ATENDIMENTO PSICOLÓGICO EM SERVIÇO DE PSICOLOGIA

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ATENDIMENTO PSICOLÓGICO EM SERVIÇO DE PSICOLOGIA
José Paulo Costa – [email protected]
Laís Pereira Martins – [email protected]
Graduandos do UNISALESIANO
Prof. Dr. Luiz Carlos de Oliveira
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RESUMO
O serviço de psicologia é um serviço aberto á toda comunidade e dá a
oportunidade de pessoas em sofrimento psíquico, desprovidas ou não de
condições financeiras suficientes, usufruírem de um atendimento psicológico
gratuito e ao estagiário de aprender ter experiência e relacionar a teoria
aprendida em sala de aula com a prática clinica. Ela atende crianças,
adolescentes, adultos e idosos nas abordagens psicanalítica, cognitivocomportamental e existencial humanista com as modalidades de : Plantão
psicológico, psicoterapia infantil, psicoterapia adolescente, psicoterapia adulto,
psicodiagnóstico inteventivo.O plantão psicológico no âmbito do serviço de
psicologia é um diferencial de muito valor, já que pode atender o paciente no
momento exato de sua necessidade.Isto pode fazer toda a diferença na forma
como ele lidará com suas situações. Varias pesquisas apontam que o número
de pessoas que desistem do atendimento psicológico, mesmo sendo gratuito é
muito grande. O abandono do atendimento tem impacto na vida do indivíduo
que o busca, pois não permite que este receba os benefícios do tratamento.
Temos a clínica do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium que presta
esse tipo de serviço á comunidade. Porém através de nossa prática
percebemos que nele também existe um número muito alto de desistentes
(indivíduos que passam apenas pela triagem e não comparecem quando há o
surgimento da vaga) e interrompidos, que são aqueles que iniciam a terapia e
depois de algumas sessões a interrompem. Com isso foi feito um estudo
através dos prontuários dos pacientes que se inscreveram na clínica da
universidade entre os anos de 2005 e 2011 para verificar as variáveis
demográficas que influenciam na desistência do atendimento psicológico.
Palavras-chave: Atendimento psicológico. Serviço de Psicologia. Clínica
Psicológica. Unisalesiano / Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium.
ABSTRACT
The psychology service is a service open to the entire community and gives the
opportunity for people in psychological distress, deprived or not of sufficient
financial, enjoy a free psychological care and the intern to learn and have
experience to relate the theory learned in room class with clinical practice. It
serves children, adolescents, adults and the elderly in psychotherapy
approaches, cognitive-behavioral and humanistic existential modalities with:
duty psychological, child psychotherapy, psychotherapy teen, adult
psychotherapy, psychodiagnostic inteventivo.O psychological shift in the
psychology service is a Differential much value as it can meet the patient at the
exact moment of his necessidade.Isto can make all the difference in how he will
deal with their situations. Several studies show that the number of people who
drop out of psychological treatment, even being free is great. The abandonment
of the service impacts the life of the individual who seeks therefore does not
allow it to receive the benefits of treatment. The Clinical Center Auxilium
Salesian Catholic University provides this kind of service to the community.
However, it appears that the Clinic's large number of dropouts (individuals only
passing by and do not attend screening when there is the appearance of
vacancy) and discontinued (those who initiate therapy and after a few sessions
to interrupt). With this was done through a study of medical records of patients
who enrolled in the university clinic between the years 2005 and 2011 to check
the demographic variables that influence the psychological withdrawal.
Keywords: Psychological. Psychology Service. Psychological
Unisalesiano / Center Auxilium Salesian Catholic University
Clinic.
INTRODUÇÃO
As atividades no Serviço de Psicologia são obrigatórias do curso e visam
consolidar as competências estabelecidas,
conhecimentos,
habilidades
e
atividades
permitindo assim,
se
concretizem
que os
em
ações,
oportunizando ao acadêmico o exercício dos conhecimentos adquiridos,
através da atuação prática, oferecendo atendimento psicológico para crianças,
adolescentes, adultos e idosos na modalidade de psicoterapia breve e de apoio
nas
abordagens
psicanalítica,
cognitivo-comportamental
e
existencial
humanista.
Segundo Mantovani & Marturano (1997 apud CAMPEZZATO & NUNES,
2007) a literatura indica que a demanda por atendimento psicológico supera a
oferta de serviços, particularmente nos países em desenvolvimento, porém 28
a 75% das famílias que conseguem atendimento não chegam a iniciá-lo ou
então o abandonam em algum momento. Pesquisas mostram que existem
ganhos significativos para os indivíduos que completam um tratamento
psicológico, em relação às que o interrompem.
Cabe-se através do estudo descobrir o (os) motivo (os) para a não
adesão ao tratamento, ou seja, a desistência do mesmo antes do terapeuta dar
alta; tendo em vista que este atendimento é oferecido gratuitamente e
disponível para toda população.
Em seguida, foi feito uma pesquisa documental dos prontuários dos
pacientes que frequentaram a clínica Psicológica do Centro Universitário
Católico Salesiano Auxilium de Lins entre os anos de 2005 a 2011, colocando
em evidência os pacientes que interromperam a Psicoterapia.
1
HISTÓRICO GERAL
Os serviços de psicologia são serviços obrigatórios exigidos pela
legislação que dispõe sobre os cursos de formação em Psicologia e
regulamenta a profissão de psicólogo no Brasil. Ao mesmo tempo em que
proporcionam ao estagiário um exercício supervisionado da prática clínica, a
universidade
presta
serviços
a
comunidade,
oferecendo
atendimento
psicológico gratuito ou semi gratuito, cumprindo uma função social (TERZIS;
CARVALHO, 1998; FERREIRA, 1998; GÜNTERT et al.; 2000).
Os serviços são abertos a toda comunidade e dão oportunidade às
pessoas em sofrimento psíquico, usufruírem de um atendimento psicológico,
contando com o apoio de psicólogos e estudantes dos dois últimos anos de
curso de psicologia. Normalmente, este serviço fica instalado dentro da própria
universidade, dando apoio à população carente e experiência em atendimentos
psicoterápicos aos estagiários supervisionados por um profissional.
Há várias abordagens que podem ser seguidas pelo profissional de
psicologia no qual ele pode ater-se para diagnosticar e intervir e auxiliar seu
paciente. A linha escolhida para a abordagem do paciente vai depender de
cada caso e da disponibilidade da clínica e do profissional. Dentre as linhas
seguidas no serviço de psicologia do Unisalesiano estão: comportamental
cognitiva, existencial humanista e psicanalítica.
2
O SERVIÇO DE PSICOLOGIA DO UNISALESIANO
O acesso ao serviço prestado no serviço de Psicologia do Unisalesiano
dá se pelo comparecimento pessoal dos interessados no plantão psicológico,
seguindo o calendário escolar do Unisalesiano. Os interessados se dirigem à
recepção que se encarrega de preencher uma ficha de inscrição contendo os
dados de identificação do paciente que aguarda a chamada para ser atendido
no mesmo dia da inscrição.
Primeiramente é feita uma triagem com o paciente, que segundo Aguirre
(1987) caracteriza-se por ser um atendimento psicológico a uma pessoa em
sofrimento, por meio do qual poderá reconhecer uma ou várias queixas. Em
seguida este paciente aguarda o surgimento da vaga, que será informado por
contato telefônico.
As chamadas para o atendimento obedeceram à ordem cronológica de
inscrições e disponibilidade de horário do paciente, salvo os casos definidos
como urgentes pelo supervisor, receberão prioridade para o atendimento.
3
O PLANTÃO PSICOLÓGICO
Outra modalidade de atendimento oferecida pela Clínica de Psicologia
do Unisalesiano é o Plantão Psicológico. No plantão psicológico a expressão
está associada a certo tipo de serviço emergencial, cujos profissionais que se
mantêm a disposição de pessoas que deles necessitem, com isso o psicólogo
ou estagiário acaba se defrontando com o não planejado e a possibilidade
que o encontro com o cliente seja único.
O Plantão Psicológico é uma intervenção que acolhe a pessoa no exato
momento de sua necessidade, ajuda a tratar melhor com seus recursos e
limites no momento em que ele sente que necessita de acolhimento e
compreensão por parte do estagiário.
Vieira (2009) esclarece que o indivíduo que busca o plantão psicológico
encontra-se, normalmente, nas seguintes situações:
O cliente busca o plantonista no momento da crise afetiva,
familiar, profissional ou do sentido do viver; nos distúrbios
afetivos, de comportamento, profissionais em crise ou
aposentando-se, distúrbios familiares, de aprendizado, sexuais,
de relações sociais. É útil nos momentos de superação da
desestrutura emocional causada por períodos de doenças, nos
distúrbios psicológicos por estresse, nos momentos de decisão
pessoal, separações matrimoniais, lutos e pânico; pois é um
pronto socorro psicológico para dar sentido a angústia imediata
que emerge em certos momentos da vida; um alívio pontual
daquilo que se apresenta em situações de crise pessoal.
O plantão proporciona um atendimento psicológico em situações de
crise, com isso não se disponibiliza um atendimento prolongado. Caso o
plantonista julgue necessário, o paciente pode ser encaminhado para outra
modalidade de atendimento, acontece quando ele percebe que a pessoa
necessita de atendimentos ou atividades que, a médio ou longo prazo, seja
necessário as situações que o paciente trouxer.
4
A NÃO ADESÃO AO TRATAMENTO
Uma das coisas que se percebe em estágios, ou trabalhando no serviço
de psicologia da Universidade, é o grande número de pacientes que desistem
do tratamento psicológico.
De acordo com Kazdin & Mazurik (1994 apud GUERRELHAS, 2002
p.314) “a desistência do tratamento é definida como o término prematuro do
tratamento baseada em uma decisão unilateral.”
Existem várias razões pelas quais o paciente não adere ao tratamento
psicoterápico deixando pendente a vaga pela qual poderia estar usufruindo do
mesmo.
De acordo com (VARGAS, 2003) pesquisas mostram que a razão mais
verbalizada sobre a desistência do tratamento é a dificuldade financeira, com
28,2% das desistências, porém ao tratar-se de um serviço gratuito surge a
dúvida sobre qual o motivo para a desistência.
A clínica recebe uma clientela que em sua grande maioria é de baixa
renda e empreender o tratamento psicológico pode custar muito “caro” ao
sujeito; longos deslocamentos, longos tempos de espera, inexperiência do
estagiário, mudanças de toda ordem comuns ao serviço: férias, feriados
prolongados e etc. Essa população quando pode pagar, é um preço muito
inferior do preço médio oficial dos profissionais.
O período de espera caracterizado aqui é o período em que o paciente
já passou pela triagem, feita pelo aluno e está aguardado o dia do surgimento
da vaga.
A duração do tempo de espera poderá interferir na quantidade de
pessoas atendidas e qualidade no tratamento.
Nota-se que os clientes que buscam o serviço devido às próprias
queixas e pessoas com queixas mais urgentes se ressentem mais com o
tempo de espera acabando por procurar outro tipo de serviço (GUERRELHAS
& SILVARES, 2002).
3
A PESQUISA
A presente pesquisa teve como principal objetivo classificar os principais
motivos descritos para a interrupção do tratamento psicológico e observar se
alguns fatores interferem na desistência do mesmo. O método utilizado na
pesquisa foi um estudo de caso feito com a clínica de psicologia do Centro
Universitário Católico Salesiano Auxilium na cidade de Lins, a técnica é a
contagem de prontuários e dados nos livros de registro de todos os pacientes
que passaram pela clínica nos anos de 2005 á 2011.
O estudo realizado caracterizou a clientela que busca atendimento
Psicológico no Unisalesiano, visando fornecer parâmetros estatísticos e
descobrindo através de pesquisa os motivos mais citados sobre a interrupção
do tratamento e se algumas variáveis influenciam ou não no abandono do
tratamento e verificando o que pode ser feito para a diminuição deste
percentual aumentando, assim, o número de pessoas que concluam o
tratamento.
Com os dados coletados foi possível verificar que dentre os 1099
inscritos 820 são desistentes que equivale a 74% desta população,
considerado um índice muito alto. Em seguida em ordem decrescente vêm os
concluintes com 12%, os interrompidos 9%, os em aguardo 4% e por último os
em atendimento 1%.
Pesquisou-se os principais motivos descritos para interrupção do
tratamento
que
aparecem
na
seguinte
ordem:
Excesso
de
faltas,
incompatibilidade de horário, localização da residência até a clinica e o
encaminhamento para outro profissional (em casos cuja a clínica não tem
possibilidade de atender da maneira que o paciente necessita).
Percebeu-se que: existe uma quantidade muito grande de desistentes,
porém os dados dos concluídos são superiores ao número de interrompidos.
O número de pessoas que estão aguardando atendimento é bem baixo,
e os que estão sendo atendidos no momento são mais baixos ainda,
Foi feita mais uma seleção diferenciando entre crianças, adolescentes e
adultos, para verificar se a faixa etária influenciaria ou não na interrupção do
tratamento psicológico e chegou-se ao resultado: 54% são crianças, em
segundo lugar os adolescentes 32%, em último lugar os adultos 14%.
Com os dados mencionados através desta pesquisa, chegamos à
conclusão que no caso da clinica de psicologia Unisalesiano/Lins, as crianças
tem um maior índice de desistentes, outros estudos apontam que as crianças
estão mais propensas a interromper o tratamento psicoterápico.
A criança mencionada, é aquela que não tem idade para deslocar-se
sozinha até o atendimento terapêutico, entre alguns motivos identificados,
surgem outras hipóteses, pois quem procura o atendimento para a criança é o
próprio adulto, e com isso ele se torna o responsável por ela, convertendo-lhe
tanto a falha quanto o êxito da criança como sua própria característica.
Isso mostra que mesmo a criança tendo o maior índice, a desistência
nem sempre parte dela, pois a escola é a grande encaminhadora de crianças
ao atendimento em serviço de psicologia. Nem sempre os pais ou responsáveis
julgam necessário este atendimento, interrompendo o tratamento terapêutico
apenas para constar que “fizeram sua parte”, levando seu filho ao psicólogo.
Com a seguinte pesquisa concluiu-se que os objetivos foram alcançados
parcialmente, pois os dados que foram coletados nos prontuários e nos livros
de registros não eram suficientes para obter todas as informações. Conseguiu
mostrar, se a variável “idade” influenciava ou não na interrupção do tratamento
e apresentar os principais motivos para a desistência do mesmo, porém a
questão sobre as faltas não obteve-se a informação descrita pelo paciente
servindo como base para uma nova pesquisa, confirmando-se a hipótese do
estudo.
REFERÊNCIAS
TERZIS, A.; CARVALHO, R. M. L. L. Identificação da população atendida na
clínica-escola do Instituto de Psicologia da PUCCAMP. Arquivos Brasileiros
de Psicologia, 40(4), 87-97, 1998.
MANTOVANI, C. C. P; MARTURANO, E. M; SILVARES, E. F. de M. Abandono
do atendimento em uma clínica-escola de psicologia infantil: variáveis
associadas. Psicol. estud., Maringá, v. 15, n. 3, Sept. 2010 . Disponível em
<http://dx.doi.org/10.1590/S1413-73722010000300010> acessos em 23 Jul.
2012
VARGAS, F.& NUNES M. L. T. Razões expressas para o abandono do
tratamento psicoterápico. Aletheia. .Rio Grande do Sul, Dez 2003 Disponível
em <http://redalyc.uaemex.mx/redalyc/pdf/1150/115013455015.pdf> acessos
em 24/07/2012.
VIEIRA, Dirlene Maria. Serviços de Plantão Psicológico aos clientes da
área
de
saúde.
2009.
Disponível
em
<
http://www.psicologia.pt/artigos/textos/A0501.pdf> . Acesso em: 25 ago. 2012.
GUERRELHAS, F.F. ; BUENO, M.O.; SILVARES, E.F.M.
Grupo de
Ludoterapia Comportamental X Grupo de Espera Recreativo Infantil. Revista
Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva,2, 157-170. Disponível
em
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S1413389X2000000300009&script=sci_pdf&tlng=pt . Acesso em 07 setembro. 2012
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