Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Gerontologia A AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA EM IDOSOS SUBMETIDOS À ARTROPLASTIA TOTAL DE JOELHO DEVIDO OSTEOARTROSE. Autora: Leila Cristina Lima de Freitas Orientadora: Profa. Dra. Maria Liz Cunha de Oliveira Brasília - DF 2015 LEILA CRISTINA LIMA DE FREITAS A AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA EM IDOSOS SUBMETIDOS À ARTROPLASTIA TOTAL DE JOELHO DEVIDO OSTEOARTOSE Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação Stricto Sensu em Gerontologia da Universidade Católica de Brasília, para obtenção do Título de Mestre em Gerontologia. Orientadora: Profa. Dra. Maria Liz Cunha de Oliveira Brasília 2015 F866a 7,5cm Freitas, Leila Cristina Lima de. A avaliação da qualidade de vida em idosos submetidos à artroplastia total de joelho devido osteoartose. / Leila Cristina Lima de Freitas – 2015. 54 f.; il.: 30 cm Dissertação (Mestrado) – Universidade Católica de Brasília, 2015. Orientação: Profa. Dra. Maria Liz Cunha de Oliveira 1. Gerontologia. 2. Idosos. 3. Osteoartrose. 4. Artroplastia total. 5. Qualidade de Vida. I. Oliveira, Maria Liz Cunha de, orient. II. Título. CDU 613.98 Ficha elaborada pela Biblioteca Pós-Graduação da UCB Dissertação de autoria de Leila Cristina Lima de Freitas, intitulada “AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS SUBMETIDOS À ARTROPLASTIA TOTAL DE JOELHO DEVIDO OSTEOARTROSE”, apresentada como requisito para obtenção do grau de mestre no Programa de Gerontologia da Universidade Católica de Brasília, em 12 de março de 2015, defendida e aprovada pela banca examinadora abaixo assinada: _________________________________________________________ Profa. Dra. Maria Liz Cunha de Oliveira Orientadora Programa de Gerontologia - UCB _________________________________________________________ Profa. Dra. Gislane Ferreira de Melo Programa de Gerontologia - UCB ________________________________________________________ Profa. Dra. Alessandra da Rocha Arrais Mestrado Profissional e, Ciências para a Saúde – FEPECS Brasília 2015 Dedico este trabalho a minha família, em especial a minha mãe, pelo apoio intermitente sempre com muito amor em toda minha trajetória e opções. Por todas as oportunidades a mim permitidas, meu muito obrigada! AGRADECIMENTO A Deus, por me permitir ir tão longe, e por me conduzir de forma tão sublime me mostrando que não importa a dificuldade, o final sempre dá certo. À minha família, em especial minha mãe, mulher forte e guerreira que me faz crer que existe um lado melhor em cada situação vivida. A tia Vânia por ser uma mãe e se fazer presente em todos os momentos sempre apoiando e torcendo por mim. Aos meus irmãos, Ana Cláudia e Luiz Eduardo, meu cunhado Francicarlos e minha sobrinha Mariana por serem tão presentes e pelo apoio constante capaz de tornar qualquer momento difícil em um aprendizado. Ao meu marido Ramon, por me apoiar em todas as minhas decisões e aguentar todos os meus medos e receios, sempre disposto a me ouvir e me aconselhar sabiamente. Além é claro da minha “nova família carioca”, Rosana, Luiz Otávio, Rebeca, Rômulo e todas as tias, que me acolheram com cuidado único fazendo que me sentisse da família, torcendo por minha vitória. Ao meu filho Arthur, que me mostrou uma fé inabalável que eu desconhecia ter, que me ensinou a ser paciente a respeitar “o momento dele” e a aprender a torcer por pequenos acontecimentos, ainda na UTIN, como se fossem grandes vitórias. Meu filho, muito obrigada por você não desistir de mim, porque hoje sei o que é o verdadeiro amor graças a você. Aos amigos, em especial a Isabella e a Marcela, pelas palavras e gestos que me incentivaram a seguir em frente e não desistir. Às colegas “Poderosas” pelo apoio e cooperação mútua, em especial a Lenice, Amandinha, Ângela e Marina que se tornaram grandes amigas. A minha orientadora, a Profa. Dra. Maria Liz Cunha, pela disponibilidade e na elaboração deste trabalho. Ao Dr. Paulo Lobo, Dr. Denys Aragão e Dr. Alexandre Firmino, pela confiança, pelos anos de parceria e por acreditarem em minha capacidade profissional confiando a mim seus pacientes, fica aqui o meu sincero agradecimento. Ao Prof. Dr. Gustavo Azevedo Carvalho, pela disponibilidade e ajuda no início de meu trajeto e por sua compreensão e respeito as minhas decisões, meu muito obrigada! À Prof. Dra. Gislane Melo, por se mostrar uma verdadeira mestra sempre com palavras de incentivo e ensinando de forma doce e meiga, deixando de ser “apenas uma professora” e se tornando uma amiga admirável. Ao Secretário do Curso de Gerontologia Alisson Allan, pelo carinho, atenção, paciência e amizade durante essa jornada. A equipe Reabilitação Total e aos pacientes, com um carinho especial os idosos e seus familiares, que me demonstram diariamente como amo o que faço e como sou feliz por tê-los por perto com seus ensinamentos únicos. “Somos do tamanho de nossos sonhos”. Clarice Lispector RESUMO FREITAS, Leila Cristina. A Avaliação da Qualidade de Vida em idosos submetidos a artroplastia total de joelho devido osteoartrose. 53 folhas. Programa de Strictu Sensu em Gerontologia. Universidade Católica de Brasília, Brasília, 2015. Introdução: A osteoartrose é a doença articular e reumática mais prevalente entre indivíduos com mais de 65 anos de idade caracterizada pelo desgaste e aumento da rigidez articular, algumas microfraturas, cistos e esclerose no osso subcondral, com formação de osteófitos nas bordas articulares, provocando dores intensas. O objetivo deste estudo foi avaliar se a cirurgia de artroplastia total de joelho influencia na qualidade de vida dos pacientes. Método: Foram avaliados 84 idosos de uma clinica particular em Brasília, submetidos a artroplastia total de joelho devido osteoartrose. A amostra respondeu aos questionários: sociodemográfico, WOMAC para avaliar qualidade de vida, Índice de Barthel para verificar independência funcional e a escala visual de dor para quantificar a dor. Resultados: A amostra do estudo foi de 49 mulheres e 35 homens com média de idade 78,4 ± 6,4 anos com tempo de cirurgia variando de 6,4 ± 4,1 anos. Os resultados demonstraram não existir diferenças significativas com relação ao sexo e a idade quando se trata de dores pré e pós cirurgia e a qualidade de vida destes idosos apresentou melhora significativa após a intervenção cirúrgica, independente da idade. Existe uma relação negativa entre a dor e a satisfação pós operatória, assim como uma relação negativa entre as dores e as atividades de vida diária, ou seja, quanto menor a dor maior a satisfação pós cirúrgica e mais precoce o retorno as atividades de vida diária. Conclui-se que a cirurgia total de joelho melhora a qualidade de vida dos idosos e esta melhora independe do sexo, da idade e do tempo de cirurgia. Palavras-Chave: Idosos. Osteoartrose. Artroplastia total. Qualidade de Vida ABSTRACT Osteoarthritis is a joint disease and rheumatoid most prevalent among people over 65 years of age , characterized by wear and increased joint stiffness few microfractures in subchondral cysts and bone sclerosis , osteophyte formation with edges of the joint , which causes pain intense. The objective of this study was to evaluate whether total knee arthroplasty surgery influences the quality of life of patients. For both attended the 84 idosos sample aged media 78,4 ± 6,4 anos with surgery time ranging from 6.4 ± 4.1 years. The results demonstrated no significant differences with regard to gender and age when it comes to pre and post-surgery pain and the quality of life of elderly showed significant improvement after surgery, regardless of age. There is a negative relationship between pain and postoperative satisfaction as well as a negative relationship between pain and activities of daily life. It follows that the total knee surgery improves quality of life of older people and that this improvement is independent of sex, age and time of surgery. Keywords: Elderly. Osteoarthritis. The total Arthroplasty. Quality of Life. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 – Figura 1: Modelo de qualidade de vida na velhice. Figura 2 – Figura da articulação do joelho com osteoartrose. Figura 3 – Imagem radiológica do joelho com osteófitos. Figura 4 – Articulação do joelho com artrose. Figura 5 – Deformidade em valgo devido OA em joelho. Figura 6 – Radiografia do joelho afetado com OA. Figura 7 – Artrose Unicompartimental de joelho. Figura 8 – Artroplastia parcial do joelho. Figura 9 – Artroplastia total do joelho. Figura 10 – Prótese total de joelho. Figura 11 – Artroplastia total de joelho com 07 dias de pós operatório. LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Comparação da composição corporal entre homens e mulheres idosos. Tabela 2 – Comparação da Escala Analógica Visual da Dor -EAVD no período pré e pós operatório. Tabela 3 – Avaliação da AVD’s pré e pós-operatória pelo Índice de Barthel. Tabela 4 – Avaliação do pré e pós operatório com questionário WOMAC. LISTA DE ABREVIATURAS ADM – Amplitude de Movimento. ATJ – Artroplastia total de joelho. AVDs – Atividades de Vida Diárias EAVD- Escala Analógica Visual da Dor IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IMC – Índice de Massa Corporal MEEM - Mini Exame do Estado Mental OA – Osteoartrose QV – Qualidade de Vida TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido UCB – Universidade Católica de Brasília WOMAC – Western Ontario and McMaster Universitie SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................12 2 REFERENCIAL TEÓRICO ..............................................................................................15 2.1 ENVELHECIMENTO E QUALIDADE DE VIDA ...........................................................15 2.2 OSTEOATRITE E OSTEOARTROSE ..............................................................................19 2.3 ARTROPLASTIA TOTAL DE JOELHO (ATJ) ................................................................25 3 OBJETIVOS .......................................................................................................................29 3.1 OBJETIVO GERAL ...........................................................................................................29 3.2 OBJETIVO ESPECÍFICO ..................................................................................................28 4 ARTIGO “Avaliação da qualidade de vida de idosos submetidos a artroplastia total de joelho devido a osteoartrose” ................................................................................................30 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS DA DISSERTAÇÃO.........................................................40 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..............................................................................41 7 APÊNDICE A ......................................................................................................................46 8 APÊNDICE B ......................................................................................................................47 9 ANEXO A ............................................................................................................................48 10 ANEXO B ..........................................................................................................................49 11 ANEXO C ..........................................................................................................................52 12 ANEXO D.......................................................................................................................... 54 12 1 INTRODUÇÃO O envelhecimento mundial da população é um fato que tem sido constatado nas últimas décadas. Atualmente, segundo o IBGE (2012) existem mais de 23,5 milhões de idosos no Brasil, correspondendo a 12,1% da população. Acredita-se que em 2050 esse valor quase triplique ultrapassando 64 milhões, o que representará 29,7% da população. Além desse crescimento importante, acredita-se que a expectativa de vida que hoje já ultrapassa os 73 anos, atinja 81 anos em 2050 mas a maior parte dos idosos irão apresentar doenças crônicas e algumas com limitações funcionais. A velhice é uma etapa de vida, como outra qualquer, que se caracteriza por mudanças psicológicas, físicas e morfológicas. Já o envelhecer, ou envelhecimento é um processo natural dinâmico, progressivo e irreversível (FALCADE et al., 2011). Este é um processo biopsicossocial acompanhado por alterações consideradas em certos momentos positivas e em outras negativas. Dentre estas alterações, o sistema osteomioarticular é um dos mais afetados nesse processo, uma vez que se observa uma diminuição acentuada da massa muscular (sarcopenia), bem como da capacidade de produção de força muscular e consequentemente um aumento da sobrecarga articular e o aparecimento de algumas doenças relacionadas a essas perdas, tais como: osteoartrose, osteoartrite, osteopenia, osteoporose dentre outras (ARDEN; COOPER, 2008). A osteoartrose (OA), também conhecida como artrose ou osteoartrite é a doença articular e reumática mais prevalente entre indivíduos com mais de 65 anos de idade (SILVEIRA, 2011). Caracteriza-se como uma doença articular crônica degenerativa, pois há um desgaste e aumento da rigidez articular, algumas microfraturas, cistos e esclerose no osso subcondral, com formação de osteófitos nas bordas articulares, o que provoca dores intensas (FARIAS, 2011). Esta doença pode afetar qualquer articulação, porém, o joelho é uma das mais afetadas, isso talvez por realizar boa parte da sustentação de peso corporal. Como o joelho é uma articulação relativamente difícil de realizar repouso, sua sintomatologia, como dor e edema, pode gerar uma incapacidade e morbidade importante chegando a afetar cerca de 17% dos indivíduos com idade entre 65 e 74 anos (SANTOS, 2011). Apesar de ter uma causa desconhecida, a osteoartrose é uma doença multifatorial que sofre influências de fatores constitucionais tais como: sexo, idade, fatores genéticos e biomecânicos (excesso de peso, fraqueza, muscular, lesão articular). Estudos demonstram que o envelhecimento, devido ao desgaste natural articular, é o principal fator de risco para a 13 osteoartrite do joelho e que a população idosa feminina tem um risco maior de desenvolvê-la devido fatores hormonais e anatomicos, como o aumento do ângulo Q (RICCI, 2006; BLAGOJEVIC et al., 2010; SANTOS, 2011). Os idosos que são afetados costumam apresentar perda de força muscular no quadríceps, isquiotibiais e tríceps sural, dificultando a movimentação, transferência e de mudança de decúbito em atividades funcionais e cotidianas, além de relatarem uma dor intensa e limitante (LAWRENCE, 2008). Alguns pesquisadores relatam que esta dor torna-se crônica e é um dos problemas mais importantes, uma vez que dificulta de forma considerável a autonomia deste idoso no desempenho de suas funções diárias e atividade de vida diária (AVDs) e afeta diferentes dimensões tais como: funcionais, sociais, culturais, diminuindo assim os níveis de qualidade de vida (QV) (SANTOS et al., 2011; CUNHA, 2011). A dor que o paciente sente na OA, associada à rigidez articular, deformidade e perda de função articular é tanta que representa um forte impacto socioeconômico, devido afastamento laborais e até mesmo a aposentadoria precoce, tendo como consequências a morbidade e incapacidade (BONFANTE et al., 2008). Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) a QV é definida como “percepção do indivíduo sobre a sua posição na vida, dentro do contexto dos sistemas de cultura e valores nos quais está inserido e em relação aos seus objetivos, expetativas, padrões e preocupações” (WHOQOL-Group, 1998). Para Ferrans e Powers (1992) este construto está relacionado com a sensação de bem-estar pessoal que provem da satisfação ou insatisfação com áreas da vida cotidianas que são importantes para essa pessoa. Canavarro et al. (2006) e Fleck (2006) afirmam que a QV é multidimensional e engloba os domínios físico, psicológico, social, nível de independência, ambiente e espiritualidade. Apesar dos diferentes conceitos percebe-se que em todos eles prevalecem os fatores de multidisciplinariedade e a multidimensionalidade. Porém, segundo Miranda (2012) deve-se levar em consideração que há componentes objetivos (funcionalidade, competência cognitiva e interação com o meio) e subjetivos (sentimentos de satisfação e percepção sobre a sua saúde), em que se situam o ponto de concordância. Visando melhorar a qualidade de vida dos portadores da OA existem dois tipos de tratamentos propostos: um mais conservador que inclui medidas medicamentosas e analgésicas (fisioterapia) e em caso de insucesso, sugere-se um tratamento mais invasivo como cirurgias. Dentre as técnicas cirúrgicas mais comuns estão desbridamento artroscópico, osteotomia valgizante de joelho, artroplastia total e parcial de joelho (LIMA, 2012). 14 Das técnicas citadas a artroplastia total de joelho (ATJ) é a de maior porte e com maior tempo para reabilitação, porém, ainda sim, é a cirurgia que proporciona uma estabilidade e mobilidade do joelho e alivio da dor. Assim, investigar o número de idosos submetidos à esta cirurgia, na busca de avaliar a qualidade de vida destes nos momentos pré e pós cirurgia torna-se uma necessidade para a comunidade médica e fisioterápica. Esse estudo tem as seguintes hipóteses: 1) A Qualidade de Vida dos idosos que foram submetidos a ATJ será afetada de forma positiva 2) Quanto maior os anos de pós operatório, melhor será a aceitação da cirurgia bem como a satisfação pós cirúrgica e menor será a dor e o desconforto sentido pelos idosos. O presente estudo foi realizado em uma amostra de uma clínica de fisioterapia em Brasília, onde o pesquisador teve total acesso aos prontuários e contatos dos idosos e partiu da vivencia clinica do mesmo baseado nos relatos diários dos idosos com OA sobre o quão a dor e a rigidez era limitante e como a cirurgia pôde afetar a vida dos idosos envolvidos. A seguir o leitor irá encontrar um referencial teórico sobre o envelhecimento, qualidade de vida, osteoartrose, artroplastia total de joelho, além dos objetivos da pesquisa seguido de um artigo sobre o estudo, já que o autor segue o modelo escandinavo de apresentação. 15 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 ENVELHECIMENTO E QUALIDADE DE VIDA (QV) Neri (2001) afirma que na visão da biologia, o envelhecimento inicia-se após a maturação sexual e acontece de diferentes formas e ritmos refletindo resultados em todas as partes do organismo. Esses resultados interagem e causam a diminuição gradual da probabilidade de sobrevivência. O envelhecimento traz com ele mudanças estruturais, psicológicas e físicas, dentre as físicas podemos relatar a diminuição do tônus muscular, da reação de equilíbrio, da velocidade e cadência de marcha e redução de mobilidade. Além disso, quadros de dores crônicas acabam por influenciar negativamente na Qualidade de Vida (QV) dos idosos, isso porque, a dor é limitante, causam dependência física tirando muitas vezes das pessoas idosas o que lhes restou de autonomia e independência (CUNHA, 2011). A qualidade de vida depende de uma inter-relação de diferentes fatores, mas pode ser definida como o nível de satisfação com a vida na ótica da pessoa. Seu conceito pode variar de acordo com o autor, mas existe um consenso que a mesma deve levar em consideração o bem estar pessoal, capacidade funcional, nível socioeconômico, autoestima, estado emocional e independência funcional, hábitos de vida, atividade física, dieta, a percepção de bem-estar, condições físicas e ambientais, percepção subjetiva de saúde, relacionamento familiar, amiza-des além dos aspectos espirituais e religiosos quando a QV for ser avaliada na perspectiva do sujeito (LAWTON, 1991; SILVA, 1999; NAHAS, 2001; NERI, 2001; PASCHOAL, 2004). A QV pode ser afetada por diferentes fatores dentre os mais comuns estão: dores crônicas, depressão, incapacidade física e funcional, dependência, afastamento social, mudanças na sexualidade, alterações na dinâmica familiar, desequilíbrio econômico, desesperança entre outros. Na velhice, a QV é uma interação de fatores biológicos, físicos, psicológicos e sociais agregados à capacidade de autonomia e independência que o idoso desempenha no dia a dia. Podemos afirmar que a manutenção da autonomia do idoso é a boa QV e vice e versa (TRENTINI, 2004). Alguns trabalhos já realizados sobre a QV em idosos institucionalizados e não institucionalizados demonstraram que a QV é melhor em indivíduos da comunidade e do sexo 16 masculino. A mesma pesquisa demonstrou que a capacidade funcional está proporcional à avaliação da QV (MUENZER, 2012). Lawton (1991) sugeriu um modelo sobre a qualidade de vida na velhice englobando quatro dimensões conceituais o qual abrange como componentes da qualidade de vida a competência comportamental, as condições ambientais, a qualidade de vida percebida e o bem-estar subjetivo (Figura 1). Esse esquema contempla os domínios da qualidade de vida apresentados pelo grupo WHOQOL (2000), que são domínio físico, social, psicológico e ambiental. Figura 1 - Modelo de qualidade de vida na velhice Fonte: Lawton (1991) Do modelo proposto por Lawton (1991), pretende-se abordar o domínio físico nesse trabalho, ou seja, a QV no que se diz respeito à funcionalidade física e da saúde, isso porque se acredita que a inatividade causada pela dor pode causar a perda da função motora e diminuir a QV em diferentes aspectos (PASSOS et al, 2008). Na avaliação da funcionalidade física são inclusos: fadiga, dor, sono, independência de atividades cotidianas e liberdade a partir de sinais e sintomas da doença. Na avaliação do funcionamento social são considerados a percepção dos indivíduos sobre seu papel e as relações sociais com os outros, o lazer e a vida sexual (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2010). 17 2.2 OSTEOARTRITE E OSTEOARTROSE (OA) Sendo uma das condições clínicas mais prevalente no sistema articular chegando a atingir 10% da população acima dos 60 anos, a osteoartrite (OA) também conhecida como osteoartrose ou, simplesmente, artrose, é a queixa musculoesquelética que tem crescido cada vez mais na população mundial devido aumento da expectativa de vida da população (ALVES, 2013). A OA é uma doença articular degenerativa, estima-se que 4% da população brasileira apresentem OA, e dentre todas articulações, o joelho é mais acometida pela doença com formação de osteófitos marginais, evoluindo para alterações no osso subcondral e danos irreversíveis na estrutura intra articular. Estima-se que 37% dos casos diagnosticados da doença afetam o joelho (CAMANHO, 2011). A osteoartrose caracteriza-se por ser uma doença reumática degenerativa que afeta as articulações causando uma deformação da mesma, além dos tecidos moles e osso periarticular. A doença pode apresentar zonas de fissuras, aumento da espessura óssea subcondral e osteófitos marginais (TAMEGUSHI et al; 2008), conforme figura 02. Figura 02: Figura da articulação do joelho com osteoartrose. Fonte:http://www.eorthopod.com/public/patient_education/6516/osteoarthritis_of_the_knee.html Por apresentar inicialmente a degeneração da cartilagem articular e posteriormente o osso subcondral, a OA é uma doença degenerativa crônica e tem como sinais e sintomas mais comuns: dor, edema, crepitação, rigidez à movimentação e limitação funcional progressiva (GARRIDO, 2011). Os sintomas variam em função do limiar pessoal de dor e da gravidade das lesões. As atividades mais moderadas ou longos períodos em ortostatismo podem agravar os mesmos, 18 porém, à medida que a doença agrava os sintomas surgem aos mínimos esforços e até mesmo no repouso (BRANDT, 2008). Com a causa desconhecida à doença tenta ser explicada como uma insuficiência cartilaginosa decorrente de fatores mecânicos, genéticos e não genéticos, os quais acarretam uma degradação do tecido cartilaginoso com a consequente remodelação óssea e algum grau de inflamação sinovial (SEDA, 2008). Alguns autores correlacionam fatores, tais como envelhecimento, obesidade, lesões ou cirurgias articulares prévias, esforço ocupacional ou recreacional cumulativo, mau alinhamento articular e fraqueza muscular predispõem ao aparecimento da OA (WIBELINGER 2009; BATISTA, 2011; THOMAS, 2012). Anatomicamente a cartilagem articular é capaz de suportar e distribuir as forças a ela atribuídas, devido sua superfície lisa e lubrificada, tal lubrificação é feita para que ao movimentar-se as extremidades ósseas deslizem facilmente. Esta propriedade resulta da natureza e composição da sua matriz extracelular, composta majoritariamente por fibrilas de colágeno do tipo II que são responsáveis pela resistência e força tênsil e por grandes agregados de proteoglicanos e ácido hialurônico que se encontram embebidos na rede colágena e que conferem à cartilagem a deformabilidade e elasticidade que lhe são características. Na OA a cartilagem que normalmente é branca, translúcida e lisa torna-se amarela e opaca. Na patologia certas zonas da cartilagem degeneram, e a superfície torna-se rugosa, desgastada com algumas fendas, isto acontece por digestão da cartilagem por enzimas e pela alteração da nutrição da cartilagem. Devido essa alteração nutricional cartilaginosa, a cartilagem é destruída e o osso subcondral sofre um processo de remodelação, criando osteófitos. Estes costumam aparecer nas margens da articulação e em locais de estrutura de apoio e descarga de peso, apresentado na figura 03 19 Figura 03 - Imagem radiológica do joelho com osteófitos Fonte: http://www.milton.com.br/esporte/casos/ caso_123.htm Acesso em 17 de fevereiro de 2014. Na OA a morfologia articular perde sua homogeneidade e rompe-se devido fibrilação, fissuras e ulcerações, em estágios mais avançados não resta nenhuma cartilagem e áreas de osso subcondral ficam expostas, figura 04 (MOSKOWITZ, 1973; MUIR, 1977). Figura 04 - Articulação do joelho com artrose. Fonte: http://www.semiologiaortopedica.com.br/2012/10/problemas-da-cartilagem-articular-do.html Acesso em 17 de fevereiro de 2014 A OA pode afetar toda e qualquer articulação, porém, de acordo com Ricci et al (2005) a forma mais comum da doença é no joelho acometendo cerca de 25% a 40% da população acima de 65 anos de idade, seguida pela articulação do quadril, tal fato ocorre devido as articulações citadas serem responsáveis pela sustentação e distribuição do peso corporal. Dentre as articulações mais afetadas pela patologia a articulação do joelho é que mais causa morbidade e incapacidade devido seus sintomas serem mais frequentes e intensos. A incapacidade funcional chega a afetar 17% dos indivíduos com idade entre 65 e 74 anos (FELSON, 1998; SANTOS 2011). 20 Com a perda da morfologia articular a articulação pode sofrer alterações anatômicas, como as deformidades em valgo ou varo, causam também mudanças biomecânicas no individuo, isso porque para sustentar seu peso a musculatura estabilizadora do joelho necessitará de uma modificação de forças causando uma maior vantagem para o grupo muscular, à medida que os ligamentos tornam-se frouxos de um lado e tensos do outro, ver figura 05. Figura 05 - Deformidade em valgo devido OA em joelho Fonte: http://dx.doi.org/10.1590/S0102-36162009000400011- Acesso em 18 de fevereiro de 2014. A avaliação clinica de um joelho divide-se em exame físico onde anota-se e observase dados pessoais, historia da moléstia atual e passada, palpação, dor, reflexos, perimetria muscular, avaliação do edema articular e testes específicos. E avaliação de imagens radiológicas tais como, Raios-X, ressonância nuclear magnética dentre outros, e exames laboratoriais. Dentre os aspectos radiológicos da osteoartrite de joelho incluem estreitamento do espaço articular, esclerose subcondral, osteófitos e formação de cistos subcondrais (ver figura 06). Os osteófitos representam uma resposta à degeneração da cartilagem articular e uma remodelação do osso subcondral, incluindo a liberação de citoquinas anabólicas que estimulam proliferação celular e a formação óssea e de cartilagem (BORTOLOUZZI, 2008). 21 Figura 06 - Radiografia do joelho afetado com OA Fonte: Bortolouzzi (2008) Baseado no estudo radiológico a OA do joelho pode ainda ser avaliada pela quantidade de região afetada e ser classificada como unicompartimental, bicompartimental ou tricompartimental (ACKROYD et al., 2003). (Ver Figura 07) Figura 07 - Artrose Unicompartimental de joelho Fonte: http://www.grupocirurgiadejoelho.com.br/do/Joelho/83 acesso em 30 de janeiro de 2014. O exame físico pode detectar sinais inflamatórios, tais como edema, calor, rubor; atrofia do quadríceps; dor a palpação das interlinhas articulares e à mobilização da patela; e limitação da mobilidade articular. A limitação da extensão do joelho e a bilateralidade do processo são causas significativas de incapacidade. De acordo com um estudo da OMS a doença é 8ª causa de incapacidade entre os homens e a 4ª entre as mulheres no mundo (LAWRENCE, 2008). A incapacidade, e também a dor, pode levar a uma inatividade, e por consequência um ganho de peso que associada a OA leva a uma maior dificuldade de realizar atividades cotidianas especialmente as que exigem descarga de peso e movimentação sobre o joelho. Apesar de ser extremamente doloroso, é de suma importância que o idoso se mantenha ativo mantendo alguma atividade corporal, evitando assim o ganho de peso, maior perda de massa 22 muscular magra, encurtamento muscular global, contratura de músculo e capsulas articulares e perda de Amplitude De Movimento (ADM) causando disfunção articular. Tais sinais e sintomas culminam na redução da qualidade de vida. Apesar da evolução medicamentosa, com a evolução dos condroprotetores, analgésicos e antiinflmatórios mais potentes e menos agressivos ao outros sistemas e a evolução de técnicas fisioterapêuticas, com aparelhos mais potentes e específicos para o tratamento da inflamação e para alívio dos sinais e sintomas, alguns pacientes não respondem ao tratamento conservador e sofrem com o quadro álgico e as limitações diárias da incapacidade funcional imposta. Para esses indivíduos as técnicas cirúrgicas são indicadas após uma avaliação criteriosa médica (DETTERLINE, 2005; ROSNECK, 2007). Dentre as técnicas cirúrgicas mais comuns para o tratamento da OA de joelho estão desbridamento artroscópico, osteotomia valgizante de joelho, artroplastia total e parcial de joelho. No desbridamento artroscópico é indicado para correção parcial de lesões, retirada de corpos livres intra articular e retirada de restos celulares e enzimas inflamatórias e deve incluir a ressecção de toda cartilagem considerada instável ou que esteja calcificada (MAGHERITINI, 1999). A osteotomia valgizante do joelho tem uma indicação clínica quando ocorre um desalinhamento em varo da perna associado com artrose do compartimento medial do joelho causando sobrecarga mecânica do compartimento medial. A principal vantagem da osteotomia é a possibilidade de adiar ou cancelar a colocação da prótese de joelho em até 10 ou 20 anos (MAGYAR, 1999). As artroplastias tem indicação para alívio da redução na dor e melhora funcional nas AVDs. A cirurgia seja parcial ou total baseia-se na reconstrução da superfície articular com prótese metálica. A diferença entre a artoplastia total e parcial é a quantidade de componentes substituídos, onde a artroplastia total ocorre a substituição do fêmur, tíbia e patela (ver Figura 08). Enquanto na artroplastia parcial ocorre apenas a substituição de um lado do joelho (medial ou lateral) (ver Figura 09) (REES, 2001). 23 Figura 08 - Artroplastia parcial do joelho Figura 09 - Artroplastia total do joelho Fonte: http://www.grupocirurgiadejoelho.com.br/do/Joelh o/83 Fonte: http://www.grupocirurgiadejoelho.com.br/do/Joelh o/83 2.3 ARTROPLASTIA TOTAL DE JOELHO (ATJ) Utilizada desde o princípio do século XX, a artroplastia de joelho tem sido indicada para tratamento de dores e instabilidade do joelho causadas por osteoartrose, artropatias, artrites infecciosas e para reconstruções após excisão tumoral. Em 1860, o cirurgião francês Aristide Verneuil, após ressecção da articulação têmporo-mandibular afirmou que a interposição de tecidos moles poderia impedir a anquilose (VERNEUIL, 1860). O conceito de artroplastia dos tecidos moles do joelho se limitava a interposição de metal e das ‘dobradiças’ uniaxiais. Stevens (2003) descreve que foi no final dos anos 20 que se começou a realizar as substituições articulares com o objetivo de diminuir a dor, melhorar a mobilidade articular e restaurar a função. Relatos na literatura médica afirmam que uma das primeiras tentativas para desenvolver uma Artroplastia Total do Joelho (ATJ) deu-se nos anos 50 com um modelo em dobradiça idealizado por Walldius (ZIMMERMAN, 2008). Somente em 1971, é descrito o modelo sem elo, mais conhecida como a prótese não restrita, idealizada por Gunston. Foi a partir dessa, que foram desenvolvidos outros modelos e formatos que tentavam imitar a anatomia e a biomecânica do joelho, de forma simples e prática e com melhores pontos de fixação às superfícies ósseas que são utilizadas até os dias atuais (DEJOUR 2000) (ver Figura 10). 26 Figura 10 - Prótese total de joelho Fonte: Instituto Afonso Ferreira (2013) Disponivel:http://www.iafortopedia.com.br/orientacoes-para-pacientes/joelho/artroplastia-total-de-joelhoperguntas-frequentes/ Apesar de ser uma cirurgia de grande porte e que vai causar grande incapacidade ao paciente, as ATJ primárias apresentam mais de 95% de resultados iniciais satisfatórios (ver Figura 11). Isso por proporcionar um membro indolor, estável e que permite a mobilidade. Além disso, é um procedimento com baixas taxas de falhas e necessidades de revisões (SOMAYA, 2008). Figura 11 - Artroplastia total de joelho com 07 dias de pós operatório Fonte: Autora (2013) A melhora da função articular do joelho tem sido o principal foco do paciente na reabilitação de prótese em OA (VANDERLINDEN et al., 2007). Com o avanço dos materiais, modelos e técnicas cirúrgicas as próteses totais de joelhos permitem que o paciente mantenha uma atividade física sem colocar em risco a integridade física da prótese, desde que mantenha uma flexão média de 120º, ou seja, o paciente pode nadar, caminhar, praticar ioga, alongamentos, golfe ou andar de bicicleta. Tais práticas são incentivadas na reabilitação, Rossi et al (2002) apud Bortoluzzi (2009) observaram em outros que a força da musculatura extensora do joelho é 27 significativamente menor com um mês de pós-operatório, se comparada àquela préoperatória, sendo assim é necessário um trabalho de isometria e ganho muscular assistido no pós operatório. Um estudo comparou a percepção da capacidade funcional entre indivíduos que realizaram a cirurgia de ATJ há 01 ano e indivíduos saudáveis e constatou que houve de forma significativa uma percepção de capacidade funcional menor no grupo pós ATJ em comparação com o grupo controle o que ressalta a importância do objetivo deste trabalho de pesquisa (BASTIANI et al., 2012). BOURNE (2010) afirma que apesar da ATJ obter uma melhora dos sintomas em até 82-90% dos pacientes. Porém a literatura relata existem intercorrências que podem ocorrer no pós operatório tais como, dor, infecção, mau posicionamento, não consolidação ou soltura da prótese, porém, essas falhas são pequenas afetando apenas entre 10 a 20% dos idosos submetidos a técnica citada (HOFMANN,2011). A literatura afirma que a ATJ é uma cirurgia bem aceita pelos pacientes com a AO e apresenta baixo índice de intercorrências, sendo assim, esse estudo, pretende avaliar se a realidade dos idosos em uma clinica em Brasília-DF condiz com os artigos encontrados. Seguindo o modelo escandinavo, os objetivos do estudo assim como seus resultados serão apresentados a seguir em um artigo. 28 3 OBJETIVOS 3.1 OBJETIVO GERAL Avaliar a qualidade de vida dos idosos com OA submetido à cirurgia de artroplastia total de joelho. 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Avaliar a dor articular desses idosos pré e pós-cirurgia, Verificar o quanto a dor e a limitação articular são capazes de afetar as AVDs, Observar a se existe diferença da qualidade de vida por sexo, idade e por tempo de pós-cirúrgico, Verificar o grau de satisfação após a cirurgia. 29 4 . Artigo Original AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS SUBMETIDOS À ARTROPLASTIA TOTAL DE JOELHO DEVIDO A OSTEOARTROSE Será submetido a revista BJPT classificada no programa CAPES interdisciplinar e com Qualis B2. Resumo A osteoartrose é a doença articular e reumática mais prevalente entre indivíduos com mais de 65 anos de idade caracterizada pelo desgaste e aumento da rigidez articular, algumas microfraturas, cistos e esclerose no osso subcondral, com formação de osteófitos nas bordas articulares, o que provoca dores intensas. O objetivo deste estudo foi avaliar se a cirurgia de artroplastia total de joelho influencia na qualidade de vida dos pacientes. Para tanto participaram da amostra 84 idosos com média de idade 78,4 ± 6,4 anos com tempo de cirurgia variando de 6,4 ± 4,1 anos. Os resultados demonstraram não existir diferenças significativas com relação ao sexo e a idade quando se trata de dores pré e pós cirurgia e que a qualidade de vida destes idosos apresentou melhora significativa após a intervenção cirúrgica, independente da idade. Existe uma relação negativa entre a dor e a satisfação pós operatória, assim como uma relação negativa entre as dores e as atividades de vida diária. Conclui-se que a cirurgia total de joelho melhora a qualidade de vida dos idosos e que esta melhora independe do sexo, da idade e do tempo de cirurgia. Palavras-Chave: Idosos, Osteoartrose, Artoplastia total, Qualidade de Vida. Abstract Osteoarthritis is a joint disease and rheumatoid most prevalent among people over 65 years of age , characterized by wear and increased joint stiffness few microfractures in subchondral cysts and bone sclerosis , osteophyte formation with edges of the joint , which causes pain intense. The objective of this study was to evaluate whether total knee arthroplasty surgery influences the quality of life of patients . For both attended the 84 idosos sample aged média78,4 ± 6,4 years with surgery time ranging from 6.47 ± 4.1 years . The results demonstrated no significant differences with regard to gender and age when it comes to pre and post surgery pain and the quality of life of elderly showed significant improvement after surgery, regardless of age. There is a negative relationship between pain and postoperative satisfaction as well as a negative relationship between pain and activities of daily life. It follows that the total knee surgery improves quality of life of older people and that this improvement is independent of sex, age and time of surgery. Keywords :Elderly , Osteoarthritis , the total arthroplasty , Quality of Life. Introdução O envelhecimento mundial da população é um fato que tem sido constatado nas últimas décadas. Atualmente, segundo o IBGE 1 existe mais de 23,5 milhões de idosos no Brasil, correspondendo a 12,1% da população. Acredita-se que em 2050 esse valor quase triplique ultrapassando 64 milhões, o que representará 29,7% da população. Além desse crescimento importante, acredita-se que a expectativa de vida que hoje já ultrapassa os 73 anos, atinja 81 anos em 2050 e a maior parte dos idosos irão apresentar doenças crônicas e algumas com limitações funcionais. 30 A velhice é uma etapa de vida, como outra qualquer, que se caracteriza por mudanças psicológicas, físicas e morfológicas. Já o envelhecer, ou envelhecimento é um processo natural dinâmico, progressivo e irreversível2. Este é um processo biopsicossocial acompanhado por alterações consideradas em certos momentos positivas e em outras negativas. Dentre estas alterações, o sistema osteomioarticular é um dos mais afetados nesse processo, uma vez que se observa uma diminuição acentuada da massa muscular (sarcopenia), bem como da capacidade de produção de força muscular e consequentemente um aumento da sobrecarga articular e o aparecimento de algumas doenças relacionadas a essas perdas, tais como: osteoartrose, osteoartrite, osteopenia, osteoporose dentre outras3. A osteoartrose (OA), também conhecida como artrose ou osteoartrite é a doença articular e reumática mais prevalente entre indivíduos com mais de 65 anos de idade. Caracteriza-se uma doença articular crônica degenerativa, pois há um desgaste e aumento da rigidez articular, algumas micro fraturas, cistos e esclerose no osso subcondral, com formação de osteófitos nas bordas articulares, o que provoca dores intensas4. Esta doença pode afetar qualquer articulação, porém, o joelho é uma das mais afetadas, isso talvez por realizar boa parte da sustentação de peso corporal. Como o joelho é uma articulação relativamente difícil de realizar repouso, sua sintomatologia, como dor e edema podem gerar uma incapacidade e morbidade importante chegando a afetar cerca de 17% dos indivíduos com idade entre 65 e 74 anos5. Apesar de ter uma causa desconhecida, a osteoartrose é uma doença multifatorial que sofre influências de fatores constitucionais tais como: sexo, idade, fatores genéticos e biomecânicos (excesso de peso, fraqueza, muscular, lesão articular). Estudos demonstram que o envelhecimento é o principal fator de risco para a osteoartrite do joelho e que a população idosa feminina tem um risco maior de desenvolvê-la6. Os idosos que são afetados costumam apresentar perda de força muscular no quadríceps, isquiotibiais e tríceps sural, dificultando a movimentação, transferência e de mudança de decúbito em atividades funcionais e cotidianas, além de relatarem uma dor intensa e limitante7. Alguns pesquisadores relatam que esta dor torna-se crônica e é um dos problemas mais importantes, uma vez que dificulta de forma considerável a autonomia deste idoso no desempenho de suas funções diárias e AVDs e afeta diferentes dimensões tais como: funcionais, sociais, culturais, diminuindo assim os níveis de qualidade de vida (QV) 5. A dor que o paciente sente na OA, associada à rigidez articular, deformidade e perda de função articular é tanta que representa um forte impacto socioeconômico tendo como consequências a morbidade e incapacidade8. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) a QV é definida como “percepção do indivíduo sobre a sua posição na vida, dentro do contexto dos sistemas de cultura e valores nos quais está inserido e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”9. A QV é multidimensional e engloba os domínios físico, psicológico, social, nível de independência, ambiente e espiritualidade 10. Apesar dos diferentes conceitos percebe-se que em todos eles prevalecem os fatores de multidisciplinaridade e a multidimensionalidade. Porém, deve-se levar em consideração que há componentes objetivos (funcionalidade, competência cognitiva e interação com o meio) e subjetivos (sentimentos de satisfação e percepção sobre a sua saúde), em que se situam o ponto de concordância11. Com o objetivo da melhora da qualidade de vida dos portadores da OA existem dois tipos de tratamentos propostos, um mais conservador que inclui medidas medicamentosas e analgésicas (fisioterapia) e em caso de insucesso, sugere-se um tratamento mais invasivo como cirurgias. Dentre as técnicas cirúrgicas mais comuns para o tratamento da OA estão: 31 artroscopia, Shaving e desbridamento artroscópico, osteotomia valgizante de joelho, artroplastia parcial e artroplastia total de joelho (ATJ) 12. Das técnicas citadas a ATJ é a de maior porte e com maior tempo para reabilitação, porém ainda sim é a cirurgia que proporciona uma estabilidade e mobilidade do joelho e alivio da dor. Assim, considerando a influência de variáveis, clínicas e funcionais sobre a QV e, ainda, a escassez de estudos que investigam os resultados dessa cirurgia altamente invasiva, mas de eficácia comprovada entre os idosos, o presente estudo teve como objetivos avaliar a QV de idosos e os níveis de dores no pré e pós cirúrgico da ATJ. MATERIAIS E MÉTODO Tipo de estudo Este é um estudo transversal descritivo, quantitativo e ex-post-facto, retrospectivo. Local do estudo: Clinica de Fisioterapia particular localizada em Brasília-DF. Período de coleta dos dados: O período de coleta dos dados de fevereiro a abril de 2014. Amostra A amostra foi de conveniência realizada no local de trabalho da pesquisadora, após a verificação de todos os prontuários da área de fisioterapia e incluídos na pesquisa apenas os que se enquadravam nos critérios de inclusão a amostra foi de 84 idosos sendo 49 mulheres e 35 homens. Os critérios de inclusão foram: Ser idoso (60 anos ou mais) com diagnóstico de osteoartrose primária, residentes em Brasília-DF, de ambos os sexos, que apresentassem marcha independente, independência nas AVDs, cognição preservada e que foram submetidos à artroplastia total de joelho primária tendo sido submetidos ao processo operatório no período de 2004 a 2013. Estes pacientes deveriam apresentar no mínimo 01 (um) ano de cirurgia e no máximo 10 (dez) anos da colocação da prótese articular, isso porque, o período mínimo de 01 ano visa excluir desconfortos do pós operatório imediato, assim como o uso de medicação para dor e os recursos do tratamento fisioterapêutico. Foram excluídas da pesquisa as artroplastias realizadas em pacientes com menos de 01 (um) ano de cirurgia ou mais de uma década, ou pacientes que apresentassem qualquer outro tipo de doença articular, óssea ou muscular ou outro tipo de doença reumática já diagnosticada na articulação do joelho; disfunção cognitiva grave devido ser um estudo retrospectivo. Como critério de exclusão foram desconsiderados os prontuários que estivessem incompletos e idosos que apresentem diagnóstico de demência e declínio da memória e de outras funções cognitivas, pois como o idoso tinha que se recordar dos sintomas e sinais no pré operatório e comparar com os atuais era necessário que o cognitivo do mesmo estivesse preservado. Para isso foi aplicado o Mini Exame do Estado Mental (MEEM) – ANEXO A. Instrumentos de Coleta de Dados Foi elaborada pela própria pesquisadora uma anamnese contendo itens como nome, endereço, telefone, data de nascimento, data da cirurgia, membro operado, sexo, cor, escolaridade/profissão, estado civil, medicamentos e patologias associadas, médico responsável, prática de atividade física, qual atividade e periodicidade da prática, além de exames de imagem, dados antropométricos como massa corporal (em Kg) e estatura (em cm). Além disso elaborou-se uma questão em que o indivíduo deveria dar uma nota de 0 a 10 com relação ao seu grau de satisfação de ter realizado a cirurgia (APENDICE A). Para a avaliação funcional do joelho e QV em pacientes com OA, foi utilizado o questionário Western Ontario and McMaster Universitie (WOMAC) – ANEXO B. O 32 questionário WOMAC foi aceito como especifico para a doença e compreende 24 questões sendo: 05 avaliando dor, 02 rigidez articular e 17 atividade física, todas especificas para a avaliação dos indivíduos com osteoartrite de joelho. Sua pontuação máxima é de 96 pontos e cada questão possui quatro alternativas que variam de 0 (nenhuma) a 4 pontos (extrema). Os resultados são descritos em valores que variam entre 0 (melhor condição) a 96 (pior condição) 13 . FERNANDES traduziu e validou para o português, o WOMAC tem sido em instrumento útil na avaliação da QV de indivíduos com OA, apresentando facilidade na compreensão por parte do leitor14. Para a avaliação das Atividades da Vida Diária (AVDs) foi utilizado o índice de Barthel Modificado (ANEXO C). Esse índice mensura a independência funcional no cuidado pessoal, locomoção, mobilidade e eliminação intestinal. Cada item é pontuado de acordo com a capacidade da realização das tarefas de modo independente, com alguma ajuda ou dependente. A pontuação varia de 0 a 100, em intervalos de cinco pontos, e as pontuações mais elevadas indicam maior independência. Foi utilizada a versão que avaliou a independência funcional em dez tarefas: alimentação, banho, vestuário, higiene pessoal, eliminações intestinais, eliminações vesicais, uso do vaso sanitário, passagem cadeira-cama, deambulação e escadas15. Para avaliação da dor foi aplicada a Escala Analógica Visual da Dor (EAVD) (ANEXO D). A escala citada usa uma linha reta com numerais 0 e 10 nas extremidades, representando respectivamente, a ausência de dor e uma dor insuportável. O paciente tem que pontuar a intensidade de sua dor no momento. Como a dor é subjetiva, em alguns pacientes podem pontuar sua dor como 10, ou seja, insuportável e outro classificá-la como 06, por exemplo16. Apesar destas limitações, a EAVD apresenta diversas vantagens como: boa correlação com outros meios de avaliação da dor; ser considerada fácil de entender pela maioria dos pacientes; ter adequada sensibilidade para avaliar a resposta do paciente ao tratamento. Procedimentos de Coleta de Dados Após a seleção dos prontuários de pacientes que tinham realizado a cirurgia para colocação de prótese de joelho e se enquadravam no critério de inclusão, iniciou-se os contatos telefônicos, neste contato, era explicado o objetivo da pesquisa e o convite para participação era feito ao idoso (a). Para os pacientes que se interessaram em participar da pesquisa, foram agendados horários de consulta individual. No dia da consulta do idoso era perguntado se gostaria de participar da pesquisa e novamente explicado o objetivo da mesma e se o idoso concordasse era dado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para assinatura Após a assinatura do termo, iniciava-se a reavaliação da cirurgia, seguido de uma anamnese e aplicação dos testes acima relacionados, todos realizados em uma só sessão. As avaliações ocorreram de segunda à sexta feira nos períodos matutinos e vespertinos e foram realizadas sempre pela mesma examinadora com horário previamente agendado. Tiveram a duração média de uma hora por idoso (a). Análise de Dados Para analisar os dados descritivos da amostra foram realizadas médias, desvios e frequências. Para avaliação da normalidade dos dados por grupo foi feito o teste de Kolmogorov-Smirnov. Para as análises inferenciais foram utilizados teste t pareado, ANOVAs One Way e Split-Plot (medidas repetidas), correlação de Pearson e teste de QuiQuadrado. O software utilizado para análise dos dados foi o SPSS-IBM 22.2 for Windows estipulando o nível de significância de p ≤ 0,05. 33 ASPECTOS ÉTICOS : Projeto aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Católica de Brasília (UCB) sob o CAAE nº 24111314.0.0000.0029. RESULTADOS Da população inicial de 120 pacientes que preenchiam os critérios de inclusão no trabalho, 36 foram excluídos pelas seguintes razões: seis faleceram entre o período do atendimento fisioterapêutico do pós operatório e período da pesquisa, cinco mudaram-se para outro estado, quatro encontravam-se enfermos e não puderam comparecer a avaliação, onze não foram encontrados no endereço ou telefone de cadastro, sete não se interessaram em responder a pesquisa e três ultrapassavam o tempo de 10 anos de pós operatório. Portanto, a amostra foi composta de 84 pacientes, sendo 49 (58,3%) do sexo feminino e 35 (41,7%) masculino. A idade da amostra variou de 62 a 97 anos, com média de 78,4 ± 6,4anos. A maioria da amostra é casada (47,6%) seguida de viúvos (22,6%), 19,0% estavam separados ou divorciados na avaliação e apenas 10,7% estava solteiro. Em relação à cor 67,9% se consideravam brancos, 17,9% pardos e 14,3% negros. Quando avaliado a satisfação após a cirurgia, homens e mulheres não apresentaram um resultado significativo (p= 0,10) quando comparados entre os sexos com médias 7,7 ± 1,2 e 7,2 ± 1,4 respectivamente. Para avaliar se havia diferenças significativas entre homens e mulheres nas vaiáveis antropométricas realizou-se o teste t para amostras independentes. Observou-se haver diferenças significativas nas variáveis: estatura e a massa corporal, como pode ser observado na Tabela 01. Tabela 1 – Comparação da composição corporal entre homens (n=35) e mulheres (n=49) idosos Variável Homens Mulheres Massa corporal 92,3 +13,5 75,4+15,0 Estatura 1,7+0,81 1,6+0,05 IMC 29,6+4,2 29,0+4,8 Tempo de Cirurgia 5,5+2,4 5,0+2,0 p 0,0001 0,0001 0,517 0,386 Já para a avaliação da variável dor no período pré e pós operatório, o resultado foi significativo (p= 0,0001). Na comparação da dor entre homens e mulheres esta diferença não foi significativa, ou seja, homens e mulheres apresentaram uma redução na dor após a cirurgia Tabela 2. Tabela 2- Comparação da Escala Analógica Visual da Dor -EAVD no período pré e pós operatório Grupo Dor Pré operatória Dor pós operatória p Homens (35) 9,2 + 0,7 6,2 + 1,1 0,56 Mulheres (49) 9,4 + 0,6 6,5 + 1,3 p= 0,0001 Para avaliar se o tempo de cirurgia influenciava na dor foi subdivido o grupo em três faixas (2 a 4 anos, 5 a 8 anos e acima de 8 anos). Não foram observadas diferenças significativas entre os grupos (p=0,23), onde o grupo de 2 a 4 anos obteve média 6,6 +1,3 o grupo de 5 a 8 anos média de 6,3 + 1,1 e o grupo acima de 8 anos a média foi 6,0 + 1,2. Quando avaliado se a dor pós operatória era influenciada pela idade dos idosos não se observou diferença significativa entre as faixas etárias (p= 0,69) onde o grupo de idade de 60 34 a 69 anos obteve média de 6,6 + 1,3 idade de 70 a 79 anos com média 6,3 + 1,2 de 80 a 89 anos média de 6,2 +1,2 e a média acima de 90 anos foi a de 6,5 +1,3. Para avaliar se as AVDs melhoraram após a cirurgia utilizou-se a analise Split Plot Anova que compara homens e mulheres, pré e pós operatório conforme a Tabela 3. Tabela 3 - Avaliação da AVDs pré e pós-operatória pelo Índice de Barthel Grupo Pré-operatória Pós-operatória Homens (35) 95,3 +5,8 96,0 + 6,2 Mulheres (49) 94,1 + 8,3 94,5 + 8,6 p= 0,56 No que diz respeito ao instrumento WOMAC, ao avaliarmos o período pré e pósoperatório em uma Split-plot, observou-se que entre grupos (sexo), não houve diferença significativa entre os mesmos (p= 0,15), porém, ao avaliar período pré e pós operatório no mesmo grupo há diferença significativa (p=0,0001) Tabela 4. Tabela 4 - Avaliação do pré e pós operatório com questionário WOMAC Grupo Pré operatória Homens (35) 75,7 + 5,7 Mulheres (49) 75,7 +4,5 Pós operatória 73,3 + 6,0 71,2 +4,5 Visou-se também uma correlação entre AVDs X Dor, a qual se mostrou neutra (p=0,99; r =-0,01). Ao avaliarmos a correlação entre Dor X Satisfação houve uma correlação negativa entre as mesmas (r= - 0,37; p= 0,001). Para investigar se havia diferença na QV por grupo etário foi utilizado o teste ANOVA ONE WAY com resultado não significativo (p=0,60) já as medias foram: de 60 a 69 anos 72,4 +5,8, de 70 a 79 anos 73,1 +4,9 de 80 a 89 anos 71,2 +5,0 e acima de 90 anos 73,5+7,2. Discussão As características sociodemográfico dos sujeitos deste estudo correspondem aos achados da literatura no que diz respeito à prevalência de mulheres e à média de idade na população idosa. O fato das mulheres serem maioria era esperado, já que as mesmas possuem fatores anatômicos e fisiológicos para desenvolver a OA, estudos como o de BLAGOJEVIC, ressaltou o maior risco das mulheres desenvolverem a osteoartrite dos joelhos, devido fatores hormonais e anatômicos17. Quanto a massa corporal e IMC da amostra deste estudo, percebe-se um grau de obesidade em toda ela, independente do sexo. Este achado corrobora com os achados de estudos que relatam a relevância clínica da associação entre a obesidade e osteoartrose. FRANCO, observou em seu estudo que pessoas obesas com IMC entre 30 e 35, apresentam um risco 4 a 5 vezes maior, além, de apresentarem os sintomas mais precocemente quando se comparadas com pessoas de peso normal18. Quando perguntados sobre a dor articular no período pré e pós operatório, o resultado foi significativo com p= 0,0001, ou seja, homens e mulheres sentiram uma diminuição na dor após a cirurgia. Nossos resultados vão ao encontro com os estudos que demonstraram que indivíduos com OA apresentam maior pontuação de dor antes da realização da cirurgia e que quando comparados com o grupo que não colocou a prótese os níveis de dores são menores,19. Acredita-se que a cirurgia possa aliviar esse sintoma nos primeiros meses de pós-operatório, com maior intensidade entre três e seis meses após a cirurgia20. Uma das hipóteses deste estudo era de que a dor iria diminuir com o passar dos anos de pós-operatório, porém isso não foi observado e vai contra os achados de VAN DER LINDEN que avaliou a dor e a QV de indivíduos que foram submetidos à ATJ unilateral encontrando melhoras das funções articulares do joelho e melhora dos escores no questionário 35 de qualidade de vida e EAVD quando comparado o pré operatório, 18/21 meses após e após há sete anos da intervenção, o fato desse resultado significante pode ser atribuído a que no estudo citado o mesmo idoso era avaliado em diferentes fases do PO e pode assim melhor avaliar seu grau de dor em diferentes períodos21. Quando avaliado a dor pós-operatória em relação à idade também não se observou diferença significativa entre as faixas etárias (p= 0,69). Não foi encontrado nenhum embasamento na literatura para justificar tal fato, porém, acredita-se que como a técnica cirúrgica e a reabilitação não difere a dor será similar entre todas as idades podendo alterar se avaliados fatores individuais. As AVDs foram avaliadas nesse estudo por um instrumento abrangente. O índice de Barthel, que leva em consideração apenas se o individuo é capaz de realizar atividades cotidianas do tipo higiene, banho, alimentação, toalete, subir escadas, vestuários, controle esfincteriano, deambulação e transferência e se os a faz de forma independente, com auxilio ou é incapaz de realizar. Acredita-se que o instrumento escolhido para a avaliação das AVDs não avaliou com fidedignidade os dados. Isso porque como a própria pesquisadora trabalhou durante um ano com a amostra, a mesma observou e teve relatos de uma melhora significativa nas AVDs, diferença esta que o instrumento não teve a sensibilidade para avaliar. Em estudo similar, PATRIZZI demonstrou que os escores de atividades da vida diária foram significativamente melhores no pós-operatório independente da idade do paciente em idosos submetidos à artroplastia total, o autor utilizou o Questionário sobre dor e atividades da vida diária (AVD) – Harris Hip Score (1969) talvez o instrumento tenha avaliado de forma mais fidedigna os sujeitos22. Diferente desse estudo onde o questionário apenas avaliava se o individuo realizava as AVDs de forma independente e não quantificava o quão as AVDs eram afetadas pela OA, tal fato só foi percebido de forma negativa quando a autora analisou os resultados, sendo assim, sugere-se que as limitações das AVDs sejam avaliadas apenas por um questionário mais especifico, como a seção C do WOMAC. Ao avaliarmos o período pré e pós-operatório, em todos os domínios do WOMAC observou-se um resultado significativo, resultado similar à literatura com melhora da dor, rigidez e AVDs quando comparado o pré e pós operatório, obtendo uma melhora de 80% de quando comparado os mesmos períodos tais resultados estão de acordo com a maioria da literatura encontrada23. Visou-se também uma correlação entre AVDs X Dor, a qual se mostrou neutra (r =0,01; p=0,99) diferente do que foi encontrado na literatura que afirma que a dor é um fator proporcional a funcionalidade do individuo, ou seja, quanto maior a dor, maior a influência na realização de atividades cotidianas. Acredita-se que até 60% dos pacientes com dores crônicas podem ter sua AVDs influenciadas de forma parcial ou permanente, comprometendo de modo significativo a qualidade de vida (QV)24. Ao avaliarmos a relação da dor com o nível de satisfação houve uma relação negativa entre as mesmas (r= - 0,37; p= 0,001) quanto menor a dor, maior a satisfação com a cirurgia. Pacientes que se declaram livres da dor ou com uma diminuição significativa da mesma após o procedimento confirmam a hipótese desse estudo que era que a cirurgia de ATJ seria eficaz no alivio da dor da OA. Outras pesquisas na área sugerem que a satisfação do paciente no pós-operatório provém não só do alívio da dor, mas também da melhora da funcionalidade e mobilidade e afirmam que a restauração da ADM nos pós-operatório é considerada o maior indicador de sucesso da cirurgia de ATJ25-26. Pela experiência clinica da autora, a satisfação tem intima relação com as expectativas do individuo com o resultado da cirurgia, quanto maior a expectativa, maior a chance do idoso se sentir insatisfeito com os resultados,por exemplo, caso o idoso acredite que a ATJ irá extinguir de vez a dor, o mesmo poderá atribuir uma nota menor caso ainda permaneça um quadro álgico,mesmo com um delta menor. 36 Quando comparada a QV X idade, observou se um resultado pouco significativo, A literatura correlaciona teorias e estudos que afirmam que os idosos com mais idade tendem a apresentar maior resiliência em relação à dor e melhor o enfrentamento, o que vai contra aos achados dessa pesquisa27. Porem acredita-se que mesmo com as perdas e declínios da velhice e da dor crônica os idosos são capazes de apresentar características resilientes e positivas quando questionados sobre sua vida28. No que diz respeito à satisfação de vida dos idosos após o processo cirúrgico o resultado não foi significativo (p=0,109) , porém, relatos de melhora de pequenos gestos e hábitos do dia a dia, e mesmo com um pós-operatório demorado e dolorido a grande maioria relata que não se arrepende de ter feito o procedimento e afirma que faria novamente. Acredita-se que o grau de satisfação seja alto devido o alívio da tríade dor, deformidade e rigidez articular e pela alta expectativa dos pacientes que se submetem ao ato cirúrgico. Além disso, a evolução das técnicas cirúrgicas, que garantiram uma maior mobilidade, estabilidade e duração da prótese e aperfeiçoamento dos materiais da prótese são as principais causas da satisfação dos pacientes que foram submetidos ao processo cirúrgico que pode alcançar a 92% de satisfação29. Nesse raciocínio, evidencia-se a necessidade de aperfeiçoar os resultados funcionais da ATJ com a implantação de programas de reabilitação, intervindo desde a preparação do paciente para o processo cirúrgico até o seu retorno às suas atividades cotidianas. Não foi verificado a diferença da qualidade de vida por sexo, idade e por tempo de pós-cirúrgico, isso talvez porque o processo cirúrgico, medicação utilizada, protocolo de reabilitação e a recuperação estimada são a mesma para todas as idades e sexo. Os dados obtidos neste estudo revelam diminuição da dor foi a variável que influenciou significativamente a QV dos idosos estudados. Assim, investir nos aspectos funcionais de idosos com ATQ e, como consequência, melhorar a dor, a locomoção e a satisfação são estratégias que podem interferir positivamente na QV dessas pessoas. Algumas limitações do estudo podem ser apontadas, dentre elas, participantes da pesquisa não realizaram acompanhamento médico e fisioterapêutico exclusivo, seria interessante avaliar um grupo de idosos com artroplastia total de joelho após terem realizado tratamento apenas com uma equipe evitando assim um viés. Podemos apontar ainda como limitação a escolha do instrumento de avaliação das AVDs. Conclusão Os indivíduos submetidos à artroplastia total de joelho mais prevalentes nesta pesquisa são idosos, mulheres e obesos. Acreditam em uma melhora da qualidade de vida, quando comparados ao período pré operatório e vinculam isso a melhora do escore de dor com uma melhora da 40% da dor, a função física foi relatada com melhora nas AVDs , alguns idosos relatam que retornaram atividades que estavam limitadas pela doença e até iniciaram novas atividades, como atividade física ou viagens.Todos os idosos afirmam que estão satisfeito por terem sidos submetidos à ATJ e afirmam que a cirurgia apesar do pós operatório, dolorido e longo, foi capaz de melhorar seu dia a dia.Sugere-se novos estudos com a ATJ padronizando o tempo de pós operatório, técnica cirúrgica e protocolo de reabilitação diminuindo assim o viés da amostra. Faz-se necessário novos estudos na área, afim de verificar em qual dimensão (dor, rigidez ou AVDs). Sugere-se o desenvolvimento de estudos longitudinais com ampliação da amostra a fim de verificar se medidas que diminuem ou eliminam os déficits funcionais podem proporcionar melhora na QV em idosos com ATJ. Bem como pesquisas com objetivo de avaliem as técnicas cirúrgicas, as vantagens e desvantagens de um protocolo de reabilitação, a diferença entre as faixas etárias comparando o enfrentamento da dor. 37 Referências Bibliográficas 1. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira 2012. Rio de Janeiro: IBGE; 2012. 2. Falcade BL, Leite MT, Hildebrandt LM, Kirchner RM, Silva LAA, Gonçalves LHT. Octogenários em residências unipessoais: enfoque sobre a qualidade de vida e condições de saúde. Rev Enferm UFSM 2011; 1(3):386-393. 3. Arden N, Cooper C. Present and future of osteoporosis: epidemiology, diagnosis and management. Ed. Instructional cours electures Rosemont. 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Fracasso BV, Kaipper MB. Avaliação da funcionalidade em indivíduos submetidos à artroplastia total de joelho. Cippus 2012; 1(2):170-184. 39 5 . CONSIDERAÇÕES FINAIS DA DISSERTAÇÃO A cirurgia de artroplastia total de joelho se apresentou como uma opção de tratamento válida para os indivíduos com osteoartrose de joelho severa, com uma melhora da qualidade de vida. Essa melhora da QV pode ser observada na clínica diária e por relatos do alívio dos sintomas, principalmente a dor articular, dos idosos submetidos a cirurgia. Esses afirmam que mesmo a cirurgia sendo algo de grande porte e com um pós operatório extremamente doloroso, eles acreditam que é uma boa opção de tratamento, pois retomam e até mesmo iniciam tarefas cotidianas que antes eram limitadas devido ao quadro álgico ou mesmo a rigidez da doença. A maioria da amostra desse estudo foi de mulheres, obesas e não foi observada diferenças significativas na QV quando comparados por sexo e tempo de pos operatório, porém, os idosos mais velhos têm uma maior resiliência e afirmam que a cirurgia foi de maior valia quando comparado aos idosos mais jovens. Todos os idosos se dizem satisfeitos com a cirurgia e afirmam que fariam novamente se necessário. Faz-se necessário novos estudos na área, afim de verificar em qual dimensão (dor, rigidez ou AVDs) os idosos ficaram mais satisfeitos em relação a cirurgia, alem de estudos que comparem por tempo de cirurgia ou ate mesmo por método de reabilitação visando assim uma elaboração de possíveis protocolos pré e pós cirúrgicos obtendo cada vez mais um bom prognóstico para esses indivíduos. 40 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DA DISSERTAÇÃO ALVES, J. C.; BASSITT, D. P. Qualidade de vida e capacidade funcional de idosas com osteoartrite de joelho. Einstein, v. 11, p. 209-15, 2013. ARDEN, N., COOPER, C. 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São Paulo, Manole. 45 APÊNDICE A – Ficha de Identificação Dados de identificação: Nome:__________________________________________________________ Data da avaliação:__/____/____ Telefone:_________________ Endereço:_______________________________________________________ Idade:____________ DN: ___/____/_______ Sexo ( ) M ( )F Cor:____________________ Profissão ou ocupação atual: ________________ Estado civil: ( ) Solteiro ( ) Casado ( ) Viúvo ( ) Divorciado ( ) Outros Médico:_______________________ Telefone:___________ Diagnóstico médico:______________________________________________ Exames Complementares: Exame Data Resultado RX RNM Início dos sintomas de dor:_________________________________________ PO de artroplastia total de joelho? � sim Data____/_____/_____ � não Realizou fisioterapia PO? � sim__________________________ � não Realiza algum tipo de atividade física? � sim Qual?_______________________ � não Possui algum problema de saúde? � sim Qual?___________________________ � não Medidas Antropométricas: Massa corporal:__________Estatura:__________ De 0 (insatisfeito) e 10 (muito satisfeito) qual nota o sr(a) atribui para sua satisfação de após a cirurgia de ATJ?_______________ Observações Complementares: ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 46 APÊNDICE B - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Eu, ___________________________________________________________, abaixo assinado, pelo presente Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), declaro que autorizo a minha participação na pesquisa da aluna Leila Cristina Lima de Freitas, abaixo descrita. Declaro ainda, que fui informado (a) (de forma clara e detalhada, livre de qualquer forma de constrangimento e coerção) dos objetivos, riscos, benefícios e da justificativa dos procedimentos que serei submetido. Informo também, que recebi uma cópia do presente Termo de Consentimento. Título do Projeto: “A Avaliação da Qualidade de Vida de idosos submetidos a uma prótese de joelho devido osteoartrose” Objetivos: Avaliar a qualidade de vida de idosos com OA submetido à cirurgia de artroplastia total de joelho com mais de um ano de evolução cirúrgica. Procedimentos: O (a) senhor (a) que possui o diagnóstico de osteoartrite de joelho, que se submeteu a cirurgia de artroplastia total de joelho está sendo convidado a participar deste estudo. O protocolo de investigação que o (a) senhor (a) será submetido consiste de uma avaliação com um questionário com dados socioeconômicos. Após será aplicado um questionário específicos para avaliação da QV pré/pós-cirurgia. Os participantes têm a garantia que receberão respostas a qualquer pergunta e esclarecimento de qualquer dúvida quanto aos assuntos relacionados à pesquisa. Retirada do consentimento: O voluntário tem a liberdade de retirar seu consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo, não acarretando nenhum dano ao voluntário. Aspecto Legal: Elaborado de acordo com as diretrizes e normas regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atende à Resolução nº 196, de 10 de outubro de 1996, do Conselho Nacional de Saúde do Ministério de Saúde - Brasília – DF. Confiabilidade: Os voluntários terão direito à privacidade. A identidade (nomes e sobrenomes) do participante não será divulgada. Porém os voluntários assinarão o termo de consentimento para que os resultados obtidos possam ser apresentados em congressos e publicações. Em casos de dúvida quanto aos seus direitos, entre em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Católica de Brasília. Brasília, _____de _____de 2014. ______________________________ Voluntário/Paciente ____________________________ Leila Cristina L. de Freitas Pesquisadora 47 ANEXO A –Mini Exame do Estado Mental MINI-EXAME DO ESTADO MENTAL (Folstein, Folstein & McHugh, 1.975) Paciente: Data da Avaliação:__/____/_____ Avaliador:___________________ ORIENTACAO Dia da semana (1 ponto) ..............................................( ) Dia do mês (1 ponto) ...............................................( ) Mês (1 ponto) ...............................................( ) Ano (1 ponto) ..............................................( ) Hora aproximada (1 ponto) ..............................................( ) Local especifico (aposento ou setor) (1 ponto) ..............................................( ) Bairro ou rua próxima (1 ponto) ..............................................( ) Instituição(residência, hospital, clinica) (1 ponto) ...............................................( ) Cidade (1 ponto) ..............................................( ) Estado(1 ponto) ..............................................( ) MEMORIA IMEDIATA Fale 3 palavras não relacionadas (Dê 1 ponto cada resposta correta) Peça para repetir as 3 palavras (De 1 ponto para cada ..............................................( ) resposta correta) (1 ponto para cada calculo correto) ATENÇÃO E CÁLCULO Subtrair: 100-7 = 93-7 = 86-7 = 79-7 = 72-7 = 65 Dê 1 ponto cada resposta correta) MEMORIA DE EVOCAÇÃO Pergunte pelas 3 palavras ditas anteriormente ...............................................( ) LINGUAGEM Nomear um relógio e uma caneta (1 ponto cada) ...............................................( ) Repetir "nem aqui, nem ali, nem lá" (1 ponto) ..............................................( ) "pegue este papel com a mão direita dobre ao meio e ..............................................( ) coloque no chão ( 3 pontos) Ler e obedecer: "feche os olhos" (1 ponto) ...............................................( ) Escrever uma frase (1 ponto) ...............................................( ) Copiar um desenho (1 ponto) ...............................................( ) ESCORE: (____/30) 48 ANEXO B -Questionário WOMAC WOMAC – Western Ontario and McMaster Universities Osteoarthritis Index Esse questionário é específico para a avaliação da qualidade de vida em pacientes com osteoartrose. Dividido em 03 dimensões, ele abordará os seguintes tópicos DOR, RIGIDEZ ARTICULAR E INCAPACIDADE FÍSICA onde: - para dor: 05 questões, - para rigidez articular: 02 questões, - para incapacidade física: 17 questões. Para a avaliação deverá assinalar, na escala de LIKERT, que se baseia em uma escala de 5 pontos, onde 0 a ausência do sintoma 4 pior resultado quanto àquele sintoma onde se assinala a opção no Box referido. Ao final do teste, serão somado as questões e divididos por numero de questões do domínio. Ao final do teste obteremos 03 resultados distintos. O questionário a seguir foi traduzido da forma simplificada. Índice WOMAC para OA anonimato e confidencialidade Toda informação que você fornecer será considerado estritamente confidencial e será apresentada apenas como estatística do grupo de indivíduos. Nenhum dado que identifique um indivíduo com uma resposta específica ou genérica será apresentado. SEÇÃO A 49 INSTRUÇÕES PARA OS INDIVÍDUOS As perguntas a seguir se referem à intensidade da dor que você está atualmente sentindo devido à artrite de seu joelho. Para cada situação, por favor, coloque a intensidade da dor que sentiu nas últimas 72 horas Pergunta: Qual a intensidade da sua dor? 1-Caminhando em um lugar plano. ( ) Nenhuma ( ) Pouca ( ) Moderada ( ) Intensa ( ) Muito intensa 2- Subindo ou descendo escadas. ( ) Nenhuma ( ) Pouca ( ) Moderada ( ) Intensa ( ) Muito intensa 3- A noite deitado na cama. ( ) Nenhuma ( ) Pouca ( ) Moderada ( ) Intensa ( ) Muito intensa 4-Sentando-se ou deitando-se. ( ) Nenhuma ( ) Pouca ( ) Moderada ( ) Intensa ( ) Muito intensa 5. Ficando em pé. ( ) Nenhuma ( ) Pouca ( ) Moderada ( ) Intensa ( ) Muito intensa SEÇÃO B As perguntas a seguir se referem a intensidade de rigidez nas junta (não dor), que você está atualmente sentindo devido a artrite em seu joelho nas últimas 72 horas. Rigidez é uma sensação de restrição ou dificuldade para movimentar suas juntas 1. Qual é a intensidade de sua rigidez logo após acordar de manhã? ( ) Nenhuma ( ) Pouca ( ) Moderada ( ) Intensa ( ) Muito intensa 2. Qual é a intensidade de sua rigidez após se sentar, se deitar ou repousar no decorrer do dia? ( ) Nenhuma ( ) Pouca ( ) Moderada ( ) Intensa ( ) Muito intensa SEÇÃO C 50 As perguntas a seguir se referem a sua atividade física. Nós chamamos atividade física, sua capacidade de se movimentar e cuidar de você mesmo(a). Para cada uma das atividades a seguir, por favor, indique o grau de dificuldade que você está tendo devido a artrite em seu joelho durante as últimas 72 horas Pergunta: Qual o grau de dificuldade que você tem ao: 1- Descer escadas. ( ) Nenhuma ( ) Pouca ( ) Moderada ( ) Intensa ( ) Muito intensa 2- Subir escadas. ( ) Nenhuma ( ) Pouca ( ) Moderada ( ) Intensa ( ) Muito intensa 3- Levantar-se estando sentada. ( ) Nenhuma ( ) Pouca ( ) Moderada ( ) Intensa ( ) Muito intensa 4- Ficar em pé. ( ) Nenhuma ( ) Pouca ( ) Moderada ( ) Intensa ( ) Muito intensa 5- Abaixar-se para pegar algo. ( ) Nenhuma ( ) Pouca ( ) Moderada ( ) Intensa ( ) Muito intensa 6- Andar no plano. ( ) Nenhuma ( ) Pouca ( ) Moderada ( ) Intensa ( ) Muito intensa 7- Entrar e sair do carro. ( ) Nenhuma ( ) Pouca ( ) Moderada ( ) Intensa ( ) Muito intensa 8- Ir fazer compras. ( ) Nenhuma ( ) Pouca ( ) Moderada ( ) Intensa ( ) Muito intensa 9- Colocar meias. ( ) Nenhuma ( ) Pouca ( ) Moderada ( ) Intensa ( ) Muito intensa 10- Levantar-se da cama. ( ) Nenhuma ( ) Pouca ( ) Moderada ( ) Intensa ( ) Muito intensa 11- Tirar as meias. ( ) Nenhuma ( ) Pouca ( ) Moderada ( ) Intensa ( ) Muito intensa 12- Ficar deitado na cama. ( ) Nenhuma ( ) Pouca ( ) Moderada ( ) Intensa ( ) Muito intensa 13- Entrar e sair do banho. ( ) Nenhuma ( ) Pouca ( ) Moderada ( ) Intensa ( ) Muito intensa 14 - Se sentar. ( ) Nenhuma ( ) Pouca ( ) Moderada ( ) Intensa ( ) Muito intensa 15- Sentar e levantar do vaso sanitário. ( ) Nenhuma ( ) Pouca ( ) Moderada ( ) Intensa ( ) Muito intensa 16- Fazer tarefas domésticas pesadas. ( ) Nenhuma ( ) Pouca ( ) Moderada ( ) Intensa ( ) Muito intensa 17- Fazer tarefas domésticas leves. ( ) Nenhuma ( ) Pouca ( ) Moderada ( ) Intensa ( ) Muito intensa ANEXO C - Escala Modificada de Barthel 51 CATEGORIA 1: HIGIENE PESSOAL 1. O paciente e incapaz de realizar higiene pessoal sendo dependente em todos os aspectos. 2. Paciente necessita de assistência em todos os passos da higiene pessoal. 3. Alguma assistência e necessária em um ou mais passos da higiene pessoal. 4. Paciente e capaz de conduzir a própria higiene, mas requer mínima assistência antes e/ou depois da tarefa. 5. Paciente pode lavar as mãos e face, limpar os dentes e barbear, pentear ou maquiar-se. CATEGORIA 2: BANHO 1. Totalmente dependente para banhar-se. 2. Requer assistência em todos os aspectos do banho. 3. Requer assistência para transferir-se, lavar-se e/ou secar-se; incluindo a inabilidade em completar a tarefa pela condição ou doença. 4. Requer supervisão por segurança no ajuste da temperatura da água ou na transferência. 5. O paciente deve ser capaz de realizar todas as etapas do banho, mesmo que necessite de equipamentos, mas não necessita que alguém esteja presente. CATEGORIA 3: ALIMENTACAO 1. Dependente em todos os aspectos e necessita ser alimentado. 2. Pode manipular os utensílios para comer, usualmente a colher, porém necessita de assistência constante durante a refeição. 3. Capaz de comer com supervisão. Requer assistência em tarefas associadas, como colocar leite e açúcar no chá, adicionar sal e pimenta, passar manteiga, virar o prato ou montar a mesa. 4. Independência para se alimentar um prato previamente montado, sendo a assistência necessária para, por exemplo, cortar carne, abrir uma garrafa ou um frasco. Não é necessária a presença de outra pessoa. 5. O paciente pode se alimentar de um prato ou bandeja quando alguém coloca os alimentos ao seu alcance. Mesmo tendo necessidade de algum equipamento de apoio, é capaz de cortar carne, serve-se de temperos, passar manteiga, etc. CATEGORIA 4: TOALETE 1. Totalmente dependente no uso vaso sanitário. 2. Necessita de assistência no uso do vaso sanitário 3. Pode necessitar de assistência para se despir ou vestir, para transferir-se para o vaso sanitário ou para lavar as mãos. 4. Por razões de segurança, pode necessitar de supervisão no uso do sanitário. Um penico pode ser usado a noite, mas será necessária assistência para seu esvaziamento ou limpeza. 5. O paciente é capaz de se dirigir e sair do sanitário, vestir-se ou despir-se, cuida-se para não se sujar e pode utilizar papel higiênico sem necessidade de ajuda. Caso necessário, ele pode utilizar uma comadre ou penico, mas deve ser capaz de os esvaziar e limpar; CATEGORIA 5: SUBIR ESCADAS 1. O paciente é incapaz de subir escadas. 2. Requer assistência em todos os aspectos relacionados a subir escadas, incluindo assistência com os dispositivos auxiliares. 3. O paciente é capaz de subir e descer, porém não consegue carregar os dispositivos, necessitando de supervisão e assistência. 4. Geralmente, não necessita de assistência. Em alguns momentos, requer supervisão por segurança. 5. O paciente é capaz de subir e descer, com segurança, um lance de escadas sem supervisão ou assistência mesmo quando utiliza os dispositivos. 52 CATEGORIA 6: VESTUARIO 1. O paciente é dependente em todos os aspectos do vestir e incapaz de participar das atividades. 2. O paciente é capaz de ter algum grau de participação, mas é dependente em todos os aspectos relacionados ao vestuário 3. Necessita assistência para se vestir ou se despir. 4. Necessita assistência mínima para abotoar, prender o soutien, fechar o zipper, amarrar sapatos, etc. 5. O paciente é capaz de vestir-se, despir-se , amarrar os sapatos, abotoar e colocar um colete ou órtese, caso eles sejam prescritos. CATEGORIA 7: CONTROLE ESFINCTERIANO (BEXIGA) 1. O paciente apresenta incontinência urinária. 2. O paciente necessita de auxílio para assumir a posição apropriada e para fazer as manobras de esvaziamento. 3. O paciente pode assumir a posição apropriada, mas não consegue realizar as manobras de esvaziamento ou limpar-se sem assistência e tem freqüentes acidentes. Requer assistência com as fraldas e outros cuidados. 4. O paciente pode necessitar de supervisão com o uso do supositório e tem acidentes ocasionais. 5. O paciente tem controle urinário, sem acidentes. Pode usar supositório quando necessário. CATEGORIA 8: CONTROLE ESFINCTERIANO (INTESTINO) 1. O paciente não tem controle de esfíncteres ou utiliza o cateterismo. 2. O paciente tem incontinência, mas é capaz de assistir na aplicação de auxílios externos ou internos. 3. O paciente fica geralmente seco ao dia, porém não à noite e necessita dos equipamentos para o esvaziamento. 4. O paciente geralmente fica seco durante o dia e a noite, porém tem acidentes ocasionais ou necessita de assistência com os equipamentos de esvaziamento. 5. O paciente tem controle de esfíncteres durante o dia e a noite e/ou é independente para realizar o esvaziamento. CATEGORIA 9: DEAMBULACAO - Não pontue esta categoria caso o paciente utilize cadeira de rodas 1. Totalmente dependente para deambular. 2. Necessita da presença constante de uma ou mais pessoas durante a deambulação. 3. Requer assistência de uma pessoa para alcançar ou manipular os dispositivos auxiliares. 4. O paciente é independente para deambular, porém necessita de auxilio para andar 50 metros ou supervisão em situações perigosas. 5. O paciente é capaz de colocar os braces, assumir a posição ortostática, sentar e colocar os equipamentos na posição para o uso. O paciente pode ser capaz de usar todos os tipos de dispositivos e andar 50 metros sem auxilio ou supervisão. CATEGORIA 9: CADEIRA DE RODAS * Não se aplica aos pacientes que deambulam. 1. Dependente para conduzir a cadeira de rodas. 2. O paciente consegue conduzi-la em pequenas distâncias ou em superfícies lisas, porém necessita de auxílio em todos os aspectos. 3. Necessita da presença constante de uma pessoa e requer assistência para manipular a cadeira e transferir-se. 4. O paciente consegue conduzir a cadeira por um tempo razoável e em solos regulares. Requer mínima assistência em espaços apertados. 5. Paciente é independente em todas as etapas relacionadas a cadeira de rodas (manipulação de equipamentos, condução por longos percursos e transferências). 53 CATEGORIA 10: TRANSFERENCIAS CADEIRA/CAMA 1. Incapaz de participar da transferência. São necessárias duas pessoas para transferir o paciente com ou sem auxílio mecânico. 2. Capaz de participar, porém necessita de máxima assistência de outra pessoa em todos os aspectos da transferência. 3. Requer assistência de oura pessoa para transferir-se. 4. Requer a presença de outra pessoa, supervisionando, como medida de segurança. 5. O paciente pode, com segurança, aproximar-se da cama com a cadeira de rodas, freiar, retirar o apoio dos pés, mover-se para a cama, deitar, sentar ao lado da cama, mudar a cadeira de rodas de posição, e voltar novamente para cadeia com segurança. O paciente deve ser independente em todas as fases da transferência. Pontuação do Índice de Barthel Modificado Item Higiene Pessoal Banho Alimentação Toalete Subir escadas Vestuário Controle de Bexiga Controle intestino Deambulação Ou cadeira de rodas* Transferência cadeira/cama Incapaz de realizar a tarefa 0 0 0 0 0 0 0 Requer ajuda substancial Requer mínima ajuda Totalmente independente 1 1 2 2 2 2 2 Requer moderada ajuda 3 3 5 5 5 5 5 4 4 8 8 8 8 8 5 5 1 1 1 1 1 0 2 5 8 1 0 3 8 1 1 0 1 3 4 5 0 3 8 12 15 100% Interpretação do Resultado 100 pontos – totalmente dependente 99 a 76 pontos – dependência leve 75 a 51 pontos - dependência moderada 50 a 26 pontos – dependência severa 25 e menos pontos – dependência total ANEXO D – Escala Analógica Visual de Dor (EAVD) 54