL .......................................................................... 25
2.2.5 – Câncer ................................................................................................................. 26
2.2.6 – Depressão ............................................................................................................ 26
2.3 – Observando os indicadores de saúde...................................................................... 26
Capítulo 3 – O olhar do professor de Educação Física para a Saúde ....................................... 29
Considerações Finais ................................................................................................................ 36
Referências Bibliográficas ....................................................................................................... 38
Anexo ....................................................................................................................................... 40
INTRODUÇÃO
Este trabalho aborda estudos acerca dos benefícios da educação física escolar, o
objetivo geral desta pesquisa é discutir a relação e a importância da educação física para a
saúde da criança.
A história da educação física é apresentada a fim de facilitar a compreensão de sua
importância no currículo escolar, no desenvolvimento das crianças como auxílio na redução
de doenças crônicas. Serão também discutidos os efeitos da obesidade infantil, e os benefícios
da prática de atividades físicas nesta situação.
Vivemos em uma sociedade na qual muitos não dão importância à prática de
atividades físicas ou mesmo a busca do bem-estar através da prática de exercícios, não
compreendendo a relação entre educação física e saúde.
Saber sobre os benefícios das atividades físicas, o tempo certo para praticar, os
possíveis riscos provocados pela prática excessiva, bem como, o quanto podem ser evitadas
ou amenizadas as doenças crônicas não transmissíveis, desta forma os educadores devem
incentivar este conhecimento através de seu exemplo.
Precisamos também diferenciar o que é Educação Física, Exercício Físico e Atividade
Física. Educação Física é o conjunto das atividades físicas e desportivas, conquista de um
estilo de vida ativo dos seres humanos. Exercício Físico é uso de qualquer parte do corpo ou
mente para em função da evolução e fortalecimento; é uma atividade física planejada e
estruturada, com o propósito de melhorar ou manter o condicionamento físico; e Atividade
Física é qualquer movimento do corpo, produzido pelo músculo esquelético que resulta em
um incremento do gasto energético como uma caminhada ou quando subimos as escadas.
(MENESTRINA, 2000).
Pesquisas relatam que na disciplina de educação física promove-se o fortalecimento da
auto-estima da criança, a segurança em si mesma, a interação social e o desenvolvimento
afetivo.
Desta forma, o primeiro capítulo aborda “A História de Educação Física no Brasil”,
versando sobre sua história desde o começo, quando era chamada de ginástica.
O segundo capítulo discute “Os Benefícios da Atividade Física na Saúde”, abordando
sobre as doenças crônicas que podem ocorrer em conseqüência da falta de exercícios físicos,
bem como a obesidade infantil como consequência do sedentarismo e uma pesquisa de dados
oficiais da Secretaria Estadual de Saúde e da Secretaria Municipal acerca dos indicadores de
8
mortalidade do Município de Capivari, identificando o índice de casos das doenças crônicas
não transmissíveis, com possibilidade de serem reduzidos com a prática de atividades físicas.
O terceiro capítulo apresenta um questionário realizado com profissionais na área de
educação física, sobre a relação entre educação física e saúde da criança.
Para a realização deste trabalho, os procedimentos metodológicos escolhidos baseiamse em pesquisas bibliográficas de diversos autores, em observação de dados oficiais do site da
Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo levantada pela Secretaria Municipal de Saúde de
Capivari, e na aplicação de um breve questionário a professores de educação física escolar.
A partir dessa reflexão, podemos dizer que a presente pesquisa buscará responder ao
questionamento que se coloca para a realização da mesma: Pode a Educação Física trazer
benefícios para a saúde dos alunos do Ensino Fundamental I?
9
CAPÍTULO 1: A HISTÓRIA DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO BRASIL
A característica essencial da educação física é o movimento, não há educação física
sem movimento humano, o movimento reflete vida, assim todo ser humano deve se
movimentar para ser saudável.
Este capítulo trará um breve relato da história da Educação Física no Brasil e como ela
é apresentada aos alunos dentro da escola, baseado na consulta bibliográfica de Gallardo,
Oliveira e Aravena (1998), Bracht (1999), Castelliani Filho (1988), Lovisolo (2000),
Menestrina (2000), Soares (1994) e Hurtado (1988).
Gallado, Oliveira e Avarena (1998) em sua obra “A Criança em Movimento” relatam
que a educação física veio para o Brasil no final do século XIX, em 1851, com a Reforma
Couto Ferraz. Esta reforma trouxe para o Brasil o Método da Ginástica Alemã, aplicada nas
escolas do Rio de Janeiro, direcionada ao ensino primário e secundário no município da corte.
Segundo os autores, a educação física alcançou maior importância no início do século
XX, onde era acompanhada da preocupação em trazer benefícios à saúde, higiene pessoal e
alimentação, visando acabar com o sedentarismo e incentivando as crianças à prática de
esportes e também de campeonatos.
Conforme Hurtado (1988), as escolas públicas e particulares tiveram que estabelecer
no currículo escolar, a disciplina educação física, tornando-se obrigatória, com a Reforma
Couto Ferraz, em 1851. No entanto, houve grande dificuldade no início da implantação para
encontrar educadores preparados para assumir tal função.
Para Castelliani Filho (1988), a educação física tinha como objetivo “formar um
indivíduo forte, saudável, indispensável à implantação do processo de desenvolvimento do
país” (p.39). Assim, as atividades físicas eram voltadas para o desenvolvimento das
capacidades orgânicas do indivíduo, valorizando o estímulo a resistência, força, velocidade e
da potência.
O autor acreditava que a atividade física era relacionada à educação e saúde, e sua área
básica de promover o desenvolvimento da natureza humana, não era apenas um campo de
conhecimento, mas relacionava-se a técnicas intelectuais e bem estar.
É importante desde logo ressaltar que nossa atenção recai sobre a produção
acadêmica da “área”, vale dizer, a teorização que envolve e acompanha esta prática
social que convencionamos chamar de Educação Física, ou seja, é um estudo sobre
o pensamento da Educação Física brasileira e sobre como ela vem-se pensando.
(BRACHT, 1999, p.15).
10
O autor relata ainda, que em 1854 a ginástica passou a ser reconhecida como uma
disciplina obrigatória para o primário, bem como, a dança para o secundário. Neste momento,
pesquisas começam a ser desenvolvidas na área da educação física, observando tanto os
aspectos técnicos como as questões filosóficas, trazendo como propostas mudanças nos
hábitos do indivíduo.
No entanto, somente na década de 1920 que vários Estados Federativos começaram a
realizar reformas educacionais incluindo a educação física como disciplina, recebendo
frequentemente o nome de ginástica. (LOVISO, 2000).
Se a princípio a educação física era vista somente como uma ocupação do tempo livre,
por isso não era incluída na disciplina escolar, com o passar do tempo, esta foi se ampliando
não sendo vista apenas como uma disciplina, mais sim, uma atividade sociocultural, onde se
desenvolve hábitos para uma vida saudável e consequentemente, uma melhor qualidade de
vida, forçando uma busca de educadores capacitados para tal função. Desta forma, sendo
capaz de ajudar as crianças a se tornarem mais dinâmica, a terem liberdade de ação,
originalidade de expressão e uma manifestação corporal, bem como a alcançar uma melhor
saúde, prazer e alto-expressão.
Educação Física, numa concepção de educação para a saúde, abrange uma ação
conjunta, tendo em vista a aquisição e o desenvolvimento de valores estéticos que
compreendem uma prática cotidiana que perpassa as disciplinas curriculares e se
torna uma prática educativa continuada e uma cultura permanente. (MENESTRINA,
2000, p.31).
Segundo Menestrina (2000), a educação física encontra-se no contexto da história na
educação e das atividades educativas. Frequentemente, educação física é vista como uma
disciplina a parte, fora da grade curricular, e muitas vezes são interpretadas como algo
intermediário ou mediado.
Em 1937, aconteceu uma nova elaboração na Constituição Federal, onde a educação
física escolar passou a ser regulamentada, sendo obrigatoriamente uma prática escolar, mas
não fazendo parte ainda, do currículo escolar.
[...] a Lei Constitucional n° 01 da Constituição dos Estados Unidos do Brasil,
promulgada em 10 de novembro de 1937, trazia em seus artigos 131 e 132,
respectivamente, que “a Educação Física, o Ensino Cívico e os Trabalhos Manuais,
serão obrigatórios em todas as escolas primárias, normais e secundárias, não
podendo nenhuma escola de qualquer desses graus ser autorizada ou reconhecida
sem que satisfaça aquela existência”, e “o Estado fundará instituições ou dará o seu
auxílio e proteção às fundadas por associações civis, tendo umas e outras por fim,
organizar para a juventude, períodos de trabalho anual nos campos e oficinas assim
11
como promover-lhes a disciplina moral e o adestramento físico de maneira a
prepará-los ao cumprimento dos seus deveres para a economia e a defesa da nação.
(CASTELLIANI FILHO, 1998, p.05).
Muitos viam a educação física como um divertimento, uma prática sem necessidade,
uma forma da criança se movimentar, sem precisar da mediação de um profissional para lhe
orientar quanto à forma correta de praticá-lo. A necessidade de tornar-se uma disciplina
curricular era importante, uma vez que esta poderia estimular as crianças a se movimentarem
corretamente, mostrando o quanto a prática de exercícios físicos diariamente poderia
contribuir para uma melhor qualidade de vida.
Para Gallardo, Oliveira e Aravena (1998), algumas disciplinas foram valorizadas a
partir do estudo da educação física, como: Biologia, Anatomia e Fisiologia. Esta valorização
ocorreu para que os estudantes soubessem como fortalecer o corpo com exercícios físicos
mantendo o organismo saudável e resistente.
Para Hurtado (1988), valorizar as culturas e a associar com a educação física é um
jeito de fazer com que as crianças se interessem mais e desenvolvam com mais atenção e
aptidão as atividades apresentadas pelo educador, pois ela irá se identificar com o meio em
que vive.
O processo educativo atual, de acordo com os ditames da Didática Moderna,
considera o aluno como o elemento para o qual converge toda a obra educacional,
cabendo à escola, através do professor, incentivá-lo, conduzi-lo e orientá-lo para que
chegue, por seu próprio esforço e por um processo natural e contínuo, à idade
adulta, não importando a soma de conhecimentos adquiridos, mas a maneira como o
educando os concebe e os maneja. (HURTADO, 1988, p.71).
O currículo dos cursos de educação física no começo dos anos 80 levou a um estudo
de como ocorreu à aquisição das habilidades esportivas. Para Gallardo, Oliveira, e Aravena
(1998), disciplinas como crescimento, maturação, aprendizagem motora e desenvolvimento
humano (classificado em cognitivo, afetivo e motor) referem-se especificamente a essa
preocupação.
1.1 Educação Física Escolar
Após sua implantação, a educação física foi ganhando espaço até fazer parte do
currículo escolar, ou seja, como uma disciplina curricular. Primeiro vieram às escolas
militares, que se preocupavam como o desenvolvimento físico dos jovens, pois os preparavam
para as guerras, para combater lutas, capazes de suportar grandes esforços físicos. Desta
12
forma, eram também selecionados os indivíduos “perfeitos” fisicamente, para serem futuros
soldados guerreiros. As atividades físicas eram também usadas para desenvolver as pessoas
que trabalhavam em indústrias que ajudava no desempenho do corpo e da mente.
Ambas as concepções higienista e militarista da Educação Física consideravam a
Educação Física como disciplina essencialmente prática, não necessitando, portanto,
de uma fundamentação teórica que lhe desse suporte. Por isso, não havia distinção
evidente entre a Educação Física e a instrução física militar. (DARIDO, 2008, p.02).
Para Darido (2008), a educação física não está presente somente na disciplina
curricular, mas em todas as áreas de conhecimento, não está relacionada somente a atividades
físicas, vai, além disso, está no aprendizado do corpo, na totalidade afetiva, cognitiva, motora,
social e cultural, e que deve ser trabalhado com a criança quando ela está começando a se
desenvolver, para quando se tornar adulto já esteja equilibrado, moderado, e tendo
consciência da suas necessidades.
O autor também relata que a educação física começa a se destacar com base em novas
pesquisas realizadas, que vão dos aspectos técnicos a questões filosóficas, com realizações
dos efeitos da saúde e da prática de esportes, e associando-a a outras pesquisas de diversas
áreas da educação.
Para Barbosa, “o professor de educação física que realmente se preocupa com as
futuras gerações e então se engaja na luta pela transformação social, não pode privar seus
educandos de seus conhecimentos ligados ao esporte e ao corpo”. (BARBOSA, 1997, p.25).
Diante do quadro atual da educação, a importância da educação física escolar está
diminuindo cada vez mais, por causa da qualificação e nível de produção para o trabalho,
sendo assim, considerada não mais uma disciplina importante no currículo escolar, tornandose somente um lazer.
A atividade física é importante não só no espaço escolar, mas também na vida das
crianças, pois, ao ser bem trabalhada, torna-se um estímulo externo que pode auxiliar no
desenvolvimento e bem estar da criança.
O movimento humano, numa primeira análise, deve ter como um dos objetivos
auxiliar no desenvolvimento das potencialidades físicas herdadas. Portanto, o
conhecimento dessas características deve ser considerado na elaboração do trabalho,
porque uma criança só poderá responder aos estímulos do meio ambiente se, nos
primeiros anos de vida obtiver condições de aprimorar as variáveis herdadas.
(MARCELLINO, 1999, p.202).
13
Para o aluno, o professor é um ponto de referência, pois ele o incentiva a se tornar um
cidadão, a se colocar na sociedade como uma pessoa de atitude, para que saiba a importância
dos seus direitos, ele não usa só disciplina curricular, mas usa o seu conhecimento para
desenvolver de forma positiva o seu educando.
Dizer que o professor tem método é mais do que dizer que ele domina
procedimentos e técnicas de ensino, pois o método deve expressar também uma
compreensão global do processo educativo na sociedade: os fins sociais e
pedagógicos do ensino, as exigências e desafios que a realidade social colocam as
expectativas de formação dos alunos para que possam atuar na sociedade de forma
crítica e criadora, as implicações da origem de classe dos alunos no processo de
aprendizagem e a relevância social dos conteúdos de ensino. (GALLARDO;
OLIVEIRA; ARAVENA, 1998, p.49).
Segundo Hurtado (1982), as atividades são fundamentais começando pelo 1° ciclo do
ensino infantil. Assim, o professor utilizará o próprio corpo como instrumento de
aproximação, trabalhando com eles o contato físico e os alongamentos, depois passa para o 2°
ciclo que é o ensino fundamental, trabalhando então com a sua prática e não apenas com a
teoria.
A aula deve ter significado e também ser muito produtiva, estabelecendo objetivos,
organização de espaços, de tempo, procedimentos técnicos, entre outros, sempre visando às
necessidades das crianças.
Barbosa (1997) diz que, o papel do professor de educação física é fundamental na
concepção de alfabetização, ele deve se dedicar ao máximo, aproveitando cada situação do
dia-a-dia do seu aluno, o aluno irá saber conviver melhor socialmente, sabendo vencer e
perder. O professor não vai desenvolver somente o corpo, mas sim o intelectual e a sua
personalidade. Porém, o docente não tem tanto espaço para desenvolver as suas atividades, os
materiais fornecidos não são tão adequados, as quadras às vezes são impróprias, etc., por isso
a desvalorização da disciplina da educação física.
Mesmo estado em condições adversas, seja pelo espaço físico inadequado ou pela falta
de material apropriado, o educador deve ser muito criativo, pois os seus alunos precisam
gostar das aulas, se divertirem e se entreterem com as atividades. (HURTADO, 1982).
O professor de educação física deve ter um preparo físico adequado, contendo vários
componentes, entre eles, uma boa saúde, atitudes positivas, conhecimentos técnicos,
interesses sociais, bom desempenho e um estilo de vida saudável. Também, deve ter uma boa
comunicação não só com os seus alunos, mas com as pessoas com quem trabalha, dominando
14
a área de especialidade a fim de passar confiança para os seus alunos. (MARCELLINO,
1999).
(...) que esses subsídios façam parte do conteúdo programático do professor de
Educação Física Escolar, necessário se faz que ele compreenda a importância que a
atividade física oferece na formação humana, para que, a partir dessa
conscientização, possa renovar sua prática com variações nas atividades físicas
propostas. (MARCELLINO, 1999, p.83).
Segundo Marcellino (1999), a educação física também precisa estar integrada com as
demais disciplinas da educação regular, uma vez que a criança utiliza o corpo e o movimento
desse corpo, para interagir com o mundo. Os conteúdos, as atividades, visam no
desenvolvimento humano, interagindo conteúdos vivenciados em quadras esportivas, dentro
de salas de aulas, entre muitos outros lugares.
Gallardo, Oliveira e Aravena (1998) consideram que:
(...) as novas concepções de Educação Física escolar destacam o aluno como um
todo integrado. A criança é vista como um ser historicamente situado, dona de um
saber que é importante para sua vida em sociedade, Ao mesmo tempo, tem
capacidade crítica para situar-se no mundo, para ser por ele modificado e para
transformá-lo. (GALLARDO, OLIVEIRA e ARAVENA 1998, p.25).
A educação física está nas escolas para ajudar os alunos, no desenvolvimento humano,
físico, mental e social. Os autores defendem que a relação entre a educação física escolar,
enquanto área de conhecimento, e a saúde, são questionadas quanto ao seu desempenho em
relação à saúde dos alunos.
Atualmente, somos seres cheios de compromissos no nosso dia-a-dia, nos esquecendo
dos princípios de uma vida equilibrada, onde a atividade física deveria estar presente, cheia de
movimentos e expressões.
Pesquisas têm mostrado que a atividade física é de extrema importância para a saúde,
por trazer benefícios e uma melhor qualidade de vida, desta forma no próximo capítulo será
abordado os benefícios da atividade física para a saúde.
15
CAPÍTULO 2: OS BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FÍSICA NA SAÚDE
A atividade física deve ser realizada sob supervisão de professores profissionais na
área da educação física, observando a avaliação médica da condição de saúde do aluno. Desta
forma, deve se observar o grau de dificuldade a ser aplicado a cada aluno, sem tornar o
exercício exagerado, seja no tempo de execução ou na escolha das atividades.
Há uma orientação do autor Nieman (1999), que define como suficiente para uma vida
moderadamente saudável apenas 30 minutos por dia de atividade física, passando aumentar o
tempo conforme o corpo se acostuma com essa quantidade de atividade física.
O autor defende ainda que o tempo de exercício de 30 minutos por dia pode levar a
melhoria na saúde e na prevenção de doença. Esta afirmação pode ser observada no gráfico
dos benefícios que a atividade física traz para a saúde, conforme os minutos feitos, e os
possíveis ricos ao corpo.
Gráfico 1: Benefícios da atividade física para a saúde
30 minutos/ dia de
atividade moderada
60 minutos/ dia de
atividade vigorosa
Mais de 60
Minutos/ dia: poucos
benefícios adicionais,
alguns riscos
___________________________________________________________________
Gráfico 1: Duração e intensidade da atividade física. (NIEMAN, 1999, p.68).
Com a ajuda da Tabela de Benefícios da Atividade Física, é possível compreender a
relação entre duração da atividade física e seu benefício para a saúde.
16
Segundo Nieman (1999), no passado a educação e a saúde estiveram integradas, sendo
usado para educar a mente, evitar doenças e para ensinar sobre a higiene corporal e alimentar,
utilizadas pelas crianças nas aulas de educação física.
Nieman (1999) defende que a aptidão física beneficia a saúde de seus praticantes,
prevenindo vários tipos de doenças, como o Acidente Vascular (Derrame), Câncer, Diabetes,
a Obesidade entre outros.
A orientação especializada é importante, bem como o acompanhamento médico da
saúde regularmente. Uma das formas para se orientar é por meio do uso da Tabela de
Benefícios da Atividade Física Regular para a Saúde baseada no programa de aptidão física.
Nieman (1999).
Segue abaixo a tabela:
Tabela de Benefícios da Atividade Física Regular para a Saúde.
**** Um grande consenso, com pouco ou nenhum dado conflitante.
*** A maioria dos dados são de suporte, mas mais pesquisas são necessárias para
elucidação.
** Alguns dados são de suporte, mas mais pesquisas são necessárias.
* Poucos ou nenhum dados de suporte.
Benefícios da atividade física
Grau de certeza
Aptidão do corpo
Melhoria da aptidão cardíaca e pulmonar
****
Melhoria da força/ massa muscular
****
Doenças cardiovasculares
Prevenção da doença coronariana
****
Regressão da aterosclerose
**
Tratamento das doenças cardíacas
***
Prevenção do derrame
**
Câncer
Prevenção do câncer de colo
****
Prevenção do câncer de mama
**
Prevenção do câncer uterino
**
17
Prevenção do câncer de próstata
**
Prevenção de outros cânceres
*
Tratamento de câncer
*
Diabetes
Prevenção do diabetes melito não insulino-dependente
****
Tratamento do diabetes melito não insulino-dependente
***
Tratamento do diabetes melito insulino-dependente
*
Melhoria da qualidade de vida do diabético
***
Osteoporose
Auxílio na melhoria da densidade óssea
****
Prevenção da osteoporose
***
Tratamento da osteoporose
**
Artrite
Prevenção da artrite
*
Tratamento/ cura da artrite
*
Melhoria da qualidade de vida/ aptidão física
****
Lombriga
Prevenção da lombalgia
**
Tratamento da lombalgia
**
Asma
Prevenção/ tratamento da asma
*
Melhoria da qualidade de vida
***
Infecção e imunidade
Prevenção do resfriado comum
**
Melhoria da imunidade global
**
Progressão mais lenta de HIV para AIDS
*
Melhoria da qualidade de vida do infectado pelo HIV
***
Tabagismo
Maior sucesso no seu abandono
**
Colesterol/ lipoproteínas do sangue
Colesterol total do sangue mais baixo
LDL - colesterol mais baixo
Triglicerídeos mais baixo
*
*
***
18
Aumento do HDL - colesterol
***
Hipertensão arterial
Prevenção da hipertensão arterial
****
Tratamento da hipertensão arterial
****
Nutrição e qualidade da dieta
Melhoria da qualidade da dieta
Aumento da ingestão energética total
**
***
Sono
Melhoria da qualidade do sono
***
Controle do peso
Prevenção do ganho de peso
***
Tratamento da obesidade
**
Manutenção do peso perdido
***
Bem-estar psicológico
Melhoria do humor
****
Atenuação dos efeitos do estresse mental
***
Alívio/ prevenção da depressão
****
Redução da ansiedade
****
Aumento da auto-estima
****
Crianças e jovens
Prevenção da obesidade
***
Controle dos fatores de risco de doenças
***
Redução de hábitos não-saudáveis
**
Maior possibilidade de atividade na vida adulta
**
Situações especiais para as mulheres
Melhoria da aptidão física global
****
Melhoria da aptidão física durante a gestão
****
Melhor trabalho de parto
**
Melhor saúde do feto
**
Melhoria da saúde durante a menopausa
***
Idosos e o processo de envelhecimento
Melhoria da aptidão física
****
Melhoria à diminuição da aptidão cardíaca/ pulmonar
**
19
Combate à perda muscular
***
Combate ao ganho de gordura
***
Melhoria da expectativa de vida
****
Melhoria da qualidade de vida
****
Muitas pessoas, na idade adulta, devido a diferentes fatores, em especial pela vida
agitada por excesso de trabalho, e ao mesmo tempo ociosa no que diz respeito à
movimentação corporal, não têm realizado atividade física, e correm o risco de adquirir
algumas doenças ao tornarem-se pessoas sedentárias. Desta forma, com a prática de atividade
física o indivíduo adquiri não apenas uma maior disposição para desenvolver as atividades do
seu dia-a-dia, mas afasta ou minimiza o aparecimento de muitas doenças crônicas, é o que
afirma Niemam:
A saúde nos deixa de bem estar físico, mental, social e espiritual, afastando a
ausência de muitas doenças, a saúde representa um estado dinâmico de bem estar
positivo daqueles que possuem hábitos que promovem a saúde, diminuindo o risco
de doença prematura e morte. (1999, p.04).
O autor considera que as pessoas que praticam algum tipo de esporte dificilmente têm
algum problema cardiorrespiratório, pois a atividade física promove a absorção de gordura,
melhorando seu nível energético, colocando-o no grupo de menor risco.
Segundo Nieman (1999), as pessoas idosas apresentam maior fragilidade em relação
a sua saúde, provavelmente por falta de atividade física. Eles apresentam doenças crônicas
não transmissíveis, como as doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, artrite, diabetes,
entre outros, que podem ser afetadas positivamente, reduzindo-a ou minimizando seus efeitos
com a atividade física regular. Bagrichevsky, Palma e Estevão (2003), defendem que a prática
de exercícios pode evitar o aparecimento de várias doenças ou melhorar a condição de saúde
de vários doentes ao alcançar um melhor estado de bem estar físico, mental e social.
A educação física apresenta vários aspectos, sendo necessário observar cada faixa
etária para planejar uma atividade física e muscular, sendo que ela promove o
desenvolvimento físico, social, emocional e mental de cada aluno através das atividades
motoras.
Outra questão além da aptidão física é a influência na saúde individual e coletiva, o
que vêm sendo ignorado por muitos professores na educação física, e deve ser considerado
20
para que se amplie o entendimento do papel desta disciplina escolar, estimulando o indivíduo
a desenvolver hábitos de vida saudável e um estilo de vida ativa.
O inicio da construção de uma Educação Física Escolar que contribua para
transformar esta concepção no espaço escolar, pode se dar com o desenvolvimento
de conteúdos relevantes para o quotidiano dos alunos, construídos
coletivamente a questão da saúde, suas relações com um estilo de vida ativo (...).
(BRAGRICHEVSKY, PALMA e ESTEVÃO, 2003, p.145).
O professor de educação física deve contextualizar os conteúdos da educação física
escolar, tornando o grupo crítico frente ás suas condições de vida, porém não são suficientes
para garantir saúde plena aos alunos.
Bragrichevsky, Palma e Estevão (2003), defendem que:
(...) a participação nas aulas de Educação Física Escolar da prática de exercícios
físicos no estilo de vida, portanto, não podem ser encaradas como suficientes á
prevenção ou solução dos problemas de saúde. (BRAGRICHEVSKY, PALMA e
ESTEVÂO, 2003, p.146).
Leite (2000), diz que muitos indivíduos ao escolher a prática regular de exercícios
físicos, têm o objetivo de ficar forte ou de perder peso, e há também aqueles que querem
melhorar o aspecto visual de seu corpo, sendo que nestes casos, devem procurar uma
prescrição específica, sem deixar de lado outras habilidades motoras que devem ser
desenvolvidas para que os efeitos desejados sejam generalizados e completos.
Parece muito fácil prescrever exercícios físicos ou esporte. E parece muito fácil
praticá-lo por conta própria. Existe um provérbio hindu que diz que “uma jornada de
mil milhas começa com um único passo”. Realmente aos que desejam abandonar os
hábitos de vida sedentária é necessário dar o primeiro passo. Pode-se dizer que o
primeiro passo inicia com a motivação intrínseca do individuo querer mudar e
acreditar que é hora de iniciar algum tipo de exercício físico e que é necessário
acrescentar alguns benefícios ao seu estilo de vida. (LEITE, 2000, p.48).
Todo profissional que prescreve algum tipo de condicionamento físico, precisa
conhecer as principais bases para tal finalidade, para poder prescrever corretamente exercícios
para cada caso, como idosos, cardíacos, sedentários adultos, obesos, crianças, gestantes,
diabéticos, etc., sem proporcionarmos qualquer risco ou inconveniente, para tal precisa ter
conhecimento e formação específica na área.
Desta forma, é importante ter uma visão do quanto é importante o papel da escola
como formador de um educando saudável, e a possibilidade de reduzir os riscos para algumas
doenças, como:
21
2.1 Obesidade Infantil
A obesidade infantil vem apresentando um rápido aumento nas últimas décadas,
desta forma, o incentivo à prática de atividade física para o crescimento e desenvolvimento,
tendo também o hábito alimentar adequado, ajuda na prevenção da obesidade.
Em muitos casos a obesidade está relacionada à hipertensão, bem como à elevação dos
níveis de colesterol ruim, assim se a criança desde pequena for instruída a controlar o peso
para evitar a obesidade, pode vir a controlar ou até mesmo evitar outros fatores de risco para
determinadas doenças.
As crianças e os jovens consomem uma quantidade excessivo de energia assistindo
televisão, vídeos ou jogando videogames quando não estão na escola. Existe uma
discussão se esses hábitos sedentários estão ou não relacionados com a obesidade e
se podem ou não fazer com que as crianças e os jovens pratiquem as quantidades de
atividades físicas recomendadas. (NIEMAN, 1999, p.272).
Viuniski (1999), diz que podemos afirmar que a criança é obesa quando seu peso
real for 120% maior do que o peso ideal para a sua altura e sexo, segundo a seguinte fórmula:
peso real dividido peso ideal para a criança vezes 100.
Também esclarece o autor que existem três tipos de obesidade, e que a obesidade
infanto-juvenil pode ser graduada em diferentes tipos, como:
- O sobrepeso: quando o peso ou Índice de Massa Corporal (IMC) está entre o
porcentual 50 e 85 para o sexo, idade e altura.
- A obesidade leve: quando o peso do IMC esta entre o percentual 85 e 95 para o
sexo, idade e altura, já merece uma abordagem mais rigorosa.
- A obesidade moderada: quando o peso ou o IMC está acima do percentual 95 para o
sexo, idade e altura, sem ultrapassar o percentual 140, e ainda não verificam alterações
clínicas ou laboratoriais, o paciente junto com a família deve receber atendimento por
terapeutas da obesidade.
- A obesidade grave mórbida ou hiper obesidade: quando o peso ou IMC está acima
do porcentual 95 para o sexo idade e altura, associando à hipertensão, hipercolesterolemia,
diabetes, alterações ortopédicas, psiquiátricas, respiratórias ou do sono, ou sempre que o peso
ou IMC está acima do percentil 140 para o sexo, idade e altura.
A obesidade nem sempre é sinônimo de comer muito, diversas crianças obesas
comem menos que uma criança magra. Algumas crianças queimam menos calorias que outras
porque existem variações na secreção de substâncias e hormônios responsáveis pela regulação
22
do processo de queima de gordura, por isso que tem taxa metabólica mais alta, resultando
numa maior queima de calorias. (VIUNISKI, 1999).
Muitos adultos sofrem com seu peso, e muitas vezes esse problema teve início na
infância, uns dos maiores riscos para a saúde é que uma criança pode sofrer com diferentes
motivos como o estresse psicológico, a rejeição social e os traumas emocionais, podendo
trazer consequências por toda vida.
As crianças podem excluir de seu futuro todos estes riscos antes de se tornarem
adultos, modificando seu comportamento diante dos fatores de risco que podem ser
modificados, e assim prevenindo a obesidade na infância, sempre com a ajuda da família, no
incentivo a melhorar a sua qualidade de vida.
Seria bom se todas as áreas de trabalho voltadas para a criança, a família, escolas,
creches, pediatras, entre outros, estivessem atentas para a questão da obesidade, seus riscos e
medidas de prevenção.
Segundo dados oficiais do Ministério da Saúde, metade das mortes naturais se deve a
problemas cardiovasculares e câncer, então a obesidade pode estar na raiz destas e muitas
outras doenças. Se não for tratada devidamente ela pode levar a complicações que podem ser
classificadas em orgânicas, sociais e psicológicas ou até mesmo a morte. (VIUNISKI, 1999).
O que produz e mantêm a obesidade é o sedentarismo e a má alimentação. É mais
comum vermos gordos sedentários do que obeso ativo.
A atividade física age no combate e prevenção da obesidade pelo aumento do gasto
total de energia, pelo ajuste entre a comida ingerida e gasta e pelo balanço de
micronutrientes, especialmente as gorduras. Foi demonstrado que a atividade física
melhora a composição corporal. Existe comprovação cientifica que a atividade física
praticada regularmente melhora a saúde física e mental, agindo na prevenção de
inúmeras doenças, melhorando a auto-estima, a auto-imagem, sendo um importante
aliado no combate a ansiedade e a depressão. (VIUNISKI, 1999, p.111)
Com a obesidade a criança pode também adquirir outras doenças crônicas não
transmissíveis como a Diabete, Problemas Vasculares, Hipertensão, Câncer, Depressão, entre
outras.
2.2 Doenças Crônicas não Transmissíveis
O autor diz que as doenças crônicas em adultos podem ter inicio na infância, por isso
é fundamental estimular as crianças à prática de esportes e a prevenção dessas doenças.
23
As crianças e os adolescentes que mantêm uma vida ativa apresentam probabilidade
menor de se tornarem adultos sedentários, tendo uma qualidade de vida melhor, e hábitos e
atitudes saudáveis estabelecidas na fase adulta.
Quando a criança participa mais das atividades físicas, ela tem grande importância
para promover o crescimento e um desenvolvimento saudável no seu processo de
socialização, melhora a auto-estima e a confiança, mas com a inadequação das práticas
esportivas pode levar ao estresse e ao distúrbio alimentar.
Viuniski (1999) comenta que embora as crianças e adolescestes devessem ser
fisicamente ativos, não existe nenhuma recomendação sobre a freqüência e duração ideal para
a prática de atividade física, como ação de prevenir as doenças crônicas.
Segundo o autor o indivíduo sedentário, aumenta em 15% o consumo diário de
caloria, fazendo cerca de 30 minutos de exercícios físicos moderados, o que pode fazer com
que o individuo sedentário faça parte do grupo de pessoas ativas. As crianças que são ativas
desde cedo, praticando algum esporte, tem maior probabilidade de permanecerem ativas
quando adultas. (VIUNISKI, 1999).
2.2.1 Diabete
A Diabete Millitus é uma doença que ocorre quando há alterações na insulina que
controla as concentrações de açúcar no sangue. A diabete se manifesta de dois tipos, I e II. No
tipo I, as células do pâncreas não conseguem produzir insulina suficiente, porque foram
destruídas ou danificadas. Esse tipo de diabete costuma aparecer na infância ou adolescência e
sempre requer reposição de insulina.
Já a diabete tipo II, acontece quando a doença não é dependente de insulina. Esse tipo
corresponde à esmagadora maioria dos casos, cerca de 85% ocorre geralmente em adultos na
faixas dos 40 anos e obesos.
O organismo acometido produz quantidade normal de insulina, mas ainda não é o
suficiente. Os seus sintomas são, queixa de fadigas aumento da micção, sede excessiva, perda
de peso, visão borrada, infecções na pele e dificuldades de cicatrização. (VIUNISKI, 1999).
2.2.2 Problemas Cardiovasculares
As pessoas sedentárias sofrem mais frequentemente de problemas cardiovasculares
do que as pessoas que praticam atividade física.
24
Os obesos têm mais ataques do coração que os magros, isso ocorre devido a um
somatório de fatores, tais como pressão alta, diabete e colesterol ruim aumentado.
O infarto agudo do miocárdio e os derrames cerebrais são os problemas circulatórios
que são mais freqüentemente encontrados em pessoas obesas. Para prevenir os problemas
cardiovasculares, precisamos evitar o sedentarismo e principalmente a obesidade.
(VIUNISKI, 1999).
2.2.3 Hipertensão
O sangue transita pelos vasos do nosso organismo numa determinada pressão,
quando essa pressão está elevada por períodos prolongados e medida em várias situações,
estamos diante de um quadro de hipertensão.
A pressão arterial é determinada por um complexo sistema de hormônio, muitos
secretados pelos rins, que controlam o calibre das artérias por onde o sangue vai circular. A
pressão alta vem através de vários fatores, a hereditariedade, sexo, idade, raça, estresse, fumo,
excesso de sal na dieta, alcoolismo e especialmente a obesidade.
A grande luta contra a hipertensão é prevenir as complicações como derrames e
problemas cardíacos. (VIUNISKI, 1999).
2.2.4 Colesterol alterado HDL e LDL
O colesterol alterado também é uma doença que acompanha algumas crianças, e está
se tornando um problema a ser observado com atenção. Existem dois tipos de colesterol, o
HDL e o LDL, o menos perigoso é o HDL “colesterol bom”, e o perigoso é o LDL, o “mau
colesterol”, que segundo pesquisadores, a pessoa tem maior chance de adquirir doença
cardíaca. O colesterol é um tipo de gordura que pode ser fabricado pelo nosso organismo que
seria o colesterol endógeno, ou ingerido com os alimentos que seria o colesterol exógeno.
O LDL alterado também pode ser hereditário, e que não pode ser modificado, o
sedentarismo associado a uma alimentação inadequada resulta num prato cheio para elevar o
LDL.
Para evitar a alteração do índice do colesterol é preciso diminuir ou até mesmo cortar
do cardápio alguns tipos de comida e doces, entre eles o ovo, a carne gorda ou derivados do
leite, como o sorvete, o chocolate, alimentos ricos em gorduras saturadas, evitar as frituras,
não reaproveitar o óleo já utilizado, não fumar e realizar atividades físicas regulares.
25
Infelizmente a falta de tempo é o principal motivo alegado pelas pessoas para não
fazer atividade física. Devemos descobrir alguma habilidade física que a pessoa possua e
incentivá-la a desenvolver-se cada vez mais, para não correr o risco de adquirir algum tipo de
doença futuramente. (VIUNISKI, 1999).
2.2.5 Câncer
Os obesos têm um elevado risco de desenvolverem certos tipos de câncer.
Na mulher obesa há um maior risco para o câncer na mama, no útero e nos ovário,
nos homem existe um aumento na incidência de tumores de cólon e de próstata.
Desta forma, ao realizar atividades físicas e mudar o comportamento alimentar é
possível reduzir o peso corporal e consequentemente evitar doenças relacionadas como o
câncer. (VIUNISKI, 1999).
2.2.6 Depressão
A depressão é duas vezes mais comum em mulheres que nos homens e muito mais
frequente em pessoas que tem algum outro caso de depressão na família.
É preciso realizar exames físicos e laboratoriais para determinar a possível causa da
depressão, podendo esta ser resultado de problemas tireoidianos, infecciosos ou mesmo
câncer.
As pessoas deprimidas podem variar de peso bruscamente. Tão comum como perda
de peso e do apetite são as situações em que o paciente engorda rápido e bruscamente.
Geralmente o tratamento é uma combinação de medicamentos antidepressivos e psicoterapia.
(VIUNISKI, 1999).
2.3 Observando os indicadores de saúde
Em 1948, houve um avanço na antiga definição de saúde da Organização Mundial da
Saúde, onde saúde era definida como “um estado de completo bem estar físico, mental e
social e não somente a ausência de doenças”, desconsiderando a condições de vida e objetivos
concretos na realidade cotidiana das pessoas.
26
A saúde-doença passou a ser vista como um conjunto de questões e fatores individuais
e coletivos amplos, partindo para um processo dinâmico e de uma melhor qualidade de vida
social. (ARONA, 2007).
Assim, a saúde passa a ser compreendida como uma dimensão da qualidade de vida,
tornando-se também mais compreendida como o processo de investimento e ações que
estimulem a participação e o fortalecimento das pessoas, tendo a capacidade de controlar a
saúde e com o objetivo de melhorar, através de mudanças no estilo de vida.
Para a promoção da saúde, são necessárias ações de grande magnitude, favorecendo
a qualidade de vida das populações, como saneamento básico, qualidade do meio
ambiente entre outras. Entretanto, ações de pequena monta também são
indispensáveis para a promoção da saúde no que tange aos indivíduos, e entre tais
ações destaca-se a educação para a saúde como importante instrumento de
conscientização e mudança de hábitos visando melhor qualidade de vida. (ARONA,
2007. p.99).
As educações para a saúde e a promoção da saúde estão inteiramente entrelaçadas, a
promoção da saúde depende da participação ativa de um público, agindo na direção de um
processo de mudança que pode ser alcançado pela educação em saúde. A educação baseia-se
em um processo de participação ativa, entre professor-aluno.
Assim, a educação para a saúde e a promoção da saúde estão estreitamente
entrelaçadas, pois a promoção da saúde depende de participação ativa de um público
bem informado para agir na direção de um processo de mudança, que só pode ser
alcançado pela educação em saúde. Este processo de educação popular baseia-se na
participação ativa, rompendo a polaridade professor-aluno e destacando a natureza
coletiva da aprendizagem. (ARONA, 2007, p.51).
Um dos indicadores do nível de qualidade de vida de um município é o índice de
mortalidade infantil, porém as causas de mortalidade nas demais idades tornam-se
importantes para conhecer o perfil da saúde do município. (ARONA, 2007).
A maior causa de mortalidade na cidade de Capivari é por doenças do aparelho
circulatório, muitas crianças podem prevenir esta e muitas outras doenças que aparece no
gráfico, a partir da prática da atividade física, sendo estimuladas ainda na infância. A segunda
causa é a neoplasia, o câncer que tem sendo uma grande preocupação. (SMS, 2005).
27
Causas da Mortalidade no Município de Capivari - 2005
Índice de mortalidade do Município de Capivari no ano de 2005 (SMS, 2007).
Preocupada em diminuir os riscos do aparecimento de doenças crônicas não
transmissíveis, a Secretaria Municipal de Saúde de Capivari (SMS) tem desenvolvido projetos
na área da atividade física voltados à população como um todo. O município foi premiado em
três de seus projetos de atividade física e saúde, tendo recebido prêmios em dinheiro para
investir em equipamentos, contrato de curso para capacitação da equipe de trabalho. Um
destes projetos voltado à prática de exercícios físicos chama-se “Caminha Comigo” (Anexo
A), que sob a orientação de profissionais da área de educação física busca prevenir a
obesidade, a diabete e a hipertensão. Este projeto é voltado para todas as faixas etárias, com a
atividade de caminhada e alongamento que trazem benefícios á saúde para toda a população, a
partir das unidades de saúde que estão dispostas nos bairros.
28
CAPÍTULO 3: O OLHAR DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA PARA A
SAÚDE
Este capítulo tem como objetivo compreender a importância da educação física para
os educadores, até onde eles acham que a responsabilidade da saúde da criança é somente sua
responsabilidade, uma vez que a educação física não deve ser apenas focada para o espaço
escolar, mas na vida cotidiana dos alunos, fazendo com que os alunos possam melhorar suas
condições físicas e ao mesmo tempo, se mostrarem crianças mais abertas para a vida.
Sendo assim, foi aplicado um questionário objetivo, porém com liberdade de
expressarem seu pensamento a respeito, com seis educadores da área de educação física,
sendo três da rede pública e três da particular, com formação no ensino superior em educação
física, não tendo a pretensão de ser um indicador que representem todos os profissionais da
área, mas apenas uma mostra de seu pensamento.
Ao responderem o questionário, alguns professores demonstraram firmeza em suas
respostas e disposição para passar aos alunos a importância da atividade física, bem como,
suas qualidades e seus riscos. Outros ao responderem não expressaram seus conhecimentos,
simplesmente assinalaram as respostas, sem muitas informações.
Para tal, foi elaborado um questionamento construído por sete questões alternativas.
Todas as respostam são baseadas em depoimentos de profissionais da área de educação física.
Os resultados encontrados foram:
Pergunta 1: Você vê diferenças entre Educação Física e Atividade Física?
Quais?
6
5
4
3
2
1
0
SIM
NÂO
29
Podemos perceber conforme o gráfico que todos os professores responderam que há
diferenças entre educação física e atividade física.
Alguns fizeram comentários importantes como: a educação física esta distribuída em
diversas áreas, é algo fruto de estudos e direcionamento e deve ter um planejamento a ser
seguido.
Educação Física como a arte de educar um todo, que estuda o corpo e a mente do
aluno através dos exercícios, concluindo é a disciplina onde o professor vai passar conteúdos
variados para o aluno.
Atividade Física é uma instrução dada pelo professor para os alunos, o que eles têm
que fazer conforme suas necessidades, ou apenas uma atividade de movimento, sendo uma
atividade onde o professor tem um objetivo para alcançar. Todo movimento adquirido pelo
aluno nas aulas é uma atividade, uma caminhada é uma atividade e pode se tornar uma rotina
diária assim, uma criança que tem alguma doença crônica não transmissível deve se tornar
uma criança ativa.
Pergunta 2: Você associa a Educação Física escolar com o desenvolvimento e a
qualidade de ensino do aluno?
6
5
4
3
2
1
0
SIM
NÂO
Nesta pergunta novamente todos responderam sim, que o desenvolvimento e a
qualidade de ensino do aluno se associa a educação física. Alguns comentaram que na escola,
cada atividade feita na educação física tem um objetivo, sendo este de melhorar o
desempenho do aluno em diversos aspectos, sempre com a orientação de um professor.
30
Quando é proposto pelo professor trabalhar todas as dimensões de ensino, o aluno amadurece
em sua atitude e tanto fisicamente quanto intelectualmente usando seu aprendizado por toda a
vida. O aluno adquire conhecimento também através das atividades lúdicas, desta forma, o
professor de educação física precisa organizar sua aula baseada nos objetivos propostos,
respeitando a diversidade dos alunos.
Pergunta 3: Você acredita que a Educação Física pode influenciar a saúde da
criança?
6
5
4
3
2
1
0
SIM
NÂO
Podemos observar no gráfico que todos acreditam que a educação física pode
influenciar a saúde da criança. Relataram que se dentro da escola o professor passa uma parte
teórica sobre boas formas de levar uma vida saudável, com o objetivo de conscientizar o
aluno dos benefícios da atividade física. Observaram também que o professor deve ser
criativo para que essa criança se interesse em especial se for uma atividade fora do espaço
escolar, que utilize atividades e exercícios físicos, estimulando a criança a uma vida ativa e
saudável.
A criança mais ativa geralmente se mostra mais motivada, mais animada em aprender
coisas novas, tem menores chances de adquirir doenças consequentes de uma vida sedentária
e constrói uma vida mais longa e saudável.
Menestrina (2000) defende que a educação física se torna uma educação para a
saúde, abrange ações do ensino institucionalizado e uma sociedade mais ampla, tendo em
31
vista o desenvolvimento de uma prática cotidiana na disciplina curricular e se torna uma
prática educativa continuada, sendo um incentivo à saúde.
A Educação Física, como uma das dimensões as educação para a saúde, deve ser
compreendida, simultaneamente, como educação e saúde, caracterizando-se como
uma pratica social e uma disciplina curricular incentivadora da saúde.
(MENESTINA, 2000, p.30).
Pergunta 4:
Você conhece as doenças que podem ser prevenidas com a
atividade física?
6
5
4
3
2
1
0
SIM
NÂO
Observando no gráfico, notamos que todos relataram conhecer as doenças que podem
ser prevenidas com a atividade física, muitos se referiram as doenças que já foram citadas no
segundo capítulo, como: a obesidade, hipertensão, diabete, problemas cardiovasculares,
aumento no colesterol ruim, depressão e problemas respiratórios. Comentaram também, que
algumas doenças podem ser prevenidas como a bronquite e o estresse.
Foi questionado aos professores se eles passavam para os alunos a importância da
educação física para a saúde, responderam que no trabalho que realizam com os alunos, as
atividades sempre vão ajudar no desenvolvimento das crianças, porém no ensino fundamental
os alunos fazem as atividades sem terem explicações sobre as doenças que podem ser
prevenidas, apenas sabem que as atividades físicas são fundamentais para a saúde.
32
Pergunta 5: Você acha que os professores de Educação Física tem
responsabilidade sobre a saúde das crianças? Até que ponto?
5
4,5
4
3,5
3
2,5
2
1,5
1
0,5
0
SIM
NÂO
Podemos observar no gráfico que cinco professores responderam que sim, a partir do
momento que alguém se propõe a ser educador ele retém a si a mesmo a responsabilidade, não
só da educação escolar mas para a saúde dos alunos, pois a vida é mais importante. Alguns
professores defendem que a responsabilidades deles é somente com a parte motora,
intelectual, e social, outros acham que é dever do educador transmitir conhecimentos e
principalmente informações sobre saúde, e ser exemplo de uma vida saudável.
Nesta pergunta um professor respondeu não, relatando que a responsabilidades é em
parte. Acredita que a saúde das crianças é responsabilidade dos pais, e os professores de
educação física têm a função de ensinar a criança a ter hábitos saudáveis para uma vida mais
saudável.
A responsabilidade da saúde das crianças não é responsabilidade somente do
professor, mas de todos que convivem com esta criança, ela precisa ter uma vida saudável
fora da escola também com a ajuda de seus pais, a função do professor é orientá-la a uma vida
mais saudável, explicando a importância que a atividade física tem para sua saúde.
Para Menestrina (2000), a educação para a saúde deve ocorrer por meio de ações
pedagógicas adequadas para a preservação da saúde de cada aluno, que a aprendizagem sobre
a saúde deve ser mediada pelo educador, com a finalidade de promover desempenhos sempre
mais efetivos, podendo ser de nível individual ou em nível coletivo.
33
Pergunta 6: Na sua formação acadêmica você teve matérias sobre saúde?
6
5
4
3
2
1
0
SIM
NÂO
Podemos perceber que todos os professores responderam sim, que em sua formação
acadêmica tiveram matérias sobre saúde. Alguns citaram os nomes das matérias que tiveram
que foram entre elas, saúde coletiva, nutrição e qualidade de vida, e estas matérias
possibilitam trabalhar mais com a saúde e o conhecimento do corpo humano. Tinham também
a matéria de avaliação física, onde era testada sua capacidade física.
Pesquisa 7: Você acha que a falta de atividade física pode ser um risco de
morte?
6
5
4
3
2
1
0
SIM
NÂO
34
Todos os professores responderam sim conforme informa o gráfico. Todos têm
consciência da importância da atividade física, falaram que para se manter saudável é preciso
movimentar-se e revigorar-se. Acreditam que junto com outros maus hábitos o sedentarismo
pode ser um forte fator a levar a pessoa a desenvolver algumas doenças e conforme a
gravidade da doença é muito difícil recuperar a saúde desta pessoa.
Todos os professores responderam que não podemos ser fechados no ponto de dizer
sim simplesmente, porém sabemos que o ser humano não nasceu para ficar parado, existem
vários fatores que podem levar uma pessoa a morte e um destes fatores com certeza pode ser a
falta de atividades físicas, o ser humano precisa realizar alguma atividade que gosta, uma
simples caminhada pode mudar muitas coisas para uma pessoa sedentária.
A educação física precisa ser mais valorizada no âmbito escolar, pois a educação
física fornece muitas contribuições positivas para a formação do aluno, ela também é
fundamental junto a outras disciplinas, pois ajudará a criança a se desenvolver em todos os
seus aspectos.
35
Considerações Finais
Com base nos fundamentos teóricos de vários autores, foi possível perceber a
importância da atividade física para nossas vidas, principalmente na saúde das crianças, bem
como o conhecimento que ela nos traz e suas contribuições positivas para o nosso dia-a-dia.
A educação física fornece muitas contribuições para o desenvolvimento do aluno,
possibilitando o autoconhecimento, a melhora da autoestima e autoconfiança, o que favorece
o desenvolvimento afetivo com o educador, podendo assim trazer benefícios também para a
constituição do sujeito social.
A educação para a saúde compõe-se de diferentes formas de aprendizagens, sempre
com a finalidade de promover desempenho afetivo, tanto individual quanto em nível coletivo.
Quando falamos em educação para a saúde não nos referimos somente a uma disciplina
escolar, mas constitui-se em um princípio de vida que atua na formação de uma consciência
corporal mais saudável.
Quando a educação física voltar suas atenções para a obtenção da saúde do educador
em seus aspectos globais, contribuíra para que a inter-relação entre educação e saúde
realmente se concretize. Dessa maneira, ela passará a cumprir, efetivamente, o seu
papel político e pedagógico, justificando-se não apenas como um objetivo curricular
do ensino sistematizado, mas também, como prática educativa de caráter
sociocultural. (MENESTINA, 2000, p.33).
Ao abordar a história da Educação Física, foi possível conhecer um pouco de sua
história e as dificuldades encontradas que ainda são percebidas nos dias atuais. Verificamos
que a mesma se tornou essencial para a saúde das crianças, pois vinculada a outras disciplinas,
é possível abordar temas não só vinculados ao corpo, mas sim sobre a saúde, o que
possibilitará com que a criança se desenvolva amplamente em diversos aspectos educacionais.
O objetivo foi mostrar que muitas doenças crônicas não transmissíveis podem ser
amenizadas com a prática diária da atividade física e fazer com que nossos alunos percebam
isso e passem adiante.
Foi observado que os educadores sabem a importância da relação da educação física
com a saúde, porém precisam estimular os alunos, orientá-los para o melhor caminho,
mostrando o significado de educação para eles, com movimento e ações.
A pesquisa demonstrou também que os professores de Educação Física tem
consciência da importância da prática diária da atividade física e segundo a pesquisa eles são
bem instruídos para fazer um excelente trabalho com seus alunos, podendo ajudar muitas
36
crianças sedentárias que não gostam de se movimentar. Relataram que viver mais é um fator
diretamente relacionado ao estilo de vida que a pessoa desenvolve assim desde crianças as
pessoas devem ser conscientizadas que para serem saudáveis precisam desenvolver atividades
físicas, pois dessa forma, diferentes aspectos em suas vidas serão melhorados e o risco em
adquirir doenças diminuirá.
Por meio da prática regular de uma atividade motora, da alimentação saudável e um
estilo de vida apropriado, fica evidente um comportamento significativo para a melhoria da
saúde individual e coletiva.
A escola pode estar ajudando na alimentação das crianças, seguindo um cardápio
elaborado por uma nutricionista, professores de outras disciplinas podem estar trabalhando
com projetos sobre a saúde e incluir a prática de exercícios físicos, assim melhorando a saúde
das crianças e proporcionando uma melhor qualidade de vida.
Para Menestrina (2000), o educador físico como profissional, é um agente da saúde e
também da educação, acredita-se ser de sua responsabilidade informar, para alunos e demais
pessoas da sociedade, conhecimentos que possam provocar mudanças de comportamento em
direções aos hábitos saudáveis, sendo assim esse é o melhor meio para a obtenção da saúde e
ampliação da qualidade de vida.
Sendo assim, é possível concluir que a educação física é fundamental para ter uma
vida saudável. Desta forma, é importante que educadores formados em educação física sejam
estimuladores em todo seu âmbito educacional, que a educação física tenha um olhar para a
saúde a fim de proporcionar condições para que cada criança se torne um cidadão com
autonomia para buscar uma vida saudável através de mediações pedagógicas.
37
Referências Bibliográficas:
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38
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VIUNISKI, N. Obesidade Infantil: um guia prático para profissionais da saúde. Rio de
Janeiro: EPUB, 1999.
39
Anexos A
Projeto “Caminha Comigo”
40
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