Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto Departamento de Engenharia Informática e de Computação Departamento de Engenharia Industrial e Gestão Rua Dr. Roberto Frias, s/n, 4200-465 Porto, Portugal WEB 2.0 Estudo sobre a integração das suas tecnologias nas empresas privadas nacionais Autores Ana Ferreira • Carolina Gonçalves • Francisco Pinto • Filipe Rodrigues João Fernandes • João Sousa • Renato Rodrigues 1 de Outubro de 2009 Web 2.0 – Estudo sobre a integração das suas tecnologias nas empresas privadas nacionais Resumo O termo Web 2.0 é utilizado para descrever a segunda geração da World Wide Web que é uma tendência que reforça o conceito de troca de informações e colaboração dos utilizadores com sites e serviços. Com a evolução natural da Internet e do seu uso quotidiano, surge a crescente necessidade de se melhorarem os serviços prestados pela mesma, bem como o interesse global em transformar o mundo cibernético numa comunidade acessível a todos. A partir desta necessidade, a Web amadureceu, alguns recursos que facilitam a interacção nasceram e evoluíram, e assim se formou o conceito de "Web 2.0". A ideia deste conjunto de tecnologias é que o ambiente on-line se torne mais dinâmico e que os utilizadores colaborem para a organização de conteúdo. Neste estudo pretendeu-se analisar o impacto e o nível de utilização da Web 2.0, assim como a sua integração no meio empresarial nacional. Abordando com especial atenção as instituições que direccionam grande parte da sua actividade às tecnologias e comparando com empresas conceituadas no panorama português. A partir da pesquisa nos sites Web 2.0 por algumas empresas enquadradas em parâmetros previamente definidos chegou-se á conclusão que o nível de aderência às tecnologias Web 2.0 para contacto com o público está bastante abaixo do nível do encontrado no estrangeiro, com algumas empresas a usar esses serviços sem responder ao feedback do público. Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto • Grupo 405 • Projecto FEUP 1/22 Web 2.0 – Estudo sobre a integração das suas tecnologias nas empresas privadas nacionais Abstract Web 2.0 is the name given to a World Wide Web second generation trend, characterized by the preeminence of the exchange of information and collaboration between users and websites. The Internet is advancing everyday, while it is seen as a quotidian need to most of the developed societies. With that, has born an increasing need of improving its services and its available resources. In addition to this, the idea of making the 'cybernet' accessible to everyone, is now considered to be as being part of the international interests and concerns. Amongst all these new ideas and interpretations, has born the Web 2.0 concept. It is nothing more than the approaches and advances made in the name of interaction and of a closer relationship between users and the web system. Dynamism, collaboration and a more open-minded prespective from the users is what this 'movement' embraces and expects for the on-line present (and future) scene. Taking this in consideration, this report aims to describe the all idea of Web 2.0, based on its interaction with some of the most important portuguese private institutions, focusing on some of the more technology-wise companies based on Portugal. Through the research in Web 2.0 websites for some private institutions that fulfill the criteria previously chosen, this report concludes that the adoption rate to Web 2.0 technologies for public contact is much lower than the rate found in other countries, with some institutions using those services without responding to public feedback. Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto • Grupo 405 • Projecto FEUP 2/22 Web 2.0 – Estudo sobre a integração das suas tecnologias nas empresas privadas nacionais Agradecimentos A grande generalidade dos conhecimentos formais necessários e requisitados como suporte base para a estruturação e execução dos elementos visuais deste projecto foram adquiridos e fomentados no decorrer das formações da semana exclusiva ao Projecto FEUP. Por isto, o grupo de trabalho quer desde já traçar os mais sinceros agradecimentos à prof.ª Ana Azevedo, por nos ter elucidado acerca da verdadeira noção de «relatório de Engenharia», fornecendo e criando conhecimentos técnicos sem os quais este mesmo documento não se regeria provavelmente pelas linhas oficialmente mais correctas; ao prof. Manuel Firmino, pela sua marcante e inesquecível exposição pública no âmbito do tema “Comunicações Eficazes”, que ao mesmo tempo que nos presenteou com uma apresentação oral inigualável, nos formou nesse campo, alertando-nos para os mais diversos pontos estruturantes para uma exposição positiva; e também ao prof. Carlos Cardoso Oliveira, que apesar de nos ter guiado por uma formação extremamente rica mas objectivamente direccionada para a execução gráfica de posters expositivos e informativos, nos conseguiu também incutir conceitos e noções que se revelaram e revelarão como sendo indubitavelmente úteis para outras perspectivas de trabalho e execução visual para além do elemento do poster. Para além dos referidos, há também que agradecer a mais dois elementos do corpo docente da FEUP: ao prof. Rosaldo Rosseti e ao prof. Nuno Flores. Este último por nos ter acompanhado na fase inicial de criação, e sem o qual não teria sido possível definir um rumo de forma tão atempada, pois foi ele que aconselhou e guiou o grupo no seu processo de delineação, ajudando na anulação dos contras e prossecução dos prós. Ao prof. Rosseti, agradecemos pela sua presença na fase final do projecto, assumindo um papel também fulcral na préavaliação, nas decisões para ultimação do trabalho e na ‘limagem das últimas arestas’. Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto • Grupo 405 • Projecto FEUP 3/22 Web 2.0 – Estudo sobre a integração das suas tecnologias nas empresas privadas nacionais Por último, expomos e manifestamos a nossa gratidão ao nosso monitor do Projecto FEUP, Tiago Fernandes, que de forma simpática se dispôs a qualquer apoio e a qualquer hora, revelando-se uma pedra estruturante no cumprimento dos objectivos proferidos e projectados, também pela forma inabalável e inexorável com que nos soube não só monitorizar como também instruir. A todos os outros, que não sendo aqui referidos, também contribuíram de forma mais directa ou indirecta para o derrube e ultrapassagem das vicissitudes com que nos deparámos, deixamos também aqui o devido agradecimento formal. Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto • Grupo 405 • Projecto FEUP 4/22 Web 2.0 – Estudo sobre a integração das suas tecnologias nas empresas privadas nacionais Índice 1 • Introdução .......................................................................................................... 8 1.1 • Enquadramento .......................................................................................... 8 1.2 • Motivação ................................................................................................... 8 1.3 • Objectivos ................................................................................................... 9 1.4 • Estrutura do Relatório ................................................................................. 9 2 • Descrição do Problema .................................................................................... 10 2.1 • Conceito de Web 2.0 ................................................................................ 10 3 • Estado da Arte ................................................................................................. 13 4 • Trabalho do Autor ............................................................................................ 15 5 • Análises dos Resultados .................................................................................. 17 6 • Conclusões ...................................................................................................... 20 7 • Referências bibliográficas ................................................................................ 21 Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto • Grupo 405 • Projecto FEUP 5/22 Web 2.0 – Estudo sobre a integração das suas tecnologias nas empresas privadas nacionais Lista de figuras 1 • Percentagem do uso de determinada tecnologia, no contacto com o público . 17 Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto • Grupo 405 • Projecto FEUP 6/22 Web 2.0 – Estudo sobre a integração das suas tecnologias nas empresas privadas nacionais Lista de tabelas 1 • Empresas estudadas ........................................................................................ 15 2 • As empresas e o uso das tecnologias Web 2.0 ................................................ 18 Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto • Grupo 405 • Projecto FEUP 7/22 Web 2.0 – Estudo sobre a integração das suas tecnologias nas empresas privadas nacionais 1 • Introdução 1.1 • Enquadramento Este trabalho realiza-se no âmbito da unidade curricular Projecto FEUP do primeiro ano dos Mestrados Integrados em Engenharia Informática e Computação e de Engenharia Industrial e Gestão da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP). O tema do trabalho é a Web 2.0 e o problema atribuído ao grupo de trabalho foi o seguinte: “Quais as instituições públicas que adoptam tecnologias Web 2.0: Análise do impacto das tecnologias na actividade das empresas”. 1.2 • Motivação A motivação principal para a realização deste trabalho resulta da importância crescente da Web 2.0, que é utilizada para vários fins, sendo, possivelmente, o marketing o principal para uma empresa. Torna-se intrigante, numa economia em recessão, averiguar se as empresas privadas nacionais são capazes de acompanhar o fenómeno internacional, e se não, o porquê disso suceder. A um nível mais pessoal, o grupo interessou-se também pelo tema, pois esta tecnologia é usada no dia a dia, mas poucos dos elementos tinham uma perspectiva global e técnica sobre o assunto. Será que a Internet, mais concretamente os recursos da Web 2.0, terão algum impacto no desenvolvimento das empresas privadas nacionais? Em caso afirmativo, será que as empresas estão a acompanhar a evolução dos tempos? É isso que se pretende compreender com este estudo. Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto • Grupo 405 • Projecto FEUP 8/22 Web 2.0 – Estudo sobre a integração das suas tecnologias nas empresas privadas nacionais 1.3 • Objectivos O objectivo deste trabalho consiste no estudo da utilização das tecnologias ligadas à Web 2.0 nas empresas privadas em Portugal, dedicando especial atenção às que têm contribuído para o ramo das novas tecnologias. Averiguar-seá, paralelamente, o impacto que a utilização destas tecnologias é capaz de acarretar no mundo de mercado cada vez mais internacional e social em que estas empresas se inserem. Pretende-se compreender não apenas o tema em questão, mas também dar a conhecer um pouco mais sobre a Web 2.0. 1.4 • Estrutura do Relatório Este relatório encontra-se dividido em seis capítulos, dos quais o primeiro é composto pela presente introdução ao trabalho No segundo capítulo, é explicado o problema abordado pelo grupo e, adicionalmente, o conceito de Web 2.0 bem como a polémica em torno desta denominação. O terceiro capítulo aborda a história da Web 2.0 e as tecnologias subjacentes a esta. No quarto capítulo, é descrito o processo de selecção de empresas para o estudo e dos esforços do grupo para determinar até que ponto são utilizadas as tecnologias Web 2.0. No quinto capítulo, são apresentados os resultados obtidos e é feita uma análise dos mesmos. No sexto e último capítulo são formuladas conclusões baseadas nos resultados obtidos e noutros estudos que podem esclarecer os motivos para o uso ou não-uso da Web 2.0 pelas empresas. Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto • Grupo 405 • Projecto FEUP 9/22 Web 2.0 – Estudo sobre a integração das suas tecnologias nas empresas privadas nacionais 2 • Descrição do Problema Com o aumento da popularidade e do uso dos serviços Web 2.0, cada vez mais empresas os utilizam para vários fins, nomeadamente marketing e comunicação simplificada e barata entre o seu pessoal. Com este trabalho, o grupo propôs-se a averiguar se esta é de facto a situação nacional, principalmente a nível das grandes empresas e a nível das empresas que lidam com a tecnologia. É necessário escolher cuidadosamente as empresas, uma vez que é impossível analisar uma amostra significativa no tempo disponibilizado; as instituições seleccionadas devem representar adequadamente o seu sector a nível de sucesso e popularidade. 2.1 • Conceito de Web 2.0 Web 2.0 é um termo normalmente associado com o "Web Development" e "Web Design" que facilita a interacção do utilizador comum com a World Wide Web. Um site que utiliza recursos Web 2.0 facilita a interacção entre utilizadores e/ou com o próprio website, possibilitando, por exemplo, alterações de conteúdo do mesmo, por parte de utilizadores sem grande infoliteracia. Entre alguns dos sites que utilizam os recursos Web 2.0 com excelência, podemos encontrar: • YouTube: Site em que qualquer utilizador, independentemente da sua experiência, pode inserir e aceder a vídeos/conteúdos com relativa facilidade. • Facebook: Uma conhecida rede social onde é possível a um utilizador criar o seu perfil, completo com os seus dados, aceder a fóruns de discussão sobre uma infinidade de temas, descobrir pessoas com quem não contactava há muito e fazer novos amigos. Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto • Grupo 405 • Projecto FEUP 10/22 Web 2.0 – Estudo sobre a integração das suas tecnologias nas empresas privadas nacionais • Twitter: Uma rede social que permite aos utilizadores o envio e leitura de mensagens curtas e instantâneas entre pessoas de todo o mundo em tempo real. • Blogger: Sítio que permite a criação e alojamento de um blogue altamente personalizado sem qualquer tipo de conhecimento de programação e sem necessidade de alojamento pago. • Skype: Serviço que permite efectuar chamadas telefónicas gratuitas entre os seus utilizadores (tecnologia VoIP, ou Voice over Internet Protocol). Os créditos da invenção do termo "Web 2.0" são geralmente atribuídos a Tim O'Reilly, tendo nascido após uma conferência sobre o futuro da Internet, presidida pelo próprio, em 2004. Quando o termo foi utilizado pela primeira vez, pretendia marcar uma posição: a Internet estava a crescer, tecnologias novas estavam a chegar e o termo em si fazia referência ao que quer que esses avanços se tornassem. Numa primeira instância Tim O'Reilly tinha em mente a "Web como plataforma", onde as aplicações de software são criadas para a Web, ficando hospedadas na Web. O termo é alvo de alguma controvérsia entre especialistas do meio; segundo alguns, como Tim Berners-Lee (inventor da WWW e director do World Wide Web Consortium), o termo é absurdo pois a Web 2.0 utiliza muitos componentes tecnológicos criados antes mesmo do surgimento da Web. Quando questionado sobre se é justo afirmar que a diferença entre ambos os termos pode ser descrita como "Web 1.0 é a ligação entre computadores, enquanto que Web 2.0 é a ligação entre pessoas", Berners-Lee respondeu: "Totally not. Web 1.0 was all about connecting people. It was an interactive space, and I think Web 2.0 is of course a piece of jargon, nobody even knows what it means. If Web 2.0 for you is blogs and wikis, then that is people to people. But that was what the Web was supposed to be all along. And in fact, you know, this 'Web 2.0,' it means using the standards which have been produced by all these people working on Web 1.0." Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto • Grupo 405 • Projecto FEUP 11/22 Web 2.0 – Estudo sobre a integração das suas tecnologias nas empresas privadas nacionais Muitos especialistas sugerem o uso do termo "Webware" para designar as aplicações que são hoje consideradas "Web 2.0". O termo "Webware" foi criado para tentar resolver toda a controvérsia em torno da definição de Web 2.0. Uma vez que o termo Web 2.0 não se refere a mudanças estruturais na rede, mas sim a uma nova abordagem do uso da programação. Por outro lado, é também uma alternativa ao termo criado por Tim O'Reilly, que já demonstrou intenção de proibir a utilização do termo em palestras e conferências. Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto • Grupo 405 • Projecto FEUP 12/22 Web 2.0 – Estudo sobre a integração das suas tecnologias nas empresas privadas nacionais 3 • Estado da Arte A Internet é cada vez mais o meio de informação e propagação de informação de eleição. É sem dúvida a forma mais fácil, económica e directa de contactar o consumidor. É também a melhor forma de contactar as camadas mais jovens que serão o futuro das empresas, como consumidores ou trabalhadores. A definição conceptual da Web 2.0 não é nada de mais do que uma afirmação da partilha de características comuns entre empresas, utilizadores singulares e outros orgãos sócio-económicos. A estruturação desta nova forma de encarar a Internet com todos os seus recursos e potencialidades, surgiu quando as aglomerações que sobreviveram a uma altura critica da Internet, se homogeneizaram e desenvolveram uma série de ideias agrupadas, base daquilo que agora identificamos como Web 2.0. O termo propriamente dito foi utilizado pela primeira vez em Outubro de 2004, pelas companhias O'Reilly Media e MediaLive International, para denominar um conjunto de debates acerca das posições e perspectivas a adoptar no recurso e utilização da Internet (Wikipédia 2009). A partir deste momento, o conceito popularizou-se. A denominação Web 2.0 não traduz assim uma evolução tecnológica do elemento Web propriamente dito, mas sim, e sobretudo, uma evolução da perspectiva humana e das suas necessidades face àquilo que a Internet tem para oferecer. Isto não quer dizer, no entanto, que as tecnologias utilizadas para desenvolver um site integrada na segunda geração da Web sejam as mesmas de uma página da primeira geração. De entre as tecnologias que tornaram a Web 2.0 possível, destacam-se: • AJAX (Asynchronous JavaScript and XML): Permite criar páginas com conteúdos dinâmicos ao permitir que um documento envie e receba informação do servidor no background, ou seja, sem interromper o que quer que o utilizador esteja a fazer e sem necessidade de recarregar a página. (Wikipedia 2009) Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto • Grupo 405 • Projecto FEUP 13/22 Web 2.0 – Estudo sobre a integração das suas tecnologias nas empresas privadas nacionais JavaScript: Linguagem de programação baseada na sintaxe Java (uma outra linguagem) que permite criar scripts que se traduzem em páginas não estáticas e com conteúdo dinâmico. (Wikipedia 2009) XML (Extended Markup Language): É uma linguagem que permite a codificação de dados, facilmente acessíveis por outras aplicações (machine-readable). Deu origem a outras tecnologias, nomeadamente as feeds RSS/Atom, que permitem a um utilizador receber informações relativas a actualizações numa determinada página, o SOAP e o XHTML. (Wikipedia 2009) • XHTML (Extensible Hipertext Markup Language): É uma linguagem que torna possível incorporar XML num documento HTML, sendo que esta última linguagem já é utilizada desde os primórdios da Internet. (Wikipedia 2009) • SOAP (Simple Object Access Protocol): Protocolo que pode definir os alicerces de um serviço Web complexo ao permitir que vários outros serviços complementares comuniquem entre si. (Wikipedia 2009) • PHP/ASP Linguagens que (PHP Hipertext permitem Preprocessor escrever scripts e Active que, por Server sua vez, Pages): geram dinamicamente páginas HTML/XML/XHTML. Isto gera a possibilidade de se criarem páginas de acordo com os dados de entrada fornecidos pelo utilizador ou a partir de qualquer outro parâmetro e/ou inserir informações numa base de dados. (Wikipedia 2009) A nível de adesão, a idade é inversamente proporcional à utilização dos serviços Web 2.0. A faixa etária que mais os utiliza é a dos jovens com idade inferior a 34 anos De entre os serviços mais utilizados destacam-se o Youtube, os vários calendários online (Google Calendar, Yahoo Calendar, entre outros), os Blogs, os Fóruns de Discussão e a Wikipedia (White 2007). É de notar também que das 10 páginas mais vistas no mundo, 9 estão de alguma forma ligadas ao movimento Web 2.0. Em Portugal, esta taxa espelha-se (Alexa 2009). Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto • Grupo 405 • Projecto FEUP 14/22 Web 2.0 – Estudo sobre a integração das suas tecnologias nas empresas privadas nacionais 4 • Trabalho do autor Numa fase inicial, o grupo começou por pesquisar empresas sem critérios rigorosos, utilizando conhecimento prévio, motores de pesquisa da Internet e a bolsa. Nesta fase, o grupo também verificou os web sites das empresas e os web sites de Web 2.0 numa tentativa de obter já informação sobre quais eram utilizados pelas empresas encontradas. Após alguma ponderação, foi tomada a decisão de o grupo se restringir às empresas na área da tecnologia, por ser a área a que vários elementos do grupo estavam mais ligados e por estas empresas terem um dever de estar na vanguarda de movimentos electrónicos tais como a Web 2.0. Após mais alguma pesquisa, recorrendo às páginas amarelas e novamente aos motores de pesquisa, verificando também o uso dos websites Web 2.0 destas empresas, foram revistos os critérios e, de modo a poder haver mais detalhe na análise de cada empresa, decidiu-se filtrar a lista de empresas, utilizando sucesso e popularidade como critérios de escolha. Em adição, a sugestão do professor Nuno Flores, o grupo decidiu analisar algumas grandes empresas nacionais, de modo a poder ter um panorama geral da situação das empresas mais conhecidas pelo público geral. Assim, se obteve a seguinte lista de empresas a analisar: Área Tecnológica Área Geral JP Sá Couto Portugal Telecom Alert BPI N Drive EDP Ydreams Público Primavera Sonae FiberSensing Wit Software Tabela 1 – Empresas estudadas Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto • Grupo 405 • Projecto FEUP 15/22 Web 2.0 – Estudo sobre a integração das suas tecnologias nas empresas privadas nacionais Com esta lista em mente, o grupo propôs-se a analisar a integração da Web 2.0 nestas empresas. Para tal, seria necessário contactar as empresas, e assim sendo, foram levadas em conta opções alternativas caso houvesse dificuldades nesse contacto como, por exemplo, a Sage, a Utilsoft, a Critical Software e a Extremos Software. Recorrendo ao espaço web das empresas, à pesquisa e posterior contacto das mesmas nos sites ligados ao movimento Web 2.0, realizou-se o estudo dos dados e formularam-se as conclusões acerca de quais as empresas que participam efectivamente na Web 2.0 e com que meios. É também digno de nota, que a equipa envolvida no estudo (Equipa 405), utilizou afincadamente as tecnologias Web 2.0, tanto no desenvolvimento do estudo, como na organização de dados e mesmo como complemento às breves reuniões presenciais. Utilizámos, mais concretamente, as ferramentas MSN/Live Messenger, Google Docs, Google Groups e Google Calendar, com resultados positivos, dos quais se destaca a possibilidade de debater assuntos relativos ao projecto e manter um arquivo destes e também editar, colaborativamente e em tempo-real, documentos como é o caso do presente relatório. Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto • Grupo 405 • Projecto FEUP 16/22 Web 2.0 – Estudo sobre a integração das suas tecnologias nas empresas privadas nacionais 5 • Análise dos Resultados O uso das tecnologias Web 2.0 pelas empresas estudadas está distribuído da seguinte forma: Figura 1 - Percentagem do uso de determinada tecnologia, no contacto com o público. O gráfico aponta o Twitter como a tecnologia Web 2.0 utilizada por excelência, tanto a nível das empresas tecnológicas como das gerais, com várias instituições a manterem-se contactáveis também pelo tradicional formulário de contacto. Chegámos à conclusão que as empresas analisadas não utilizam regularmente sistemas Voice over Internet Protocol ou Instant Messaging para contacto com eventuais clientes; embora a maioria delas utilize esses mesmos sistemas para contacto intra-empresa. Como forma de exemplo, tem-se a Ydreams, que utiliza um sistema próprio de IM. Existem ainda exemplos esporádicos de uso destas tecnologias para suporte técnico. Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto • Grupo 405 • Projecto FEUP 17/22 Web 2.0 – Estudo sobre a integração das suas tecnologias nas empresas privadas nacionais A um nível mais pormenorizado, a situação do uso das tecnologias é a seguinte: Google Map Formulário Contacto VoIP/IM Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Sim Não Não Sim Não Sim Sim Não Sim Sim Sim Não Não Sim Não Sim Sim Não Não Não Sim Sim Não Não Não Sim Não FiberSensing Não Não Não Sim Sim Não Não Não Não Não Wit Software Não Sim Sim Sim Não Não Não Não Não Não Área geral Portugal Telecom BPI Sim Sim Não Não Sim Não Não Não Não Não Não Não Sim Não Não Não Não EDP Não Sim Não Sim Não Não Não Não Não Sonae Não Não Sim (Brasil) Não Sim (Grupo) Não Não Não Não Não Não Não Não Não Público Sim Sim Não Não Sim Não Não Sim Sim Sim Instituição Feeds Twitter YouTube Alert Não Não JP Sá Couto Não Sim N Drive Não YDreams Não Primavera Facebook My Space AddThis.com Blog Área tecnológica Tabela 2 – As empresas e o uso das tecnologias Web 2.0 Pode-se verificar aqui uma tendência interessante: das empresas que não apresentam formulário de contacto, umas utilizam o twitter, outras não aderem a qualquer dos serviços Web 2.0. Isto sugere que o twitter pode substituir o formulário de contacto, pois as empresas que não usam nenhum dos dois não têm uma presença forte na Internet. No entanto, das tentativas de contacto pelo twitter, apenas a YDreams respondeu, sendo também, das empresas sem formulário de contacto e com twitter, a que o mantém mais actualizado, sendo que o último "tweet" da Wit Software foi realizado a 6 de agosto de 2009 e no caso da JP Sá Couto a 1 de Abril do mesmo ano. De facto, de todos os contactos realizados, utilizando o Twitter, o Facebook e o Youtube, apenas houve resposta do twitter da YDreams. Como este estudo não abordou o uso interno destas tecnologias nem conseguiu averiguar de que forma estas tecnologias afectam a produtividade, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto • Grupo 405 • Projecto FEUP 18/22 Web 2.0 – Estudo sobre a integração das suas tecnologias nas empresas privadas nacionais torna-se difícil comparar os resultados aos de outros estudos mas pode-se verificar que há 3 grandes grupos de empresas utilizadoras Web 2.0: • As empresas que utilizam as tecnologias Web 2.0 de uma forma bem definida e actualizam os seus conteúdos regularmente. Aqui enquadram-se a NDrive, Portugal Telecom, YDreams e o Público; • Empresas que experimentam ou experimentaram a Web 2.0; aqui pertencem a JP Sá Couto, a Wit Software e a EDP; • Aquelas que não utilizam as tecnologias Web 2.0 para contacto com o público, onde podemos encontrar a Alert, Primavera, FiberSensing, Sonae e BPI. Isto vai de encontro com as tendências experimentais que se verificavam há um ano (Computerworld 2008), sendo que as empresas que tiveram sucesso nessas experiências continuaram a consolidar a sua presença na Web 2.0, pertencendo ao primeiro grupo, enquanto que as que falharam abandonaram as suas presenças no movimento Web 2.0, situando-se no segundo grupo. Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto • Grupo 405 • Projecto FEUP 19/22 Web 2.0 – Estudo sobre a integração das suas tecnologias nas empresas privadas nacionais 6 • Conclusões Através deste estudo do uso da Web 2.0 em empresas privadas, conclui-se que já há adesão a estas tecnologias para contactar o público em Portugal, mas não ao nível verificado nas empresas estrangeiras. À primeira vista, isto pode parecer natural, pois uma parte significativa do público alvo pode não ter Internet ou não a utilizar regularmente devido à taxa significativa de não adesão em Portugal, principalmente nas faixas etárias mais avançadas (Vieira 2008). No entanto, as empresas que de facto usam regularmente as tecnologias Web 2.0, e em especial o Twitter, conseguem fazer a informação aceder ao seu público alvo de uma forma bastante eficiente e têm ainda uma ferramenta de recrutamento prática. Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto • Grupo 405 • Projecto FEUP 20/22 Web 2.0 – Estudo sobre a integração das suas tecnologias nas empresas privadas nacionais 7 • Referências bibliográficas • McKinsey. 2007. 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