Publicação Especializada em Terapia Intravenosa ano VI • nº 16 • janeiro – maio de 2006 A atenção ao “simples” Caros leitores do Intravenous, esta será uma edição bastante focada num importante e atual problema da assistência hospitalar em todo o mundo: as infecções hospitalares. No caso, trataremos especialmente das infecções relacionadas a acessos venosos. Considerando que este tema será amplamente abordado em seus aspectos técnicos, médicos e científicos pelos autores dos artigos nas páginas seguintes, gostaria de comentar a questão sob o não menos crítico aspecto do financiamento. Em países desenvolvidos, as infecções hospitalares, e os significativos custos adicionais que geram, são tratados com absoluta prioridade. Nos países em desenvolvimento, como o Brasil, a situação se agrava devido às restrições orçamentárias do sistema público e aos constantes problemas de financiamento da saúde suplementar. Esse, seguramente já é um grave problema em nosso país – sem que as fontes pagadoras públicas e privadas necessariamente se dêem conta da sua real dimensão – e que contribui significativamente para a queda no padrão de qualidade da assistência de saúde prestada à população brasileira, na medida em que os tais custos adicionais, decorrentes das infecções hospitalares, acabam por consumir expressivos recursos que poderiam ser melhor destinados a outras prioridades. Assim, as infecções hospitalares e suas decorrências – incluindo aí, antibioticoterapia, resistência bacteriana, aumento do período de internação hospitalar e até conseqüências mais graves que podem levar pacientes a óbito – seguem onerando toda a cadeia de financiamento. E o mais interessante é notar que, tanto no caso das infecções hospitalares em geral, como nas especificamente relacionadas à Terapia Intravenosa, a atenção às medidas muito simples podem atuar de maneira poderosa na redução dos índices de infecção. Recentemente, assisti nos EUA a uma palestra sobre infecções hospitalares, em que um importante médico especialista na área descrevia sua preocupação, pasmem, com a lavagem das mãos pelos profissionais de saúde, lá! Por aqui, muitas vezes, no que seria a escolha de um “simples” dispositivo para acesso vascular periférico, a pressão por redução de custos imposta por administradores influenciados pela cultura originada no setor público pela Lei de Licitações (8666/93) – mas disseminada por todo o segmento hospitalar – que diz textualmente que se deve comprar “pelo menor preço”, provavelmente esteja contribuindo e muito para que o problema assuma proporções maiores, impactando a qualidade da assistência prestada e agravando o que julga combater: os altos custos da assistência médica. Nesta edição Formação de biofilmes Por enf. Silma Pinheiro (PUC-MG) Páginas 2 e 3 Análise do guideline do CDC para prevenção de infecção relacionada a cateter vascular Por enf. Carin Nomi (CTAV) Página 4 Infusão subcutânea é boa opção em cuidados paliativos Por enfs. Susi Pereira e Vivian Ribeiro (Hospital Beneficência Portuguesa - SP) Página 5 Diferenciações entre infecções associadas e relacionadas ao uso de cateteres vasculares Por dra. Silvia Costa e enf. Renata Lobo (HC-FMUSP) Páginas 6 e 7 PICC X dissecção venosa em neonatologia Por dr. Lúcio Flávio Andrade de Alencar (Recife-PE) Página 8 Experiência do Hospital-Dia Herbert de Sousa com cateter periférico de Vialon em pacientes com HIV/AIDS Por enf. Lucilene Araujo de Freitas (IPEC/FIOCRUZ) Página 9 Avaliação dos benefícios de cateteres de Vialon® X PTFE Por enf. Luciana Bianchini (CTAV) Página 10 Veja também... • RDC 45 Anvisa - o que mudará na terapia IV Por enf. Silmara Malaguti (CTAV) Página 3 Fica aqui um tema para reflexão. Boa leitura! • IPCS em pauta na SHEA Maurício Grimoni, Gerente de Negócios Infusion Therapy – BD SLA. • Livros, monografias e eventos Página 11 Páginas 11 e 12 Formação de biofilmes: um breve ensaio Por: Silma Pinheiro – Enfermeira, mestre em Ciências de Doenças Infecciosas e Parasitárias, doutoranda em Enfermagem na Saúde do Adulto, coordenadora do Curso de Enfermagem da Faculdade Pitágoras de Belo Horizonte e professora Assistente da PUC - Minas Gerais - MG Enf. Silma Pinheiro A 2 produção de conhecimento em relação à formação de biofilme tem sido crescente, e um dos importantes desencadeadores dessa produção é o uso, também crescente, de procedimentos invasivos e próteses como estratégia terapêutica dos pacientes. Normalmente, os microrganismos aderem a superfícies não inertes e inertes, incluindo os artigos médicos-hospitalares, formando biofilmes. O processo de adesão envolve três etapas fixação, adesão propriamente dita e agregação - provocando uma ligação irreversível, uma vez que são produzidos polímeros extracelulares que facilitam essa adesão e a produção de uma matriz na superfície aderida. Os microrganismos associados a biofilmes se comportam de forma diferente no que se refere à taxa de crescimento e à capacidade de resistir aos tratamentos antimicrobianos, quando comparados com os microrganismos que se apresentam na forma livre. Portanto, os microrganismos associados a biofilmes são considerados um importante problema de saúde pública, pois podem funcionar como uma barreira à ação dos antimicrobianos. Além disso, podem ser fonte de infecção persistente, assim como abrigar microrganismos patogênicos e permitir a mudança do padrão de resistência dos microrganismos aos antimicrobianos. Os biofilmes microbianos se desenvol- serido num paciente é contaminado pevem na superfície de diferentes artigos los microrganismos, ocorre a formação médicos-hospitalares, tais como, lentes do biofilme, cujo desenvolvimento pode de contato, cateteres vasculares, agulhas, ser determinado por diferentes fatores. conexões, tubos endotraqueais, catete- A taxa de adesão de células depende da res vesicais, cateteres de diálise perito- quantidade, tipo e composição das céneal e em diferentes próteses. Na super- lulas presentes no líquido no qual o artifície de artigos, os biofilmes podem ser go está exposto; do volume de fluxo de constituídos por bactérias gram positi- líquido através do artigo e das caractevas ou gram negativas ou fungos. Essa rísticas físico-químicas da superfície. A composição pode ser por uma ou mais taxa de crescimento do biofilme é influespécies microbianas, dependendo da su- enciada também pelo volume de fluxo perfície onde o biofilme está sendo for- de líquido, dos nutrientes existentes no mado e do tempo de permanência do líquido, da concentração da droga antiartigo médico-hospitalar no paciente. As microbiana e da temperatura ambiente. bactérias isoladas com maior freqüência Estudos sobre a formação de biofilnos biofilmes são: Enterococcus faecalis, me em cateter venoso central apontam Staphylococcus aureus, Staphylococcus que os microrganismos isolados coinepidermidis, Streptococcus viridans, cidem com os demais artigos médicoEscherichia coli, Klebsiella pneumoniae, hospitalares. São eles: Staphylococcus Proteus mirabilis e Pseudomonas aerugi- epidermidis, S. aureus, Candida albinosa. As principais fontes desses micror- cans, P. aeruginosa, K. pneumoniae e ganismos podem ser a pele dos pacien- Enterococcus faecalis. Esses organistes ou dos profissionais de saúde, a água mos, também, são originados da pele corrente ou outras fontes ambientais. do paciente ou profissional de saúde ou De modo geral, os biofilmes se distin- soluções intravenosas contaminadas. guem em relação à Eles acessam o capresença de políteter por meio da meros extracelulamigração pela sures, principalmenperfície externa te, os polissacarído cateter ou indeos, que se orgaternamente atranizam ao redor e vés das conexões. revestindo as céluA colonização do las. Esses polissacacateter pode ocorrídeos podem ser rer rapidamente, visualizados por isto é, dentro das meio de microscoprimeiras 24 horas pia eletrônica e se após a inserção do apresentam tanto mesmo e a producomo fibras finas ção do biofilme que conectam as pelo hospedeiro células às superfícipode estar condies ou como placas cionada à presende material amorfo Formação de biofilme de cateter venoso ça de plaquetas, sobre a superfície. central (Foto - CDC) plasma e proteíA matriz do biofilnas teciduais. Oume age como um tro fator que infiltro, que retém minerais ou outros com- fluencia na extensão e localização do ponentes séricos produzidos pelo hospebiofilme é a duração da cateterização. deiro. Essa ação o torna firmemente ade- Os cateteres de curta duração (< 10 rido à superfície e altamente resistente dias) apresentam maior formação de biofilme na superfície externa, enquanto ao tratamento antimicrobiano. Quando um procedimento invasivo in- que nos cateteres de duração prolonAno VI • nº 16 gada (30 dias), o biofilme forma-se com maior freqüência na superfície interna. Em geral, as soluções intravenosas administradas pelo cateter facilitam o crescimento de bactérias gram negativas tais como P. aeruginosa, Klebsiella spp, Enterobacter spp e Serratia spp. Entre as estratégias para controlar a formação de biofilmes estão o uso de rigorosa técnica asséptica durante a inserção e manuseio dos cateteres e sistemas de infusão, redução do tempo de permanência dos cateteres e retirada do cateter contaminado. Além disso, têm sido produzidos cateteres impregnados com antibiótico, antisséptico ou heparina e introdução de dispositivos do tipo filtro de equipo ou conexões contendo “cuffs” que servem de barreira ao acesso de microrganismos. As implicações mais importantes da formação de biofilmes na terapia intravenosa são a alta incidência de infecção local e sistêmica, a restrição do tratamento antimicrobiano, o aumento dos custos assistenciais e o aumento da taxa de mortalidade. Logo, medidas gerais como higiene das mãos antes do contato com cateteres e conexões de equipos de infusão, bem como, a seleção cuidadosa de cateteres cuja composição química seja de material menos trombogênico são de suma importância para a formação e o crescimento de biofilmes. RDC 45 O que mudará na terapia IV com a nova resolução da ANVISA? Por: Silmara Malaguti Enfermeira e consultora educacional do CTAV E m março de 2003, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA com a RDC- 45, aprovou o regulamento técnico de boas práticas de utilização das soluções parenterais em serviços de saúde, que se aplica à todos os estabelecimentos de saúde. O regulamento tem como finalidade fixar os requisitos mínimos exigidos para a utilização de soluções parenterais em todas as etapas de utilização e manipulação, envolvendo desde a requisição, recebimento, preparo, armazenamento e administração das soluções, até a investigação de eventos adversos que podem ocorrer. Enf. Silmara Malaguti Para tanto, a RDC descreve as responsabilidades dos profissionais de enfermagem e farmácia em todas as etapas de utilização das soluções parenterais. A novidade desta regulamentação é que a partir de 2008, quando o prazo de transição terminará, todas as soluções parenterais de grande volume, ou seja, soluções acondionadas em recipientes de dose única acima de 100 mL, deverão ser administradas por um sistema fechado de infusão. Microfotografia de Staphylococcus em biofilme no interior de um conector sem agulha (Foto - Janice Carrr, CDC Atlanta) Obviamente, essa é uma discussão sumária de um tema amplo e que tem sido estudado profundamente. Logo, a consulta a artigos que abordem detalhadamente esse tema é fundamental para todos os profissionais de saúde que atuam direta ou indiretamente na assistência a pacientes sob terapia intravenosa. Referências bibliográficas: • Donlan RM. Biofilms and device-associated infections. Emerg Infect Dis. 2001 Mar-Apr; 7(2):277-81. • Elliott TSJ, Moss HA, Tebbs SE, Wilson IC, Bonser RS, Graham TR, et al. Novel approach to investigate a source of microbial contamination of central venous catheters. Eur J Clin Microbiol Infect Dis 1997;16: 210-3. • Murga R, Miller JM, Donlan RM. Biofilm formation by gram-negative bacteria on central venous catheter connectors: effect of conditioning films in a laboratory model.J Clin Microbiol. 2001 Jun; 39 (6): 2294-7. • Raad I. Intravascular-catheter-related infections. Lancet 1998; 351: 893-8. E-mail para contato: [email protected] Ano VI • nº 16 Considera-se sistema fechado por não permitir o contato da solução com o meio ambiente, evitando a manipulação excessiva e diminuindo os riscos de contaminação e de infecções relacionadas à corrente sangüínea. O uso do termo “sistema fechado” ainda gera muitas dúvidas aos profissionais, pois acreditam que o sistema envolve somente o uso de bolsas para infusão que permitem o preparo e a infusão da solução sem a necessidade de perfurá-la, como nos frascos rígidos atuais, o que não é válido. Para que se tenha eficácia na prevenção de infecção, as conexões entre o lúmen do cateter e a linha de infusão (equipo) também devem ser protegidas, por meio de dispositivos específicos, como o sistema Interlink, que impede manipulação excessiva pelas mãos dos profissionais e protege o hub do cateter. A RDC - 45 do Brasil auxilia as instituições a se adequarem às recomendações para prevenção de infecções relacionadas a cateter descritas pelos CDC, em 2002, principalmente quando se trata ao tempo de troca de cateteres e de equipos que foram estabelecidos somente para situações em que o sistema fechado é usado, como nos EUA. Além do risco de infecção, o sistema fechado de infusão reduz a incidência de acidentes ocupacionais com agulhas, pois trabalha com agulhas plásticas que impedem uma perfuração, evitando assim a transmissão de patógenos causadores de doenças infecciosas, como o HIV ,VHB e VHC. E-mail para contato: [email protected] 3 Prevenção de infecção relacionada a cateter vascular: uma breve análise do guideline do CDC Por: Carin Nomi – Enfermeira e Consultora Educacional do CTAV tualmente, as orientações sobre prevenção de infecção relacionada a cateter vascular estão sendo amplamente discutidas, segundo o guia do CDC, podemos dividir as orientações em tópicos, a fim de entendermos melhor tais recomendações: Em casos de inserção de cateteres centrais, é necessária a utilização da barreira máxima que inclui o uso de luvas, avental, campo cirúrgico amplo e estéril e touca, a adoção destas medidas reduz significativamente o risco de ICS. Educação permanente Estudos demonstram que a manipulação freqüente da conexão do cateter vascular é um dos fatores desencadeantes da ICS e que a manipulação por equipes especializadas e a desinfecção com álcool a 70% ou outro antisséptico resulta em menores taxas de infecção, além da redução de complicações e custos associados. No Brasil, a clorhexidina aquosa a 0,5% tem mostrado ótimos resultados quando comparada ao álcool a 70% e ao PVPI na redução de ICS. A O risco de infecção associada à terapia intravascular diminui após a padronização de soluções antissépticas, treinamento teórico prático de equipes multidisciplinares e manutenção do número adequado de funcionários de enfermagem para reduzir a incidência de infecção, complicações e custos associados. Portanto, a inserção e a manutenção de cateteres vasculares realizadas por equipe inexperiente pode aumentar o risco de colonização por cateter. Para isso cada hospital deve conhecer sua taxa de infecção de corrente sangüínea (ICS) e desenvolver guias ou protocolos de prevenção de infecção. Porém, não basta desenvolver essas ações, se não houver conscientização e adesão a essas atividades como rotina nos diferentes serviços de saúde. Local de inserção do cateter A flebite vem sendo reconhecida como risco de infecção, associada à densidade da flora da pele, daí a preocupação e a vigilância do local de inserção. É importante, ainda, que para a escolha do local de inserção sejam consideradas a habilidade do profissional que irá inserir o cateter, o conforto, segurança, garantia de assepsia, fatores de risco do paciente e complicações mecânicas. Escolha do tipo de cateter 4 A escolha do tipo de cateter deverá basear-se no tipo de material e no número de lúmens que compõem os cateteres. Embora ainda não existam estudos que comprovem a associação entre o número de lúmens do cateter com o aumento da taxa de infecção relacionada a cateter, vale ressaltar que cada lúmen aumenta a manipulação em 15 a 20 vezes por dia. Portanto, a escolha do tipo de cateter com um ou mais Cuidados com o cateter Enf. Carin Nomi lúmens deve ser feita com cautela, avaliando-se a necessidade e a gravidade do paciente. Com relação ao tipo de material, os cateteres de politetrafluoretileno (PTFE) ou poliuretano foram associados a complicações infecciosas menores do que os cateteres feitos de cloreto de polivinil ou polietileno. Embora as agulhas de aço tenham apresentado a mesma taxa de complicações infecciosas que os cateteres de (PTFE), é preciso avaliar as complicações geradas pelo uso destas, em casos de infiltração de fluidos endovenosos em tecidos subcutâneos, principalmente drogas vesicantes. Técnica asséptica durante a inserção do cateter A higienização das mãos é importante na prevenção das ICS e observa-se nos dias atuais baixa aderência a esta prática, podendo ser realizada com sabão líquido com antisséptico ou álcool gel. Deve ser realizada antes e após contato com o paciente. A colonização do lúmen do cateter e de suas conexões pelos microrganismos presentes na pele é uma das principais causas de ICS, portanto, fazem-se necessárias a rigorosa limpeza e antissepsia da pele antes da inserção do cateter. Indicação de troca do cateter A troca programada de cateteres intravasculares visa a prevenção de flebite e infecções relacionadas a cateteres. O CDC recomenda a troca de cateteres periféricos a intervalos de 72 a 96 horas, a fim de reduzir o risco de infecção e a possibilidade de formação de flebite. Referências bibliográficas: • APECIH - Infecção associada ao uso de cateteres vasculares. 3ª ed. 2005. • Centers for Disease Control and Prevention: Guideline for prevention of intravascular catheter-related infections. MMWR 2002, 51. • Kawagoe, J. K. Prevenção de infecção da corrente sanguinea relacionada a CVC. III Simpósio Internacional de Enfermagem. 2005. E-mail para contato: [email protected] Para conhecer e utilizar os serviços do CTAV, basta entrar no site: www.ctav.com.br Pelo site você também pode fazer sua assinatura gratuita do jornal Intravenous. Ano VI • nº 16 Infusão subcutânea é boa opção em cuidados paliativos Por: Susi Cristine Pereira e Vivian Finotti Ribeiro Enfermeiras da Unidade de Internação do Hospital Beneficência Portuguesa ipodermóclise consiste na infusão de fluidos no tecido subcutâneo em procedimentos de hidratação, analgesia e administração de outras medicações. Quando surgiu no início do século XX, a infusão subcutânea foi utilizada inicialmente em pacientes pediátricos para administrar medicamentos de forma não criteriosa. Isso levou várias crianças ao óbito e, conseqüentemente, a técnica caiu em desuso na década de 50. H Atualmente, a infusão subcutânea voltou a ser aplicada nos cuidados paliativos em pacientes com prognóstico fechado que necessitam de hidratação com lenta absorção e apresentam difícil acesso endovenoso. No Brasil e principalmente nos países desenvolvidos, a hipodermóclise está sendo utilizada em pacientes agitados, com dificuldade de deglutição ou ingestão oral insuficiente, em serviços de assistência domiciliar e na administração de determinadas substâncias em que a rapidez de absorção não seja uma exigência. Ainda não existe um consenso fechado sobre quais medicações podem ou não ser infundidas através da hipodermóclise. Sabe-se de forma consistente que soluções fisiológicas e glicosadas além de opióides, neurolépticos, benzodiazepínicos, antieméticos e dexametazona podem ser administradas por esta via de infusão. Atualmente, em todo mundo, estão em andamento vários estudos para se conhecer a eficácia e adequação das drogas por esta técnica. Benefícios e técnica Conforto ao paciente, baixo risco de infecção e possibilidade da técnica ser utilizada em homecare estão entre os principais benefícios oferecidos pela hipodermóclise. Para o profissional de saúde, apresenta-se como uma técnica muito simples e que envolve menor risco de complicação. Além disso, o contato direto com fluido é muito pequeno, o que reduz significativamente o risco biológico por exposição. No Brasil ainda não existem dispositivos específicos de punção para infusão subcutânea. Contudo, pode-se utilizar scalps de 19G ou 21G, ou em casos de pacientes magros utiliza-se scalps de 23G ou 25G. O ângulo de inserção é de Ano VI • nº 16 Enfermeiras Susi Cristine Pereira e Vivian Finotti Ribeiro 45º a 60º da pele após assepsia do local com álcool 70%. Após a punção, devese rodar a agulha para que o bisel fique voltado para baixo. A agulha deve ficar livre para rodar 180º na pele. Após a punção, fixa-se o scalp com filme plástico, ou pode-se ocluir o local de inserção com gaze e fita microporosa. No caso da segunda opção, o curativo deve ser trocado diariamente, sempre observando se há presença de sinais flogísticos em inserção de scalp. O filme plástico deve ser trocado a cada sete dias, ou antes deste prazo, se estiver danificado. A assepsia diária da inserção deve ser feita com álcool a 70%. Os sítios de punção mais utilizados são: região abdominal, tríceps, regiões internas e externas das coxas, região infraclavicular e interescapular, sendo esta última adequada em pacientes agitados. No paciente geriátrico em que a flacidez da hipoderme geralmente é maior, devese tracionar a pele e introduzir o scalp com o bisel para baixo. Durante 24 horas, o volume máximo de infusão é de 3.000 mL, ou seja, 1.500 mL por sítio de infusão, simultaneamente. Neste caso, a troca do local de inserção e dos dispositivos de infusão deverá ser feita a cada 24 horas. Em infusões abaixo desse valor a troca do local de inserção e dos dispositivos poderá ser feita a cada 72 horas. Complicações e contra-indicações Os fatores de risco relacionados a infecções são mínimos na hipodermóclise, se observados os cuidados preconizados. Geralmente as complicações estão relacionadas à escolha do fluido, da velocidade e do volume de infusão. Os seromas que são característicos na infusão subcutânea e o eritema no local de punção são as complicações mais comuns. Para preveni-las, basta seguir a técnica correta com antissepsia adequada do sítio, lavagem de mãos efetiva e uso de material descartável. Havendo formação de seroma, basta aplicar compressas de água morna a cerca de 20º C no local para propiciar a absorção do fluido. A infusão subcutânea é contra-indicada em pacientes com caquexia extrema e que apresentam distúrbios de coagulação (hematomas). Também não é indicada em emergências, em situações de instabilidade hemodinâmica e em casos de infecções do tecido subcutâneo próximo ao sítio de punção. Além disso, a hipodermóclise não pode ser utilizada em pacientes com doença vascular oclusiva e perfusão precária, já que a circulação periférica reduzida retarda a absorção. Recomendamos ainda alguns cuidados específicos a serem observados. O local de inserção deve ser monitorado regularmente, mantendo um curativo oclusivo. O sítio de inserção deve ser mudado em casos de: queixa de dor no local, após infusão de 1.500 mL de solução, sinais de hiperemia com inflamação, obstrução e presença de sangue na agulha. Os sinais de sobrecarga fluida precisam ser monitorados e é muito importante documentar os procedimentos adotados. Nunca utilizar bomba de infusão. A técnica de hidratação subcutânea é um procedimento efetivo, seguro, simples e de baixo custo quando comparada à infusão endovenosa, porém ainda é pouco conhecida e utilizada pelas equipes médica e de enfermagem. Nossas experiências com a via de infusão subcutânea em tratamento paliativo nas instituições em que trabalhamos, demonstraram até aqui que a técnica atua como excelente suporte na redução do sofrimento do paciente terminal, proporcionando-lhe um final de vida com maior conforto possível. E-mails para contato: [email protected] [email protected] Veja mais sobre o tema: www.sbgg.org.br/profissional/acerte/index.htm www.aafp.org/afp/10020701/letters.htm www.apmcg.pt/document/71479/876362.pdf 5 Diferenciações entre infecções associadas e relacionadas ao uso de cateteres vasculares Por: Dra. Silvia Figueiredo Costa – Médica assistente da Subcomissão de Controle de Infecção Hospitalar HCFMUSP Enf. Renata D. Lobo – Enfermeira do Grupo de Controle de Infecção Hospitalar HCFMUSP Dra. Silvia Figueiredo Costa Infecção de Corrente Sangüínea (ICS) relacionada a cateter venoso central (CVC) é uma das principais infecções hospitalares sendo responsável por aumento significativo na mortalidade, morbidade e tempo de internação dos pacientes nas Unidades de Terapia Intensiva. Estabelecer um diagnóstico clínico de infecção relacionada a cateter é difícil. Para facilitar o diagnóstico o Center for Diseases Control and Prevention (CDC) define infecção de corrente sangüínea em clínica relacionada a cateter e associada a cateter. Essas definições são utilizadas no programa de vigilância epidemiológica dos hospitais americanos e em outros países do mundo, inclusive o Brasil, para comparar os dados entre os serviços. ICS CLÍNICA (Não confirmada por laboratório, também denominada sepses clínica) Deve preencher pelo menos um dos seguintes critérios: Critério 1 - Paciente tem pelo menos um dos seguintes sinais ou sintomas: ; Febre (temperatura axilar > 38° C) ; Hipotensão (pressão sistólica <90 mmHg) ; Oligúria (débito urinário < 20mL/h) Critério 2 - Paciente com idade < 1 ano tem pelo menos um dos seguintes sinais ou sintomas: ; Febre (temperatura axilar > 38° C) ; Hipotermia (temperatura axilar < 37° C) ; Apnéia ; Bradicardia Nos dois critérios são comuns também outros sintomas: ; Hemocultura não coletada ou não realizada ; Ausência de infecção em outro sítio ; O médico institui terapêutica apropriada INFECÇÃO DE CORRENTE SANGÜÍNEA RELACIONADA A CATETER É a infecção de corrente sangüínea (ICS) confirmada por laboratório com isolamento de patógeno em hemocultura e que não esteja associada a outro foco infeccioso e um dos seguintes critérios: cultura semiquantitativa ( ≥ 15UFC por segmento de cateter) ou quantitativa ( ≥ 102 UFC por segmento de cateter) com o mesmo microrganismo isolado no sangue e no cateter. hemoculturas quantitativas coletadas simultaneamente através do cateter e por punção periférica com razão 5:1 na quantidade de microrganismos, respectivamente. diferencial de tempo de positividade (DTP): é a comparação entre o tempo de positividade de hemocultura qualitativa de amostras colhidas pelo CVC e por punção venosa periférica, onde a amostra colhida pelo CVC teve detecção de crescimento pelo menos duas horas antes que a amostra colhida perifericamente. Infecção de corrente sangüínea confirmada por laboratório Critério 1- Isolamento de patógeno em hemocultura e que não esteja associado a outro foco infeccioso. Critério 2 - Presença de um dos sinais: 6 Enf. Renata Lobo febre(≥ 37,8° C), hipotensão ou calafrio e qualquer um dos seguintes itens: duas hemoculturas colhidas em momentos diferentes (dentro de 24 horas) e positivas para contaminante comum de pele (difteróides, Bacillus sp, Propioniobacterium sp, estafilococos coagulase negativa) e a infecção não esteja associada a outro foco infeccioso; hemocultura positiva para germe considerado como contaminante comum da pele, em pacientes com dispositivo intravascular, e o médico institui terapia antimicrobiana adequada. Critério 3 - Paciente com idade < 1 ano tem pelo menos um dos seguintes sinais ou sintomas: febre (temperatura axilar >38° C), hipotermia (temperatura axilar < 37° C), apnéia, bradicardia. E pelo menos um dos seguintes: Patógeno contaminante de pele (p. ex. diphteroides, Bacillus spp, Proprionebacterium spp, estafilococo coagulase negativa ou micrococos) obtida de duas ou mais hemoculturas coletadas em ocasiões diferentes. Patógeno contaminante de pele (p. ex. diphteroides, Bacillus spp., Propionebacterium spp., estafilococo coagulase negativa ou micrococos) obtido de uma hemocultura coletada de um paciente com acesso venoso Ano VI • nº 16 e o médico institui terapêutica apropriada. Teste de antígeno positivo no sangue (p. ex. Haemophillus influenza, Streptococcus pneumoniae, Neisseria meningitidis ou estreptococos do grupo B). Os sinais e sintomas e achados laboratoriais positivos não estão relacionados a infecção em outro sítio. Recomendações para prevenir ICS Recomendações Grau de evidência Medidas gerais: Educação de todos os profissionais de saúde abordando técnicas na passagem, cuidados na manutenção e inserção do cateter vascular IA Vigilância: Acompanhar as taxas de ICS (infecção de corrente sangüínea) relacionada a cateteres Determinar taxas de ICS relacionada a cateteres e utilizar definições padrões expressas em 1000 cateteres-dia IA IB Na inserção: INFECÇÃO DE CORRENTE SANGÜINEA ASSOCIADA A CATETER É a infecção de corrente sangüínea confirmada ou não por laboratório acompanhada das duas características abaixo: Presença do dispositivo vascular que termina no coração ou próximo dele ou em grande vaso. Cateteres umbilicais venosos ou arteriais são considerados cateteres centrais. O dispositivo vascular deve estar presente por um período de 48 horas antes do início da infecção. Se for menor que 48 horas, deve haver uma forte evidência de que a infecção é associada ao cateter. Por outro lado, se o início da infecção ocorrer até 48 horas após a retirada do cateter, a mesma deverá ser considerada associada ao dispositivo. O conhecimento das taxas de ICS de cada serviço é importante para que as mesmas possam ser comparadas ao longo do tempo no próprio serviço e com outros hospitais que com a mesma característica e para que metas para sua prevenção sejam traçadas. Um estudo realizado no Brasil, numa UTI de 9 leitos conseguiu pela educação continuada focada na inserção adequada, manipulação e curativo do cateter diminuir em 40% as taxas de ICS. Na tabela ao lado estão descritas as principais medidas que devem ser seguidas na inserção e manipulação do cateter para prevenir infecção de corrente sangüínea. E-mails para contato: [email protected] [email protected] Ano VI • nº 16 Usar técnica asséptica Higienizar as mãos antes e quando manipular o cateter Usar luva limpa ou estéril durante a inserção ou manipulação de cateteres não centrais Usar barreira de precaução máxima (máscara, touca, luva estéril, avental longo e estéril, campo ampliado e estéril) durante a inserção do CVC (cateter venoso central) Fazer antissepsia da pele (clorexidine é preferível), PVPI 10% ou álcool 70% é aceito Usar gaze estéril ou curativo semipermeável de poliuretano no curativo Usar antibiótico sistêmico pela inserção não é recomendado IA IC IA IA IA IA Manutenção: Remover os dispositivos intravasculares assim que seu uso não for necessário Monitorar o sítio de inserção dos cateteres regularmente de preferência diariamente Trocar o curativo da inserção do cateter pelo menos semanalmente Uso de pomada de antibiótico tópico não é recomendado Utilizar anticoagulante sistêmico dicumarínico com baixa dose (1 mg diário) por paciente com cateter de longa permanência e sem contra-indicação Trocar o cateter venoso periférico a cada 96 horas Trocar equipos a cada 48 horas a menos que contenha soluções lipídicas ou sangue,neste caso deve ser trocado a cada 24 horas IA IB II IA IA IA IA Tecnologia: Considerar o curativo impregnado com clorexidina em adolescentes e adultos que não tenham cateter com cuff ou cateter arterial e cateter que permaneça por período ≥ 4 dias Se, depois de aplicar todas as medidas de prevenção de infecção, a taxa da instituição permaneça alta para CVC, considerar o uso de CVC coberto com agente anti-infeccioso, por exemplo, clorexidina/sulfadiazina de prata ou rifampicina-monociclina Para pacientes com cateter de longa-permanência e que tenham ICS recorrente, após aplicar todas as medidas de prevenção de infecção, considerar o uso de lock de antibiótico (ex. heparina com vancomicina (25 µg/mL) com ou sem ciprofloxacina (2 µg/mL)) NR IB II Nota: Adaptado Guidelines for Prevention of Intravascular catheter-related infections. CDC MMWR Morbidity and Mortality Weekly Report.2002; 51:1-32. IA Fortemente recomendado para implementação embasado em estudos bem desenhados, experimentais, clínicos ou epidemiológicos; IB Fortemente recomendado para implementação e embasado em alguns estudos experimentais, clínicos ou epidemiológicos; IC indicado por regulamentos estaduais e/ou federais; II sugerido para implementação, embasado em estudo clínicos ou epidemiológicos ou racional teórico; NR não resolvido. Referências bibliográficas: • Infecção Associada ao Uso de cateteres Vasculares 3ª edição- Revisada e Ampliada APECIH-2005. • Centers for Disease Control and Prevention. Guideline for the Prevention of Intravascular Catheter Related Infections. MMWR 2002; 51 (N.RR-10). • Garner,SJ e cols. CDC definitions for nosocomial infections 1988. Am J Inf Control.1988; 16:126-40. • Mermel LA, Farr BM, Sherertz RJ, Raad II, O” Grady N, Harris JS, Craven DE: Guideline for the Management of Intravascular Catheter-Related Infections. Inf Control Hosp Epidemiology 2001; 22 (4):222-42. • Lobo RD, Levin AS, Gomes LM, Cursino R, Park M, Figueiredo VB, Taniguchi L, Polido CG, Costa SF. Impact of an educational program and policy changes on decreasing catheter-associated bloodstream infections in a medical intensive care unit in Brazil. Am J Infect Control. 2005 Mar; 33(2):83-7. 7 Acesso venoso central em neonatologia: inserção periférica X dissecção venosa Dr. Lúcio Flávio Andrade de Alencar - Cirurgião pediátrico e coordenador da Comissão de Terapia Nutricional Enteral e Parenteral do Instituto Materno Infantil Prof. Fernando Figueira – Recife (PE) C 8 omo parte dos requisitos para obtenção de título de Mestre em Saúde da Criança e do Adolescente pelo Departamento Materno Infantil do Centro de Ciências da Saúde da Dr. Lúcio Flávio Universidade Federal de Pernambuco, apresentei há alguns meses minha dissertação de mestrado intitulada “Acesso Venoso Central em Recém-nascidos: Inserção Periférica versus Dissecção Venosa”. A pedido do Jornal Intravenous, preparei um resumo da dissertação. A partir dos dados de um estudo exploratório prévio realizado no Instituto Materno Infantil Prof. Fernando Figueira, foram avaliados e comparados os resultados de duas técnicas para acesso venoso central (AVC) em pediatria: inserção periférica - PICC X dissecção venosa - DV. Constataram-se diferenças significativas entre as técnicas, sobretudo no que diz respeito à permanência e às complicações destes acessos. Os dados levantados são bem diferentes dos encontrados em literatura especializada, considerando-se a importância destes procedimentos na condução e tratamento dos recém-nascidos, principalmente em neonatos de muito baixo peso. Seguindo a recomendação de minha orientadora, Profa. Dra. Gisélia Alves Pontes da Silva, da UFP, optei por realizar um estudo clínico randomizado e controlado para a avaliação destas duas opções técnicas em grupo semelhante de recémnascidos pré-termo e de muito baixo peso internados em cinco UTIs Neonatais na cidade de Recife-PE, num período de seis meses. Foi elaborado um projeto de pesquisa em que se propôs comparar a incidência das complicações entre as duas técnicas, uma vez conhecidos os vários fatores capazes de comprometer a vida útil e conseqüente permanência do acesso venoso central. Após a apresentação e a aprovação do projeto pelos Comitês de Ética e Pesquisa e pelas chefias médicas das unidades envolvidas, foi distribuído e discutido com as chefias de enfermagem um protocolo para a inserção, manutenção e a retirada dos acessos venosos centrais nestes serviços durante o período de estudo. Esta discussão objetivou a uniformidade e exeqüibilidade deste protocolo nos diversos serviços. Em seguida foi feito um resgate histórico e evolutivo dos dispositivos e das técnicas para o acesso venoso em recémnascidos a partir de revisão de literatura especializada publicada nas duas últimas décadas, o que deu origem a um artigo de revisão intitulado “Acesso Venoso Central em Recém-Nascidos” (Arquivos de Pediatria, ISSN 1808-7981, vol. 18, no. 2, julho/dezembro 2005). Com as informações adquiridas a partir deste artigo de revisão, foi elaborado um algoritmo para o auxílio na decisão da melhor opção de acesso venoso diante de uma proposta terapêutica já definida em um recém-nascido. Também foi estabelecido um modelo conceitual para o êxito deste procedimento nesta faixa etária. No ensaio clínico foram seguidas as orientações do CONSORT (Consolidated Standarts of Reporting Trials). De um total de 74 recém-nascidos elegíveis, 70 (94,59%) foram incluídos e analisados no estudo – 31 PICC e 39 DV, num total de 1.110 dias de acesso venoso – acompanhados com avaliações diárias, pela enfermeira-chefe do serviço e pelo cirurgião pesquisador, desde a inserção do AVC até a sua alta da UTI Neonatal. Foram avaliadas as complicações capazes de limitar a permanência do AVC até a sua retirada – infecção, obstrução, deslocamento e ruptura. Os grupos foram semelhantes, do ponto de vista estatístico, no início da intervenção. Como conclusão principal contatou-se que os dois grupos foram semelhantes em relação à ocorrência de complicações capazes de comprometer a permanência do AVC. Foram também semelhantes o tempo de permanência dos cateteres e o tempo para a realização do procedimento. No grupo dos PICCs, em 21 (67,7%) acessos não foram necessárias mais que duas tentativas de venopunção para a sua realização, sendo 16 (51,6%) delas realizadas em veias da prega do cotovelo. O presente estudo revelou os seguintes achados: a possível tendência de perda por tração foi de 4 (12,9%) casos no grupo do PICC e 1 (2,6%) no grupo da DV, (p= 0,16). O aumento de risco de infecção foi de 3,2% (1 caso) no grupo do PICC contra 12,8% (5 casos) no grupo da DV, (p= 0,21). Tais resultados poderão ser mais bem avaliados em um estudo mais amplo. Vale salientar que os profissionais de saúde diretamente envolvidos com estes procedimentos, além do conhecimento e domínio das várias técnicas disponíveis, devem estar compromissados com o seu êxito, que vai desde a indicação até a retirada. Concluímos que a existência de uma equipe de acesso venoso com o objetivo de elaborar rotinas e protocolos adequados à realidade do serviço, para a realização destes procedimentos, parece ser preponderante para seu êxito, cabendo a esta equipe o monitoramento do mesmo, em todas as suas etapas, com reavaliações periódicas dos resultados e o acompanhamento dos freqüentes avanços. Os artigos (original, técnico e de revisão) deverão estar disponíveis no portal de periódicos da CAPES. Esperamos que estes trabalhos possam contribuir na melhora da assistência aos recém-nascidos de risco, dando subsídios e permitindo ao leitor uma decisão segura quanto à melhor e mais adequada técnica para o acesso venoso em relação a uma proposta terapêutica definida para o seu pequeno paciente. Referências bibliográficas: • Schwengel DA, McGready J, Berenholtz SM, Kozlowiski, LJ, Nichols DG, Yaster, M. Peripherally inserted central catheters: A randomized, controlled, prospective trial in pediatric surgical patients. Anesth Analg 2004;99:1038-43. • Shulman RJ, Pokorny WJ, Martin CG, Petitt R, Baldaia L, Roney D. Comparison of percutaneous and surgical central venous catheters in neonates. J Pediatr Surg 1986; 21(4):348-50. • Janes M, Kalyn A, Pinelli J, Paes B. A randomized trial comparing peripherally inserted central venous catheters and peripheral intravenous catheters in infants with very low birth weight. J Peiatr Surg 2000;35(7):1040-4. • Crowley JJ, Pereira JK, Harris LS. Peripherally inserted central catheters: experience in 523 children. Radiology 1997; 204:617-21. • Foo R, Fujii A, Harris J, LaMorte W, Moulton S. Complications in tunneled CVL versus PICC lines I very low birth weight infants. J Perinatol 2001;21:525-30. E-mail para contato: [email protected] Ano VI • nº 16 Experiência do Hospital-Dia “Herbert de Souza” com cateter periférico de Vialon em pacientes com HIV/AIDS ® Por: Lucilene Araujo de Freitas Enfermeira Chefe do Hospital-Dia “Herbert de Souza” (IPEC/FIOCRUZ) – Rio de Janeiro - RJ Hospital-Dia “Herbert de Souza” - para pacientes HIV/AIDS - do Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas da Fundação Oswaldo Cruz (IPEC/FIOCRUZ) foi inserido no contexto assistencial desta instituição em 1994. A unidade é uma estrutura de assistência intermediária entre a internação e o atendimento ambulatorial. A assistência é voltada ao atendimento às diversas situações de infecções oportunistas, decorrentes do comportamento clínico da AIDS, que demandam a adoção de medidas terapêuticas, inclusive a parenteral por tempo indeterminado, que requeiram a permanência do indivíduo por um período máximo de 12 horas. A metodologia de trabalho que adotamos contribui para a melhoria na qualidade de vida dos pacientes, além de ser uma alternativa à internação hospitalar tradicional, reduzindo custos e promovendo maior participação da família nos processos com a equipe multiprofissional. venoso e possibilitam sua permanência nos casos de terapia endovenosa prolongada, minimizando o desconforto com o procedimento por reduzir o número de punções venosas periféricas durante o tratamento. O As atividades desenvolvidas neste Hospital-Dia são: administração de quimioterápicos, antibioticoterapia endovenosa, hemotransfusão, nebulizações preventivas para pneumocistose, con- Da esquerda para direita: Lucilene A. Freitas (enfermeira Chefe do Hospital-Dia “Herbert de Souza”), Márcia Lyra e Daniele Cruz (técnicas de Enfermagem). sultas de reavaliação, coleta de material para exames laboratoriais, biopsias, punção lombar e, sobretudo, o acompanhamento clínico dos pacientes incluídos nos diversos projetos de pesquisa realizados no IPEC. O hospital-dia iniciou a utilização de cateter integral de segurança de Vialon nos pacientes em uso de medicamentos que requeiram um acesso venoso seguro, ou que possuam um período de infusão prolongada. Tais dispositivos intravenosos proporcionam maior conforto, permitem ao indivíduo uma mobilização sem risco de perda do acesso Os resultados são positivos também para os membros da equipe de enfermagem que realizam a técnica de punção venosa periférica com material de Vialon, devido à maior segurança proporcionada pelos dispositivos intravenosos na redução de risco de acidentes durante o procedimento. Por sua vez, os cateteres confeccionados de outro tipo de material possuem mecanismo de implantação e retirada do mandril diferenciados e estes estão intimamente relacionados aos acidentes com material biológico. É comum a ocorrência de acidente no momento do descarte de tais dispositivos, ou da manipulação de outros objetos presentes na bandeja de procedimento utilizada. Notável é a elevada incidência de flebites, perda de acesso por dobra ou obstrução da luz nos demais cateteres não fabricados com Vialon; assim como, desconforto no sítio de inserção do dispositivo e a fixação com materiais que comumente causam irritação na pele do paciente. Relato de caso Em dezembro de 2005 tivemos uma experiência singular com uma paciente submetida a antibioticoterapia endovenosa por 28 dias e que possuía rede venosa periférica precária. Foi utilizado um cateter de Vialon em veia cefálica localizada em face anterior do antebraço de membro não dominante. Devido à proximidade das festividades de fim de ano, a paciente viajou com este dispositivo intravenoso, instalado com técnica asséptica e fixado com curativo de filme de poliuretano transparente, sendo saliniAno VI • nº 16 zado com 10 mL de solução fisiológica a 0,9%, após a administração de sua dose diária do antibiótico. A paciente foi orientada a observar sinais de flebite e outras possíveis alterações na região de inserção do cateter. Também recebeu orientações para a troca do dispositivo que deveria ser realizada em até 72 horas na localidade onde a paciente daria continuidade ao seu tratamento. Ao retornar ao Hospital-Dia “Herbert de Souza” a paciente informou que permaneceu com o acesso venoso por 9 dias e este se manteve pérveo com a salinização, sem sinais de infecção no sítio de punção. Apenas foi trocado o curativo com o filme transparente no quarto dia. O caso demonstrou que a utilização do cateter periférico de Vialon permite melhor qualidade da assistência prestada e confere maior segurança ao profissional na execução do procedimento. Para a implantação do uso dos dispositivos intravenosos de Vialon em unidades que prestem assistência similar ao Hospital-Dia “Herbert de Souza”, sugerimos que seja avaliado não somente o custo do material, mas os benefícios que este proporciona na terapia endovenosa prolongada. A equipe deve ser devidamente treinada para realizar o manuseio deste tipo de dispositivo. Também é imprescindível o consentimento do paciente em utilizar o mesmo, assim como, deve ser criteriosa a avaliação da capacidade de compreensão e a orientação ao autocuidado do mesmo. E-mail para contato: [email protected] 9 Benefícios do Vialon® superam PTFE Por: Luciana Bianchini – Enfermeira e consultora educacional do CTAV s complicações infecciosas reNo interior do vaso, em contato com lacionadas a cateteres de polio sangue e temperatura corpórea, o catetrafluoretileno (PTFE) e teter de Vialon torna-se até 75% mais Vialon são menos freqüentes flexível, diminuindo assim a irritação do que as que ocorrem com cateteres da parede interna da veia e as chances de polivinil ou polietileno. Já quando de flebites e infiltrações. Os cateteres se compara o biomaterial Vialon com o feitos com este biomaterial tem reduzi(PTFE), vários estudos demonstram que da resistência a dobras. Tal caracteríso primeiro reduz consideravelmente o tica foi clinicamente testada e permite risco de infiltração, proporciona uma a punção em articulações, sem perda do punção menos traumática ao paciente acesso após a movimentação da região e, em conseqüência disso, é possível puncionada. abater os custos associados ao procediA relação custo-benefício proporciomento. Em pacientes neonatais em que nada pelo uso de cateteres de Vialon é a principal complifavorável devido a cação da terapia redução da necessiintravenosa é o exO cateter de Vialon torna-se dade de reinserção travasamento de do cateter, redução até 75% mais flexível, fluidos, a indicação do tempo de interde dispositivos de nação, redução dos diminuindo a irritação da Vialon vem proporreferentes a parede interna da veia e as custos cionando notável possíveis infecções, índice de sucesso. bacteremias e até chances de flebites e Os cateteres de sepses derivadas dos infiltrações Vialon proporciocasos de flebite. nam terapia de meEm instituições lhor qualidade, com o aumento do temque se preocupam com a excelência da po de permanência na veia, menor maqualidade no uso de materiais, observanipulação e menor índice de perdas das se atualmente uma forte tendência em punções venosas. substituir-se o (PTFE) pelo Vialon, di- A Por se tratar de um biomaterial, termosensível e hemocompatível, sua penetração na pele é significativamente mais fácil, o que promove uma diminuição no número de insucessos nas punções. ante das inúmeras vantagens desse material já comentadas. O que se busca é a melhor qualidade na assistência ao paciente, otimizando o tempo de trabalho dos profissionais e diminuindo os custos com materiais. Enf. Luciana Bianchini Referências bibliográficas: • Centers for Disease Control and Prevention: Guideline for prevention of intravascular catheter - related infeccions - MMWR 2002. • Gaukroger PB, Robert JG, Manners TA. Infusion Trombophlebitis: a prospective comparison 645 Vialon and Teflon cannulae in anaesthesic and prospective use. Anaest intens Care 1988; 16: 265 - 271). • Stanley MD, Meister E, Fuschuber K. Infiltration during Intravenous Therapy in Neonats: Comparison of Vialon and Teflon catheters. South Med J 1992; 85(9): 883-886). • APECIH - Infecção associada ao uso de cateteres vasculares - 3ª ed. 2005. E-mail para contato: [email protected] Quadro comparativo das flexibilidades do cateter de PTFE versus cateter de Vialon Cateter de PTFE 10 Cateter de Vialon Cateter de Vialon – Cateter de PTFE Ano VI • nº 16 Infecção Associada ao uso de Cateteres Vasculares Colaboração da Dra. Christiane Nicoletti, médica do SCIH do Instituto de Infectologia “Dr. Emílio Ribas”. s infecções associadas aos cateteres vasculares são um importante problema na assistência a saúde em todo o mundo. Todos os anos milhares de novas informações surgem a esse respeito e certamente não conseguimos tomar conhecimento de todas. Com o intuito de revisar e, sobretudo fazer uma análise crítica das informações existentes, com base na realidade local, a APECIH (Associação Paulista de Estudos e Controle de Infecção Hospitalar) lançou em dezembro de 2005 a monografia: Infecção Associada ao Uso de Cateteres Vasculares – 3ª edição revisada e ampliada. A monografia faz uma ampla revisão dos aspectos mais relevantes relacionados às infecções associadas ao uso de cateteres, com capítulos escritos por renomados profissionais de controle de infecção de São Paulo. O capítulo de terminologia e definições traz um panorama atual dos critérios utilizados nos estudos, assim como para a notificação deste tipo de infecção hospitalar. No capítulo sobre epidemiologia, foi colocada a importância dos indicadores de processo na A avaliação da qualidade do cuidado dispensado ao cateter vascular. O papel do biofilme foi descrito com clareza e objetividade na fisiopatogenia das infecções relacionadas ao uso de cateteres vasculares. As novidades sobre o diagnóstico das infecções da corrente sangüínea relacionadas ao uso de cateteres foram colocadas com ótima didática e abordagem científica. A objetividade, clareza e praticidade das informações a respeito das infecções relacionadas ao cateter vascular, fazem deste capítulo uma ótima ferramenta para auxiliar na conduta à beira do leito. Os aspectos mais recentes e importantes relacionados à prevenção associados a uma visão crítica das autoras foram apontados no capítulo correspondente. Com uma preocupação com as situações de maior risco, a monografia de 2005 traz capítulos com considerações especiais sobre cateteres vasculares em hemodiálise, pediatria/neonatologia, de longa permanência e no paciente crítico. A monografia traz também uma avaliação tanto crítica quanto primorosa das novas tecnologias no sistema de infusão que com certeza auxiliará os profissio3ª edição nais nas suas revisada e decisões a resampliada peito da padronização ou testes de novos dispositivos vasculares na assistência ao paciente. Os profissionais interessados em uma revisão extremamente atual, elaborada por profissionais destacados e de ótima aplicabilidade local, encontrarão na monografia Infecção Associada ao Uso de Cateteres Vasculares – 3ª edição revisada e ampliada, uma ótima fonte de informação. Para adquirir esta e as demais monografias da APECIH consulte o site www.apecih.org.br ou envie e-mail para [email protected] Infecções da corrente sangüínea associadas a cateteres foi destaque no encontro da SHEA M édicos, enfermeiros e cientistas da área de saúde de todo o mundo estiveram presentes no 16º Encontro Anual Científico da Society for Healtcare Epidemiology of America (SHEA) ocorrido no final de março em Chicago. O programa científico do evento teve forte direcionamento na discussão da questão das infecções relacionadas e associadas aos procedimentos intravenosos. O Brasil esteve presente no encontro com trabalho apresentado por uma equipe de médicos e enfermeiros do Hospital Santa Marcelina, de São Paulo, que investigaram o efeito da passagem de um sistema de infusão aberto para um sistema fechado nas taxas de infecção associadas ao uso de cateteres centrais em três unidades de terapia intensiva. (1) Ano VI • nº 16 Uma equipe da Universidade Wake Forest e do Hospital Batista da Carolina do Norte investigou o papel dos dispositivos de infusão válvulados sem agulha na prevenção das infecções relacionadas a cateteres. O trabalho teve grande repercussão na SHEA, por ter apresentado a alta freqüência deste tipo de infecção da corrente sangüínea durante a década de 90, devido às desinfecções e utilizações inadequadas de dispositivos sem agulha. (2) Outro trabalho relatou o caso de infecção tardia da corrente sanguínea por Pseudonomas fluorescens, em paciente submetido a heparinização com produto contaminado, ocorrida 237 dias após o flush. O fato ocorreu em 2005 no estado de Michigan e os pesquisadores procuraram determinar a fonte da infecção além de possíveis associações com casos anteriores. (3). Veja mais sobre o 16º Encontro Anual Científico da SHEA no site da entidade: www.shea-online.org Autores e trabalhos citados: 1 - Reinaldo Salomão1, Sergio Blecher1, Victor D. Rosenthal, MD,CIC, MSc2, Maria A. Maretti da Silva1, Margarete Vilins1, Eni H. da Silva1 - Prospective Study of the Impact of Switching From an Open IV Infusion System to a Closed System on Rates of Central Venous Catheter-Associated Bloodstream infection in a Brazilian Hospital. 1 2 Hospital Santa Marcelina, São Paulo, Brazil Faculdade de Medicina de Buenos Aires, Argentina 2 - Tobi B. Karchmer, MD, MS1; Crystal Wood, RN2; Christopher A. Ohl, MD1; Brain Tucker1, Haiyng Chen, PhD1; Robert Sherertz, MD1 - Contamination of Mechanical Value Needleless Devices may Contribute to Catheterrelated Bloodstream Infections. 1 2 Wake Forest University School of Medicine, Winston Salem, NC, USA. North Caroline Baptist Hospital, Winston Salem, NC, USA. 3 - Mark D. Gershman, MD1; Curi Kim, MD, MPH2; Eden Wells, MD, MPH2; Melinda Wilkins, DVM, MPH2, James Rudrik, PhD2; Joshua Clayton, BS3; Jean McHale, RN4; Matthew Arduino, PhD5;Judith Noble-Wang, PhD5; Bette Jensen, MMSc5; Arjun Srinivasan; MD5 - Delayed Onset Pseudomonas fluorescens Group Bloodstream Infections After Exposure to Contaminated Heparin Flush. 1 CDC, Lansing, MI, USA; 2Michigan Department of Community Health, Lansing, MI, USA; 3South Dakota Department of Health, Pierre, SD, USA; 4North Central Hematology and Oncology, Sioux Falls, SD, USA; 5 CDC, Atlanta, GA, USA. 11 Intravenous recomenda Infusion Nursing Standards of Practice 2006 Esta nova edição reúne um extenso índice de padronizações e orientações para procedimentos de infusão. A obra foi desenvolvida a partir de pesquisas clínicas recentes, cujos fundamentos e protocolos servem como ferramentas em técnicas de acesso vascular, tanto na prevenção de complicações como para melhores resultados terapêuticos. Eventos em Terapia Intravenosa Abril 2006 IV SIMPÓSIO NACIONAL DE PREVENÇÃO NO TRATAMENTO DE FERIDAS De 24 a 27, no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo (SP). Contato: (11) 3259-0324 [email protected] A edição de 2006 vem com linguagem atualizada, maior número de ilustrações e novas recomendações resultantes das mudanças na terminologia, tecnologia e práticas. As informações podem ser utilizadas em associação com as normas e protocolos já adotados na instituição hospitalar. Para adquirir e obter maiores informações sobre este trabalho além de outras obras científicas da INS, acesse o site da entidade e cadastre-se: www.ins1.org ou escreva para a Infusion Nurses Society: 220 Norwood Park South, Norwood, MA 02062, USA. 4º CONGRESSO BRASILEIRO NURSING Dias 27 e 28, no Auditório da Universidade Anhembi Morumbi, em São Paulo (SP). Contato (11) 4195-8591 [email protected] www.nursing.com.br XII CONGRESSO BRASILEIRO DE MEDICINA INTENSIVA ADULTO/PEDIÁTRICO/NEONATAL Procedimentos e Protocolos Elizabeth Archer Mais de 300 protocolos e procedimentos de enfermagem são descritos em detalhes de forma prática e abrangente. Contém centenas de listas de verificações, tabelas e algoritmos, com destaques e alertas para situações críticas e de riscos. Uma obra de Enfermagem baseada em evidências. Editora Guanabara Koogan – Série Práxis - 740 páginas www.editoralab.com De 28 de abril a 2 de maio, no Centro de Convenções de Pernambuco de Olinda (PE). Contato: (81) 3423-1300 [email protected] www.cbmi2006.com.br Confira X CONGRESSO BRASILEIRO DE CONTROLE DE INFECÇÃO E EPIDEMIOLOGIA HOSPITALAR Manual de Neonatologia John P. Cloherty, Eric C. Eichewald e Ann R. Stark Esta obra oferece abordagens práticas e completas para diagnóstico e conduta nos problemas neonatais. Capítulos especiais abordam avaliação fetal, diagnóstico pré-natal, tratamento da dor em UTIN, cuidados em neonatos com peso extremamente baixo e rotinas de reanimação neonatal. Editora Guanabara Koogan – 715 páginas – 5ª edição www.editoraguanabara.com.br [email protected] De 11 a 15 de setembro, em Porto Alegre (RS) No curso pré-congresso, no dia 11, serão apresentados e debatidos os diversos aspectos da legislação relacionada ao Controle de Infecções. Entre os temas preliminares, haverá abordagem das estratégias de Controle de Infecção na preservação do meio ambiente. Outros destaques do evento: controle de resistência bacteriana, prevenção de riscos ocupacionais e qualidade integrada ao CI. Profissionalização da Enfermagem Brasileira Almerinda Moreira e Taka Oguisso Estudo de natureza histórica com a finalidade de resgatar as origens da profissionalização da Enfermagem no Brasil a partir de 1890. Os autores utilizaram metodologia baseada em análise de documentos e em pesquisas, tendo como referência a Escola Profissional de Enfermeiros e Enfermeiras (EPEE), hoje Escola de Enfermagem Alfredo Pinto (EEAP) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UNIRIO). Editora Guanabara Koogan – 152 páginas www.editoraguanabara.com.br [email protected] é uma publicação da BD. Diretor da Publicação: Maurício Grimoni. Coordenadores: Katia Teixeira, Fernando Buffulin e Eric Massaharu Nishimura. Coordenadoras Científicas: Carin Nomi e Luciana Bianchini. Jornalista Responsável: Milton Nespatti (MTb-SP 12.460). Revisão: Sérgio Cides. Projeto Gráfico e Diagramação: Alvo Propaganda & Marketing. Os artigos podem ser publicados desde que citada a fonte. As opiniões e conceitos publicados são de inteira reponsabilidade dos autores e entrevistados. Inscrições pelo telefone (51) 3061-2957 ou via e-mail: [email protected] Mais informações no site: www.abev.com.br/controledeinfeccao UMA INICIATIVA DA FUNDAÇÃO ABRINQ PELOS DIREITOS DA CRIANÇA Ajudando as pessoas a viverem vidas saudáveis