araneae em ambientes florestais: visualizando exemplares e

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XII CONGRESSO DE ECOLOGIA DO BRASIL
ARANEAE EM AMBIENTES FLORESTAIS: VISUALIZANDO
EXEMPLARES E APROFUNDANDO CONCEITOS
Fernanda M. F. Lucas1 ([email protected])
Túlio Brenner F. Silva 2, Lucas Jean Nunes 3, Illgner Clay B. Rodrigues 4, Stephanie Hellen B. Gomes 5, Roberto
Lima Santos 6
1Estudante do Técnico Subsequente em Controle Ambiental (Instituto Federal do Rio Grande do Norte-IFRN); 15Graduandos do curso de Engenharia Florestal, 6Biólogo, Depto. Botânica e Zoologia, 1-6Universidade Federal do
Rio Grande do Norte (UFRN)
INTRODUÇÃO
A alta velocidade de destruição de florestas tropicais, aliadas a extinções de espécies, exige o desenvolvimento de
estratégias de conservação e uso sustentado dos fragmentos remanescentes, bem como de recuperação de áreas
degradadas (Espírito-Santo et al., 2002). Isso faz com que seja multiplicada a necessidade de ações educacionais
com finalidades de chamar atenção para se reverter as perdas que a biodiversidade vem sofrendo. Atividades
didáticas, então, envolvidas no contexto da sala de aula atuam tanto como ferramentas facilitadoras do
ensino/aprendizagem como elementos que visam enriquecer o entendimento do ambiente local com fins voltados
para a sensibilização ambiental (Almeida et al., 2011). Ressaltam-se para isso, direções educativas voltadas à
valorização de fragmentos florestais, onde se acompanha de perto, toda a dinâmica existente, principalmente
envolvendo os animais, entre eles, os artrópodes.
Os artrópodes compreendem cerca de 75% dos animais existentes. Dentre os representantes deste grupo, as aranhas
compreendem uma significante porção da diversidade de artrópodes terrestres (Toti et al., 2000). Devido à grande
riqueza de indivíduos, mais de 43.000 espécies (Platnick 2012), e à sensibilidade a diversos fatores ambientais, as
aranhas formam um grupo taxonômico indicado para avaliar o estado de conservação de fragmentos florestais,
visto que a estrutura do habitat pode influenciar bastante a composição e a riqueza das comunidades de aranhas de
florestas tropicais (Uetz, 1991; Santos, 1999).
OBJETIVOS
Considerando a importância dos representantes do táxon Araneae como ponto chave para conservação, o objetivo
deste trabalho foi identificar a presença de indivíduos aracnídeos em ambiente florestal e promover elementos de
aprendizagem e sensibilização ambiental no percurso de aprendizagem sobre os artrópodes.
METODOLOGIA
A prática foi realizada em uma pequena área de fragmento florestal estruturada, em grande parte, como projeto de
reflorestamento na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Possui uma extensão de
aproximadamente 450 m² e, é popularmente conhecida por “Mata dos Saguis”. A partir da visita, efetuaram-se
estudo sobre os artrópodes, dando ênfase a ordem Araneae, analisando-a sobre aspectos morfológicos, fisiológicos
e ecológicos.
Como forma de averiguar concepções acerca do grupo de aracnídeos, perguntas direcionadas às observações em
campo foram direcionadas para 15 alunos que participaram da aula prática em campo e vivenciaram aspectos
relacionados à sensibilização ambiental.
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RESULTADOS
No percurso da visita foram observados diferentes grupos de Araneae: Lycosidae (“aranha lobo”, caçadora),
Gasteracantha (“aranha espinhosa”, presentes nas folhagens de ramos de vegetação de pequeno porte), Salticidae
(“aranhas-saltadoras” ou “aranhas papa-moscas”, presentes no folhiço e nos troncos de árvores).
Quanto às questões relacionadas a elementos de sensibilização ambiental, retratam-se as seguintes observações
percentuais: 71,4% dos catorze questionários mencionaram o fato das aranhas serem utilizadas como elementos de
sensibilização para mudança frente à biodiversidade por serem um constituinte importante dentre diversas teias
alimentares, podendo manter assim o regime adequado para um equilíbrio ambiental. 14,3% dos entrevistados a
citaram como elemento de sensibilização por desempenharam papel importante como bioindicadores florestais.
DISCUSSÃO
O êxito de visualização dos organismos foi decorrente a grande quantidade de indivíduos aracnídeos que este grupo
apresenta. Sendo a sétima maior ordem em número de espécies e a segunda maior entre os aracnídeos, com mais de
43.000 espécies descritas distribuídas em 111 famílias, sendo que cerca de 70 destas ocorrem no Brasil (Bonaldo et
al., 2009; Platnick, 2012).
Destaca-se acerca das aranhas que elas estão sendo utilizadas como elementos de sensibilização, pois apresentam
grande importância não somente para fins biológicos como também sociais. Como as aranhas são importantes
controladoras de pragas, insetos e pequenos roedores, estudos recentes têm comprovado a eficácia do veneno de
aranhas, como a caranguejeira, no controle de várias doenças e na produção de antibióticos (SEDUC, 2004).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir do trabalho de campo afirma-se que uma iniciativa de sensibilização ambiental voltada para a necessidade
atividades de reflorestamento na área da Mata dos Saguis trouxe aspectos positivos tanto para pesquisas, quanto
para o próprio ecossistema. Constata-se também que após a visualização, identificação e compreensão de
organismos, tais como como os artrópodes, que são comumente tratados com repulsão, pode-se gerar não somente
sentimentos de conservação para com a aracnídeos, como também do habitat onde se encontram as espécies.
Dissemina-se, assim, um modo de interação com o meio ambiente de forma mais objetiva e eficaz.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, E. A. et al. 2011. A interação do ensino de zoologia com a pesquisa e a Educação Ambiental. In:
ALMEIDA, E. A. (org.). Ensino de Zoologia: ensaios metadisciplinares. João Pessoa: Ed.UFPB, p. 157-168.
BONALDO, A. B. et al. (org.). 2009. Caxiuanã: Desafios para a conservação de uma Floresta Nacional na
Amazônia. Belém, Pará: Museu Paraense Emílio Goeldi, p. 545-558.
ESPÍRITO-SANTO, F. D. B. et al. 2002. Variáveis ambientais e a distribuição de espécies arbóreas em um
remanescente de floresta estacional semidecídua Montana no Campo da Universidade Federal de Lavras, MG. Acta
Bot. Bras., 16(3): 331-356.
PLATNICK, N. I. 2012. The World Spider Catalog, Version 12.5. American Museum of Natural History.
Disponível em: http://research.amnh.org/iz/spiders/catalog. Acesso em: 13 de março de 2015.
SEDUC, 2005. Campanha ambiental. Disponível em: Acesso em: 12 de abril de 2015
TOTI, D. S.; COYLE, F. A.; MILLER, J. A. 2000. A structured inventory of appalachian grass bald and heath bald
spider assemblages and a test of species richness estimator performance. J. Arachnol. 28: 329 -345.
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UETZ, G. W. 1991. Habitat structure and spider foraging. In: BELL, S. S.; MCCOY, E. D.; MUSHINSKY, H. R.
(ed.). Mushinsky Habitat structure: the Physical arrangement of objects in space, London: Chapman and Hall, p.
325-348.
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