Protocolo de Acesso e Avaliação de Risco em Reumatologia

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PROTOCOLO DE ACESSO E
AVALIAÇÃO DE RISCO EM
REUMATOLOGIA
Policlínica 2 / CRR / HMCP PUCC / HC Unicamp
TENDINITE E BURSITE
• Entesopatias onde há processo inflamatório envolvendo as inserções
musculares nos ossos e as bainhas que envolvem esses tecidos
• Pode ser de origem:
– Mecânica a partir de um esforço anormal ou de pequenos
movimentos repetidos
– Inflamatória devido a doenças reumáticas, degenerativas e
infecciosas.
Quadro clínico
• Quadros agudos: Sinais inflamatórios e impotência funcional do
segmento acometido.
• Quadros crônicos: Queixa mais subjetiva
– Dor irradiada ou local, por vezes desencadeada por manobras
provocativas. Geralmente acompanha a dor crônica, queixas de
fraqueza, repuxos, formigamentos e peso, além de transtornos do
humor.
TENDINITE E BURSITE
Diagnóstico
• A radiografia auxilia no diagnóstico diferencial de osteoartrite
ou na constatação de calcificação intra ou peritendinosas.
• A ultrassonografia pode ser necessária para complementar o
exame raio X.
Diagnóstico diferencial
Doenças inflamatórias de origem reumática ou infecciosa
Compressão de nervos periféricos
Doença degenerativa articular (osteoartrite)
Dor crônica com componente depressivo ou ansioso
(fibromialgia)
Simulação
TENDINITE E BURSITE
Principais exemplos de patologias de partes moles
Epicondilite lateral
Teste de Tinel para síndrome do
túnel do carpo
TENDINITE E BURSITE
Principais exemplos de patologias de partes moles
Teste de Phalen para síndrome
do túnel do carpo
Teste de Finkelstein para tendinite
de De Quervain
TENDINITE E BURSITE
Manobra de Neer
Manobra de Yocum
TENDINITE E BURSITE
Teste de Yergason
Palm-up test
TENDINITE E BURSITE
Teste de Jobe
Rotura do tendão da cabeça
longa do bíceps
TENDINITE E BURSITE
Tratamento
• No primeiro atendimento, repouso da região afetada, com utilização de
talas ou tipóias;
• Administração de analgésicos e antiinflamatórios.
Encaminhar ao reumatologista se não houver melhora do quadro
Medidas profiláticas
Tratamento agressivo dos quadros agudos para que a dor não mude seu
caráter para crônica ou neuropática, o que pode acontecer caso a dor
persista por mais de alguns meses;
Corrigir ergonomia, melhorar resistência e elasticidade muscular e
articular. Evitar longos períodos de atividade laborativa ou esportiva sem
períodos de descanso;
Tratar o paciente como um todo, avaliando condições de estresse físico
ou emocional, além de quadros não diagnosticados de ansiedade ou
depressão.
FIBROMIALGIA
• Reumatismo extra-articular de etiologia desconhecida
• Síndrome caracterizada por dor músculo-esquelética difusa
acompanhada por fadiga e distúrbios do sono atribuída à
amplificação da percepção da dor por sensibilização central.
Hiperalgesia - resposta AUMENTADA a um estímulo que
normalmente É doloroso
Alodínia - dor em resposta a um estímulo que NÃO É
doloroso, em condições normais
Prevalência nos E.U.A.
2 a 5% da população adulta
35 e 60 anos
8-9♀:1♂
Prevalência no Brasil
2,5% da população acima de 16 anos
75% com idade entre 35 e 54 anos
7,5♀: 1♂
Dor, Hiperalgesia e Alodínea
SENSAÇÃO DE DOR
hiperalgesia
Aumento da
percepção de dor
Dor
“normal”
alodínea
INÓCUO
INTENSIDADE DO ESTÍMULO NOCIVO
Cervero F, Laird JM .Mechanisms of allodynia: interactions between sensitive mechanoreceptors and nociceptors. Neuroreport. 1996 Jan 31;7(2):526-8.
FIBROMIALGIA
Quadro clínico
• início dos sintomas é insidioso
• dores difusas pelo corpo
• rigidez e fadiga matinal
• síndrome do cólon irritável
• cefaléia tensional
• dismenorréia
• parestesia e sensação de edema nas mãos
• sono não reparador
• depressão, ansiedade e irritabilidade
Fibromialgia e comorbidades
Enxaqueca
Cefaleia Tensional
Síndrome Raynaud “like”
Síndrome Sjögren “like”
Transtornos de Memória
e cognitivos
Disfunção da ATM
Transtornos Afetivos
Depressão, ansiedade,
síndrome do pânico
Tontura , vertigem, e zumbido
Quadros miofasciais
Lombalgia Crônica
Refluxo gastro- esofágico
Síndrome Intestino Irritável
Parestesias
Sensação de edema
Síncopes Neurocardiogênicas
Síndrome uretral crônica
Cistite
Vulvodínia
Apneia do sono
Síndrome das pernas inquietas
Síndrome dos movimentos involuntários dos MMII
Sintomas Associados à Fibromialgia
RIGIDEZ
99
96
DISTÚRBIO DO SONO
FADIGA
94
85
PARESTESIAS
DIFICULDADE DE MEMÓRIA
78
CEFALÉIA
77
PALPITAÇÃO
74
TONTURA
73
SENSAÇÃO DE INCHAÇO
70
DOR TORÁCICA
70
SÍNDROME DO CÓLON IRRITÁVEL
67
DIFICULDADE DE CONCENTRAÇÃO
65
(%)
57
ZUMBIDO
EPIGASTRALGIA
53
DISPNÉIA
52
ENJÔO
50
47
DIFICULDADE DE DIGESTÃO
44
SÍNDROME DISMENORRÉICA
25
SÍNDROME URETRAL
0
10
20
30
40
50
60
70
Helfenstein M, Feldman D; Revista Brasileira de Reumatologia 42: 8-14 - Jan/Fev 2002
80
90
100
Pacientes: Importância dos domínios OMERACT 7
Pacientes:
(Outcome measure in Rheumatoid Arthrits
Clinical trials)
Delphi Method N=100
Depressão
(74%)
Sensibilidade ao tato
(77%)
Planejamento, alcançar metas, completar tarefas
(79%)
Problemas de memória
(81%)
Limitação nas atividades de vida diária
(82%)
Necessidade de esforço para realizar atividades normais
(83%)
Pensamento desorganizado
(85%)
(expressão, resposta rápida, planejamento)
Dificuldade de mobilização ou fazer exercício
(86%)
Altralgias
(90%)
Sensação de Rigidez
(91%)
Alterações da Atenção
Alterações do Sono
(dificuldade concentração/pensamento; “fibro fog”)
(dificuldade dormir/acordar ou manter-se dormindo)
(91%)
(92%)
Dor (ou desconforto físico)
(95%)
Perda de energia – Fadiga
(96%)
J Rheumatol 2007; 34(6): 1415-1425
Fibromialgia-- Conceito de dor difusa
Fibromialgia
Características Clínicas da Fibromialgia
ALTERAÇÕES DO SONO
DOR DIFUSA
DESPERTARES e sono NÃO reparador
Característica DEFINIDORA da FM
Alterações da ARQUITETURA do sono
Descritores: persistente,
extenuante e incômoda
das ondas lentas
Hipersensibilidade Dolorosa
Pontos sensíveis
Intrusão de ondas ALFA no sono delta
FADIGA / RIGIDEZ
Rigidez matutina e fadiga crônica
Sensibilidade : pressão, calor, frio
Resposta exacerbada a estímulos
ambientais
Wolfe et al. Arthritis Rheum. 1995;38:19-28. Leavitt et al. Arthritis Rheum. 1986;29:775-781. Wolfe et al. Arthritis Rheum.
1990;33:160-172; Roizenblatt et al. Arthritis Rheum. 2001;44:222-230. Harding. Am J Med Sci. 1998;315:367-376.
Frequência de alterações cognitivas na
Fibromialgia
Fibromialgia
Outras Doenças
Reumáticas
Perda de Memória
19,3%
15,8%
Confusão Mental
1,8%
3,5%
7%
1,8%
21,1%
7%
Perda de memória +
Dificuldade de verbalização
0
0
Confusão Mental +
Dificuldade de verbalização
3,5%
0
Perda de memória +
Confusão Mental +
Dificuldade de verbalização
29,8%
1,8%
Nenhum
17,5%
70,2%
Dificuldade de Verbalização
Perda de memória +
Confusão Mental
Katz et al J Clin Rheumatol 2004;10: 53–58)
FIBROMIALGIA - Diagnóstico
•
•
•
•
diagnóstico essencialmente
clínico!
a fibromialgia é diagnóstico
de exclusão
exames laboratoriais são
irrelevantes - exceto para
exclusão de outras patologias
necessário para diagnóstico:
– dor generalizada pelo
menos por 3 meses
associada à
– Dor em 11 dos 18 “tender
points” específicos à
palpação digital (testar
bilateralmente)
CRITÉRIOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DEFINIDOS
AR
OA
ES
LES
DM
EA
OP
DMTC
VASC.
S.F.C
FIBRO
S.D.M
CRITÉRIOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS MAL DEFINIDOS
FIBROMIALGIA
Diagnóstico diferencial
• Boa anamnese e bom exame físico
• Exames complementares quando necessário
– Todas as patologias que causem dores
musculares e periarticulares difusamente
– Diabetes
– Doenças infecciosas em geral
– Dislipidemias importantes
– Hipotireoidismo
– Colagenoses
– Apnéia do sono
FIBROMIALGIA - Tratamento
Tratamento nãonão-farmacológico
– Multidisciplinar
– Incentivo à prática de atividades físicas aeróbias de moderada
intensidade
– Reabilitação e fisioterapia como opção terapêutica – avaliar
caso a caso.
Tratamento farmacológico
• Analgésicos simples e opiáceos leves são coadjuvantes
• Antidepressivos tricíclicos como amitriptilina e nortriptilina (25 –
75 mg/d) – promovem correção do sono e relaxamento muscular
• Fluoxetina em doses maiores de 40 mg foram consideradas úteis
isolada ou associada aos antidepressivos tricíclicos
• AINH não devem ser usados como medicamento de primeira linha
• Não está recomendado o uso de: Corticosteróides, analgésicos
opióides potentes, Sertralina como monoterapia, Imipramina,
Clomipramina e Clonazepam
IMPACTO NA QUALIDADE DE VIDA
IMPACTO DA FIBROMIALGIA NA EMPREGABALIDADE
Reino Unido
França
Alemanha
Itália
Espanha
Holanda
México
C. do Sul
22%
27%
21%
24%
29%
21%
15%
19%
29%
23%
22%
22%
35%
21%
25%
25%
14%
19%
17%
21%
33%
21%
9%
9%
Total de pacientes
com FM
% pacientes
incapazes de
trabalhar e ter sua
própria renda
% pacientes capazes
de exercer trabalho
eventual e com
renda
insuficiente
% que perderam
emprego
Harris Interactive. Paris, June 12, 2008.
OSTEOARTRITES
Doença crônica, degenerativa e multifatorial, que leva à
incapacidade funcional progressiva
Epidemiologia
– ocorre mais em indivíduos na faixa etária entre 60 e 75
anos
– Em homens: mais frequente o acometimento de quadril
– Em mulheres: predomínio de osteoartrite de joelhos e no
acometimento interfalangeano distal e proximal.
Fatores de risco
em mulheres acima de 59 anos
fator genético associado à osteoartrite distal
patologias como gota, condrocalcinose, hemocromatose e
ocronose
OSTEOARTRITES
Sintomas:
– poliartralgia generalizada e assimétrica em mãos, joelhos e
coxofemorais de ritmo mecânico
– rigidez matinal fugaz (menos de 30 minutos),
podendo, às vezes, ter comprometimento de
apenas uma articulação
Sinais:
•
•
•
•
aumento de volume articular
Pode haver aumento discreto de temperatura
Creptação "seca" articular na flexoextensão do joelho
Presença de nódulos em interfalangeanas distais das mãos de
consistência óssea (nódulos de Heberden e Bouchard); em alguns casos
pode ocorrer derrame articular.
• Coluna vertebral cervical acometida: cefaléia, dor cervical aos
movimentos ou dor com irradiação para ombro, precórdio ou membro
superior
• Coluna lombar acometida: lombalgia ou lombociatalgia
OSTEOARTRITES
Diagnóstico
• Exames necessários para iniciar a investigação no
Centro de Saúde e/ou descartar outras doenças:
– Exames laboratoriais: hemograma, VHS, PCR e
fator reumatóide (FR)
– Raio X
O diagnóstico é clínico, não existe marcador sorológico
específico para diagnóstico.
• Diagnóstico diferencial
OSTEOARTRITES
Tratamento
Osteoartrite leve ou moderada
Analgésicos - Paracetamol em doses efetivas, até
4g/dia
Drogas sintomáticas de ação duradoura - sulfato
de glicosamina (1,5g/dia)
Contra-indicada em pacientes com alergia a frutos
do mar.
OSTEOARTRITES
• Quando encaminhar ao especialista?
– Osteoartrite em pacientes abaixo de 40 anos,
com fatores agravantes biomecânicos (geno
varo, geno valgo, pé plano, obesidade)
– Pacientes com quadro moderado ou grave
• Acompanhamento conjunto com a
equipe local
ARTRITE REUMATÓIDE
• Doença auto-imune,
crônica, inflamatória,
sistêmica e de etiologia
ainda desconhecida.
• É uma doença freqüente,
acometendo cerca de 1%
da população mundial
• Faixa etária de 30-50 anos
ARTRITE REUMATÓIDE
Quadro clínico
• poliartrite de grandes e pequenas articulações, simétrica,
deformante
• Geralmente, associado com manifestações sistêmicas como
rigidez matinal, fadiga e perda de peso
• Pode haver acometimento em outros órgãos como o pulmonar,
cardíaco, ocular e cutâneo como vasculite e nódulo reumatóide
Fatores de mau prognóstico
presença de erosões ósseas nos primeiros anos de doença
comprometimento extra-articular
início de doença mais precoce
tabagismo
mediadores de inflamação aumentados (ex. VHS e PCR)
altos títulos de fator reumatóide e de anti-CCP (este último
exame com solicitação restrita ao especialista)
ARTRITE REUMATÓIDE
Critérios do Colégio Americano de Reumatologia (ACR)
1. Rigidez matinal
2. Artrite de 03 ou mais
áreas articulares
3. Artrite de articulações das
mãos
4. Artrite simétrica
5. Nódulos reumatóides
6. Fator reumatóide (FR)
7. Alterações radiográficas
Deverá ter duração mínima de 60 minutos até
a melhora máxima
Pelo menos três áreas articulares com edema
de partes moles ou derrame articular,
observado pelo médico
Pelo menos 01 articulação edemaciada em
punho, interfalangeanas proximais e
metacarpofalangeanas
Envolvimento bilateral simultâneo
Nódulos subcutâneos sobre proeminências
ósseas ou superfícies extensoras ou em
regiões justa-articulares
Demonstração do FR por qualquer método
que seja positivo em menos de 5% dos
controles normais
Erosões ou descalcificações localizadas em
radiografias de mãos e punhos
ARTRITE REUMATÓIDE
DIAGNÓSTICO
- Clínico e radiológico
Para o diagnóstico de AR o paciente deverá
apresentar pelo menos 4 destes 7 critérios
Os critérios de 1 a 4 devem estar presentes por um
período mínimo de 6 semanas
Pacientes com dois ou três critérios não são
excluídos
- Não há exames laboratorial patognomônico da doença
- FR positivo em torno de 80% dos casos
Fator Reumatóide (FR) negativo não descarta a doença se
outros critérios estiverem presentes (AR soro negativa).
- Anti-CCP positivo em torno de 60% dos casos porém mais
específico e auxiliar na diferenciação de outras doenças.
ARTRITE REUMATÓIDE
Exames para iniciar a investigação no Centro de
Saúde:
– Exames laboratoriais: Hemograma completo, VHS,
PCR, função renal, enzimas hepáticas, exame de urina 1
e fator reumatóide (FR).
FR tem sensibilidade de 60 a 80% mas com baixa
especificidade, pois também pode estar presente em
outras doenças reumáticas, infecções e em indivíduos
idosos.
Sorologias: para hepatites virais B e C, sífilis, HIV
– Exames de imagem: RX de mãos/punhos AP e RX de
ante-pés mesmo sem acometimento.
RX de outras articulações quando acometidas.
ARTRITE REUMATÓIDE
• Diagnóstico diferencial
– Outras artrites, doenças paraneoplásicas e infecciosas
• Encaminhar ao especialista para conclusão
diagnóstica e tratamento
• Acompanhamento conjunto com a equipe
local
ARTRITE IDIOPÁTICA JUVENIL (AIJ)
Doença inflamatória crônica, acometendo uma
ou mais articulações, com ou sem envolvimento
de outros órgãos.
Incidência
Incidência:: pacientes com menos de 17 anos
de idade, que apresente artrite persistente
por mais que seis semanas de etiologia não
determinada.
ARTRITE IDIOPÁTICA JUVENIL (AIJ)
Quadro clínico - compreende sete formas clínicas
de apresentação:
• AIJ Pauciarticular
• AIJ Sistêmica
• AIJ Poliarticular
– AIJ Poliarticular FR positivo
– AIJ Poliarticular FR negativo
• Artrite Psoriásica
• Artrite associada com entesite
• Artrite Indeferenciada
ARTRITE IDIOPÁTICA JUVENIL (AIJ)
Diagnóstico: clínico
Exames para iniciar a investigação na Unidade Básica de Saúde
e encaminhamento ao especialista:
•
•
•
•
•
•
•
•
Hemograma completo
Hemossedimentação
Eletroforese de proteínas
Urina I
Fator anti-nuclear
Fator reumatóide
RX da articulação envolvida
Se monoarticular: afastar artrite séptica
Tratamento: iniciar com antiinflamatórios não-hormonais
(aspirina, naproxeno, ibuprofeno, diclofenaco) de acordo com peso.
Conclusão diagnóstica e tratamento: Encaminhar ao
especialista
Acompanhamento conjunto com a equipe local
ESPONDILOARTRITES
• Agrupa doenças com
características comuns de
inflação em local de inserção
tendínea (êntese), coluna
vertebral e articulações
periféricas.
• A “Espondilite Anquilosante” é a
principal representante desse
grupo de doença.
• Os adultos jovens são mais
acometidos, idade menor de 40
anos, e há predileção pelo sexo
masculino.
ESPONDILOARTRITES - Quadro clínico
• Dor de caráter inflamatório
envolvendo a coluna vertebral
• Acomete a articulação
sacroilíaca
• Histocompatibilidade HLA-B27
positivo
• A dor é rapidamente aliviada
por uso de AINES
• Manifestação extra articular:
uveíte anterior aguda,
psoríase, Doença de Crohn e
Retocolite Ulcerativa.
ESPONDILOARTRITES
Exames para iniciar a investigação no Centro de
Saúde:
– Raio-X de ossos da bacia PA e coluna lombossacra PA
e perfil
– Padrão ouro para diagnóstico de envolvimento inicial
de sacroiliíte é a ressonância magnética – solicitada
pelo especialista
– O exame de cintilografia não é o método
diagnóstico de escolha para sacroiliíte.
sacroiliíte.
• Diagnóstico diferencial
• Acompanhamento conjunto com a equipe local
• Tratamento: Iniciar com antiinflamatório não hormonal
em dose plena.
• Encaminhar ao especialista
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
• Doença autoimune multissistêmica de etiologia
desconhecida, está ligada à predisposição
genética e aos fatores ambientais.
• É causada por alterações imunológicas que
acarretam hiperreatividade de células B,
produção de autoanticorpos e deposição de
imunocomplexos (antígeno-anticorpo) em órgãos
vitais.
• Epidemiologia:
– Pode ocorrer em qualquer idade, sendo mais
prevalente dos 15 aos 35 anos
– mais frequente em mulheres - 9 a 10
mulheres/01 homem
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
Manifestações:
Osteomuscular
Pele/mucosas
Aparelho respiratório
Cardiovascular
Gastrointestinais
Sistema reticulo-endotelial
Neuropsiquiátricas
Oculares
Doença renal
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
Diagnóstico - no mínimo quatro dentre onze critérios
de classificação
1- Eritema malar
2- Lesão discóide
3- Fotossensibilidade
4- Úlceras orais /nasais
5- Artrite
6- Serosite
7- Comprometimento renal
8- Alterações neurológicas
9- Alterações hematológicas
10- Alterações imunológicas
11- FAN
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
• Exames para iniciar a investigação no Centro de
Saúde:
– Hemograma completo
– Hemossedimentação
– Eletroforese de proteínas
– Urina I
– Fator antianti-nuclear
• Diagnóstico diferencial
• Acompanhamento conjunto com a equipe local
• Encaminhar ao especialista
SÍNDROME DO ANTICORPO ANTIFOSFOLIPÍDEO
Doença auto-imune caracterizada por recorrência de
trombose arterial ou venosa ou perda fetal com a
presença persistente de anticoagulante lúpico ou
anticardiolipina
Quadro clínico
Manifestações:
Sistema Músculo
Esquelético
necrose avascular
Sistema Mucocutâneo
livedo reticular, gangrena digital e Raynaud
Sistema Hematológico
trombocitopenia
Sistema Respiratório
convulsão, AVE, enxaqueca, coréia, perda de
memória e demência, síndrome da esclerose múltipla
like, mielopatia transversa
embolismo pulmonar
Sistema Gastrointestinal
trombose venosa hepática
Sistema Renal
trombose arterial ou venosa
Sistema Neurológico
SÍNDROME DO ANTICORPO ANTIFOSFOLIPÍDEO
Fatores de risco para trombose
História prévia de trombose, presença do anticorpo
anticardiolipina e anticoagulante lúpico, gravidez,
cirurgias, síndrome nefrótica, neoplasias
Sinal de alerta: lembrar que a produção do anticorpo
antifosfolípide pode estar associada a doenças
infecciosas, como HIV, hanseníase, tuberculose,
neoplasias e uso de determinados medicamentos
Exames laboratoriais necessários para iniciar a
investigação no Centro de Saúde:
– Hemograma: trombocitopenia
– Coombs direto: anemia hemolítica
– VDRL: falso positivo
– coagulograma
SÍNDROME DO ANTICORPO ANTIFOSFOLIPÍDEO
Diagnóstico diferencial
– Produção do anticorpo por causas infecciosas ou
neoplasias, assim como devido ao uso de medicamentos
como clorpromazina, fenitoína, hidralazina e
procainamida, quinidina
– Deficiência congênita de fatores de coagulação: fator V,
proteína S e C, deficiência de antitrombina III,
desfibrinogenemia, hiperhomocisteinemia
– Síndrome nefrótica
– Uso de contraceptivo oral
Conclusão diagnóstica e tratamento - Encaminhar ao
especialista.
ESCLEROSE SISTÊMICA
Desordem
multisistêmica
caracterizada
por
anormalidade estrutural e funcional de pequenos
vasos sanguíneos, fibrose da pele e órgãos
internos e ativação do sistema imune
Ocorre 3-15 mulheres:1 homem
Pico de incidência entre 30 e 50 anos
Atinge 0,01% da população
ESCLEROSE SISTÊMICA
Quadro clínico
Sintomas gerais - fraqueza, fadiga, dores
articulares, fenômeno de Raynaud (em 95%
dos casos), fibrose da pele que é o mais
específico.
Classificação:: formas sistêmica
Classificação
(limitada e difusa) e localizada, de acordo
com a extensão do acometimento cutâneo.
Microstomia e esclerodactilia em ambas
as formas da doença.
Esclerose sistêmica limitada:
espessamento cutâneo distal até
cotovelos e joelhos
Esclerose sistêmica difusa:
espessamento acometendo, inclusive
tronco
ESCLEROSE SISTÊMICA
Prognóstico
– A forma difusa, pacientes com início da doença
em idade mais avançada, sexo masculino e raça
negra, geralmente, têm pior prognóstico.
– As principais morbidades destes pacientes são a
pneumopatia intersticial e hipertensão arterial
pulmonar.
Fatores de risco
Exposição a sílica, formaldeído, solventes orgânicos,
L-Tryptofano, bleomicina, cloreto de vynil
ESCLEROSE SISTÊMICA
Diagnóstico: 1 critério maior e dois ou mais menores
para o diagnóstico
– Critério maior: fibrose cutânea
– Critérios menores: esclerodactilia, úlcera de polpa
digital, fibrose pulmonar
Exames laboratoriais necessários para iniciar a
investigação no Centro de Saúde:
– Hemograma
– AST/ALT
– URINA 1
– Ureia/creatinina
– FAN
Diagnóstico diferencial
fasciíte eosinofílica, escleroderma relacionada à droga,
escleredema, morfeia generalizada
ESCLEROSE SISTÊMICA
Conclusão diagnóstica e tratamento
- Encaminhar ao especialista
• Acompanhamento conjunto com a equipe
local
GOTA
Doença inflamatória articular causada pelo
depósito de cristal de monourato de sódio
intra-articular
Cerca de 90 % dos casos devem-se à
hiperuricemia
Proporção de 20 homens : 01 mulher
A população feminina apresenta gota 15 a 20
anos após a menopausa
GOTA
Condições que geram a hiperuricemia
Endócrinas: obesidade, hipotireoidismo, cetoacidose diabética, diabetes
insipidus, hiperparatireoidismo
Hipoexcreção
Drogas: diuréticos, ciclosporina,
pirazinamida, etambutol, laxativos
etanol,
salicilatos
em
alta
dose,
Renais: insuficiência renal crônica, síndrome de Bartter, desidratação,
HAS, restrição salina, doença renal policística
Miscelânea: toxemia gravídica, síndrome de Down, sarcoidose, acidose
lática
Hereditários: deficiência de G6PD e HGPRT (síndrome de Lesch-Nyhan) e
hiperprodução de PRPP
Aumento da
Síntese
Doenças: psoríase, hemólise, policitemia vera, mieloproliferativas,
obesidade, glicogenose III, V e VII, Síndrome da lise tumoral
Drogas: etanol, warfarina, vitamina B12, frutose, ácido nicotínico,
citotóxicos
HAS = hipertensão arterial sistêmica; G6PD = glicose-6-fosfato-desidrogenase;
HGPRT = hipoguaninafosforibosil-transferase; PRPP = fosforibosilpirofosfato.
GOTA
Quadro clínico
• Caracteriza-se por ataque monoarticular na maioria das vezes
e, preferencialmente, pela manhã, com edema, calor e rubor
articular durando de 7 a 10 dias sem tratamento e com
períodos longos de acalmia.
• Os primeiros surtos não costumam deixar sequelas e o
indivíduo volta à vida normal.
• A articulação da primeira metatarsofalangeana é a articulação
mais comumente afetada, o que é denominado de podagra.
• Gota tofácea - depósito de monourato
de sódio em tecidos moles de superfície
extensora de cotovelos e interfalangeanas
dos dedos de mãos e pés.
Aparece após anos do primeiro ataque.
GOTA
Diagnóstico
• Exames para iniciar a investigação no
Centro de Saúde:
–
–
–
–
–
Dosagem de ácido úrico sérico
Dosagem de ácido úrico em urina de 24 horas
função renal e perfil lipídico
VHS
Raio X
• Diagnóstico diferencial
– Lembrar de causas secundárias de gota
GOTA - Tratamento
• Tratar a doença de base no caso de gota secundária
• Drogas inibidoras de síntese de ácido úrico
– Alopurinol na dose de 100 a 600 mg (em média 300 mg) ao dia
em tomada única
Iniciar tratamento com alopurinol e interrrompê-lo abruptamente
pode precipitar uma crise.
• Tratamento da crise articular
– Antiinflamatório não hormonal - diclofenaco de sódio 50 mg
3x/dia ou ibuprofeno 600 mg até 2 x/dia
– Colchicina 0,5 mg 3 a 4 x/dia
– Corticosteróides via oral - indivíduos com insuficiência renal
– Não iniciar alopurinol na crise
• Dieta
- Beber 2 a 3 litros de água por dia
- Reduzir consumo de álcool, carnes e aves domésticas, sardinhas,
anchovas e frutos do mar, miúdos, feijão, soja e ervilhas.
GOTA
Quando encaminhar ao especialista?
• gota não responsiva ao tratamento
• gota tofácea
• gota associada à insuficiência renal
OSTEOPOROSE
• Doença do metabolismo ósseo caracterizada por
massa
óssea
reduzida
microarquitetura
óssea
e
deterioração
normal,
da
ocasionando
aumento da fragilidade e aumento do risco de
fraturas.
• Acomete mais as mulheres na pós menopausa e
indivíduos idosos.
OSTEOPOROSE
Quadro clínico
• Doença silenciosa
inicialmente
• Manifestação clínica:
fratura de baixo impacto
• Locais preferencialmente
dessas fraturas são: coluna
vertebral, quadril e radio
distal.
OSTEOPOROSE
Diagnóstico
Densitometria óssea
Critérios Densitométricos da Organização Mundial da Saúde*:
Categoria
Escore T
Normal
até -1
Osteopenia
entre -1 e -2,5
Osteoporose
≤ -2,5
Osteoporose estabelecida
≤ -2,5 associada à fratura de fragilidade
Critérios estabelecidos para: coluna lombar, colo do fêmur e 1/3 médio
do rádio.
Monitorização da Densitometria Óssea
Densitometria ao
final do primeiro
ano
Densitometria ao
final do segundo
ano
igual ou melhor que a basal
pior que a basal (com redução
significante do escore)
igual ou melhor que uma das
anteriores
pior que as duas anteriores
(com redução significante do
escore):
manter tratamento e repetir o
exame a cada 2 anos
manter tratamento e repetir o
exame em 1 ano
manter tratamento e repetir o
exame a cada 2 anos;
Considerar falha terapêutica e
suspender o tratamento.
Indicações de realização de densitometria óssea
Mulheres com mais de 65 anos
Mulheres com deficiência estrogênica com menos de 45 anos
Mulheres na peri e pós-menopausa com fatores de risco (um maior ou dois
menores)
Mulheres com amenorréia secundária prolongada (por mais de 1 ano)
Todos os indivíduos que tenham apresentado fratura por trauma mínimo ou
atraumática
Indivíduos com evidência radiológica de osteopenia ou fraturas vertebrais
Homens com mais de 70 anos
Indivíduos que apresentem perda de estatura (acima de 2,5 cm) ou
hipercifose torácica
Indivíduos em uso de corticosteróides por três meses ou mais (doses
superiores ao equivalente a 5 mg de prednisona)
Mulheres com índice de massa corporal abaixo de 19 kg/m2
Portadores de doenças ou em uso de medicações associadas à perda de
massa óssea
Monitoramento de tratamento da osteoporose
OSTEOPOROSE
Diagnóstico
Exames laboratoriais relevantes em início de
investigação
– Hemograma, VHS, eletroforese de proteína,
calcemia/albumina*, calciúria de 24h, fosfatase alcalina,
creatinina, fósforo sérico e fosfatúria de 24 h, PTH
– Aprofundar investigação se suspeita de causa secundária.
Exames laboratoriais para seguimento
– Calcemia/albumina*, creatinina e calciúria de 24 h
No início do tratamento e a cada alteração da dosagem, deve-se
fazê-lo a cada 3 meses. Após, controle a cada 6 meses.
* Fórmula do Cálcio Corrigido - Ca(corr) = Ca(medido) + [0,8x(4-alb)]
Raio X perfil de coluna toracolombar – fraturas vertebrais
Fatores de risco para fraturas por osteoporose
Não modificáveis
• História de fratura na idade adulta*
• História de fratura em familiar de
primeiro-grau*
• Raça branca (não-hispânica)*
• Idade avançada (acima de 65 anos)*
• Sexo feminino*
• Demência
• Saúde comprometida/fragilidade**
Potencialmente modificáveis
• Tratamento com corticosteróides*
• Insuficiência estrogênica: amenorréia
superior a 1 ano ou menopausa precoce
(antes dos 45 anos de idade)*
• Baixo peso (< 56,7kg) ou IMC < 19
• Baixa ingesta de cálcio (ao longo da
vida)
• Tabagismo*
• Alcoolismo
• Redução visual (apesar de usar óculos)
• Quedas freqüentes
• Baixa capacidade física
• Saúde comprometida/fragilidade**
* fatores de risco maiores; ** saúde comprometida/fragilidade pode ou não ser modificável.
OSTEOPOROSE
Prevenção
Prevenir fatores de risco quando possível
Mudanças de hábito de vida
Dieta rica em cálcio
Exercícios com resistência ou caminhada
Prevenção de quedas
OSTEOPOROSE - Tratamento
Todos os indivíduos com osteoporose densitométrica
deverão ser tratados, bem como os indivíduos na faixa de
osteopenia com pelo menos 2 fatores de risco associados.
– Cálcio
– Vitamina D
Medicamentos disponíveis na Atenção Primária:
– Alendronato de sódio 10 mg/dia
– Alendronato de sódio 70 mg /semana
Medicamentos disponíveis na Farmácia de Alto Custo:
– Risedronato de sódio 35 mg/semana
– Raloxifeno 60 mg/dia
OSTEOPOROSE
Quando encaminhar ao especialista?
especialista?
– osteoporose com DMO menor ou igual a -3,5
– história de fratura prévia
– osteoporose secundária
FEBRE REUMÁTICA
Complicação não supurativa da faringoamigdalite,
não adequadamente tratada, causada pelo
estreptococo beta-hemolítico do grupo A, devida à
uma resposta imune cruzada tardia a esta infecção,
em populações geneticamente predispostas
A FR afeta especialmente crianças e adultos
jovens.
FEBRE REUMÁTICA - Quadro clínico e Diagnóstico
• Diagnóstico clínico, não existe sinal patognomônico ou exame específico.
Critérios de Jones Modificados para o diagnóstico de FR
Critérios Maiores
Critérios Menores
Artrite
Febre
Cardite
Artralgia
Coréia
Prolongamento do espaço PR no ECG
Eritema marginado
Aumento VHS e PCR
Nódulos subcutâneos
Alta probabilidade – na evidência de infecção estreptocócica anterior,
determinada pela bacterioscopia/cultura de orofaringe ou pela elevação dos
títulos da antiestreptolisina O (ASLO), ASSOCIADA à presença de pelo menos
dois critérios maiores ou um critério maior e dois menores
Em havendo o critério maior ARTRITE, o critério menor ARTRALGIA deve
ser automaticamente EXCLUÍDO.
Qualquer que seja o número de provas de atividade inflamatória alteradas,
deve ser considerado apenas como UM critério menor.
FEBRE REUMÁTICA
Uma vez que outros diagnósticos tenham sido excluídos, a coreia, a
cardite indolente e as recorrências são três exceções em que
os critérios de Jones não têm que ser rigorosamente respeitados para
o diagnóstico da doença:
Considerando-se a raridade de outras etiologias para a coreia, sua
presença implica no diagnóstico de FR, mesmo na ausência dos outros
critérios ou da comprovação da infecção estreptocócica anterior;
Na cardite indolente, as manifestações clínicas iniciais são pouco
expressivas e, quando o paciente procura o médico, as alterações
cardíacas podem ser a única manifestação, e os exames de fase aguda,
assim como os títulos de anticorpos para o estreptococo, podem estar
normais
Nos casos em que o paciente tem história de surto agudo prévio
ou de cardiopatia crônica comprovada, o diagnóstico de
recorrência pode ser baseado em apenas um sinal maior ou
em dois ou mais sinais menores pelo critério da OMS
FEBRE REUMÁTICA
Manifestações clínicas
• Artrite: A artrite é a manifestação mais comum da FR, presente
em 75% dos casos
• Cardite: A cardite é a manifestação mais grave da FR, pode
deixar sequelas e acarretar óbito. A manifestação ocorre entre
40% e 70% dos primeiros surtos
• Coreia: A Coreia de Sydenham (CS) ocorre predominantemente
em crianças e adolescentes do sexo feminino, sendo rara após os
20 anos de idade; geralmente ocorre como manifestação tardia
até 7 meses após a infecção estreptocócica.
• Eritema marginado: manifestação rara, sendo descrita em
menos de 3% dos pacientes.
• Nódulos subcutâneos: são raros, presentes apenas em 2-5%
dos pacientes
• Intervalo PR: pode estar aumentado mesmo na ausência de
cardite evidente.
FEBRE REUMÁTICA
Diagnóstico
–
–
–
–
É clínico
Exames laboratoriais - hemograma, VHS, ASLO, PCR
ECG
RX Tórax
Diagnóstico diferencial da FR
Artrite idiopática juvenil
Leucemias
Endocardite infecciosa
Anemia falciforme
Outras artrites reativas
Infecções
Outras Doenças Difusas do tecido conjuntivo
FEBRE REUMÁTICA Tratamento
Profilaxia primária: tratamento da faringoamigdalite e a erradicação
do estreptococo da orofaringe devem ser feitos na vigência da
suspeita clínica de FR
Opções terapêuticas para erradicação do Estreptococo β hemolítico:
Medicação
Esquema
Duração
Penicilina G Benzatina
<20kg 600.000UI IM
Dose única
>=20kg 1.200.00 UI IM
Penicilina V
Criança:
10 dias
25-50000 UI/kg/dia VO 8/8h
ou 12/12h
Adulto: 500000 UI 8/8h
Amoxacilina
Criança:
30-50mg/kg/dia 10 dias
8/8h
Adultos: 500mg VO 8/8 h
Azitromicina
Criança:20 mg/kg/dia VO
Adulto: 500mg/dia
5 dias
FEBRE REUMÁTICA
Profilaxia secundária e duração
Medicamento / Opção
Penicilina G Benzatina
Dose e Via de administração
Peso < 20 kg - 600.000 UI IM
Peso = 20 kg – 1.200.000 UI IM
Penicilina V
250 mg VO
Intervalo
21/21 dias
12/12 horas
Em caso de alergia à penicilina
Peso < 30 kg – 500 mg VO
Sulfadiazina
Peso = 30 kg – 1g VO
1x/dia
Em caso de alergia à penicilina e à sulfa
Eritromicina
250 mg VO
Categoria
FR sem cardite prévia
FR com cardite prévia; insuficiência
mitral leve residual ou resolução da
lesão valvar
Lesão valvar residual moderada a
severa
Após cirurgia valvar
12/12 horas
Duração
Até 21 anos ou 5 anos após o último surto,
valendo o que cobrir maior período
Até 25 anos ou 10 anos após o último
surto, valendo o que cobrir maior período
Até 40 anos ou por toda a vida
Por toda a vida
FEBRE REUMÁTICA
De acordo com a idade
Crianças <18 anos
Encaminhamento
Encaminhar ao especialista
Prioridade: amarelo
Adultos entre 18 - 35
- diagnóstico diferencial com AR e LES;
anos com artrite
Prioridade: amarelo
- se somente ASLO (+): prioridade verde
Adultos >30 anos
- se efetivamente artrite: diagnóstico diferencial com AR
e LES - Prioridade: amarelo
MIOPATIAS INFLAMATÓRIAS
Doenças auto-imunes caracterizadas por inflamação dos músculos
estriados que se traduz clinicamente por fraqueza muscular proximal
simétrica e alterações cutâneas distintas e laboratorialmente por
aumento das enzimas musculares.
Quadro clínico
– Sintomas gerais e inespecíficos: fadiga, astenia, febrícula, malestar, poliartralgia, perda-de-peso.
– Sintoma característico - fraqueza muscular proximal e simétrica
– Dermatomiosite apresenta alterações cutâneas singulares –
heliotropo e sinal de Gottron
– calcificação de partes moles (calcinose) - mais comum em
criancas.
– Sinal do xale (eritema em região superior do tórax)
– Artrite
– pneumopatia intersticial
– alterações gastrointestinais como disfagia alta
MIOPATIAS INFLAMATÓRIAS
Pápulas eritêmato-ceratósicas no dorso das articulações
metacarpo-falangeanas (pápulas de Gottron)
Heliotropo
Calcinose em região dorsal
MIOPATIAS INFLAMATÓRIAS
Exames laboratoriais necessários para iniciar a investigação
no Centro de Saúde
– enzimas musculares - CK/CPK.
– AST/TGO e ALT/TGP
– Aldolase e LDH
Diagnóstico diferencial
As principais causas de miopatias não idiopáticas são:
Infecciosas
Metabólicas
Endocrinológicas
Medicamentosa
Influenza, coxsackie, HIV, CMV, Trichinella,
Toxoplasma, Criptacoco, mycobactéria
Distúrbios eletrolíticos, doenças de depósito de
glicogênio, doenças de depósito de lipídeos,
mitocondriais
Hipo/hipertireoidismo, insuficiência adrenal, síndrome de
Cushing
glicocorticóides, hipolipemiantes, álcool,
hidroxicloroquina, tiazídicos, procainamida, penicilamina,
zidovudina
Conclusão diagnóstica e tratamento - Encaminhar ao especialista
VASCULITES SISTÊMICAS
Classificação das Vasculites quanto à Etiologia
(Churg J , 1991)
I. Vasculites Idiopáticas
II. Vasculites Secundárias
Poliarterite Nodosa Macroscópica e
Microscópica
Granulomatose de Wegener
Síndrome de Churg- Strauss
Vasculites Pulmonares Isoladas
Vasculite primária de Sistema Nervoso
Central
Arterite de Células Gigantes
Arterite de Takayasu
Vasculite Idiopática Granulomatosa
Vasculite de pequenos vasos
Púrpura de Henoch- Scholein
Doença de Behçet
Tromboangeite Obliterante (Doença de
Buerger)
Relacionadas a infecções
Doença de Kawasaki
Vasculite de doenças auto imunes
Vasculite da crioglobulinemia
Vasculite da sarcoidose
Vasculite reacional a drogas
Vasculite em droga adição
Vasculite neoplásica
Vasculite de radiação
Vasculite do transplante
Vasculite da hipertensão
VASCULITES SISTÊMICAS
Classificação de Vasculites Sistêmicas de acordo com o tamanho dos vasos
acometidos
(Consenso de Chapel Hill- Arthritis Rheum 37: 187-192,1994 - Jennette JC, Falk
RJ)
I . Vasculites de
Grandes Vasos
II. Vasculites de Médios
Vasos
III. Vasculites de
Pequenos Vasos
Arterite Temporal de
Células Gigantes
Poliarterite Nodosa
Macroscópica (PAN Clássica)
Granulomatose de
Wegener
Arterite de Takayasu
Doença de Kawasaki
Síndrome de ChurgStrauss
Poliarterite Nodosa
Microscópica
Púrpura de HenochScholein
Crioglobulinemia
essencial
VASCULITES SISTÊMICAS
Púrpura de Henoch- Scholein
Arterite de células gigantes
Úlcera de Behçet
Vasculite da crioglobulinemia
VASCULITES SISTÊMICAS
Exames necessários para iniciar a investigação
no Centro de Saúde:
– Hemograma, VHS, PCR, AST/ALT, uréia,
creatinina, sorologia hepatites B e C, HIV,
eletroforose de proteínas, Urina I
– Raio X de tórax e seios da face
Conclusão diagnóstica e tratamento
- Encaminhar ao especialista
AVALIAÇÃO DE RISCO EM REUMATOLOGIA
VERMELHO: encaminhamento à Unidade de U/E
• Lúpus Eritematoso Sistêmico com atividade
sistêmica: alterações neuro-psiquiátricas e
quadros infecciosos
• Esclerose sistêmica com quadro cardiopulmonar
e alterações vasculares como isquemia de
membros inferiores e superiores
AVALIAÇÃO DE RISCO EM REUMATOLOGIA
AMARELO: prioridade no agendamento eletivo
Lúpus Eritematoso Sistêmico
Esclerose Sistêmica
Miopatias inflamatórias
Vasculites
Febre Reumática em crianças <18 anos
Artrite Idiopática Juvenil
Síndrome do Anticorpo Antifosfolipídeo
Espondiloartrites
Artrite reumatóide
Gota (casos de gota em pacientes abaixo de 30
anos, gota não responsiva ao tratamento, gota
tofácea, gota associada à insuficiência renal)
AVALIAÇÃO DE RISCO EM REUMATOLOGIA
VERDE: agendamento na rotina
Osteoartrite
Outras artrites
Osteoporose
Fibromialgia
Tendinite e bursite
Adultos >30 anos que apresentem somente
ASLO (+)
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