Joao Hilton Sayeg de Siqueira PUC/SP Objetivamos, bilidades com este trabalho, argurnentativas do art1go, suas possive1s fundamentar textual, 0 texto as cada vez mais crescentes na area maiores os recursos se tornam as preocupacoes de coerencia zam as manifestacoes enunciativas, tica, da lingUIstica descritiva, sos comunicatiV?s, atualizados Ampliam-se da produQio e de coesao que sejam no dominio textuall redacio em organida qrama- ou da praq.matica dos procespar textos orais os campos de pesquiaa tar os mecanismos cumprimento sobre possi- para leituras. Com as investigacoes da lingOlstica refletir ampllando e leitura, lingCIsticos no na tentativa de organizacio de uma intencionalidade ou escritos. bidirecionaaento de ~ que qarantem ou a identificacio 0 de e- feitos de sentido. o tratamento pre enfocou cartando social e de interacio Nossa gramatical analise procura dada ao artigo, DEFINlDO 0 considerado e, isto ! interessante e de~ nos puramente como palavra que se a~ de urn ser INDEFINlDO observar em DEFINlDO que esta atrelado depende 0 e ou indetermi INDEFINlDO tratamento ao substantivo, da forma de desiqnacao ser representa~ 1• - dado ao art! inclusive do ser como ou indefinido. Sob o mesmo sem- a visao ou que se trata de urn simples dos artigos definido restrita, para indicar que se trata de urn te de dada eSpScie, sua classificacao de dimensao seu poder argumentativo extrapolar nado. Oaf a divisio qo, pela gramatlca, historica, comunicativa. tepae aos substantivos claramente par tradicao a lingua como urn codigo sua funcio processos gramatical, 0 enfoque tratamento considerado descrltlvo no ambito da morfologia, como urna parlLcula uma unidade formal dependente soladamente como comunlcacao sineneial da lingOIstica, proclitica, encontra-se ou seja, 0 artigo func~onando como da lIngua: nao pode funcionar sufieiente, nero assume ou afixal 2. Quanto i sintaxe, 0 artigo ; considprado ! funcao d~ '-"m" urn eol •• mento terminal do indicador se), recebendo 0 nome de Determinante, preenchendo 0 do slntagma nominal, nome sintagmatico nOdUlo do Determinante aparecendo (estrutura de uma fra ou, mais propriamente, e 3 , que 0 constitulnte em funcio da neceesidade do (substantivo). Num tratamento vra acessoria seminttco, e 0 arti~o com valor de particularizador do sUbstantivo, chamado, considerado ou pal~ qenerallzador tambim,. por isso, de palavra cla.si- ficatoria 4 • No aspecto pragmatico gar fatores cotextuais terpreta~io dos enunciados de linquagem, e contextuais busca-se investi- que contribueM nos processos para a in lingOisticos de int~ - 5 . racao o artigo, considerado locutor marcar 0 prisma da pragmatica, pode eer linqftistico que poesibilita e ao alocutario urna inteneio Investir na ao manifesta- de reeursos signif! as marcas llngaisticasna busaa de efeitos de sentido. Assim encaremos 0 texto de Oswald de Andrade 6, com 0 esplrito feltos sob arqumentativamente ~ao enuneiativa, aativos visto como urn mareador de :1nvestlqador de intencionalidades elllbU8ca de e- de sentido. 1. Sobre 0 titulo: Erro de Portugu6s o fato do substantivo por artiqo, assume portugues urn significado nao estar ambiguo. anteeedido 0 autor pode estar se refer indo a: a) alquem que cometeu uma infra~ao gramatical (alquem cometeu urn erro de portugues); b) alguem que teve urna atitude inadequada portugues come- levantamento de hi- (0 teu um erro). Essa antecipacao pateses pode de leitura ser confirmada ou, ainda, podelllsurqir outras 2. Sobre primeiro 0 Quando terminante, 0 do texto, siqnificativas. portugue. chegou enunciativa (chegar), determinou preenchido em parte, semintiea possibilidades gues, por um circunstancializador quizou·, 0 verso: A contextualizacio verbo de aeao com na expansio do substantivo de tempo a necessldade pelo artiqo definldo 0 tItulo, confirmando Nio foi ainda explicitado (quando) 0 £, 0 portue pelo do uso do d~ que ·desamb! a sequnda hlp6tese. eircunstanclallzador de lugar. Mas, tabelece 0 leitor, 0 sujeito texto pode confirmar 3. Sabre 0 sequndo a infereneia da ehegada do portuques. cun8tanclalizador, rencia esdo feita. duma bruta ohuva se refere i condi~io verso determinado, So a continuidad~ verso: Debai~o o historicamente luqar como sendo 0 Brasil. Portanto, meteorolOgica no momenta tem tlllllbem um valor de ciE a infe~ ~' rel~ mas nao' de lugar, nie respondendo feita anteriormente. Encontra-se neste verso cionando-se i chuva. Camparando-se verso com que confirmam a visio trata de um simples artiqo indefinido a use do artigo definido uso deste artigo 0 0 indefinido gramatical e aquele 2 do primeiro nio nos de queeste representante de urn ser INDEFINlOO" ~' indica parece "que de uma dada especie, "de um sar c~aramente se iato e, DEFINI- 00". o lizador £ tem artigo definido (todo e qualquer pecificador, muito mais urn valor de genera portugues) e 0 Indefinido ~' uma vez que se refere a um determinado chuva que i intensa, A atribuicio de ~ tipo de forte, daI "bruta". de valor de generalizador nido e de especificador ao artigo indefinido ao artigo defi neeessita, ainda, de confirmacio. 4. Sobre 0 terceiro verso: Vestiu Por uma relaCao e cao (vestir) co volit1vo 0 {ndio coordenativa assindetica, .atrlbuida ao portuques, e deliberativo, buido no primeiro reiterando urna nova a- a que confirma 0 carater seu tr~ humano verso, em busca da "desambigu1zaCao" atrido tI- tulo. Novamente, lacionado qualquer temos a presenca 2. re- (todo e indio). Nao foi explicitado quea, atraves mente do artigo def1nido a indio, com a mesmo valor generaliaador determinado portugues chegou continente 0 lugar de cheqada pala presenca do port~ mas ja foi indiret~ do Indio. Podemos dizer que na terra do indio sem saber se era i1ha (daI a alteracao de Santa Cruz). da a posse. ainda de um circunstancializador, de nomes 0 ou Ilha de Vera Cruz, Terra 0 nome Brasil so foi dado depois de assegura- Ficaria, entao, assim a primeiro verso: Quando portugues 5. Sobre 0 0 chegou na terra do Indio. quarto verso: Que pena! Este verso tem urn valor mais de interjeicao, colocando-se autor, avaliativamente, 0 o portugues ter vestido 0 Pena, inclusive, cepCOesr do, lavra tural do indigena, o candizente de Indio. pode ser tomada a partir de varias a- (deter.minacao, imposicao), indumentaria na- etc. autor se lamenta de res culturais lamento, em relacao ao fate 0 portuques ter anulado os va12 do indio e ter imposto sua cultura europeia (nao com urnpais tropical). Na realidade, 0 autor lamenta a impos1t1va aculturacao do ind!gena, da! considerar a terra como sendo do indio e inconseqUentemente usurpada pela bravata do colonizadar. Estabelecemos, cao: tematizada assim, a referencia 6. SObre 0 quinto verso: uma manha ds FOBBS Ooorre indicativo uma transformacao (chegou e vestiul para transformacao estabelece teria acantecido Novamente, 0 a passaqem subjuntivo (nao e passando (fosse). do acontecido para do Esta 0 que em outra co~ (manha de sol). relacionado a uma caracterizacao de tempo, aparece 0 circuns- artiqo indefin1do ~ valor de especificador. o texto marca uma alternancia rologica: Bot do modo verbal, (ou que deveria ter acontecido) dicao meteorologica tancializadora do texto: acultur~ pela relaCaa colonizador./colonizado. quanto a com condiCao mete2 ora chove, ora faz sol; dal o valor especificador sempre) do artigo indefinido. 7. Sobre 0 sexto verso: o Aqui, tambem, lizador lndio tinha dsspido 0 (todo e qualquer Convem observar dade gramatical( composto artigo definido tem 0 valor de gener~ Indio). que ocorre neste verso uma irregular! nio de uso) em relacao do futuro do preterito: a formacao do tempo teria despidoj e nao "tinha despido". Esta marca temporal do no passado, mediante indica que urn fato teria acontec! certa condicio,ou exprime uma possib! l~dade no passado 7 esta em paralelismo 1 ao preterito imper- feito do subjuntlvo. Pela rldade" temente, a.sim, 11ng~tstlco vanche vez, 0 texto i marcado Voltamos da cultura indlgena aD titulo e entendemos setimo 0 Pela analise estudo erro do portuguis de uso). simplesmente e 0 portuguB8. realizada, ~ esta com valor gen~ conclui-se do artigo pelo tratamento (ef. item 3) e pela ling4istlca uma "unldade nao tern valor cr! verso: o 0 (e do tndio tambem). que a amblq6idade Mais uma vez, 0 artigo definido ralizador: todo e qualquer portuguese trito do u-. imposto, como urna re- ada e proposital pois 0 autor denuncia comete "erro" de portugues (~nadequacao 8. Sobre de us~ pela descaraeterlzacao lnstltuclonallzadamente pela dizlmacao Irrevere~ seu texto com formas coloquials colonizador 0 por uma "irregula culto: bruta e t1nha desp1do. autor marca 0 afrontando, 80 segunda do uso padrao descritiva, formal dependente comunicativo, pois ele mere Determinante que aparece e e da lingua" que nao e urn em funcia do nome, como consid~ uma palavra acessoria, como ressalta mintica, urna vez que tem valor de particularizador lizador, tracando orientacaa re~ nao como enfoca a morfologla; ra a sintaxe, nao que fica multo dado pela qramatiea a s~ au qenera- de leitura ern busoa dos efeitos de sentido. Por tudo isso, pede-se dor argumentative sionamento textual, con8iderar ampl~ando a artigo como marc~ sua funcio num red~en- pragmitico. Notas: 1. CUNHA (1976) Gramatica rizonte, 2. MATTOSO Bernardo cAMARA do portuques A1vares, contemporaneo. (1975) Estrutura da lingua portuguesa. tropol~s, Vozes, p. 60. J. CHOMSKY (1975) Aspectos da teor1a da sintaxe. minio Amado, 4. MACAMBlRA aplicacao do estruturalismo (1982) Pe- Coimbra, Ar- p. 38. (1970) A estrutura sa Universitiria S. DASCAL Belo Ho p. 144. morfo-sintatica lingCtstiCO. do portuques: Fortaleza, Impre~ do Ceara, p. 50. Praqmat1ca- problemas, vas da linq6Istica - bibliografia. critlcas, Campinas, perspe.cti- IEL - UNICAMP , p. 13 e 19. Erro de poptugues 6. Quando 0 portuguiB Debaizo Vestiu ahegou duma brura chuva £ndio 0 Que pena f FOBse uma manha de sol o £ndio tinha deBp~do o POl'tugues. (in Poesias reunidas. Brasileira, 1978, p. 177). 7. CUNHA raneo. e CINTRA 5. ed. Rio de Janeiro, (1985) Nova qramatica 2. ed. Rio de Janeiro, Civilizacao do portugues Nova Front.ira, contem~ p. 452 e 453.