A ESTRUTURA DO MERCADO MUNDIAL DE CARNE DE CAVALO

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XLIII CONGRESSO DA SOBER
“Instituições, Eficiência, Gestão e Contratos no Sistema Agroindustrial”
A ESTRUTURA DO MERCADO MUNDIAL DE CARNE DE CAVALO E O BRASIL
ROBERTO ARRUDA DE SOUZA LIMA
Professor Doutor
CPF: 074.254.838-40
Departamento de Economia, Administração e Sociologia
Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” da Universidade de São Paulo
Av. Pádua Dias, 11 – Piracicaba/ SP – CEP 13.418-900
Tel.: (19) 3417-8705 / Fax: (19) 3434-5186
e-mail: [email protected]
HELOÍSA MARIA DE PEREIRA ORSOLINI
Graduanda em Ciências Econômicas
CPF: 220.964.408-90
Departamento de Economia, Administração e Sociologia
Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” da Universidade de São Paulo
R. Acácio Leite do Canto Jr., 40. Nova Piracicaba – Piracicaba /SP – CEP: 13405-043
Tel.: (19) 8114-9774; (19) 3423-1087 / Fax: (19) 3434-5186
e-mail: [email protected]
Grupo de pesquisa sugerido: 3 - COMÉRCIO INTERNACIONAL
Forma de apresentação: APRESENTAÇÃO EM SESSÃO SEM DEBATEDOR
Ribeirão Preto, 24 a 27 de Julho de 2005
Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural
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“Instituições, Eficiência, Gestão e Contratos no Sistema Agroindustrial”
A ESTRUTURA DO MERCADO MUNDIAL DE CARNE DE CAVALO E O BRASIL
Resumo
Com o objetivo de analisar a inserção do Brasil no mercado mundial de carne de cavalo, este
trabalho inicialmente verifica a evolução da concentração do mercado tanto exportador quanto
importador de carne de cavalo através de quatro medidas: razão de concentração, índice de
Hirschmann-Herfindahl, índice de Rosenbluth e entropia. Adicionalmente, foram analisadas a
competitividade e as vantagens comparativas dos países que compõem o Mercosul através de
indicadores de crescimento das exportações (utilizando o método do constant market share) e de
indicadores baseados nos fluxos de comércio. Observou-se um crescimento nas participações
brasileira e uruguaia no concentrado comércio mundial ao longo da última década, fato oposto do
ocorrido com a Argentina. As vendas brasileiras estão concentradas em países também
exportadores, pouco explorando os principais importadores mundiais. Nota-se também uma
elevação na vantagem comparativa para o Brasil no período. No entanto, é forte a diferença entre
os coeficientes de vantagem comparativa revelada brasileiro e dos demais países analisados,
sendo o coeficiente do Uruguai, em média, cerca do dobro do coeficiente da Argentina e dezoito
vezes maior que o do Brasil.
Palavras–chave: comércio internacional, cavalo, agronegócios, carne
1. INTRODUÇÃO
Entre os diversos setores que têm contribuído para o bom desempenho da Balança Comercial
brasileira encontra-se a produção de carne de cavalo. Embora apresentando volume total modesto
quando comparado a outras atividades (as exportações brasileiras deste produto representaram
apenas 0,3% do total das exportações brasileiras em 2002), é um setor que vem exibindo contínuo
crescimento nos últimos anos. No período entre julho de 1996 e junho de 2004, o crescimento
médio destas exportações foi de 7,3% ao mês (Figura 1). Nos 96 meses deste período, o volume
de exportações brasileiras de carne de cavalo duplicou, saltando de menos de US$ 1,3 milhões
mensais para valores próximos a US$ 2,6 milhões mensais (Orsolini e Lima, 2004).
A produção brasileira de carne de cavalo, integralmente direcionada ao mercado externo, é
realizada por apenas seis frigoríficos, distribuídos nos Estados do Rio Grande do Sul, Paraná e
Minas Gerais. Recentes investimentos foram realizados no Ceará, podendo este estado, no curto
prazo, ingressar na relação de exportadores. O volume de exportação de carne de cavalo é estável
ao longo do ano (Figura 2), não apresentando padrão de estacionalidade relevante (Orsolini e
Lima, 2004).
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Figura 1. Valor das exportações brasileiras de carne de cavalo, de julho de 1996 a junho de 2004,
em milhares de US$ (FOB).
30.000
3.500
25.000
3.000
2.500
20.000
15.000
10.000
2.000
Anual
1.500
Mensal
1.000
5.000
500
jan/04
jan/03
jan/02
jan/01
jan/00
jan/99
jan/98
jan/97
jan/96
-
Fonte: Orsolini e Lima (2004)
Obs.: No ano de 2004, foi considerado apenas o período de janeiro a junho
Índice sazonal
Figura 2. Variação estacional das exportações de carne de cavalo durante o ano, de julho a junho,
considerando o período de julho de 1996 a junho de 2004.
140
120
100
80
60
40
20
0
jul
ago set
out nov dez jan
fev mar abr mai jun
Fonte: Orsolini e Lima (2004)
Os principais destinos das exportações brasileiras são Itália e Bélgica, países que recebem mais
de 50% da produção brasileira. França, Holanda e Japão também se destacam entre os parceiros
comerciais relevantes do Brasil.
O objetivo principal deste trabalho é analisar a inserção do Brasil no mercado mundial de carne
de cavalo. Para tanto, constituem-se objetivos secundários a análise tanto do mercado de
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importação quanto de exportação deste produto, dedicando atenção especial à mensuração da
concentração destes mercados. Este estudo apresenta também, como objetivos secundários, o
exame da evolução das exportações de carne de cavalo dos países que compõem o Mercosul;
verificando a competitividade e as vantagens comparativas destes países.
2. MATERIAL E MÉTODO
Inicialmente, foram coletados dados da FAO (2004) e do Radar Comercial (MDIC, 2004) a
respeito das exportações e importações mundiais de carne de cavalo, na condição de venda FOB
(Free on Board) no período de 2000 a 2002. A partir destes dados, para mensurar a concentração,
foram utilizadas quatro medidas positivas 1 : razão de concentração, índice de HirschmannHerfindahl, índice de Rosenbluth e entropia. A metodologia para o cálculo destas medidas está
baseada em Hoffmann (1998). A utilização de várias medidas justifica-se pelo fato da teoria
econômica não fornecer elementos conclusivos para a escolha entre os vários índices (Braga &
Mascolo, 1982).
Para tanto, inicialmente foi verificada a participação de cada país tanto no mercado exportador
quanto no mercado importador, definida por:
yi =
xi
qi
em que:
yi = participação do i-ésimo país no mercado exportador (importador)
xi = volume exportado (importado) pelo i-ésimo país
q = volume total de carne de cavalo exportada (importada) no mundo
Considera-se posição dominante quando uma empresa detém pelo menos 20% de participação no
mercado (isto é, yn ≥ 0,20), controlando, assim, parcela fundamental do mercado relevante
(Mello, 2002).
Para o cálculo da razão de concentração, os valores de yi foram ordenados de maneira que y1 > y2
> ... > yn.
A razão de concentração das k maiores países exportadores (importadores) é:
CRk =
k
∑y
i
i =1
Assim, a razão de concentração dos quatro maiores países exportadores (importadores) é:
1
Medidas de concentração positivas não dependem de qualquer parâmetro comportamental, limitando-se ao nível e
distribuição de parcelas de mercado. Já as medidas normativas consideram também as preferências dos
consumidores e interesses dos produtores, visando uma avaliação social (Resende & Boff, 2002).
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CR4 = ∑ yi
i =1
Estudos empíricos, em muitos mercados de produtos industriais, freqüentemente inferem que um
CR4 igual ou maior que 60% oferece aos líderes considerável oportunidade para comportamento
oligopolístico (Leme, 1999).
Nota-se que as razões de concentração não consideram os dados da totalidade das empresas em
operação na indústria, sendo consideradas medidas de concentração parciais. A omissão das (n –
k) empresas dificulta o uso do CRk como medida de poder de mercado (Resende & Boff, 2002).
Esta deficiência é superada com a utilização de medidas sumárias, destacando-se o índice de
Hirschmann-Herfindahl, índice de Rosenbluth e entropia.
O índice de Hirschmann-Herfindahl (H) é definido por:
n
H = ∑ yi2
i =1
Para o cálculo do índice de Rosenbluth, foi considerada a ordenação das usinas, de maneira que
y1 > y2 > ... > yn. O índice de Rosenbluth (B) é:
B=
1
2∑ iyi − 1
O valor do índice de Hirschmann-Herfindahl, assim como o do índice de Rosenbluth, varia de
H = 0 (divisão igualitária entre todos países) até H = 1/n [máxima concentração, considerando
que existam n países exportando (importando) carne de cavalo].
A entropia da distribuição é definida por:
E=
n
∑ y ln y
1
i
i =1
i
O valor da entropia varia de E = 0 (mercado composto por apenas um participante) até E = ln n
[mercado composto por n países com o mesmo volume de exportação (importação)].
Como muitos países importadores são também exportadores, foi também mensurada a
concentração (através das quatro citadas medidas) considerando o valor das importações
deduzidos dos valores de exportações. Da mesma forma, foi mensurada a concentração (através
das mesmas quatro medidas) considerando o valor das exportações deduzidos dos valores de
importações.
A análise da competitividade e das vantagens comparativas dos países que compõem o Mercosul
realizou-se através de indicadores de crescimento das exportações (utilizando o método do
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constant market share) e de indicadores baseados nos fluxos de comércio. Para tanto, foram
coletados dados, junto ao MDIC (2004) e à FAO (2004), referentes às exportações e importações
anuais de carne de cavalo, na condição de venda FOB (Free on Board), no período de 1985 a
2002, dos países que compõem o Mercosul e o total mundial transacionado no mercado mundial
deste produto. Adicionalmente, foram coletados dados sobre o PIB do Brasil, Argentina e
Uruguai, junto ao IPEA (2004), BCRA (2004) e BCU (2004), respectivamente, para o mesmo
período.
Foram analisados os seguintes indicadores: posição no mercado mundial; vantagens comparativas
reveladas; e, indicador de assimetria.
Para o cálculo da Posição no Mercado Mundial (Sik) de cada país analisado, que descreve se o
país vem ganhando, perdendo ou mantendo sua posição no mercado mundial de exportação de
carne de cavalo, utilizou-se a fórmula:
Sik = (( Xik − Mik ) / wk ) ∗100
Em que:
Sik = Posição no mercado mundial de carne de cavalo;
Xik = Exportações de carne de cavalo no país i (em US$ FOB);
Mik = Importações de carne de cavalo no país i (em US$ FOB); e,
Wk = Exportações de carne de cavalo em todo o mundo (em US$ FOB).
Em seguida, construíram-se as Vantagens Comparativas Reveladas (fik), que representam a
relação entre uma participação neutra e a participação efetiva do produto no comércio total do
mesmo, corrigida pelo PIB:
f ik = yik − g ik ∗ yi
Em que:
fik = Vantagem Comparativa Corrigida pelo PIB;
yik = quociente do volume exportado de carne de cavalo no país i pelo respectivo
PIB;
gik = Participação do Comércio (exportações + importações) de carne de cavalo no
Comércio Total (exportações totais e+importações totais no país i)do País; e,
yi = Participação do saldo comercial da carne de cavalo no PIB, obtida dividindo o
volume exportado de carne de cavalo no país i pela soma das exportações
totais e importações totais no país i.
O Indicador de Assimetria (S) mostra a participação de um produto (ou grupo de produtos) nas
exportações totais do país:
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S = ∑ X ik / X i
Em que:
S = Indicador de Assimetria;
Xik = Exportação de carne de cavalo no país i; e,
Xi = Exportação total do País i.
3. RESULTADOS
3.1. Situação do Mercado Mundial de Carne de Cavalo
Tanto as exportações quanto as importações estão concentradas em poucos países. As
exportações mundiais de carne de cavalo estão concentradas em quatro países (Bélgica,
Argentina, Canadá e Estados Unidos), que responderam por mais de 50% do volume exportado
no mercado mundial (Tabelas 1 e 2).
Tabela 1. Participação dos maiores exportadores de carne de cavalo
comercializado mundialmente, no triênio 2000-02.
País
2000
2001
Bélgica
20,06% 17,46%
Argentina
18,27% 16,39%
Canadá
13,61% 12,15%
Estados Unidos
10,25%
9,74%
Brasil
7,49%
8,69%
França
6,77%
6,53%
Polônia
5,50%
6,45%
Fonte: MDIC (2004 e FAO)
no valor total
2002
15,93%
18,65%
13,30%
8,01%
7,90%
8,51%
5,93%
Tabela 2. Medidas de concentração do mercado exportador de carne de cavalo, no período de
2000 a 2002.
Medida
2000
2001
CR4
0,6220
0,5574
H
0,1200
0,1034
B
0,1222
0,1066
E
2,4014
2,5380
Fonte: Dados da Pesquisa
2002
0,5639
0,1057
0,1055
2,5449
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É interessante observar que muitos países exportadores são também importadores. Ao se calcular
as exportações líquidas (valor das exportações deduzido o valor das importações), nota-se que o
mercado permanece concentrado, mas há alteração entre os principais países. As exportações
mundiais de carne de cavalo líquidas das importações estão concentradas em quatro países
(Argentina, Canadá, Estados Unidos e Brasil), que responderam em 2002 por 72% do volume
exportado líquido no mercado mundial (Tabelas 3 e 4).
Tabela 3. Participação dos maiores exportadores líquidos de carne de cavalo em nível mundial,
no triênio 2000-02.
País
2000
2001
Argentina
27,40% 24,65%
Canadá
20,41% 18,27%
Estados Unidos
15,37% 14,61%
Brasil
11,23% 13,07%
Polônia
8,25%
9,67%
Uruguai
5,61%
6,78%
Austrália
4,97%
4,26%
Fonte: MDIC (2004) e FAO (2004)
2002
28,05%
20,01%
12,01%
11,89%
8,92%
4,42%
4,20%
Tabela 4. Medidas de concentração do mercado exportador de carne de cavalo, líquido de
importações, no período de 2000 a 2002.
Medida 2000
2001
CR4
0,7441 0,7071
H
0,1664 0,1493
B
0,1744 0,1547
E
2,0375 2,1561
Fonte: Dados da Pesquisa
2002
0,7196
0,1606
0,1581
2,1388
No caso das exportações, o mercado mundial é composto por 46 países. Desta forma, o valor
mínimo possível dos índices de Hirschmann-Herfindahl e de Rosenbluth seria 0,0217, enquanto
que o valor máximo possível da Entropia seria de 3,8286.
Assim como o mercado exportador, o mercado importador de carne de cavalo também apresenta
concentração. As importações mundiais de carne de cavalo estão concentradas em três países
(França, Bélgica e Itália), que juntos respondem por mais de 60% do volume importado no
mercado mundial (Tabelas 5 e 6).
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Tabela 5. Participação dos maiores importadores de carne de cavalo
comercializado mundialmente, no triênio 2000-02.
no valor total
País
2000
2001
2002
França
28,93%
28,09%
26,76%
Bélgica
24,41%
23,60%
22,52%
Itália
15,07%
18,17%
17,72%
Suíça
8,59%
8,01%
8,23%
Japão
8,40%
6,47%
5,50%
Holanda
7,16%
5,60%
4,05%
Rússia
1,73%
1,79%
6,68%
Fonte: MDIC (2004) e FAO (2004)
Tabela 6. Medidas de concentração do mercado importador de carne de cavalo, no período de
2000 a 2002.
Medida 2000
2001
CR4
0,7700 0,7787
H
0,1865 0,1841
B
0,1925 0,1906
E
1,9296 1,9426
Fonte: Dados da Pesquisa
2002
0,7523
0,1718
0,1794
2,0035
Ao se calcular as importações líquidas (valor das importações deduzido do valor das
exportações), nota-se que o mercado é ainda mais concentrado. Quatro países (França, Itália,
Suíça e Japão em 2000 e 2001; e, França, Itália, Suíça e Rússia em 2002) responderam por mais
de 75% do volume importado líquido no mercado mundial (Tabelas 7 e 8).
Tabela 7. Participação dos maiores importadores de carne de cavalo no valor comercializado
mundialmente líquido de exportações, no triênio 2000-02.
País
2000
2001
França
33,24%
32,43%
Itália
22,09%
26,95%
Suíça
12,89%
12,05%
Japão
12,60%
9,73%
Holanda
7,05%
5,08%
Bélgica
6,51%
9,24%
Rússia
2,59%
1,79%
Fonte: MDIC (2004) e FAO (2004)
2002
27,46%
26,09%
12,38%
8,27%
2,73%
9,90%
10,05%
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Tabela 8. Medidas de concentração do mercado importador de carne de cavalo, líquido de
exportações, no período de 2000 a 2002.
Medida
2000
2001
CR4
0,8082
0,8116
H
0,2018
0,2134
B
0,2096
0,2211
E
1,8430
1,7842
Fonte: Dados da Pesquisa
2002
0,7597
0,1865
0,1968
1,8832
No caso das importações, o mercado mundial é composto por 28 países. Desta forma, o valor
mínimo possível dos índices de Hirschmann-Herfindahl e de Rosenbluth seria 0,0357, enquanto
que o valor máximo possível da Entropia seria de 3,3322.
3.2. Indicadores de competitividade e de vantagens comparativas
Dentre os países do Mercosul, o Paraguai apresentou exportações esporádicas no período
estudado, sempre em volumes muito inferiores aos demais países do Mercosul. Desta forma,
foram analisados os dados referentes apenas ao Brasil, Argentina e Uruguai.
Tabela 9. Evolução das exportações (em US$ mil FOB) e do Indicador de Assimetria, no Brasil,
Argentina e Uruguai, no período de 1985 a 2002.
Ano
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
Ano
Exportações (em US$ mil FOB)
Brasil
Argentina Uruguai
16.207
38.287
1.569
8.723
32.570
918
4.237
33.796
917
4.836
41.416
1.166
5.726
44.712
3.681
5.139
45.022
6.488
8.886
58.353
7.954
13.943
53.085
9.983
18.295
67.098
11.395
15.832
66.088
9.625
17.945
68.189
8.790
Indicador de Assimetria (S)
Brasil
Argentina Uruguai
0,063%
0,456%
0,124%
0,456%
0,475%
0,060%
0,124%
0,531%
0,057%
0,039%
0,453%
0,064%
0,475%
0,467%
0,186%
0,060%
0,364%
0,297%
0,016%
0,487%
0,343%
0,531%
0,434%
0,379
0,057%
0,512%
0,397
0,014%
0,417%
0,279%
0,453%
0,325%
0,240%
Exportações (em US$ mil FOB)
Brasil
Argentina Uruguai
Indicador de Assimetria (S)
Brasil
Argentina Uruguai
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1996
21.309
1997
17.511
1998
20.612
1999
19.198
2000
19.475
2001
27.242
2002
21.894
Fonte: Dados da pesquisa
63.520
69.523
60.804
59.077
52.778
58.206
48.180
10.337
11.126
10.173
8.864
11.635
14.276
8.080
0,064%
0,017%
0,467%
0,186%
0,016%
0,364%
0,297%
0,267%
0,263%
0,230%
0,253%
0,200%
0,219%
0,188%
0,256%
0,249%
0,229%
0,235%
0,300%
0,419%
0,300%
Houve um crescimento nas participações brasileira e uruguaia no comércio mundial ao longo da
última década, fato oposto do ocorrido com a Argentina, que teve sua participação reduzida
(Tabela 10 e Figura 3). Ao longo deste período, houve uma elevação na vantagem comparativa
para o Brasil no período. Nota-se que é significativa a diferença entre os coeficientes de
vantagem comparativa brasileiro e dos demais países analisados, sendo o coeficiente do Uruguai,
em média, cerca do dobro do coeficiente da Argentina e dezoito vezes maior que o do Brasil
(Tabela 10 e Figura 4)
Tabela 10. Evolução da Posição no Mercado Mundial e Vantagem Comparativa Revelada, para
Brasil, Argentina e Uruguai, no período de 1985 a 2002.
Posição no Mercado Mundial (Sik)
Brasil
Argentina Uruguai
1985
8,39
19,83
0,81
1986
4,34
16,21
0,46
1987
1,69
13,44
0,36
1988
1,60
13,69
0,39
1989
1,67
13,08
1,08
1990
1,41
12,34
1,78
1991
2,34
15,38
2,10
1992
3,72
14,17
2,66
1993
4,42
16,20
2,75
1994
4,44
18,55
2,70
1995
4,68
17,79
2,29
1996
5,17
15,46
2,52
1997
4,57
18,16
2,91
1998
5,67
16,73
2,80
1999
5,47
16,84
2,53
2000
5,95
16,13
3,56
2001
6,56
14,01
3,44
2002
6,53
14,36
2,41
Fonte: Dados da pesquisa
Ano
Vantagem Comparativa (fik)
Brasil
Argentina Uruguai
0,052
0,271
0,292
0,026
0,251
0,136
0,011
0,297
0,117
0,010
0,240
0,137
0,010
0,356
0,406
0,009
0,158
0,607
0,018
0,251
0,658
0,026
0,254
0,759
0,034
0,318
0,768
0,025
0,296
0,559
0,026
0,259
0,457
0,029
0,233
0,506
0,023
0,254
0,512
0,028
0,221
0,463
0,036
0,218
0,438
0,033
0,182
0,603
0,052
0,188
0,803
0,042
0,245
0,627
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“Instituições, Eficiência, Gestão e Contratos no Sistema Agroindustrial”
Figura 3. Evolução da Posição no Mercado Mundial para Brasil, Argentina e Uruguai, período de
1985 a 2002.
25
20
S Brasil
S Argentina
S Uruguai
15
10
5
01
20
99
19
97
19
95
19
93
19
91
19
89
19
87
19
19
85
0
Fonte: Dados da pesquisa
Figura 4. Evolução da Vantagem Comparativa, para Brasil, Argentina e Uruguai, período de 1985
a 2002.
1
0,8
f Brasil
f Argentina
f Uruguai
0,6
0,4
0,2
01
20
99
19
97
19
95
19
93
19
91
19
89
19
87
19
19
85
0
Fonte: Dados da pesquisa
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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“Instituições, Eficiência, Gestão e Contratos no Sistema Agroindustrial”
O mercado mundial de carne de cavalo apresenta-se concentrado em poucos países, tanto na
exportação quanto na importação. Uma ressalva relevante aos resultados obtidos é que todos se
referem à concentração por país de origem (no caso das exportações) ou de destino (no caso das
importações) da carne eqüina e não de acordo com os diferentes Grupos Econômicos, que podem
estar presentes em diversos países. Assim, o mercado pode ter sido definido, neste estudo, de
forma muito ampla, de modo que os resultados podem estar subestimando a concentração
econômica (Scherer & Ross, 1990). Isto poderia resultar em estrutura mais favorável a condutas
de oligopólio.
Embora o Brasil apareça como um dos principais exportadores mundiais e venha apresentando
melhora nos diversos indicadores, como elevação na sua participação no mercado mundial e na
vantagem comparativa com relação aos países do Mercosul, as vendas brasileiras estão
concentradas em países também exportadores, como Itália e Bélgica, pouco explorando os
principais importadores mundiais (como a Rússia e Suíça).
Observa-se, assim, que há espaço para o crescimento das exportações brasileiras de carne de
cavalo, mas, para tanto, é necessário continuar elevando a competitividade, buscando uma maior
aproximação aos índices atingidos pelos demais países do Mercosul, assim como explorar melhor
os principais mercados importadores, como, por exemplo, a Rússia.
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