Infusão subcutânea é boa opção em cuidados paliativos

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Publicação Especializada em Terapia Intravenosa
ano VI • nº 16 • janeiro – maio de 2006
A atenção ao “simples”
Caros leitores do Intravenous,
esta será uma edição bastante
focada num importante e atual
problema da assistência hospitalar em todo o mundo: as infecções hospitalares. No caso, trataremos especialmente das infecções relacionadas a acessos venosos. Considerando que este
tema será amplamente abordado
em seus aspectos técnicos, médicos e científicos pelos autores dos artigos nas páginas seguintes, gostaria de comentar a questão sob o não menos crítico aspecto do financiamento.
Em países desenvolvidos, as infecções hospitalares, e os significativos custos adicionais que geram, são tratados com absoluta prioridade. Nos países em desenvolvimento, como o Brasil, a situação se agrava devido às restrições orçamentárias do
sistema público e aos constantes problemas de financiamento da saúde suplementar. Esse, seguramente já é um grave problema em nosso país – sem que as fontes
pagadoras públicas e privadas necessariamente se dêem conta da sua real dimensão
– e que contribui significativamente para a queda no padrão de qualidade da assistência de saúde prestada à população brasileira, na medida em que os tais custos
adicionais, decorrentes das infecções hospitalares, acabam por consumir expressivos
recursos que poderiam ser melhor destinados a outras prioridades.
Assim, as infecções hospitalares e suas decorrências – incluindo aí, antibioticoterapia, resistência bacteriana, aumento do período de internação hospitalar e até conseqüências mais graves que podem levar pacientes a óbito – seguem onerando toda
a cadeia de financiamento. E o mais interessante é notar que, tanto no caso das
infecções hospitalares em geral, como nas especificamente relacionadas à Terapia
Intravenosa, a atenção às medidas muito simples podem atuar de maneira poderosa
na redução dos índices de infecção.
Recentemente, assisti nos EUA a uma palestra sobre infecções hospitalares, em
que um importante médico especialista na área descrevia sua preocupação, pasmem, com a lavagem das mãos pelos profissionais de saúde, lá!
Por aqui, muitas vezes, no que seria a escolha de um “simples” dispositivo para
acesso vascular periférico, a pressão por redução de custos imposta por administradores influenciados pela cultura originada no setor público pela Lei de Licitações
(8666/93) – mas disseminada por todo o segmento hospitalar – que diz textualmente que se deve comprar “pelo menor preço”, provavelmente esteja contribuindo e
muito para que o problema assuma proporções maiores, impactando a qualidade da
assistência prestada e agravando o que julga combater: os altos custos da assistência médica.
Nesta edição
Formação de biofilmes
Por enf. Silma Pinheiro (PUC-MG)
Páginas 2 e 3
Análise do guideline do CDC para
prevenção de infecção relacionada
a cateter vascular
Por enf. Carin Nomi (CTAV)
Página 4
Infusão subcutânea é boa opção
em cuidados paliativos
Por enfs. Susi Pereira e Vivian Ribeiro (Hospital
Beneficência Portuguesa - SP)
Página 5
Diferenciações entre infecções
associadas e relacionadas ao uso
de cateteres vasculares
Por dra. Silvia Costa e enf. Renata Lobo (HC-FMUSP)
Páginas 6 e 7
PICC X dissecção venosa em
neonatologia
Por dr. Lúcio Flávio Andrade de Alencar (Recife-PE)
Página 8
Experiência do Hospital-Dia Herbert
de Sousa com cateter periférico de
Vialon em pacientes com HIV/AIDS
Por enf. Lucilene Araujo de Freitas (IPEC/FIOCRUZ)
Página 9
Avaliação dos benefícios de
cateteres de Vialon® X PTFE
Por enf. Luciana Bianchini (CTAV)
Página 10
Veja também...
• RDC 45 Anvisa - o que mudará na
terapia IV
Por enf. Silmara Malaguti (CTAV)
Página 3
Fica aqui um tema para reflexão. Boa leitura!
• IPCS em pauta na SHEA
Maurício Grimoni,
Gerente de Negócios Infusion Therapy – BD SLA.
• Livros, monografias e eventos
Página 11
Páginas 11 e 12
Formação de biofilmes: um
breve ensaio
Por: Silma Pinheiro – Enfermeira, mestre em Ciências de Doenças Infecciosas e Parasitárias, doutoranda em
Enfermagem na Saúde do Adulto, coordenadora do Curso de Enfermagem da Faculdade Pitágoras de Belo Horizonte
e professora Assistente da PUC - Minas Gerais - MG
Enf. Silma Pinheiro
A
2
produção de conhecimento em
relação à formação de biofilme
tem sido crescente, e um dos importantes desencadeadores dessa
produção é o uso, também crescente, de
procedimentos invasivos e próteses como
estratégia terapêutica dos pacientes.
Normalmente, os microrganismos
aderem a superfícies não inertes e inertes, incluindo os artigos médicos-hospitalares, formando biofilmes. O processo de adesão envolve três etapas fixação, adesão propriamente dita e
agregação - provocando uma ligação irreversível, uma vez que são produzidos
polímeros extracelulares que facilitam
essa adesão e a produção de uma matriz na superfície aderida.
Os microrganismos associados a
biofilmes se comportam de forma diferente no que se refere à taxa de crescimento e à capacidade de resistir aos
tratamentos antimicrobianos, quando
comparados com os microrganismos
que se apresentam na forma livre. Portanto, os microrganismos associados a
biofilmes são considerados um importante problema de saúde pública, pois
podem funcionar como uma barreira à
ação dos antimicrobianos. Além disso,
podem ser fonte de infecção persistente, assim como abrigar microrganismos
patogênicos e permitir a mudança do
padrão de resistência dos microrganismos aos antimicrobianos.
Os biofilmes microbianos se desenvol- serido num paciente é contaminado pevem na superfície de diferentes artigos los microrganismos, ocorre a formação
médicos-hospitalares, tais como, lentes do biofilme, cujo desenvolvimento pode
de contato, cateteres vasculares, agulhas, ser determinado por diferentes fatores.
conexões, tubos endotraqueais, catete- A taxa de adesão de células depende da
res vesicais, cateteres de diálise perito- quantidade, tipo e composição das céneal e em diferentes próteses. Na super- lulas presentes no líquido no qual o artifície de artigos, os biofilmes podem ser go está exposto; do volume de fluxo de
constituídos por bactérias gram positi- líquido através do artigo e das caractevas ou gram negativas ou fungos. Essa rísticas físico-químicas da superfície. A
composição pode ser por uma ou mais taxa de crescimento do biofilme é influespécies microbianas, dependendo da su- enciada também pelo volume de fluxo
perfície onde o biofilme está sendo for- de líquido, dos nutrientes existentes no
mado e do tempo de permanência do líquido, da concentração da droga antiartigo médico-hospitalar no paciente. As microbiana e da temperatura ambiente.
bactérias isoladas com maior freqüência
Estudos sobre a formação de biofilnos biofilmes são: Enterococcus faecalis, me em cateter venoso central apontam
Staphylococcus aureus, Staphylococcus
que os microrganismos isolados coinepidermidis, Streptococcus viridans, cidem com os demais artigos médicoEscherichia coli, Klebsiella pneumoniae, hospitalares. São eles: Staphylococcus
Proteus mirabilis e Pseudomonas aerugi- epidermidis, S. aureus, Candida albinosa. As principais fontes desses micror- cans, P. aeruginosa, K. pneumoniae e
ganismos podem ser a pele dos pacien- Enterococcus faecalis. Esses organistes ou dos profissionais de saúde, a água mos, também, são originados da pele
corrente ou outras fontes ambientais.
do paciente ou profissional de saúde ou
De modo geral, os biofilmes se distin- soluções intravenosas contaminadas.
guem em relação à
Eles acessam o capresença de políteter por meio da
meros extracelulamigração pela sures, principalmenperfície externa
te, os polissacarído cateter ou indeos, que se orgaternamente atranizam ao redor e
vés das conexões.
revestindo as céluA colonização do
las. Esses polissacacateter pode ocorrídeos podem ser
rer rapidamente,
visualizados por
isto é, dentro das
meio de microscoprimeiras 24 horas
pia eletrônica e se
após a inserção do
apresentam tanto
mesmo e a producomo fibras finas
ção do biofilme
que conectam as
pelo hospedeiro
células às superfícipode estar condies ou como placas
cionada à presende material amorfo
Formação de biofilme de cateter venoso
ça de plaquetas,
sobre a superfície.
central (Foto - CDC)
plasma e proteíA matriz do biofilnas teciduais. Oume age como um
tro fator que infiltro, que retém minerais ou outros com- fluencia na extensão e localização do
ponentes séricos produzidos pelo hospebiofilme é a duração da cateterização.
deiro. Essa ação o torna firmemente ade- Os cateteres de curta duração (< 10
rido à superfície e altamente resistente dias) apresentam maior formação de biofilme na superfície externa, enquanto
ao tratamento antimicrobiano.
Quando um procedimento invasivo in- que nos cateteres de duração prolonAno VI • nº 16
gada (30 dias), o biofilme forma-se com maior freqüência na superfície interna. Em geral, as soluções intravenosas administradas pelo cateter facilitam o crescimento de bactérias gram negativas tais como P. aeruginosa,
Klebsiella spp, Enterobacter spp e Serratia spp.
Entre as estratégias para controlar a formação de
biofilmes estão o uso de rigorosa técnica asséptica durante a inserção e manuseio dos cateteres e sistemas de
infusão, redução do tempo de permanência dos cateteres e retirada do cateter contaminado. Além disso, têm
sido produzidos cateteres impregnados com antibiótico,
antisséptico ou heparina e introdução de dispositivos do
tipo filtro de equipo ou conexões contendo “cuffs” que
servem de barreira ao acesso de microrganismos.
As implicações mais importantes da formação de
biofilmes na terapia intravenosa são a alta incidência de
infecção local e sistêmica, a restrição do tratamento antimicrobiano, o aumento dos custos assistenciais e o aumento da taxa de mortalidade. Logo, medidas gerais
como higiene das mãos antes do contato com cateteres e
conexões de equipos de infusão, bem como, a seleção
cuidadosa de cateteres cuja composição química seja de
material menos trombogênico são de suma importância
para a formação e o crescimento de biofilmes.
RDC 45
O que mudará na terapia IV com
a nova resolução da ANVISA?
Por: Silmara Malaguti
Enfermeira e consultora educacional do CTAV
E
m março de 2003, a Agência Nacional de Vigilância
Sanitária – ANVISA com a
RDC- 45, aprovou o regulamento técnico de boas práticas de utilização das soluções parenterais em
serviços de saúde, que se aplica à todos os estabelecimentos de saúde.
O regulamento tem como finalidade fixar os requisitos mínimos exigidos para a utilização de soluções parenterais em todas as etapas de utilização e manipulação, envolvendo desde a requisição, recebimento, preparo, armazenamento e administração
das soluções, até a investigação de
eventos adversos que podem ocorrer.
Enf. Silmara Malaguti
Para tanto, a RDC descreve as responsabilidades dos profissionais de enfermagem e farmácia em todas as etapas de utilização das soluções parenterais.
A novidade desta regulamentação é que a partir de 2008, quando o prazo
de transição terminará, todas as soluções parenterais de grande volume, ou
seja, soluções acondionadas em recipientes de dose única acima de 100 mL,
deverão ser administradas por um sistema fechado de infusão.
Microfotografia de Staphylococcus em biofilme no interior de
um conector sem agulha (Foto - Janice Carrr, CDC Atlanta)
Obviamente, essa é uma discussão sumária de um
tema amplo e que tem sido estudado profundamente.
Logo, a consulta a artigos que abordem detalhadamente
esse tema é fundamental para todos os profissionais
de saúde que atuam direta ou indiretamente na assistência a pacientes sob terapia intravenosa.
Referências bibliográficas:
• Donlan RM. Biofilms and device-associated infections. Emerg Infect Dis. 2001
Mar-Apr; 7(2):277-81.
• Elliott TSJ, Moss HA, Tebbs SE, Wilson IC, Bonser RS, Graham TR, et al. Novel
approach to investigate a source of microbial contamination of central venous
catheters. Eur J Clin Microbiol Infect Dis 1997;16: 210-3.
• Murga R, Miller JM, Donlan RM. Biofilm formation by gram-negative bacteria
on central venous catheter connectors: effect of conditioning films in a laboratory
model.J Clin Microbiol. 2001 Jun; 39 (6): 2294-7.
• Raad I. Intravascular-catheter-related infections. Lancet 1998; 351: 893-8.
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Ano VI • nº 16
Considera-se sistema fechado por não permitir o contato da solução com o
meio ambiente, evitando a manipulação excessiva e diminuindo os riscos de
contaminação e de infecções relacionadas à corrente sangüínea.
O uso do termo “sistema fechado” ainda gera muitas dúvidas aos profissionais, pois acreditam que o sistema envolve somente o uso de bolsas para
infusão que permitem o preparo e a infusão da solução sem a necessidade de
perfurá-la, como nos frascos rígidos atuais, o que não é válido.
Para que se tenha eficácia na prevenção de infecção, as conexões entre o
lúmen do cateter e a linha de infusão (equipo) também devem ser protegidas, por meio de dispositivos específicos, como o sistema Interlink, que impede manipulação excessiva pelas mãos dos profissionais e protege o hub
do cateter.
A RDC - 45 do Brasil auxilia as instituições a se adequarem às recomendações para prevenção de infecções relacionadas a cateter descritas pelos CDC,
em 2002, principalmente quando se trata ao tempo de troca de cateteres e de
equipos que foram estabelecidos somente para situações em que o sistema
fechado é usado, como nos EUA.
Além do risco de infecção, o sistema fechado de infusão reduz a incidência
de acidentes ocupacionais com agulhas, pois trabalha com agulhas plásticas
que impedem uma perfuração, evitando assim a transmissão de patógenos
causadores de doenças infecciosas, como o HIV ,VHB e VHC.
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3
Prevenção de infecção relacionada a cateter vascular:
uma breve análise do guideline do CDC
Por: Carin Nomi – Enfermeira e Consultora Educacional do CTAV
tualmente, as orientações sobre
prevenção de infecção relacionada a cateter vascular estão sendo amplamente discutidas, segundo o guia do CDC, podemos dividir
as orientações em tópicos, a fim de entendermos melhor tais recomendações:
Em casos de inserção de cateteres centrais, é necessária a utilização da barreira máxima que inclui o uso de luvas,
avental, campo cirúrgico amplo e estéril e touca, a adoção destas medidas reduz significativamente o risco de ICS.
Educação permanente
Estudos demonstram que a manipulação freqüente da conexão do cateter
vascular é um dos fatores desencadeantes
da ICS e que a manipulação por equipes
especializadas e a desinfecção com álcool a 70% ou outro antisséptico resulta em menores taxas de infecção, além
da redução de complicações e custos associados. No Brasil, a clorhexidina
aquosa a 0,5% tem mostrado ótimos resultados quando comparada ao álcool
a 70% e ao PVPI na redução de ICS.
A
O risco de infecção associada à terapia intravascular diminui após a padronização de soluções antissépticas, treinamento teórico prático de equipes multidisciplinares e manutenção do número adequado de funcionários de enfermagem para reduzir a incidência de infecção, complicações e custos associados.
Portanto, a inserção e a manutenção de
cateteres vasculares realizadas por equipe inexperiente pode aumentar o risco
de colonização por cateter.
Para isso cada hospital deve conhecer
sua taxa de infecção de corrente sangüínea (ICS) e desenvolver guias ou protocolos de prevenção de infecção. Porém,
não basta desenvolver essas ações, se não
houver conscientização e adesão a essas
atividades como rotina nos diferentes
serviços de saúde.
Local de inserção do cateter
A flebite vem sendo reconhecida como
risco de infecção, associada à densidade
da flora da pele, daí a preocupação e a
vigilância do local de inserção. É importante, ainda, que para a escolha do local
de inserção sejam consideradas a habilidade do profissional que irá inserir o
cateter, o conforto, segurança, garantia
de assepsia, fatores de risco do paciente
e complicações mecânicas.
Escolha do tipo de cateter
4
A escolha do tipo de cateter deverá
basear-se no tipo de material e no número de lúmens que compõem os cateteres. Embora ainda não existam estudos que comprovem a associação entre
o número de lúmens do cateter com o
aumento da taxa de infecção relacionada a cateter, vale ressaltar que cada
lúmen aumenta a manipulação em 15 a
20 vezes por dia. Portanto, a escolha
do tipo de cateter com um ou mais
Cuidados com o cateter
Enf. Carin Nomi
lúmens deve ser feita com cautela, avaliando-se a necessidade e a gravidade
do paciente.
Com relação ao tipo de material, os
cateteres de politetrafluoretileno (PTFE)
ou poliuretano foram associados a complicações infecciosas menores do que os
cateteres feitos de cloreto de polivinil
ou polietileno. Embora as agulhas de
aço tenham apresentado a mesma taxa
de complicações infecciosas que os cateteres de (PTFE), é preciso avaliar as
complicações geradas pelo uso destas,
em casos de infiltração de fluidos endovenosos em tecidos subcutâneos, principalmente drogas vesicantes.
Técnica asséptica durante a
inserção do cateter
A higienização das mãos é importante
na prevenção das ICS e observa-se nos
dias atuais baixa aderência a esta prática, podendo ser realizada com sabão líquido com antisséptico ou álcool gel.
Deve ser realizada antes e após contato
com o paciente.
A colonização do lúmen do cateter e
de suas conexões pelos microrganismos
presentes na pele é uma das principais
causas de ICS, portanto, fazem-se necessárias a rigorosa limpeza e antissepsia da
pele antes da inserção do cateter.
Indicação de troca do cateter
A troca programada de cateteres intravasculares visa a prevenção de flebite
e infecções relacionadas a cateteres. O
CDC recomenda a troca de cateteres
periféricos a intervalos de 72 a 96 horas, a fim de reduzir o risco de infecção
e a possibilidade de formação de flebite.
Referências bibliográficas:
• APECIH - Infecção associada ao uso de cateteres vasculares. 3ª ed. 2005.
• Centers for Disease Control and Prevention: Guideline
for prevention of intravascular catheter-related infections.
MMWR 2002, 51.
• Kawagoe, J. K. Prevenção de infecção da corrente
sanguinea relacionada a CVC. III Simpósio Internacional
de Enfermagem. 2005.
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Ano VI • nº 16
Infusão subcutânea é boa opção em cuidados
paliativos
Por: Susi Cristine Pereira e Vivian Finotti Ribeiro
Enfermeiras da Unidade de Internação do Hospital Beneficência Portuguesa
ipodermóclise consiste na infusão de fluidos no tecido subcutâneo em procedimentos de hidratação, analgesia e administração de outras medicações. Quando surgiu no início do século XX, a infusão
subcutânea foi utilizada inicialmente em
pacientes pediátricos para administrar
medicamentos de forma não criteriosa.
Isso levou várias crianças ao óbito e, conseqüentemente, a técnica caiu em desuso na década de 50.
H
Atualmente, a infusão subcutânea voltou a ser aplicada nos cuidados paliativos
em pacientes com prognóstico fechado
que necessitam de hidratação com lenta
absorção e apresentam difícil acesso endovenoso. No Brasil e principalmente nos
países desenvolvidos, a hipodermóclise
está sendo utilizada em pacientes agitados,
com dificuldade de deglutição ou ingestão oral insuficiente, em serviços de assistência domiciliar e na administração de determinadas substâncias em que a rapidez
de absorção não seja uma exigência.
Ainda não existe um consenso fechado sobre quais medicações podem ou
não ser infundidas através da hipodermóclise. Sabe-se de forma consistente
que soluções fisiológicas e glicosadas
além de opióides, neurolépticos, benzodiazepínicos, antieméticos e dexametazona podem ser administradas por esta
via de infusão. Atualmente, em todo
mundo, estão em andamento vários estudos para se conhecer a eficácia e adequação das drogas por esta técnica.
Benefícios e técnica
Conforto ao paciente, baixo risco de
infecção e possibilidade da técnica ser
utilizada em homecare estão entre os
principais benefícios oferecidos pela hipodermóclise. Para o profissional de saúde, apresenta-se como uma técnica muito simples e que envolve menor risco de
complicação. Além disso, o contato direto com fluido é muito pequeno, o que
reduz significativamente o risco biológico por exposição.
No Brasil ainda não existem dispositivos específicos de punção para infusão subcutânea. Contudo, pode-se utilizar scalps de 19G ou 21G, ou em casos
de pacientes magros utiliza-se scalps de
23G ou 25G. O ângulo de inserção é de
Ano VI • nº 16
Enfermeiras Susi Cristine Pereira e Vivian
Finotti Ribeiro
45º a 60º da pele após assepsia do local
com álcool 70%. Após a punção, devese rodar a agulha para que o bisel fique
voltado para baixo. A agulha deve ficar
livre para rodar 180º na pele.
Após a punção, fixa-se o scalp com
filme plástico, ou pode-se ocluir o local
de inserção com gaze e fita microporosa.
No caso da segunda opção, o curativo
deve ser trocado diariamente, sempre
observando se há presença de sinais flogísticos em inserção de scalp. O filme
plástico deve ser trocado a cada sete dias,
ou antes deste prazo, se estiver danificado. A assepsia diária da inserção deve
ser feita com álcool a 70%.
Os sítios de punção mais utilizados
são: região abdominal, tríceps, regiões
internas e externas das coxas, região infraclavicular e interescapular, sendo esta
última adequada em pacientes agitados.
No paciente geriátrico em que a flacidez
da hipoderme geralmente é maior, devese tracionar a pele e introduzir o scalp
com o bisel para baixo.
Durante 24 horas, o volume máximo
de infusão é de 3.000 mL, ou seja, 1.500
mL por sítio de infusão, simultaneamente. Neste caso, a troca do local de
inserção e dos dispositivos de infusão
deverá ser feita a cada 24 horas. Em infusões abaixo desse valor a troca do local de inserção e dos dispositivos poderá ser feita a cada 72 horas.
Complicações e contra-indicações
Os fatores de risco relacionados a infecções são mínimos na hipodermóclise,
se observados os cuidados preconizados.
Geralmente as complicações estão relacionadas à escolha do fluido, da velocidade e do volume de infusão. Os seromas
que são característicos na infusão subcutânea e o eritema no local de punção são
as complicações mais comuns. Para preveni-las, basta seguir a técnica correta com
antissepsia adequada do sítio, lavagem de
mãos efetiva e uso de material descartável. Havendo formação de seroma, basta
aplicar compressas de água morna a cerca de 20º C no local para propiciar a absorção do fluido.
A infusão subcutânea é contra-indicada em pacientes com caquexia extrema
e que apresentam distúrbios de coagulação (hematomas). Também não é indicada em emergências, em situações de instabilidade hemodinâmica e em casos de
infecções do tecido subcutâneo próximo
ao sítio de punção. Além disso, a hipodermóclise não pode ser utilizada em
pacientes com doença vascular oclusiva
e perfusão precária, já que a circulação
periférica reduzida retarda a absorção.
Recomendamos ainda alguns cuidados
específicos a serem observados. O local
de inserção deve ser monitorado regularmente, mantendo um curativo oclusivo. O sítio de inserção deve ser mudado em casos de: queixa de dor no local,
após infusão de 1.500 mL de solução,
sinais de hiperemia com inflamação, obstrução e presença de sangue na agulha.
Os sinais de sobrecarga fluida precisam
ser monitorados e é muito importante
documentar os procedimentos adotados.
Nunca utilizar bomba de infusão.
A técnica de hidratação subcutânea é
um procedimento efetivo, seguro, simples e de baixo custo quando comparada à infusão endovenosa, porém ainda é
pouco conhecida e utilizada pelas equipes médica e de enfermagem.
Nossas experiências com a via de infusão subcutânea em tratamento paliativo nas instituições em que trabalhamos, demonstraram até aqui que a técnica atua como excelente suporte na redução do sofrimento do paciente terminal, proporcionando-lhe um final de
vida com maior conforto possível.
E-mails para contato:
[email protected]
[email protected]
Veja mais sobre o tema:
www.sbgg.org.br/profissional/acerte/index.htm
www.aafp.org/afp/10020701/letters.htm
www.apmcg.pt/document/71479/876362.pdf
5
Diferenciações entre infecções associadas e relacionadas
ao uso de cateteres vasculares
Por:
Dra. Silvia Figueiredo Costa – Médica assistente da Subcomissão de Controle de Infecção Hospitalar HCFMUSP
Enf. Renata D. Lobo – Enfermeira do Grupo de Controle de Infecção Hospitalar HCFMUSP
Dra. Silvia Figueiredo Costa
Infecção de Corrente Sangüínea (ICS) relacionada a cateter venoso central (CVC) é uma das principais infecções hospitalares sendo responsável por
aumento significativo na mortalidade, morbidade
e tempo de internação dos pacientes nas Unidades
de Terapia Intensiva.
Estabelecer um diagnóstico clínico de infecção
relacionada a cateter é difícil. Para facilitar o diagnóstico o Center for Diseases Control and Prevention (CDC) define infecção de corrente sangüínea em
clínica relacionada a cateter e associada a cateter.
Essas definições são utilizadas no programa de vigilância epidemiológica dos hospitais americanos
e em outros países do mundo, inclusive o Brasil,
para comparar os dados entre os serviços.
ICS CLÍNICA
(Não confirmada por
laboratório, também
denominada sepses clínica)
Deve preencher pelo menos um dos
seguintes critérios:
Critério 1 - Paciente tem pelo menos
um dos seguintes sinais ou sintomas:
; Febre (temperatura axilar > 38° C)
; Hipotensão (pressão sistólica <90 mmHg)
; Oligúria (débito urinário < 20mL/h)
Critério 2 - Paciente com idade < 1 ano
tem pelo menos um dos seguintes sinais
ou sintomas:
; Febre (temperatura axilar > 38° C)
; Hipotermia (temperatura axilar < 37° C)
; Apnéia
; Bradicardia
Nos dois critérios são comuns também
outros sintomas:
; Hemocultura não coletada ou não realizada
; Ausência de infecção em outro sítio
; O médico institui terapêutica apropriada
INFECÇÃO DE CORRENTE SANGÜÍNEA
RELACIONADA A CATETER
É a infecção de corrente sangüínea
(ICS) confirmada por laboratório com
isolamento de patógeno em hemocultura e que não esteja associada a outro foco
infeccioso e um dos seguintes critérios:
cultura semiquantitativa ( ≥ 15UFC por
segmento de cateter) ou quantitativa ( ≥ 102
UFC por segmento de cateter) com o mesmo microrganismo isolado no sangue e no
cateter.
hemoculturas quantitativas coletadas simultaneamente através do cateter e por punção periférica com razão 5:1 na quantidade
de microrganismos, respectivamente.
diferencial de tempo de positividade (DTP):
é a comparação entre o tempo de positividade de hemocultura qualitativa de
amostras colhidas pelo CVC e por punção
venosa periférica, onde a amostra colhida
pelo CVC teve detecção de crescimento
pelo menos duas horas antes que a amostra colhida perifericamente.
Infecção de corrente sangüínea
confirmada por laboratório
Critério 1- Isolamento de patógeno em
hemocultura e que não esteja associado
a outro foco infeccioso.
Critério 2 - Presença de um dos sinais:
6
Enf. Renata Lobo
febre(≥ 37,8° C), hipotensão ou calafrio
e qualquer um dos seguintes itens:
duas hemoculturas colhidas em momentos
diferentes (dentro de 24 horas) e positivas
para contaminante comum de pele (difteróides, Bacillus sp, Propioniobacterium sp,
estafilococos coagulase negativa) e a infecção não esteja associada a outro foco
infeccioso;
hemocultura positiva para germe considerado como contaminante comum da pele,
em pacientes com dispositivo intravascular,
e o médico institui terapia antimicrobiana
adequada.
Critério 3 - Paciente com idade < 1 ano
tem pelo menos um dos seguintes sinais
ou sintomas: febre (temperatura axilar
>38° C), hipotermia (temperatura axilar < 37° C), apnéia, bradicardia. E pelo
menos um dos seguintes:
Patógeno contaminante de pele (p. ex. diphteroides, Bacillus spp, Proprionebacterium
spp, estafilococo coagulase negativa ou micrococos) obtida de duas ou mais hemoculturas coletadas em ocasiões diferentes.
Patógeno contaminante de pele (p. ex. diphteroides, Bacillus spp., Propionebacterium
spp., estafilococo coagulase negativa ou
micrococos) obtido de uma hemocultura
coletada de um paciente com acesso venoso
Ano VI • nº 16
e o médico institui terapêutica apropriada.
Teste de antígeno positivo no sangue (p. ex.
Haemophillus influenza, Streptococcus pneumoniae, Neisseria meningitidis ou estreptococos do grupo B).
Os sinais e sintomas e achados laboratoriais positivos não estão relacionados a infecção em outro sítio.
Recomendações para prevenir ICS
Recomendações
Grau de
evidência
Medidas gerais:
Educação de todos os profissionais de saúde abordando técnicas na passagem,
cuidados na manutenção e inserção do cateter vascular
IA
Vigilância:
Acompanhar as taxas de ICS (infecção de corrente sangüínea) relacionada a
cateteres
Determinar taxas de ICS relacionada a cateteres e utilizar definições padrões
expressas em 1000 cateteres-dia
IA
IB
Na inserção:
INFECÇÃO DE CORRENTE
SANGÜINEA ASSOCIADA
A CATETER
É a infecção de corrente sangüínea confirmada ou não por laboratório acompanhada das duas características abaixo:
Presença do dispositivo vascular que termina no coração ou próximo dele ou em grande vaso. Cateteres umbilicais venosos ou arteriais são considerados cateteres centrais.
O dispositivo vascular deve estar presente
por um período de 48 horas antes do início
da infecção. Se for menor que 48 horas, deve
haver uma forte evidência de que a infecção é associada ao cateter. Por outro lado,
se o início da infecção ocorrer até 48 horas
após a retirada do cateter, a mesma deverá
ser considerada associada ao dispositivo.
O conhecimento das taxas de ICS de
cada serviço é importante para que as
mesmas possam ser comparadas ao longo do tempo no próprio serviço e com
outros hospitais que com a mesma característica e para que metas para sua
prevenção sejam traçadas. Um estudo
realizado no Brasil, numa UTI de 9 leitos conseguiu pela educação continuada focada na inserção adequada, manipulação e curativo do cateter diminuir
em 40% as taxas de ICS. Na tabela ao
lado estão descritas as principais medidas que devem ser seguidas na inserção
e manipulação do cateter para prevenir
infecção de corrente sangüínea.
E-mails para contato:
[email protected]
[email protected]
Ano VI • nº 16
Usar técnica asséptica
Higienizar as mãos antes e quando manipular o cateter
Usar luva limpa ou estéril durante a inserção ou manipulação de cateteres não
centrais
Usar barreira de precaução máxima (máscara, touca, luva estéril, avental longo e
estéril, campo ampliado e estéril) durante a inserção do CVC (cateter venoso central)
Fazer antissepsia da pele (clorexidine é preferível), PVPI 10% ou álcool 70% é aceito
Usar gaze estéril ou curativo semipermeável de poliuretano no curativo
Usar antibiótico sistêmico pela inserção não é recomendado
IA
IC
IA
IA
IA
IA
Manutenção:
Remover os dispositivos intravasculares assim que seu uso não for necessário
Monitorar o sítio de inserção dos cateteres regularmente de preferência diariamente
Trocar o curativo da inserção do cateter pelo menos semanalmente
Uso de pomada de antibiótico tópico não é recomendado
Utilizar anticoagulante sistêmico dicumarínico com baixa dose (1 mg diário) por
paciente com cateter de longa permanência e sem contra-indicação
Trocar o cateter venoso periférico a cada 96 horas
Trocar equipos a cada 48 horas a menos que contenha soluções lipídicas ou
sangue,neste caso deve ser trocado a cada 24 horas
IA
IB
II
IA
IA
IA
IA
Tecnologia:
Considerar o curativo impregnado com clorexidina em adolescentes e adultos que
não tenham cateter com cuff ou cateter arterial e cateter que permaneça por
período ≥ 4 dias
Se, depois de aplicar todas as medidas de prevenção de infecção, a taxa da
instituição permaneça alta para CVC, considerar o uso de CVC coberto com
agente anti-infeccioso, por exemplo, clorexidina/sulfadiazina de prata ou
rifampicina-monociclina
Para pacientes com cateter de longa-permanência e que tenham ICS recorrente,
após aplicar todas as medidas de prevenção de infecção, considerar o uso de lock
de antibiótico (ex. heparina com vancomicina (25 µg/mL) com ou sem
ciprofloxacina (2 µg/mL))
NR
IB
II
Nota: Adaptado Guidelines for Prevention of Intravascular catheter-related infections. CDC MMWR
Morbidity and Mortality Weekly Report.2002; 51:1-32. IA Fortemente recomendado para implementação embasado em estudos bem desenhados, experimentais, clínicos ou epidemiológicos; IB Fortemente recomendado para implementação e embasado em alguns estudos experimentais, clínicos ou
epidemiológicos; IC indicado por regulamentos estaduais e/ou federais; II sugerido para implementação, embasado em estudo clínicos ou epidemiológicos ou racional teórico; NR não resolvido.
Referências bibliográficas:
• Infecção Associada ao Uso de cateteres Vasculares 3ª edição- Revisada e Ampliada APECIH-2005.
• Centers for Disease Control and Prevention. Guideline for the Prevention of Intravascular Catheter Related Infections.
MMWR 2002; 51 (N.RR-10).
• Garner,SJ e cols. CDC definitions for nosocomial infections 1988. Am J Inf Control.1988; 16:126-40.
• Mermel LA, Farr BM, Sherertz RJ, Raad II, O” Grady N, Harris JS, Craven DE: Guideline for the Management of Intravascular Catheter-Related Infections. Inf Control Hosp Epidemiology 2001; 22 (4):222-42.
• Lobo RD, Levin AS, Gomes LM, Cursino R, Park M, Figueiredo VB, Taniguchi L, Polido CG, Costa SF. Impact of an educational
program and policy changes on decreasing catheter-associated bloodstream infections in a medical intensive care unit in
Brazil. Am J Infect Control. 2005 Mar; 33(2):83-7.
7
Acesso venoso central em neonatologia:
inserção periférica X dissecção venosa
Dr. Lúcio Flávio Andrade de Alencar - Cirurgião pediátrico e coordenador da Comissão de Terapia
Nutricional Enteral e Parenteral do Instituto Materno Infantil Prof. Fernando Figueira – Recife (PE)
C
8
omo parte
dos requisitos para
obtenção
de título de Mestre em Saúde da
Criança e do Adolescente pelo Departamento Materno Infantil do
Centro de Ciências da Saúde da
Dr. Lúcio Flávio
Universidade Federal de Pernambuco, apresentei há alguns meses minha
dissertação de mestrado intitulada “Acesso Venoso Central em Recém-nascidos: Inserção Periférica versus Dissecção Venosa”. A pedido do Jornal Intravenous, preparei um resumo da dissertação.
A partir dos dados de um estudo
exploratório prévio realizado no Instituto Materno Infantil Prof. Fernando Figueira, foram avaliados e comparados os
resultados de duas técnicas para acesso
venoso central (AVC) em pediatria: inserção periférica - PICC X dissecção venosa - DV. Constataram-se diferenças significativas entre as técnicas, sobretudo
no que diz respeito à permanência e às
complicações destes acessos. Os dados
levantados são bem diferentes dos encontrados em literatura especializada,
considerando-se a importância destes
procedimentos na condução e tratamento dos recém-nascidos, principalmente
em neonatos de muito baixo peso.
Seguindo a recomendação de minha
orientadora, Profa. Dra. Gisélia Alves Pontes da Silva, da UFP, optei por realizar
um estudo clínico randomizado e controlado para a avaliação destas duas opções
técnicas em grupo semelhante de recémnascidos pré-termo e de muito baixo peso
internados em cinco UTIs Neonatais na
cidade de Recife-PE, num período de seis
meses. Foi elaborado um projeto de pesquisa em que se propôs comparar a incidência das complicações entre as duas
técnicas, uma vez conhecidos os vários
fatores capazes de comprometer a vida
útil e conseqüente permanência do acesso venoso central.
Após a apresentação e a aprovação do
projeto pelos Comitês de Ética e Pesquisa
e pelas chefias médicas das unidades envolvidas, foi distribuído e discutido com as
chefias de enfermagem um protocolo para
a inserção, manutenção e a retirada dos
acessos venosos centrais nestes serviços durante o período de estudo. Esta discussão
objetivou a uniformidade e exeqüibilidade deste protocolo nos diversos serviços.
Em seguida foi feito um resgate histórico e evolutivo dos dispositivos e das
técnicas para o acesso venoso em recémnascidos a partir de revisão de literatura
especializada publicada nas duas últimas
décadas, o que deu origem a um artigo
de revisão intitulado “Acesso Venoso Central em Recém-Nascidos” (Arquivos de
Pediatria, ISSN 1808-7981, vol. 18, no.
2, julho/dezembro 2005). Com as informações adquiridas a partir deste artigo
de revisão, foi elaborado um algoritmo
para o auxílio na decisão da melhor opção de acesso venoso diante de uma proposta terapêutica já definida em um recém-nascido. Também foi estabelecido
um modelo conceitual para o êxito deste
procedimento nesta faixa etária. No ensaio clínico foram seguidas as orientações
do CONSORT (Consolidated Standarts
of Reporting Trials).
De um total de 74 recém-nascidos elegíveis, 70 (94,59%) foram incluídos e
analisados no estudo – 31 PICC e 39 DV,
num total de 1.110 dias de acesso venoso – acompanhados com avaliações diárias, pela enfermeira-chefe do serviço e
pelo cirurgião pesquisador, desde a inserção do AVC até a sua alta da UTI Neonatal. Foram avaliadas as complicações
capazes de limitar a permanência do AVC
até a sua retirada – infecção, obstrução,
deslocamento e ruptura. Os grupos foram semelhantes, do ponto de vista estatístico, no início da intervenção.
Como conclusão principal contatou-se
que os dois grupos foram semelhantes em
relação à ocorrência de complicações capazes de comprometer a permanência do
AVC. Foram também semelhantes o tempo de permanência dos cateteres e o tempo para a realização do procedimento.
No grupo dos PICCs, em 21 (67,7%)
acessos não foram necessárias mais que
duas tentativas de venopunção para a sua
realização, sendo 16 (51,6%) delas realizadas em veias da prega do cotovelo.
O presente estudo revelou os seguintes achados: a possível tendência de perda por tração foi de 4 (12,9%) casos no
grupo do PICC e 1 (2,6%) no grupo da
DV, (p= 0,16). O aumento de risco de
infecção foi de 3,2% (1 caso) no grupo
do PICC contra 12,8% (5 casos) no grupo da DV, (p= 0,21). Tais resultados
poderão ser mais bem avaliados em um
estudo mais amplo.
Vale salientar que os profissionais de
saúde diretamente envolvidos com estes
procedimentos, além do conhecimento e
domínio das várias técnicas disponíveis,
devem estar compromissados com o seu
êxito, que vai desde a indicação até a retirada. Concluímos que a existência de uma
equipe de acesso venoso com o objetivo
de elaborar rotinas e protocolos adequados à realidade do serviço, para a realização destes procedimentos, parece ser preponderante para seu êxito, cabendo a esta
equipe o monitoramento do mesmo, em
todas as suas etapas, com reavaliações periódicas dos resultados e o acompanhamento dos freqüentes avanços.
Os artigos (original, técnico e de revisão) deverão estar disponíveis no portal
de periódicos da CAPES. Esperamos que
estes trabalhos possam contribuir na melhora da assistência aos recém-nascidos de
risco, dando subsídios e permitindo ao leitor uma decisão segura quanto à melhor e
mais adequada técnica para o acesso venoso em relação a uma proposta terapêutica definida para o seu pequeno paciente.
Referências bibliográficas:
• Schwengel DA, McGready J, Berenholtz SM, Kozlowiski, LJ,
Nichols DG, Yaster, M. Peripherally inserted central catheters:
A randomized, controlled, prospective trial in pediatric
surgical patients. Anesth Analg 2004;99:1038-43.
• Shulman RJ, Pokorny WJ, Martin CG, Petitt R, Baldaia L,
Roney D. Comparison of percutaneous and surgical central
venous catheters in neonates. J Pediatr Surg 1986;
21(4):348-50.
• Janes M, Kalyn A, Pinelli J, Paes B. A randomized trial
comparing peripherally inserted central venous catheters
and peripheral intravenous catheters in infants with very
low birth weight. J Peiatr Surg 2000;35(7):1040-4.
• Crowley JJ, Pereira JK, Harris LS. Peripherally inserted central catheters: experience in 523 children. Radiology 1997;
204:617-21.
• Foo R, Fujii A, Harris J, LaMorte W, Moulton S.
Complications in tunneled CVL versus PICC lines I very low
birth weight infants. J Perinatol 2001;21:525-30.
E-mail para contato:
[email protected]
Ano VI • nº 16
Experiência do Hospital-Dia “Herbert de Souza” com
cateter periférico de Vialon em pacientes com HIV/AIDS
®
Por: Lucilene Araujo de Freitas
Enfermeira Chefe do Hospital-Dia “Herbert de Souza” (IPEC/FIOCRUZ) – Rio de Janeiro - RJ
Hospital-Dia “Herbert de Souza”
- para pacientes HIV/AIDS - do
Instituto de Pesquisa Clínica
Evandro Chagas da Fundação
Oswaldo Cruz (IPEC/FIOCRUZ) foi
inserido no contexto assistencial desta instituição em 1994. A unidade é
uma estrutura de assistência intermediária entre a internação e o atendimento ambulatorial.
A assistência é voltada ao atendimento às diversas situações de infecções
oportunistas, decorrentes do comportamento clínico da AIDS, que demandam a adoção de medidas terapêuticas,
inclusive a parenteral por tempo indeterminado, que requeiram a permanência do indivíduo por um período máximo de 12 horas. A metodologia de trabalho que adotamos contribui para a
melhoria na qualidade de vida dos pacientes, além de ser uma alternativa à
internação hospitalar tradicional, reduzindo custos e promovendo maior participação da família nos processos com
a equipe multiprofissional.
venoso e possibilitam sua permanência
nos casos de terapia endovenosa prolongada, minimizando o desconforto
com o procedimento por reduzir o número de punções venosas periféricas
durante o tratamento.
O
As atividades desenvolvidas neste
Hospital-Dia são: administração de quimioterápicos, antibioticoterapia endovenosa, hemotransfusão, nebulizações
preventivas para pneumocistose, con-
Da esquerda para direita: Lucilene A.
Freitas (enfermeira Chefe do Hospital-Dia
“Herbert de Souza”), Márcia Lyra e
Daniele Cruz (técnicas de Enfermagem).
sultas de reavaliação, coleta de material
para exames laboratoriais, biopsias,
punção lombar e, sobretudo, o acompanhamento clínico dos pacientes incluídos nos diversos projetos de pesquisa realizados no IPEC.
O hospital-dia iniciou a utilização de
cateter integral de segurança de Vialon
nos pacientes em uso de medicamentos
que requeiram um acesso venoso seguro, ou que possuam um período de infusão prolongada. Tais dispositivos intravenosos proporcionam maior conforto, permitem ao indivíduo uma mobilização sem risco de perda do acesso
Os resultados são positivos também
para os membros da equipe de enfermagem que realizam a técnica de punção venosa periférica com material de
Vialon, devido à maior segurança proporcionada pelos dispositivos intravenosos na redução de risco de acidentes
durante o procedimento.
Por sua vez, os cateteres confeccionados de outro tipo de material possuem
mecanismo de implantação e retirada do
mandril diferenciados e estes estão intimamente relacionados aos acidentes com
material biológico. É comum a ocorrência de acidente no momento do descarte de tais dispositivos, ou da manipulação de outros objetos presentes na bandeja de procedimento utilizada. Notável é a elevada incidência de flebites,
perda de acesso por dobra ou obstrução
da luz nos demais cateteres não fabricados com Vialon; assim como, desconforto no sítio de inserção do dispositivo
e a fixação com materiais que comumente causam irritação na pele do paciente.
Relato de caso
Em dezembro
de 2005 tivemos
uma experiência
singular com uma
paciente submetida a antibioticoterapia
endovenosa
por 28 dias e que
possuía rede venosa periférica precária. Foi utilizado um cateter de Vialon em veia cefálica localizada em face anterior do antebraço de membro não dominante. Devido à proximidade das
festividades de fim de ano, a paciente viajou
com este dispositivo intravenoso, instalado com
técnica asséptica e fixado com curativo de filme de poliuretano transparente, sendo saliniAno VI • nº 16
zado com 10 mL de solução fisiológica a 0,9%,
após a administração de sua dose diária do
antibiótico.
A paciente foi orientada a observar sinais de
flebite e outras possíveis alterações na região de
inserção do cateter. Também recebeu orientações
para a troca do dispositivo que deveria ser realizada em até 72 horas na localidade onde a paciente daria continuidade ao seu tratamento.
Ao retornar ao Hospital-Dia “Herbert de Souza” a paciente informou que permaneceu com o
acesso venoso por 9 dias e este se manteve
pérveo com a salinização, sem sinais de infecção
no sítio de punção. Apenas foi trocado o curativo com o filme transparente no quarto dia. O
caso demonstrou que a utilização do cateter periférico de Vialon permite melhor qualidade da
assistência prestada e confere maior segurança
ao profissional na execução do procedimento.
Para a implantação do uso dos dispositivos
intravenosos de Vialon em unidades que prestem assistência similar ao Hospital-Dia “Herbert
de Souza”, sugerimos que seja avaliado não somente o custo do material, mas os benefícios
que este proporciona na terapia endovenosa
prolongada. A equipe deve ser devidamente treinada para realizar o manuseio deste tipo de
dispositivo. Também é imprescindível o consentimento do paciente em utilizar o mesmo, assim como, deve ser criteriosa a avaliação da
capacidade de compreensão e a orientação ao
autocuidado do mesmo.
E-mail para contato:
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9
Benefícios do Vialon® superam
PTFE
Por: Luciana Bianchini – Enfermeira e consultora educacional do CTAV
s complicações infecciosas reNo interior do vaso, em contato com
lacionadas a cateteres de polio sangue e temperatura corpórea, o catetrafluoretileno (PTFE) e
teter de Vialon torna-se até 75% mais
Vialon são menos freqüentes
flexível, diminuindo assim a irritação
do que as que ocorrem com cateteres
da parede interna da veia e as chances
de polivinil ou polietileno. Já quando
de flebites e infiltrações. Os cateteres
se compara o biomaterial Vialon com o
feitos com este biomaterial tem reduzi(PTFE), vários estudos demonstram que
da resistência a dobras. Tal caracteríso primeiro reduz consideravelmente o
tica foi clinicamente testada e permite
risco de infiltração, proporciona uma a punção em articulações, sem perda do
punção menos traumática ao paciente
acesso após a movimentação da região
e, em conseqüência disso, é possível
puncionada.
abater os custos associados ao procediA relação custo-benefício proporciomento. Em pacientes neonatais em que
nada pelo uso de cateteres de Vialon é
a principal complifavorável devido a
cação da terapia
redução da necessiintravenosa é o exO cateter de Vialon torna-se dade de reinserção
travasamento de
do cateter, redução
até 75% mais flexível,
fluidos, a indicação
do tempo de interde dispositivos de
nação, redução dos
diminuindo a irritação da
Vialon vem proporreferentes a
parede interna da veia e as custos
cionando notável
possíveis infecções,
índice de sucesso.
bacteremias e até
chances de flebites e
Os cateteres de
sepses derivadas dos
infiltrações
Vialon proporciocasos de flebite.
nam terapia de meEm instituições
lhor qualidade, com o aumento do temque se preocupam com a excelência da
po de permanência na veia, menor maqualidade no uso de materiais, observanipulação e menor índice de perdas das
se atualmente uma forte tendência em
punções venosas.
substituir-se o (PTFE) pelo Vialon, di-
A
Por se tratar de um biomaterial, termosensível e hemocompatível, sua penetração na pele é significativamente
mais fácil, o que promove uma diminuição no número de insucessos nas
punções.
ante das inúmeras vantagens desse material já comentadas. O que se busca é a
melhor qualidade na assistência ao paciente, otimizando o tempo de trabalho
dos profissionais e diminuindo os custos com materiais.
Enf. Luciana Bianchini
Referências bibliográficas:
• Centers for Disease Control and Prevention: Guideline
for prevention of intravascular catheter - related infeccions
- MMWR 2002.
• Gaukroger PB, Robert JG, Manners TA. Infusion
Trombophlebitis: a prospective comparison 645 Vialon and
Teflon cannulae in anaesthesic and prospective use. Anaest
intens Care 1988; 16: 265 - 271).
• Stanley MD, Meister E, Fuschuber K. Infiltration during
Intravenous Therapy in Neonats: Comparison of Vialon and
Teflon catheters. South Med J 1992; 85(9): 883-886).
• APECIH - Infecção associada ao uso de cateteres vasculares - 3ª ed. 2005.
E-mail para contato:
[email protected]
Quadro comparativo das flexibilidades do cateter de PTFE versus cateter de Vialon
Cateter de PTFE
10
Cateter de Vialon
Cateter de Vialon – Cateter de PTFE
Ano VI • nº 16
Infecção Associada ao uso
de Cateteres Vasculares
Colaboração da Dra. Christiane Nicoletti, médica do SCIH do Instituto de Infectologia “Dr. Emílio Ribas”.
s infecções associadas aos cateteres vasculares são um importante
problema na assistência a saúde em
todo o mundo. Todos os anos milhares de novas informações surgem a esse respeito e certamente não conseguimos tomar conhecimento de todas.
Com o intuito de revisar e, sobretudo fazer
uma análise crítica das informações existentes, com base na realidade local, a
APECIH (Associação Paulista de Estudos e
Controle de Infecção Hospitalar) lançou em
dezembro de 2005 a monografia: Infecção
Associada ao Uso de Cateteres Vasculares –
3ª edição revisada e ampliada.
A monografia faz uma ampla revisão dos
aspectos mais relevantes relacionados às infecções associadas ao uso de cateteres, com
capítulos escritos por renomados profissionais de controle de infecção de São Paulo.
O capítulo de terminologia e definições traz
um panorama atual dos critérios utilizados
nos estudos, assim como para a notificação
deste tipo de infecção hospitalar. No capítulo sobre epidemiologia, foi colocada a importância dos indicadores de processo na
A
avaliação da qualidade do cuidado dispensado ao cateter vascular. O papel do biofilme foi descrito com clareza e objetividade
na fisiopatogenia das infecções relacionadas
ao uso de cateteres vasculares.
As novidades sobre o diagnóstico das infecções da corrente sangüínea relacionadas
ao uso de cateteres foram colocadas com
ótima didática e abordagem científica. A objetividade, clareza e praticidade das informações a respeito das infecções relacionadas ao cateter vascular, fazem deste capítulo uma ótima ferramenta para auxiliar na
conduta à beira do leito. Os aspectos mais
recentes e importantes relacionados à prevenção associados a uma visão crítica das
autoras foram apontados no capítulo correspondente. Com uma preocupação com
as situações de maior risco, a monografia
de 2005 traz capítulos com considerações
especiais sobre cateteres vasculares em hemodiálise, pediatria/neonatologia, de longa permanência e no paciente crítico.
A monografia traz também uma avaliação tanto crítica quanto primorosa das novas tecnologias no sistema de infusão que
com certeza auxiliará os profissio3ª edição
nais nas suas
revisada e
decisões a resampliada
peito da padronização
ou testes de
novos dispositivos vasculares na assistência ao
paciente.
Os profissionais interessados em
uma revisão extremamente atual, elaborada por profissionais
destacados e de ótima aplicabilidade local, encontrarão na monografia Infecção
Associada ao Uso de Cateteres Vasculares
– 3ª edição revisada e ampliada, uma ótima fonte de informação.
Para adquirir esta e as demais monografias da
APECIH consulte o site www.apecih.org.br ou
envie e-mail para [email protected]
Infecções da corrente sangüínea associadas a cateteres
foi destaque no encontro da SHEA
M
édicos, enfermeiros e cientistas
da área de saúde de todo o mundo estiveram presentes no 16º
Encontro Anual Científico da
Society for Healtcare Epidemiology of
America (SHEA) ocorrido no final de
março em Chicago. O programa científico do evento teve
forte direcionamento
na discussão da questão das infecções relacionadas e associadas
aos procedimentos intravenosos.
O Brasil esteve presente no encontro com
trabalho apresentado
por uma equipe de
médicos e enfermeiros
do Hospital Santa
Marcelina, de São Paulo, que investigaram o efeito da passagem de um sistema de infusão aberto
para um sistema fechado nas taxas de
infecção associadas ao uso de cateteres
centrais em três unidades de terapia intensiva. (1)
Ano VI • nº 16
Uma equipe da Universidade Wake
Forest e do Hospital Batista da Carolina
do Norte investigou o papel dos dispositivos de infusão válvulados sem agulha na prevenção das infecções relacionadas a cateteres. O trabalho teve grande repercussão na SHEA, por ter apresentado a alta freqüência deste tipo de infecção da corrente sangüínea durante a década
de 90, devido às desinfecções e utilizações
inadequadas de dispositivos sem agulha. (2)
Outro trabalho relatou o caso de infecção
tardia da corrente sanguínea por Pseudonomas fluorescens, em paciente submetido a heparinização com produto contaminado,
ocorrida 237 dias após o flush. O fato
ocorreu em 2005 no estado de Michigan
e os pesquisadores procuraram determinar a fonte da infecção além de possíveis
associações com casos anteriores. (3).
Veja mais sobre o 16º Encontro Anual
Científico da SHEA no site da entidade:
www.shea-online.org
Autores e trabalhos citados:
1 - Reinaldo Salomão1, Sergio Blecher1, Victor D. Rosenthal,
MD,CIC, MSc2, Maria A. Maretti da Silva1, Margarete Vilins1,
Eni H. da Silva1 - Prospective Study of the Impact of Switching From an Open IV Infusion System to a Closed System
on Rates of Central Venous Catheter-Associated Bloodstream infection in a Brazilian Hospital.
1
2
Hospital Santa Marcelina, São Paulo, Brazil
Faculdade de Medicina de Buenos Aires, Argentina
2 - Tobi B. Karchmer, MD, MS1; Crystal Wood, RN2; Christopher A. Ohl, MD1; Brain Tucker1, Haiyng Chen, PhD1;
Robert Sherertz, MD1 - Contamination of Mechanical
Value Needleless Devices may Contribute to Catheterrelated Bloodstream Infections.
1
2
Wake Forest University School of Medicine, Winston Salem, NC, USA.
North Caroline Baptist Hospital, Winston Salem, NC, USA.
3 - Mark D. Gershman, MD1; Curi Kim, MD, MPH2; Eden
Wells, MD, MPH2; Melinda Wilkins, DVM, MPH2, James
Rudrik, PhD2; Joshua Clayton, BS3; Jean McHale, RN4;
Matthew Arduino, PhD5;Judith Noble-Wang, PhD5; Bette
Jensen, MMSc5; Arjun Srinivasan; MD5 - Delayed Onset
Pseudomonas fluorescens Group Bloodstream Infections
After Exposure to Contaminated Heparin Flush.
1
CDC, Lansing, MI, USA; 2Michigan Department of Community Health,
Lansing, MI, USA; 3South Dakota Department of Health, Pierre, SD,
USA; 4North Central Hematology and Oncology, Sioux Falls, SD, USA;
5
CDC, Atlanta, GA, USA.
11
Š Intravenous recomenda
Infusion Nursing Standards of Practice 2006
Esta nova edição reúne um extenso índice de padronizações e orientações para procedimentos de infusão. A obra
foi desenvolvida a partir de pesquisas clínicas recentes, cujos
fundamentos e protocolos servem como ferramentas em
técnicas de acesso vascular, tanto na prevenção de complicações como para melhores resultados terapêuticos.
Eventos em Terapia
Intravenosa
Abril 2006
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TRATAMENTO DE FERIDAS
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Caneca, em São Paulo (SP).
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A edição de 2006 vem com linguagem atualizada, maior número de ilustrações e novas recomendações resultantes das mudanças na terminologia, tecnologia e práticas. As informações podem ser utilizadas em associação com as normas e protocolos já
adotados na instituição hospitalar. Para adquirir e obter maiores informações sobre este trabalho além de outras obras científicas da INS, acesse o
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legislação relacionada ao Controle de Infecções. Entre os temas preliminares, haverá abordagem das estratégias de Controle de Infecção na preservação do meio ambiente. Outros destaques do evento: controle de resistência bacteriana, prevenção de riscos ocupacionais e qualidade integrada ao CI.
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as origens da profissionalização da Enfermagem no Brasil a
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em análise de documentos e em pesquisas, tendo como
referência a Escola Profissional de Enfermeiros e Enfermeiras (EPEE), hoje Escola de Enfermagem Alfredo Pinto (EEAP)
da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UNIRIO).
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é uma publicação da BD. Diretor da Publicação: Maurício Grimoni. Coordenadores: Katia
Teixeira, Fernando Buffulin e Eric Massaharu
Nishimura. Coordenadoras Científicas: Carin Nomi e Luciana Bianchini. Jornalista Responsável: Milton Nespatti (MTb-SP 12.460). Revisão: Sérgio Cides. Projeto Gráfico e Diagramação: Alvo Propaganda & Marketing. Os artigos podem
ser publicados desde que citada a fonte. As opiniões e conceitos publicados são de
inteira reponsabilidade dos autores e entrevistados.
Inscrições pelo telefone (51) 3061-2957 ou
via e-mail: [email protected]
Mais informações no site:
www.abev.com.br/controledeinfeccao
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INICIATIVA DA
FUNDAÇÃO
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