Seu Pé Direito naS MelhoreS FaculDaDeS

Propaganda
Seu Pé Direito
nas
Melhores Faculdades
UNESP Resolvida – 19/dezembro/2016
LINGUAGENS E CÓDIGOS
25.O soneto tematiza a irrefreável passagem do tempo e sua consequência inevitável: a transformação. Esse é seu assunto principal.
Dentre as cinco formulações apresentadas pela questão, apenas as de número 1 e 4 correspondem totalmente a esse assunto.
A formulação 1, de Heráclito, vale-se de uma metáfora (as águas do rio) para assinalar o caráter transitório da vida.
A formulação 4, de Sêneca, assinala a transformação de uma coisa em seu contrário.
26.Os versos pelos quais se indica a passagem de uma estação do ano à outra são: "O tempo cobre o chão de verde manto / que
já coberto foi de neve fria". Indicam a passagem do inverno (sinalizado pela "neve fria") à primavera, estação subsequente.
Essa passagem não é apresentada pelo eu lírico como um evento aprazível. O terceiro verso da estrofe em que se assinala essa
mudança atesta seu aspecto doloroso: "E enfim converte em choro o doce canto".
27.A elipse está presente no oitavo verso do soneto:
" e do bem – se algum houve –, as saudades". O verbo omitido será "ficam" [as saudades].
De todas as mudanças apresentadas pelo eu lírico, a que lhe causa maior perplexidade ("outra mudança faz de mor espanto")
é a mudança da própria mudança, expressa no último verso do soneto. ("que não se muda já como soía").
28.As duas últimas palavras no verso 11, “e enfim converte em choro o doce canto”, misturam, em uma única percepção, os
sentidos do paladar (doce) e da audição (canto), constituindo uma sinestesia.
Reescrevendo-se o 2o verso da 3a estrofe, com as modificações solicitadas, teremos a seguinte estrutura: “o chão já foi coberto
de neve fria”.
29.Pode-se depreender do trecho “as setemeia a gente não vende mais nada” que, além de estudar, o personagem Manuel Goreiro
também trabalha no comércio, como vendedor.
Adequando o trecho sugerido à norma padrão, teremos a seguinte estrutura: “as lojas fecham mais tarde porque não escurece
mais tão cedo”.
Desfazendo-se a redundância do final do texto, teremos: “nós ficamos muito mais contentes com a chegada da primavera”.
30.É possível verificar, no discurso do juiz, uma contradição em relação às suas atitudes. De início, o personagem sugere uma
integridade de caráter ao apresentar certo incômodo com as falas do povo em relação a ele aceitar presentes em troca de favores
(“...e depois dizem que o Juiz recebeu algum presente”). Logo em seguida, porém, ele realmente recebe o presente enviado
por Manuel André de Sapiruruca e ainda afirma que “de vez em quando temos nossos presentes de galinhas, bananas, ovos,
etc., etc.”, deixando claro que , com certa frequência, aceita algumas ofertas da população da roça.
31.Da cena apresentada, participam, efetivamente, o Juiz de Paz, o “preto” – que lhe traz a correspondência – e o Escrivão.
O personagem Manuel André de Sapiruruca, embora tenha grande importância no desenrolar da situação, não participa
presencialmente dessa cena específica.
O pronome “teu” na frase apresentada refere-se ao personagem identificado como “preto”, que ganha uma gorjeta pelo
trabalho feito.
A finalidade da carta enviada por Manuel André da Sapiruruca é tecer lisonjas ao Juiz de Paz e apresentar-se como remetente
do presente enviado, sugerindo possíveis favorecimentos futuros em troca desse e de outros regalos.
CPV
UNESP2F2016
1
2
UNESP – 19/12/2016
Seu Pé Direito
nas
Melhores Faculdades
32.Para o narrador, o emprego de "difíceis termos técnicos" não seria adequado para narrar a história de Macabéa. Isso porque
faltaria uma correspondência entre a linguagem e a personagem. A experiência de Macabéa, marcada pela inferioridade, não
poderia, segundo o narrador, ser apresentada através de uma linguagem superior. Um dos aspectos de sua personalidade capaz
de atestar essa inferioridade é a inconsciência a respeito de si mesma. Esse aspecto apresenta-se pela frase: "Nunca pensara
em 'eu sou eu'”
COMENTÁRIO DE REDAÇÃO
A Banca Examinadora do Vestibular da UNESP 2017 solicitou a elaboração de uma dissertação a fim de que o candidato marcasse
seu ponto de vista sobre o seguinte questionamento: “ A riqueza de poucos beneficia a sociedade inteira? ”. Para tanto, apresentou
uma coletânea formada por três fragmentos que traduzem vertentes ideológicas a respeito do assunto.
O primeiro texto, retirado do livro O capital no século XXI, de Thomas Piketty, traz duas visões contrastantes em relação à
concentração de renda. Para Karl Marx, segundo o autor, a dinâmica capitalista traria a poucos um crescente acúmulo de renda,
gerador de desequilíbrio social. Por outro lado, para Simon Kuznets, as forças do crescimento, da concorrência e do progresso
tecnológico, capitalistas na essência, levariam a uma organização social harmoniosa.
O segundo fragmento, da obra A riqueza de poucos beneficia todos nós?, do sociólogo polonês Zygmunt Bauman, fornece ao
candidato dados estatísticos que reforçam a ideia de que a distância entre ricos e pobres aumenta cada vez mais, intensificando a
pobreza no mundo. Segundo estudo da ONU, em 2000, o 1% mais rico de adultos possuía 40% dos bens globais e os 10% mais
ricos respondiam por 85% da riqueza do planeta.
Já no terceiro texto, o articulista Hélio Schwartsman, da Folha de S.Paulo, reconhece que o capitalismo, no que pese a intensa
concentração de renda que ele provoca, propiciou melhora significativa nas condições materiais de vida, porque democratizou o
acesso aos bens de consumo.
Assim, a coletânea sugere uma reflexão acerca dos malefícios ou benefícios que a concentração de riqueza pode trazer à dinâmica
social. Qualquer que seja a linha de raciocínio assumida pelo candidato, isto é, defender ou repudiar o acúmulo de capital, é
recomendável que se evite posição extremada, satanizando ou enaltecendo o sistema capitalista. No caso específico, a atitude
ponderada, que leva em conta os vários aspectos que o assunto abarca, só pode trazer bons frutos à explanação das ideias, dando
consistência aos argumentos.
CPV
UNESP2F2016
Download