RENDIMENTO E NUTRIÇÃO DO AMENDOINZEIRO EM FUNÇÃO

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RENDIMENTO E NUTRIÇÃO DO AMENDOINZEIRO EM
FUNÇÃO DA INTERAÇÃO PxN EM LATOSSOLO AMARELO
YIELD AND NUTRITION OF GROUNDNUT IN FUNCTION OF THE
INTERACTION PxN IN YELLOW LATOSOL
Anacleto Ranulfo dos Santos1, Petterson Costa conceição Silva2, Joctã Lima do Couto3,
Girlene dos Santos Souza4, Dryelle Menezes Lobo5
RESUMO
O experimento foi conduzido no campo experimental do Centro de Ciências Agrárias,
Ambientais e Biológicas da UFRB, no período da estação chuvosa (abril - junho) e teve como
objetivo avaliar o efeito da interação entre os macronutrientes fósforo e nitrogênio, no
rendimento e nutricão do amendoinzeiro (Arachis hypogaea L.) cultivado em Latossolo
Amarelo no Recôncavo da Bahia. O delineamento experimental foi em blocos casualizados,
em esquema fatorial (7x2), com três repetições. Os tratamentos foram constituídos por sete
doses de P2O5 (0, 50, 100, 200, 300, 400 e 500 kg.ha-1) e duas doses de N (0 e 100 kg.ha-1).
As coletas foram efetuadas aos 90 dias após plantio (DAP). Foi avaliado o rendimento da
massa seca em diferentes partes da planta e o teor de P e N. O rendimento de massa seca da
folha em relação às doses de fósforo foi maior nos tratamentos onde não houve adubação
nitrogenada. Em relação às doses de fósforo a massa seca de raiz foi menor onde não houve a
aplicação de N. Onde não houve a aplicação de N a cada 1 kg.ha-1 de P2O5 aplicado o teor de
P nas folhas aumentava 0,00011 g.kg-1. A produção de grãos só sofreu efeito isolado do
fósforo e do nitrogênio aplicado.
Palavras-chave: Arachis hypogaea L.. Nutrição Mineral. Adubação Fosfatada.
1 Eng. Agr. Dr. Solos e Nutrição de Plantas. Professor Associado da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia.
2 Graduando em Agronomia da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia.
3 Eng. Agr. Mestrando em Ciências Agrárias da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia.
4 Eng. Agr. Drª. Fitotecnia. Professora Adjunta da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia.
5 Graduanda em Agronomia da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia.
234
Santos, A.R.dos, et al.
ABSTRACT
The experiment was conducted at experimental farm of the Centro de Ciências Agrárias,
Ambientais e Biológicas, UFRB, during the rainy season (April-June) and aimed to evaluate
the effect of interaction between the macronutrients phosphorus and nitrogen in the yield and
nutrition of groundnut (Arachis hypogaea L.) grown in Yellow Latosol in Recôncavo of
Bahia. A randomized complete block design, in factorial scheme (7x2) with three replications.
The treatments consisted of seven doses of P2O5 (0, 50, 100, 200, 300, 400 and 500 kg ha-1)
and two N levels (0 and 100 kg ha-1). Data were collected at 90 days after planting (DAP). We
assessed the yield of dry matter and P and N in roots and shoots. The yield of dry matter of
leaves in relation to phosphorus levels were higher in treatments where no nitrogen fertilizer.
Regarding the phosphorus levels in root dry weight was lower where no application of N.
Where no N application for each 1 kg ha-1 P2O5 applied the P content in leaves increased
0.00011 g.kg-1. Grain production has been only isolated effect of phosphorus and nitrogen
applied.
Keywords - Arachis hypogaea L.. Mineral Nutrition. Phosphate Fertilizer.
CRUSCIOL,
pertencente
INTRODUÇÃO
2000),
à
dicotiledônea,
família
Leguminosae,
subfamília Papilonoideae e gênero Arachis.
Na região Nordeste, os principais
O amendoinzeiro é originário da
América do Sul na região compreendida
entre as latitudes de 10º e 30º sul, com
provável centro de origem na região de
Gran Chaco, incluindo os vales do Rio
Paraná e Paraguai. Por possuir ampla
adaptabilidade, pode ser cultivado em
diferentes regiões tropicais (LAZARINE e
CRUSCIOL, 2000). O amendoinzeiro é
uma planta herbácea anual (LAZARINE e
estados produtores são Bahia, Sergipe,
Ceará e Paraíba. O nordeste é considerado o
segundo
maior
pólo
consumidor
de
amendoim do Brasil, estimado em 50 mil
toneladas por ano (BARBOSA, 2008).
A
adubação
fundamental
na
desempenha
papel
promoção
do
estabelecimento e manutenção das espécies.
O
fósforo
é
constituinte
das
moléculas de ATP, ADP, ácidos nucléicos,
Revista da FZVA.
Uruguaiana, v.17, n.2, p. 233-248. 2010
235
membranas
Santos, A.R.dos, et al.
planta (GOMES 1984).
celulares, sendo importante na liberação de
De acordo com Raij (1991), dos
energia para o processo ativo de absorção
macronutrientes o fósforo é aquele exigido
iônica. As formas iônicas, H2P04- e HPO4-2
em menor quantidade pelas plantas. Não
são
obstante, trata-se do nutriente mais usado
dos
fosfolipídios
as
mais
das
absorvidas,
formando
compostos orgânicos como as hexoses
em
fosfatadas,
generalizada
ésteres
de
carboidratos,
adubação
no
Brasil. A carência
de
fósforo
nos
solos
fosfolipídios e outros, além de compostos
brasileiros decorre da forte interação desse
inorgânicos
nutriente
como
ortofosfatos
e
com
os
colóides
do
solo,
pirofosfatos (MENGEL e KIRKBY, 1987).
proporcionando alta capacidade de fixação
O fósforo é considerado o principal fator a
e baixa disponibilidade de P, concorrendo
influenciar na produtividade da cultura do
para resposta à adubação fosfatada na
amendoim, pois dentre os macronutrientes é
grande
aquele que mais favorece a formação e
principalmente nos Latossolos (OLIVEIRA
enchimento
et al. 1982; NOVAIS et al., 2007).
das
vagens,
tendo
sua
maioria
Em
capacidade de respostas mais evidente em
dos
termos
solos
de
brasileiros,
sintomas
de
solos com baixa disponibilidade deste
deficiência, a omissão de fósforo é a causa
elemento. Seu suprimento nestas áreas
da redução de cerca de 40% na altura das
garante resultados expressivos em termos
plantas
de quantidade e qualidade do produto
FILHO et al., 1988).
de
amendoim
(RODRIGUES
O nitrogênio é o nutriente que está
(GILLIER e SILVESTRE, 1970).
O P é um nutriente que age
intimamente
ligado
à
produção
de
diretamente na respiração e produção de
proteínas, que são constituintes importantes
energia. Atua intensificando a divisão
no desenvolvimento inicial do embrião
celular, entra na composição de algumas
durante a germinação das sementes. Além
substâncias
os
do efeito positivo sobre a produção de
albuminóides e o amido, dá força e rigidez
grãos, o nitrogênio interfere em diversas
aos
outras características da planta de milho,
caules
de
dos
reserva
cereais,
como
aumenta
a
frutificação, apressa a maturação, além de
relacionadas
ao
crescimento
contribuir para o desenvolvimento do
desenvolvimento,
sistema radicular e para a saúde geral da
indiretamente, afetam a produtividade da
as
quais,
direta
e
ou
Revista da FZVA.
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Santos, A.R.dos, et al.
cultura (MELGAR et al., 1991). O N
influencia tanto a taxa de expansão quanto a
O trabalho foi desenvolvido no
divisão celular, determinando, assim, o
campo experimental do Centro de Ciências
tamanho final das folhas, o que faz com que
Agrárias, Ambientais e Biológicas da
o esse nutriente seja um dos fatores
UFRB, na cidade de Cruz das Almas-BA, a
determinantes da taxa de acúmulo de
qual está localizada geograficamente a 12°
biomassa (JENSEN et al., 1990). Um
40' 19" de latitude Sul e 39° 06' 22" de
acréscimo no suprimento de N estimula o
longitude W., a uma atitude de 225m. O
crescimento, atrasa a senescência, e muda a
clima, segundo a classificação de Koppen,
morfologia das plantas. Além disso, o
não é caracterizado por uma única zona
aumento
adubação
climática, parecendo ser uma transição
nitrogenada causa um aumento significativo
entre as zonas Aw e Am. De acordo com a
no conteúdo de clorofila das folhas
classificação de Thornthwaite, o clima é do
(FERNÁNDEZ et al., 1994).
tipo C, seco e subúmido, com dois a três
nos
níveis
de
A fonte de N mais utilizada é a
meses secos de precipitação pluviométrica
uréia, ela é encontrada na forma cristalina
anual de 1220 mm. A temperatura média
ou em grânulos arredondados. Contém 45%
anual é de 24,5° C, com umidade relativa
de N amídico. É bastante higroscópica, o
anual de 82%.
que limita seu uso nas misturas com outros
A pesquisa
foi
conduzida
em
fertilizantes. Em diversos tipos comerciais
condições de campo, no período de abril/04
de uréia encontra-se o biureto que é tóxico
a julho/04. O experimento foi instalado com
às plantas. A legislação brasileira tolera um
a cultura do amendoim (A. hypogaea L.) cv.
teor máximo de 0,25% de biureto na uréia
Vagem Lisa cujo ciclo de maturação é de 90
(MELLO, 1987).
a 110 dias, em solo classificado como
O objetivo deste trabalho foi avaliar
Latossolo Amarelo Coeso, textura franco-
o efeito da interação entre os nutrientes
arenosa, boa drenagem e baixo índice de
PxN,
matéria orgânica e fertilidade.
no
rendimento
e
nutrição
do
amendoinzeiro cultivado em Latossolo
Amarelo.
Amostras de solo foram retiradas na
camada de 0 a 20 cm de profundidade, nas
quais foram efetuadas as análises químicas
MATERIAL E MÉTODOS
e físicas (Tabela 1), seguindo os métodos
Revista da FZVA.
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Santos, A.R.dos, et al.
profundidade de 10 cm. Em todas as
descritos por Tedesco et al. (1995).
parcelas aplicou-se o potássio (60 Kg ha-1
Os tratamentos foram constituídos
por sete doses de P2O5 (0, 50, 100, 200,
300, 400 e 500 kg.ha-1) na forma de super
fosfato triplo e duas doses de N (0 e 100
kg.ha-1) na forma de Uréia. O delineamento
experimental foi em blocos ao acaso, em
esquema
fatorial
(7x2),
com
quatro
repetições, perfazendo um total de 56
parcelas.
As
parcelas
experimentais
possuíram 6 m² (2 x 3 m) com 6 linhas de
plantio. A semeadura foi feita a uma
profundidade de 5 cm, com espaçamento de
50 cm entre linhas e 20 cm entre plantas,
formando uma população de 60 plantas por
parcela, sendo 40 plantas úteis.
As
plantas
de K2O), na forma de cloreto de potássio, o
fósforo e o nitrogênio de acordo com os
seus respectivos tratamentos. A adubação
nitrogenada
foi
fracionada
em
duas
aplicações, sendo aplicadas 50% aos 15
(DAP) e 50% aos 30 (DAP).
O plantio foi estabelecido sob
sistema sequeiro.
As coletas foram realizadas aos 90
dias após o plantio (DAP).
Para a
determinação de massa seca e produção de
grãos foram utilizadas 4 e 8 plantas úteis,
respectivamente. O material colhido foi
particionado em folhas, hastes, raízes, e
levados à estufa com temperatura de 65 ºC
daninhas
foram
e com circulação de ar forçado, depois o
controladas com capinas e a incidência da
material foi pesado em balança analítica de
-1
“Pinta Preta” foi aplicado 70 g.100L
do
precisão
(10-3)
para
quantificar
a
fungicida Fungiscan 700 PM em duas
distribuição de fitomassa nos componentes
aplicações.
da planta, posteriormente o material foi
Em função da análise química do
-1
triturado em moinho TIPO Willey e
solo foram aplicados 1,0 t.ha de calcário
passado em peneira de 2 mesh para
dolomítico PRNT 96% a lanço incorporado
realização das análises químicas.
a 20 cm de profundidade com a utilização
As determinações químicas foram
de gradagem, com intuito de elevar a
feitas no Laboratório de Fisiologia Vegetal
saturação por bases para 60%. Após o
da CEPLAC (CEPEC) na cidade de
período de incubação por 60 dias, foram
Itabuna, onde foram
feitas as adubações e aplicações dos
concentrações dos nutrientes fósforo e
tratamentos
nitrogênio na planta.
nos
sulcos
em
uma
determinadas as
Revista da FZVA.
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O nitrogênio foi extraído por
Santos, A.R.dos, et al.
tratamentos em que não houve aplicação de
digestão sulfúrica conforme metodologia de
N
Sarruge & Haag (1974) e determinado por
mostrando que, a quantidade de N presente
destilação
et
no solo, na sua maioria proveniente da
al.,1999). Para determinação dos teores de
decomposição da matéria orgânica e de
fósforo seguiu-se a metodologia descrita
fixação simbiótica, foi capaz de suprir as
por (Miyazawa et al.,1999), com obtenção
plantas e obter melhores resultados para a
do extrato pela digestão nitro-perclórica, as
variável MSF, entretanto com a aplicação da
leituras dos extratos foram realizados no
adubação nitrogenada as plantas responderão
espectrofotômetro de absorção atômica.
de forma menos eficiente, ou seja, nessas
de
Kjeldahl
(Miyazawa
Os dados obtidos foram submetidos à
análise
de
variância,
maiores
rendimentos,
condições experimentais em relação às doses
quando
de P2O5 a não aplicação de N proporcionou
significativos, aplicou-se o teste de Tukey a
melhores rendimentos, o que acarretará em
5% e realizou-se o estudo de regressão
maior economia no custo dos insumos
polinomial
Programa
agrícolas. Quando não houve aplicação de N
Estatístico “Statistical Analysis System”
o maior rendimento de MSF foi com a dose
(SAS Institute, 1996).
336 kg.ha-1 de P2O5, obtendo rendimento de
utilizando-se
e
obtiveram
o
19,84 g.4 plantas-1 de MSF, porém quando as
R E S U LTA D O S E D I S C U S S Ã O
plantas receberam adubação nitrogenada o
maior rendimento encontrado foi com a dose
328 kg.ha-1 de P2O5, tendo um rendimento
A figura 1 mostra o rendimento de
máximo de MSF de 17,34 g.4 plantas-1.
massa seca de folhas (MSF) em função da
Estes resultados são opostos aos
aplicação de P2O5 e N. A MSF do
resultados encontrados por Costa et al.
amendoinzeiro
altamente
(1996), onde trabalhando com recuperação
significativo à interação dos tratamentos aos
de pastagem de B. brizantha cv. Mandaru
quais as plantas foram submetidas, embora o
observaram que, com a interação NxP o
coeficiente de determinação não tenha sido
rendimento de massa seca da folha do capim
significativo, mostrando que o ajuste dos
foi maior onde foi aplicado N.
sofreu
efeito
dados à linha de tendência foi muito baixo.
Para
as
doses
de
fósforo
nos
Não houve efeito significativo, para a
interação dos nutrientes: fósforo e nitrogênio
Revista da FZVA.
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239
quando se avaliou a produção de massa
Santos, A.R.dos, et al.
que foi obtido na dose 497 kg.ha-1 de P2O5,
seca da haste (MSH). Essa variável se
enquanto isso, onde o N não foi aplicado o
mostrou influenciada apenas para o efeito
rendimento máximo foi na dose 422 kg.ha-1
individual das doses de fósforo e nitrogênio
de P2O5. Isso mostra a importância da
aplicadas, com alta significância (P<0,01).
interação destes nutrientes para o rendimento
As doses de fósforo promoveram um
de massa seca de raiz do amendoinzeiro.
incremento da MSH, ajustando-se ao modelo
O teor de P nas folhas (TPF)
quadrático, como mostra a figura 2. A dose
demonstrou
400 kg.ha-1 de P2O5, foi a que apresentou
interação PxN. Para as plantas que não
maior rendimento para a variável analisada.
receberam a aplicação de N os dados se
efeito
significativo
para a
Os resultados apresentados mostram
ajustaram ao modelo de regressão linear,
efeito significativo da doses de fósforo no
mostrando que a cultura do amendoinzeiro
rendimento de massa seca da haste do
na
amendoinzeiro
Latossolo
responderia a doses superiores as estudadas,
Amarelo, mostrando que esse tipo de solo
e que a cada 1 kg.ha-1 de P2O5 aplicado o
não se adéqua aos que dizem Castelán et al.
TPF aumenta 0,0011 g.kg-1. Com a maior
(2000), que citam, que em determinados
dose estudada o maior TPF encontrado foi
tipos de solos a fertilização com fósforo não
2,20 g.kg-1. Para as plantas que receberam
incrementa a produção de matéria seca.
adubação nitrogenada o comportamento da
cultivado
em
A produção de MSH sofreu efeito
ausência
observado
as
nitrogenada.
apresentaram
que
sofreram
adubação
nitrogenada
variável TPF foi diferente do comportamento
significativo à aplicação do nitrogênio, onde
plantas
de
na
ausência
Para
esse
de
adubação
tratamento
as
aplicação de N obtiveram um incremento de
respostas do amendoinzeiro se adequaram ao
cerca de 9% em relação às plantas que não
modelo quadrático, onde obtiveram maior
receberam N (Tabela 2).
TPF na dose 480 kg.ha-1 de P2O5 (Figura 4).
A massa seca da raiz (MSR) do
O teor de P na haste (TPH) não foi
amendoinzeiro sofreu influência significativa
significativo para a adubação nitrogenada,
quando submetida à interação NxP, como
porém foi significativo para a interação PxN
mostra a figura 3.
(P<0,01), como mostra a figura 5.
Onde se aplicou N o rendimento
O TPH das plantas sem aplicação de
máximo de MSR foi de 7,73 g.4 plantas-1,
N se comportou de forma quadrática e
Revista da FZVA.
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240
apresentou um ponto mínimo na dose
Santos, A.R.dos, et al.
amendoinzeiro responde a doses de P2O5
100 kg.ha-1 de P2O5. Nas plantas onde houve
maiores que as estudadas. Onde houve a
a aplicação de N o TPH se comportou de
aplicação de N as plantas tinham um ganho
forma linear, mostrandoum acréscimo de
no TPR de 0,0015 g.kg-1 a cada 1 kg.ha-1 de
43% em relação ao testemunha, diferindo
P2O5 aplicado, ou seja o dobro do que ocorre
das respostas encontradas por Costa et al.
nos tratamentoss onde não houve a aplicação
(2009),
de N. Este resultado pode estar ligado a
onde
trabalhando
com
Capim
Mandaru, verificaram que a aplicação de N
relação
sinergética
reduzia a concentração de fósforo na parte
fósforo e nitrogênio, assim, na presença da
aérea das plantas. Os resultados apresentados
adubação nitrogenada a absorção de fósforo
mostram efeito positivo para a aplicação das
foi
doses de fósforo, no teor de P e N na parte
SOUZA, 2009).
aérea da planta, o contrário do que ocorreu
O
favorecida
teor
entre
os
nutrientes
(FERNANDES,
de
N
(TNF)
nas
2006;
folhas
com Perin (2001), que trabalhando com
amendoinzeiro
amendoim forrageiro verificou que o fósforo
significativo
não influencia o teor e acúmulo de P e N no
nitrogenada. Nas parcelas onde foi aplicado
amendoinzeiro.
o N as plantas apresentaram menor TNF que
apenas
apresentou
do
para
a
efeito
adubação
Nas raizes, o teor de P encontrados
nas parcelas onde não foi aplicado N. Esse
(TPR) não sofreu influência do N aplicado
resultado foi oposto ao encontrado por Costa
isoladamente, porém respondeu ao efeito da
et al. (2009), em trabalho com Capim-
interação PxN (Figura 6).
Mandaru, onde eles observaram um aumento
O TPR para as plantas que não
receberam aplicação de N se ajustou ao
modelo linear, à medida em que se aumentou
linear no teor de N na parte aérea das plantas
com o aumento das doses de N.
Não
houve
efeito
significativo
as doses de P2O5 o teor de P nas raizes
(P>0,05) da interação PxN no TNH do
também aumentaram. Sem a aplicação de N
amendoinzeiro, o efeito observado foi
as plantas tinham um acréscimo no TPR de
apenas para as doses de P2O5 aplicadas.
0,0007 g.kg-1 a cada 1 kg.ha-1 de P2O5
Com as doses de P2O5 aplicadas
aplicado. O mesmo ajuste ocorreu para as
houve decréscimo no TNH ajustando-se ao
plantas que receberam N, na presença da
modelo de regressão linear (Figura 7). Esse
adubação nitrogenada, onde
comportamento
a planta do
foi
semelhante
ao
Revista da FZVA.
Uruguaiana, v.17, n.2, p. 233-248. 2010
241
encontrado por Silva et al. (2008), em
experimento
com
mamona,
onde
Santos, A.R.dos, et al.
aplicado N o rendimento de grãos foi
superior a 8%. Em experimento com
observaram que o aumento das doses de
amendoim Tripathi
fósforo promovia o aumento no acumulo de
usando
N nas plantas. Jeschke et al. (1997),
conseguiram aumentar a produção média de
estudando o efeito da deficiência de P na
grãos, de 1,85 para 2,09 ton.ha-1.
20
e
kg.ha-1
Moolani
de
(1971),
nitrogênio,
assimilação e transporte de nitrato e fosfato
em mamoneira observou o aumento de
CONCLUSÕES
NO3- nas plantas com o acréscimo de
fósforo na solução nutritiva.
A interação PxN promoveu efeito
significativo (P<0,01) para o teor de N na
raiz
(TNR)
do
amendoinzeiro.
O
desdobramento da interação mostra que as
plantas
que
não
receberam
adubação
nitrogenada apresentaram o teor mínimo de
N nas raizes na dose 182 kg.ha-1 de P2O5,
enquanto
as
plantas
que
receberam
adubação nitrogenada apresentaram o teor
-1
mínimo de N nas raizes de 17,54 g.kg , na
-1
dose 129 kg.ha de P2O5 (Figura 8).
A produção de grãos (PG) do
amendoinzeiro
respondeu
de
forma
significativa às doses de P2O5 isoladas. A PG
se ajustou ao modelo quadrático obtendo o
máximo de rendimento na dose 490 kg.ha-1
O rendimento de MSF em relação às
doses de fósforo foi maior nos tratamentos
onde não houve adubação nitrogenada.
A MSH não respondeu a interação
PxN.
Em relação às doses de fósforo a
massa seca de raiz foi menor onde não houve
a aplicação de N.
Onde não houve a aplicação de N a
cada 1 kg.ha-1 de P2O5 aplicado o teor de P
nas folhas aumentava 0,00011 g.kg-1.
O teor de N encontrado nas folhas e
na haste não sofreu influência significativa
da interação PxN.
A produção de grãos só sofreu efeito
isolado do fósforo e do nitrogênio aplicado.
de P2O5 (Figura 9), com o rendimento de
323,66 g.8 plantas -1.
A aplicação de nitrogênio também
REFERÊNCIAS
proporcionou efeito significativo para a PG
do amendoinzeiro (Tabela4). Onde foi
Revista da FZVA.
Uruguaiana, v.17, n.2, p. 233-248. 2010
242
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