SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ALTAMIRA FACULDADE DE ENGENHARIA AGRONÔMICA DESEMPENHO AGRONÔMICO DO COENTRO SUBMETIDO A DIFERENTES ADUBAÇÕES, ALTAMIRA-PARÁ Kalila Pinheiro dos Santos Altamira - Pará - Brasil Agosto - 2009 SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ALTAMIRA FACULDADE DE ENGENHARIA AGRONÔMICA DESEMPENHO AGRONÔMICO DO COENTRO SUBMETIDO A DIFERENTES ADUBAÇÕES, ALTAMIRA-PARÁ KALILA PINHEIRO DOS SANTOS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Engenharia Agronômica da Universidade Federal do Pará, Campus Universitário de Altamira como requisito para obtenção de grau de Engenheiro Agrônomo. Orientador: Fernando Kidelmar Dantas de Oliveira Altamira-Pará Agosto - 2009 ii Kalila Pinheiro dos Santos DESEMPENHO AGRONÔMICO DO COENTRO SUBMETIDO A DIFERENTES ADUBAÇÕES, ALTAMIRA-PARÁ BANCA EXAMINADORA _________________________________________________________________ Prof. MSc. Fernando Kidelmar Dantas de Oliveira Orientador _________________________________________________________________ Prof. Dr. Rainério Meireles da Silva Examinador I _________________________________________________________________ Prof. Dr. Miguel Alves Júnior Examinador II iii DEDICO À Deus, minha grande fortaleza nas horas de angústia, doador de coragem, força e sabedoria para a concretização desse projeto. iv AGRADECIMENTOS A Deus pela coragem, sabedoria e principalmente pela graça de ter colocado em meu caminho pessoas maravilhosas, as quais foram de extrema importância na construção da minha trajetória na faculdade e realização desse trabalho, espero não esquecer de ninguém. Aos meus Pais (Célia e João) por terem me orientado no decorrer da trajetória escolar, pelos ensinamentos de vida e incentivo nas horas difíceis. As minhas irmãs (Wli e Kamila) e cunhado (Almir) pelos momentos de alegria e fortalecimento durante a graduação. A Universidade Federal do Pará – Campus Altamira e a todos os professores que colaboraram com a minha formação. Ao Professor Raynério Meirelles pela atenção e ajuda na avaliação estatística deste trabalho. Ao Professor Fernando Kidelmar Dantas de Oliveira, pela dedicação e orientação deste trabalho. Ao Sr. Hamilton Maria por ter disponibilizado a área para a instalação do experimento e ferramentas para realização do cultivo. As minhas grandes amigas da Bella Griff (Jane, Zene e Janeide) as quais me faltam palavras para agradecer tanta ajuda e companheirismo durante a faculdade, obrigada minhas queridas pela atenção e carinho dedicado durante essa fase na qual vocês me ajudaram a superar muitas dificuldades. As minhas amigas do primário (Mayara, Josiane e Diana), as quais graças a Deus ainda fazem parte da minha vida, pois nossas conversas e grupos de estudo foram de fundamental importância para trilharmos os caminhos que nos levaram a alcançar a almejada faculdade. A Marlene Tontini, Viviane Tontini, Danielle Wagner e Jocilene Souza pela atenção, carinho e incentivo dispensados a mim na reta final da faculdade. A Flaviano Tontini, por ter feito parte da minha graduação de forma muito especial e distinta dos demais, pelas experiências vivenciadas e ajuda na elaboração deste trabalho. A Fernanda Morbach e Francisco Lúcio, grandes guerreiros, os quais não mediram esforços para me auxiliarem em cada etapa deste projeto. Aos colegas e amigos de turma de agronomia 2004 pelos dias de alegria, discussão, troca de idéias e crescimento humano. Em especial, Ricardo Eduardo, Priscilla Talita, Leandro Borges e José Davi e, pela ajuda na condução do experimento onde muitas vezes abriram mão de seus afazeres para colaborar nesse trabalho. v EPÍGRAFE “Por mais árdua que seja a luta, por mais distante que um ideal se apresente, por mais difícil que seja a caminhada, existe sempre uma maneira de vencer: A Nossa fé” (Autor Desconhecido) vi SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 1 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................ 3 2.1. IMPORTÂNCIA DAS HORTALIÇAS NA ALIMENTAÇÃO HUMANA .............................. 3 2.2. CARACTERIZAÇÃO BOTÂNICA DO COENTRO............................................................... 4 2.3. ORIGEM E IMPORTÂNCIA DA CULTURA DO COENTRO ............................................... 5 2.4. CLIMA E SOLO ..................................................................................................................... 7 2.5. ADUBAÇÃO EM HORTALIÇAS .......................................................................................... 8 2.6. ADUBAÇÃO ORGÂNICA ....................................................................................................10 2.6.1. Estercos de Animais e Composto ..................................................................... 11 2.7. CULTIVARES DE COENTRO..............................................................................................12 2.8. DESCRIÇÃO DO CULTIVAR VERDÃO .............................................................................13 2.9. PENDOAMENTO PRECOCE ...............................................................................................13 2.10. DOENÇAS DO COENTRO .................................................................................................13 3. MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................................... 14 3.1. LOCALIZAÇÃO DA ÁREA EXPERIMENTAL ...................................................................14 3.2. CARACTERIZAÇÃO DO EXPERIMENTO .........................................................................14 3.3. INSTALAÇÃO DO EXPERIMENTO ....................................................................................15 3.3.1. Preparo da área ................................................................................................ 15 3.3.2. Esterco de aves, bovino e composto.................................................................. 16 3.3.3. Incorporação dos fertilizantes .......................................................................... 17 3.3.4. Semeio do Coentro ............................................................................................ 18 3.3.5. Tratos Culturais................................................................................................ 19 3.4. DELINEAMENTO EXPERIMENTAL ..................................................................................20 3.5. PARÂMETROS AVALIADOS..............................................................................................21 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................... 23 4.1. CULTIVO DE COENTRO SOB DIFERENTES ADUBAÇÕES ............................................23 4.2. COMPARAÇÃO DO CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DO COENTRO ÀS ADUBAÇÕES REALIZADAS .....................................................................................................26 4.3. PRAGAS E DOENÇAS NO COENTRO................................................................................27 vii 4.4. PRODUTIVIDADE DO COENTRO ......................................................................................28 5. CONCLUSÃO ................................................................................................................ 30 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 31 ANEXOS ............................................................................................................................ 35 viii LISTA DE FIGURAS Figura 01. Dados climatológicos coletados durante a condução do experimento de janeiro a maio de 2009, Altamira-Pará. A- Precipitação em mm B- Temperatura média ..................... 15 Figura 02. Canteiros da área experimental ............................................................................ 16 Figura 03. Esterco de aves e esterco bovino utilizado no experimento ................................ 167 Figura 04. Composto produzido na horta.............................................................................. 16 Figura 05. Estercos dispostos no canteiro e incorporação dos mesmos na parcela ................. 17 Figura 06. Demonstração da fileira e bordadura na parcela. .................................................. 18 Figura 07. Quebra das sementes do coentro e parcela semeada. ............................................ 19 Figura 08. Irrigação utilizada no experimento ........................... Erro! Indicador não definido.0 Figura 09. Detalhes do experimento. .................................................................................... 21 Figura 10. Medição de altura das plantas na parcela útil. ...................................................... 21 Figura 11. Representação da produtividade do coentro Verdão, comparada com o experimento, Altamira-Pará. ................................................................................................ 29 ix LISTA DE TABELAS Tabela 01. Características químicas do solo da área do experimento....................................14 Tabela 02. Quantidade de fertilizantes utilizada por parcela em 2,4 2 m ..................................168 Tabela 03. Resultado da análise dos macronutrientes principais dos fertilizantes orgânicos..19 Tabela 04. Distribuição dos tratamentos e respectivas repetições...........................................21 Tabela 05. Representação dos valores médios de altura de plantas do Coentro Verdão, Altamira-Pará............................................................................................................................25 Tabela 06. Médias de Peso Fresco e Seco de folhas de coentro Verdão, Altamira-Pará.........26 Tabela 07. Representação do Peso Fresco e Seco de Raízes de Coentro.................................27 Tabela 08. Precipitação (mm) durante o experimento, Altamira-Pará.....................................29 Tabela 09. Produtividade (t.ha-1) do coentro,Altamira-Pará....................................................29 x DESEMPENHO AGRONÔMICO DO COENTRO SUBMETIDO A DIFERENTES ADUBAÇÕES, ALTAMIRA-PARÁ RESUMO O coentro (Coriandrum sativum L.) é uma das hortaliças muito consumida na Região Norte e Nordeste do Brasil, indispensável em muitos pratos as folhas do coentro está presente na culinária brasileira. Dos frutos do coentro é extraído um óleo essencial muito utilizado na indústria alimentícia e farmacêutica. A utilização de material orgânico, esterco bovino, esterco de aves e composto vem favorecendo o desenvolvimento da cultura do coentro, sendo alternativa ao uso de fertilizante sintético, como o NPK, muito utilizado pela maioria dos horticultores da região altamirense. Este trabalho teve por objetivo avaliar o desempenho agronômico do coentro submetido às diferentes adubações, mais especificamente o crescimento e desenvolvimento da planta às adubações utilizadas e observar a ocorrência de pragas e doenças. O delineamento utilizado foi o Inteiramente Casualizado (DIC) com 5 tratamentos, 4 repetições, parcelas com 2,40m2 e área útil de 1,60m2. Os tratamentos consistiram de testemunha T1 - Sem nenhuma adubação, T2 – Esterco Bovino, T3 – Composto, T4 – Esterco de aves e T5 – NPK onde foram avaliadas as seguintes características do coentro: altura de plantas, peso fresco e seco das folhas, peso seco e fresco de raízes e a incidência de pragas e doenças durante o cultivo. A adubação com NPK e esterco de aves proporcionou incrementos nos parâmetros altura e peso fresco de folhas. Não foi observada a incidência de pragas e doenças no cultivo. Nas condições de Altamira a adubação com esterco de aves, seguida do NPK e composto favoreceram o aumento na produtividade do coentro. Palavras - chave: Coriandrum sativum; Fertilizantes; Orgânico; Alternativa. 1 1. INTRODUÇÃO A atividade olerícola no Brasil desempenha papel de grande importância social e econômica, proporcionando geração de emprego, renda e aumento na qualidade da alimentação humana. As oleráceas representam o grupo de plantas que fornecem a principal fonte de algumas vitaminas e sais minerais indispensáveis na alimentação humana podendo contribuir para amenizar o desequilíbrio nutricional da população. As hortaliças representam o maior grupo de plantas cultivadas, compreendendo mais de 70 espécies (AMARO et al., 2007). O primeiro registro de exploração destas para fins alimentares no Brasil data de 1500 e consta da carta de Pero Vaz de Caminha a El Rey de Portugal, relatando o uso do inhame na alimentação dos nativos (COBBE & JABUONSKI, 1993). Porém somente com a imigração japonesa, a partir de 1920, o cultivo alcançou grande escala na região periurbana da cidade de São Paulo, com apoio de cooperativas que hoje estão entre as maiores empresas do país segundo os autores supracitados. Conforme Andriolo (2002), os japoneses foram os primeiros a perceber esse novo mercado. O hábito alimentar do povo japonês, voltado para as hortaliças, viabilizou a disseminação para outras regiões do país, como exemplo para a Amazônia, a partir da migração de japoneses para a região por volta de 1929, onde ocasionou grande impulso para a olericultura na Amazônia, pois pelo hábito alimentar da população regional ser voltado aos produtos da floresta o mesmo foi desaparecendo, o que estimulou a população a iniciar o cultivo de algumas hortaliças (PIMENTEL, 1985). A produção da olericultura tem grande representatividade no cenário agrícola do Brasil, onde se traduz pela alta rentabilidade, distribuição de renda e geração de emprego (CAETANO et al., 2001). De acordo com Filgueira (2003), a evolução da olericultura acompanha o desenvolvimento geral da nação, sendo mais diretamente influenciada por ele que outras atividades agrícolas. Assim, é sensível às mudanças sociais, econômicas e culturais, decorrentes da elevação do nível de prosperidade geral, da urbanização e da industrialização. Grande parte da produção é oriunda de pequenas e médias propriedades rurais ou mesmo de hortas urbanas e periurbanas, com a vantagem de estar próximo ao consumidor gerando renda para a família, pois a mão-de-obra utilizada, em sua maioria, é familiar. 2 Conforme Caetano et al. (2001), as estimativas evidenciam que, em média, são gerados cerca de dois empregos/ha/ano, o que totaliza, em nível nacional, 1,2 milhão de pessoas em atividade na olericultura. O município de Altamira localizado na região Sudoeste do estado do Pará, conta com uma quantidade expressiva de hortas no perímetro urbano e periurbano, mas o mercado consumidor também é abastecido pela produção oriunda de propriedades rurais, as quais são comercializadas nas feiras-livres durante a semana. As “hortas”, como são chamadas na cidade, os locais onde são produzidas as espécies olerícolas, integram os “cinturões verdes”, pois segundo Filgueira (2003), são culturas localizadas na periferia das cidades e próximas aos pontos de comercialização, o olericultor vende seus produtos aos varejistas, tais como os donos de bancas em feiras, mercearias, mercadinhos ou se transforma, ele próprio, em varejista, atingindo diretamente o consumidor. Nas hortas urbanas e periurbanas de Altamira a exploração é do tipo diversificada, pois além de outras espécies é comum o cultivo de couve de folhas (Brassica oleracea var. acephala), alface (Lactuca sativa L.), salsa (Petroselinum crispum), cebolinha (Allium schoenoprasum), coentro (Coriandrum sativum L.) entre outras. O coentro é uma das hortaliças mais vendidas nas hortas existentes na cidade de Altamira, sendo comercializada juntamente com a cebolinha formando a dupla cheiro-verde como é conhecida e amplamente consumida nas Regiões Norte e Nordeste do Brasil. Pereira et al., (2005) afirmam que pouca pesquisa tem sido feita com essa hortaliça, incluindo a tecnologia adequada para a produção, desenvolvimento de novas cultivares, dentre outras. Soma-se a isto, a escassez de informações a respeito da produção e comercialização do coentro. Este trabalho teve como objetivo geral avaliar o desempenho agronômico do coentro sob diferentes adubações, e como objetivos específicos avaliar o comportamento da cultura comparando o crescimento e desenvolvimento às adubações utilizadas; observar a ocorrência de pragas e doenças no cultivo em comparação as adubações e avaliar a produtividade da cultura. 3 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1. IMPORTÂNCIA DAS HORTALIÇAS NA ALIMENTAÇÃO HUMANA A alimentação é fator indispensável à sobrevivência humana, pois é a partir dela que são fornecidos os nutrientes essenciais para o crescimento e desenvolvimento do corpo humano. O ato de se alimentar, além da importância vital ao homem também representa os costumes de um povo ou nação. O alimento é requerimento básico para a existência de um povo, e a aquisição desses desempenha papel importante na formação de qualquer cultura. Os métodos de procurar e processar esses alimentos estão intimamente ligados à expressão cultural e social de um povo (ANTROPOS, 2009). Para bom funcionamento do corpo humano é necessário que se mantenha uma dieta equilibrada, com a ingestão de diferentes tipos de alimentos, os quais fornecem vários nutrientes, como; carboidratos, proteínas, lipídios, sais minerais e vitaminas. Esses nutrientes são fornecidos por diversos alimentos; cereais, massas, frutas e as hortaliças, principais contribuintes para a manutenção da saúde (FILGUEIRA, 2003). Muitas hortaliças são essenciais à alimentação humana, como afirmam Cobbe & Jabuonski (1993), as hortaliças são a principal fonte de algumas vitaminas e sais minerais, como exemplo a cenoura (Daucus carota), as abóboras (Cucurbita moschata) e morangas (Cucurbita maxima), o tomate (Lycopersicon esculentum) e mesmo a alface (Lactuca sativa), constituem a principal fonte de vitamina A na dieta da população. Segundo Andriolo (2002), a descoberta das vitaminas e seu papel essencial no metabolismo humano representaram um grande impulso para o surgimento da horticultura como atividade econômica, pois antes o consumo de frutas e hortaliças existia apenas como fonte complementar de alimentos, de forma irregular e eventual. Outro fator que diminui o consumo de frutas e hortaliças como cita Chitarra (2005), é a alta perecibilidade desses produtos, o que levava a população a consumir produtos que pudessem ser armazenados por longos períodos, portanto as novas técnicas de conservação de frutas e hortaliças propiciaram aumento no consumo desses produtos. Os produtos da horticultura são cada vez mais exigentes quanto à tecnologia, a produção aumentou e conseqüentemente a utilização de defensivos agrícolas, para o controle de pragas e doenças. Portanto a população a partir do século XX passou a questionar os malefícios da utilização de defensivos principalmente em hortaliças, as quais o uso de 4 produtos químicos é maciço na maioria das etapas de produção. De acordo com Andriolo (2002), o impacto negativo dessa tecnologia vem gerando uma busca por alternativas que não agridam o meio ambiente e não acarrete prejuízo à saúde humana. A agricultura orgânica, muito defendida atualmente, vem agregando adeptos e Cardoso et al. (2000), salientam que nas últimas décadas, a procura por produtos naturais tem envolvido não só os naturalistas, mas também pesquisadores e todos aqueles que procuram investigar e divulgar os benefícios desses produtos naturais. Utilizada como condimento, o coentro é uma olerícola muito consumida em todas as Regiões do Brasil, principalmente na região Norte e Nordeste, no preparo de diversos peixes, carnes e sopas (MEDEIROS et al., 1998). Na alimentação, as ervas condimentares e aromáticas atuam realçando o sabor dos alimentos e ativando a ação das glândulas salivares, que iniciam o processo digestivo. Além disso, cada tipo de planta tem na composição substâncias diferentes, de forma que agem no organismo mesmo quando a planta é usada apenas como tempero (CARDOSO et al., 2000). 2.2. CARACTERIZAÇÃO BOTÂNICA DO COENTRO O coentro (Coriandrum sativum L.) é uma planta dicotiledônea, da família das Apiáceas gênero Coriandrum, espécie Coriandrum sativum L. Nessa família botânica estão incluídas seis culturas: cenouras (Daucus carota), mandioquinha-salsa (Arracacia esculenta), aipo (Apium graveolens var. dulce), salsa (Petroselinum crispum) e o coentro (FILGUEIRA, 2003). Planta herbácea anual, cuja altura varia de 25 a 60 cm, apresenta raiz pivotante do tipo fusiforme, pouco profunda, exploram apenas os 15 a 20 cm superficiais de solo (LEDO & SOUSA, 1997). O coentro possui as folhas da base aladas, semelhantes às folhas da salsa, porém mais escuras e mais recortadas. Quando florada sua haste cresce verticalmente com poucas ramificações, terminando por uma inflorescência tipo umbela, com flores brancas ligeiramente purpúreas (PIMENTEL, 1985). Os frutos dessa planta apresentam formato esférico, ligeiramente rugoso e de coloração amarelo-escura. O fruto contém duas sementes de formato semi-esférico, os quais devem ser comprimidos (com o auxílio de um rolo) a fim liberar as sementes, facilitando a germinação (PIMENTEL, 1985). Dos frutos secos do coentro, é extraído óleo essencial 5 composto por coriandol, pineno, borneol, geraniol, cimeno, d-linalol, limeno, terpinol, ácido acético e oxálico muito utilizado na indústria (LEDO & SOUSA, 1997). A germinação ocorre entre cinco e sete dias, passados mais 40 dias as plantas atingem o máximo do seu desenvolvimento vegetativo, onde deve ser realizado o corte das folhas. Após essa fase as plantas iniciam o período reprodutivo, quando as folhas tornam-se mais finas, as plantas mais fibrosas, dando início à floração (GUSMÃO & GUSMÃO, 2007). A reprodução do coentro é sexuada, segundo Fulan (2007) a maioria das espécies de condimentos propaga-se por sementes, porém algumas só propagar-se-ão quase que somente por esta forma, tais como: coentro, erva-doce (Pimpinella anisum L.) e salsa. O nome Coriandrum deriva de Koris, que significa percevejo, em outros países essa planta é conhecida popularmente como: cilantro ou culantro (Espanha e vários países de idioma espanhol), coriandolo (Itália), coriandre (França), koriander (Alemanha), coriander (Inglaterra), cussbur (Arábia), kothmir (Índia), kolendra (Polônia), kousbaré (Egito), nannan-nin (Birmânia) e zagdá (Abssínia) (LEDO & SOUSA, 1997). São poucas as cultivares, destacando-se o Verdão, Americano Gigante e Português, os quais produzem folhas lisas, sendo menores na primeira. As duas últimas são resistentes ao pendoamento precoce (FILGUEIRA, 2003). Mas segundo Ledo & Sousa (1997), as cultivares mais procuradas para o semeio na Região Norte, são o Palmeirão e o Verdão. De acordo com Filgueira (1982), o coentro é cultura de clima quente, intolerante a baixas temperaturas. Sendo semeado na Região Sul; de setembro a janeiro, Sudeste; agosto a fevereiro, Nordeste; janeiro a dezembro, Centro-Oeste; agosto a abril e na região Norte; de abril a outubro (EMBRAPA, 2006, a). 2.3. ORIGEM E IMPORTÂNCIA DA CULTURA DO COENTRO Segundo Ledo & Sousa (1997), o coentro é originário do Sul da Europa, Região do Mediterrâneo, mas há proposições que teve origem no ocidente da Ásia, porém a EMBRAPA (2007), afirma que a planta é originária da região leste do Mediterrâneo e oeste da Ásia. O coentro era conhecido e utilizado pelos egípcios, não como tempero, mas como planta medicinal, a ele se atribuíam propriedades digestivas, calmantes e, quando usado externamente, para alívio de dores das articulações e reumatismos. Cultivado a mais de três 6 mil anos, o coentro foi mencionado nos textos Sânscrito, nos papiros egípcios, além da Bíblia. Na Idade Média era colocado em porções como afrodisíaco e os romanos o misturavam com vinagre para conservar as carnes (CARDOSO et al., 2000). Segundo Pimentel (1985), raros são os povos que não utilizam as folhas de coentro. É uma cultura muito cultivada em hortas comerciais e domiciliares, sendo sempre cultivada próximo ao mercado consumidor, pois por ser hortaliça folhosa a mesma não suporta o transporte a grandes distâncias. É comum o uso das folhas, mas Cardoso et al. (2000), descreve a utilização de outras partes da planta na culinária: sementes, folhas, caules e raiz. O coentro é uma espécie condimentar onde segundo Fulan (2007), a qualidade da planta condimentar está quase sempre relacionada à presença do grupo de substâncias chamadas de óleo essencial, e que são os princípios ativos com vasto uso medicinal. O óleo essencial, obtido dos frutos secos do coentro é muito apreciado na indústria farmacêutica para mascarar odores de preparados farmacêuticos e na indústria em geral para aromatizar perfumes, chocolates, carnes defumadas, sopas enlatadas, picles, licores e gim. O coentro embora seja atribuído às folhas somente valor condimentar, sabe-se que elas são ricas em vitaminas A, B1, B2 e C. As folhas fazem parte da composição de diversos tipos de molhos, sopas, saladas, tempero de peixes e carnes. Em países Europeus e nos Estados Unidos o aroma das folhas verdes é considerado nauseabundo, nesses países os frutos maduros e secos é que são usados como condimento (LEDO & SOUSA, 1997; LEAL et al., 2005). Dentre os produtos agrícolas nacionais, as hortaliças só perdem em valor da produção para a cana-de-açúcar (Saccharum officinarum L.), café (Coffea arabica), soja (Glycine max L.) e milho (Zea mays), porém a produtividade da atividade olerícola é 582,5% maior que a obtida pela produção de grãos (CAETANO et al., 2001). Na cidade de Altamira de acordo com Oliveira-Júnior (2007) o cultivo de coentro juntamente com a cebolinha (Allium schoenoprasum) assume o papel das hortaliças mais vendidas em 54% das hortas localizadas na zona urbana da cidade, num total de 28 hortas, confirmando a importância da hortaliça na culinária dos habitantes da região. Na Região Norte, Santos et al. (2003), confirmam a importância econômico-social da cultura para a Ilha de São Luís, Paço do Lumiar, São José de Ribamar e Raposa, onde a partir de resultados obtidos, concluíram que a cultura do coentro é atividade geradora de renda e 7 Moura et al. (2006) identificam outra grande importância da cultura para os moradores da Região de Mossoró-RN, onde boa parte da população utiliza algumas espécies de hortaliças para o controle, alívio ou cura de doenças mais freqüentes. O coentro é comercializado juntamente com a cebolinha, vendida em maços, essa dupla é conhecida popularmente como cheiro verde. Muito utilizado na região Norte e Nordeste, o cheiro verde realça o sabor de diversos pratos da culinária brasileira, sendo muitas vezes fundamental no preparo de carnes, sopas, saladas e diferentes tipos de molho (FILGUEIRA, (1982); LEAL et al., 2005). 2.4. CLIMA E SOLO As características edafoclimáticas é fator que deve ser observado no cultivo do coentro. A planta desenvolve-se bem em temperaturas entre 18ºC e 25ºC, sendo sensível a baixas temperaturas. Na Amazônia, onde prevalecem temperaturas elevadas, algumas variedades são cultivadas o ano todo, mas no período chuvoso, o desenvolvimento é prejudicado devido ao excesso de umidade e ataque de doenças (LEDO & SOUSA, 1997). Temperaturas acima do nível ótimo para a cultura aceleram o florescimento de algumas hortaliças (FILGUEIRA, 2003). Malavolta (1981), afirma que o solo constitui-se numa exploração agrícola comum, o apoio físico para o sistema radicular e o meio de onde as raízes retiram os elementos nutritivos que necessitam. De acordo com Oliveira et al. (2003), o coentro é pouco exigente em solo e nutrientes, mas segundo Ledo & Sousa, (1997) e Cardoso et al. (2000), a cultura se desenvolve melhor em solos férteis de textura leve a média, soltos, profundos, bem drenados e com boa exposição à luz. Entretanto outros tipos de solos são indicados ao cultivo (Pimentel, 1985), indicando solos distróficos e de textura média e eutróficos principalmente os de terra roxa. Os solos hidromórficos com bom teor de matéria orgânica pode ser aproveitado, desde que bem drenado. O pH para o bom desenvolvimento do coentro de acordo com Gusmão & Gusmão (2007) está entre 5,5 e 6,5. 8 2.5. ADUBAÇÃO EM HORTALIÇAS Em relação às outras culturas as hortaliças absorvem relativamente pequenas quantidades de nutrientes, porém as hortaliças folhosas consideradas exigentes em nutrientes, em função de seus ciclos relativamente curtos (OLIVEIRA et al., 2004). O solo é o meio onde as culturas retiram os nutrientes necessários para o seu desenvolvimento, alguns solos apresentam fertilidade natural, mas com sucessivos cultivos o solo vai perdendo suas características naturais e necessitam que sejam repostos os nutrientes perdidos ou mesmo inexistentes em solos de baixa fertilidade. A fertilidade natural dos solos não satisfaz freqüentemente, as elevadas exigências nutricionais das culturas oleráceas, sendo necessária a utilização de fertilizantes, onde nada mais é do que um produto que contém um ou mais nutriente e que é usado quando o solo não é capaz de fornecê-lo em quantidade suficiente, podendo ser os de origem orgânica ou industrial (MALAVOLTA, 1981). As hortaliças necessitam de macronutrientes e micronutrientes durante o desenvolvimento. Os macronutrientes são: nitrogênio (N); fósforo (P); potássio (K); cálcio (Ca); magnésio (Mg); enxofre (S). Os micronutrientes são: manganês (Mn); zinco (Zn), cobre (Cu), ferro (Fe), molibdênio (Mo), boro (B); cloro (Cl) (AMARO, et al., 2007). É irrelevante considerar quais desses é o mais importante, pois, a deficiência de qualquer um, é capaz de comprometer economicamente a cultura. Os minerais Nitrogênio (N), Fósforo (P) e Potássio (K) são os mais utilizados na adubação das espécies oleráceas (FILGUEIRA, 2003). O Nitrogênio (N) é o elemento que auxilia no crescimento vegetativo da planta, aumenta a área fotossinteticamente ativa e eleva o potencial produtivo da cultura a partir do fornecimento adequado desse elemento (FILHO, 2006). A utilização do N deve ser parcelada, por ser elemento que apresenta grandes perdas por volatilização e de acordo com SANTOS (2003), os resultados observados para a produção de massa verde na cultura do coentro demonstraram que a presença e o parcelamento da adubação nitrogenada constituem-se numa das práticas de manejo mais recomendadas para aumentar a produtividade. O nitrogênio aumenta diretamente o teor de proteína nas plantas (POTAFOS, 1998). No entanto o excesso desse nutriente pode aumentar a suscetibilidade da planta a doenças fúngicas e bacterianas e promover crescimento vegetativo exagerado. Os sintomas de carência 9 desse elemento é a coloração verde clara da planta ou pela clorose nas folhas inferiores (FILGUEIRA, 2003). O fósforo é elemento essencial para o crescimento das plantas sendo necessário para completar seu ciclo normal de produção (POTAFOS, 1998). O fornecimento de doses adequadas favorece o crescimento radicular da planta melhorando a absorção de nutrientes e água, aumenta o vigor das plantas provenientes da semeadura direta; aumenta a precocidade da colheita e melhora a qualidade do produto (FILGUEIRA, 2003). Oliveira et al. (2004), constataram que a aplicação de P2O5 influenciou significativamente a altura das plantas e o rendimento de massa verde da cultura. Os sintomas de carência desse nutriente é a coloração purpúrea nas folhas e hastes, isso ocorre devido à planta ainda não ter desenvolvido sistema radicular capaz de absorver a quantidade de P necessária. O potássio é o nutriente que favorece a formação e translocação de carboidratos e o uso eficiente da água pela planta; equilibra a aplicação de nitrogênio; aumenta a resistência a algumas doenças fúngicas e bacterianas. É recomendado que a aplicação do K seja parcelada, pois sua absorção pelas plantas é relativamente lenta nos estádios iniciais do desenvolvimento da cultura (FILGUEIRA, 2003). O excesso de potássio desequilibra a nutrição da planta, prejudicando a absorção e utilização de outros nutrientes, como o Cálcio. Teores adequados de K e P aumentam a capacidade das plantas de utilizar altas doses de nitrogênio para produzir mais proteína e melhorar a qualidade do produto (POTAFOS, 1998). A disponibilidade desses nutrientes à planta também está relacionado a diversos fatores, os quais interferem na absorção dos nutrientes e bons desenvolvimentos das plantas, como os fatores físicos e químicos. Segundo Haag et al. (1993), dentre os fatores físicos, o que possivelmente afetam o desenvolvimento das plantas é a compactação podendo ser genética ou natural assim como o manejo inadequado. A compactação destrói a porosidade natural, reduzindo a infiltração da água e o crescimento do sistema radicular. O fator químico limitante do solo é a acidez excessiva, o qual limita a disponibilidade de nutrientes, e afeta o crescimento da planta. 10 O coentro é cultura que se desenvolve bem em solos de baixa a média fertilidade, mas com a utilização de adubos orgânicos e sintéticos pode-se obter produtividade razoável segundo Oliveira et al.(2003). Porém Filgueira (2000), relata que somente com a adubação orgânica pode-se obter boa produtividade, no entanto, a aplicação de P e K no plantio e o N em cobertura nos primeiros 20 dias favorecem o rápido crescimento vegetativo e aumento no volume de folhas produzidas. A recomendação de adubação química deve ser indicada conforme a análise de solo, mas Ledo & Sousa (1997), afirmam que bons resultados têm sido obtidos, em solos de média fertilidade, com a adubação de plantio de 70 g de superfosfato simples, 10 g de cloreto de potássio e 30 g de nitrocálcio ou sulfato de amônio por metro quadrado de canteiro. 2.6. ADUBAÇÃO ORGÂNICA O fertilizante orgânico pode ser definido como sendo todo produto de origem vegetal ou animal que, aplicado ao solo em quantidades, em épocas e maneiras adequadas, proporciona melhorias de suas qualidades físicas, químicas e biológicas, efetuando correções de reações químicas desfavoráveis ou de excesso de toxidez e fornecendo às raízes nutrientes suficientes para produzir colheitas compensadoras, com produtos de boa qualidade, sem causar danos ao solo, à planta ou ao ambiente (KIEHL, 1985). Segundo Andriolo (2002), o impacto negativo da introdução de novas tecnologias importadas gerou a busca por tecnologia e adoção de práticas que não agridam o meio ambiente e sejam mais benéficas ao ser humano, a partir da diminuição do uso de agroquímicos. Portanto, muitas práticas como a utilização de esterco animal, biofertilizante, compostagem e outros, são adotadas na produção de olerícolas, pois além de diminuir a dependência dos fertilizantes químicos, a utilização desses fertilizantes acarreta em melhorias nos aspectos químicos, físicos, biológicos e bioquímicos do solo. O emprego de esterco de animais como fertilizante é prática utilizada há mais de dois mil anos (KIEHL, 1985). De acordo com Filgueira (2003), olericultores europeus e asiáticos, com longa tradição agrícola, valorizam a adubação orgânica. Na Holanda, o solo das estufas é pesadamente adubado com esterco bovino, o mesmo ocorrendo em outras nações européias. O material orgânico pode ser usado como fonte de nutriente e como condicionadores do solo, melhorando as características físicas e químicas, como aumento na capacidade de 11 retenção de água, na aeração do solo, no pH e na capacidade de troca de cátions CTC (CAVALLARO-JÚNIOR, 2006). A legislação brasileira classifica os fertilizantes orgânicos em três categorias: fertilizantes orgânicos simples, composto e fertilizante organo-mineral. Os fertilizantes simples são divididos em cinco classes: esterco animal; restos vegetais; resíduo agroindustrial; turfa e linhito (KIEHL, 1985). Sendo o esterco animal, conforme Souto et al. (2005), o mais importante adubo orgânico, pela composição, disponibilidade relativa e benefícios da aplicação. 2.6.1 Esterco Animal e Composto O uso de esterco animal vem diminuindo a dependência aos fertilizantes sintéticos, e o agricultor passou a ter uma nova visão sobre a adubação orgânica, dando importância à utilização de estercos que, normalmente, eram descartados na propriedade, passando a fazer uso desse material como agente modificador das condições físicas e químicas do solo e elevando o nível de fertilidade. Mas o uso desse material, muitas vezes, está condicionado à disponibilidade do mesmo na região (SOUTO et al., 2005). Como fontes de nutrientes, os resíduos orgânicos podem apresentar quantidades expressivas de nitrogênio, de potássio e de fósforo, constituindo-se em alternativas para fornecer esses elementos para as hortaliças (CAVALLARO-JÚNIOR, 2006). Kiehl (1985) enfatiza a importância dos fertilizantes orgânicos em relação aos sintéticos, pois ao possuírem seu nitrogênio em forma orgânica, não está sujeito a perdas por lixiviação, como ocorre com os sintéticos, e o mesmo é liberado a medida que o material se decompõe garantindo um suprimento de nutrientes mais uniforme e prolongado às plantas. Os estercos animais para serem utilizados como fertilizante orgânico é necessário que sofra um processo de fermentação microbiológico ou cura, onde a fermentação provoca a decomposição da matéria orgânica resultando um material designado fertilizante orgânico humificado, estabilizado, livre de microrganismos maléficos a planta. O esterco bovino é um dos fertilizantes orgânicos amplamente utilizados no cultivo de hortaliças. No município de Altamira, 43% dos horticultores utilizam esse esterco como 12 fertilizante (OLIVEIRA-JÚNIOR, 2007). Teixeira et al. (2002), constataram a importância do esterco bovino e da cama aviária de frango como os adubos orgânicos mais utilizados na região de Barcarena-PA para a produção de hortaliças e frutíferas. O esterco de aves é um fertilizante muito rico em nitrogênio, em termos nutricionais é superior ao esterco bovino. Este tipo de esterco é normalmente proveniente de cama de frango em aviários (KIEHL, (1985); FILGUEIRA, (2003); EMBRAPA, 2006). Filgueira (2003) destaca a disponibilidade dos estercos animais, onde é necessária uma grande quantidade, como um dos principais problemas ao uso desses materiais. Os autores citados anteriormente identificaram nas suas respectivas regiões a disponibilidade de material como um dos fatores limitantes na região, principalmente o esterco de aves onde o preço muitas vezes é mais elevado. Porém, são diversas as alternativas, como por exemplo, o uso da compostagem e do vermicomposto (LÚCIO, 2009). O composto é o produto obtido do método de compostagem que consiste no processo biológico de transformação da matéria orgânica crua em substâncias húmicas, estabilizadas, com propriedades diferentes do material de origem (KIEHL, 1985). Oliveira-Júnior (2007) constatou em sua pesquisa, que o processo de compostagem de materiais orgânicos é pouco empregado nas hortas do município de Altamira-PA. Teixeira (2002) em análises realizadas em camas de aviário, esterco bovino e composto de lixo urbano, na cidade de Barcarena-PA, o último foi estatisticamente superior aos encontrados na cama de frango de corte e no esterco de bovinos. Mas a função de fornecedor de nutrientes como afirma Botelho et al. (2007), depende basicamente do material empregado no preparo, onde se for um material pobre o composto terá um valor baixo, mas o efeito condicionador do solo talvez seja mais importante que o seu efeito fertilizante. 2.7. CULTIVARES DE COENTRO São poucas as cultivares de coentro conhecidas entre os produtores. Na maioria das regiões produtoras cultivam-se materiais locais, cuja procedência é, em geral, desconhecida. Praticamente em toda região Nordeste utiliza-se o coentro Verdão como única opção de cultivo (FILHO, 2006). Ledo & Sousa (1997) também confirmam a variedade Verdão e acrescentam a Palmeirão como uma das mais procuradas pelos agricultores para o plantio na 13 Região Norte. Comercialmente, as mais utilizadas são o Português, o Francês, o Palma, o Verde-Cheiroso, o Palmeirão e o Verdão. Pereira et al. (2005), relatam que tem sido poucas as pesquisas para a produção e desenvolvimento de novas cultivares e Oliveira et al. (2007) complementam fazendo referência a escassez de trabalhos de melhoramento genético com a espécie. 2.8. DESCRIÇÃO DA CULTIVAR VERDÃO A cultivar verdão foi desenvolvido na década de 1980, resultando do cruzamento com várias linhagens do coentro nacional Palmeira e de seleções realizadas durante vários ciclos. Esse cultivar apresenta folhagem vigorosa, de coloração verde-escura e brilhante, altura média é em torno de 30 e 40 cm, com o ciclo em geral de 35 dias e possui de média a boa tolerância ao pendoamento precoce. A produtividade varia de 12 a 15 toneladas de folhas por hectare, ou seja, 1,2 a 1,5 kg por m2 (ISLA SEMENTES, 2003). 2.9. PENDOAMENTO PRECOCE O pendoamento precoce é característica indesejável no cultivo de coentro, principalmente quando o objetivo é a comercialização de massa verde, pois reduz o número de folhas em detrimento da formação de pendões florais (OLIVEIRA et al., 2007), o mesmo autor relata que a cultivar verdão apresentou 100% de pendoamento após 58 dias do semeio. A planta de coentro geralmente apresenta ciclo de 45 dias, após esse período a planta entra em estádio reprodutivo, emitindo o pendão floral. Segundo Filgueira (2003), algumas hortaliças podem ter seu período reprodutivo acelerado, a partir da submissão do cultivo a temperatura acima do nível recomendado, onde as mesmas passam a emitir o pendão floral, no coentro temperaturas acima de 25°C favorecem a produção de sementes. 2.10. DOENÇAS DO COENTRO No coentro a principal doença que acomete a cultura é a mela, conforme Gusmão & Gusmão (2005). O fornecimento de nitrogênio em excesso, de acordo com Ferreira & Cravo (2007) predispõe as plantas ao ataque de pragas e doenças. 14 A cultura do coentro apresenta doenças de baixa importância econômica e Reis et al. (2006), complementa que existem poucas informações técnicas sobre o coentro na literatura brasileira, especificamente sobre doenças. Nas áreas de epidemiologia e controle há um maior volume de informações em outros países como a Índia, onde esta hortaliça tem maior expressão e é mais pesquisada (HENTZ & LOPES, 2000). 3. MATERIAL E MÉTODOS 3.1. LOCALIZAÇÃO DA ÁREA EXPERIMENTAL O experimento foi conduzido na horta de exploração diversificada do Sr. Hamilton Maria, situado à Rua dos Missionários, nº 7134, Bairro Esplanada do Xingu, no Município de Altamira-Pará. O trabalho foi conduzido em duas etapas: a de campo, no período de 5 de março a 21 de maio de 2009 e no Laboratório de Solos da Universidade Federal do Pará – Campus Universitário de Altamira, no período de 22 de maio a 07 de junho, do corrente ano, onde foram realizados os procedimentos para pesagem do material coletado no campo. 3.2. CARACTERIZAÇÃO DO EXPERIMENTO O solo do campo experimental é caracterizado como latossolo, onde apresentou as seguintes características químicas representadas na Tabela 01. Tabela 01. Características químicas do solo da área do experimento pH 5,6 Moderadamente ácido MO (g/kg) Ca++ + Mg++ Al+++ P K (mg/dm3) (mg/dm3) 32,72 168 355 6,5 0,1 Alta Alto Alto Alto Não nocivo (Cmolc/dm3) (Cmolc/dm3) Fonte: Laboratório de Solos da EMBRAPA, (2009). De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) de Altamira (2009) no período de realização do experimento os dados climatológicos apresentaram os valores representados na Figura 01. 15 A B Figura 01. Dados climatológicos coletados durante a condução do experimento de janeiro a maio de 2009, Altamira-Pará. A- Precipitação em mm; B- Temperatura média Fonte: INMET, (2009). 3.3. INSTALAÇÃO DO EXPERIMENTO 3.3.1 Preparo da área A instalação do experimento foi iniciada com a limpeza da área, por meio de capina. Para o preparo, dimensionamento e estabelecimento dos canteiros, foi utilizado um microtrator, com enxada rotativa. A área experimental continha 48 m2 distribuídos em três canteiros com as seguintes dimensões: dois com 16 m de comprimento e um com 8 m de comprimento, ambos com 1,2 m de largura. Cada canteiro foi parcelado em 8 e 4 parcelas com as dimensões previamente estabelecidas da seguinte forma: 1,2 m x 2 m, totalizando 2,4 m2, com área útil de 1 m x 1,6 m, da qual foram avaliadas as plantas que se desenvolveram nessa área. 16 Figura 02. Canteiros da área experimental. 3.3.2 Esterco de aves, bovino e composto O esterco de aves foi proveniente de uma granja de frango de corte com cama de palha de arroz e o esterco bovino de fazendas, próximas a cidade. O composto foi produzido pelo Sr. Hamilton, na própria horta, utilizando os restos vegetais da cultura do milho e esterco bovino, os quais foram submetidos ao processo de compostagem, onde o produto final foi o composto utilizado nesse experimento, conforme Figuras03 e 04. Figura 03. Esterco de aves e bovino utilizado no experimento. Figura 04. Composto produzido na horta. Os fertilizantes sintéticos utilizados foram a Uréia (46% N), Superfosfato-simples e Cloreto de Potássio adquirido no comércio local. 17 3.3.3 Incorporação dos fertilizantes Para o cultivo do coentro foram incorporados ao solo, no dia 21 de março, os fertilizantes orgânicos (esterco bovino, aves e composto) e sintéticos Superfosfato simples e Cloreto de Potássio em suas respectivas parcelas. O nitrogênio foi aplicado aos 10 (14 de abril) e 20 (24 de abril) dias após o semeio, sendo 60g por aplicação, conforme recomendação de parcelamento de Santos (2003). Figura 05. Estercos dispostos no canteiro e incorporação dos mesmos na parcela. A recomendação de adubação foi orientada pela análise de solo proveniente do Laboratório da EMBRAPA - Belém. Na Tabela 02 constata-se a quantidade utilizada de cada fertilizante nas parcelas. Tabela 02. Quantidade de fertilizantes utilizada por parcela em 2,4 m2 Esterco Bovino Esterco Composto N P K (kg) Aves (kg) (kg) (g) (g) (g) 19,2 9,6 14,4 120 216 24 Amostras de estercos e do composto foram submetidas à avaliação de fertilidade. A análise dos fertilizantes foi realizada no Laboratório de Solos da Secretaria de Agricultura do Estado - SAGRI, pelo método de colorimetria. A Tabela 03 apresenta os resultados da análise. 18 Tabela 03. Resultado da análise dos macronutrientes principais dos fertilizantes orgânicos. Fertilizantes N P K MO (p p m) (p p m) (p p m) % Esterco Bovino 50 >140,76 >20,6 >3,5 Composto 25 >140,76 >20,6 >3,5 Esterco de Aves 125 >140,76 >20,6 >3,5 Orgânicos 3.3.4 Semeio do Coentro O coentro foi semeado no dia 04/04/2009, 15 dias após a incorporação dos fertilizantes, a cultivar utilizada foi a “Verdão”. A semeadura foi realizada nos canteiros de 20 cm de altura, com espaçamento entre fileiras de 20 cm e da bordadura às plantas da área útil de 10 cm, totalizando nove fileiras. A Figura 06 demonstra a distribuição de fileiras na parcela. Fileiras Bordadura Fileiras Figura 06. Demonstração da fileira e bordadura na parcela. As sementes foram submetidas à quebra mecânica de dormência (Figura 7-A), visando facilitar a germinação das mesmas, foram utilizadas 24 g de sementes por parcela, seguindo a recomendação de Pimentel (1985), onde são necessários 10g de sementes por m2 Figura 7. 19 Figura 07. Quebra das sementes do coentro e parcela semeada. 3.3.5 Tratos Culturais De acordo com Gusmão & Gusmão (2007), os tratos culturais dispensados a cultura do coentro são semelhantes ao recomendado à alface; adubações complementares, cobertura morta, irrigação, manejo fitossanitário e capinas ou mondas. Como cobertura morta foi utilizada palha de arroz. A irrigação conforme Gusmão & Gusmão (2007) deve ser realizada duas vezes ao dia, em períodos sem chuvas, porém a cultura foi instalada em período de alta precipitação o que diminuiu o período de irrigação de duas vezes para apenas uma. Para irrigar foi utilizada uma linha de irrigação com três aspersores, conforme a Figura 08. Figura 08. Irrigação utilizada no experimento. 20 As capinas foram realizadas conforme o crescimento das plantas daninhas na área experimental. As mondas ajudam a diminuir a competição de plantas invasoras ou daninhas com a cultura principal e de acordo com Peressin & Carvalho (2002), as plantas daninhas, são assim consideradas, quando interferem nas atividades humanas ou na prosperidade. 3.4. DELINEAMENTO EXPERIMENTAL O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado (DIC), com cinco tratamentos e quatro repetições, no sorteio as parcelas foram distribuídas conforme a Tabela 04. Tabela 04. Distribuição dos tratamentos e respectivas repetições. Tratamentos Repetições T1.Testemunha T1R1 T2R1 T3R1 T4R1 T2.Esterco bovino T3R2 T1R2 T2R2 T4R2 T3.Composto T5R1 T4R3 T5R2 T2R3 T4.Esterco de T4R4 T2R4 T5R3 T3R3 T5R4 T1R3 T3R4 T1R4 aves T5.NPK A Figura 09 ilustra os tratamentos que compõem o experimento, que foram: sem adição de fertilizantes representando a testemunha, esterco bovino, esterco de aves, NPK e composto. 21 Figura 09. Detalhes do experimento. 3.5. PARÂMETROS AVALIADOS O experimento foi colhido em 21/05/2009, aos 45 dias do semeio, mas antes da colheita foram retiradas as medidas de altura das plantas da parcela útil, a partir do nível do solo até a extremidade das folhas. Foram retiradas quatro medidas aleatoriamente de cada fileira, conforme a Figura 10. Figura 10. Medição de altura das plantas na parcela útil. As plantas foram retiradas com as raízes e acondicionadas em sacos plásticos identificados com a respectiva parcela e fileira. Do campo experimental as plantas foram levadas ao Laboratório de Solos da Universidade Federal do Pará, para o procedimento de lavagem e corte das raízes. Na data de 22/05/2009 as folhas e raízes foram pesadas em balança eletrônica. 22 Posteriormente, as plantas foram colocadas em jornais e deixadas ao ar livre, e na data 29/05/2009 as folhas e raízes foram levadas à estufa em envelopes de papel, onde permaneceram por 72 h, a temperatura de 70º C de acordo com a recomendação de Oliveira et al., (2005). A pesagem do material seco foi realizada em balança eletrônica com três casas decimais (modelo UDI 10000/1 capacidade máxima 10 kg e mínimo 25 g divisão 1,0 g) no período compreendido entre 1 o a 07/06/2009, conforme a secagem das plantas na estufa. Os dados estatísticos foram submetido ao programa System Analitical Statistics (SAS, 1998), submetido à análise de variação (teste F) e as médias comparadas pelo teste de Dunnett ao nível de 5% de significância e teste de Tukey a 5% de probabilidade. 23 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1. CULTIVO DE COENTRO SOB DIFERENTES ADUBAÇÕES Os parâmetros adotados para avaliação do desempenho do coentro nas adubações com esterco bovino, aves, composto e NPK, foram; altura de plantas (Tabela 05), peso fresco e seco das folhas (Tabela 06) e peso freso e seco de raízes (Tabela 07). No parâmetro altura de plantas, observou-se diferenças altamente significativa nos tratamentos 4 e 5. A altura de plantas oscilou de 9,83 a 22,02 e 22,08 cm em relação à testemunha nos tratamentos com esterco de aves e NPK, proporcionando um acréscimo de 55,35% e 55,48% no crescimento vegetativo da planta. Oliveira, et al. (2003), e Santos et al. (2003), constataram que a aplicação de nitrogênio proporcionou aumento na altura de plantas do coentro, corroborando com os dados obtidos nessa pesquisa. Santos et al. (2003), obtiveram alturas de 24,66 e 24,41 cm, nas doses parceladas de 60 kg por ha e 120 kg por ha, com a mesma cultivar, mostrando-se superiores as obtidas nessa pesquisa, onde o tratamento com NPK proporcionou uma altura média de 22,086 cm. As alturas obtidas pelo autor confirmam os benefícios do parcelamento da dose de nitrogênio no crescimento do coentro, como realizado nessa pesquisa onde a dose de 120 g de uréia, foi fornecida 60 g aos 10 dias e o restante aos 20 dias do semeio. Os tratamentos com NPK, esterco de aves e composto, mostraram-se estatisticamente iguais pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade no parâmetro altura de plantas, porém somente o esterco de aves e o NPK apresentaram diferença significativa em relação à testemunha, pelo teste de Dunnett. O nitrogênio favorece o crescimento vegetativo das plantas herbáceas, portanto a utilização de fertilizantes com teores adequados desse nutriente proporcionam incrementos no cultivo de hortaliças, principalmente no coentro. O esterco de aves, como mostra a Tabela 03, apresenta alto teor de N quando comparado aos demais fertilizantes orgânicos, comprovando Kiehl, (1985); Filgueira, (2003); EMBRAPA, (2006), onde afirmam que o esterco de aves apresenta teores de N elevado sendo superior ao esterco bovino. 24 Tabela 05. Representação dos valores médios de altura de plantas do Coentro Verdão, Altamira-Pará. Tratamento Média de Altura (cm) T5. NPK 22,1*** a T4. Esterco de aves 22,0*** ab T3. Composto 16,3ns abc T2. Esterco Bovino 12,2ns bc T1. Testemunha 9,8 c CV= 13,7% ***Diferente da testemunha pelo teste de Dunnett a 5% de significância NS - Não significativo em relação à testemunha. Letra diferente na coluna difere estatisticamente entre os tratamentos pelo teste Tukey a 5% de probabilidade. CV- Coeficiente de variação Os tratamentos T4, T5 e T3, apresentaram desenvolvimento significativo na média de peso fresco e seco de folhas. O peso fresco médio oscilou de 16,91 a 153,83, 150,63 e 79,05 g respectivamente, em relação à testemunha, conforme Tabela 06. Gerando um incremento na ordem de 89%, 88% e 78% na produção de folhas. Justificando a necessidade da adubação no cultivo do coentro nas condições da região de Altamira-PA. A produção de massa verde, ou peso fresco foi favorecido quando o coentro foi submetido aos tratamentos com esterco de aves (T4), NPK (T5) e composto (T3), esses se mostraram superiores ao esterco bovino (T2) e a testemunha (T1). A utilização de esterco bovino, não apresentou diferença estatística em relação a testemunha e pelo teste de Tukey o mesmo mostrou-se igual ao composto,que obteve a menor média de peso fresco, e sem diferença estatística em relação a testemunha. 25 Tabela 06. Médias de Peso Fresco e Seco de folhas de coentro Verdão, Altamira-Pará Tratamento Média Peso Fresco Média Peso Seco de de Folhas (g) Folhas (g) T4. Esterco de Aves 153,83 *** a 14,80 *** a T5. NPK 150,63 *** a 13,82 *** ab T3. Composto 79,05 *** ab 7,02 *** bc T2. Esterco Bovino 36,41 *** b 3,32ns c T1. Testemunha 16,91 1,81 c b CV= 25,2% CV= 21,2% *Diferente da testemunha pelo teste de Dunnett a 5% de significância NS - Não significativo em relação à testemunha. Letra diferente na coluna difere estatisticamente entre os tratamentos pelo teste e Tukey a 5% de probabilidade. Os resultados obtidos com adubação de esterco bovino, nas condições do município de Altamira divergem com os obtidos por Oliveira, et al. (2002), onde estes verificaram que a utilização de esterco bovino no coentro favoreceu a produção de massa verde da cultura. O esterco bovino, utilizado nesse experimento, quando submetido à análise apresentou o teor de N baixo (Tabela 03), talvez pelo fato do esterco apresentar problemas de acondicionamento o que favoreceu a perda do nitrogênio pela volatilização do mesmo, onde Botelho et al. (2007), orienta espalhar uma camada de terra sobre a pilha, para absorver a amônia que volatiliza, cobrindo com plástico a borda de esterqueira, para evitar as perdas pela permeabilidade do solo ou pela chuva. Para o parâmetro peso seco de folhas, os tratamentos apresentaram as mesmas características estatísticas, obtidas para o peso fresco de folhas, pelo teste de Dunnett. Onde os tratamentos T4, T5 e T3, mostraram - se significativamente superior a testemunha, porém pelo teste de Tukey, o parâmetro peso seco mostrou o tratamento T4 e T5 iguais estatisticamente e o T3 não se diferencia em relação a testemunha. 26 Tabela 07. Representação do Peso Fresco e Seco de Raízes de Coentro Tratamento Média de Peso Fresco de Raiz Média de Peso Seco de Raiz (g) (g) T5. NPK 27,7 *** a 2,9 ***a T4. Esterco de Aves 23,8 *** a 2,9 ***a T3. Composto 15,5 *** ab 1,6 ***b T2. Esterco Bovino 8,4ns b 0,9ns b T1. Testemunha 4,2ns b 0,5ns b CV= 18,3% CV= 17,9% *Diferente da testemunha pelo teste de Dunnett a 5% de significância NS - Não significativo em relação à testemunha. Letra diferente na coluna difere estatisticamente entre os tratamentos pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. CV- Coeficiente de variação O peso fresco e seco de raízes apresentou características estatísticas significativas entre os tratamentos e a testemunha, como se constata na Tabela 07. Para os tratamentos que apresentaram diferenças significativas, em peso fresco de raízes, as mesmas representaram, respectivamente, cerca de 18%, 15% e 19,6% do peso total da planta. A relação planta e raiz apresentaram-se favorável, haja vista que as raízes representaram valores abaixo de 20% do total da planta, onde cerca de 80% da planta é comercializável. O parâmetro peso fresco e seco de raiz quando submetido as adubações com NPK, esterco de aves e composto, não apresentaram diferença significativa entre os tratamentos, pelo teste de Tukey, entretanto no parâmetro peso seco de raiz o tratamento T3 mostrou-se igual estatisticamente ao esterco bovino e a testemunha. 27 4.2. COMPARAÇÃO DO CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DO COENTRO ÀS ADUBAÇÕES REALIZADAS O pendoamento precoce é característica indesejável no coentro, quando o objetivo é a comercialização de folhas. De acordo com Filgueira (2003), algumas hortaliças têm seu período reprodutivo acelerado quando submetido a temperaturas acima do recomendado para a cultura, onde Ledo & Sousa (1997) afirmam que a temperatura ótima para o coentro está entre 18º C a 25º C. No município de Altamira, durante a realização do experimento, a temperatura média ficou em torno de 26 º (Figura 1), acima do ótimo para a cultura, fato que pode justificar o pendoamento precoce do coentro aos 38 dias do semeio, pois considerando Gusmão & Gusmão (2005), o coentro inicia seu ciclo reprodutivo após 45 dias do semeio, havendo influência da temperatura no desenvolvimento do coentro e qualidade do produto quando objetiva-se a comercialização das folhas. A temperatura é fator relevante, comprovado por Oliveira et al. (2007), onde com temperaturas abaixo de 20 º observaram que as plantas da cultivar Verdão apresentaram 100% de pendoamento das plantas após 58 dias de desenvolvimento. Para o município de Altamira a temperatura é fator relevante no desenvolvimento do coentro, tanto para produção de folhas como de frutos. Para a comercialização de folhas é recomendável que se observe o período de colheita das plantas, onde a temperatura pode influenciar o tempo de colheita da cultura para os 38 dias de instalação da cultura, ao invés de 45 dias, sendo o pendoamento precoce uma característica favorável, quando o objetivo é a produção de frutos. 4.3. PRAGAS E DOENÇAS NO COENTRO Durante a realização do experimento, por meio da diagnose visual, não foi observado a incidência de pragas e doenças no coentro, mesmo o experimento sendo conduzido no período de alta precipitação, pois conforme Ledo & Sousa (1997), o excesso de umidade e ataque de doenças no período chuvoso são prejudiciais ao desenvolvimento da cultura e como mostra a Tabela 08 nos primeiros cinco meses do ano, a precipitação foi maior nos meses de crescimento e desenvolvimento da cultura, ou seja de abril a maio de 2009. 28 Tabela 08. Precipitação (mm) durante o experimento, Altamira-Pará. JANEIRO FEVEREIRO MARÇO ABRIL MAIO 277,6 305,8 401 560,5 428,7 Fonte: INMET, (2009) Altamira-Pará, dados não publicados. 4.4. PRODUTIVIDADE DO COENTRO O resultado obtido no parâmetro massa verde comprova a necessidade de adubação no cultivo de coentro, nas condições da região, visando aumentar a produtividade. A produtividade alcançada nas diferentes adubações proporcionou incrementos na ordem de 87,58% no tratamento com esterco de aves, 87,28% com NPK, 76,25% com o composto e, 46,92% com o esterco bovino. O uso de esterco bovino proporcionou o menor incremento na produção de massa verde e consequentemente a produtividade do coentro. Portanto é possível perceber que embora a utilização de esterco bovino, seja a alternativa de adubação adotada por 43% dos horticultores do município de Altamira, conforme Oliveira-Junior (2007) não favorece a produtividade do coentro quando comparado com as adubações com esterco de aves, NPK e composto, como demonstrado na Tabela 09. Tabela 09. Produtividade (t.ha-1) do coentro, Altamira-Pará. Tratamento Produtividade (t. ha-1) T1. Testemunha 0,95 T2.Esterco Bovino 2,04 T3. Composto 4,44 T4. Esterco de Aves 8,65 T5. NPK 8,47 29 Para as condições de Altamira a adubação com esterco de aves se apresenta como alternativa para aumentar a produtividade, seguida do NPK e composto. Embora essas adubações não tenham proporcionado produtividades acima da média estimada por Pimentel (1985), para a Região Norte, que são 35 t.h-1 e nem acima da média alcançada pela cultivar Verdão que varia de 12 a 15 toneladas, as adubações com esterco de aves e NPK, são as que proporcionam melhores resultados nas condições do município. A Figura 11 representa um comparativo entre a produtividade média nacional para a cultivar “Verdão” e as obtidas neste experimento. Figura 11. Representação da produtividade do coentro Verdão, comparada com o experimento, Altamira-Pará. 30 5. CONCLUSÃO As adubações com teores de N mais elevado, NPK e esterco de aves, favoreceram o crescimento vegetativo do coentro, gerando incrementos na ordem de 55% no parâmetro altura e acima de 88% para o peso fresco de folhas do coentro. A temperatura média de 26 graus acelerou o desenvolvimento do coentro, onde a partir do 38° dias as plantas emitiram os pendões florais, sendo uma característica que pode influenciar no período de colheita da cultura. Para as condições de Altamira a adubação com esterco de aves se apresenta como alternativa para aumentar a produtividade, seguida do NPK e composto, as quais proporcionaram aumentos de 87,58%, 87,28% e 76,25%, respectivamente na produtividade em relação à testemunha. Porém as adubações utilizadas não alcançaram a produtividade estimada pela cultura. O esterco bovino não apresentou resposta significativa para os parâmetros avaliados. Apesar do período de alta precipitação, não foi observada a incidência de pragas e doenças no cultivo em nenhum dos tratamentos com as diferentes adubações. 31 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMARO, G. B.; SILVA, D. M. da.; MARINHO, A. G.; NASCIMENTO, M. W. Recomendações técnicas para o cultivo de hortaliças em agricultura familiar. Circular Técnica, n° 47, Brasília: Embrapa Hortaliças, 2007. 16 p. ANDRIOLO, J. L. Olericultura geral: princípios e técnicas. Santa Maria: Ed. UFSM, 2002. 158 p. ANTROPOS. 2009. Antropologia da <www.antropos.com.br.>. Acesso em: 20 abr. 2009. alimentação. Disponível em: BOTELHO, S. M.; RODRIGUES, J. E. L. F.; VELOSO, C. A. C. Recomendações de adubação e calagem para o Estado do Pará. Belém: Embrapa Amazônia Oriental, 2007. 262 p. CAETANO, L. C. S.; FERREIRA, J. M.; ARAUJO, M. L.; SILVA, V. V.; LEAL, M. A. A.; ANDRADE, W. E. B.; COELHO, R. G.; CUNHA, H. C.; SARMENTO, W. R. M.; CUNHA, H.; STOR, H. M.; COSTA, R. A.; SILVA, J. A. C. A cultura da alface: perspectivas, tecnologias e viabilidade. Niterói: PESAGRO-RIO, 2001. 23 p. CARDOSO, M. G.; CASTRO, D. P. de.; AGUIAR, P. M.; SILVA, V. de F.; SALGADO, A. P. S. P.; MUNIZ, F. R.; GAVILANES, M. L.; PINTOS, J. E. B. P. Plantas aromáticas e condimentares. Lavras: UFLA, 2000. 78p. CAVALLARO-JÚNIOR, M. L. 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Fontes de Graus Variação de Soma Liberdade de Quadrado Quadrados Médio Tratamentos 04 9,2451 2,3112 Resíduo 15 4,4508 0,2967 Total 19 13,6959 Teste F 7,7892* Coeficiente de Variação = 13,4894 Quadro 2. Peso Fresco de Folhas. Fontes de Graus Variação Liberdade de Soma de Quadrado Quadrados Médio Tratamentos 04 219,8813 54,9703 Resíduo 15 69,4994 4,6329 Total 19 289,3753 Coeficiente de Variação = 25,2096 Teste F 11,87* 36 Quadro 3. Peso Seco de Folhas. Fontes Variação de Graus de Soma Liberdade de Quadrado Quadrados Médio Tratamentos 04 39,7281 9,9320 Resíduo 35 10,8301 0,3094 Total 39 50,5582 Teste F 32,10* Coeficiente de Variação = 21,1835 Quadro 4. Peso Fresco da Raiz. Fontes Variação de Graus Liberdade de Soma de Quadrado Quadrados Médio Tratamentos 04 57,8644 14,4661 Resíduo 35 16,5465 0,4727 Total 39 74,4110 Teste F 30,60* Coeficiente de Variação = 18,3306 Quadro 5. Peso Seco da Raiz. Fontes Variação de Graus Liberdade de Soma de Quadrado Quadrados Médio Tratamentos 04 3,1592 0,7898 Resíduo 15 0,7803 0,0520 Total 19 3,9395 Coeficiente de Variação = 17,8843 Teste F 15,18* 37 38 39 40 Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) UFPA – Campus de Altamira - Biblioteca Santos, Kalila Pinheiro dos Desempenho agronômico do coentro submetido a diferentes adubações, Altamira- Pará/ Kalila Pinheiro dos Santos; orientador, Profº. M.Sc. Fernando Kidelmar Dantas de Oliveira.— Altamira: [s.n.], 2009. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - Universidade Federal do Pará, Campus Universitário de Altamira, 2009. 1. Hortaliças. 2. Adubação. 3. Fertilizantes.I.Título. CDD: 635