Fauna Auxiliar 171 BANANEIRA! FAUNA AUXILIAR: BANANEIRAS ARTRÓPODES PREDADORES DAS B A N A N E I R A INTRODUÇÃO Os artrópodes auxiliares ajudam a combater as pragas das diferentes culturas, sendo um recurso natural e gratuito que deve ser mantido e protegido. Os artrópodes predadores incluem-se neste grupo benéfico ao Homem, uma vez que podem matar várias presas ao longo das diferentes fases do seu ciclo biológico. ARTRÓPODES Coleópteros Insectos de tamanho variável, com asas coreáceas que lhe cobrem o corpo. Destes insectos destacam-se três grupos: Coccinelídeos vulgarmente conhecidos por joaninhas – insectos de cores vivas que se alimentam de afídeos, cochonilhas, ácaros, tripes e outras pragas. Algumas espécies são actualmente criadas em laboratórios e utilizadas em luta biológica (Fig.2). Estafilinídeos – voadores activos de cores escuras e corpo comprido. Podem viver no solo, ou na casca e copa de certas árvores. Alimentam-se de ovos, larvas e adultos de várias pragas (Fig.3). Silvanidae – Inclui uma espécie predadora (Cryptamorpha desjardinsii) que se encontra associada a esta cultura, alimentando-se de ácaros e tripes (Fig.1). Figura 1 Cryptamorpha ilvanidae) adulto. desjardinsii (Silvanidae) Tamanho real:: 7 mm. Figura 2 - Scymnus interruptus /Scymnus nubilis (Coccinelídeo) adulto. Alimenta-se de afídeos. Tamanho real: 4 mm. fungi Figura 3 - Atheta fung adulto. (Estafilinídeo) Tamanho real: 4 mm. Aranhas Todas as aranhas são predadoras, alimentando-se sobretudo de insectos e outros invertebrados invertebrados, incluindo outras aranhas. As aranhas dispersam-se de todas as am-se andando pelo solo e através do uso de pontes de fios de seda. Apesar d cidade de produzir sedas, nem todas constroem teias. As que não utilizam a teia t aranhas terem a capacidade como f método de caça podem perseguir as presas ou esperar por elas em pontos estratégicos. Algumas das famílias de aranhas existentes nos pomares de bananeiras são: Oecobídeos – Inclui aranhas construtoras de teias (Fig.4). bém conhecidas como aranhas saltadoras. Estas aranhas estão activas durant durante o dia e Salticídeos – Também perseguem as suas presas esas (Fig.5). Figura 4 - Oecobius navus (Oecobídeo) adulto. Tamanho real: 6 mm. Figura 5 - Synageles Tamanho real: 6 mm. venator (Salticídeo). Autores: Ana M. C. Santos2, Paulo A. V. Borges2 & David. J. H. Lopes1 1 Centro de Biotecnologia dos Açores, Universidade dos Açores, Departamento de Ciências Agrárias, Secção de Protecção de Plantas, 9701 – 851 Terra-Chã, Açores, Portugal Centro de Investigação e Tecnologias Agrárias, Universidade dos Açores, Departamento de Ciências Agrárias, 9701 – 851 Terra-Chã, Açores, Portugal 2 Folhas Divulgativas 172 Dermápteros Insectos nocturnos de dimensões médias, que não têm a capacidade de voar. São vulgarmente conhecidos por corta-unhas devido aos apêndices que possuem no fundo do abdómen (Fig.6). A maioria das espécies é omnívora, alimentando-se de material vegetal e animal. Hemípteros Figura 6 Forficula auricularia. Tamanho real: 20 mm. Grupo de insectos geralmente designados por percevejos, que inclui espécies que voam pouco. O seu corpo é achatado e as suas asas são compostas por uma parte posterior coreácea, e uma anterior membranosa. Destacam-se quatro famílias: Antocorídeos – Inclui espécies predadoras de ácaros, afídeos, ovos e larvas de borboletas, psilas e tripes (Fig.7). Mirídeos – Algumas espécies são fitófagas, mas algumas espécies alimentam-se de outros insectos (ex.: Campyloneura virgula). generalistas, s, cuja uj importância po como auxiliares é limitada (Fig.8). Reduvídeos – Inclui espécies predadoras ge Figura 7 - Buchananiella continua (Antocorídeo) adulto. Tamanho real: 3 mm. Figura 8 - Empicoris rubromaculatus (Reduvídeo) adulto. Tamanho real: 7 mm. MEIOS DE PROTECÇÃO Estes artrópodes predadores são sensíveis aos insecticidas, sendo necessário reduzir ao mínimo a aplicação destes produtos. A existência de sebes, bosques e taludes revestidos de vegetação espontânea, são bastante importantes para a sobrevivência dos auxiliares. Aí, estes artrópodes encontram abrigo e podem procurar alimento quando este é diminuto na cultura, como acontece durante o Inverno. Como tal, deve ser mantida a vegetação natural existente à volta das zonas agrícolas, nos caminhos, e devem ser plantados arbustos e outras plantas. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA CHINERY, M. 1993. Collins field guide – Insects of Britain & Northern Europe. Haper Collins Publishers, London, 320 pp. COUTINHO C. 2002. Insectos auxiliares da agricultura - ficha técnica 101. Direcção Regional da Agricultura de Entre-Douro e Minho. OLIVEIRA, O. F. 2002. Inventariação e ecologia dos artrópodes auxiliares em citrinos, macieiras e pessegueiros na ilha Terceira. Relatório final de estágio em Licenciatura em Engenharia Agrícola, Universidade dos Açores, Angra do Heroísmo. ROBERTS, M. J. 1995. Collins field guide – Insects of Britain & Northern Europe. Haper Collins Publishers, UK, 383 pp.