4º Congresso de Extensão Universitária Educação 184 - PRÁTICAS DE ACOLHIMENTO AO ALUNO SURDO EM CLASSE INCLUSIVA: ENFOQUE NA COMUNICAÇÃO Claudia Regina Mosca Giroto (Faculdade de Filosofia e Ciências, UNESP, Marília), Kate Mamhy Oliveira (Faculdade de Filosofia e Ciências, UNESP, Marília), Marília Piazzi Seno Gonçalves ( , , ), Sandra Eli Sartoreto de Oliveira Martins (Faculdade de Filosofia e Ciências, UNESP, Marília ), Janaina Miron Saraiva (Faculdade de Filosofia e Ciências, UNESP, Marília) [email protected] Introdução: Ao considerarmos que por meio da linguagem o sujeito se apropria dos conhecimentos cotidianos e científicos, sendo a responsabilidade por esses últimos freqüentemente atribuída à escola, facilmente compreendemos que o surdo enfrenta grandes problemas, visto que a comunicação ainda é considerada o maior obstáculo para a sua inclusão. Objetivos: Assim, esse estudo problematiza o acolhimento, por parte de alunos ouvintes, a alunos surdos que freqüentam classe inclusiva. Métodos: Para a realização das entrevistas pré e pós o desenvolvimento das atividades selecionamos, em sete classes de escolas públicas, um aluno surdo que faz uso de LIBRAS e dez alunos ouvintes de cada classe: cinco indicados pelo respectivo professor como aqueles que mantinham mais contato e cinco apontados como os que mantinham menos contato com o colega surdo. Em cada classe têm sido realizadas cinco atividades escolhidas com base na literatura enfatizando os seguintes temas: função auditiva e conceituação sobre surdez (“telefone sem fio”), ruído e medidas para minimizar a competição sonora (“ditado mudo”), posicionamento para a comunicação com o surdo com ênfase na LOF e linguagem corporal (“jogo da mímica” e “palavras articuladas”) e outras formas de comunicação (“história contada em LIBRAS”). Resultados: A análise dos dados tem indicado, quanto aos ouvintes, que a participação nessas atividades tem possibilitado: maior aproximação lingüística com os colegas surdos, a desconstrução da idéia de que o surdo não pode se comunicar se não utilizar a oralidade, a adoção de medidas para a redução do ruído ambiental, melhor posicionamento durante a comunicação em sala de aula e maior curiosidade em aprender sinais da LIBRAS para facilitar a interlocução com os surdos. Os alunos surdos também têm relatado: maior aproximação com os colegas ouvintes, maior empenho, por parte dos ouvintes, em facilitar a interlocução e sentiram-se mais aceitos. Desse modo, temos observado que a linguagem, explorada em suas diversas modalidades, pode se converter em uma forma de trabalho conjunto no que se refere à atribuição de sentidos ao que é falado, escrito e/ou sinalizado.