escola no processo de aprendizagem da criança de educ

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO - CAMPUS I
LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO INFANTIL
ANA PAULA SACRAMENTO DE VENEZA
REFLEXÕES SOBRE A RELAÇÃO FAMÍLIA – ESCOLA NO
PROCESSO DE APRENDIZAGEM DA CRIANÇA DE EDUCAÇÃO
INFANTIL
Salvador
2011
ANA PAULA SACRAMENTO DE VENEZA
REFLEXÕES SOBRE A RELAÇÃO FAMÍLIA – ESCOLA NO
PROCESSO DE APRENDIZAGEM DA CRIANÇA DE EDUCAÇÃO
INFANTIL
Monografia apresentada ao curso de
Pedagogia com Licenciatura em
Educação Infantil da Universidade
do Estado da Bahia, como requisito
parcial para obtenção do título de
graduação em Pedagogia Educação
Infantil.
Orientadora: Prof. Claudia Santana
Salvador
2011
ANA PAULA SACRAMENTO DE VENEZA
REFLEXÕES SOBRE A RELAÇÃO FAMÍLIA – ESCOLA NO
PROCESSO DE APRENDIZAGEM DA CRIANÇA DE EDUCAÇÃO
INFANTIL
Monografia apresentada ao curso de Pedagogia da Universidade do Estado da
Bahia como pré-requisito para obtenção do grau de licenciatura pela Banca
Examinadora composta pelos membros:
BANCA AVALIADORA
________________________________
Professora Claudia Santana – Orientadora
Professora Fátima Noleto
DEDICATÓRIA
Dedico esta monografia aos
meus pais Maria e Paulo e aos
meus irmãos pela força e
paciência e por acreditarem em
minha capacidade de conseguir
o que tanto almejo.
AGRADECIMENTOS
“Nas grandes batalhas da vida, o primeiro passo para a vitória é o desejo de
vencer!” (Mahatma gandhi)
Mas uma etapa vencida! Etapa essa de aprendizados, experiências,
crescimento pessoal e intelectual. Foram três anos corridos com desafios,
conquistas, escolhas, enfim realizações.
Agradeço a Deus por iluminar meus passos. Aos meus pais Maria e Paulo por
dedicarem e abdicarem de algumas coisas para proporcionar uma boa
educação. Aos meus irmãos João Paulo e Paloma pela força. As amigas: Livi
agradeço pela mensagem avisando a minha classificação. Débora pela
amizade fiel e por ter me ajudado na tradução desse trabalho, a Gleide por ser
meu astral, Tâm por proporcionar risos quando estamos juntas. As amigas da
faculdade: Dani, Fabi,Iarinha e Teca pelo companheirismo e união.
A Professora Claudia Santana que ajudou a concluir este trabalho. Enfim,
obrigada a todos por estarem sempre presentes em minha vida e por
compartilharem os encantos e dificuldades desta jornada.
"Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a
sociedade muda."
(Paulo Freire)
RESUMO
O presente trabalho de conclusão do Curso de Pedagogia traz resultados das
muitas inquietações sobre a importância de compreender como a família e a
escola interage no processo de aprendizagem da criança. Partiu da seguinte
questão: Quais seriam as contribuições da parceria escola- família no
desenvolvimento das crianças da educação infantil. A relação famíliaescola tem sido alvo de discussões de teóricos da educação e, também, dos
diversos segmentos da sociedade, que apostam nessa relação, como um dos
fatores que deverão garantir o sucesso dos alunos em suas trajetórias
escolares. Para atingir o objetivo proposto buscou-se utilizar a pesquisa
qualitativa-descritiva, a partir de estudo de caso que possibilitou um importante
conhecimento de forma ordenada e coerente; além de utilizar questionários no
qual se constatou que a participação da familia na escola é necessário, para o
acompanhamento da criança no processo de desenvolvimento cognitivo, social,
ético (humano) de forma integral.
Palavras-chave: Família. Escola. Aprendizagem.
ABSTRACT
This
conclusion
work
of
Education
Course
brings
results of
many concerns about the importance of understanding how family
and the school interact in the children’s learning process. This work started
from this determinate question: What would be the contributions of the
school-family relationship in the development of children's education.
Nowadays, the family-school relationship has been the subject of discussions
of theoretical education and also of various segments of society, which point to
that relationship as one of the factors that might provide the
success of students in their student history. In order to develop this study, it was
used
the
qualitative-descriptive
research,
with
case
study,
that
provided
an
important
knowledge
orderly and coherent, as well as using questionnaires in which it was found
that the participation of family in school is necessary to accompany children
in
the
process
of
cognitive
development, and
also
social, ethical (humane) in a full way.
Key-words: family. School. learning
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.........................................................................................................................9
1. CONCEITO DE FAMÍLIA E EDUCAÇÃO INFANTIL.........................................................13
1.1 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES ACERCA DA FAMÍLIA NO ÂMBITO DO ESPAÇO
ESCOLAR..............................................................................................................................17
1.2 A FAMÍLIA E O PROCESSO DE APRENDIZAGEM........................................................22
2. CONHECENDO A ESCOLA- CARACTERIZAÇÕES DO CAMPO DE PESQUISA.........26
2.1 A GESTÃO PEDAGÓGICA E A FAMÍLIA........................................................................27
2.2 ENFIM A REALIDADE- CONHECENDO DADOS...........................................................32
4. REFLEXÕES FINAIS........................................................................................................40
REFERÊNCIAS.....................................................................................................................42
ANEXOS E APÊNDICES......................................................................................................45
9
INTRODUÇÃO
A fim de analisar as contribuições que a relação família – escola
proporciona a criança na educação infantil, está monografia apresenta alguns
resultados das muitas inquietações a propósito da importância de compreender
como a família e a escola interage no processo de aprendizagem da criança.
Na contemporaneidade, a relação família-escola tem sido alvo de
discussões de teóricos da educação e, também, dos diversos segmentos da
sociedade, que aposta nessa relação, como um dos fatores para garantir o
sucesso dos alunos em sua trajetória escolar.
Segundo Reis, a família é essencial para o desenvolvimento do
indivíduo, é no meio familiar o primeiro espaço de socialização onde a criança
tem seus primeiros contatos com o mundo externo, com a afetividade com os
elementos culturais de uma determinada sociedade, que são elementos
fundamentais na construção da aprendizagem, e da convivência. É
fundamental para que a criança se insira no ambiente escolar a parceria entre
família e escola, visto que é possível contribuir para uma educação de
qualidade e promovendo o bem estar de todos.
Inserido nesse contexto é que nasce a seguinte proposição de pesquisa:
quais
seriam
as
contribuições
da
parceria
escola-
família
no
desenvolvimento das crianças da educação infantil?
Assim, o objetivo principal, desta monografia é investigar de que forma a
escola se relaciona com a família para compartilhar o processo de ensinoaprendizagem da criança na educação infantil na construção de valores e de
conhecimentos.
Identificando as estratégias utilizadas pela escola para
proporcionar
participação
a
da
família
nas
atividades
pedagógicas;
relacionando quais os benefícios para aprendizagem da criança nessa relação
família-escola e colaborando para fortalecer a importância da relação famíliaescola no processo ensino-aprendizagem, especificamente na educação
infantil.
10
Esse estudo nasceu em 2010 a partir da observação (participativa) em
um colégio de educação infantil da rede particular que aqui denominaremos de
colégio X. A observação (participativa) aconteceu no grupo 4, onde estagiei
durante um ano. Na sala observada havia 21 crianças, cada uma com sua
peculiaridade. Dentro desse período de estágio pude notar os aprendizados
adquiridos, as dificuldades existentes mais logo superadas e a participação
ativa da família junto com a escola. Assim, o interesse por esse estudo foi de
analisar quais as contribuições que a relação família - escola proporciona a
criança na educação infantil.
A escola X, por entender do seu compromisso com a formação
desses alunos, sempre está buscando criar projetos que possam interagir com
a família. Mas o que é observado é que essa não é uma tarefa fácil, já que a
escola atende a classe média e alta de Salvador e a maioria dos pais alegam
não ter tempo de participarem do processo de ensino e aprendizado dos seus
filhos. Limita-se a participar das reuniões e a demais atribuição deixa sob a
responsabilidade da escola e das babás. Mas a equipe pedagógica da escola
não desiste diante dos obstáculos e está sempre convidando a família para
assumir seu papel na educação de seu filho (a) através de folhetos
informativos, palestras e projetos como o dia da família na escola.
Por acreditar que essas duas instituições são os pilares para construção
de um cidadão apto para o exercício pleno da cidadania com formação integral,
ao longo desse trabalho serão abordadas algumas questões que contribuem
para que essa parceria aconteça em prol da eficácia do processo ensino
aprendizagem da criança. Nesse sentido, é importante citar Içami Tiba (1996,
p.140) diz: “o ambiente escolar deve ser de uma integração que complete o
ambiente familiar do educando, os quais devem ser agradáveis e geradores de
afetos. Os pais e a escola devem ter princípios muito próximos para o benefício
do filho/aluno”.
Essa é uma pesquisa qualitativa-descritiva, a partir de estudo de caso
na Escola X, uma instituição privada que atende alunos das classes média e
11
alta na educação infantil localizada na cidade de Salvador-Ba , que possibilitará
um importante conhecimento de forma ordenada e coerente; além de utilizar
instrumento de pesquisa como questionários, da qual se constata que a
participação da família na escola é necessário, para o acompanhamento da
criança no processo de desenvolvimento cognitivo, social, ético (humano) de
forma integral.
A estrutura textual desse trabalho apresenta algumas considerações
acerca da necessidade de fortalecer o papel da família na escola,
principalmente
na
sua
fase
inicial
marcada
pela
educação
infantil.
Respectivamente descrito conceito de família e educação infantil; algumas
considerações acerca da família no âmbito do espaço escolar; o papel da
família no processo de aprendizagem; caracterizações do campo de pesquisa;
gestão pedagógica e família; resultados de pesquisa e reflexões finais.
O presente trabalho é composto por introdução, é dividida em três
capítulos e reflexão final. A introdução faz um apanhado da idéia geral
desenvolvida e pretendida nesta produção. No primeiro capítulo, descrevemos,
brevemente, o conceito de família, trazendo um breve histórico a partir dos
autores como Moreira, Barbirato, Fidomanzo. Também traz discussão de Rego,
Tiba, Reis e Pero que nos levam a refletir que nos dias contemporâneos a
escola e a família compartilham funções sociais, políticas e educacionais
importantes para a formação das pessoas.
No segundo capitulo apresenta as caracterizações do campo de
pesquisa, fazendo um apanhado dos aspectos pedagógicos da escola.
Mencionamos Vygotsky, pois na instituição observada à criança é vista a partir
de sua perspectiva como ser social, histórico, agente ativo do processo de
construção do conhecimento. Além de Piaget, RCNEI e Estatuto da Criança e
adolescente.
No terceiro capítulo trata da amostragem dos resultados da pesquisa que
contou com a participação de uma gestora, três educadoras, nove mães e um
12
pai todos do Colégio X situado na cidade do Salvador. Nessa fase, houve
observação e o instrumento de pesquisa utilizado foram questionários.
E por fim a reflexão final faz uma síntese do que o trabalho aponta e
se propôs a apresentar os benefícios que a parceria família – escola agrega
para evolução na aprendizagem das crianças em especial na educação infantil
no aspecto geral como sujeitos formadores de opiniões e críticos.
13
1 CONCEITO DE FAMÍLIA E EDUCAÇÃO INFANTIL
Segundo Althoff (1996) na literatura, o termo família encontra-se
definido de acordo com a estrutura e as funções de cada sociedade, em
determinados períodos históricos. Segundo Engels (1995, p 61) “ em sua
origem a palavra família não significa o ideal -
de sentimentalismo e
dissensões domésticas – do filisteu de nossa época; a princípio, entre os
romanos, (...) famulus quer dizer escravo doméstico e família é o conjunto de
escravos pertencentes ao mesmo homem.” O autor declara ainda que “a
expressão foi inventada pelos romanos para designar um novo organismo
social, cujo chefe mantinha sob seu poder a mulher, os filhos e certo número
de escravos, com pátrio poder romano e o direito de vida e morte sobre eles
As mudanças que se observam ao longo do tempo em relação à
família remetem a uma breve discussão sobre o conceito de família, pois
antigamente a família era definida como um “agregado doméstico […]
composto por pessoas unidas por vínculos de aliança, consangüinidade ou
outros laços sociais, podendo ser restrita ou alargada” (MOREIRA, 2001,
p. 22).
Segundo Barbirato (2011) a família na idade Média não havia o
sentimento de amor, nem transmissão de valores e de conhecimentos, as
trocas afetivas ocorriam fora da família, à educação das crianças acontecia no
convívio com os adultos, não tinha restrição ao contato físico nas brincadeiras
entre crianças com os adultos e nem privacidade no convívio.
Segundo Fidomanzo (2003) no século XIX, surge o modelo da Família
Burguesa em que começava-se a criar laços afetivos e os filhos recebiam
valores. A mãe era quem cuidava
tivessem um espaço na sociedade.
da educação dos filhos para que eles
14
Os valores burgueses se intensificaram com as transformações da
sociedade. Com a evolução do homem o perfil de família idealizado modificou
no transcorrer da história. Em cargo das transformações sociais, econômicas e
religiosas. Atualmente a família não é mais vista como só de origem biológica,
mas, por algum responsável, não necessariamente mãe e pai, mas sim aquele
que oferece afeto, comprometimento, valores e favorece a aprendizagem e a
construção de identidade da criança.
Partindo das opiniões de Rego (2003) tais discussões levam a refletir
que nos dias contemporâneos a escola e a família compartilham funções
sociais, políticas e educacionais, pois, é por meio da influência mútua desse
afazer em conjunto, que tem como finalidade a formação do bem estar e da
aprendizagem das crianças, os quais contribuirão no desenvolvimento
incondicional dos mesmos.
A consolidação da educação infantil no Brasil acompanhou as
mudanças sociais emergentes como, por exemplo, a participação da mulher no
mercado de trabalho e as variações na organização e estrutura familiar.
Culturalmente a sociedade está mais consciente da importância das
experiências vivida nos primeiros anos da criança para o seu desenvolvimento.
A união desses fatores ensaiou um movimento na sociedade civil e de
órgão governamentais para o atendimento da criança de zero a seis anos
resultado do artigo 280, inciso IV que trata da educação na constituição federal
de 1988, conhecida como constituição cidadã, que determina de forma clara a
responsabilidade do Estado para com a educação das crianças de zero a seis
anos em creche e pré – escola sendo como educação não-obrigatória e
compartilhada com a família.
Oito anos depois a Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDBEN) consolida a educação infantil que atende crianças de zero a três anos
de Creche, e a instituição que atende crianças de quatro a seis anos de idade
de Pré – escola. Posteriormente, de acordo com a Lei 11.274, de 6 de fevereiro
de 2006, o ensino fundamental passa a ser de nove anos de duração e não
15
mais de oito, com isso as crianças de seis anos de idade deverão ingressar
obrigatoriamente no ensino fundamental e não mais na pré-escola. A seguir
LDB 9394/96 sobre a educação infantil no Artigo 29 e 30:
A Educação Infantil é concentrada como primeira etapa da
Educação Básica e tem como finalidade o desenvolvimento
integral da criança até cinco anos de idade, em seus aspectos
físicos, psicológico e social, complementando a ação da família
e da comunidade. No art. 30. a Educação Infantil será oferecida
em creches para crianças de até três anos de idade e em préescolas para crianças de quatro e cinco anos de idade.
Para auxiliar as escolas na implementação do Projeto Político
Pedagógico (PPP) o Ministério a Educação E Cultura - MEC institui que a
educação infantil é uma modalidade de ensino, passando a ter uma função
pedagógica, na qual tem como pilares fundamentais para o aprendizado da
criança: o cuidar, o educar, o brincar, uma tarefa que toma a realidade e os
conhecimentos infantis como ponto de partida e os ampliam por meio de
atividade significativa para a vida da criança, e ao mesmo tempo asseguram a
conquista de novos conhecimentos. Como descreve o Referencial Curricular
Nacional da Educação Infantil - RCNEI (1998, p.23):
Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidados,
brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e
que possam contribuir para o desenvolvimento das
capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e estar
com outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e
confiança, e o acesso, pelas crianças, aos conhecimentos mais
amplos da realidade social e cultural.
Percebe-se que a criança passa a ser vista como sujeito aprendente e
as escolas, portanto devem estar preparadas para cuidar dessas crianças no
sentido de promover o desenvolvimento integral comprometido com o
significado de ser criança.
Compreender o educar que passa pelo cuidado, ou seja, pela atenção
cuidadosa com todos os aspectos que diz respeito ao desenvolvimento pleno,
tais como afetividade, os hábitos de higiene, a alimentação, a brincadeira.
Portanto cuidar e brincar implica em promover uma ação pedagógica
respaldada em uma visão integrada acerca do desenvolvimento infantil,
16
respeitando as peculiaridades de cada criança e oportunizando situações de
aprendizagem significativas e prazerosas.
As Diretrizes para Educação Infantil apresenta como objetivos a
necessidade de desenvolver a imagem positiva da criança, inclusive ao se
pensar nas questões étnicos raciais na pluralidade de gênero, valorizando a
individualidade de cada um reconhecendo as diferenças. Assim, é preciso
refletir como educar, cuidar e brincar, na Educação Infantil, pode auxiliar o
desenvolvimento cognitivo, capacidades de apropriação e conhecimento da
criança em relação a si e ao mundo. Nesse sentido, o RCNEI (1998, p.24)
orienta:
A base do cuidado humano é compreender como ajudar o
outro a se desenvolver como ser humano. Cuidar significa
valorizar e ajudar a desenvolver capacidades. O cuidado é um
ato em relação ao outro e a si próprio que possui uma
dimensão expressiva e implica em procedimentos específicos.
Para compreender a criança e criar condições favoráveis ao seu
desenvolvimento, faz-se necessário o respeito às singularidades infantis, que
implica na garantia e estímulo na vida escolar para terem liberdade de ação,
naturalidade e, consequentemente, prazer em desenvolver o pensamento
reflexivo.
Assim, a escola deve propor uma atividade que efetivamente ofereça
aos alunos experiências concretas, necessárias e indispensáveis às abstrações
e operações cognitivas. Na linguagem do brincar que as crianças são
motivadas a pensar de maneira autônoma, resolver problemas que o mundo
lhe oferece, aprendendo a competir, cooperar com seus semelhantes e
conviver como um ser social desenvolvendo a confiança nas próprias
capacidades e expressando-se com a autenticidade que lhe é inerente.
É essencial para uma escola que se proponha não somente ao sucesso
pedagógico, mas também à formação do cidadão, porque a conseqüência
imediata dessa ação educativa é a aprendizagem em todas as dimensões:
social, cognitiva, relacional e pessoal.
17
1.1 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES ACERCA DA FAMÍLIA NO ÂMBITO DO
ESPAÇO ESCOLAR
O ser humano constitui-se eminente como ser social sendo assim tem
necessidade de convivência mútua. Contudo, possui alguns obstáculos e, para
assegurar a realização dos seus objetivos em sociedade, é movido a colaborar
com seus semelhantes.
Dessa influência mútua entre os indivíduos nascem às organizações.
Entretanto, para abranger melhor esse processo é respeitável debater,
primeiro, o conceito de grupo, pois é o artefato fundamental da organização.
Segundo o autor Sousa (2006, p 33) relata:
Primeiramente, é significativo enfatizar que o grupo estabelece
a estrutura mais elementar do mundo social. No entanto,
nenhum grupo nasce finalizado, mas é construído, sendo
fundamental para o processo de aprendizagem, convivência e
relações. Na sociedade existem dois grupos: primários e
secundários. Os grupos primários, como por exemplo a família,
possuem maior grau de interação, intimidade e coesão. Esse
tipo de grupo requer mais tempo para desenvolver graus de
interação e sentimentos comuns aos seus membros. Por sua
vez, os grupos secundários mostram-se menos coesos, menos
íntimos, mais formais e com normas de convivência mais
explícitas.
Esses grupos, como, por exemplo, aqueles formados por pessoas que
compõem a unidade escolar.
Por constituir-se no núcleo básico da sociedade, a família é uma da
instituição social que mais influência no desenvolvimento da criança, pois
desde seu nascimento, a família se constitui o principal ambiente de
desenvolvimento social. Assim como um direito assegurado pelo Estatuto da
Criança e do Adolescente-(ECA) no artigo 4º.
18
É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral do
poder publico assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação
dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura,
à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária.
Assim cabe a família perceber o seu papel na formação do caráter e
personalidade da criança que irá refletir na sociedade. Para Tiba (1996, p.178)
“É dentro de casa, na socialização familiar, que um filho adquire, aprende e
absorve a disciplina para, num futuro próximo, ter saúde social [...]”. E seja qual
for sua formação a família deve desempenhar funções educativas, transmitir
valores culturais, fornecer modelos de formação para o indivíduo viver
socialmente e estabelecer suas relações.
A família é o primeiro grupo de mediação do indivíduo com o mundo
social e é responsável pela sua sobrevivência física e mental, Como afirma
Reis (1984, p.99) “A família é a formadora da nossa primeira identidade social.
Ela é a primeira a quem aprendemos a nos referir.” Nesse sentido é relevante a
participação efetiva dos pais ou responsáveis na vida das crianças no processo
de ensino aprendizagem.
Pois é no seio familiar que também se concretiza o exercício dos direitos
da criança, como cuidados essenciais para possibilitar seu crescimento e
desenvolvimento, desta forma a função da família é tão importante que, na sua
ausência deve-se oferecer à criança outra instituição que se responsabilize
pela transmissão desses valores e condição para inserção na vida social. A
família é para o filho o primeiro modelo de como os adultos se comportam, a
criança incorporará a cultura que a família reproduzir em seu interior. Nesse
contexto Kaloustian (1988, p. 37) relata:
A família é o lugar indispensável para a garantia da
sobrevivência e da proteção integral dos filhos e demais
membros, independentemente do arranjo familiar ou da forma
como vêm se estruturando. É a família que propicia os aportes
19
afetos e, sobretudo materiais necessários ao desenvolvimento
e bem-estar dos seus componentes. Ela desempenha um
papel decisivo na educação formal e informal. É em seu
espaço que são absorvidos os valores éticos e humanitários, e
onde se aprofundam os laços de solidariedade. É também em
seu interior que se constroem as marcas entre as gerações e
são observados valores culturais.
Contudo a escola passou a ser um forte aliado da família na formação
da criança. Para tanto a família deve buscar uma instituição que mais se
assemelhe aos seus costumes e a educação que almeja proporcionar para seu
filho. Nesse sentido, é importante citar Içami Tiba (2002, p. 185) que diz:
”quando a parceria família e escola forem formadas desde o inicio da vida
escolar, a criança só tem a ganhar, pois quando os dois lados falam a mesma
língua e tem os mesmos valores não existem conflitos e discordância na
aprendizagem da criança”.
Ao escolher a instituição a qual irá confiar à educação do seu filho a
família deve ter conhecimento da proposta pedagógica, da estrutura física, a
rotina, se corpo docente está bem estruturado para atender as demandas da
educação infantil que são de educar, cuidar e brincar.
A família ao compartilhar a educação intelectual e doméstica das suas
crianças com a escola deve se atentar para todos os detalhes que envolvem
essa nova rotina diária dos seus filhos para não haver frustrações futuras. É
fundamental que a família e a escola formem uma equipe que busquem atingir
os mesmo objetivos quanto ao desenvolvimento integral da criança seguindo
princípios e critérios, bem como a mesma direção, proporcionando ao aluno
uma segurança na aprendizagem que possibilitará a formação de cidadãos,
éticos, humanos e autônomos para dar prosseguimento aos estágios de
desenvolvimento.
A escola é um significativo espaço de socialização, ela aparece como
elemento mediador na apropriação, pelo individuo, do saber historicamente
acumulado ao longo do desenvolvimento da humanidade. Nessa perspectiva
teórica, assume um papel primordial, pois “a instituição escolar foi criada para
20
desempenhar uma função: a de comunicar às novas gerações os saberes
socialmente produzidos, aqueles que são considerados, em um determinado
momento histórico, válidos e relevantes” (LERNER, 1996, p. 95).
Para iniciação do aluno, entende-se que é nesse espaço que ele se
relacionará com os adultos, talvez os mais importantes da sua vida, depois de
seus pais ou familiares mais próximos. O primeiro contato com a escola marca
para a criança essa importante ampliação de laços afetivos, possibilitando que
a mesma, ao se relacionar com novos adultos e colegas, entre em contato com
diferentes costumes, hábitos, valores, etnias, e religiões. Sendo assim, significa
o reconhecimento do mundo além dos laços e muros de sua casa e da família.
Nesse contexto um bom conceito da função social da escola se encontra
em (Moran 2010): ”Organizar os processos de aprendizagem dos alunos, de
forma que eles desenvolvam as competências necessárias para serem
cidadãos plenos e contribuam para melhorar nossa sociedade”.
Como descreve o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil RCNEI (1998, p. 76):
Além da família nuclear que é constituída pelo pai, mãe e filhos
proliferam hoje famílias monoparentais, nas quais apenas mãe
ou pai esta presente. Existem ainda as famílias que se
reconstituíram por meio de novos casamentos e possuem filhos
advindos dessas relações. Há, também, as famílias extensas,
comuns na história brasileira, nas quais convivem na mesma
casa várias gerações e/ou pessoas ligadas por parentescos
diversos. É possível ainda encontrar varias famílias coabitando
em uma mesma casa. Enfim, parece não haver limites para
arranjos familiares na atualidade.
Na era contemporânea com a mudança do modo de vida familiar,
segundo a PNAD (2001), de um em cada quatro domicílios no Brasil 27,3% é
chefiadas / ou comandadas por mulheres, algo que antes da década de 70
seria quase impossível de se afirmar. No século XXI deflagra novos núcleos
familiares, entretanto as premissas (afeto, proteção, cuidado como citado
acima) continuam ainda em evidencia.
21
Por isso, é cada vez mais importante a parceria entre a família e a
escola, visto que a família é o grupamento primário, elo que dá suporte à
escola especialmente nesta fase inicial. Nesse sentido, é importante citar Içami
Tiba (1996, p.140) que diz: “o ambiente escolar deve ser de uma integração
que complete o ambiente familiar do educando, os quais devem ser agradáveis
e geradores de afetos. Os pais e a escola devem ter princípios muito próximos
para o benefício do filho/aluno”.
Compreendendo o cuidado como parte integrante da educação infantil e
como possibilidade de ajudar ao outro em seu desenvolvimento como ser
humano, pode-se dizer que quanto melhores forem a parceria e a comunicação
entre família e sua escola, mais a criança terá recursos para se desenvolver de
maneira sadia. Para escola, quanto mais conhecimento ela tiver dessa criança,
mais elementos terão para auxiliá-la no seu desenvolvimento. Para a família,
quanto mais sintonizada estiver com o que a criança aprende na escola, mais
capazes estarão para auxiliá-las.
A criança sente-se valorizada quando percebe um interesse das
pessoas de casa naquilo que ela aprende na escola, um espaço tão importante
em sua vida. É por isso que a interação e a aproximação da família com a vida
escolar da criança são de suma importância para que possam compartilhar o
que aprendem e assim potencializar seu aprendizado. Nesse contexto
Fontoura (1970, p. 285) relata:
Em todo tempo, família e escola se completam – por outro
lado, o carinho da família, o cuidado materno é insubstituível
[...] a melhor organização educacional não vale o amor de uma
mãe. Razão por que a criança não deve ser totalmente
entregue a escola [...] nem por isso deve a família
desinteressar-se desde então da educação da criança, mas ao
contrario,deve observar, acompanhar e complementar a tarefa
da escola, agindo de comum acordo com ela.
A parceria família – escola é cada vez mais percebida como fundamental
para o sucesso educacional e social das crianças que adentram na sociedade
e precisam destas duas instituições, que a principio são suas primeiras bases
de conhecimento de mundo. Que esteja cada vez mais em sintonia e juntas
22
para alcançarem seu objetivo maior que é formar o cidadão independente e
crítico.
Diante das mudanças sociais que não tem mais unicamente a genitora
como membro cuidador da criança nos anos inicias, a família e a sociedade
passam a ter a escola como parceira indispensável na formação de cuidar da
criança.
1.2 A FAMÍLIA E O PROCESSO APRENDIZAGEM
A influência da família no processo de ensino aprendizagem da criança
constitui-se como referencial fundamental para a formação do educando, nessa
articulação que a educação acontece de forma construtiva. A família,
especialmente os pais, ocupa um importante papel na mudança do
comportamento de seus filhos. Eles intervêm no desenvolvimento humano do
indivíduo, na relação com o meio natural e social. No ambiente familiar, o modo
de ser do sujeito pode ser aprendido por meio de imitações, de significados
atribuídos às determinadas situações que se dão na convivência via discurso
das pessoas da família ou via comportamentos. É na família, que a criança
aprende a se relacionar com o outro, que aprende mitos, crenças e valores que
traçam seu perfil como pessoa. Coll (2004, p.406) descreve:
Que a família é o contexto mais importante nos primeiros anos
de vida da criança ninguém questiona. O saber popular
descreve bem tal ambiente, afirmando que as meninas e os
meninos adquirem ali as primeiras habilidades: na família,
aprendem a rir e a brincar, aprendem os hábitos básicos - por
exemplo, aqueles relacionados com a alimentação - e outros
muito mais complexos – por exemplo, a relacionarem-se com
as pessoas.
Partindo do principio que a família é o seio da aprendizagem da criança,
instituição na qual começa os primeiros contatos com os valores, cultura,
linguagem e sentimentos, procedimentos que contribuem para formação inicial
do ser. Entretanto, institui-se que ela não é o único agente educacional
possível. O processo começa nela, mas não termina ali. Existem diversos
23
contextos que contribuem para essa formação dentre eles a escola como
agente colaborador na aquisição destes valores.
Na conjuntura família escola a criança desenvolve um aprendizado
distinto, pois são contextos diferentes, mas a criança é a mesma que assume
papeis específicos, interações peculiares e aprende, em cada lugar, aspectos
da cultura e maneiras de apropriar-se do que tem significado no seu contexto, e
tenta utiliza-lo no outro:
Como não poderia ser de outra maneira, a interação que vai
fazendo do mundo, das suas regularidades, das normas que o
regem e do papel que desempenha reflete naquilo que se
encontra em ambos os contextos. O que se apresenta tem
elementos específicos de cada meio e de outros que são
comuns, especialmente nessa etapa. Assim, pode ser que,
somente na escola, a criança tem oportunidade de discutir com
um companheiro sobre a posse de um objeto, porém, tanto em
casa como na escola, terá a oportunidade de fazer uma
refeição; somente em casa vê televisão, mas tanto em casa
como na escola é preciso recolher brinquedos cada vez que
acaba um jogo (BASSEDAS, 1999, p. 283).
A educação vai muito além do que discutir conteúdo programático e
outros elementos pedagógicos, pois, o que se deve fazer é refletir melhor sobre
ela. E que educação (conhecimento) não é somente adquirida na Escola, mas
também aquela que vem de casa, ou seja, com a imprescindível participação
da família.
Para compreender os processos de desenvolvimento e seus impactos
na pessoa, é preciso focalizar tanto o contexto familiar quanto o escolar e suas
inter-relações. A família não é somente o berço da cultura e a base da
sociedade futura, mas é também o centro da vida social. A educação bem
sucedida da criança na família é que vai servir de apoio à sua criatividade e ao
seu comportamento produtivo quando for adulto.
Segundo Pero (1997) a família tem sido e será a influência mais
poderosa para o desenvolvimento da personalidade e do caráter das pessoas.
Assim, pode-se dizer que a criança precisa sentir que faz parte de uma família
24
e que essa família possa dar a ela o necessário para que cresça e viva como
um verdadeiro cidadão.
Todavia, para que isso aconteça é necessário que a família realmente
participe da vida escolar de seu filho. Que a família tenha comprometimento,
envolvimento com sua vida gerando assim, um sentimento de amor, fazendo
sentir-se amparado e valorizado como ser humano.
Quando falta ao educando um ambiente familiar saudável e
equilibrado, no qual ele convive com uma desestrutura familiar, ou seja, a
ausência de pai, de mãe, ele muitas vezes se deixa levar pelo impulso em
direção da irresponsabilidade ou inconseqüência, gerando assim ações
inadequadas e insensatas que irão desorganizar e prejudicar a formação do
seu caráter e da sua personalidade, por isso a participação da família na
educação formal da criança deve ser constante e consciente. Vida familiar e
vida escolar são simultâneas e complementares.
O pensamento propriamente dito é gerado pela motivação,
munida da participação não só do educador como tal de todo o
campo escolar, tanto
isto é, por nossos desejos e
necessidades, nossos interesses e emoções. Por trás de cada
pensamento há uma tendência afetivo-volutiva. Uma
compreensão plena e verdadeira do pensamento de outrem só
é possível quando entendemos sua base afetivo-volutiva. Para
ele a aprendizagem sempre inclui relações entre as pessoas. A
relação do individuo com o mundo está sempre medida pelo
outro. Não há como aprender e apreender o mundo se não
tivermos o outro, aquele que nos fornece os significados que
permitem pensar o mundo a nossa volta. Com isso entende-se
que o desenvolvimento do individuo é um processo que se dá
de fora para dentro, sendo que o meio social e familiar
influência o processo de ensino-aprendizagem. (VYGOTSKY,
1991 p. 101).
A instituição escolar sozinha não tem condições de preencher todas as
demandas existentes na formação educacional e cultural dos seus educandos.
É imprescindível que as escolas estejam preparadas para atender a realidade
atual, com profissionais qualificados. Contudo deve-se compreender que o
papel da família é importante no processo de ensino aprendizagem da criança.
25
Vale lembrar a iniciativa do Ministério da Educação e Cultura, que
instituiu a data de 24 de abril como o Dia Nacional da Família na Escola. Em
que família dos alunos possa participar de suas atividades educativas, pois
conforme declaração do Ministro Paulo Renato Souza: “Quando os pais se
envolvem na educação dos filhos, eles aprendem mais”. Além do mais, o
acompanhamento familiar pode evitar uma possível reprovação e possibilitar o
verdadeiro aprendizado do educando. Ressalta-se ainda que se houver a
parceria entre família e escola, possivelmente, ocorrerá o alcance de bons
resultados em relação à educação, os valores, e a formação do caráter além,
da carência afetiva que muitas crianças trazem de casa, esperando que o
professor supra essa necessidade.
Portanto, escola e família como parceiras buscam incumbir-se de
facilitar tanto os meios que almeja os propósitos pedagógicos quanto aos
sociais de forma que as novas estratégicas de aprendizagem possam atingir
patamares aceitáveis de qualidade educativa.
26
2 CONHECENDO A ESCOLA - CARACTERIZAÇÕES DO CAMPO DE
PESQUISA
O colégio X, uma instituição privada que atende alunos da classe média
e alta na educação infantil. A qual está localiza na Rua Clara Nunes , 18, no
bairro da Pituba, considerado um bairro nobre da cidade de Salvador.
A escola possui quatro salas de aula de educação infantil (grupo 2 ao
grupo 5) e 10 salas do ensino fundamental (1° ano ao 5° ano), uma biblioteca,
uma sala de música com televisão e DVD, uma sala de informática, sala da
coordenação, direção, vice-direção, secretária, almoxarifado, sala de materiais
esportivos, campinho de futebol, quadra, pátio coberto, onde faz eventos,
parques, onde tem um é com espaço de areia e os outros de grama, piscina
climatizada local que alguns alunos praticam natação como atividade
complementar possuem banheiros adequados paras as crianças e banheiros
separados para os adultos, uma cozinha, e recentemente um bosque
encantado para que as crianças possam correr, brincar e pular muito.
As salas de aula da educação infantil são amplas, arejadas e ilustradas
para que as crianças construam noções de espaço e possibilitem o
aprendizado. Possuem mesas e cadeiras adequadas para as crianças, cada
sala da educação infantil tem uma varanda onde brincam e fazem atividades
externas, possuem armários onde ficam localizados os materiais que serão
utilizados no dia a dia da aula, os livros e brinquedos ficam em partes mais
baixas dos armários para que as crianças possam ter acesso.
Quanto à organização administrativa da instituição possui supervisora
pedagógica para educação infantil, diretora, secretária, porteiros, estagiários,
auxiliares de classe e limpeza. O seu corpo docente é composto por 40
professores, dentre eles o de inglês, música, informática, educação física e os
professores que ficam de segunda a sexta-feira em sala de aula, profissionais
27
qualificados que possuem graduação e pós-graduação. Cada turma tem no
máximo 21 alunos e dependendo da idade das crianças, na sala de aula da
educação infantil alem da professora ficam uma estagiaria e uma auxiliar para
garantir a segurança da criança. A escola consta com mais de 200 alunos
matriculados filhos de indivíduos de classe média e alta da cidade salvador.
2.1 GESTÃO PEDAGÓGICA E A FAMÍLIA
Quanto ao aspecto pedagógico à instituição trabalha em uma
perspectiva construtivista na tentativa que o educando participe ativamente do
próprio aprendizado, mediante a experimentação, a atividades em grupo, o
estimulo a dúvida e o desenvolvimento do raciocínio, valores éticos-políticos:
amor, solidariedade, honestidade, autonomia, liberdade e respeito, entre outros
procedimentos.
O aluno a partir de sua ação vai estabelecendo as propriedades dos
objetos e construindo as características do mundo. Nesta instituição a criança é
vista na perspectiva de Vygotsky (1982) como ser social, histórico, agente
ativo do processo de construção do conhecimento. As atividades têm sempre
um
caráter
lúdico,
dinâmico,
criativo,
desafiador
e
interdisciplinar,
compreendendo a importância da interação social, autonomia e curiosidade, os
conteúdos são vistos como meio e não como fim da aprendizagem. Para
Vygotsky (1982, p.137) o sujeito é ativo, ele age sobre o meio. Para ele, não há
a "natureza humana", a "essência humana". Somos primeiro sociais e depois
nos individualizamos. Nas palavras de Rego (2002, p.98) ao descrever a teoria
Vygotskyana:
Em síntese, nessa abordagem, o sujeito produtor de
conhecimento não é um mero receptáculo que absorve e
contempla o real nem o portador de verdades oriundas de um
plano ideal; pelo contrário, é um sujeito ativo que em sua
relação com o mundo, com seu objeto de estudo, reconstrói (no
seu pensamento) este mundo.
A escola trabalha com Projetos que são discutidos e programados
anualmente com toda a equipe pedagógica, buscando uma aprendizagem
28
significativa que desperte o prazer em aprender. Levando, assim, as crianças a
despertar a curiosidade, criatividade e ao pensamento reflexivo para solução
de situações-problema e o desenvolvimento da autonomia. O trabalho com
projetos possibilita a integração das áreas do conhecimento evitando a
fragmentação, permitindo um bom desenvolvimento intelectual das crianças por
meio de um maior envolvimento. Sendo assim, o professor é um incentivador
da interação entre as crianças e o mundo que as cerca, proporcionando sua
participação ativa, gerando possibilidades de uma aprendizagem significativa e
contextualizada.
O construtivismo prevê que o conhecimento se constrói pela interação
do individuo com o meio físico e social, com o simbolismo humano, com o
mundo das relações sociais, sendo assim a família como uma instituição social
tem Influência direta com o aprendizado da criança.
Ao que se refere à importância da participação da família no processo de
aprendizagem da criança, a gestão pedagógica entende que tanto a escola
como a família tem seus acordos de convivência e funções distintas. Portanto
faz-se necessário uma parceria para garantir uma educação de qualidade onde
a família tem papel preponderante no desenvolvimento da criança e sua
socialização na escola. Sendo necessário manter um contato constante com os
pais ou responsáveis. Como descreve o Referencial Curricular Nacional da
Educação Infantil - RCNEI (1998, p. 78):
As reuniões para discussão sobre o andamento dos trabalhos
com as crianças são sempre bem-vindas e se constituem em
um direito dos pais. No entanto, a participação das famílias não
deve estar sujeita a uma única possibilidade. As instituições de
educação infantil precisam pensar em formas mais variadas de
participação de modo a atender necessidades e interesses
também diversificados.
As reuniões de pais são fundamentais para concretizar a parceria, podese dizer que é um dos pilares de sustentação do trabalho da instituição, pois
segundo a supervisora a parceria da família com a escola é fundamental para o
processo formativo das crianças. Visto que nestas reuniões são abordados
29
pontos relevantes das técnicas utilizadas para o aprendizado da criança e
discutidos procedimentos que possibilitam a parceria da família com a
instituição e são apresentados sugestões e resultados alcançados ou
desejados pelas partes envolvidas.
Outras atividades realizadas com os pais, objetivando o fortalecimento
dessa parceria, são:
Palestras relativas às temáticas sobre o cuidado e a educação das crianças
com o objetivo de estreitar a relação escola família;
Oficinas pedagógicas, que propiciam a interação com as atividades
desenvolvidas pelas crianças para que os pais conheçam o trabalho
realizado pela instituição;
Encontros da família para atividades culturais e de lazer a exemplo das
festas juninas, das crianças, da família, dos avôs para fortalecer a relação
de parceria e compromisso com o desenvolvimento integral da criança;
Bem como o incentivo à participação dos pais em projetos didáticos
realizados pela escola.
Nesse sentido, é importante citar, no Parágrafo único do Capítulo IV do
Estatuto da Criança e do Adolescente (BRASIL, 1990), diz que ”é direito dos
pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem com participar
da definição das propostas educacionais”, ou seja, a instituição já está
cumprindo um direito assegurado por lei aos envolvidos nesse processo
deixando também o espaço aberto para que os mesmo possam expor suas
opiniões.
A escola trabalha com projetos que são feitos com a participação de
todos envolvidos no processo de ensino aprendizagem para que possam
contribuir e responsabilizar-se pela construção do mesmo. Projetos que
buscam desenvolver autonomia, oralidade, contato com escrita, construção da
identidade entre outros aspectos e a cada final de ano eles são rediscutidos e
modificados. Tendo esses projetos em mãos os professores articulam suas
30
aulas trabalhando com o lúdico, procurando desenvolver a imaginação,
criatividade, a socialização, a oralidade, a escrita entre outros aspectos.
As atividades são feitas de forma dinâmica e criativa, para que os alunos
sintam prazer em participar, de forma que o professor chame a atenção do
aluno para a atividade havendo assim a relação de ensino aprendizagem.
A escola possui um grupo de estudos formado por professores,
coordenadora e direção que busca discutir com toda a equipe pedagógica
situações que ocorrem no dia a dia da escola. Para que assim, possam
melhorar sua prática em sala de aula e como lidar com as situações problema
do cotidiano. Ao final desse encontro o grupo registra em um portfólio as
discussões, opiniões e soluções para as questões levantadas, ficando assim,
documentado para futuras pesquisas e o crescimento dos profissionais e da
instituição.
Trabalhar com a relação família - escola para a gestão é muito
importante e significativo para formação e prática pedagógica em especial na
educação infantil, pois nessa fase a criança está passando por um processo de
desenvolvimento nos aspectos intelectual, emocional, social e motor. Sua
capacidade de aprender e estabelecer as bases para a formação de uma
pessoa ética e capaz de viver em sociedade é muito maior e as descobertas
desta fase nos trazem novas perspectivas a serem desenvolvidas. Segundo o
próprio Piaget (2000, p. 50):
Uma ligação estreita e continuada entre os professores e os
pais leva, pois a muita coisa mais que a uma informação
mútua: este intercâmbio acaba resultando em ajuda recíproca
e, freqüentemente, em aperfeiçoamento real dos métodos. Ao
aproximar a escola da vida ou das preocupações profissionais
dos pais, e ao proporcionar, reciprocamente, aos pais um
interesse pelas coisas da escola, chega-se até mesmo a uma
divisão de responsabilidades (...).
A experiência na instituição pesquisada possibilita a confirmação do
compromisso da equipe escolar em fazer desta relação família - escola algo
31
prazeroso e construtivo para ambas as partes na qual o maior beneficiado é o
educando.
Quanto à rotina observada na escola, os portões são abertos às
07h00min, onde fica o porteiro que permite o acesso à escola, os alunos do
ensino fundamental ficam aguardando o horário da aula no pátio e os alunos da
educação infantil são conduzidos pelos responsáveis a sala onde no primeiro
momento encontra com as estagiarias que recepcionam e ficam com eles até a
chegada das professoras, 07h30min as professoras vão para as suas salas e
08h00min acontece à primeira roda de atividades com música, e diálogo para
desenvolver a oralidade, 09h00min horas vão para o parquinho, 09h30min
retornam para sala onde é servido o lanche, 09h30min eles vão para a varanda
junto com a estagiaria para brincarem ou a estagiaria contar uma história,
enquanto a professora vai lanchar e a auxiliar limpa a sala.
A brincadeira e o faz de conta criam a Zona de Desenvolvimento
Proximal na criança, que através da mediação de colegas, família, e
educadores, a criança irá passar para o desenvolvimento potencial. No faz de
conta, a criança passa a dirigir seu comportamento pelo mundo imaginário, isto
é, o pensamento está separado dos objetos e a ação surge das idéias. Assim
do ponto de vista do desenvolvimento, o jogo do faz de conta pode ser
considerado um meio para desenvolver o pensamento abstrato, em que a
imaginação é uma ação, sendo ela concreta ou não, mas acima de tudo é algo
em permanente amadurecimento.
Ainda fazendo referência à concepção de Vygotsky, ao reproduzir o
comportamento social do adulto em seus jogos, a criança está combinando
situações reais com elementos de sua ação fantasiosa.
Esta fantasia surge da necessidade da criança de reproduzir o cotidiano
da vida do adulto da qual ela ainda não pode participar como gostaria.
Contudo, esta elaboração no faz de conta necessita de conhecimentos prévios
do mundo que a cerca, portanto, quanto mais ricas forem suas experiências,
mais informação a criança irá dispor para materializar em seus jogos lúdicos.
32
Nesse entendimento seus estudos contribuem com relação ao brincar,
afirmando que ele irá permitir que a criança aprenda e elabora e resolver
situações conflitantes que vivência ou vivenciará no seu cotidiano. Para isso a
criança usará suas capacidades básicas como a observação, imitação e
imaginação.
A instituição acredita que os contos de fadas têm linguagem metafórica
que se comunica facilmente com o pensamento mágico, natural das crianças. E
o contato com as histórias não somente amplia o horizonte cultural das
crianças como promove seu enriquecimento lingüístico e literário, mas também
coloca em doação, a disponibilidade do contador, contemplando a equilibrada
formação das crianças em sua relação com eles mesmos e com o mundo.
Na volta da professora é feita à segunda roda que é o momento da arte,
experiências que fazem com os alunos explorem, manipulem os materiais
apresentados pela professora ou atividades para trabalhar a coordenação
motora através de movimentos do corpo. A partir de 11h45min os portões são
abertos e os responsáveis entram para buscá-los.
2.2 ENFIM A REALIDADE - CONHECENDO DADOS
A metodologia científica utilizada para o levantamento dos dados
contidos no presente estudo é a pesquisa qualitativa, que teve caráter
descritivo onde busquei descrever as características, propriedades do
colégio X. Justifica-se também com base nas definições de Godoy (1995, p.
21). “[...] a pesquisa qualitativa ocupa um reconhecido lugar entre as varias
possibilidades de se estudar os fenômenos que envolvem os seres
humanos e suas intrincadas relações sociais, estabelecidas em diversos
ambientes.”
Segundo MENGA & ANDRÉ (1986, p.11-13) estabelecem as
seguintes características para a pesquisa qualitativa:
33
1. A pesquisa qualitativa tem o ambiente natural como sua fonte direta
de dados e o pesquisador como seu principal instrumento. (...) 2. Os
dados coletados são predominantemente descritivos. (...) 3. A
preocupação com o processo é muito maior do que com o produto. (...)
4. O “significado” que as pessoas dão as coisas e à sua vida são focos
de atenção especial pelo pesquisador. (...) 5. Análise dos dados tente a
seguir um processo indutivo.
Fiz uso da pesquisa exploratória e bibliográfica. Na pesquisa
exploratória obtenho maiores informações sobre determinado assunto
investigado, onde a finalidade do estudo é averiguar de que forma a escola
se relaciona com a família para compartilhar o processo de ensinoaprendizagem da criança na educação infantil na construção de valores e
de conhecimentos.
Para Babbie (1986) a pesquisa exploratória é um estudo preliminar feito
para desenvolver ou refinar hipóteses, ou testar e definir os métodos de
coleta de dados.
Como citado acima usei também a pesquisa bibliográfica reunindo
autores para discussão teórica. Usando material já divulgado, como: livros,
artigos, material disponibilizado na internet.
Segundo a professora Márcia Rita Trindade Leite Malheiros (2010),
a pesquisa bibliográfica levanta o conhecimento disponível na área,
possibilitando que o pesquisador conheça as teorias produzidas, analisando-as
e avaliando sua contribuição para compreender ou explicar o seu problema
objeto de investigação.
Neste trabalho, os instrumentos metodológicos utilizados foram
observações (participante) e questionários que tiveram o papel de constatar
que a participação da família na escola é necessária, para o acompanhamento
da criança no processo de desenvolvimento cognitivo, social, ético (humano)
de forma integral.
34
Segundo Ludke (1986) a observação direta permite que o observador se
aproxime da “realidade do sujeito”, sendo muito relevante nas abordagens
qualitativas.
Assim,
na
medida
em
que
o
observador
vivencia
os
conhecimentos adquiridos pelos sujeitos, o mesmo consegue obter resultados
significados na busca pela resposta do que procura.
A observação participante foi muito importante para a realização do
presente estudo, pois através dela pude analisar a questão da parceria escola família no desenvolvimento das crianças da educação infantil.
As observações foram realizadas no colégio X, pela manhã, no ano de
2010 em que estagiei. Através da técnica de observação tornou-se possível
perceber se realmente é importante à família e a escola caminharem juntas
para desenvolvimento da criança.
As informações obtidas no presente trabalho foram através de
questionários, pois achei que ia facilitar no momento de analise das
informações. Para a aplicação do questionário com a família tive que pedir
autorização à gestora, pois o colégio X não permite que estagiária tenha um
contato próximo com os pais.
Foram aplicados um total de 14 questionários sendo três à docência, um
a gestão e dez à família de alunos do grupo 4 da escola X com o intuito de
saber qual a relação família – escola no processo de aprendizagem da criança.
Para analise e compreensão dos dados foram elencados dois eixos:
A. Ponto de vista da família
B. Ponto de vista da docência e gestão
A. Ponto de vista da família
Com relação ao questionário aplicado com a família à questão 1
pergunta: Você acompanha seu filho na escola?
35
100 % dos responsáveis pelas crianças responderam que acompanham
seus filhos na escola, estas respostas demonstram o quanto à família está
conscientizando-se do valor e da importância em acompanhar seu filho (a) à
escola.
Com relação à questão 2) Você considera importante a participação da
família na escola?
Apenas um pai não considera importante a participação da família na
escola, este número não representa nem 10% dos entrevistados, percebe-se
que em geral, a família está consciente do valor e da importância de sua
participação na educação do seu filho (a). E formalizando a conduta correta
dos pais não se pode deixar de registrar iniciativa do MEC que instituiu a data
de 24 de abril como o Dia Nacional da Família na Escola. Neste, todas as
escolas deveriam convidar os familiares dos alunos para participar de suas
atividades educativas, pois conforme declaração do Ministro Paulo Renato
Souza: “Quando os pais se envolvem na educação dos filhos, eles aprendem
mais".
Nogueira (1998) explica que a participação dos pais na vida escolar
dos filhos, pode influenciar de modo efetivo o desenvolvimento escolar dos
filhos. O entrosamento dos pais com a escola deve favorecer a reflexão de
diferentes aspectos pedagógicos.
Questão 3) Sem a participação da família a escola dá conta de
promover a formação do aluno (a)?
Cerca de 70% dos responsáveis acredita ser relevante o papel da
família na formação do aluno (a) e 30% não considera importante esse
processo. Uma minoria não acredita que sua participação venha causar
qualquer tipo de influencia no aprendizado da criança. Nesse sentido, é
importante referenciar a relação família e educação como Nérici (1972, p.12)
afirma: “A influência da Família, no entanto, é básica e fundamental no
processo educativo do imaturo e nenhuma outra instituição está em condições
de substituí-la”.
36
A opinião dos pais para a questão 4) Como deve ser a relação famíliaescola?
100% acredita que está relação deve ser presente com confiança na
quais ambas contribuam para o crescimento desses individuo. O dever da
família com o processo de escolaridade e a importância da sua presença no
contexto escolar é publicamente reconhecido na legislação nacional e nas
diretrizes do Ministério da Educação aprovadas no decorrer dos anos 90, tais
como: Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8069/90), nos artigos 4º e 5º
que tratam dos direitos relacionados à educação, à saúde, à vida familiar e à
vida em sociedade, além de também dispor sobre os deveres:
É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e
do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a
efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à
liberdade e à convivência familiar e comunitária. [...]
Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer
forma de negligência, discriminação, exploração, violência,
crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer
atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos
fundamentais.
Na questão 5) Você contribui com a escola para o processo de
aprendizado do seu (a) filho (a)?
Uma mãe respondeu “sim, Ajudo meu filho a programar, ou melhor,
planejar seus estudos seus horários, além de tirar suas dúvidas quando
necessita”. Tiba (2002, p.181), afirma que “se os pais acompanharem o
rendimento escolar do filho desde o começo do ano, poderão identificar
precocemente essas tendências e, com o apoio dos professores, reativarem
seu interesse por determinada disciplina em que vai mal”. De acordo com as
respostas dos responsáveis todos contribuem como família para o processo de
aprendizagem das crianças.
Já na questão 6) Existem estratégias na escola do seu (a) filho (a) para
articular-se à família?
O resultado obtido é que a maioria dos pais está ciente dos eventos
propostos pela instituição com objetivo de trazer a família para a comunidade
37
escolar e alguns mostraram não terem interesse em se informar sobre o
assunto o que demonstra contradição em suas resposta ao informar
participação no processo de ensino-aprendizado dos seus filhos (a). Como diz
Paro (1997, p.30):
A escola deve utilizar todas as oportunidades de contato com
os pais, para passar informações relevantes sobre seus
objetivos, recursos, problemas e também sobre as questões
pedagógicas. Só assim, a família irá se sentir comprometida
com a melhoria da qualidade escolar e com o desenvolvimento
de seu filho como ser humano.
Essas estratégias de participação da família com a escola podem
promover trocas de formas recíprocas e os suportes mútuos devem ser
predominantes do relacionamento, os profissionais da instituição devem
partilhar, com os pais, conhecimentos sobre desenvolvimento infantil e
informações relevantes sobre as crianças utilizando uma sistemática de
comunicação regular.
B. Ponto de vista da Docência e Gestão
Com relação ao questionário aplicado a docência e a gestão com
relação à questão 1) No projeto pedagógico da instituição são abordadas
praticas que contemplem a relação família – escola?
Com relação a está questão 100% da equipe de docência e gestão
afirmaram o compromisso da instituição em desenvolver projetos que
contemplam está relação.
As
respostas
são
unânimes
na
questão
2)
A
família
tem
responsabilidade na preparação do sujeito para as diversas situações de
convivência social?
Os profissionais da instituição acreditam que ambas devem trabalhar em
conjunto para alcançar o objetivo de todos os envolvidos nesse processo de
ensino - aprendizado. Neste mesmo contexto, Chinoy (2008, p. 27) afirma que
ao deparar com o ambiente escolar a criança deve ter desenvolvido a
afetividade e a sociabilidade, pois é uma das funções da família promover o
38
desenvolvimento emocional para que os indivíduos possam estar convivendo
harmoniosamente com outras pessoas, bem como lidar com os conflitos.
De acordo como os docentes e a gestora da escola na questão 3) Você
tem alguma maneira de analisar a participação da família no desempenho do
aluno?
A gestora e os docentes cada um com sua individualidade responderam
que consideram a participação da família; quando eles participam das reuniões,
compartilham das atividades desenvolvidas com as crianças, enfim quando
estão envolvidos diretamente no aprendizado do seu filho (a). Como afirma
Antunes (2008, p.89).
É sempre expressiva,quando comparadas com os demais ,a
evolução de um aluno que se vê cercado de adultos que
assistem ao seu crescimento com acentuado interesse. O
verdadeiro sentido da efetividade é inspirar segurança e
desenvolver capacidades para a superação de desafios. Nesse
sentido [...] cobrar coerência - e rigor, se necessário [...]
desenvolver nos alunos e nos filhos um quadro referencial de
valores.
Neste aspecto, parceria mútua entre os envolvidos nesse processo de
ensino e aprendizagem como oferta de colaboração, todos são beneficiados, a
família, a escola, e principalmente a criança.
Questão 4 - Existe participação da família no processo de aprendizagem
da criança?
A resposta de uma das entrevistadas foi de uma professora - “Sim.
Sempre que necessário, as famílias estão presentes na instituição buscando
compreender o aprendizado de seus filhos e assim poder ajudá-los de uma
melhor forma”. 100% do resultado obtido é que família tem uma participação
ativa no processo de ensino aprendizagem dos seus filhos (a) mesmo alguns
tendo respondido que a participação de uns determinados pais é apenas de
cobrança o que contradiz algumas respostas, pois participar é contribuir e
dividir as responsabilidades e não transferi-las para o outro. Paro (1995, p. 223)
diz:
39
[...] a escola deve sugerir aos pais nas reuniões a aproximação
dos mesmos, proporcionando o esclarecimento sobre a
percepção de quanto a sua presença é importante,
póssibilitando assim desenvolver nos filhos atitudes e
comportamentos favoraveis aos estudos de modo geral.
Na questão 5 Na instituição são desenvolvidas atividades para facilitar a
participação da família na escola?
São unânimes as respostas dos docentes quando o assunto são
atividades para facilitar a participação da família na escola o que se percebe o
compromisso da instituição em desenvolver atividades que contemplam a
participação da família na escola.
Como se efetivou no relato de uma escola no interior de São
Paulo, no quadro de avisos, uma solicitação de pedreiros,
pintores e vigias. Foi perguntado ao diretor se teve retorno
significativo para as solicitações. Devido à demanda de
serviços oferecidos pelos pais que nem mesmo sabia recusálas. Esse gestor, há anos na mesma escola, criara aos poucos
uma cultura cooperativa que, sensibilizando apenas alguns no
início, acabou por contagiar a maioria (ANTUNES, 2008.p.92).
Desta maneira pode-se perceber o quanto é importante viabilizar a
comunicação com a família não só no âmbito pedagógico, mas a importância
de estar em contato com o ambiente educacional.
Em decorrência dos resultados obtidos nestes questionamentos pode-se
perceber que essa união entre a família e a escola é de suma importância para
o sucesso e desenvolvimento intelectual e moral na formação desses
indivíduos e compreender como a família tem capacidade para auxiliar a escola
no processo de aprendizagem da criança. De acordo com Silva (2005, p.12), “A
escola não deveria viver sem a família e nem a família deveria viver sem a
escola. Uma depende da outra na tentativa de alcançar o maior objetivo, qual
seja, o melhor futuro para o filho e educando e, automaticamente, para toda a
sociedade”.
40
4 REFLEXÕES FINAIS
Diante das mudanças ocorridas no cenário educativo, verifica-se a
necessidade de fortalecer a relação família escola, para atender as exigências
da sociedade, além de promover um aprendizado de qualidade para o
educando.
O objetivo do trabalho foi alcançado, pois ficou evidenciado a forma que
a escola se relaciona com a família para compartilhar o processo de ensinoaprendizagem na construção de valores e conhecimentos.
Ao decorrer do trabalho foi surgindo vários questionamentos, além do
problema do trabalho surgiu outra que me fez ir mais a fundo nas observações
feitas no colégio X. Por que participar da vida escolar dos filhos é importante?
Pude perceber que quanto mais os pais se preocupam e sabem a respeito do
que seu filho (a) está estudando ou o que acontece no âmbito escolar, mais
subsídios
terão
para
formar
uma
boa
parceria
com
a
escola,
no
acompanhamento da criança ou em eventuais ajudas em seu percurso.
Posso dizer que quanto melhor for à parceria e o diálogo entre a família
e escola, mais a criança terá recursos para se desenvolver. Além, do que a
criança sente-se valorizada quando percebe um interesse das pessoas de casa
naquilo que ela aprende na escola, um espaço tão importante em sua vida.
Com relação ao objeto de estudo, pode-se afirmar perante os resultados
obtidos no colégio X, foi satisfatório, pois o mesmo trabalha na perspectiva de
valorização e parceria da relação família - escola. Nesse sentido, a hipótese foi
confirmada, pois se percebeu o quanto à relação entre essas duas instituições
que são de suma importância para o desenvolvimento do cidadão contribui no
aprimoramento do processo de ensino-aprendizagem da criança.
41
É pertinente que haja uma maior conscientização do papel de cada
instituição, que sejam reconhecidas todas as potencialidades da escola, da
família
e
dos
filhos/alunos,
que
sejam
estimulados,
autoconfiantes,
conscientes, que tomem iniciativas para contribuições do convívio social, sendo
sensíveis, criativos e se aperfeiçoe cada vez mais para fortalecer essa união e
consequentemente aprimorar a realidade em que se encontram.
Diante dessa experiência, compreende-se que a relação família – escola
tem como responsabilidade interagir entre si para proporcionar o sucesso de
todos. É tarefa dá família proteger e educar seus filhos (a) transmitindo valores
essenciais para torná-lo um indivíduo de bem e acompanhá-lo no seu
desenvolvimento pessoal e intelectual. À escola cabe o compromisso de dar
continuidade a esses ensinamentos e proporcionar uma parceria com todos os
alunos, pais e docentes para que a construção do conhecimento aconteça de
forma
construtiva
para
todos
envolvidos
nesse
processo
de
ensino
aprendizado. As relações entre a família e a escola somente podem ser
construtivas se estiver baseadas no respeito mútuo, na confiança e na
aceitação das peculiaridades de cada um.
Portanto, estes são os benefícios que a parceria família – escola agrega
para evolução na aprendizagem das crianças em especial na educação infantil
no aspecto geral como sujeitos formadores de opiniões e críticos.
42
REFERÊNCIAS
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no âmbito do público e do privado. cogitare enferm., curitiba, v. 1 n. 2, p.
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VYGOTSKY, L. S. Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes,
1982.
45
APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO APLICADO COM A FAMÍLIA
Salvador, Fevereiro de 2011.
Prezado Senhor (a),
Sou concluinte do Curso de Pedagogia da UNIVERSIDADE ESTADUAL DA
BAHIA e estou realizando uma pesquisa de campo com o objetivo de colaborar
para com as pesquisas no âmbito da pedagogia.
Para tanto conto com sua colaboração, desde já meus agradecimentos.
Atenciosamente,
Ana Paula Sacramento de Veneza
INFORMANTE:
______________________________________________________
FUNÇÃO:
__________________________________________________________
OPINIÃO COLETADA DA FAMÍLIA
1. Você acompanha seu filho na escola?Quantas Vezes?
( ) Sim ( ) Não
( ) 01 vez no mês
( ) 01 vez por semestre ( ) mais de 02 vezes
por semestre
( ) ao final da unidade ( ) penas quando a escola convida.
2. Você considera importante a participação da família na escola? Justifique
sua resposta.
( ) Sim ( ) Não
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
46
3. Sem a participação da família a escola dá conta de promover a formação do
aluno (a)? Justifique sua resposta.
( ) Sim ( ) Não
:_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
4. Em sua opinião, como deve ser a relação família - escola?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
5. Você contribui com a escola para o processo de aprendizado do seu (a) filho
(a)?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
6. Existem estratégias na escola do seu (a) filho (a) para articular-se à família?
Justifique sua resposta.
( ) Sim ( ) Não
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
47
APÊNDICE B - QUESTIONÁRIO APLICADO NA GESTÃO E DOCENCIA
Salvador, fevereiro de 2011.
Prezado Senhor (a),
Sou concluinte do Curso de Pedagogia da UNIVERSIDADE ESTADUAL DA
BAHIA e estou realizando uma pesquisa de campo com o objetivo de colaborar
para com as pesquisas no âmbito da pedagogia.
Para tanto conto com sua colaboração, desde já meus agradecimentos.
Atenciosamente,
Ana Paula Sacramento de Veneza
INFORMANTE:
______________________________________________________
FUNÇÃO:
__________________________________________________________
OPINIÃO COLETADA DA SUPERVISÃO E DOCENCIA
1. No projeto pedagógico da instituição são abordadas praticas que
contemplem a relação família-escola?
( ) Sim ( ) Não
2. Em sua opinião, a família tem responsabilidade na preparação do sujeito
para as diversas situações de convivência social?
( ) Sim ( ) Não
3. Você tem alguma maneira de analisar a participação da família no
desempenho do aluno?
( ) Sim ( ) Não
48
4. Existe participação da família no processo de aprendizagem da criança na
instituição que você atua?
( ) Sim ( ) Não
5. Na instituição são desenvolvidas atividades para facilitar a participação da
família na escola?
( ) Sim ( ) Não
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