1º Teste Teórico 1. Século XVI – Descobrimentos. Garcia da Horta. 2. Na terminologia farmacêutica, fármaco designa uma substancia química conhecida e de estrutura química definida dotada de propriedades farmacológicas. Em termos correntes, a palavra fármaco designa todas as drogas utilizadas em farmácia e com acção farmacológica, ou pelo menos com interesse médico. 3. Farmacocinética define-se como o estudo quantitativo do curso temporal da absorção, distribuição e eliminação dos fármacos. 4. Tem q ser suficientemente lipossolúvel, e hidrossolúvel (para se dissolver no meio aquoso q geralmente rodeia as membranas, e deste forma ter acesso a estas). Depende portanto de um equilíbrio adequado entre liposolubilidade e hidrosolubilidade. Também depende do fluxo sanguíneo e grau de ionização (só a fracção não ionizada ou neutra é q pode atravessar as membranas biológicas) e do seu peso molecular (por ex. fármacos polipeptidicos não atravessam as membranas devido ao seu grande tamanho). Quanto aos mecanismos são a difusão passiva (o mais comum), a difusão facilitada e o transporte activo. A difusão passiva observa-se qd há um gradiente de concentração entre ambos os lados da membrana tendência para as moléculas equilibrarem a sua []. A difusão facilitada utiliza moléculas transportadoras ou facilitadores localizados em algumas membranas. O transporte activo utiliza também uma molécula transportadora e o transporte realiza-se contra o gradiente de [] e com gasto energético. 5. Enteral – administração do fármaco através do tracto gastrointestinal, desde a administração sub-lingual à rectal. Parenteral – qualquer outra via de administração: intravascular (intravenosa e intraarterial), extravascular (intra-muscular, sub-cutânea, tópica, inalação, e outras menos comuns: intratecal, epidural, intraperitoneal, intratorácica, intraarticular, intrauterina, intramamária,…). 6. As propriedades que facilitam a sua distribuição sistémica são: Liposolubilidade (fármacos com coeficiente de partição alto em lípidos, geralmente distribuem-se bem nos tecidos periféricos), Ionização (as moléculas de fármacos ionizáveis devem tar na sua forma neutra), Afinidade para as proteínas plasmáticas (deve encontrar-se livre no plasma ou no espaço extracelular para que se possa distribuir pelos tecidos), Afinidade para componentes tecidulares específicos também pode afectar a sua distribuição. 7. As fases de metabolização dos fármacos a nível hepático são: Fase I, Fase II. Fase I actuam as enzimas microssomais hepáticas, fundamentalmente as da superfamília P-450, que adicionam radicais polares às moléculas de fármaco e eliminam grupos não polares. Os metabólitos resultantes são eliminados por via renal ou biliar ou passam por transformações adicionais, por meio das reacções químicas de conjugação que têm lugar durante a fase II. Fase II - têm lugar as reacções de conjugação, através das quais o fármaco original ou os metabólitos procedentes da fase I, se unem a substratos polares, o que facilita a sua posterior eliminação por via biliar ou renal. Para que estas reacções ocorram o fármaco ou metabólito tem q possuir determinados radicais. A reacção mais comum nesta fase é a conjugação com o ác. glucorónico. O produtos de metabolismo durante esta fase são mais polares e de maiores dimensões que as moléculas do fármaco original. 8. A actividade enzimática do fígado é muito maior do que a de outros órgãos. A pele é um órgão de metabolismo importante para fármacos de administração tópica ou contaminantes ambientais. A mucosa gastro-intestinal tem uma alta capacidade metabólica e muitos dos fármacos administrados oralmente se metabolizam aqui. No tecido cerebral tem lugar a activação da levedopa por transformações na dopamina. Os pulmões têm um elevado número de enzimas da superfamília P-450 e podem metabolizar tanto fármacos que passam através deles como compostos químicos ambientais inalados pelos animais. 9. Farmacodinâmica define-se como o estudo da acção e efeitos dos fármacos. 10. Acção farmacológica é a modificação produzida por um fármaco nas funções celulares do organismo. De esta definição depreende-se que os fármacos não podem criar ou induzir acções fisiológicas novas (aquelas que não existem no organismo), mas sim modificam as já existentes, estimulando-as ou inibindo-as. Efeito farmacológico é a manifestação observável ou mensurável, ou consequência da acção de um fármaco. Ou seja, os efeitos são as alterações detectáveis após a alteração de uma função celular. 11. A acção local é uma diminuição ou abolição da sensação dolorosa, a acção à distância é a indução da perda das sensações e reflexos involuntários. 12. Parâmetros: dose efectiva média (DE50), dose que provoca efeito terapêutico em 50% dos animais; dose tóxica média (DT50), dose que produz efeito tóxico em 50% dos animais; dose letal média (DL50), dose que produz a morte em 50% dos indivíduos; factor de certeza, compara a mínima dose tóxica (DT1) e a máxima dose terapêutica (DE99), é o quociente DT1/DE99 ; margem padrão de segurança, que é a % que deve aumentar a DE99 para alcançar DT1. Índice terapêutico (IT), parâmetro indicativo da margem de segurança de um determinado fármaco, quando se utiliza para obter um determinado efeito (IT=DT50/DE50). Concentração mínima inibitória (CMI): corresponde à concentração mínima que impede o crescimento de microorganismos. Concentração mínima bactericida (CMB): corresponde à concentração mínima de antibiótico que elimina 99,9% do numero original de bactérias. 13. Efeito máximo (eficácia intrínseca) determina a máxima eficácia clínica de um fármaco. Este parâmetro serve para comparar a eficácia de diversos fármacos. Potência de um fármaco é uma função da EC50, isto é, a concentração de um fármaco com a qual se obtém 50% do efeito máximo. A relação entre potência e EC50 é inversamente proporcional, quanto menor é a EC50 maior é a potência. Embora a potência afecte a dose de um fármaco, é um parâmetro relativamente pouco importante e nem sempre é preferível um fármaco mais potente. Se a concentração de um fármaco pode obter-se ajustando convenientemente a dose, então a potência do mesmo praticamente não tem valor. 14. Colinérgicos, catecolaminérgicos, serotoninérgicos, histaminérgicos. 15. Adrenalina – cardiovasculares: estimulação de receptores adrenérgicos alfa1, beta1 e beta 2 dose dependente, hipotensão, taquicardia. Pulmonares: relaxamento do musc. liso das vias respiratórias por acção sobre os receptores adrenérgicos beta2. Oculares: midriase por contracção do musc. liso da íris, reduz a tensão intra-ocular. Noradrenalina – agonistas dos receptores adrenérgicos alfa1 e alfa2, agonista potente dos beta1, mas não de beta2. Cardiovasculares: em endovenosa provoca vasoconstrição aumento da resistência vascular sistémica e da tensão arterial. Dopamina – vasodilatação dos vasos sanguíneos renais, mesentéricos, coronários e cerebrais. Cardiovasculares: aumenta a diurese, tratamento da hipotensão em anestesia e cuidados intensivos, aumento da frequência cardíaco e da contractilidade do miocárdio, vasoconstrição com posterior aumento da pressão arterial. 16. Pancuronio, Doxacurio, Pipecuronio, Atracurio, Vecuronio, Rocuronio, Cisatracurio, Mivacurio. 17. Analgesia implica a diminuição ou abolição da percepção da dor no paciente consciente. Anestesia é o estado de inconsciência produzido por um processo de intoxicação do SNC, induzida por drogas, controlada e reversível, em que o paciente não sente nem recorda qualquer estímulo doloroso. 18. Anestesia local: perda das sensações numa área corporal circunscrita, mediante a aplicação de fármacos de maneira tópica ou por infiltração. Anestesia geral: estado de inconsciência induzido por fármacos mediante um processo de depressão controlada e reversível do sistema nervoso central, em que se produz analgesia e atenuação ou perda das funções sensitiva, motora e dos reflexos autónomos. 19. Os 5 factores para a escolha do procedimento anestésico são: Características particulares dos pacientes relativas à sua espécie, raça e idade; Estado de saúde do paciente; Tipo de cirurgia que se vai realizar, duração prevista da mesma, nível de gravidade e perícia do cirurgião; Tipo de equipamento e pessoal assistente disponível; Experiência pessoal da anestesia com o procedimento proposto. 20. Lidocaína utilizada na anestesia local, Butorfanol que é um opióide, portanto para controlo da dor e Propofol para indução na anestesia geral. 2º Teste Teórico 1. Na tranquilização há uma diminuição da hiperexcitabilidade sem tendência para o sono, enquanto que na sedação há uma redução da hipersensibilidade com uma marcada tendência para o sono. A origem desta diferença está nos locais de acção dos fármacos. Os sedantes actuam directamente sobre o sistema reticular ascendente. Os tranquilizantes actuam na realidade em zonas diferentes, ainda que indirectamente ligadas. Pode-se dizer de forma geral q os tranquilizantes produzem um bloqueio parcial na entrada da informação proveniente do tálamo rumo ao córtex cerebral. 2. Os fins para que se utilizam os fármacos tranquilizantes são: Sujeição química para diversos procedimentos diagnósticos e clínicos; Acalmar animais agressivos, com medo da fauna silvestre; pré-medicação em anestesia geral neuroleptoanalgesia. 3. Os animais parecem desinteressados do ambiente que os rodeia, com respostas lentas aos estímulos, mostram-se menos excitados e a sua agressividade diminui. Os efeitos relacionados com o antagonismo da dopamina são: anti-emético, efeito estimulante da secreção de prolactina (aumento do tamanho da glândula mamária e, em certos casos, galactorreia), em doses maiores podem provocar um bloqueio da secreção da hormona luteinizante e estimulante do folículo, com o consequente bloqueio do estro e ovulação. Quanto aos efeitos resultantes do antagonismo de outros receptores: bloqueio dos receptores muscarínicos periféricos - aumento da pressão intraocular, boca e olhos secos, obstipação e retenção urinária; bloqueio dos receptores adrenérgicos alfa1 – hipotensão ortostática; bloqueio da histamina nos receptores H1 – sedação e bloqueio do vómito; estes fármacos também produzem hiperglicémia (crê-se que seja por estimulação da libertação de adrenalina). 4. Hipotensão, rigidez, tremores musculares e, em casos graves, catatonia, icterícia, reacções de hipersensibilidade, hipersensibilidade à luz ultravioleta, urticária. 5. 2 famílias: derivados das fenotiazinas e derivados das butirofenonas. Derivados das fenotiazinas: Acepromazina – utilizada em cães, gatos e equinos para diminuir a hiperexcitabilidade, reduzir a ansiedade e agressividade e permitir um melhor maneio e sujeição dos mesmos, também está indicada para reduzir a incidência de hipertermia maligna induzida pelo halotano; Clorpromazina – na actualidade, as suas indicações limitam-se a caninos e felinos por seus efeitos anti-eméticos e, em certos casos, como pré-anestésico; Promazina – tem as mesmas indicações que a acepromazina. Derivados das Butirofenonas: Droperidol – Indicado para neuroleptoanalgesia, não é recomendada a sua utilização em felinos; Azaperona – o seu uso limita-se a suínos, está indicado para diminuir a agressividade dos animais, como medicação pré-anestésica para anestesia local ou geral. 6. Os efeitos farmacológicos mais importantes são sobre o SNC: mudanças na conduta, com diminuição da hiperexcitabilidade e agressividade sedação e indução do sono redução da coordenação e tonus muscular anti-epiléptico. Outros efeitos menores: diminuição leve e passageira da pressão arterial leve depressão respiratória. 7. Analgesia. Depressão respiratória (por redução da capacidade de resposta do centro respiratória ao CO2). Efeitos cardiovasculares – geralmente respeitam o SC, e têm pouco efeito sobre a contractilidade cardíaca, reduz a freq cardíaca e a pressão arterial, morfina e fármacos associados podem provocar bradicardia e hipotensão, outros opióides como o fentanilo podem provocar uma bradicardia intensa. Actividade anti-tussígena. Actividade motora – em algs espécies há uma descida, noutras, como por exemplo, o cavalo, há um aumento, além de aumentar a agitação necessidade compulsiva de comer. Sobre o tubo digestivo – reduzem a actividade propulsora obstipação, aumento do tonus do musc liso e dos esfíncteres peristaltismo diminui, atraso no esvaziamento gástrico, inibe a motilidade gastrointestinal. Alteração de estado de animo – reforço do efeito analgésico. Tolerância e dependência – a tolerância pode-se induzir com bastante rapidez (os opioides mais potentes produzem menos tolerância). Quanto há dependência n há registos que se dê em animais. 8. Os anestésicos quanto à via de administração podem ser inalados, por ex. isoflurano ou injectáveis/fixa/parenteral (agrupam aquelas que se administram por uma via diferente da respiratória, a mais comum é a endovenosa, seguida da IM), por exemplo, propofol. 9. Podem ser de predomínio cortical (metilxantinas, anfetaminas), bulbar (analépticos) ou medular (estricnina). 10. Os efeitos farmacológicas das metilxantinas são: Estimulação do SNC (aumenta a atitude de alerta, estimulação dos centros respiratórios bulbares, podem provocar vómitos) diurese estimulação cardíaca (aumento da FC, e aumento concomitante do inotropismo, n é comum o aparecimento de arritmias apesar de serem potencialmente arritmógeneas) relaxamento do musc liso (especialmente o bronquial). Teofilina: não se utiliza como estimulante, mas sim pela sua potente actividade broncodilatadora. 11. Incremento da acção do GABA, inibição da função dos canais de Na+ e inibição da função dos canais de Ca2+. Pág 213 12. Fenobarbital. 13. Diazepam. O diazepam está indicado como ansiolítico, sedante, relaxante muscular, estimulante do apetite e antiepiléptico. Pode utilizar em caninos (sujeição, anti-epiléptico e pré-anestesia), felinos (no estado epiléptico, como anti-epiléptico e como estimulante do apetite), equinos (anti-epiléptico, estimulante de apetite), bovinos (sujeição, tranquilizante). 14. Podem classidficar-se como: Vasodilatadores com mecanismo de acção desconhecido (hidralazina) agonistas dos canais de K+ (minoxidilo) inibidores do sistema renina-angiotensina-aldosterona (inibidores da ECA – captopril, inibidores do receptor 1, AT-1, da angiotensina II, losartan) bloqueantes dos canais de Ca2+ (diltiazem) nitrovasodilatadores (nitroglicerina) antagonistas selectivos de receptores alfa1 adrenérgicos (prazosina) alcalóides do “cornezuelo de centeno”. 15. Inotrópicos positivos (fármacos que actuam aumentando a contractilidade do coração) e fármacos antiarrítmicos (utilizados para suprimir as arritmias cardíacas). 16. Diuréticos são fármacos que actuam sobre o rim e estimulam a excreção renal de água e electrólitos. 17. Túbulo proximal: acetazolamida, Hansa de Henle: furosemida, Túbulo distal: clorotiazida, Tubo colector de Bellini: espironolactona. 18. Pág 254. Tratamento da insuficiência cardíaca, edema do úbere de bovinos, hipercalcémias, em cavalos de competição para prevenir a HPIE, em casos de edemas resistentes a outros tratamentos, hipertensão, em casos de oligúria ou insuficiência renal aguda, e para acelerar a excreção em intoxicações por halogéneos e na hiperpotassémia. 19. Fluidoterapia é a administração de soluções electrolíticas para o mantimento da homeostase do organismo, que é essencial para levar a cabo todos os processos que mantêm o animal com vida. No caso de diarreia pode utilizar-se solução electrolítica de lactato de Ringer, Hartmann ou Darrow. 20. A warfarina é um anticoagulante de uso “in vivo”, é um antagonista da vitamina K. As suas indicações reduzem-se ao tratamento a longo prazo das diateses tromboembólicas e utilizamse exclusivamente em canídeos, felideos e equinos.