11-Galassi-1740-30(4)-AF 03.12.08 15:40 Page 301 Relato de caso Acidose Tubular Renal em Adulto com Tireoidite de Hashimoto Renal Tubular Acidosis in Adults with Hashimoto’s Thyroiditis Nádia Marchiori Galassi1, Ângela Cristina Bortoncello1, Renata Viana da Silva1, Fábio Rodrigo Proni1, Márcia Ribeiro Scolfaro2 1 Clínica Médica do Hospital Municipal Dr. Mário Gatti, Campinas, São Paulo, Brasil; Clínicas da Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP. 2 Endocrinologia, Hospital das Trabalho realizado no Hospital Municipal Dr. Mário Gatti, em Campinas, São Paulo, Brasil. RESUMO A Acidose Tubular Renal (ATR) é uma doença rara, que pode apresentar-se de forma primária, decorrente de defeitos genéticos nos mecanismos de transporte dos túbulos renais, ou secundária, conseqüente a doenças sistêmicas ou ao uso de medicações. Há poucos casos relatados na literatura, razão pela qual intencionamos evidenciar a importância em se conhecer essa doença, já que o diagnóstico e o tratamento tardios podem gerar graves repercussões ao paciente. Relatamos, através deste artigo, um caso de ATR atendido no Hospital Municipal Dr. Mário Gatti (HMMG), Campinas, SP. Descritores: Acidose tubular renal. Acidose metabólica. Hipocalemia. Tireoidite de hashimoto. Hipotireoidismo. ABSTRACT Renal tubular acidosis (RTA) is a rare medical condition that may be either on primary type, caused by genetical defects on transportation through the tubules of the nephron, or secondary, resulting from sistemic diseases or also by drugs. There are few cases reported about this disorder, and for that we intend to emphasize the importance of knowing it, as the latter diagnosis and treatment can lead to severe damage to the patient. We report in this article a case of RTA admitted at HMMG, Campinas, SP. Keywords: Renal tubular acidosis. Metabolic acidosis. Hypokalemia. Hashimoto ‘ s Thyroiditis. Hypothyroidism. INTRODUÇÃO A Acidose Tubular Renal (ATR) é uma doença rara, que pode apresentar-se de forma primária, decorrente de defeitos genéticos nos mecanismos de transporte dos túbulos renais, ou secundária, conseqüente a doenças sistêmicas ou ao uso de medicações. Existem três tipos de ATR, classificados de acordo com aspectos do ajuste da acidez renal e seu comprometimento. No tipo I, há secreção inadequada de prótons no túbulo distal; no tipo II, há uma deficiência na reabsorção do bicarbonato no túbulo proximal e, no tipo IV, ocorre uma hiporresponsividade tubular aos mineralocorticóides1. Há poucos casos relatados na literatura, razão pela qual intencio- namos evidenciar a importância em se conhecer essa doença, já que o diagnóstico e o tratamento tardios podem gerar graves repercussões ao paciente. Relatamos, através desse artigo, um caso de ATR atendido no Hospital Municipal Dr. Mário Gatti (HMMG), em Campinas, SP. APRESENTAÇÃO DO CASO Paciente do sexo feminino, 30 anos, natural e procedente de Campinas (SP), do lar, admitida no Pronto Socorro (P.S.) do HMMG com história de fraqueza muscular progressiva, de início há duas semanas e piora há três dias. Recebido em 17/07/08 / Aprovado em 17/10/08 Endereço para correspondência: Nádia Marchiori Galassi Rua Francisco Bueno de Lacerda 250, ap. 122 A, Jd Dom Vieira 13086-265, Campinas, SP, Brasil E-mail: [email protected] J Bras Nefrol 2008;30(4):301-4 11-Galassi-1740-30(4)-AF 03.12.08 15:40 Page 302 ATR em Paciente com Tireoidite de Hashimoto 302 Referia haver procurado atendimento médico durante este período, tendo inclusive sido mantida sob observação clínica, mas liberada em seguida. Retornou novamente ao P.S. devido à persistência e ao agravamento da fraqueza muscular, com dificuldade inclusive para alimentar-se sem ajuda. Relatava episódios de diarréia precedendo tais sintomas, mas com melhora naquele momento. Negava antecedentes mórbidos e episódios prévios semelhantes. Os exames laboratoriais realizados evidenciaram hipocalemia (K+= 2,3mmol/L), sem outras alterações (Tabela 1). Apesar de adequada reposição endovenosa de potássio, não houve melhora significativa após cinco dias. Nessa ocasião, foi realizada gasometria venosa, que constatou acidose metabólica hiperclorêmica (pH= 7,23; pCO2= 28mmHg; Bic=11mmol/L; BE= -14mmol/L; Na+= 141mmol/L; Cl-= 125mmol/L; ânion gap= 5mmol/L). Como a paciente apresentava função renal normal, não estava mais em vigência de diarréia e não fazia uso de medicações em casa, aventou-se a hipótese de ATR como causa da acidose metabólica hiperclorêmica. Para confirmação do diagnóstico, foram então dosados o pH e o ânion gap urinários, cujos valores estão apresentados na tabela 2. O valor do ânion gap urinário (AGU) sugeria o diagnóstico de ATR tipo II e, ao realizar-se o teste do bicarbonato, os resultados confirmaram tal diagnóstico (Tabela 3). A fim de verificar a existência de outras perdas pelo túbulo distal, também foram dosados aminoacidúria, fosfatúria, uricosúria e glicosúria, constatando-se, então, que a perda de bicarbonato ocorria de forma isolada (Tabela 4). Iniciou-se o tratamento com citrato de potássio. A paciente segue, há dois anos, em acompanhamento no ambulatório de clínica médica, tendo apresentado alguns episódios de hipocalemia grave, sendo necessário internação para compensação do quadro. Durante sua evolução, foram descartadas colagenoses pela ausência de critérios clínicos e laboratoriais sugestivos, sendo diagnosticado Doença de Hashimoto confirmada laboratorialmente pela dosagem dos autoanticorpos antitireoperoxidase e antitireoglobulina. DISCUSSÃO A apresentação de um quadro de acidose metabólica nem sempre é evidente, com clínica de taquidispnéia, desidratação e hálito cetônico, conforme classicamente descritos1. Como o caso relatado ilustra, algumas vezes torna-se necessário investigação mais detalhada, com avaliação de gasometria arterial, perfil eletrolítico, cálculo de gap osmolares e, principalmente, que seja considerada tal hipótese diagnóstica frente ao achado de hipocalemia. Diagnósticos diferenciais para acidose metabólica de ânion gap normal ou hiperclorêmica Ânion gap (AG) é o valor que representa um aumento de ânions não mensuráveis no plasma, sendo adota- Tabela 1. Exames laboratoriais realizados na entrada K+ =2,3 mmol/L (VR=3,5-5,1 mmol/L) Hb=13,2 g% Na+=136 mmol/L (VR=136-145 mmol/L) Ht=40,2% Ca T=9,2 mg/dL (VR=8,9-10 mg/dL) Plaq=456000 / mm3 (VR= 11,5-15g%) (VR= 35-47%) (VR=150000-400000/mm3) Cr=1,0mg/dL U=27mg/dL (VR=0,6-1,1mg/dL) (VR=10-50mg/dL) Leuco=12500 mm3 ( 0% /60,7% / 0,9%/ 0,1%/ 23,8%/ 14,5%) (VR=4000-11000/mm3) K+ = potássio sérico; Na+ = sódio sérico; CaT= cálcio total sérico; Cr= creatinina sérica; U= uréia sérica; Hb= hemoglobina; Ht= hematócrito; plaq= plaquetas, leuco=leucócitos; VR= valor de referência. Tabela 2. Valores do ph urinário e AGU Ph urinário K+ urinário Na+ urinário Cl- urinário HCO3- urinário Ânion gap urinário* Tabela 3. Teste do Bicarbonato 7,26 14,4 mmol/L (VR=25-125mmol/L) 102,60 mmol/L (VR=40-220 mmol/L) 114,5 mmol/L (VR=170-254 mmol/L) 8 mmol/L (VR < 1 mmol/L) - 5,5 mmol/L K+= potássio; Na+ = sódio; Cl-=cloro; HCO3-= bicarbonato * Para o cálculo do ânion gap urinário , foi utilizado o HCO3- na fórmula5. J Bras Nefrol 2008;30(4):301-4 Ph sérico HCO3- sérico Antes da infusão do bicarbonato 7,24 Após a infusão do bicarbonato 7,35 10,5 mmol/L 17,9 mmol/l Ph urinário HCO3- urinário * 7,26 7,53 8 mmol/L 20 mmol/L Creatinina urinária 188 mg/L 217 mg/L Creatinina plasmática 0,79 mg/dL 0,79 mg/dL Fração de excreção de bicarbonato 3,3 40,6 *O bicarbonato urinário foi dosado através do método Potenciometria Indireta. 11-Galassi-1740-30(4)-AF 03.12.08 15:40 Page 303 303 Tabela 4. Exames investigatórios para Síndrome de Fanconi Glicose urinária Ácido úrico urinário Fosfato urinário Pesquisa de aminoácidos na urina * Negativa 0,41 g/24h (VR=0,25-0,75 g/24h) 0,73 g/24h ( VR=0,4-1,3g/24h) Negativa * fenilalanina, cetoácidos, tirosina e cistina. dos como normais valores entre quatro e 12. Esses ânions seriam os responsáveis pela acidose metabólica do tipo ânion gap elevado, como ocorre na cetoacidose diabética, na qual há um aumento de acetoácidos. Já na acidose metabólica com ânion gap normal, o que ocorre é uma perda excessiva de HCO3- ou uma inabilidade em excretar H+1. Alterações na excreção do HCO3- podem representar tanto transtornos do trato gastrointestinal quanto dos rins, ao passo que distúrbios na eliminação do H+ sempre representam defeito renal1. As principais causas de Acidose Metabólica com Ânion Gap normal estão dispostas na Tabela 5. A ATR distal ou tipo I caracteriza-se pela secreção inadequada de prótons no túbulo distal. Ela pode resultar de diminuição da atividade da H+ ATPase (ATR I secretora); aumento da permeabilidade da membrana luminal (ATR I por difusão retrógrada) ou diminuição da reabsorção distal de sódio (ATR I voltagem dependente)2. A excreção de amônio (NH4-) encontra-se reduzida em todas as formas de ATR I3, e deve-se suspeitar desta em presença de acidose metabólica hiperclorêmica acompanhada de um AGU positivo e da incapacidade de manter um pH urinário inferior a 5,5. O diagnóstico pode ser feito através de uma prova de sobrecarga ácida com cloreto de amônio2. Outros achados que sugerem ATR distal são hipercalciúria, hipocitratúria e gradiente urinasangue de pCO2 maior que 24-29mmHg3. A ATR proximal ou tipo II caracteriza-se por um defeito na reabsorção tubular proximal de HCO3-, determinando acidose metabólica hiperclorêmica. Como esta porção do néfron é responsável pela reabsorção da maior parte do HCO3- filtrado, a acidose tende a ser mais acentuada e de difícil controle2-4. A ATR tipo II pode ocorrer isoladamente ou associada a outras doenças ou anomalias do túbulo proximal (TP), também podendo ser parte de um defeito generalizado do transporte no TP, o que caracteriza a Síndrome de Fanconi2,3. Se o diagnóstico da ATR tipo II for realizado precocemente, observa-se um pH urinário alcalino devido às perdas excessivas de HCO3-. Com o passar do tempo, caem os níveis séricos de HCO3-, de tal forma que o TP é capaz de reabsorver essa carga, ocorrendo acidificação urinária normal. O diagnóstico pode ser feito através de uma infusão lenta de bicarbonato Tabela 5. Principais causas de acidose metabólica com ânion gap normal 1-Hiperalimentação parenteral 2-Inibidor de anidrase carbônica 3-Acidose tubular renal 4-Insuficiência renal 5-Diarréia 6-Inibidores da aldosterona 7-Ureterostomia 8-Fístula biliar, entérica ou pancreática 9-Insuficiência adrenal até a normalização do pH e do bicarbonato sérico, esperando-se uma elevação do bicarbonato urinário, uma vez ultrapassada a capacidade reabsortiva do TP2,3. Acreditava-se que a excreção de NH4- seria invariavelmente aumentada em ATR II. No entanto, estudos recentes encontraram valores reduzidos de excreção de NH4+ em casos de ATR II, devido a dois mecanismos principais: diminuição da síntese proximal ou shunt excessivo para a veia renal. Como o AGU é um indicador da excreção de amônio, nesses pacientes, o valor do mesmo apresenta-se positivo. Assim sendo, deve-se ter cautela ao excluir o diagnóstico de ATR proximal em um paciente com AGU positivo. É importante salientar que o cálculo da fração de excreção do bicarbonato urinário é o teste mais fidedigno para o diagnóstico de ATR proximal3. A ATR tipo IV caracteriza-se pela deficiência ou resistência à ação da aldosterona, o que irá desencadear hipercalemia e acidose metabólica5. O cálculo do AGU, dado pela fórmula AGU= Na+ urinário + K+ urinário – Clurinário, pode auxiliar na diferenciação do mecanismo da acidose metabólica hiperclorêmica1-3. Um AGU negativo sugere perda gastrointestinal de HCO3-, ou defeito na reabsorção tubular renal de HCO3-, e um AGU positivo indica inabilidade na excreção de H+ ou deficiência na excreção de NH4+1-3. O valor do AGU sofre influência do pH urinário e dos níveis de excreção e produção de amônio. Portanto, Smulders e colaboradores3 sugerem que, para um cálculo mais fidedigno do AGU, seja acrescentado o bicarbonato urinário à fórmula, sempre que o pH urinário for maior que 6,5mmol/L. No caso relatado, apesar de o AGU sugerir o dano proximal e de o teste do bicarbonato comprová-lo, não é possível excluir o acometimento distal, uma vez que não foram realizados o teste de acidificação urinária, dosagem de citrato urinário e gradiente urina-sangue de pCO2. Tais exames comprovariam o acometimento distal e classificariam o caso como ATR mista, ou afastariam tal hipótese. Os achados de pH urinário elevado (mesmo com depleção de bicarbonato sérico) e de hipercalciúria (Cálcio urinário = 486,45mg/24h), ambos encontrados neste caso, J Bras Nefrol 2008;30(4):301-4 11-Galassi-1740-30(4)-AF 03.12.08 15:40 Page 304 ATR em Paciente com Tireoidite de Hashimoto 304 sugerem a presença do componente distal, mas são insuficientes para comprová-la. Algumas mutações genéticas envolvidas na fisiopatologia da ATR já foram descritas, principalmente nos casos de ATR familiar6, como as mutações autossômicas recessivas da anidrase carbônica tipo II, enzima presente no citossol do TP e TD7, que podem levar a uma síndrome de ATR tipo I e II. Embora a literatura descreva como rara a apresentação isolada da ATR1, a paciente em questão não apresentou doença do colágeno associada, assim como a pesquisa para Síndrome de Fanconi foi negativa. O tratamento da ATR deve ser feito com suplementos alcalinos. Deve-se prescrever uma quantidade de álcalis suficiente para titular a produção ácida diária, geralmente 0,5 a 2mmol/kg de peso por dia para ATR tipo I e, 5 a 15mmol/kg de peso por dia para ATR II. Os álcalis de potássio podem ser utilizados, caso a hipocalemia seja um problema persistente, o que freqüentemente ocorre nos casos de ATR II. A dose de álcalis deve ser aumentada até que a acidose e a hipercalciúria sejam eliminadas8. Existem, ainda, relatos de ATR tipo I associada à Doença de Graves e Doença de Hashimoto, aventando um mecanismo auto-imune para a doença2,8-11. No caso relatado, trata-se de ATR tipo II em paciente com Tireoidite de Hashimoto, o que ratifica a necessidade de maiores investigações sobre a fisiopatologia da ATR e sua relação com hormônios tireoidianos. O que pudemos constatar, durante esses dois anos de acompanhamento, é que o tratamento convencional da tireoidite de Hashimoto, com reposição da levotiroxina, não alterou o curso da ATR. Em contrapartida, Drukker e colaboradores11 relataram um caso de ATR distal e hipotireoidismo, em que, após três anos de tratamento com levotiroxina e reposição de álcalis, a paciente não mais necessitou de reposição de álcalis. Essa diferença de resposta ao tratamento pode dever-se ao fato de a ATR II freqüentemente cursar com acidose mais grave do que a ATR I, e não, necessariamente, significar que a falta do hormônio tireoidiano não se relaciona ao desenvolvimento da ATR proximal. CONCLUSÃO Consideramos que, pela diversidade de apresentação do quadro clínico, devemos estar atentos para o diagnóstico de ATR, visando ao diagnóstico precoce e conseqüente instituição breve de terapia adequada, implicando uma melhor qualidade de vida ao portador da doença. Acreditamos ainda que, haja vista existir associação entre ATR e Doenças do Colágeno, tais pacientes mereçam triagem para ATR, também no intuito de trata- J Bras Nefrol 2008;30(4):301-4 mento precoce adequado e melhor recuperação. Conforme se estabeleça melhor a relação entre ATR e tireoidites, bem como o papel do hormônio tireoidiano nos túbulos renais, a investigação de ATR em pacientes com tireoidopatia poderá vir a ser recomendada. REFERÊNCIAS 1. 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