Aula 09 Organização Social e Objeto da Sociologia Escola de Chicago Professor: Karina Oliveira Bezerra 30 de abril de 2015 “Escola de Chicago”: processos e mundos sociais Foi um movimento sociológico que aconteceu na Universidade de Chicago em torno dos anos vinte, liderado por Robert E. Park. Caracteriza-se pela ênfase na pesquisa de campo sobre os problemas típicos das grandes metrópoles, a partir do estudo intensivo daquela cidade. Fundamenta-se em três ideias: 1) indivíduo e sociedade são realidade indissociáveis. Íntima ligação da Sociologia com a Psicologia. O conceito de Self foi elaborado por George Herbert Mead. “A impressão, muito generalizada, muito generalizada, de que as sociedades são constituídas pela simples soma de indivíduos que as compõem representa análise superficial dos problemas envolvidos. Por outro lado, dizer que as pessoas são determinadas pela sociedade é análise igualmente superficial. Fundamenta-se em três ideias: 2) A sociedade constitui um complexo sistema para cuja existência e funcionamento concorrem não apenas os fenômenos culturais, mas também os fenômenos naturais, apesar da predominância da cultura, em ultima instância. A Sociologia como uma ciência de síntese, busca uma visão global da sociedades a partir das abordagens de outras disciplinas científicas, tais como, a Economia, a Psicologia e a Biologia. Fundamenta-se em três ideias: 3) A imagem mais difundida da Escola de Chicago é a Ecologia Humana, como parte fundamental da Sociologia. Identificam significativas relações entre a situação dos indivíduos no sistema de estratificação social e a sua localização no espaço físico da cidade. Processo social O núcleo teórico da Escola de Chicago, está no conceito de processo social. Estudar a sociedade, significa, antes de mais nada, estudar seus processos: a interação (processo social geral), o contato (processo social primário), a cooperação, a acomodação, a assimilação, a competição e o conflito. Assim essa corrente concede pouca ou nenhuma importância à abordagem macroestrutural, ou seja, aos traços gerais que supostamente possibilitam a unidade de uma nação. Divergência com Weber: Se aproxima de Weber no que diz respeito à importância para a vida social dos significados coletivamente partilhados a respeito das ações humanas, mas ao mesmo tempo, dela se afasta, pelo seu sistemático desapreço pela História, que ao contrário, é fundamental no trabalho de Weber. Críticas ao conceito de Fato Social 1- Descaso pela História 2- Atitude rigorosamente positivista, expressa na ideia de que “os fatos sociais são coisas”, ou seja representam fatos tão objetivos ao sociólogo quantos os fatos naturais o são para o biólogo, o físico, o cientista da natureza em geral. E na verdade, as explicações do sociólogo resultam, quer ele tenha ou não consciência, de sua compreensão dos fatos dos quais ele, como ser social, participa. Nesse aspecto, a abordagem de Weber, através do conceito de ação social, apresenta possibilidades de captação em profundidade dos fenômenos sociais que a abordagem durkheimiana não possui. 3- Supervalorização do todo social em detrimento do indivíduo. 4- Reificação da sociedade, análoga a reificação da cultura, conforme claramente expressa na ideia de que o fato social apresenta “uma existência própria, independente das manifestações individuais que possa ter. Por fim os fenômenos sociais seriam fatos intersubjetivos, e não puramente objetivos, como defendeu Durkheim.