análise da presença da mutação fundadora

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ANÁLISE DA PRESENÇA DA MUTAÇÃO FUNDADORA PORTUGUESA C.156_157INSALU NO GENE BRCA2
EM FAMÍLIAS DE ALTO RISCO PARA HBOC ATENDIDAS NO HOSPITAL DE CÂNCER DE BARRETOS
1
Autores
Instituição
1,2
6
6
Aline Silva Coelho , Paula Silva Felício , Gabriela Carvalho Fernandes , Cristina da Silva Sábato ,
6
3
3
André Escremim de Paula , Henrique de Campos Reis Galvão , Rebeca Grasel , Patricia Ashton-Prolla
7
1,2,3,4
1,2,3,5
, Rui Manuel Vieira Reis
, Edenir Inez Palmero
1
2
CPOM - Centro de Pesquisa em Oncologia Molecular, HCB (Barretos, São Paulo), PG - Programa de
3
Pós Graduação em Oncologia,HCB (Barretos, São Paulo),
Oncogenética - Departamento de
4
Oncogenética, Hospital de Câncer de Barretos (Barretos, São Paulo), IPATIMUP - Institute of M. P. and I.
5
at the University of Porto (Porto, Portugal), FACISB - Escola de Ciências de Saúde Dr. Paulo Prata
6
7
(Barretos, São Paulo), CDM - Centro de Diagnóstico Molecular, HCB (Barretos, São Paulo), HCPA Laboratório de Medicina Genômica, HCPA (Porto Alegre, Brazil)
Resumo
OBJETIVOS
Analisar a frequência da mutação fundadora c.156_157insAlu no éxon 3 de BRCA2 em famílias brasileiras com alto
risco para Síndrome de Câncer de Mama e Ovário Hereditário (HBOC) identificadas pelo Departamento de
Oncogénetica do Hospital de Câncer de Barretos (HCB).
MÉTODOS
A detecção da inserção Alu foi realizada por duas Reações em Cadeia da Polimerase (PCR) independentes: na
primeira utilizou-se iniciadores para amplificação do éxon 3 do gene BRCA2 e na segunda iniciadores específicos
para a inserção Alu. Na eletroforese, indivíduos normais (WT) apresentam um fragmento amplificado de 201pb,
enquanto que os mutados possuem, além do fragmento de ~200pb, um fragmento de ~550pb. Para a confirmação da
presença da inserção, o fragmento de 550pb foi clonado em um plasmídeo (TOPO-PCR Cloning, Life Technologies)
e sequenciado. Para estimar a ancestralidade foram estudados 46 marcadores informativos de ancestralidade – AIM
INDELs através da PCR multiplex. A análise da ancestralidade foi realizada através do software Structure v.2.3.3.
RESULTADOS
Uma série consecutiva de 331 pacientes com história pessoal e familiar de HBOC foi analisada para a presença da
mutação c.156_157insAlu no éxon 3 do gene BRCA2. Diferentemente da alta frequência relatada para essa mutação
na população Portuguesa, identificamos apenas uma paciente positiva dentre as 331 testadas (0,3%). A alteração foi
confirmada por sequenciamento. A paciente com a inserção Alu foi diagnosticada aos 29 anos de idade com
carcinoma ductal invasivo (cT3N2M0), sendo que o tumor apresentava receptores hormonais de estrógeno e
progesterona positivos e HER2 negativo. Em relação à história familiar, foi relatado um caso de câncer de mama em
idade anterior aos 50 anos (além daquele da paciente índice), bem como a presença de câncer de próstata,
pâncreas, colorretal e renal. Considerando a literatura atual, de que a mutação foi identificada apenas em famílias de
origem Portuguesa, realizamos, para a paciente com a inserção Alu, a análise da ancestralidade, a qual confirmou
sua ascendência predominantemente Européia (84,7% Européia; 5,8% Asiática; 5,2% Ameríndia e 4,3% Africana).
CONCLUSÃO
A mutação fundadora Portuguesa c.156_157insAlu (gene BRCA2) foi identificada em uma dentre as 331 famílias
analisadas. Embora o percentual seja baixo, a realização dessa estratégia adicional de análise molecular (baseada
em duas reações independentes de PCR) deve ser parte do protocolo de investigação de mutações em
BRCA1/BRCA2, visto que: i) há uma grande contribuição Portuguesa na formação do pool genético Brasileiro, ii) a
inserção c.156_157insAlu confere um alto risco de desenvolvimento de câncer (a inserção Alu em questão leva a
uma alteração in frame a qual ocasiona a deleção do referido exon) e, iii) existem uma série de medidas preventivas
para portadores sintomáticos e assintomáticos de mutação nos genes BRCA1/2, os quais devem ser acompanhados
de forma personalizada.
Palavras-chaves: Inserção Alu no gene BRCA2, Mutação fundadora, Predisposição hereditária
Agência de Fomento: FAPESP- Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
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