DIVULGANDO CONCEITOS DE MICROBIOLOGIA NA ESCOLA Mayara Marques de Souza(1), João Nunes Maidana Junior(2), Diogo da Rosa Viana(3), Mayume de Freitas Fantti(4), Vanessa Bley Ribeiro(5), Cheila Denise Ottonelli Stopiglia(6) (1) Acadêmica do curso de Enfermagem da Universidade Federal do Pampa; Uruguaiana, Rio Grande do Sul; [email protected]; (2) Acadêmico do curso de Enfermagem e bolsista de extensão do Programa de Desenvolvimento Acadêmico da Universidade Federal do Pampa; Uruguaiana, Rio Grande do Sul; [email protected]; (3) Acadêmico do curso de Enfermagem da Universidade Federal do Pampa; Uruguaiana, Rio Grande do Sul; [email protected]; (4) Acadêmica do curso de Fisioterapia, Universidade Federal do Pampa; Uruguaiana, Rio Grande do Sul; [email protected]; (5) Co-orientador; Docente da Universidade Federal do Pampa, Uruguaiana, Rio Grande do Sul; [email protected]; (6) Orientador; Docente da Universidade Federal do Pampa, Uruguaiana, Rio Grande do Sul. RESUMO: O estudo da microbiologia necessita de propostas inovadoras aos conteúdos ministrados em sala de aula, como meio alternativo ao padrão expositivo que é observado em muitas escolas. No entanto, este trabalho teve como objetivo desenvolver aulas dinamizadas e atrativas, na expectativa de divulgar a microbiologia na escola e despertar o interesse dos alunos por essa temática. As atividades desenvolveram-se em uma escola da rede pública do município de Uruguaiana, Rio Grande do Sul, com alunos pertencentes ao ensino fundamental, no período de junho a julho do ano de 2015. Todo o contexto foi organizado pelos orientadores e acadêmicos do curso de enfermagem, fisioterapia e farmácia. Realizaram-se encontros na escola, os quais foram constituídos por breve explanação teórica acerca de uma temática específica da microbiologia, seguidos por atividades práticas com intenção de facilitar o entendimento do aluno. Por fim, percebeu-se que esta intervenção mostra ampliar o conhecimento dos alunos acerca da microbiologia, influencia a melhoria de hábitos de higiene e conscientiza quanto à prevenção de doenças, além de divulgar a microbiologia de uma forma simples e divertida, despertando a curiosidade e o interesse dos alunos. Palavras-Chave: microbiologia, ensino, extensão, higiene, patógenos microbianos. INTRODUÇÃO O conhecimento sobre microbiologia é de extrema importância à vida humana. No currículo das ciências biológicas, o estudo da microbiologia necessita de propostas inovadoras aos conteúdos ministrados em sala de aula, como meio alternativo ao padrão expositivo que é utilizado em muitas escolas (SILVA; BASTOS, 2012). Ao relacionar a microbiologia ao cotidiano, o aluno passa a estabelecer uma correspondência entre os fenômenos descritos teoricamente àqueles que ocorrem na sua realidade, garantindo a eficácia na aprendizagem e, por conseguinte, oportuniza uma melhor qualidade de vida pela aquisição de um conhecimento contextualizado (KIMURA et al., 2013). Tratar de seres invisíveis aos nossos olhos instiga muita curiosidade nas crianças que estão recém introduzindo aos estudos de ciências. As atividades práticas podem dar uma contribuição valiosa para a compreensão do meio natural, através do reconhecimento, da explicitação e da previsão dos processos básicos que nele ocorrem, contribuindo assim, para despertar o interesse e a preocupação por esses temas e levar à descoberta da interdependência indivíduo–meio (DOURADO, 2001). Em sala de aula, habitualmente, a microbiologia, mesmo que implícita, restringe-se apenas a transmissão de informações. Dessa forma, a falta de contato do aluno com a prática pode deixar uma enorme lacuna neste aprendizado. Diante do exposto, este trabalho teve como objetivo desenvolver aulas dinamizadas e atrativas, na expectativa de divulgar a microbiologia na escola e despertar o interesse dos alunos por essa temática. METODOLOGIA As atividades foram realizadas em uma escola da rede pública municipal de Uruguaiana – RS, com alunos pertencentes ao 5ª e 6ª ano do ensino fundamental. Foram realizados três encontros com cada turma, no período de junho a julho de 2015, com tempo de permanência de cerca de uma hora e meia, variando de acordo com a atividade prática proposta no dia. Todo o contexto foi organizado com antecedência pela equipe composta por dois orientadores (professores) e cinco acadêmicos dos cursos de enfermagem, farmácia e fisioterapia da Universidade Federal do Pampa, campus Uruguaiana, sendo os acadêmicos, responsáveis pelo desenvolvimento e execução das atividades. Cada encontro foi constituído por uma breve explanação teórica acerca de uma temática específica da microbiologia, e posteriormente foi desenvolvida uma atividade prática sobre o tema tratado, com intenção de facilitar o entendimento do aluno (Tabela 1). Anais do VII Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão – Universidade Federal do Pampa Tabela 1. Atividades propostas para os alunos. Encontro Tema proposto 1º O que é Microbiologia? Principais características de bactérias, vírus, fungos e protozoários. 2º Doenças causadas por bactérias, vírus, fungos e protozoários. 3º Doenças Sexualmente Transmissíveis. (Fonte: elaborado pelo autor) No primeiro encontro foi realizado um pré-teste, incluindo perguntas abertas sobre os temas que foram expostos no decorrer das atividades, a fim de verificar o conhecimento dos alunos perante a microbiologia e sobre doenças causadas por micro-organismos. Após este, além do conceito de microbiologia, explanaram-se brevemente alguns micro-organismos, como bactérias, vírus, fungos e protozoários, a fim de discutir onde os encontramos, benefícios ou malefícios e ainda, medidas de higiene e de prevenção. Foram apresentados vídeos mostrando a propagação bacteriana e fúngica. No segundo encontro, realizamos com uma breve explanação teórica com relação às principais doenças causadas por micro-organismos, incluindo sintomas, meio de transmissão, prevenções e tratamento, e também, contextualizando conceitos e rebuscando a história do surgimento de algumas doenças. Para este, fez-se uso de um notebook, um projetor do tipo datashow. A atividade prática relacionou as doenças em pauta, com seu causador e sintomas ou precauções, através de “placas”, constituídas por: Agentes etiológicos; Nome das doenças e Sintomas ou precauções. Quatro alunos voluntários foram posicionados a frente do grupo e foram nomeados com uma placa dos causadores. Posteriormente, solicitamos um aluno que estivesse com uma placa com o nome da doença, e este deveria colocar a placa no seu respectivo agente etiológico. O aluno que estivesse com os sintomas ou precauções da doença citada, se manifestaria e juntaria sua placa à doença pertencente àquelas características. Desta forma, a dinâmica seguiu até que todos os alunos estivessem relacionado todas as suas placas. No último encontro, utilizaram-se um notebook e um datashow com a finalidade de expor conceitos das principais Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST’s), explanando sintomas e tratamentos, focando no principal método de prevenção: o preservativo; e utilizando de imagens reais para demonstrar as características de cada doença. Para a atividade prática, foram distribuídos pirulitos, e após todos estarem desfrutando do mesmo, foi sugerido que os mesmos trocassem de pirulito com o colega, o que, automaticamente, foi negado. Posteriormente, foi realizado um pós-teste, contendo perguntas abertas sobre microbiologia. RESULTADOS E DISCUSSÃO As atividades abrangeram um total de 38 alunos, na faixa etária entre nove e onze anos. Na análise dos erros e acertos, o pré-teste apresentou faixa de acertos de 18,9% e o pós-teste, de 77,8%, demonstrando que ocorreu aprendizado de forma significativa sobre os temas abordados. Além disso, foi observada uma grande interação dos alunos nas atividades propostas, e dessa forma, a microbiologia foi divulgada na escola de uma forma mais envolvente. CONCLUSÕES Este projeto mostrou ampliar o conhecimento dos alunos acerca da microbiologia, influenciando a melhoria de hábitos de higiene e conscientização quanto à prevenção de doenças, divulgando a microbiologia de uma forma simples e divertida, e assim, despertando curiosidade e interesse dos alunos. REFERÊNCIAS DOURADO, L. (2001). O Trabalho Prático no Ensino das Ciências Naturais: Situação actual e implementação de propostas inovadoras para o Trabalho Laboratorial e o Trabalho de Campo. Tese de Doutoramento, Universidade do Minho. KIMURA, A.H., OLIVEIRA, G.S., SCANDORIEIRO, S., SOUZA, P.C., SCHURUFF, P.A., MEDEIROS, L.P. et al. Microbiologia para o ensino médio e técnico: contribuição da extensão ao ensino e aplicação da ciência. Revista Conexão UEPG, 9(2), 254-267, 2013. SILVA, M. S.; BASTOS, S. N. D. Ensino de microbiologia: percepção de docentes e discentes nas escolas públicas de Mosqueiro, Belém, Pará. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENSINO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE E DO AMBIENTE, 3., 2012 Niterói. Anais. Niterói: UFF. 2012. Anais do VII Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão – Universidade Federal do Pampa