UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO DIRETORIA DE PESQUISA PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA – PIBIC : CNPq, CNPq/AF, UFPA, UFPA/AF, PIBIC/INTERIOR, PARD, PIAD, PIBIT, PADRC E FAPESPA RELATÓRIO TÉCNICO - CIENTÍFICO Período: _SETEMBRO/2014 a FEVEREIRO/2015 ( ) PARCIAL ( X ) FINAL IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO Título do Projeto de Pesquisa: CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO CLÍNICO EPIDEMIOLÓGICO DA CO-INFECÇÃO HIV/HANSENÍASE EM POPULAÇÕES DE ALTA ENDEMICIDADE PARA HANSENÍASE NA AMAZÔNIA. Nome do Orientador: Marília Brasil Xavier Titulação do Orientador: Doutor Faculdade: Universidade Federal do Pará Instituto/Núcleo: NMT Laboratório: Laboratório de Pesquisas em Dermatologia Tropical e Doenças Endêmicas Título do Plano de Trabalho: Coinfecção Hanseníase e HIV: relação temporal com TARV e restauração imune Nome do Bolsista: Thiago Emanuel Souza de Freitas Tipo de Bolsa: (X) PIBIC/ CNPq ( ) PIBIC/CNPq – AF ( )PIBIC /CNPq- Cota do pesquisador ( ) PIBIC/UFPA ( ) PIBIC/UFPA – AF ( ) PIBIC/ INTERIOR ( )PIBIC/PARD ( ) PIBIC/PADRC ( ) PIBIC/FAPESPA 1 ( ) PIBIC/ PIAD ( ) PIBIC/PIBIT INTRODUÇÃO: A Hanseníase é uma doença infectocontagiosa de evolução crônica que assola a humanidade desde tempos muito antigos, como observado em relatos bíblicos que citam a lepra, já sendo um problema de saúde pública. (AZULAY, 2008). A hanseníase é endêmica em muitos países, principalmente os em desenvolvimento e de regiões tropicais, em especial a Índia e o Brasil, respectivamente primeiro e segundo lugares em números de casos. (WHO, 2014a). A molestia é causada pelo Mycobacterium leprae, e se manifesta por lesões cutâneas e nervosas atingindo nervos periféricos. (BRASIL, 2010). O M. leprae infecta as células de schwann no sistema nervoso, levando à degeneração axonal e desmielinização com fibrose, levando a reações imunes no hospedeiro, lesões dos tecidos nervosos e perda sensorial (DUCATI; BASSO; SANTOS, 2005). Existem várias formas de classificar o espectro da hanseníase: a classificação de Madri (1953) sugeriu a divisão da Hanseníase em polos Tuberculóide (HT), Hanseníase Virchowiana (HV) e nas formas Indeterminada (I) e Hanseníase Dimorfa; Ridley & Jopling (1962) classificaram o espectro em formas puramente Tuberculóide (TT), Boderline Tuberculóide (BT), Boderline Boderline (BB), Boderline Lepromatosa (BV) e puramente Lepromatosa (LL); e a classificação da OMS para tratamento em paucibacilar e multibacilar. A resposta imune contra o Mycobacterium depende do hospedeiro, do bacilo, do modo de entrada deste no organismo dentre outros fatores. Os macrófagos se tornam ativados ao fagocitarem os bacilos e produzem uma série de fatores inflamatórios (interleucinas) com a finalidade de ativar e recrutar linfócitos T. A apresentação da Hanseníase depende da proporção entre a resposta imune celular e humoral, daí vem o seu amplo espectro. (FOSS, 1999) O diagnóstico é clínico e epidemiológico, para pacientes com lesão (ões) e/ou área(s) da pele com alteração de sensibilidade; acometimento de nervo(s) periférico(s), com ou sem espessamento, associado a alterações sensitivas e/ou motoras e/ou autonômicas; e baciloscopia positiva de esfregaço intradérmico. (BRASIL, 2010). O tratamento da hanseníase é feito a nível ambulatorial, nas unidades de saúde, com a administração de poliquimioterapia (PQT) e depende da sua forma de apresentação clínica. Nas formas paucibacilares o tratamento é feito por seis meses e para as formas multibacilares o esquema é feito por um ano (BRASIL - MS, 2002). A co-infecção HIV/hanseníase tem tomado espaço no cenário epidemiológico brasileiro, por se tratarem de duas doenças de alta endemicidade no país. A doença causada pelo HIV é capaz de aumentar incidência e gravidade de outras doenças, mas no caso da Hanseníase a relação ainda não é clara. Alguns estudos apontam uma endemicidade menor para o HIV em pacientes hansenianos, comparados ao controle não hanseniano. Outros estudos de áreas hiperendêmicas mostram uma endemicidade para o HIV maior nos hansenianos. (XAVIER, 2009) Na década de 80, o CDC (Centers for Disease Control and Prevention), baseado no aumento da incidência de certas doenças oportunistas, descreveu uma síndrome de imunodeficiência que mais tarde foi atribuída a um vírus, era a descoberta do vírus da imunodeficiência humana (HIV). (CDC, 1981) A infecção rapidamente se tornou uma pandemia até o fim da década de 90, especialmente em países da África subsaariana. No Brasil em 2013 existiam cerca de 730.000 pessoas vivendo com HIV, sendo estimado que 41% dos adultos usam terapia antirretroviral (TARV). (WHO, 2014b) 2 O HIV é um retrovírus envelopado que infecta linfócitos T CD4 de humanos e é capaz de causar um estado de imunodeficiência grave, a síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS). (Demeter & Reichman, 2000). A infecção pelo HIV tem um curso crônico e geralmente assintomático até as primeiras doenças oportunistas aparecerem quando a contagem de CD4 fica entre 200 e 500/mm³. Além da contagem de CD4, a doença pode ser acompanhada com outros parâmetros como contagem de CD8 e carga viral. A AIDS se define com uma o aparecimento de doenças oportunistas, estando a contagem de CD4 geralmente <200 células/mm³. (Cohen & Fauci, 2001). O surgimento de doenças oportunistas ou exacerbação clinica de uma doença latente é comum nos primeiros meses da TARV, a chamada síndrome inflamatória da reconstituição imune (SIR). Embora a hanseníase não esteja listada como uma das principais doenças presentes nessa síndrome sabe-se que existe uma relação positiva entre o inicio da TARV e o desencadeio da síndrome clínica da hanseníase, assim como o predomínio das formas paucibacilares. (BRASIL,2013). Entretanto, alguns trabalhos como o de Bumb et al (2010) demonstrou que nem o HIV e nem a TARV interferiam no curso da Hanseníase. O estudo da co-infecção dessas doenças tão endêmicas se faz, portanto necessário para a melhor compreensão do perfil imunofenotípico gerado pelo HIV nos pacientes hansenianos e da relação temporal entre essas duas doenças. JUSTIFICATIVA: A coinfecção HIV/Hanseníase, sua importância epidemiológica, a dificuldade do diagnóstico precoce de ambas, a possibilidade de incapacidade na hanseníase e óbito na infecção pelo HIV, têm sido de grande interesse para a saúde pública. Com a expansão e interiorização da infecção pelo vírus HIV, o advento da terapêutica antirretroviral e consequente aumento da sobrevida das pessoas convivendo com o HIV, espera-se encontrar o aumento da prevalência de indivíduos convivendo com a coinfecção HIV/Hanseníase. Apesar das controvérsias no que diz respeito à resposta imune na coinfecção, o paciente responde satisfatoriamente à poliquimioterapia (PQT) na hanseníase, sem que haja interferência da infecção pelo HIV. A relação temporal entre o diagnóstico HIV/AIDS e a hanseníase é importante para verificar padrões onde o surgimento da AIDS anteriormente tenha levado a modificação clínica da hanseníase, indicando a possibilidade de associação com o período de reconstituição imune desses pacientes. Portanto, o estudo da coinfecção HIV e hanseníase apresenta controvérsias nos estudos já realizados e lacunas que devem ser preenchidas com melhoria dos desenhos de estudo, casuísticas e técnicas de investigação clínica e imunopatológica a fim de contribuir para o conhecimento e manejo clínico e epidemiológico dessas morbidades de tamanha importância em saúde pública. OBJETIVOS: A. GERAL: Descrever e analisar os casos de co-infecção HIV/Hanseníase com enfoque no perfil imunofenotípico. B. ESPECÍFICOS: Descrever a relação temporal entre o diagnóstico das duas moléstias; Avaliar relação temporal entre o diagnóstico da hanseníase e o início da terapêutica antiviral de alto impacto (TARV); Avaliar perfil imunofenotípico e de carga viral dos pacientes coinfectados HIV/hanseníase. 3 MATERIAIS E MÉTODOS: A. TIPO DE ESTUDO: Trata-se de um estudo do tipo série de casos. B. COLETA DOS DADOS: Os dados foram coletados por meio de formulário de investigação contendo dados clínicos e sociodemográficos, além das informações referentes ao tratamento das duas infecções colhidos dos prontuários dos pacientes. (Anexo A) Dados sociodemográficos: nome, sexo, idade e procedência. Dados clínicos: forma clínica, tipo de tratamento, carga viral, CD4 e CD8 no momento do diagnóstico, tempo decorrido entre o início da TARV e o diagnóstico de MH. C. MUNICÍPIO E POPULAÇÃO foram estudados os pacientes encaminhados ao ambulatório do Núcleo De Medicina Tropical (NMT) da Universidade Federal do Pará (UFPA), com diagnóstico da coinfecção HIV/hanseníase. O ambulatório do núcleo de medicina tropical realiza atendimentos de rotina em dermatologia tropical para pacientes portadores de HIV, encaminhados das unidades de referencia de atendimento especializados para pessoas que convivem com o vírus HIV/AIDS. Atualmente existem 93 pacientes de coinfecção HIV/Hanseníase registrados no NMT/UFPA. D. TRATAMENTO DOS DADOS: Foi criada uma planilha com base Excel (2010) constando os dados pertinentes ao estudo (procedência, diagnóstico da hanseníase, tipo de tratamento, uso de TARV, perfil de CD4, CD8 e carga viral.) com base nos formulários de avaliação. Para a criação dos gráficos foi utilizado o programa GraphPad Prism 6 e aplicado o teste de correlação linear de Pearson. Toda a pesquisa foi realizada obedecendo às normas expostas na resolução Nº 466/2012 do conselho nacional de saúde. RESULTADOS: Foram coletados dados de 93 pacientes, dos quais 64 (38,8%) eram do sexo masculino e 29 (32,1%) do sexo feminino, de acordo com a tabela 1. Os dados sociodemográficos foram distribuídos de acordo com tabela 1. Tabela 1. Distribuição dos pacientes, segundo sexo, faixa etária e procedência, Belém-PA, 2015. Variável Frequência Nº % Sexo Masculino 64 68,8 Feminino 29 31,2 Total 93 100 Faixa etária (Anos) 0a9 1 1,1 10 a 19 0 0,0 20 a 39 47 50,8 40 a 59 41 44,1 60 a 79 04 4,0 Total 93 100 Procedência Belém (Capital) 77 82,9 Interior 15 16 Sem informação 1 1,1 Total 93 100 4 A forma clínica mais predominante foi a MHT, presente em 59,8%, seguida da forma MHD com 31,5%. Quanto à situação de imunodeficiência, 22,8% eram considerados não AIDS, 70,6% apresentavam critérios clínicos e/ou laboratoriais para AIDS e houve 6 pacientes sem informações suficientes para definir esse critério (Tabela 2). De acordo com Menezes et a.l (2014) em um estudo com pacientes coinfectados com HIV e hanseníase no Rio de Janeiro-RJ com 92 pacientes obteve como resultado que a maioria destes era do sexo masculino (57%), as formas paucibacilares foram predominantes (77%) o que está de acordo com o presente estudo. Já a procedência dos pacientes foi discordante nos dois estudos, o mesmo estudo encontrou 100% dos pacientes advindos da zona metropolitana. Pires (2013) em um estudo realizado em Belém-PA, no qual um grupo pertencente ao estudo era coinfectado com HIV e Hanseníase, a predominância de pacientes foi do sexo masculino (67%) e de formas paucibacilares (70%). Em uma série de casos realizado por Xavier (2006) em Belém-PA com pacientes coinfectados com HIV e hanseníase também encontrou a maior prevalência no sexo masculino (71%) e a predominância da forma BT e em seu estudo a maioria dos pacientes (87%) apresentavam critérios clínico-laboratoriais para AIDS, conforme os dados deste estudo (tabela 2). Tabela 2. Distribuição dos pacientes quanto á forma clínica (classificação de Madri) e situação imune. Variável Frequência Nº % Forma Clínica MHI 3 3,2 MHT 55 59,1 MHD 30 32,3 MHV 2 2,2 Casos Indefinidos* 3 3,2 Total 93 100 AIDS SIM 65 70 NÃO 22 30 Total 93 100 *Pacientes de outros serviços, sem informações quanto à forma clínica. A relação temporal entre TARV e MH é o tempo decorrido entre o início da terapia antirretroviral e o diagnóstico da Hanseníase. O diagnóstico é esperado para o período da restauração imune do paciente, ou seja, período no qual a carga viral cai por ação das drogas da TARV e a contagem de células de defesa (CD4 e CD8) sobem no organismo. Mas pode acontecer antes do inicio da terapia ou até depois dos seis primeiros meses de TARV. Dos pacientes participantes no estudo, 27 pacientes (29%) tiveram o diagnóstico antes do início TARV. A maioria dos pacientes do estudo, 37 (39,8%), tiveram o diagnóstico de hanseníase nos primeiros 6 meses do início da TARV. 22 pacientes (23,7%) tiveram o diagnóstico da hanseníase após 6 meses de iniciada a TARV. Do total da amostra, 6 paciente (6,4%) não constavam essa informação em prontuário e 1 paciente (1,1%) teve recidiva da doença após inicio da TARV.(tabela 3) 5 Em relação ao tempo decorrido entre inicio da TARV e diagnóstico da Hanseníase Xavier (2006) encontrou a predominância de diagnósticos nos primeiros 6 meses da terapia, semelhante ao encontrado no presente estudo. Tabela 3. Relação temporal entre TARV e MH Relação temporal Frequência Nº % Antes da TARV 27 29 Até 6 meses da TARV 37 39,8 Após 6 meses da TARV 22 23,7 Sem dados* 6 6,4 Recidiva após TARV 1 1,1 Total 93 100,0 *pacientes de outros serviços, sem informações quanto à relação temporal. Quanto ao perfil de CD4 no momento do diagnóstico 33 pacientes (35,5%) tinham CD4 no intervalo entre 0 e 200, 28 pacientes (30,1%) apresentavam CD4 no intervalo entre 201 e 500 e 17 pacientes (18,3%) apresentaram CD4 maior que 500 células/mm³. 15 (16,1%) pacientes não preenchiam esses dados. Tabela 4. A média de contagem de CD4 nos pacientes foi de 309 células/mm³. Tabela 4. Perfil de CD4 no diagnóstico da hanseníase. Contagem de CD4 por Frequência mm³ Nº % 0 a 200 33 35,5 201 a 500 28 30,1 >500 17 18,3 Sem dados* 15 16,1 Total 93 100,0 *pacientes de outros serviços, sem informações quanto ao perfil de CD4 no diagnóstico. A partir da relação temporal entre inicio da TARV e diagnóstico da Hanseníase, e com o perfil de CD4 no momento do diagnóstico foi montado um gráfico (fig.1) com um n de 54 (foram retirados pacientes sem dados). Este revelou um r de 0,2237 o que indica uma relação positiva entre o aumento do CD4 e o diagnóstico precoce da hanseníase. 6 RELAÇÃO TEM PORAL 800 CD4 600 400 200 0 0 10 20 30 40 T e m p o e n tr e T A R V e d ia g n ó s tic o Figura 1 Quanto ao perfil de CD8 no momento do diagnóstico da hanseníase 11 pacientes (11,8%) apresentaram o número de cópias por mm³ no intervalo entre 0 e 500, 23 pacientes (24,7%) apresentavam CD8 no intervalo entre 501 e 1000, 21 pacientes (22,6%) possuíam CD8 entre1001 e 1500, 10 (10,8%)pacientes tiveram a contagem no intervalo de 1501 a 2000 e apenas 2 (2,2%) apresentavam contagem maior que 2000. 26 pacientes (27,9%) não possuíam dados suficientes para essa análise, como mostra a tabela 5. . Tabela 5. Perfil de CD8 no diagnóstico da hanseníase. Contagem de CD8 por Frequência mm³ Nº % 0 a 500 11 11,8 501 a 1000 23 24,7 1001 a 1500 21 22,6 1501 a 2000 10 10,8 >2000 2 2,2 Sem dados* 26 27,9 Total 93 100,0 *pacientes de outros serviços, sem informações quanto ao perfil de CD8 no diagnóstico. A partir da relação temporal entre inicio da TARV e diagnóstico da Hanseníase, e com o perfil de CD8 no momento do diagnóstico, com um n de 43(foram retirados pacientes sem dados) foi possível construir um gráfico (fig.2). Este revelou um r de -0,1098, e um p de 0,2418. 7 RELAÇÃO TEM PORAL 4000 CD8 3000 2000 1000 0 0 10 20 30 40 T e m p o e n tr e T A R V e d ia g n ó s tic o Figura 2 A carga viral no diagnóstico da hanseníase também foi avaliada. 24 pacientes (25,8%) apresentavam carga viral inferior ao limite de detecção do método utilizado, 11 pacientes (11,8%) apresentaram uma carga viral no intervalo de 80 a 1000 cópias, 27 pacientes (29%) apresentaram carga no intervalo entre 1001 e 50000 cópias, 5 pacientes (5,4%) tinham a carga no intervalo entre 50001 e 100000 cópias, 7 paciente (7,5%) tiveram a carga viral maior que 100000 cópias. 19 pacientes (20,4%) não possuíam dados a respeito da carga viral no diagnóstico, como mostra a tabela 6. Tabela 6. Perfil de Carga Viral no diagnóstico da hanseníase. Carga Viral Frequência Nº % Indetectável 24 25,8 80 a 1000 11 11,8 1001 a 50000 27 29 50001 a 100000 5 5,4 >100000 7 7,5 Sem dados* 19 20,4 Total 93 100,0 *pacientes de outros serviços, sem informações quanto ao perfil de carga viral no diagnóstico. A figura 3 mostra a relação entre a carga viral no diagnóstico da hanseníase e o tempo decorrido entre o inicio da TARV e o diagnóstico com o n de 47(foram retirados pacientes sem dados). O r foi 0,06296 e o p de 0,3371. 8 RELAÇÃO TEM PORAL C a r g a V ir a l 800000 600000 400000 200000 0 0 10 20 30 40 T e m p o e n tr e T A R V e d ia g n ó s tic o Figura 3 Em estudo de Xavier (2006) obteve que a maioria dos pacientes de seu estudo possuía perfil de CD4 menor que 500 e CD8 entre 500 e 1000 semelhante ao intervalo encontrado no presente estudo e carga viral entre 80 e 1000, discordando do presente estudo. Em relação à média de contagem de linfócitos TCD4 nos pacientes, Menezes et al (2014) encontrou 371 células/mm³, semelhante ao encontrado no presente estudo. Já a quantificação de carga viral foi discordante, em seus achados 48% dos pacientes tinham carga viral indetectável no momento do diagnóstico. PUBLICAÇÕES: Este projeto de PIBIC esta inserido no projeto “Contribuição ao Estudo Clínico Epidemiológico da Coinfecção HIV/Hanseníase em Populações de Alta Endemicidade para Hanseníase na Amazonia”, do qual já foi originado uma publicação na revista PLOS, intitulado Leprosy Reactions in Patients Coinfected with HIV: Clinical Aspects and Outcomes in Two Comparative Cohorts in the Amazon Region, Brazil, 2015. CONCLUSÃO: Diante do tema abordado e dos dados colhidos foi possível descrever e analisar o perfil imunofenotipico dos casos de co-infecção hiv/hanseníase da série de casos abordadada. A relação temporal entre o diagnóstico da hanseníase e o início da TARV mostrou que a maioria dos diagnósticos foram dados em até 6 meses do início da TARV, sugerindo que a restauração do sistema imune faça a doença se manifestar. Quanto ao perfil imunofenotípico a maioria dos diagnósticos foi feito quando a contagem de CD4 estava menor que 200 células/mm³, e carga viral maior 1000 cópias. Concluindo que de acordo com esta série de casos a hanseníase afeta o paciente no período crítico de imunidade baixa, como outras doenças oportunistas. 9 ANEXO A- FORMULÁRIO DE INVESTIGAÇÃO DADOS SOCIODEMOGRÁFICOS: Nome: ______________________________________________________________ Sexo: ( )M ( )F Faixa etária (anos): ( )0 a 9 ( )10 a 19 ( )20 a 39 ( )40 a 59 ( )60 a 79 ( )80 ou mais Procedência:_________________________________________________________ DADOS CLÍNICOS: Forma clínica ( ) MHI ( ) MHT ( ) MHD ( ) MHV ( ) indefinida Tipo de tratamento ( ) PQT-PB ( ) PQT-MB ( ) indefinido Laboratório no diagnóstico: Carga viral:_______________ CD4:____________________ CD8:____________________ Tempo decorrido entre o início da TARV e o diagnóstico de MH. ( ) Antes da TARV ( ) Até 6 meses após TARV ( ) Após 6 meses de TARV ( ) indefinido 10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: AZULAY, R.D.; AZULAY, D. R.; AZULAY- ABULAFIA, L. Dermatologia. 5.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. p.983. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. PORTARIA Nº3.125, de 7 de Outubro de 2010. Aprova as Diretrizes para Vigilância, Atenção e Controle da Hanseníase. Brasilia: Ministério da Saúde, 2010 BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Manejo da Infecção pelo HIV em Adultos . Brasília - 2013 BUMB, R.A.; GHIYA, B.C.; JAKHAR, R.; PRASAD N. Histoid leprosy in a HIV positive patient takin Ctarv. Leprosy review, vol. 81, n. 3, p. 221-223, set. 2010. CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Pneumocystis pneumonia—Los Angeles. Morbidity and mortality weekly report, 30: 250-252, 1981. COHEN, J.O., FAUCI, S.A. Pathogesis and Medical Aspects of HIV-1 Infection. In: Virology. K.D.M. Fields, B.N. (eds.). 4 ed. Philadelphia, Lippincott-Raven, 2001. p. 1000-2000. DEMETER, L.M., REICHMAN, R.C. Detection of Human Immunodeficiency Virus infection. In: Principles and practice of infectious diseases. G.L. Mandell, J.E. Bennet, R. Dolin )eds.). Philadelphia, Churchill Livingstone, 2000. DUCATI, R.G.; BASSO, L.A.; SANTOS, D.S. Micobactérias. In: TRABULSI, Luiz Rachid (Edt). Microbiologia. 4.ed. São Paulo: Atheneu, 2005. p.423-436. FOSS, NT. Hanseníase: aspectos clínicos, imunológicos e terapêuticos. Anais Brasileirosde Dermatologia, 74: 113-119,1999 Menezes, V. M. et al. Epidemiological and clinical patterns of 92 patients co-infected with HIV and Mycobacterium leprae from Rio de Janeiro State, Brazil. Trans R Soc Trop Med Hyg 2014; 108: 63–70 PIRES, C.A.A.. REAÇÕES HANSÊNICAS EM PACIENTES COINFECTADOS COM HIV/HANSENÍASE: CLÍNICA E IMUNOPATOLOGIA. .Tese (doutorado). Programa de PósGraduação em Doenças Tropicais. Universidade Federal do Pará, Belém, 2013. RIDLEY, D.S.; JOPLING, W.H. Classification of leprosy according to imunnity: five group system. Int J Lepr. v.34, n. 3, p. 255-73, jul-set, 1966. WORLD HEALTH ORGANIZATION. World health statistics 2005. Geneva, WHO Press, 2005. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Weekly epidemiological record, No. 36, 89, p. 389-400 september 2014a WORLD HEALTH ORGANIZATION. World health statistics 2014. Melburn, WHO press, 2014b. 11 XAVIER, MB. Coinfecção do HIV/Aids e doenças endêmicas. Boletim de atualização da Sociedade Brasileira de Infectologia, Ano III, nº 9, P.7-8. Jan/Fev/Mar 2009 XAVIER, M.B. Estudo clínico e imunopatológico em pacientes coinfectados pelo vírus da imunodeficiência humana. Tese (Doutorado). Programa de pós graduação em neurociências e biologia celular, centro de ciências biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006. . 12 FICHA DE AVALIAÇÃO DE RELATÓRIO DE BOLSA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA O AVALIADOR DEVE COMENTAR, DE FORMA RESUMIDA, OS SEGUINTES ASPECTOS DO RELATÓRIO: 1. O projeto vem se desenvolvendo segundo a proposta aprovada? Se ocorreram mudanças significativas, elas foram justificadas? 2. A metodologia está de acordo com o Plano de Trabalho? 3. Os resultados obtidos até o presente são relevantes e estão de acordo com os objetivos propostos? 4. O plano de atividades originou publicações com a participação do bolsista? Comentar sobre a qualidade e a quantidade da publicação. Caso não tenha sido gerada nenhuma, os resultados obtidos são recomendados para publicação? Em que tipo de veículo? 5. Comente outros aspectos que considera relevantes no relatório 6. Parecer Final: Aprovado ( ) Aprovado com restrições ( Reprovado ( ) ) (especificar se são mandatórias ou recomendações) 7. Qualidade do relatório apresentado: (nota 0 a 5) _____________ Atribuir conceito ao relatório do bolsista considerando a proposta de plano, o desenvolvimento das atividades, os resultados obtidos e a apresentação do relatório. Data : _____/____/_____. ________________________________________________ Assinatura do(a) Avaliador(a) 13