LIÇÃO 12 A FAMÍLIA E A IGREJA INTRODUÇÃO I – FAMÍLIA: O

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LIÇÃO 12
A FAMÍLIA E A IGREJA
INTRODUÇÃO
I – FAMÍLIA: O ELEMENTO BÁSICO DA IGREJA
II – A IGREJA ACOLHENDO AS FAMÍLIAS
III – A FAMÍLIA NA IGREJA LOCAL
CONCLUSÃO
Família: Célula máter da sociedade?
Por
Elaine Cruz
O homem é um ser social, que nasce e vive em sociedade. Ao nascer, já é parte de uma
família, principal meio social humano, que costumamos chamar de célula máter da
sociedade – o espaço primeiro e mais importante para o estudo e desenvolvimento de
sociedades.
A primeira vivência do ser humano acontece em família, independentemente de sua
vontade ou da constituição desta. É a família que lhe dá nome e sobrenome, que
determina sua estratificação social, que lhe concede o biótipo específico de sua raça, e
que o faz sentir, ou não, membro aceito pela mesma. Portanto, a família é o primeiro
espaço para a formação psíquica, moral, social e espiritual da criança.
A criança é muito dependente ao nascer. Dentre todas as espécies é o homem que tem o
mais longo período de imaturidade e dependência física. Cabe à família o cuidado com
a saúde e segurança de seus membros, seja com o bebê ou com o idoso.
Há o papel desempenhado pela família, mesmo que muitas vezes ela não o perceba, que
é o de educadores. À família cabe a formação do caráter, dos valores, das regras morais
– que posteriormente serão internalizadas pelos indivíduos como um código pessoal de
conduta e ética. A chamada “educação de berço” continua sendo de suma importância e
jamais pode ser conseguida em outros espaços sociais como colégio ou até mesmo
igrejas.
Na esfera psíquica, o homem só pode conhecer e reconhecer adequadamente o mundo e
a si mesmo a partir de suas relações com os demais. Ele apreende o mundo imitando os
outros, desde os primeiros sorrisos até regras sociais externas e maios elaboradas, como
usar adequadamente os talheres à mesa. Mais do que isto, moldamos nossa
personalidade por volta de seis anos de idade, e é especialmente através de vivências em
família que formamos, ou não, a auto estima, o senso de responsabilidade e segurança, o
respeito pelo outro e pelas regras sociais estabelecidas, a capacidade de acreditar em
nosso potencial e conhecer nossos defeitos e limitações, entre tantos outros aspectos de
nossa vida intimista.
Em nossa sociedade, a família é que introduz a criança no meio social; é a família que
escolhe – ou em parte seleciona, a partir de seus próprios referenciais – as pessoas com
as quais a criança vai relacionar-se, bem como dirige o modo e onde esta relação se
dará. Assim, como instituição social, a família reflete as transformações culturais dos
povos: valores, usos e costumes, hábitos, pensamento religioso e político, etc.
Consequentemente, os problemas sociais serão sempre frutos de uma desestruturação
familiar.
Isto fica evidente quando olhamos para os grandes problemas sociais que enfrentamos
hoje. Assistimos crianças abandonadas por pais que não souberam planejar sua família
ou administrar os conflitos, maiores ou menores, mas sempre existentes na vida a dois.
Vemos adolescentes mergulhados em drogas ou prostituição, na sua maioria frutos de
lares frios, carentes de afeto e de diálogo. Sofremos ao assistir fatos como as revoltas
em abrigos para menores, ou o uso de armas de fogo por jovens instigados pela
violência, que nos mostram o quanto nossas famílias têm deixado de trabalhar o respeito
pelo próximo e a aquisição de padrões morais rígidos para uma boa consciência pessoal
e vivência social.
Não pode haver dúvidas: se queremos mudanças sociais, devemos começar a investir
mais no cerne da sociedade, na sua célula máter. Precisamos nos voltar às famílias, num
esforço conjunto entre o Estado e a Igreja. Esta é também um espaço social, portanto
possui o poder de formar opiniões, onde famílias se reúnem e podem ter seus valores
pessoais transformados.
Precisamos nos lembrar que, mais do que ir `a igreja, freqüentando templos caríssimos
ou simples, nós somos Igreja, e estamos Igreja especialmente em nossos lares, onde
somos mais íntimos e singulares. É por esta razão que a Igreja começa em casa – cuidar
da família é mais importante do que cuidar de não familiares ou da obra de Deus. É
exatamente isto que Paulo enfatiza quando escreve o capítulo 5 de sua primeira carta a
Timóteo, especialmente o versículo 8: Se alguém não cuida de seus parentes, e
especialmente dos de sua própria família, negou a fé e é pior que um descrente.
A família é a célula máter da sociedade – e saber isto implica entender que famílias
abençoadas implicam em igrejas abençoadas, que famílias equilibradas implicam em
uma sociedade sadia.
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