Radioproteção na Odontologia GESING, M.C.1; BORSATO, L.A.2 1 Pós-graduando do Curso de Especialização em Radiologia Odontológica e Imaginologia da Universidade Tuiuti do Paraná(Curitiba, PR). 2 MSc. Orientadora do Curso de Especialização em Radiologia Odontológica e Imaginologia da Universidade Tuiuti do Paraná(Curitiba, PR). Endereço para correspondência: [email protected] ______________________________________________________________________ RESUMO: O cuidado em qualquer atividade que utilize radiações ionizantes é fundamental. Os raios X são imperceptíveis aos sentidos e por isto tendem a ser subestimados. O uso incorreto pode ocasionar problemas sérios à saúde principalmente aos profissionais que cotidianamente fazem uso destas radiações. O objetivo deste trabalho é avaliar por meio de revisão de literatura a melhor maneira de utilização dos raios X na Odontologia sem que estes causem danos aos pacientes e profissionais que deles utilizam. Não se discute a importância da utilização das radiações ionizantes, mas seu uso correto, pois as vantagens das boas práticas no diagnóstico por imagem, refletem-se em toda a vida clínica dos profissionais da saúde, seu relacionamento com os pacientes e sua qualidade de vida. Palavras chave: proteção radiológica, radioproteção, radiação ionizante. ________________________________________________________________________________ ABSTRACT: Care in any activity that uses ionizing radiation is essential. The X rays are imperceptible to the senses and therefore tend to be underestimated. But improper use can cause serious health problems especially to professionals who daily make use of these radiations. The aim of this study is to evaluate through a literature review how best to use the X rays in dentistry, without they cause harm to patients and professionals who use them. We do not dispute the importance of the use of ionizing radiation, but their proper use, since the benefits of good practices in diagnostic image reflects throughout the lifetime of the health professionals, their relationship with patients and their quality of life. Keywords: Radiological protection, radioprotection, ionizing radiations ___________________________________________________________________________ 1 INTRODUÇÃO organismos vivos. O uso dos raios X constitui riscos para os profissionais que o Desde o desenvolvimento das primeiras utilizam para diagnosticar patologias e para experiências por Wilhelm Conrad Röntgen, os pacientes a eles submetidos (FENYO- com os chamados raios X, começaram a PEREIRA; PINTO, 2006). surgir as primeiras suspeitas sobre os Atualmente o diagnóstico e a utilização possíveis efeitos deletérios destes sobre os clínica dos raios X na odontologia estão 1 fortemente disseminados que se torna aplicada impossível imaginar como poderíamos reprodutivo a probabilidade de defeitos proporcionar um tratamento de qualidade genéticos é pequena. Diante da exposição aos nossos pacientes sem a eventual insignificante utilização desta importante ferramenta. Em necessidade de preocupação excessiva 1999 Silva et al. descreveram que a sobre o exame radiográfico dentário da radiação X é uma energia ionizante que, gestante, quando for indicado. O uso de sendo manipulada corretamente, traz mais avental de chumbo ajudará a tranqüilizar a benefícios que danos. O objetivo deste paciente. Todavia, é preciso prudência na trabalho é avaliar por meio de revisão de decisão da necessidade do exame. Deve-se literatura a melhor maneira de utilização considerar a possibilidade de esperar o fim dos raios X na Odontologia sem que estes da gravidez, o desejo da paciente e suas causem danos aos pacientes e profissionais opiniões pessoais. que deles utilizam. Garcez Filho; Rocha ; Oliveira (1990) antes do das final do gônadas, período não há realizaram uma pesquisa sobre os meios de proteção utilizados pelos Cirurgiões- Dentistas em seus consultórios e as conclusões foram muito desfavoráveis, 2 REVISÃO DE LITERATURA apontando que 41,7% usualmente Williams ; Gray (1986) relataram que os seguravam a película para o paciente, 30% benefícios do uso correto dos raios X não utilizavam avental plumbífero durante superam ser exames de raios X em pacientes grávidas e ocasionados. Muitas condições anormais 7% não utilizavam qualquer proteção dos dentes e outras estruturas podem ser contra os efeitos deletérios dos raios X. mais facilmente detectadas pelo uso de Agravado pela utilização do aparelho pequenas doses de radiação do que por emissor dos raios X estar normalmente outro meio e às vezes somente por este instalado na sala clínica de atendimento meio. Nenhuma dose de radiação por si só aos pacientes. é benéfica, porém existe uma dose abaixo Em 1° de junho de 1998 a portaria nº 453, da qual qualquer alteração somática é do aceitável para a população como um todo. Vigilância As crianças são mais suscetíveis, mas diretrizes básicas de proteção radiológica existe uma dose abaixo da qual, mesmo em diagnóstico médico/odontológico no os danos que possam Ministério da Sanitária Saúde/Serviço de estabeleceu as 2 Brasil. Esta portaria demonstra que o uso consideração das necessidades de saúde das radiações ionizantes representa um geral e dentária. grande saúde, Capelozza et al. (1998) relataram que os requerendo, entretanto, que as práticas que efeitos da radiação ionizante sobre tecidos dão origem a exposições radiológicas podem ser morfológicos e funcionais. A sejam efetuadas em condições otimizadas intensidade das reações provocadas nos de proteção. Isto é: a necessidade de tecidos vai depender da dose, da área garantir a qualidade dos serviços de irradiada, da sensibilidade do tecido e do radiodiagnóstico prestados à população, estágio de desenvolvimento das células. assim como de assegurar os requisitos Uma célula em reprodução ou quando mínimos de proteção radiológica aos jovem sofre mais os efeitos da radiação. Os pacientes, aos profissionais e ao público tecidos em geral. A portaria regula a limitação de epitélio, endotélio, conjuntivo, nervos e dose de radiação ao paciente e aos músculos. Os conceitos de radioproteção profissionais da radiologia, trata de tópicos envolvem o estabelecimento de doses como para limites e de doses permitidas. Deve-se anos), seguir o conceito ALARA (as low as prevenção de acidentes, licenciamento de reasonably achiavable) “tão baixo quanto serviços avanço na gravidez, exercício da área da idade mínima radiologia (18 mais sensíveis são: sangue, de radiodiagnóstico, controle razoavelmente possível” ou seja usar o ocupacional, padronização dos mínimo de radiação que produza uma exames, imagem com qualidade diagnóstica. Deve- controle ambiental dos serviços para se seguir as seguintes recomendações: garantir um padrão seguro. Em seu filmes capítulo 5 cita os requisitos para radiologia correto do filme, uso de filtração e odontológica. Neste capítulo além de listar colimação, técnica radiográfica precisa, normas técnicas como sinalização, e uso de uso de protetor de tireóide e avental material como plumbífero. Proteção do operador: deve vestimentas plumbíferas, normatiza os permanecer a 1,8 m do cabeçote e em um equipamentos intra e extra-orais, citando ângulo de 90 a 135°, nunca segurar o filme quais as características que devem possuir. para o paciente e uso de dosímetros. Procedimentos a Silva et al. (1999) descreveram que a exigência de realizar exames radiográficos radiação X é uma energia ionizante que, somente sendo manipulada corretamente, traz mais equipamentos de após utilizados nos radioproteção de trabalho exame como clínico e a mais sensíveis, processamento 3 benefícios que resultados ineficientes. Neste aspecto reside a maior obtidos neste trabalho evidenciaram um preocupação de todos aqueles que estão alto índice de desinformação sobre como apreensivos com a poluição do meio montar um consultório odontológico com ambiente. A legislação vigente no Brasil um aparelho de raios X entre alunos da está sob a tutela de dois organismos: o graduação. O cirurgião dentista precisa serviço público e o serviço privado. O conhecer as regulamentações de radiologia serviço público encontra-se regido por uma odontológica para iniciar as suas atividades Lei profissionais de maneira segura, tanto para regulamentares. os pacientes como para ele mesmo e de promulgada em 1950 foi alterada, apenas modo a não ferir a legislação vigente sobre no que diz respeito ao percentual de o assunto. gratificação financeira. O serviço privado Rushton; Horner ; Worthington (1999) em está amparado pela Consolidação das Leis um estudo conduzido na Grã-bretanha, do Trabalho. analisaram a qualidade das radiografias Freitas (2000) preconizou o uso de massa panorâmicas na baritada em paredes da sala de raios X (1 prática diária e avaliaram que a maioria cm igual a 1 mm de chumbo) e vidro estava abaixo do considerado de bom plumbífero. O ideal na instalação de um padrão. radiografia aparelho, é posiciona-lo de tal forma que o panorâmica pode ser melhorada pela feixe útil sempre fique direcionado para atenção uma parede. Hemogramas periódicos, a A danos. usadas normalmente qualidade cuidadosa Os à da técnica e ao Fundamental A e dois Lei Decretos fundamental processamento. cada semestre, deverão ser realizados, pois Rosa (2000) mencionou que o exercício da alterações de contagem globulares são os radiologia está sujeito à normas, embora de primeiros sinais detectáveis de possíveis âmbito internacional, recebem tratamento lesões somáticas. diferente em cada país e são transformadas Rushton; Horner ; Worthington (2001) em legislação específica. De modo geral, reafirmam a validade das radigrafias em quase todos os países observa-se um intraorais na prática diária. Embora muitas texto legal bem próximo aos parâmetros descobertas internacionais de segurança contra as radiografias panorâmicas, os dentistas radiações os clínicos gerais possuem pouca experiência mecanismos de fiscalização da observância em diagnosticar patologias neste tipo de da legislação são, na maioria dos casos, exame. ionizantes. No entanto, sejam reveladas por 4 Em 2004 a ADA (American Dental cirurgiões Association) normas de segurança em relação ao uso das sugeriu normas para o dentistas negligenciam as emprego de exames radiográficos: radiações X. 1. Radiografia intra-oral é útil para a Silveira; Monteiro; Brito (2005) fizeram avaliação do trauma dentoalveolar. Se a um trabalho de avaliação de meios de área de interesse se estende para além da radioproteção complexo odontológicos em Olinda /PE e concluíram dentoalveolar, imagem em consultórios extrabucal deve ser indicada. que a grande maioria dos consultórios esta 2. Cuidados devem ser tomados para equipada com protetores de chumbo examinar para (avental e/ou colar). O avental de chumbo qualquer evidência de cárie, perda óssea é utilizado como único meio de proteção por doença periodontal, anomalias do ao paciente em 33% dos consultórios, desenvolvimento e doenças ocultas. sendo que destes 41,7% não é utilizado 3. O exame clínico é imprescindível, junto com o colar de tireóide, devendo este exames de raios X são complementares e ser considerado obrigatório em todas as não devem ser pedidos antes de exame tomadas. Apenas 28,6% dos consultórios clínico e anamnese. tem suportes específicos para os aventais e Oliveira et al. (2005) realizaram uma colar, pesquisa por meio de questionário enviado desconhecimento a 240 consultórios notou-se que a minoria profissionais à determinação da portaria (18%) tinha sinalização sobre utilização de 453 radiação ionizante e 42% possuíam integridade destes instrumentos. A maioria blindagem entre o consultório (onde eram dos profissionais não utiliza protetores realizadas as tomadas ) e a sala de espera, específicos para si, mais normalmente sai somente 47% relatou utilizar avental de da sala ou realiza a tomada radiográfica chumbo no paciente e apenas 11.25% entre 2 a 3 metros do aparelho. Um maior utilizava proteção tanto ao operador quanto conhecimento e obediência as normas de ao radioproteção aumentaria a proteção tanto todas paciente. as radiografias 40,83% permitiam isto da mostra ANVISA, desobediência por parte comprometendo ou dos a acompanhante durante as tomadas, e cerca a profissionais quanto aos pacientes. de 35,42% destes não utilizavam proteção. Fenyo-Pereira ; Pinto (2006) descreveram A calibração do aparelho era realizada a os raios X como altamente energéticos, cada 2 anos por 69,17% e nunca foi feita tendo por 10,83%. O estudo conclui que os estruturas que compõe o corpo humano. capacidade de atravessar as 5 São denominados radiações ionizantes, exposição relacionada levantamento periapical. a característica de remover é bem menor que elétrons orbitais de átomos, formando • Uso de vestimenta plumbífera. elementos que provocarão efeitos nocivos • Esclarecimento ao organismo, este pode ser somático colaboração evita repetições. (indivíduo que foi exposto), genético (seus • descendentes). menos exposição. São cuidados do um paciente, Uso de raios X digitais necessitam recomendados para radioproteção: • • Controle de qualidade: erro = feixe primário deve incidir em direção a repetição = maior dose profissional + uma parede e nunca para uma porta ou paciente + meio ambiente. abertura que de acesso a um local onde • Armazenamento insumos, utilizar correto somente de durante a Para proteção ao Meio-Ambiente o possa haver outras pessoas. • Os líquidos processadores não validade dos produtos. devem ser dispensados no esgoto comum, • pois afetam seriamente o meio-ambiente. Filmes mais sensíveis E e F ( 40% de redução em exposição). Em • Correto processamento do filme. Científicos • Arquivamento: envelopes próprios, American National Standards Institute e a 2006 o Conselho da ADA de Assuntos relatou que a datados, evitam repetição. Organização • Calibração do aparelho de raios X. Padronização estabeleceram padrões para • A área exposta não deve ser maior velocidade Internacional dos filmes para radiográficos. que 7 cm (colimador). Velocidades de filmes disponíveis para • radiografia dental são: D-speed, E-speed e Kv não inferior a 70 Kvp ( portaria 453 de 1998/ministério da saúde). • técnica F-speed o mais rápido. O uso de maior radiográfica pode exigir novo exame e velocidade de filme pode resultar em até nova exposição. Exames radiográficos em devem ter indicação clínica precisa. exposição • Gestantes e crianças devem ser comprometer a qualidade de diagnóstico. expostos aos raios X somente quando Filme de uma velocidade mais lenta do que estritamente necessário. E-speed • Escolha Indicação incorreta F-speed, com D-speed sendo o mais lento e precisa da de raios X 50% de redução para não deve o percentual paciente ser usado da sem para radiografias dentais. panorâmico, pois tem largo espectro e a 6 White ; Pharoah (2007) descreveram uma 300 milhões odontológicos. Os exames forma de mensurar o risco das alterações odontológicos são responsáveis por apenas genéticas pela exposição à radiação é 2,5% da média anual de exposição à determinar a dose cumulativa. Isto é a radiação diagnóstica e 0,3% da média quantidade de radiação que uma população anual de exposição à radiação total requer para produzir na geração seguinte (contando ambiental). A filosofia de um número de mutações adicionais, tão radioproteção está no princípio de: “tão grande quanto o de mutações espontâneas. baixo quanto razoavelmente possível” e a Em seres humanos, a dose cumulativa para dose para indivíduos operando aparelhos mutações que resultam em morte é de de raios X odontológicos está estimada em aproximadamente 2 Sv. Uma vez que um 0,4% do limite permitido. Para o paciente indivíduo recebe em média, radiação nas verificou-se que um exame intra-oral gônadas muito menor, a radiação contribui utilizando-se 20 filmes realizando uma relativamente pouco para danos genéticos técnica que otimize a dose, libera menos da as populações. Como comparação, a dose metade da quantidade da dose de radiação nas gônadas de homens após um exame que um único exame de tórax. A ADA radiográfico periapical completo com bite- recomenda uso de protetores de chumbo wings é muito baixa, por volta de 1µSv ou para tireóide e abdômen apesar da radiação menos. de secundária ser considerada extremamente aproximadamente 50 vezes menos, na baixa. A escolha de um bom aparelho com faixa de 0,02 µSv. quilovoltagem e miliamperagem corretas e Frederiksen et al. (2007) relataram que os o correto processamento do filme são clínicos devem se familiarizar com a instrumentos de grande validade para quantidade radiação proteção radiológica. A não ser que haja encontrada na Odontologia, o possível barreiras de proteção disponíveis para o perigo que tal exposição causa e os operador, métodos utilizados que tem efeito na distância de no mínimo 2 metros e numa redução da exposição e da dose. O uso direção que não seja a mesma do feixe útil destas o de radiação durante a exposição. Um conhecimento necessário para explicar os programa de controle de qualidade deve benefícios e possíveis riscos do uso dos ser estabelecido para assegurar a qualidade raios X. Em 1993, estimou-se em mais de da 1 bilhão de exames radiológicos médicos e continuada é sempre necessária, pois A dose de nos ovários exposição informações à é fornece ele imagem deve posicionar-se radiográfica e a educação 7 adquirir conhecimento, desenvolver e casos em que o terceiro molar apresente manter habilidades são considerados um íntima ligação com o nervo alveolar processo contínuo. inferior deve-se relevar a maior dose Hirsch et al. (2008) compararam dois causada pela exposição tomográfica. equipamentos de tomografia cone-beam Okano et al. (2009) analisaram duas utilizando campos de imagem (FOVs) marcas comerciais de tomógrafos cone diferentes, foram analisadas as doses beam (3D Accuitomo®;J,Morita e CB absorvidas por cada aparelho utilizando MercuRay®; Hitachi) e um tomógrafo tipo diferentes FOVs. Uma das principais fan beam ( HiSpeed QX/i®;GE). O estudo conclusões é que, mais importante que revelou que existem diferenças na dosagem escolher o melhor equipamento, são as entre os dois tomógrafos cone beam, sendo decisões tomadas na prática clínica, onde que o 3D Accuitomo® é menor que o CB necessitamos ser conscienciosos do tipo de MercuRay® , estes apresentam exposição a imagem que é realmente radiação bem menor que o fan beam. Profissionais da saúde necessária. ser Kim e Mupparapu (2009) fizeram um adequadamente treinados e cientes da estudo relacionando a dose de radiação necessidade do uso do menor FOV emitida possível e também da menor energia radiográficas e concluíram que tomografias necessária para a realização do exame. expõem o paciente à dose de radiação pelo Concluindo: a dose de radiação entregues à menos 4 vezes superior a um tomada partir de ambas as máquinas é similar ao panorâmica. Recomenda-se que filmes usar 4X4 centímetros de FOV. Um abaixo de e-speed não sejam usados em pequeno FOV deve ser utilizado para radiologia imagens dentais, FOV maiores devem se panorâmicas uso de ecrans terras raras e restringir aos casos em que uma visão mais filmes ultra rápidos são recomendados, ampla é necessária. pois diminuem a exposição em até 50% em Öhman et al. (2008) concluíram que a relação aos sistemas de ecrans cálcio tomografia não deve ser considerada como tungstato. exame de Gava (2009) concluiu que tomografias cirurgia de remoção de terceiros molares, cone beam, oferecem uma ótima qualidade baseado no fato que a exposição pode ser de imagem o que pode aumentar a de 3 a 4 vezes mais alta na tomografia que qualidade do atendimento ao paciente. O no exame panorâmico padrão. Apenas em lado negativo é a que a dose de radiação a padrão para devem planejamento em oral. diferentes Em tomadas radiografias 8 qual o paciente é exposto é muito maior relação aos cuidados básicos em que a radiologia tradicional. Deve-se haver radioproteção. Muitos ainda seguram a sempre uma clara indicação para uma película durante as tomadas radiográficas investigação tomográfica. A substituição (GARCEZ FILHO; ROCHA; OLIVEIRA; das tradicionais radiografias panorâmicas 1990). O uso do avental plumbífero não é por tomografias não é recomendado. generalizado (GARCEZ FILHO; ROCHA; OLIVEIRA; 1990; Oliveira et al. 2005) muitas vezes quando utilizado faz-se sem o uso 3 DISCUSSÃO do colar cervical (SILVEIRA; MONTEIRO; BRITO 2005). Estes hábitos não são aceitáveis à luz da moderna prática Williams ; Gray (1986) relataram que o uso correto dos raios X supera os danos que possam ser ocasionados, e muitas de radioproteção. Devemos lembrar que segundo Williams; Gray (1986), nenhuma dose de radiação é benéfica. condições anormais dos dentes e outras Nossa estruturas podem ser mais facilmente (portaria detectadas pelo uso de pequenas doses de saúde/Serviço de Vigilância Sanitária) radiação, esta frase justifica o uso dos raios reconhece X em diagnóstico odontológico. Mas representa um grande avanço na área da devemos estar cientes que o uso correto da saúde. Mas requer o uso de boas práticas radiação ionizante depende de vários para alcançar o objetivo sem causar danos fatores. Alguns são auto-evidentes como o ao paciente e aos profissionais que em seu uso de aventais de proteção, outros são dia a dia utilizam os raios X. mais discretos processamento como e o correto armazenamento das tomadas radiográficas para que o paciente não tenha que ser novamente exposto algum tempo depois pela degradação de um exame corretamente executado e mal acondicionado e/ou processado (FENYO- legislação n° sobre 453 que do o radioproteção Ministério da radiodiagnóstico Os conceitos de radioproteção devem seguir os conceitos de ALARA (as low as reasonably achiavable) “tão baixo quanto razoavelmente possível”, ou seja: usar o mínimo de radiação que produza uma imagem com qualidade diagnóstica (CAPELOZZA et al.1998). PEREIRA ; PINTO,2006). Com o advento dos exames tomográficos Existe ainda um descuido generalizado por muito se tem discutido sobre como parte dos profissionais da odontologia em 9 proceder em relação à forma de utilização Ministério da saúde/Serviço de Vigilância desta poderosa ferramenta. A dose de Sanitária). radiação que o paciente é exposto durante um exame tomográfico é muito maior que um exame tradicional (GAVA, 2009). Por 4 CONCLUSÃO esta característica devemos nos guiar por critérios rígidos ao sugerirmos a utilização Este trabalho conclui que a utilização de deste tipo de exame. Segundo Öhman et al. radiações ionizantes para diagnóstico e uso em 2008 a tomografia não deve ser clínico na Odontologia está consolidada. A considerada o exame padrão para o utilização de boas práticas, segundo a planejamento de cirurgia de remoção de regulamentação vigente (portaria nº 453, terceiros molares, apenas casos em que o do terceiro molar apresente íntima ligação Vigilância Sanitária), garante a proteção com o nervo alveolar inferior deve-se dos profissionais da saúde que se utilizam relevar pela de radiações ionizantes, dos pacientes exposição tomográfica. A utilização de submetidos a estes exames, bem como tomógrafos cone beam por sua menor também ao meio ambiente. Sente-se ainda exposição radiográfica é preferível aos a necessidade de maior informação dos tomógrafos fan beam (OKANO, 2009). profissionais e maior engajamento destes, Gava (2009) relatou que a substituição das na utilização de métodos de proteção tradicionais radiografias panorâmicas por radiológica. a maior dose causada Ministério da Saúde/Serviço de tomografias não é recomendado. Hirsh et al. (2008) em seu estudo concluíram que mais importante que escolher o melhor 5 REFERÊNCIAS equipamento são as decisões tomadas na prática clínica, onde necessitamos ser AMERICAN DENTAL ASSOCIATION: conscienciosos do tipo de imagem que Guidelines realmente necessitamos. Radiographs.Disponível:<http.//www.ada. O exame clínico é imprescindível, for Presclibing Dental org/sections/professionalResources/pdfs/to exames radiográficos são complementares, pics_radiography_examinations.pdf>. e não devem ser pedidos antes de exame BRASIL. clínico e anamnese (portaria nº453 do Saúde/Secretaria de Vigilância Sanitária nº Portaria Ministério da 453, de 01 de junho de 1998. disponível 10 em<http://www.anvisa.gov.br/legis/portari http://www.oralhealth.ro/volumes/2009/vol as/453_98.htm>. ume-4/V4-09-3.pdf> CAPELOZZA, A.L.A.; ALVARES, L.C.; HIRSH, E.; WOLF, U.; HEINICKE, F.; TAVANO, O.; FREITAS, J.A. de S.; SILVA, M.A.G.; Dosimetry of the cone DAMANTE, J.H. 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