“Escola de Chicago: - Sociedade Brasileira de Sociologia

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XI Congresso Brasileiro de Sociologia
1 a 5 de setembro de 2003, UNICAMP, Campinas, SP
Tipo da Atividade: apresentação de proposta individual em GT
Título do Artigo: “Escola de Chicago: heranças para o pensamento social contemporâneo
sobre as cidades”
Autor: Armindo dos Santos de Sousa Teodósio
Resumo
O artigo discute a contribuição da chamada “Escola de Chicago” para a formação do
pensamento social contemporâneo, com desdobramentos para os estudos urbanos. O autor
analisa o nascedouro dessa escola, destacando as idéias e concepções sociais, políticas e
filosóficas que marcaram a formação e o ambiente de investigação sociológica de seus
principais expoentes. Discute-se o conceito de “escola de pensamento”, demonstrando que,
no caso dos pesquisadores de Chicago, isso não resultava em homogeneidade de objetos de
estudos, abordagens ou mesmo técnicas de pesquisa. Justamente a partir dessa aparente
fragmentação teórica é que se encontram, simultaneamente, os elementos de crítica a essa
corrente, bem como suas principais contribuições à ampliação da compreensão e dos
métodos de análise dos fenômenos urbanos. Trata-se, paradoxalmente, de uma escola
decisiva e presente nos estudos urbanos contemporâneos, ao mesmo tempo em que não se
concentra mais integralmente em lócus algum.
I - Introdução
Quando se pensa na Escola de Chicago, o leitor habituado à releitura sociológica,
não raras as vezes, tem a impressão de se tratar de algo já conhecido e explorado em
profundidade, ou então, de uma vertente secundária e pouco relevante do pensamento
social, principalmente por causa de sua vinculação com a prática concreta de pesquisa e não
com a construção e/ou difusão de grandes complexos teóricos.
A esse leitor cabe resgatar BECKER (1996), quando afirma que a Escola de
Chicago geralmente é mais conhecida por seu nome do que pelo conteúdo do que fez
efetivamente fez. Ainda segundo o autor, não só a história das grandes idéias sobre a
sociedade deve ser estudada pela sociologia, mas também: “a história da prática da
sociologia, dos métodos de pesquisa e das pesquisas realizadas, porque não se deve tomar
como óbvio que as idéias foram as forças motrizes ou a principal realização de qualquer
escola sociológica” (p.1)
Se essa argumentação já seria capaz de justificar a reflexão em torno da
contribuição da Escola de Chicago ao pensamento sociológico contemporâneo, essa análise
adquire maior relevância na medida em que se percebe a prevalência de vários equívocos
teóricos e metodológicos em torno do que foi realmente o grupo de pesquisadoresprofessores que se reuniram em torno da problemática urbana, as influências teóricofilosóficas herdadas no nascedouro da escola e os reais desdobramentos para a pesquisa e o
exercício teórico no campo sociológico vindouro. (JOAS, 1979)
Sendo assim, o presente artigo procurará analisar o papel desempenhado pela Escola
de Chicago na formação metodológica e conceitual da teoria sociológica moderna, partindo
para tanto de um exame inicial das origens constitutivas desse centro de pesquisas, para
posteriormente discutir suas heranças e o papel desempenhado no avanço compreensivo da
sociologia contemporânea.
II – A construção de uma “Escola”
Segundo BECKER (1996), a palavra escola gera muita confusão, visto que é
possível distinguir pelos menos dois tipos de escola: as escolas de pensamento e as escolas
de atividade.
A partir de terminologia desenvolvida por GUILEMARD APUD BECKER (1996),
assume-se como Escola de Pensamento um grupo de pessoas que compartilham princípios
comuns de pensamento e abordagem científica. Mesmo que nunca tenham se encontrado
essas pessoas comporiam uma Escola de Pensamento à medida que alguém detectasse
pontos de convergência e similaridade, mesmo que muito posteriormente à existência
dessas pessoas, em torno de suas concepções e idéias.
Definitivamente, não é como Escola de Pensamento que o centro de pesquisas de
Chicago que insere na trajetória do pensamento sociológico. Como destaca TEIXEIRA
(1996), a multiplicidade de temas e formas de abordagens dos fenômenos urbanos levou ao
agrupamento de pesquisadores diferenciados e com preocupações variadas nessa Escola.
Por outro lado, o fato de não se construir como Escola de Pensamento não reduz a
magnitude da contribuição de Chicago ao pensamento sociológico.
BECKER (1996) afirma que em Chicago observou-se a chamada “Escola de
Atividade”, ainda segundo terminologia de Guillemard. Isso longe de gerar fragmentação e
ruptura do grupo, devido as divergências teórico-metodológicas, parece ter permitido uma
liberdade de experimentações e de exploração de campos de pesquisa sociológica. Como
destaca BECKER (1996, p. 3):
“Uma escola de atividade, por outro lado, consiste em um grupo de pessoas
que trabalham em conjunto, não sendo necessário que os membros da
escola de atividade compartilhem a mesma teoria; eles apenas têm de estar
dispostos a trabalhar juntos. Certas idéias vigentes na Universidade de
Chicago eram comportilhadas pela maioria das pessoas, mas não por todas;
certamente não era preciso que todos concordassem com essas idéias para
se engajarem nas atividades que realizavam.”
COULON (1995) destaca que o que se entende por Escola de Chicago nem sempre
compreende uma corrente homogênea de pensamento, no entanto, diversas características
são capazes de conferir grande unidade e um “lugar particular e distinto na sociologia
americana” (p. 7).
Para o autor, entende-se por Escola de Chicago um conjunto de
trabalhos de pesquisa sociológica realizados no período compreendido entre 1925 e 1940,
por professores e estudantes da universidade em Chicago.
Caráter distintivo também pode ser atribuído ao significativo papel desempenhado
não só por professores e pesquisadores, mas também por alunos da Universidade de
Chicago, estruturando um campo fértil e variado de estudos acerca dos fenômenos urbanos.
Segundo BECKER (1996), isso se deve sobretudo ao fato da Escola de Chicago se remeter
ao campo das pesquisas empíricas, em detrimento das grandes construções teóricas. O
reflexo disso era produzir e estimular uma grande variedade de estudos sobre a realidade
urbana de Chicago, inclusive por parte do corpo discente.
Nesse sentido, o processo de ensino-aprendizagem tinha como um de seus pilares a
pesquisa empírica, envolvendo alunos e professores. JOAS (1999, p. 146) argumenta que:
“as condições institucionais da recém-fundada Universidade de Chicago
favoreciam a opção pela pesquisa e pela interdisciplinaridade. Nessa
universidade os alunos enfatizavam o aprendizado por meio da pesquisa,
enquanto a infra-estrutura enfatizada a pesquisa cooperativa.”
Essa característica, associada ao pioneirismo dos estudos de Chicago na sociologia
americana, levaram a uma profusão de seguidores por diferentes escolas dos Estados
Unidos e mesmo do Canadá, originários de Chicago. Segundo BECKER (1996, p. 8): “é
por isso que sustento que a Universidade de Chicago era, de longe, a instituição mais
importante da época, na área de sociologia, nos Estados Unidos. Quer dizer, era a
instituição número um, e a número dois ficava muito atrás.”
Se a empiria era uma orientação para a pesquisa em Chicago, como atesta
COULON (1995), cabe ressaltar que ela não se refugiava na esfera quantitativa. Para
BECKER (1996), uma das características centrais da Escola de Chicago era não ser
puramente qualitativa ou quantitativa. Ao contrário, uma das mais importantes
contribuições dos sociólogos de Chicago foi o desenvolvimento de métodos originais de
investigação, que iam desde a utilização de documentos pessoais, passando por trabalhos
sistemáticos de campo e chegando à exploração de diferentes fontes documentais.
BECKER (1996) retrata com propriedade a visão dos pesquisadores de Chicago
quanto às diferentes estratégias metodológicas de pesquisa e sua importância para o avanço
dos métodos de investigação social:
“nós éramos muito mais ecléticos em relação a métodos do que as pessoas
que conhecíamos e que estavam em outras instituições. Assim, achávamos
que era preciso fazer entrevistas, coletar dados estatísticos, ir atrás de
dados históricos. Não havia nada demais nisso, tudo isso me parece puro
bom senso, mas muitas pessoas tinham uma espécie de apego religioso a
métodos de pesquisa.” (p. 10)
Esse desprendimento quanto à experimentação e associação de diferentes métodos
de pesquisa pode estar associado ao fato da Escola de Chicago tem se desprendido da
pretensão de construção de grandes narrativas teóricas. Se por um lado essa herança
metodológica fez avançar a compreensão do alcance e das possibilidades concretas de
pesquisa em teoria social, por outro seu legado parece ter se perdido no tempo. Os dilemas
e, se poderia dizer, os “preconceitos metodológicos” ligados à associação incondicional a
determinadas perspectivas teóricas parecem ainda versejar na sociologia contemporânea
(FUNDAÇÃO CAOLUSTE GULBENKIAN, 1996).
A multiplicidade de tendências manifesta-se não só nas temáticas acerca dos
fenômenos urbanos estudados e nos recursos e instrumentos metodológicos empregados
nas pesquisas de Chicago, mas também na busca pelo diálogo com diferentes campos de
saber. Como destaca COULON (1996, p. 24),
“devemos insistir na orientação deliberadamente muldisciplinar da
sociologia de Chicago. Os laços entre a sociologia e outras disciplinas são
múltipos e sistemáticos: em primeiro lugar, com a antropologia, com a qual
formará um único departamento até 1929; com as ciências políticas; com a
psicologia (...); e em especial com a filosofia.”
Por outro lado, o próprio COULON (1996) destaca dois pontos de convergência
claros nos estudos de Chicago: voltar-se para a temática urbana e para o trabalho de campo.
Nesse sentido, a Escola de Chicago constrói não uma sociologia especulativa, mas uma
sociologia da ação. Essa orientação ao estudo empírico é fruto, segundo vários autores que
analisaram a experiência de Chicago, do fato da primeira fase do centro estar associada a
uma sociologia humanista, fortemente impregnada de valores religiosos e comprometida
com a transformação social.
No entanto, JOAS (1999) enumera como um dos grandes equívocos a respeito da
Escola de Chicago concebê-la como unicamente interessada em promover reformas sociais
e acreditar que sua natureza específica consistia num reformismo social protestante
secularizado. Para o autor, mesmo nos textos recentes de autores de “primeira linha”, como
Tenbruck, Vidich e Lyman essa interpretação equivocada pode ser encontrada.
Segundo JOAS (1999), os acadêmicos de Chicago tinham clareza quanto à
necessidade de profissionalização das Ciências Sociais, libertando-a das tentativas de
convencimento da população quanto à gravidade dos problemas sociais e do mero
reformismo, sobretudo de cunho religioso. Por outro lado, todas as principais
personalidades da Escola de Chicago entendiam também que as ciências sociais não
deveriam renunciar às responsabilidades extracientíficas. O autor defende a idéia de que
quanto a Chicago “se poderia falar em uma posição intermediária na história da ciência
social, ou seja, uma entre a ausência de profissionalização das ciências sociais e sua
profissionalização total” (p. 143).
Outros dois equívocos de análise são associados, de acordo com JOAS (199), ao
papel desempenhado por Chicago na construção da sociologia americana moderna.
O primeiro deles diz respeito a se imaginar que a Escola adotava uma orientação
exclusivamente empírica, tendo falhado tanto em sistematizar teoricamente os resultados de
suas pesquisas quanto em considera-las meras “emanações” dos objetos pesquisados. Para
JOAS (1999), apesar de ser correto afirmar que a Escola, fiel a seu espírito fundante do
pragmatismo, enfatizava a pesquisa empírica, bem como produziu um “mosaico de estudos
semi-etnográficos” em detrimento de tratados teóricos, não pode-se perder de vista o fato
dos trabalhos de seus membros compartilharem, implicitamente, um mesmo quadro teórico.
Embora não exatamente igual em cada estudo, um esquema teórico geral fundado no
pragmatismo estava implícito em cada obra. Sendo assim, para o autor, a Escola de
Chicago “na história da ciência social, ela se postava a meio caminho entre a filosofia
social evolucionista, de caráter especulativo e inerente aos primeiros anos de sociologia, e
a moderna ciência social empírica.” (p. 142)
Além disso, a ênfase e o interesse em estudos empíricos não implicava numa
completa ausência de produção voltada à teorização. Como destaca BECKER (1996), seria
mais correto afirmar que Blumer era um autor teórico, visto que apesar de seu “evidente
interesse em assuntos empíricos, na verdade, só escreveu sobre temas teóricos”. (p.7)
Por fim, outro equívoco está em associar Chicago a um desdobramento das obras de
pensadores europeus ou toma-la como conseqüência da apropriação de idéias das obras de
sociólogos alemães. Não pode-se negar que existiam afinidades entre membros da escola e,
por exemplo, Simmel, na medida em que comungavam a idéia de que o conceito de
sociedade não poderia reduzi-la a um mero agregado de indivíduos, nem tampouco poderia
“reifica-la” numa entidade completamente transcendente em relação ao indivíduo.
No entanto, apesar da relevância do pensamento social alemão à época, operando
sua transição do historicismo para a sociologia, a etnologia e a psicologia popular, e de sua
influência na formação de várias personalidades da Escola de Chicago, é mais apropriado
afirmar, de acordo com JOAS (1999), que o quadro teórico da escola se origina de uma
linha de pensamento autenticamente americana e não de uma filosofia européia.
Essas raízes americanas do pensamento social de Chicago se erigiram a partir da
filosofia social do pragmatismo e do interacionismo simbólico, como será discutido a
seguir.
III – No rastro do pragmatismo e do interacionismo simbólico
COULON (1995) identifica no clima intelectual do nascedouro da Escola de
Chicago duas disciplinas ativas: a filosofia, representada pela corrente do pragmatismo,
cujo expoente mais significativo era John Dewey; e a sociologia. Juntamente com a vinda
de Dewey para Chicago, a escola recebeu Mead, que seria posteriormente identificado com
o chamado “interacionismo simbólico”.
Segundo JOAS (1999, p. 132) o “pragmatismo é uma filosofia da ação”. Nessa
corrente o conceito de ação nasce como tentativa de oposição ao dualismo cartesiano. Por
outro lado, o projeto teórico do pragmatismo não se alinha com o utilitarismo, apenas de
não ataca-lo por causa do problema da ação e da ordem social. “Desse empreendimento
surgiu uma compreensão da intencionalidade e da sociabilidade radicalmente diferente da
compreensão do utilitarismo” (p. 133). Tomando como base a idéia de ação auto-regulada,
a teoria pragmática da ordem social é orientada pela concepção de controle social no
sentido de auto-regulação e solução de problemas coletivos.
Mas se o pragmatismo pode ser caracterizado como uma filosofia da ação,
COULON (1995) por sua vez, arrisca a dizer que o pragmatismo também pode ser
chamado de filosofia de intervenção social. Essa intervenção se operará no sentido da
compreensão da auto-regulação e do controle social como forma de solução para os
problemas coletivas, como visto anteriormente.
Dentro do quadro teórico do pragmatismo, a atividade humana deve ser
compreendida sob três ângulos diferenciados: biológico, psicológico e ético. Daí a
importância do ensino da psicologia para o estudo da filosofia. Além disso, na filosofia
seriam encontradas referências teóricas para a solução dos problemas sociais, educativos,
econômicos, políticos ou morais da sociedade, através da utilização de métodos científicos
de pensamento.
COULON (1995) ainda destaca que os líderes da Escola de Chicago fizeram do
pragmatismo uma verdadeira “filosofia social da democracia”, tendo rebatimentos no
desenvolvimento democrático da educação, na justiça social e na ação municipal. Estavam
plantadas assim as raízes do empirismo aplicado aos problemas urbanos – locais – da
sociologia de Chicago.
Outra vertente de pensamento de grande importância na orientação sociológica
posteriormente adotada pelos pensadores de Chicago foi o chamado “interacionismo
simbólico” (JOAS, 1999 e COULON, 1995).
Tendo raízes filosóficas também no pragmatismo de Dewey, o interacionalismo
simbólico encontra seu desenvolvimento através de Mead. Orientando-se na direção inversa
da concepção durkheimiana de agente, segundo a qual o agente possui pouca ou nenhuma
capacidade para descrever os fatos sociais, os interacionistas simbólicos assumem que as
concepções construídas pelos agentes acerca do mundo social são o objeto central de
análise da investigação sociológica. (COULON, 1995)
Para Mead a noção de si (self) poderia tornar-se objeto de análise sociológica desde
que fosse concebida como interiorização do processo social através do qual indivíduos
interagem uns com os outros. A construção do self do próprio indivíduo e dos outros que o
cercam a partir da interação que se estabelece. Segundo COULON (1995), Mead procurou
“realizar uma síntese entre a abordagem individual e a macrossociológica” (p. 20). Daí a
afinidade inicial da Escola de Chicago com pensadores como Simmel, que distanciaram-se
das macro narrativas teóricas da sociologia.
Se com o interacionismo simbólico o foco da análise sociológica migra para o
agente social, concebido como “intérprete do mundo” que o rodeia, os métodos de
investigação também passam a ser orientar por esse pressuposto. Assim, a pesquisa
científica elaborada por Chicago vai gradativamente desenvolvendo estratégias de coleta de
dados que permitam a elucidação de significados postos em prática pelos agentes em seu
mundo social. Reforça-se também a importância de estudos localizados, relativos às
microrealidades sociais locais, plantada pelo pragmatismo.
IV – Heranças teórico-metodológicas de Chicago
Os anos 30 vão marcar o declínio da hegemonia de Chicago nos estudos
sociológicos americanos. A despeito disso, percebe-se contribuições fundamentais da
escola para a teoria sociológica e, principalmente, a investigação social contemporânea.
De seu enfoque acerca de temas e extremamante variados (PARK, 1987), que iam
desde a prostituição até a marginalidade e o comportamento desviante (BECKER, 1977), a
Escola de Chicago deixou suas marcas em diferentes pesquisadores e centros de pesquisa
voltados à análise do universo urbano.
As contribuições se inscrevem não apenas na esfera dos temas, até então
inexplorados pelas grandes construções teóricas da sociologia, mas também quanto aos
métodos de investigação, focados no empirismo do mundo urbano. Além disso,
contribuições teóricas também se apresentaram, como a “Ecologia Urbana” de WIRTH
(1987).
As palavras de BECKER (1986, p. 10-11) servem para finalizar a argumentação do
artigo, na medida em que traduzem os reais desdobramentos de Chicago para teoria
sociológica contemporânea:
“(....) terminada a Segunda Guerra Mundial, a Escola de Chicago, de certo
modo, deixou Chicago; (...) De modo que em determinado momento as
pessoas começaram a dizer: não, a Escola de Chicago não está em Chicago,
mas na Califórnia; ou então, ela está em Chicago, mas não na Universidade
de Chicago e sim na Northwestern University, do outro lado da cidade.
Nesse sentido, a Escola tornou-se uma espécie de perspectiva ou opinião
global, e eu não sei muito bem se seria honroso chamar essa perspectiva de
teoria, ou seria emboraço considera-la assim, porque na verdade ela é um
modo de pensar, uma maneira de abordar problemas de pesquisa que estão
muito vivos e presentes em boa parte do trabalho feito hoje em dia.”
V – Referências Bibliográficas
BECKER, H. Conferência A Escola de Chicago. In: Mana – estudos de Antropologia
Social, vol. 2, no. 2, out/ 1996, snt.
BECKER, H. Uma teoria da ação social. Rio de Janeiro: Zahar, 1977. Cap. 3 Marginais e
Desviantes, pp. 53-67.
COULON, A. A Escola de Chicago. Campinas, SP: Papirus, 1995.
FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN. Para abrir as Ciências Sociais. São Paulo:
Cortez, 1996.
JOAS, H. Interacionalismo simbólico. In: GIDDENS, A. & TURNER, J. (orgs.) Teoria
Social Hoje. São Paulo: Editora UNESP, 1999, pp. 127-174.
PARK, R. E. A cidade: sugestões para a investigação do comportamento humano no meio
urbano. In: VELHO, O. G. (org.) O fenômeno urbano. Rio de Janeiro: Guanabara, 1987,
pp. 26-67.
TEIXEIRA, L. A. Representações ambivalentes da cidade moderna: a Belo Horizonte
dos modernistas. Rio de Janeiro: IUPERJ, 1996 (tese de doutoramento em Ciências
Humanas: Sociologia), snt.
WIRTH, L. O urbanismo como modo de vida. In: VELHO, O. G. (org.) O fenômeno
urbano. Rio de Janeiro: Guanabara, 1987, pp. 90-113.
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