Resumo

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V Congresso Estadual de Iniciação Científica e Tecnológica do IF Goiano
IF Goiano- Campus Iporá
21 a 23 de setembro de 2016
MELHORAMENTO GENÉTICO DE PIMENTAS (Capsicum chinense)
ADAPTADAS ÀS CONDIÇÕES DO CENTRO E NORTE GOIANO
FARIA, Layanny Robert1; VALE, Luís Sérgio Rodrigues2; VIRTUOSO, Marcos Claudio da
Silva3
Graduando em Agronomia - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano – Campus Ceres - GO.
[email protected]; 2 Orientador – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano – Campus
Ceres - GO. [email protected]; 3 Mestrando em Melhoramento de Plantas UNESP – SP.
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RESUMO: O mercado de pimentas é um grande seguimento da economia agrícola brasileiro podendo ser
utilizadas de várias formas. Objetivou-se obter um genótipo de pimenta tipo bode adaptado às condições
edafoclimáticas do Centro e Norte de Goiás. O IF Goiano – Campus Ceres possui um banco de germoplasma
(BAG) de pimenta que hoje conta com 319 acessos, entre estes, um acesso do grupo bode foi selecionado para o
programa de melhoramento genético. As plantas foram cultivadas em casa de vegetação e as flores foram
autofecundadas quando em florescimento, sendo as mesmas protegidas com papel alumínio e sacos de papel
para impedir a polinização cruzada e garantir a autofecundação a partir do método SSD (do inglês “Single Seed
Descent”) Descendente de uma Única Semente. Obteve-se na quarta geração ou ciclo de autopolinização um
genótipo de pimenta do tipo “bode” com homozigose de 93,73% e na quinta geração plantas com 96,85%.
Palavras-chave: Pimenta, germoplasma, autopolinização.
INTRODUÇÃO
As espécies de pimentas e pimentões do
gênero Capsicum são originárias das Américas e
já eram consumidas há mais de 7.000 anos no
México. Segundo Carvalho et al., (2006), quando
descobriu-se o Brasil, observou-se que algumas
tribos indígenas utilizavam a pimenta moída
misturada às cinzas como eficiente método de
conservação de sementes de outras espécies
tradicionalmente cultivadas.
No Estado de Goiás, a pimenta ocupa
posição de destaque, sendo a Ceasa de Goiânia a
única central de abastecimento do país a
discriminar todos os tipos de pimenta e fazer as
cotações separadamente (RIBEIRO, 2008). Nos
últimos anos a área cultivada com pimenta
aumentou de forma significativa, principalmente
em pequenas propriedades, envolvendo os
diversos tipos de pimenta. Em assentamentos
rurais do Estado de Goiás, o SEBRAE vem
acompanhando e incentivando a expansão da
cultura em vários municípios, entre estes,
destacam-se: Itaberaí, Goiás, Minaçu, Abadiânia,
Nerópolis e Itapuranga.
Acredita-se que existam cerca de 30
espécies no gênero Capsicum, mas apenas cinco
são domesticadas e quatro destas ocorrem no
Brasil. As demais são semi domesticadas ou
silvestres (REIFSCHNEIDER et al., 1998). Uma
das maiores características desse gênero é a alta
variabilidade em termos de tipo de frutos, cor,
forma, tamanho e intensidade da picância (BLAT,
2004). Boa parte dessas espécies faz parte do
patrimônio genético da biodiversidade do Brasil.
O objetivo do trabalho foi obter um
genótipo de pimenta tipo Bode adaptado às
condições edafoclimáticas do Centro e Norte de
Goiás a partir da seleção e melhoramento de um
acesso do Banco de Germoplasma do IF Goiano –
Campus Ceres.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido em casa de
vegetação e no setor experimental do Instituto
Federal Goiano – Campus Ceres, em Ceres, GO,
no período de agosto de 2015 a agosto de 2016.
Foi selecionado acessos da espécie chinense para
o programa de melhoramento genético, por então
apresentar características superiores relacionadas
a uniformidade de plantas e frutos.
A semeadura foi realizada em bandejas
de isopor de 128 células contendo substrato
comercial PlantmaxR e uma semente por célula.
Quando as mudas atingiram entre 10 e 15 cm de
altura e 4 a 6 folhas foram transplantadas para
vasos com capacidade de 10,0 L de substrato.
As plantas quando floridas foram
autofecundadas, ou seja, na antese floral fez-se a
cobertura das flores com sacos de papel e papel
alumínio para garantir a autopolinização. Este
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V Congresso Estadual de Iniciação Científica e Tecnológica do IF Goiano
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procedimento foi realizado em cada ciclo (4º e 5º)
para impedir a polinização cruzada, possibilitando
assim a continuidade do método de melhoramento
genético SSD. Os frutos identificados foram
colhidos quando maduros e suas sementes
extraídas e guardadas no banco de germoplasma
(BAG) do IF Goiano - Campus Ceres.
Os frutos O.P (Open pollination), que são
os frutos de polinização aberta, ou seja, aqueles
que não receberam cobertura com papel alumínio
também foram colhidos, feita a extração e a
secagem das sementes. As sementes foram
armazenadas no BAG.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
As plantas de pimenta Capsicum chinense
(Figura 1) apresentaram um grau de homozigose
de 96,85% na quinta geração ou ciclo de
autopolinização. De acordo com Gardner (1974),
a primeira geração de autopolinização de plantas
heterozigotas (Dd) a proporção genética será de
1DD: 2Dd: 1dd ou em termos fracionários ¼ DD:
½ Dd: ¼ dd ou ainda em porcentagem a
proporção será de 50% de homozigose e 50% de
heterozigose. Já na segunda geração apenas 25%
da carga genética será heterozigota e 75%
homozigota. Seguindo essa progressão a quinta
geração é de 96,87 % de homozigose e apenas
3,13% heterozigose.
vários lugares do país para avaliar as
características agronômicas das plantas e
posteriormente, na obtenção de resultados
positivos serão realizadas a Proteção e o Registro
no MAPA.
CONCLUSÃO
Obteve-se um material genético de
pimenta tipo Bode na quinta geração com um grau
de homozigose de 96,85%.
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao IF Goiano – Campus Ceres
pela bolsa PIBITI e pelo espaço e apoio cedido
para execução do projeto de pesquisa.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BLAT, S. F. Herança da reação de Capsicum ao
oídio (Leveillulataurica), Tese Doutorado.
ESALQ, Piracicaba, 2004, 153.
CARVALHO, S. I. C. da., BIANCHETTI, L. de
B., RIBEIRO, C. S. da C., LOPES, C. A.
Pimentas do Gênero Capsicum no Brasil.
Brasília: Embrapa-Hortaliças, 2006, 27p.
GARDNER, E. J., PrinciplesofGenetics. Utah
State University, 1974. 503p
REIFSCHNEIDER, F. J. B.; RIBERIO, C. S.; In:
LOPES, C. A. Pepper Production And Breeding
In Brazil, And A Word On Eggplants - Present
Situation And Prospects. CAPSICUM AND
EGGPLANT NEWSLETTER, v. 17, p. 13-18,
1998.
RIBEIRO, C. S. C. Pimentas: Capsicum. v.
único, Embrapa Hortaliças, Brasília - DF, 2008.
200 p.
Figura 1. Plantas de pimentas em quinta
geração do melhoramento.
Pôde-se observar uma evolução de
homogeneidade no desenvolvimento das plantas
se comparadas com o primeiro ciclo do
melhoramento. Tal característica adicionada às
adaptações edafoclimáticas das plantas ao Centro
e Norte do estado de Goiás podem,
consequentemente, acarretar em materiais que
atendam às necessidades dos pequenos produtores
da região ou até mesmo, produções em grande
escala.
Deste modo, após a realização da quinta
autopolinização das flores e a colheita dos frutos e
sementes, tem-se a obtenção das linhagens de
pimentas bode. Estas linhagens serão testadas em
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