Capturado do endereço www.ric.com.br/entrevista_raupp.asp, em 17/06/2004 “Como trabalhar no mundo globalizado sem o produto perder a identidade”, esta é a questão estratégica de marketing hoje em dia recomendada pela American Marketing Association, a mais reconhecida e respeitada do mundo no setor, segundo seu membro executivo, Roberto Raupp. Destaque de marketing da Associação Brasileira de Marketing pela estruturação das lojas de conveniência dos postos Petrobrás -“BR Mania”, as primeiras implantadas no Brasil - Raupp falou no Hotel Rayon, de Curitiba, dia 15 de outubro último, sobre “Entre tapas e beijos a gente se ama ... música tema da relação Finanças e Marketing”. A palestra foi promovida pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (IBEF/PR) e pela ISAE/FGV. Especialista em Comunicação pela PUC/RJ, mestrando em administração pública pela FGV, ex-executivo de marketing da Coca-Cola e da Reynolds Tabaco, recebeu o Prêmio Colunista Promoção – medalha de ouro – versão nacional e professor nos cursos de MBA´S da Fundação Getúlio Vargas, Roberto Raupp falou ao ric.com sobre a difícil mas necessária relação entre os setores de finanças e marketing dentro de uma empresa. ric.com: Finanças e marketing vivem entre tapas e beijos? Roberto Raupp: As áreas de finanças e marketing são vitais numa organização. Sua relação é constante mas desgastante. ric.com: De quem é a culpa? Roberto Raupp: Não existe um culpado porque o desgaste é conseqüência das diferenças naturais de cada área. O fim e os objetivos são comuns, de sobrevivência da empresa, mas os meios de atuação são diferentes. As duas áreas querem o crescimento e naturalmente o bônus no final do ano, mas são diferentes nas atitudes. A própria formação acadêmica sinaliza essa diferenciação. A profissão financeira tem uma linha mais regular e linear. Cada um tem sua cultura específica. ric.com: O que fazer então? Roberto Raupp: A diferença não só existe como deve haver. Mas não conflito. Na Coca Cola e na Reynolds Tabaco eu vi isto claro. O desgaste acontece quando uma das culturas, de finanças ou marketing, tenta prevalecer sobre a outra. Acho que os profissionais de finanças têm que ter um pezinho no marketing e nós de marketing temos que ter o mínimo de fundamentação financeira. Digo que o marketing precisa entender que é preciso vender, não “vendar” ou apenas pensar em vender a qualquer custo. ric.com: Quando a relação fica crítica? Roberto Raupp: O desgaste se torna mais perigoso quando um ou outro não abre mão de seus valores. ric.com: Como isto pode ser identificado? Roberto Raupp: Quando cada lado não consegue superar os estereótipos que passa para o outro. Nós do marketing somos chegados, por exemplo, a um “oba-oba”, o que se mostra eventualmente na maneira de falar e trajar. É preciso entender que o importante não é o que sou mas o que passo. Os profissionais de finanças, por sua vez, passam muitas vezes por “cri-cris”. Os de marketing são tidos como inconsistentes, os de finanças como “rodas-presas”. Os de finanças dizem dos de marketing - essas pessoas não entendem nada de finanças e vice-versa. ric.com: No que cada lado deve ceder? Roberto Raupp: As diferenças não vão acabar mas devem ser reduzidas para uma convivência pacífica, sem prevalecimento ou engessamento. A área de Finanças não pode determinar o retorno para os acionistas a qualquer custo e ele não deve ser a qualquer custo. Mas o Marketing também não pode querer vender a qualquer preço. Para a área financeira o retorno sobre o investimento é o que interessa, o que é uma verdade relativa. Já para o marketing o cliente é o rei, o que interessa. É preciso equilíbrio – vender mais e melhor. ric.com: Quando diminui o desgaste? Roberto Raupp: Quando existe autocrítica por parte de ambos. Não só autocrítica como também maturidade, o que nada tem a ver com experiência. Entender que sempre um pode aprender com o outro. E respeito profissional. Ou seja, quando as individualidades e particularidades de cada área forem entendidas por cada área. Quando se deixar o individualismo porque acima dos dois existe “nós” – a organização. ric.com: O que cada área teria a ensinar a outra? Roberto Raupp: Os dois podem ir juntos ao balcão, à campo, como já acontece em algumas empresas. A área financeira reclama muito do holofote em excesso para a área de marketing. Falta de fato reconhecimento profissional do financeiro. Respeito, informação e reconhecimento. Finanças deve fazer marketing. Desta forma, as duas áreas têm que se harmonizar já que em geral o marketing busca o crescimento e os profissionais de finanças buscam a saúde financeira da companhia. O conselho serve para empresas de grande, médio e pequeno porte e a busca do entendimento mútuo deve partir tanto da cúpula da empresa, que deve promover esta aproximação, quanto dos profissionais ligados diretamente às áreas de finanças e marketing que devem buscar uma maior integração. A Ric | Programação | Audiência | Comercial | Fale com a Ric | Cadastro | Ric Fórum | Checklist Ric | Pergunte ao mercado | Entrevistas | Artigos | Newsletter | Eventos | Cases | Livros | Dados de Mercado | Normas da Propaganda | Links | Sua Sugestão © Copyright 2001 TV Independência S/A. Todos os direitos reservados