Faculdade de Engenharia Elétrica Universidade de Brasília Laboratório Controle Dinâmico Marco A. Egito Kit Levitação Magnética Este kit foi desenvolvido a partir de vários trabalhos de projeto final no departamento de Engenharia Elétrica da UnB. O objetivo básico é permitir a levitação estável de um rotor através da interação entre campos magnéticos gerados no rotor e nas partes fixas do kit. A maior parte (quase a totalidade) da força de sustentação do rotor é consequência da interação entre os 3 imãs permanentes; imã de base, imã do rotor e imã superior. Entretanto, como é previsto pelo teorema de Earnshaw[1] de 1842, é impossível levitar elétrica ou magneticamente um objeto de forma estável, apenas com cargas elétricas ou imãs permanentes fixos. Se colocarmos a haste do rotor dentro do diâmetro do imã de base com as faces brancas voltadas uma para a outra, percebemos uma força de repulsão considerável, facilmente capaz de superar o peso do rotor. As faces brancas correspondem ao polo norte dos imãs, por isto a repulsão observada. Se tentarmos colocar o rotor bem no centro do imã da base, verificamos que esta posição é instável e, quando solto, o rotor rapidamente se desloca até tocar numa das bordas do diâmetro interno. A colocação de um 3º imã sobre o rotor com a face branca voltada para baixo (portanto atraindo o rotor) cria uma 2ª força de sustentação, que deve ser menor do que a força de repulsão do imã da base. A introdução da 2ª força coloca o sistema mais próximo da estabilidade, porém o teorema de Earnshaw continua válido e o sistema ainda é instável. Podemos contornar os pressupostos básicos de Earnshaw e levitar o objeto utilizando materiais diamagnéticos (que tendem a repelir campos magnéticos), efeitos dinâmicos ou eletroímãs em um sistema de controle de malha fechada, o que é feito no kit. Fig1: Foto Kit Funcionamento A figura a seguir mostra, de forma esquemática, um corte lateral do sistema mostrando os 2 eletroímãs e fotodetector compondo o sistema de malha fechada que tem a função de estabilizar o equilíbrio do rotor. Na figura apenas os deslocamentos nos eixos x e z estão representados. O eixo y, normal ao plano, é idêntico ao eixo x. Conforme o rotor de desloca no sentido positivo ou negativo do eixo x, a borda do imã interfere no feixe de luz, aumentando ou diminuindo o fluxo de luz sobre Ft. O fototransistor Ft é um dispositivo que permite a passagem de corrente elétrica proporcionalmente à quantidade de luz que incide sobre ele em uma determinada faixa, no caso, luz infravermelha. Fig2: Sensor de posição Imã superior Ft luz N N N N Imã S S rotor N N N N Be N N N N Eixo Z SSSS N N N N Eixo X led N N N N N Bd N N N N N Imã base Sensor de posição Se Ft não permite passagem de corrente (está na sombra) a tensão na entrada + do operacional é dada pelo divisor resistivo entre R1 e R2, no caso próxima Fig3: Circuito sensor de posição de 3.5V. Se Ft permite passagem de corrente máxima (está totalmente exposto à luz) a tensão na entrada + do +5V R5 R4 operacional cai para algo próximo a 1.5V. A tensão na 3.3k 3.3k saída do operacional será de +2V no 1º caso e -2V no +12V R1 2º caso. O circuito completo do sensor, inclui 1 resistor de proteção do fototransistor (R3) além do -12V amplificador operacional que tem a função de deslocar 3.3k a tensão de v para variação em torno de zero, além de R3 proporcionar um ganho de +2. Os valores dos resistores R2 Ft R1, R2 e trimpot indicados, são obtidos caso a caso conforme a corrente máxima que Ft permite passar quando exposto ao máximo de luz. Valores típicos são 39K, 82K e 10K, respectivamente e o trimpot deve ser ajustado para que o valor médio do sinal Ss seja 0,00 V. Ss Atuador As bobinas Be e Bd correspondem ao atuador do sistema e estão ligadas e em série com as polaridades invertidas. Desta forma, uma corrente nas bobinas fará com que uma delas “puxe” e a outra “empurre” o rotor, isto é, as bobinas produzem uma força no sentido positivo ou negativo do eixo x, conforme a corrente através delas seja positiva ou negativa, como mostra o esquema abaixo. Fig4: Atuador O circuito que fornece a corrente das bobinas, é baseado em um único amplificador operacional numa configuração não-inversora. A Entrada Ep vem do circuito do compensador e a saída é ligada diretamente nas bobinas. O resistor Rp é uma proteção para o amplificador operacional, uma vez que a entrada Ep é acessível na placa do compensador. Também o sinal Ib é acessível e será utilizado para mostrar a corrente instantânea através das bobinas. Os transistores bipolares NPN e PNP,são de uso geral e servem para amplificar a corrente na saída de U3. Os leds LDe e LDd são uma indicação para o usuário sobre a força produzida pelo atuador, isto é, para a direita, para a esquerda ou próximo do equilíbrio se ambos estiverem apagados. Fig5: Circuito do atuador +12V +12V Ep 10k Rp NPN U3 RLd 1k PNP -12V -12V Bd Be Ib LDe LDd Rpot 1Ω Fig6: Compensador padrão Compensador O circuito de compensação fica imediatamente antes do circuito do atuador e tem a função de melhorar a resposta do sistema completo. Este circuito é implementado em uma placa menor ligada à placa principal por um cabo multivias. Na placa do compensador pode-se escolher entre o compensador padrão, mostrado ao lado, ou outro projetado pelo usuário que pode ser implementado com ou sem a utilização dos 2 amplificadores operacionais disponíveis através da placa. Rca 47k Sm Ep Cc 1uF Rba 12k Somador e Amplificador Este circuito fecha a malha de realimentação, onde um somador e um amplificador de ganho ajustável pelo usuário são incluídos na placa do compensador. A soma de sinais é feita pelos resistores Rref e Rss onde o valor de Rref é maior para compatibilizar o nível de sinal de Ss com o sinal Ref (maior) que vem do gerador de funções. O ganho pode ser alterado pelo usuário com a alteração dos resistores Rg e Rr. Fig7: Somador e amplificador Rg Rr +12V Rref 4.7k Ref Ss Bibliografia [1] Samuel Earnshaw, 1842 – http://en.wikipedia.org/wiki/Earnshaw%27s_Theorem 100Ω Rss Sm -12V Procedimento de montagem do kit – modo levitador 1- Coloque o imã de base (o maior) na pequena prateleira abaixo da mesa da base com a face branca voltada para cima. Certifique-se de que fique bem centralizado em relação à abertura central da mesa. 2- Coloque o conjunto bobinas-sensores sobre a mesa com a parte menor para cima. Certifique-se de que fique bem centralizado em relação aos 4 parafusos da mesa. Os fios do conjunto devem ficar sobre a perna esquerda da base. Este é o ponto de origem dos eixos x e y de referência. 3- Ajuste a posição do imã de base olhando verticalmente para baixo por cima do conjunto bobinassensores. Deve-se buscar um bom alinhamento vertical entre: base, imã de base, conjunto bobinassensores. 4- Coloque o rotor com a haste para baixo por dentro do conjunto bobinas-sensores e do imã de base logo abaixo deste. Cuidado com o imã do rotor que entra com pequena folga dentro do conjunto bobinas-sensores. 5- Coloque a placa do imã superior sobre o conjunto bobinas-sensores com os 4 parafusos com as cabeças para baixo. 6- Coloque o imã superior sobre a placa com a face branca para baixo. 7- Verifique se o imã do rotor está a uma boa altura (centralizado) em relação às 2 placas do conjunto bobinas-sensores, olhando horizontalmente. Para isto segure a haste do rotor tentando colocá-lo manualmente na posição de levitação. Se estiver muito baixo ou muito alto, ajuste os 4 parafusos da placa do imã superior para corrigir o problema. 8- Ligue as placas eletrônicas na ordem: – conecte a placa principal na placa dos compensadores (o cabo multivias fica direcionado para a borda mais próxima) – conecte o o cabo multivias que vem do conjunto bobinas-sensores à placa principal (o cabo fica direcionado para a borda mais próxima). – conecte o o cabo da fonte de alimentação (3 pinos) na placa principal(“letrinhas” para cima). A placa principal deve ficar “em pé” com os dissipadores de calor para baixo. – NÃO ligue ainda o cabo das bobinas! 9- Ligue a fonte de alimentação. Se tudo estiver certo, 2 dos 4 leds na parte inferior da placa principal acenderão. Estes leds estão ligados na saída dos drivers de corrente dos 2 canais e se os compensadores estiverem ligados, os leds informarão o que os sensores estão captando. Segurando a haste do rotor e colocando-o manualmente na posição de levitação, deve-se verificar se os leds se alternam para pequenos deslocamentos laterais nos eixos x e y. 10- Se o item 9 acusou um funcionamento normal, pode-se ligar o cabo das bobinas na tomada logo abaixo da tomada da fonte (4 pinos com as “janelinhas” para cima). 11- Se tudo estiver certo o rotor começará a levitar, mas provavelmente é necessário corrigir o alinhamento dos imãs de base e superior. Olhando por baixo da prateleira do imã de base, é possível ver se a haste do rotor está bem centralizada em relação ao imã de base. Corrija eventuais problemas deslocando ligeiramente o imã de base com a ponta do dedo até conseguir uma boa centralização. 12- Se o rotor estiver levitando estático (parado) os 4 leds da placa principal deverão ficar apagados. Se isto não ocorrer desloque ligeiramente o imã superior até obter este estado. Procedimento de montagem do kit – modo Estável em malha aberta 1- Remova o imã de base (o maior) da pequena prateleira abaixo da mesa da base . 2- Coloque o conjunto bobinas-sensores sobre a mesa com a parte menor para cima. Certifique-se de que fique bem centralizado em relação aos 4 parafusos da mesa. Os fios do conjunto devem ficar sobre a perna esquerda da base. Este é o ponto de origem dos eixos x e y de referência. 3- Coloque o rotor com a haste para baixo por dentro do conjunto bobinas-sensores e do imã de base logo abaixo deste. Cuidado com o imã do rotor que entra com pequena folga dentro do conjunto bobinas-sensores. A ponta inferior do rotor deve ficar apoiada sobre um azulejo de cerâmica colocado sobre a parte inferior da base. 4- Coloque a placa do imã superior sobre o conjunto bobinas-sensores com os 4 parafusos com as cabeças para baixo. 5- Coloque o imã superior sobre a placa com a face branca para baixo. 6- Verifique se o imã do rotor está a uma boa altura (centralizado) em relação às 2 placas do conjunto bobinas-sensores, olhando horizontalmente. Se necessário coloque um apoio adicional sob o azulejo. 7- Neste ponto o rotor deve ficar posicionado verticalmente sem tocar nas laterais devido à atração do imã superior. Ajuste a posição do imã superior se isto não ocorrer, pode ser necessário abaixar ou levantar o imã superior ajustando os parafusos da base deste. 8- Ligue as placas eletrônicas na ordem: – conecte a placa principal na placa dos compensadores (o cabo multivias fica direcionado para a borda mais próxima) – conecte o o cabo multivias que vem do conjunto bobinas-sensores à placa principal (o cabo fica direcionado para a borda mais próxima). – conecte o o cabo da fonte de alimentação (3 pinos) na placa principal(“letrinhas” para cima). A placa principal deve ficar “em pé” com os dissipadores de calor para baixo. – NÃO ligue ainda o cabo das bobinas! 9- Ligue a fonte de alimentação. Se tudo estiver certo, 2 dos 4 leds na parte inferior da placa principal acenderão. Estes leds estão ligados na saída dos drivers de corrente dos 2 canais e se os compensadores estiverem ligados, os leds informarão o que os sensores estão captando. 10- Ajuste com cuidado a posição lateral do imã superior para que os leds fiquem todos apagados ou alternem entre 2 opostos conforme o rotor oscila lateralmente nos eixos x e y. 11- Se o item 10 acusou um funcionamento normal, pode-se ligar o cabo das bobinas na tomada logo abaixo da tomada da fonte (4 pinos com as “janelinhas” para cima). 12- Se tudo estiver certo o rotor estabilizará rapidamente na posição central com os 4 leds apagados.. Se isto não ocorrer desloque ligeiramente o imã superior até obter este estado.