A aftosa é passado

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Opinião
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O Estado do Maranhão - São Luís, 3 de setembro de 2013 - terça-feira
OESTADOMaranhão
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“O Maranhão é uma saudade que dói
e não passa. Não o esqueço um só dia,
um só instante. É amor demais.
Maranhão, minha terra, minha paixão.”
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Editorial
A aftosa é passado
M
ais de uma década depois, período em
que seus rebanhos bovinos foram submetidos a um isolamento compulsório e ostensivo por causa da febre aftosa que assolou boa parte do país, o Maranhão volta a integrar o cenário nacional e mundial como um
estado de pecuária forte. Ontem, o ministro da
Agricultura e Pecuária, Antonio Andrade, declarou o estado como zona livre da doença, em ato
ocorrido no Parque Independência, onde acontece a 59ª Exposição Agropecuária do Maranhão
(Expoema). Com a declaração, a pecuária maranhense volta a exercer papel de destaque na cadeia produtiva do Maranhão, que volta a ter a
participação de um dos seus itens economicamente mais expressivos e promissores no contexto do agronegócio.
Considerada quase extinta no Brasil nos anos
80, a febre aftosa ressurgiu de maneira devastadora no fim do século passado, alcançando o
Maranhão na primeira década do novo século.
Altamente contagiosa, a febre a afetou fortemente os rebanhos bovino e bubalino, causando expressiva redução nos dois. Além disso, a carne
produzida no Maranhão, então considerada uma
das mais saudáveis da região Norte, acabou banida das prateleiras de supermercados do país
e do exterior. O Brasil reagiu de maneira dura
ao banimento, mas o alastramento da febre aftosa nas mais diversas regiões do país obrigou
o governo a adotar uma política de menos discurso e mais efetividade na política de
combate à febre.
No Maranhão,
que virou o século
com um rebanho
superior a 6,2 milhões, os criadores,
premidos pelo fato
consumado da epidemia e orientados
pelo Governo Federal, desencadearam uma guerra contra a doença. Infelizmente, sob o sr. José Reinaldo Tavares, o governo estadual não deu ao caso a importância devida, limitando-se a ações superficiais e sem maiores resultados. Tal situação
se manteve no governo do sr. Jackson Lago, que
teve entre suas características uma posição de
quase hostilidade em relação ao agronegócio,
incluindo a pecuária. A situação desfavorável
à pecuária maranhense se prolongaria até 2009,
quando o novo governo assumiu e planejou
um combate efetivo e eficaz à febre aftosa, que
ganhou mais intensidade depois que o pecuarista Cláudio Azevedo assumiu a pasta
estadual de Agricultura, Pesca e Abastecimento, com o
apoio total da governadora Roseana
Sarney.
Nos últimos três
anos, o combate à
febre aftosa no Maranhão se transformou numa espécie de "guerra santa", a partir
da avaliação de que, mesmo em meio à epidemia, o rebanho bovino e bubalino existente em
território maranhense ultrapassou o patamar
de 7,4 milhões se reses em 2012, mas, infelizmente, para sofrer em seguida uma perda de
3,5%, limitando-se, atualmente, a 7,2 milhões,
Nos últimos três anos, o
combate à febre aftosa
no Maranhão se
transformou numa
espécie de "guerra santa"
Cabalau
Sobe-Desce
De volta à Seleção
Brasileira, o lateral Maicon
relatou que sofreu com
perguntas do seu filho, que
o indagava o motivo de
não estar mais jogando no
Manchester City. Agora na
Roma, o jogador brasileiro
admitiu que exagerou nas
noitadas e promete mudar.
O ataque químico do dia 21
de agosto realizado pelo
regime sírio do ditador
Bashar AL-Assad deixou "ao
menos 281" mortos, entre a
população civil, segundo
informações do serviço
secreto francês, reveladas
pelo governo daquele país
no início da semana.
Um dia
como hoje
3 de setembro
1939
1942
1826
Guerra
The Voice
Coroação
Dois dias após a Alemanha
invadir a Polônia, a Grã-Bretanha
declara guerra contra Hitler. Mais
tarde, a França, a Austrália, a
Nova Zelândia, a África do Sul e o
Canadá também declaram guerra
contra o regime nazista.
Frank Sinatra estreia a sua
carreira musical solo. Sinatra era
sucesso na música e no cinema,
mas sua vida pessoal era
marcada por escândalos. Em
1951, casa-se com a atriz e
deusa das telas Ava Gardner.
Nicolau I (1796-1855), é coroado
czar da Rússia. Em 1830, foi
deposto do cargo de rei da
Polônia pelo Levante de
Novembro. Respondeu com um
massacre contra os insurretos e
anexando a Polônia à Rússia.
Atletas milionários, clubes falidos... - III
WILSON PIRES FERRO
Alguém, não sei quem, nem onde, nem quando,
teria dito que a Seleção Brasileira é a pátria de chuteiras. Pode até ter sido há alguns anos, porém, hoje, não creio que tal afirmativa expresse a verdade.
É fato inconteste que o futebol é uma paixão brasileira, é um bem e um mal para o país. É um bem na
medida em que traz alegria e satisfação para o povo; e é um mal na medida em que o entretém, fazendo-o esquecer problemas cruciais e crônicos
que afetam a nação.
Todavia, é verdade também que essa paixão já
foi muito maior, mas, a cada ano que passa, ela está se desvanecendo. Até pouco tempo a maioria dos
brasileiros deixava qualquer outra atividade ou compromisso para assistir a uma partida de futebol. Entretanto, isto está mudando. Um exemplo bem recente ocorreu quando da realização da Copa das
Confederações em vários estados brasileiros. Os jogos da citada competição aconteceram, mas não
tão tranquilamente, visto que paralelamente ocorreram movimentos de protesto nas principais cidades do país, alguns com alguma violência. Assim, o
futebol não foi o suficiente para obscurecer tais movimentos.
Outro dado que me leva a acreditar que essa paixão pelo futebol está desaparecendo lentamente
ou, pelo menos, se diluindo, em benefício de outros
esportes ou outras ações de maior interesse para a
nação, é a substancial diminuição do número de
torcedores nos estádios. Apenas para exemplificar:
por ocasião da Copa do Mundo de 1950, quando a
Seleção Brasileira foi derrotada pela do Uruguai,
com base em informações veiculadas na época pelos meios de comunicação, salvo equívoco, teriam
comparecido ao Estádio do Maracanã, então o
maior do mundo, cerca de 120 mil torcedores. Nos
dias atuais, nem essa praça esportiva, completamente reformada, comporta tanta gente. Os estádios de vários países europeus já dispõem de capacidade para acolher maior quantidade de torcedores. O Flamengo e o Corinthians, tidos como clubes
de maior torcida, já não arrastam tantos torcedores
para o campo como no passado. Ressalto ainda que
a população do Rio de Janeiro e de São Paulo e a do
Brasil como um todo é bem maior do que nos idos
de 1950. Na realidade, o torcedor está se ocupando
com outras atividades que lhe trazem mais satisfação e prazer. Hoje, quando comparecem a um estádio de futebol de 40 a 60 mil torcedores, já podemos considerar uma quantidade bastante expressiva de pessoas.
Na minha sublime ignorância, sem ser um expert
no assunto, tomo a liberdade de sugerir algumas reformas que poderiam tornar tal esporte mais atraente: 1. Extinguir a lei do impedimento ou, pelo me-
nos, flexibilizá-la; o zagueiro que tratasse de marcar
o atacante, não o deixando só, em condições de marcar um gol. Acho ridícula a anulação de um gol somente porque o atacante estava com a cabeça ou o
pé centímetros além da linha de defensores. 2. A cada dez faltas no lado do campo do time atacado, o
time atacante teria o direito de cobrar uma penalidade máxima, inibindo assim a realização de seguidas faltas para conter um atacante mais habilidoso.
3. Nas faltas mais graves o time faltoso não teria direito à barreira. 4. Quando o goleiro colocasse a mão
na bola fora dos limites da grande área, o seu time
seria punido apenas com uma falta sem direito a
barreira, mas não com a sua expulsão. 5. Bola na mão
ou mão na bola sempre suscita dúvidas. Para sanar
o problema, qualquer toque de mão afastada do corpo seria punido com uma penalidade máxima, desde que, claro, cometido dentro da grande área. 6. A
meta seria aumentada em 10 centímetros para cada lado, conservando-se a altura da trave. 7. Encontrões propositais para tirar o adversário da jogada,
atualmente tidos como legítimo exercício da força
física, seriam considerados faltas comuns, sem cartão amarelo. Um jogador mais franzino, porém mais
técnico, sempre levará a pior com aquele que usa o
corpo. Futebol não é luta livre.
Professor aposentado e ex-diretor do IFCH, da UFMA, e
associado da União Brasileira de Escritores - UBE
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espalhados sob os cuidados de cerca de cinco
mil criadores de todos os portes. A mobilização
para o combate à doença por meio de vacinação reuniu governo e criadores. Na ação mobilizadora se destacaram as regionais de São Luís,
Itapecuru-Mirim e Açailândia, que fecharam
suas campanhas com 99% de cobertura vacinal.
A região de Imperatriz, que concentra a maior
parte do rebanho comercial - principalmente
carne e couro -, conseguiu vacinar 98,8% das
suas reses.
Com a declaração do ministro da Agricultura de que o Maranhão é, desde ontem, zona livre de febre aftosa, a pecuária estadual ganha
novo ânimo. Milhares de grandes e pequenos
criadores retomam o rumo dos seus rebanhos
para voltar integralmente ao mercado. A carne
produzida no Maranhão volta aos supermercados, açougues e casas especializadas, agora com
a garantia de que os consumidores não correm
o risco de contaminação. A nova realidade ativará fortemente o setor agropecuário, que deverá ter participação ampliada na pauta de negócios no Maranhão, como também presença expressiva na pauta fiscal do Estado.
A relação moeda,
ouro e câmbio
REINALDO CLEMENTINO DE SOUZA
Para entendermos sobre o valor de uma moeda é necessário voltarmos no tempo, e partimos do princípio de
que o ser humano não é autossuficiente, portanto, para
sobreviver necessita de bens e serviços produzidos pelo
outro. Neste sentido, a humanidade passou a trocar bens
e serviços de forma direta, isto é, praticando o escambo.
Deste modo, podemos afirmar que o ser humano, passou a trocar os seus esforços e o trabalho por bens e serviços à suas necessidades.
Com a evolução dos tempos, nada mudou, ainda hoje continuamos a trocar nossos esforços por bens e serviços, no entanto, a modernidade e a velocidade da economia nos forçam a termos um elemento intermediário para isto que é a moeda.
Imagine no mundo atual, você trabalhando em uma
fábrica de "rolhas" para garrafas de vinho e seu empregador lhe paga o salário em "rolhas". Ficaria muito difícil ter que trocar "rolhas" por pãozinho na padaria, mas
de fato é o que acontece. Nós trocamos cada "suor" pelos bens e serviços que adquirimos no presente ou no futuro. Motivo este, que fez com que a evolução da economia introduzisse a moeda, facilitando as trocas de bens
e serviços.
As primeiras moedas foram cunhadas em "ouro" e
seu valor era intrínseco, valia seu peso em ouro. Com o
passar dos tempos o ouro tornou-se material escasso, assim os governos passaram a reter o ouro e emitir as moedas em outros materiais, com seu valor extrínseco, isto é,
o valor cunhado e não mais o material da moeda.
A economia evolui conforme a necessidade humana.
Assim, os governos começaram a emitir a moeda papel,
que é uma "nota promissória" emitida pelo governo, afirmando que seu valor corresponde ao "ouro", guardado
em seu poder. Daí vem o "lastro monetário", o valor da
moeda de um país é o ouro mantido no tesouro nacional para resgate imediato da moeda emitida. No entanto, a economia teve que se adequar mais uma vez, pois
atualmente nem os países mais ricos, tem ouro suficiente para resgatar sua moeda, deixando a moeda sem lastro, sem garantia.
Então, para quê você precisa de dinheiro, qual a diferença de você possuir moeda ou ouro? Na vida prática
nenhuma, pois suas necessidades são supridas por outros tipos de bens e serviços, neste sentido o "lastro monetário" pouco importa para a população de um país,
você não se alimenta de "ouro". Neste sentido, é fato que
a moeda passou a não ser lastreada e sim fiduciária, de
confiança, confiança esta em que sua moeda pode adquirir bens e serviços para suas necessidades.
Hoje o que dá garantia ao dinheiro é o PIB (Produto
Interno Bruto), que representa toda a produção de bens
e serviços de uma economia, e se há produção suficiente para a troca de moeda, isto é, a quantidade de produtos da economia se iguala aos valores monetários em circulação, esta moeda é considerada uma moeda forte. Daí
a valorização de uma moeda depende da fidúcia de seu
povo e fundamentalmente do PIB. Pois afinal, nós compramos a moeda Real R$, na época de seu lançamento,
por um preço cambial elevado, pagamos CR$ 2.750,00
por cada Real adquirido.
Já a cotação do ouro, está diretamente ligada ao mercado internacional em relação à demanda e a oferta do
metal vil, com uma grande influência do câmbio da moeda dólar americano US$. Atualmente, no Brasil é a cotação do dólar americano US$ que determina o valor do
grama ouro, neste caso, puramente especulativo.
A cotação do dólar americano US$ em relação ao Real R$ é dada através de especulação de mercado, isto é,
depende do volume disponível de oferta da moeda estrangeira em relação à demanda desta moeda no mercado interno, com intervenção constante de política monetária do Governo, para aquecer ou esfriar o mercado.
Contudo, neste momento da economia brasileira, o
mercado do dólar americano é mantido em uma banda
pré-fixada pelo Banco Central, entre um valor mínimo e
um valor máximo, onde o Governo opera no mercado de
compra e venda da moeda estrangeira, mantendo dentro de um determinado nível a valorização ou desvalorização de nossa moeda, o Real.
Enquanto o Governo tiver reserva o suficiente para
intervir no mercado, não há esperança de alta lucratividade para os negociantes de compra e venda de moeda
estrangeira. As perspectivas econômicas atuais, não apontam para uma política de máxima desvalorização da nossa moeda, portanto, não se deve, neste cenário, tratar a
moeda estrangeira como investimento.
Podemos concluir que atualmente no cenário econômico o valor da moeda, do ouro e do câmbio dependem
de políticas governamentais, do PIB, da fidúcia e do mercado. Mas uma premissa é verdadeira, devemos dar valor em todos os centavos de nosso dinheiro, pois, eles representam seu esforço na economia.
Economista e professor de Economia de graduação e
MBA da ESAMC Santos (www.esamc.br)
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