UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Administração Bruno Eiti Kuroishi Diego Vinicius Ferreira Felipe dos Santos Muniz Lucas Dias dos Santos Adas MARKETING DE RELACIONAMENTO BSB EPIs – Lins - SP LINS 2010 BRUNO EITI KUROISHI DIEGO VINICIUS FERREIRA FELIPE DOS SANTOS MUNIZ LUCAS DIAS DOS SANTOS ADAS MARKETING DE RELACIONAMENTO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Administração, sob a orientação do Prof. M. Sc. Paulo José Manzolli Godinho e orientação técnica da Prof.ª M. Sc. Ana Beatriz Lima. LINS – SP 2010 Kuroishi, Bruno Eiti; Ferreira, Diego Vinicius; dos Santos, Felipe Muniz; Adas, Lucas Dias dos Santos K98m Marketing de relacionamento: BSB Produtora de Equipamentos de Proteção Individual Ltda / Bruno Eiti Kuroishi; Diego Vinicius Ferreira; Felipe Muniz dos Santos; Lucas Dias dos Santos Adas. – – Lins, 2010. 88p. il. 31cm. Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Administração, 2010 Orientadores: Paulo José Manzolli Godinho; Ana Beatriz Lima 1. Marketing de Relacionamento. 2. Cliente. 3. Necessidades. 4. Estratégias. 5. Atendimento. 6. BSB Ltda. I Título. CDU 658 BRUNO EITI KUROISHI DIEGO VINICIUS FERREIRA FELIPE DOS SANTOS MUNIZ LUCAS DIAS DOS SANTOS ADAS MARKETING DE RELACIONAMENTO Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, para obtenção do título de Bacharel em Administração. Aprovada em: ____/____/____ Banca Examinadora: Prof. Orientador: Paulo José Manzolli Godinho Titulação: Professor Especialista. Assinatura: __________________ 1º Prof. (a): ______________________________________________________ Titulação: _______________________________________________________ _______________________________________________________________ Assinatura: __________________ 2º Prof. (a): ______________________________________________________ Titulação: _______________________________________________________ _______________________________________________________________ Assinatura: __________________ Dedico esse trabalho primeiramente a Deus e a minha mãe, que é meu anjo da guarda, que não mede esforços para me proteger e me oferecer o melhor que ela pode, abrindo muitas vezes mão de sua própria vida em prol da minha. Diego Dedico esta obra àquelas pessoas que fazem parte da minha vida e que acreditaram e apostaram em mim para enfim concluir com êxito este curso, minha família, meu pai que é meu espelho e meu guia, minha mãe que é minha fortaleza, minha segurança, as minhas duas irmãs a quem amo muito e minhas avós que são verdadeiras guerreiras que, após ficarem viúvas, absorveram todo o peso e toda responsabilidade de uma pessoa que tem um novo mundo pela frente, muito obrigado a todos!!! Felipe Dedico este trabalho, primeiramente a Deus, que foi meu ponto de apoio nas horas mais difíceis, a minha família, pois sem ela eu não seria nada, a minha namorada que sempre esteve ao meu lado me dando apoio e aos professores do Unisalesiano de Lins, que sempre estiveram à disposição sempre que precisei. Lucas AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus e a compreensão e o incentivo de todos que estiveram em minha volta durante a realização deste trabalho, principalmente da minha mãe Miriam, meu pai Issao, que sempre me apoiaram e me deram forças em minhas dificuldades, ao meu irmão Fernando que esteve presente em todas as horas e com quem sempre pude contar. Não deixando de lembrar do companheirismo dos amigos feitos durante o curso e de todos os professores envolvidos, graças a todos aprendi e adquiri grandes experiências que levarei para toda minha vida. Assim agradeço a todos que ajudaram diretamente e indiretamente na conclusão de mais essa etapa da minha formação profissional e pessoal, obrigado. Bruno Agradeço a Deus, minha inspiração, e à minha família e amigos que contribuíram para a realização deste trabalho e me deram força para seguir em frente. À BSB, que nos tratou com a maior cordialidade e respeito, colaborando para que pudéssemos desenvolver nosso trabalho com riqueza de detalhes. Aos nossos orientadores, Godinho e Bia, que nunca me desampararam, dando-me força nos momentos em que mais precisei. Melhor dupla impossível! Pessoas que particularmente admiro muito e levarei no meu coração para o resto da minha vida. Ao Unisalesiano e todos os seus funcionários, que durante estes 4 anos contribuíram para o meu desenvolvimento. Em especial, ao falecido Paulinho, que até há poucos meses trabalhava no setor de audiovisual: na minha opinião, um dos funcionários mais prestativos e cordiais da Instituição. Não posso deixar de destacar também as Assistentes Sociais Gláucia e Auxiliadora, que foram uma ótima companhia nas horas de desânimo e incertezas. Nas oportunidades que tiver, certamente passarei para revê-las. Diego Agradeço a Deus e a essas pessoas que logo vou citar porque foram muito importantes nessa jornada de 4 anos. Agradeço à minha família, a todos os funcionários e professores dessa entidade maravilhosa onde conquistei várias amizades e a todos meus amigos e companheiros de classe que foram parceiros nessa luta para concluirmos o curso. Algumas pessoas terei que citar separadamente pois não poderiam passar despercebidas: ao meu pai, Donizeti José Muniz que sempre foi e será um exemplo de como ser um verdadeiro homem honesto e eficaz bem próximo da perfeição e minha mãe que não sabe o que faz por mim sendo sempre companheira e correta perante meus atos; meu amigo Bruno Eiti Kuroishi que num momento de fraqueza minha me estendeu a mão e puxou minha orelha abrindo meus olhos para a realidade. Muito obrigado a essas pessoas que sempre serão lembradas em minha vida! Felipe Eu agradeço a Deus e a todos que acompanharam a minha jornada nesse tempo de faculdade, a todos os professores do Unisalesiano, aos funcionários em geral que fazem com que essa instituição funcione e, em especial, a minha família que sempre esteve ao meu lado em todas as situações pelas quais passei nesse tempo de faculdade. Lucas RESUMO Em tempo de grande competitividade como o atual, para sobreviverem no mercado não basta às empresas apenas comercializarem produtos; é necessário criarem estratégias que lhes possibilitem se diferenciarem dos concorrentes, conquistando a preferência de seu público-alvo. Para não perderem vendas, muitas empresas partem para o mercado da guerra de preços, diminuindo suas margens de lucro. Tal prática pode até trazer resultados no primeiro momento, mas não satisfará o cliente por muito tempo, exigindo que a empresa venha sempre a sacrificar seus ganhos para mantê-lo fiel, impedindo o crescimento e ameaçando a perpetuação no mercado. Como solução para atender às necessidades do mercado de forma lucrativa, o Marketing de Relacionamento pode auxiliar as empresas a atraírem e reterem clientes através da criação de relacionamentos de longo-prazo, buscando entender os valores e as necessidades de cada cliente, traçando em cima disso, estratégias que permitam a elas alcançar seus objetivos. Uma destas estratégias é, através de serviços, agregar valor aos produtos comercializados, estabelecendo um elo de parceria entre empresa e cliente, de forma que este não encontre atendimento de igual qualidade em nenhum concorrente. Existem várias ferramentas que auxiliam na implantação do Marketing de Relacionamento. A mais utilizada é o CRM, que permite que todos da empresa tenham acesso às mesmas informações e possa traçar um perfil sobre cada cliente, através dos registros realizados em cada contato feito. Sendo mais que um software, é uma filosofia que coloca o cliente no centro dos processos do negócio, estrategicamente pensado para perceber e antecipar as necessidades dos clientes atuais e potenciais, de forma a procurar supri-las da melhor maneira possível. Palavras-chave: Marketing Estratégias. Atendimento. de Relacionamento. Cliente. Necessidades. ABSTRACT In times of great competition as these that we are crossing, to survive in the market, it is necessary to create strategies that allow them to differentiate themselves of their competitors, winning the preference of their audience. To avoid losing sales, many companies go straight to the market prices war, lowering their profit margins. This practice may indeed bring results in first moment, but will not satisfy the customers by a long term, demanding that the company comes always to be sacrificing their earnings it is maintained trustful, preventing their growth and threaten its perpetuation in the market. As solution to attend to the needs of the market profitably form, the Relationship Marketing comes to auxiliary the companies to attract and retain customers through of creation relationships of long-term view, to understand the values and needs of each client, drawing upon addition, strategies enabling them to achieve these goals. One of these strategies is through services, to add value to products marketed establishing a bond of partnership between company and client, so that this don´t find services equal quality to any competitor. There are several tools that aid in the deployment of Relationship Marketing, is the most used CRM, which allows the company to access all the same information and can draw a profile on each client through the records achieved at every contact made. Being more than a software, it’s a philosophy that puts the customer at the center of business processes, strategically designed to notice and anticipate the needs of current and potential customers in order to seek supply them as best possible ways. Keywords: Relationship Marketing. Customer. Needs. Strategies. Service. LISTA DE FIGURAS Figura 1: Planta industrial frigorífico – Lins .......................................................15 Figura 2: Logomarca da Comapi.......................................................................16 Figura 3: Logomarca da Newdrop.....................................................................16 Figura 4:Marcas higiene e beleza .....................................................................17 Figura 5: Logomarca da Contern ......................................................................17 Figura 6: Logomarca da Cibe Participações .....................................................18 Figura 7: Logomarca da Gaia Energia ..............................................................19 Figura 8: Logomarca do Blue Tree Park ...........................................................19 Figura 9: Logomarca da Bertin Ambiental.........................................................20 Figura 10: Logomarca da BSB..........................................................................20 Figura 11: Demarcação das unidades BSB no Brasil .......................................21 Figura 12: Demarcação das unidades BSB no exterior ....................................22 Figura 13: Ranking das marcas mais lembradas de EPIs ................................23 Figura 14: Marcas de calçados da BSB entre as mais lembradas....................23 Figura 15: Marcas de luvas BSB entre as mais lembradas...............................23 Figura 16: Logomarca da Bracol.......................................................................24 Figura 17: Certificado ISO 9001:2000...............................................................27 Figura 18: Certificado ISO 14001:2004.............................................................28 Figura 19: Tanque com resíduos químicos líquidos..........................................29 Figura 20: PU reciclado.....................................................................................30 Figura 21: Botas de PVC não-conformes..........................................................30 Figura 22: PVC reciclado ..................................................................................30 Figura 23: Gerador próprio de energia limpa ....................................................31 Figura 24: Foto aérea da planta industrial de Lins ............................................32 Figura 25: Laboratório físico .............................................................................33 Figura 26: Laboratório Laboratório químico ......................................................33 Figura 27: Setor de Pesquisa & Desenvolvimento............................................34 Figura 28: Logomarca IBTEC ...........................................................................34 Figura 29: Unidade de Castanhal .....................................................................35 Figura 30: Processo de banho ..........................................................................36 Figura 31: Estufa de secagem ..........................................................................36 Figura 32: Mix de produtos ...............................................................................36 Figura 33: Calçados de couro ...........................................................................37 Figura 34: Botas impermeáveis de PVC ...........................................................38 Figura 35: Luvas ...............................................................................................39 Figura 36: Conceitos centrais de marketing......................................................44 Figura 37: Composto de marketing e variáveis incontroláveis..........................48 LISTA DE QUADROS Quadro 1: Principais concorrentes da BSB por segmento................................24 Quadro 2: Principais concorrentes diretos da marca Bracol .............................40 Quadro 3: Características do marketing eletrônico ...........................................57 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Evolução do parque industrial da unidade de Lins............................26 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS BSB: Brazil Safety Brands C.A: Certificado de Aprovação CRM: Customer Relationship Management IBTEC: Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos NF-e: Nota fiscal eletrônica P&D: Pesquisa & Desenvolvimento SAC: Serviço de Atendimento ao Consumidor SUMÁRIO INTRODUÇÃO..................................................................................................12 CAPÍTULO I – A EMPRESA ............................................................................14 1 HISTÓRICO ...........................................................................................14 1.1 O Grupo Bertin .......................................................................................14 1.2 Agropecuária – Comapi..........................................................................16 1.3 Sistemas de Higienização Industrial.......................................................16 1.4 Higiene & Limpeza .................................................................................17 1.5 Construção Civil .....................................................................................17 1.6 Infraestrutura ..........................................................................................18 1.7 Geração de energia elétrica ...................................................................19 1.8 Resort.....................................................................................................19 1.9 Bertin Ambiental .....................................................................................20 1.10 BSB EPIs................................................................................................20 1.10.1 Histórico Bracol ......................................................................................24 1.10.1.1 Missão.................................................................................................26 1.10.1.2 Política da Qualidade..........................................................................26 1.10.1.3 Política Ambiental ...............................................................................27 1.10.1.3.1 Práticas para minimização de danos ambientais .............................29 1.10.1.4 Unidades estratégias de negócios ......................................................31 1.10.1.4.1 Unidades Lins – SP..........................................................................31 1.10.1.4.2 Unidade Castanhal – PA..................................................................35 1.10.1.5 Parceiros.............................................................................................35 1.10.1.6 Produtos..............................................................................................36 1.10.1.6.1 Calçados de couro ...........................................................................36 1.10.1.6.2 Botas Impermeáveis de PVC ...........................................................38 1.10.1.6.3 Luvas ...............................................................................................39 1.10.1.7 Concorrentes ......................................................................................40 1.10.1.8 Responsabilidade Social.....................................................................40 1.10.1.9 Qualidade de Vida...............................................................................40 CAPÍTULO II – MARKETING COMO ESTRATÉGIA PARA FIDELIZAR CLIENTES ........................................................................................................42 2 HISTÓRICO ...........................................................................................42 2.1 Definição de marketing...........................................................................43 2.2 Marketing de relacionamento .................................................................49 2.2.1 Diferenciação por meio de serviços .......................................................52 2.2.2 CRM .......................................................................................................54 2.3 E-commerce ...........................................................................................55 CAPÍTULO III – A PESQUISA..........................................................................60 3 INTRODUÇÃO .......................................................................................60 3.1 Relato e discussão sobre a empresa .....................................................61 3.2 Departamento comercial ........................................................................62 3.2.1 Administração de vendas .......................................................................63 3.2.2 Logística .................................................................................................64 3.2.3 Licitações ...............................................................................................64 3.2.4 Contratos................................................................................................65 3.2.5 Capacitação de equipes .........................................................................65 3.2.6 Suporte CRM..........................................................................................66 3.2.7 Marketing................................................................................................66 3.2.8 Relacionamento com clientes.................................................................67 3.2.9 Atendimento a representantes ...............................................................68 3.2.10 Representações comerciais ...................................................................68 3.2.11 Convenção anual ...................................................................................70 3.2.12 CRM .......................................................................................................70 3.3 P&D ........................................................................................................71 3.4 Parecer final sobre o caso......................................................................71 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO.....................................................................73 CONCLUSÃO...................................................................................................76 REFERÊNCIAS ................................................................................................78 APÊNDICES .....................................................................................................80 12 INTRODUÇÃO As empresas trabalham para satisfazer as necessidades dos seus clientes e consequentemente obterem lucro, e uma das formas de atingirem esse objetivo é praticando o marketing de relacionamento de forma efetiva. Para atender bem não basta apenas ser gentil ou oferecer o melhor preço do mercado, é necessário buscar entender profundamente as necessidades particulares de cada cliente, no intuito de estabelecer uma relação de parceria. Tal postura deve estar presente desde a fase de conquista até a de retenção do cliente, identificando suas necessidades e oferecendo soluções que proporcionem a ele maior segurança e comodidade. Após iniciado o relacionamento, deve-se buscar não perder o contato com o cliente, mesmo que inicialmente não resulte em venda, mostrando-se sempre presente por meio de telefonemas, e-mails, malas diretas ou qualquer outro canal de comunicação. O importante é buscar ser lembrado, desta forma certamente ocupará um lugar de destaque na lista de contatos do cliente. A organização que pratica o marketing de relacionamento de maneira efetiva posiciona-se à frente de seus concorrentes, multiplicando eficiência e lucratividade. Os objetivos deste trabalho são: fundamentar as teorias referentes ao marketing de relacionamento, demonstrar a eficiência da ferramenta para a captação e manutenção de clientes, analisar e desenvolver técnicas que poderão ser utilizadas pela empresa para melhorar o relacionamento com seus clientes agregando mais valor a seus produtos e observar se essa ferramenta é aplicada de maneira correta dentro da BSB EPIs. Com base no exposto, surgiu o seguinte questionamento: O marketing de relacionamento é solução para se estabelecer diferencial às empresas, agregando valor a seus produtos? Para responder ao questionamento, formulou-se a seguinte hipótese: o marketing de relacionamento se adequadamente desenvolvido pela organização agrega valor a seus produtos, capta e retém clientes. Para demonstrar na prática a veracidade da hipótese, foi realizada uma pesquisa de campo na empresa BSB Produtora de Equipamentos de Proteção 13 Individual Ltda., durante o período de fevereiro a outubro de 2010, utilizando-se dos seguintes métodos e técnicas: Estudo de Caso: foi analisada na empresa a forma com que se relaciona com seus clientes e busca retê-los. Observação Sistemática: foram observados e analisados os aspectos relativos ao marketing de relacionamento no atendimento aos clientes. Método Histórico: foram observados os dados e a evolução histórica da empresa, como suporte para o desenvolvimento do Estudo de Caso. O trabalho está estruturado da seguinte maneira: Capítulo I – Transcreve sobre a empresa BSB, sua origem e suas características. Capítulo II – Descreve sobre marketing de relacionamento e suas contribuições para conquista e retenção de clientes. Capítulo III – Expõe sobre a pesquisa realizada, apresentando os respectivos dados, resultados e considerações. A Proposta de Intervenção e a Conclusão são resultados de uma comparação entre a teoria aplicada e as práticas apresentadas pela empresa, e constituem a parte final deste trabalho. 14 CAPITULO I A EMPRESA 1 HISTÓRICO 1.1 O Grupo Bertin Iniciou suas operações em 25 de abril de 1977, na cidade de Lins, localizada no interior do estado de São Paulo, com a fundação de um frigorífico de carne bovina, liderado por Henrique Bertin e seus irmãos, filhos de imigrantes italianos que se instalaram na região noroeste do estado de São Paulo. Com uma capacidade de abatimento de apenas 14 cabeças de gado por dia e instalações modestas, comercializavam uma variedade limitada de produtos bovinos. No entanto, desde o início as pretensões de seus idealizadores eram a de expandir seus negócios e se tornar umas das maiores referências neste setor, o que em poucos anos virou realidade, transformandose em uma das maiores produtoras e exportadoras de produtos de origem animal da América Latina, com capacidade de abate diário de 16,5 mil cabeças. Na década de 80, conforme suas estratégias de crescimento, a companhia decidiu expandir os negócios através do processo de verticalização de suas atividades, no intuito de prover o aproveitamento de todas as partes bovinas. Então, em 1981, ingressou no ramo de beneficiamento do couro e ao longo dos anos foi incorporando outros segmentos as suas atividades, constituindo assim o Grupo Bertin, que passou a ser a maior companhia em verticalização da cadeia bovina sul-americana, exportando para mais de 70 países, através de atuação em seguimentos de: agropecuária, alimentos, lácteos, biodiesel, higiene e beleza, couros, produtos pet, equipamentos de proteção individual (EPIs), higiene e limpeza e higienização industrial, além de segmentos voltados à infraestrutura, nas áreas de construção civil, saneamento 15 básico, energia e transporte e concessões de rodovias, possuindo ainda um resort. Em setembro de 2009, a JBS, maior produtora de carne do mundo, uniuse com a Bertin e constituiram uma nova companhia, batizada de Nova Holding, com poder de controle de ambas as empresas. Com a maioria das ações, a JBS passou a deter o controle das divisões de carnes, lácteos, biodiesel, couros, produtos pet e de higiene e limpeza. Fonte: Bertin, 2010 Figura 1: Planta industrial frigorífico – Lins Contando com mais de 35 mil pessoas espalhadas em mais de 40 unidades no Brasil e no exterior, é considerada uma das maiores empregadoras e companhias em verticalização de negócios da cadeia bovina sul-americana, tendo em 2003 conquistado o prêmio de Destaque das exportações pelo Governo brasileiro, por sua contribuição aos bons resultados da balança comercial, com a saída de 153 mil toneladas de carnes para mercados como Europa, Oriente Médio, Extremo Oriente, América Latina e Estados Unidos. Desta forma, todos os setores de atuação do Grupo Bertin seguem o mesmo pensamento no que se refere a investimentos contínuos em qualidade, tecnologia, pesquisas, capacitação das equipes de trabalho, logística, processos de gestão e estratégia mercadológica. Além de promover ações 16 sociais e ambientais nas localidades em que estão inseridos, agregando valor, fomentando o desenvolvimento e fortalecendo a relação com os diversos públicos – clientes, fornecedores, parceiros, investidores, imprensa, órgãos públicos, colaboradores e comunidade. 1.2 Agropecuária – Comapi Fonte: Bertin, 2010 Figura 2: Logomarca da Comapi Divisão voltada à criação de gado de corte e onde são pesquisadas soluções para melhoramento genético da raça nelore, sendo reconhecida internacionalmente pelos resultados obtidos no aprimoramento da espécie. Conta com um rigoroso controle sanitário, em conformidade com as exigências Internacionais, mantendo-se sempre atenta à vacinação, bem-estar, alimentação e padronização dos animais, possuindo ainda um sistema de rastreabilidade, que permite a identificação e monitoramento durante toda a vida do seu rebanho, conferindo homogeneidade, segurança e qualidade. É uma das fontes de abastecimento do frigorífico. 1.3 Sistemas de Higienização Industrial Fonte: Bertin, 2010 Figura 3: Logomarca da Newdrop 17 Sabendo da importância da higienização em qualquer empreendimento que visa proporcionar confiança, seriedade e respeito ao seu público-alvo, há mais de 12 anos o Grupo Bertin atua através da marca Newdrop no ramo de Sistemas de Higienização Industrial, com uma variada linha de produtos voltados para a sanitização e higienização corporativa, além de linhas agrícolas e veterinárias, devidamente certificadas pelo Ministério da Agricultura e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária. 1.4 Higiene & Beleza Fonte: Bertin, 2010 Figura 4: Marcas higiene e beleza Neste segmento o Grupo é representado pelas conceituadas marcas Francis, OX, Phytoderm, Neutrox, Karina, Kolene, Tan o Tom e Bourbon, que possuem linhas inspiradas na biodiversidade brasileira que trazem substâncias ativas para o cuidado diário com o corpo e os cabelos, entre shampoos, condicionadores, cremes corporais, protetores solares, desodorantes e sabonetes, além de uma linha completa de perfumaria. 1.5 Construção Civil Fonte: Bertin, 2010 Figura 5: Logomarca da Contern 18 A ideia de fundar uma divisão especializada em construções surgiu do acúmulo de conhecimento do Grupo Bertin na área de construções civis para empreendimentos próprios e de terceiros. Então no ano de 1986 criaram a Contern Construções, que atua em diversos segmentos com ênfase em transporte, energia, indústria e edificações, onde participa de licitações em todo o país. 1.6 Infraestrutura Fonte: Bertin, 2010 Figura 6: Logomarca da Cibe Participações No setor de infraestrutura, o grupo Bertin possui a Holding Cibe Participações, constituída no ano de 2006 em conjunto com o Grupo Equipav. Por meio do controle e administração de empresas concessionárias de serviços públicos, a CIBEPar atua nas áreas de saneamento, rodovias e energia. No setor rodoviário, detém importantes concessionárias em três estados brasileiros: a Rodovia das Colinas, Sulvias, Metrovias e Convias, Rodovias do Tietê e a Nascentes das Gerais, primeira parceria público-privada rodoviária do Brasil. A Holding também controla a CTRC, operadora do Terminal Rodoviário de Campinas (SP) e a CTRCG, operadora do Terminal Rodoviário de Campo Grande (MS), em construção. No segmento concessionárias, que de saneamento são básico, administra responsáveis pela oferta de também três serviço de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgotos de sete municípios em 19 São Paulo, Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul. As empresas nesta área são: Águas Guariroba, Prolagos e Águas de Itu. Já no setor elétrico, a CIBEPar controla 26 usinas termelétricas, que são entregues ao Sistema Integrado Nacional (SIN) , contribuindo efetivamente para a segurança energética do País. 1.7 Geração de energia elétrica Fonte: Bertin, 2010 Figura 7: Logomarca da Gaia Energia Com o objetivo de reunir e desenvolver projetos do Grupo Bertin, a Gaia Energia e Participações S/A foi criada no ano de 2008 para concentrar as atividades de análise, desenvolvimento, produção e comercialização de energia elétrica originária de fontes renováveis. A Empresa trabalha com energia pura, 100% brasileira, e apresenta em seu portfólio mais de 40 projetos entre Usinas Termelétricas, Hidrelétricas, Eólicas e Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs). O plano de investimento da Gaia contempla geração de energia superior a 1.100 MW. 1.8 Resort Fonte: Bertin, 2010 Figura 8: Logomarca do Blue Tree Park 20 Resort pertencente ao Grupo Bertin, localizado na cidade de Lins (SP), no KM 433,3 da Rodovia Marechal Rondon, administrado atualmente pela rede de hotéis Blue Tree. Possui um complexo aquático de 2.800 km² com piscinas termais, uma extensa área de equipamentos de recreação e lazer, fitness center, bares, salão de beleza, sauna seca e úmida, restaurantes de categoria internacional, salas com capacidade para 450 pessoas e uma arena coberta para até 1200 pessoas, além de dispor de 180 apartamentos. 1.9 Bertin Ambiental Fonte: Bertin, 2010 Figura 9: Logomarca da Bertin Ambiental Localizada no município de Lins (SP), a Bertin Ambiental atua nos segmentos de retirada de resíduos sólidos, coleta seletiva e recuperação de resinas termoplásticas industriais. Sua preocupação vai desde a separação da sucata até investimentos em modernos equipamentos e processos para a gestão ambiental. A empresa trabalha sempre voltada para soluções ecologicamente corretas, na transformação dos resíduos sólidos, gerados pelas empresas do grupo. Destes resíduos são gerados materiais como: plástico, metal, papel, vidro, borrachas e adubo orgânico. 1.10 BSB EPIs Fonte: BSB, 2010 Figura 10: Logomarca da BSB 21 Fundada no início de 2009, a holding BSB constituída por diversas empresas produtoras e comercializadoras de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), originou-se da marca Bracol, onde agregou também outras marcas de grande reconhecimento, voltadas para diferentes nichos de mercado, sendo algumas delas: a) Fujiwara e Vichi, assim como a Bracol, compõem calçados de primeira linha, visando atender ao público A, composto por clientes mais seletos, que preferem custo-benefício a preço; b) Mercure e Worksafe, voltadas para um público intermediário, o B; c) Bravo, U-Safe e Fox, com foco no público C, que visa menor preço e cujo grau de exigência é mínimo. A BSB atua nos segmentos de calçados de couro, calçados impermeáveis de PVC, luvas e também na distribuição de outros EPIs, tais como: óculos, capacetes, máscaras, protetores auriculares, dentre outros, para atender a clientes específicos. Seu principal foco é a produção e comercialização de EPIs para todo o mercado nacional e internacional, utilizando uma política comercial agressiva e canais de distribuição estratégicos em diversos pontos do mundo. Fonte: BSB, 2010 Figura 11: Demarcação das unidades BSB no Brasil 22 Fonte: BSB, 2010 Figura 12: Demarcação das unidades BSB no exterior Com atuação de 90% no mercado nacional e 10% no mercado externo, em países como Argentina, Peru e Chile, o grupo possui cerca de 28,34% do mercado de calçados de segurança da 1ª linha e 2ª linha. Se for considerada apenas a 1ª linha de calçados de segurança, verifica-se a significativa participação de 36,37%. Dentro de cada segmento, a BSB possui uma grande variedade de opções, desde produtos mais sofisticados, com acessórios especiais, até aqueles de menor valor agregado e de baixo custo. Líder mundial no setor de calçados de segurança, os investimentos constantes em conforto, design e proteção fazem das marcas Bracol e Fujiwara serem respectivamente a 1ª e 2ª marca mais lembrada, conforme vem indicando o Prêmio anual Top of Mind, organizado por uma revista do segmento, e cuja última edição, realizada em 2009, apontou também a marca Bracol como a segunda mais lembrada no ranking geral de EPIs, só perdendo para a 3M, e ficando em 4º lugar, a Fujiwara. Ainda de acordo com o prêmio da Revista Proteção, referente a luvas de segurança, a Bracol se destaca como a 2ª marca mais lembrada, só perdendo para a Promat, ficando a Fujiwara na quarta posição também neste quesito. 23 Fonte: BSB, 2010 Figura 13: Ranking das marcas mais lembradas de EPIs. Fonte: BSB, 2010 Figura 14: Marcas de calçados da BSB entre as mais lembradas Fonte: BSB, 2010 Figura 15: Marcas de luvas BSB entre as mais lembradas 24 Na tabela abaixo, alguns dos principais concorrentes da Holding BSB em calçados de segurança. CONCORRENTES 1ª Linha 2ª Linha 3ª Linha Marluvas Protelyne Cartom Saftline Conforto Imbiseg Viposa Ducouro Protelyne Arteflex Fortline Calf Fonte: Elaborado pelos autores (2010) Quadro 1: Principais concorrentes da BSB por segmento Dentro de suas estratégias de crescimento, a BSB está ampliando frequentemente a sua base de produtos e firmando parcerias desenvolvidas ao longo dos anos com empresas de vários países, no sentido de sustentar sua estratégia de atuação global, focada em pilares como investimentos constantes em tecnologia e inovação, visando a capacidade de atender a mercados e clientes que exigem atendimento a critérios técnicos e de performance, apoiada pelo desenvolvimento de tecnologias próprias. A crescente conscientização por parte das companhias com a questão de segurança no trabalho e o reflexo da demanda crescente por utilização de EPIs para proteger os trabalhadores de eventuais acidentes de trabalho possibilitam à BSB portfólios de produtos com alta margem de contribuição aliados a ganhos de escala e produção integrada, garantindo à companhia elevadas margens EBITDA. 1.10.1 Histórico Bracol Fonte: BSB, 2010 Figura 16: Logomarca da Bracol 25 Um dos segmentos originados do processo de verticalização do Grupo Bertin, a divisão de equipamentos de proteção individual da companhia iniciou suas atividades no ano de 1995, com o objetivo principal de dar vazão a um considerável volume de raspas de couro e vaquetas de baixa classificação, disponíveis em seus próprios curtumes em função do excesso de oferta. Ingressou no mercado de EPIs com a fabricação de luvas de vaqueta e de raspa de couro, sendo identificadas na época pela marca Brasan, exclusivamente voltadas a atender a demanda do mercado brasileiro. Em março de 1998, conforme decisão da nova administração da unidade, definiu-se que o foco único de suas atividades seria no mercado de calçados de segurança; porém, a marca Brasan encontrava-se desgastada e com pouca credibilidade devido aos inconstantes padrões de qualidade e atendimento que eram disponibilizados ao mercado consumidor. Visando desta forma alcançar um novo posicionamento no mercado, em agosto daquele ano extinguiram a antiga marca e passaram a trabalhar com a marca Bracol, cujo foco seria voltado a outro nicho de mercado, composto por clientes que valorizam a relação custo x benefício nos produtos e serviços agregados. Aproveitando a força que a marca vinha conquistando no mercado, em 2002, a empresa resolveu adicionar botas de PVC ao seu mix de produtos e mais tarde, em 2003, luvas sintéticas, como uma forma de diversificar seu campo de atuação e abrangência da marca. Ainda aproveitando esta crescente, em 2006, o Grupo Bertin decidiu apostar mais alto neste mercado promissor e aplicou aproximadamente 90 milhões de reais em investimentos em novas infraestruturas e tecnologias, erguendo uma nova planta fabril com capacidade bem superior em área e em produção. No ano de 2007, as instalações mudaram para a Avenida São Paulo, 1805, também na cidade de Lins – SP, traçando assim um novo rumo para a empresa e evoluindo dos antigos 6.200 m² de área construída para os atuais 30.200 m² e quadruplicando sua capacidade de produção diária, de 7 mil e 200 para impressionantes 31 mil pares, somando aproximadamente 8 milhões de calçados de segurança ao ano. Na tabela abaixo, pode-se verificar em números os contrastes em área do terreno, área construída, número de funcionários e capacidade de produção das antigas instalações para a atual. 26 Tabela 1: Evolução do parque industrial da unidade de Lins Antiga Fábrica Área do terreno Área construída 11.000 m² 77.000 m² parque industrial: 5.000 m² parque industrial: 24.200 m² áreas de apoio: 1.200 m² Número de funcionários Capacidade de produção diária Fábrica Atual áreas de apoio: 6.000 m² 350 1.200 7.200 pares de calçados de couro 22 mil pares de calçados de couro e 9.000 de Botas de PVC 1,8 milhões de pares 7.750 milhões de pares Capacidade de produção anual Fonte: Elaborado pelos autores (2010) 1.10.1.1 Missão Produzir e comercializar equipamentos de proteção individual com a melhor relação custo/benefício do mercado nacional, firmando também nosso compromisso com a proteção do meio ambiente e com a integridade física de todos aqueles que em nossa marca depositam sua confiança. 1.10.1.2 Política da Qualidade Como reflexo da preocupação da empresa em garantir contínua qualidade e padronização a seus produtos e processos, vem mantendo desde 2005 a Certificação ISO 9001:2000, através de sua Política da Qualidade, onde considera a Qualidade como fator de sucesso, comprometendo-se em manter o Sistema de Gestão da Qualidade, visando uma posição de liderança nos mercados em que atua, conduzindo suas atividades de tal forma a atender ou mesmo superar as expectativas de seus clientes, investimento continuamente 27 no desenvolvimento de seus colaboradores, incorporando novas tecnologias, buscando a melhoria contínua de seus processos através de práticas seguras, proporcionando retorno compatível ao capital investido e preservando o Meio Ambiente. Fonte: BSB, 2010 Figura 17: Certificado ISO 9001:2000 1.10.1.3 Política Ambiental Por meio do Sistema de Gestão Ambiental (SGA), que norteia suas ações de adoção de práticas que visam minimizar ou eliminar danos ao ambiente gerados pela empresa, no ano de 2009, a BSB conquistou a Certificação ISO 14001:2004 que atesta a responsabilidade ambiental nas atividades de uma organização, tornando-se assim a primeira empresa de 28 calçados de segurança no país a obter esta certificação correspondente à Preservação Ambiental. Fonte: BSB, 2010 Figura 18: Certificado ISO 14001:2004 Para transparecer ao público suas atividades ambientais e ganhar aliados neste modelo de gestão, a Bracol divulga para o público interno as atas das reuniões de análise crítica pela direção, além de realizar campanhas de marketing voltadas tanto para funcionários quanto para clientes, fornecedores e parceiros, por meio de embalagens, faixas, cartazes, folhetos, malas-diretas, entre outros, com mensagens alusivas à proteção ao meio ambiente. Visando desenvolver-se sustentavelmente, preservando os recursos naturais do meio ambiente, diminuindo custos operacionais através da diminuição dos desperdícios, evoluir para uma posição de melhor produtividade 29 e maior vantagem competitiva, tornando-se exemplo e referência, a BSB se compromete a: a) implementar e manter um Sistema de Gestão Ambiental apropriado às atividades que desempenha, tornando-o um marco para estabelecer e buscar os objetivos e metas ambientais da empresa; b) melhorar continuamente seus processos, visando principalmente reduzir a quantidade de resíduos industriais devolvida à natureza; c) cumprir integralmente os requisitos legais e demais normas ambientais vigentes, buscando superá-las sempre que possível; d) manter um sistema de comunicação com seu público interno e externo tornando transparentes suas atividades relacionadas ao meio ambiente. 1.10.1.3.1 Práticas para minimização de danos ambientais Como solução para redução dos resíduos devolvidos à natureza, a BSB realiza ações voltadas para cada tipo de material: a) os líquidos inflamáveis, couros, materiais sintéticos e outros componentes não relativos ao produto, como lâmpadas, são coletados por empresas terceirizadas, onde são separados e, quando não possível seu reaproveitamento, incinerados ou aterrados. Fonte: BSB, 2010 Figura 19: Tanque com resíduos químicos líquidos 30 b) os solados que apresentam inconformidade durante o processo produtivo são triturados e compactados, resultando em pastilhas de absorção de impactos, que aumentam a capacidade de absorção de impactos na área calcânea, onde fica alojada. Assim também é com as botas de PVC, quando não aprovadas no controle de qualidade, são trituradas e reaproveitadas com adição de certa porcentagem de matéria-prima virgem. Fonte: BSB, 2010 Figura 20: PU reciclado Fonte: BSB, 2010 Fonte: BSB, 2010 Figura 21: Botas de PVC Figura 22: PVC reciclado não - conformes 31 c) como fonte de energia para suas operações, a BSB conta com um gerador movido 100% a biodiesel, combustível alternativo que, além de reduzir custos, possibilita redução significativa dos impactos causados ao meio-ambiente. Fonte: BSB, 2010 Figura 23: Gerador próprio de energia limpa. 1.10.1.4 Unidades estratégicas de negócios 1.10.1.4.1 Unidade Lins – SP Localizada em Lins, Noroeste do estado de São Paulo, essa unidade passou a operar integralmente no ano de 2007, marcando uma nova fase na história da empresa, que antes detinha uma planta com investimentos de infraestrutura e tecnologia bem menores. Com este novo prédio, a companhia passou a dispor de condições ideais para desenvolver as ações necessárias para alavancar de vez no mercado, firmando-se no topo do segmento onde atua. 32 Fonte: BSB, 2010 Figura 24: Foto aérea da planta industrial de Lins A evolução da BSB desde seu ano de fundação foi espetacular. Antes faturava 200.000 pares/ano; em 2008, obteve uma venda anual de mais de 3.056.904 milhões de pares e hoje chega a atingir a marca de 500.000 em apenas um mês. Esta nova planta com 77.000 m², totalmente reformulada, passou a abrigar dez linhas de produção, possibilitando um sistema de produção em linha reta em formas de unidades produtivas, onde é possível iniciar um produto e terminar em mesma linha, sem desvios. Primando pela segurança dos que transitam nos locais da empresa, suas instalações internas e externas são devidamente sinalizadas. Além disso, suas práticas de organização do trabalho são embasadas na ferramenta 5S de Gestão da Qualidade, que proporciona maior agilidade, harmonia e controle na realização das atividades. Além do que há de mais moderno em maquinários, equipamentos e softwares para a operação fabril, a unidade possui ainda sofisticados e amplos laboratórios, devidamente aprovados pelos órgãos responsáveis, onde são realizados testes nas matérias-primas adquiridas e em todos os lotes produzidos de acordo com as normas reguladoras, para garantir a qualidade e seguranças de seus produtos. 33 Fonte: BSB, 2010 Figura 25: Laboratório físico Fonte: BSB, 2010 Figura 26: Laboratório químico O departamento de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) desempenha importante papel na empresa, buscando novas alternativas em insumos, matérias-primas e no desenvolvimento de novos modelos, conforme as necessidades dos clientes e apontamento do mercado, visando o diferencial competitivo organizacional através de versatilidade, ousadia, conferindo valor agregado aos seus produtos. 34 Fonte: BSB, 2010 Figura 27: Setor de Pesquisa & Desenvolvimento A preocupação constante da empresa em garantir o controle da qualidade em cada processo de fabricação confere a seus calçados de proteção individual o Selo Conforto do Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTEC) que, através de ensaios específicos, atesta a conformidade dos produtos conforme os pré-requisitos de conforto. Fonte: BSB, 2010 Figura 28: Logomarca IBTEC A planta da BSB Lins conta ainda com dois auditórios, moderna sala de vídeo-conferência, um espaçoso refeitório com área para descanso e enfermaria. 35 1.10.1.4.2 Unidade Castanhal – PA No início de suas operações, a BSB contava apenas com uma planta fabril, localizada no antigo prédio ocupado pela divisão, na cidade de Lins (SP). Entretanto, com o avanço da marca no mercado e a necessidade de ampliar suas possibilidades de logística, a empresa abriu uma unidade no estado do Pará, na cidade de Castanhal, destinada a atender com maior agilidade os clientes das regiões Norte e Nordeste do país. Em uma área total de 22.000 m² e 3.050 m² de área construída, contando com 200 colaboradores diretos e uma produção diária em torno de 3.000 pares, a BSB EPIs Unidade Castanhal é mais um empreendimento de sucesso, considerada empresa modelo pelo governo do estado do Pará. Fonte: BSB, 2010 Figura 29: Unidade de Castanhal 1.10.1.5 Parceiros Visando desafogar sua capacidade produtiva e deter maior segurança e agilidade em fornecimento, a BSB possui parceria com algumas empresas, como a Ecopur, divisão do Grupo Bertin especializada na produção de produtos químicos, sediada no município de Jundiaí, no interior de São Paulo, que fornece o principal componente da formulação do solado de Poliuretano, 36 carro chefe da empresa. A Soluseg e a Fortflex, ambas instaladas em Itanhandú, estado de Minas Gerais, produzem os calçados que dão nome a uma Linha de produtos da marca Bracol, voltada exclusivamente para revendedores e distribuidores, a Linha Minas, fornecendo cerca de 3.000 pares por dia. Outra importante parceira da BSB é a Arcanjo, localizada na cidade de Salto – SP, produz uma grande variedade de luvas com suporte têxtil, banhadas com látex natural, nitrílico e PVC. Fonte: BSB, 2010 Fonte: BSB, 2010 Figura 30: Processo de banho Figura 31: Estufa de secagem 1.10.1.6 Produtos Fonte: BSB, 2010 Figura 32: Mix de produtos 1.10.1.6.1 Calçados de couro 37 Fonte: BSB, 2010 Figura 33: Calçados de couro Com o objetivo de atingir diversos segmentos e atender diferentes tipos de necessidades e níveis de exigência, a marca Bracol disponibiliza de uma ampla gama de linha de produtos, oferecendo variadas opções de modelos, solados, acessórios, cores, e ainda personalização com logo a fogo ou bordada. Dentre suas linhas de calçados de couro, possui a Linha Femme, com design e acessórios pensados especialmente para o público feminino; a Linha Minas, voltada para revendedores e distribuidores; a Linha Explorer, composta por modelos mais arrojados e de maior valor agregado, fabricados em couro Nobuck; e uma Linha destinada especificamente ao mercado externo, a Linha Iron Track. Seus calçados vão da numeração 33 a 47, entre solados de PU (mono ou bidensidade), borracha colada e/ou colada e blaqueada monodensidade e borracha bidensidade vulcanizada. Possui ainda opções de modelos em solado de TPU, produto de alto valor agregado que confere melhor performance ao calçado. Em biqueira de proteção possui opções em aço e em composite, esta última voltada para eletricistas, pois apesar de apresentar a mesma resistência a impactos que a biqueira de aço, não conduz eletricidade. Como solução de proteção contra agentes perfurantes, fabrica também calçados com palmilhas antiperfurantes, de aço ou de material não metálico. Apesar de um acessório pouco solicitado e desconhecido pela maioria, tem-se 38 a opção de inserção no solado de um componente chamado alma, cuja finalidade é diminuir a capacidade de flexão do solado, voltado para profissionais como eletricistas, que trabalham a maior parte do tempo em cima de escadas, onde há o risco de desequilíbrio, caso o solado venha a curvar-se muito. Com a finalidade de aumentar a vida útil dos calçados em áreas com presença de umidade, a Bracol oferece como opção calçados fabricados em vaqueta hidrofugada e em couro emborrachado, cujo diferencial deste último é, além de maior resistência à umidade e ao rasgamento, conferir proteção contra produtos químicos leves. 1.10.1.6.2 Botas Impermeáveis de PVC Fonte: BSB, 2010 Figura 34: Botas impermeáveis de PVC Produto que nos últimos anos recebeu importantes investimentos, ampliaram sua variedade, diversificando-o em diferentes linhas, as Botas de PVC Bracol vêm conquistando cada vez mais mercado e batendo recordes e mais recordes de vendas, reflexo do diferencial qualitativo presente nos produtos, onde se buscou criar valor agregado a eles, através de matériasprimas de alto padrão, testes regulares de performance e pesquisas contínuas. Uma estratégia bem estruturada que resulta hoje no reconhecimento da marca por seu público-alvo. 39 As Linhas que compõem seu mix são: a) Linha Acqua Fort: Produtos de alta durabilidade, indicados para atividades que exigem máxima resistência. Opções: cano médio e longo, forração térmica e componentes metálicos (biqueira e palmilha), nas cores branca e preta; b) Linha Acqua Lev: Como o próprio nome diz, este modelo apresenta uma bota mais leve, sem abrir mão da resistência. Proporciona ótima aderência, conforto e estabilidade. Opções: cano médio e longo, nas cores branca e preta; c) Linha Acqua Flex: A linha AcquaFlex oferece ótima calçabilidade e design diferenciado. É um produto flexível indicado para atividades diversas. Opções: cano médio e extra-curto, disponível nas cores branca, preta, azul e preta com solado amarelo. Na cor preta, disponível também sem forração interna. 1.10.1.6.3 Luvas Fonte: BSB, 2010 Figura 35: Luvas Mais um produto Bracol de sucesso e que foi aumentando sua linha de produtos ao longo dos anos, não deixando nada a desejar em qualidade e variedade. Contando com linhas nacionais e importadas, seu mix de produtos possui modelos de luvas sintéticas ou com suporte têxtil, banhadas com látex natural ou látex nitrílico, e sintéticas com punho de látex natural e dorso e face 40 palmar de neoprene, tricotadas de 3 e 4 fios, e de vaqueta, com ou sem reforço entre o dedo polegar e o indicador. 1.10.1.7 Concorrentes Seus principais concorrentes diretos são: CONCORRENTES Calçados de Couro Botas de PVC Luvas Marluvas Italbotas Danny Saftline Grendene Promat Viposa Alpargatas Fujiwara Arteflex Vulcabras Mapa Fonte: Elaborado pelos autores (2010) Quadro 2: Principais concorrentes diretos da marca Bracol 1.10.1.8 Responsabilidade Social O grupo defende atividades pautadas no desenvolvimento sustentável. Todas as suas plantas possuem licenças ambientais e priorizam ações ecoeficientes, que minimizam e previnem possíveis impactos decorrentes de suas operações, além de desenvolver e apoiar diversos projetos sociais, voltados à cidadania, através de inclusão social e digital, cultura popular, educação técnica e subsídio a creches e instituições assistenciais. 1.10.1.9 Qualidade de Vida Visando preservar a saúde física e emocional de seus colaboradores, o Grupo Bertin adota ações preventivas nas áreas de saúde, bem-estar e 41 segurança, além de promover programas relacionados ao esporte, à integração família-empresa, à qualificação profissional e principalmente à saúde, onde além de oferecer assistência médica e odontológica aos seus funcionários, atua também por meio de campanhas de conscientizações sobre doenças virais e ocupacionais, entre outras, realizando aplicação de vacinação na empresa, auxílio a gestantes e diabéticos e prática de ginástica laboral. Na BSB, são realizadas ações especiais nas principais datas do ano, como uma forma de descontrair um pouco o ambiente de trabalho, tornando-o um lugar mais agradável e as atividades mais prazerosas de serem executadas. 42 CAPÍTULO II MARKETING COMO ESTRATÉGIA PARA FIDELIZAR CLIENTES 2 HISTÓRICO O marketing, ao longo dos últimos anos, especificamente a partir da década de 90, vem sofrendo alterações, adaptações por causa das mudanças ocorridas no mercado e nos cenários mundiais, que forçam a todo instante uma nova interpretação e adaptação do mercado como um todo. Muitos fatores contribuem para que um negócio tenha sucesso: estratégia notável, empregados dedicados, bom sistema de informações, excelente implementação. Contudo, as companhias de todos os níveis que têm sucesso hoje apresentam uma coisa em comum – são fortemente centradas no cliente e comprometidas com o marketing. (KOTLER; ARMSTRONG, 1999, p. 2). Deste modo, com o início de um novo século, o XXI, várias mudanças foram previstas para acontecer e outras muitas ocorrerão com o passar dos anos e com o desenvolvimento de pesquisas, que darão novos elementos às teorias já existentes. O marketing, mais do que outra função do negócio, lida com os clientes. Criar valor e satisfação para o cliente é o ponto central do pensamento e da prática do marketing moderno. [...] A meta do marketing é atrair novos clientes prometendo um valor superior, e manter os clientes atuais dando-lhes satisfação. (KOTLER; ARMSTRONG, 1999, p. 3). Apesar de se encontrar seu início ao longo da história da humanidade, na própria origem do comércio, o marketing é um campo de estudo novo se comparado com os demais campos do saber. A partir do momento em que se deveria sistematizar um conjunto de ações e intenções calcadas em conhecimento, pesquisa, informação, observação do comportamento das pessoas e sociedades perante o mercado e a economia, bem como, diante do seu grupo de referência e comunidade, passa-se a pensar num amplo e complexo sistema denominado de 43 Administração de Marketing que, na realidade, significa a administração de todos os elementos discutidos e implementados dentro do amplo conceito de marketing. 2.1 Definição de marketing Encontram-se diferentes definições e conceitos para marketing; o que deixa claro sua dimensão ampla resultante do conjunto de instrumentos utilizados de maneira integrada para afetar o mercado. O marketing poder ser definido como o processo social e gerencial através do qual indivíduos e grupos obtêm aquilo de que necessitam e desejam por meio da criação e troca de produtos e valores. (KOTLER; ARMSTRONG, 1999). Para os autores, o marketing deve ser entendido “não só no antigo sentido de vender”, mas também de satisfazer as necessidades do cliente. O marketing assim pode ser compreendido como a área do conhecimento que engloba todas as atividades concernentes às relações de troca, orientadas para a satisfação dos desejos e necessidades dos consumidores, visando alcançar determinados objetivos da organização ou indivíduo e considerando sempre o meio ambiente de atuação e o impacto que estas relações causam no bem-estar da sociedade. (LAS CASAS, 1991). Assim, observa-se que um dos principais elementos contidos nos conceitos de marketing tem relação com os aspectos ligados à orientação para os consumidores, sendo este um dos principais desafios enfrentados pelos administradores de marketing “entender o consumidor, no sentido de conhecer as suas expectativas antes, durante e após a compra”, conforme aponta Las Casas (1991). Para Kotler e Armstrong (1999), o conceito de marketing está ligado às necessidades humanas: Necessidades humanas são estados de carência percebida. O homem tem muitas necessidades complexas: necessidades básicas físicas de alimentação, roupas, calor e segurança; necessidades sociais de fazer parte de um grupo e ser querido; necessidades individuais e de conhecimento e de auto-realização. Essas 44 necessidades não são criadas pelos profissionais de marketing, é uma parte básica da constituição do homem (KOTLER, ARMSTRONG, 1999, p. 3). As necessidades humanas são assim satisfeitas conforme o grau de desenvolvimento da sociedade. PRODUTOS NECESSIDADES, DESEJOS E DEMANDAS VALOR, SATISFAÇÃO E QUALIDADE CONCEITOS CENTRAIS DE MARKETING TROCA, TRANSAÇÕES E RELACIONAMENTOS MERCADOS Fonte: Adaptado de Kotler; Armstrong, 1999, p. 4. Figura 35: Conceitos centrais de marketing O marketing deve ser realizado nas empresas, por todos os empregados e participantes, afinal, o objetivo-fim da empresa são os lucros. Nesse caso, as organizações que se destacam por sua orientação em marketing se dedicam ao limite em conhecer as necessidades, desejos e demandas de seus clientes. [...] Fazem pesquisas sobre os consumidores e analisam as queixas, perguntas, garantias e serviços que lhes são prestados. Os vendedores são treinados para descobrir os desejos não-realizados do cliente. Eles observam clientes que usam seus produtos e de seus concorrentes, e os entrevistam a fundo quanto às suas preferências. A compreensão detalhada das necessidades, desejos e demandas do cliente é um importante subsídio para o planejamento de estratégias 45 de marketing (KOTLER; ARMSTRONG, 1999, p. 4). Por outro lado, o Marketing, em seu trabalho de analisar, planejar e implementar programas que produzirão um nível desejado de transações com mercados-alvo específicos, utiliza-se de elementos chave desse processo: que viabilizam esse trabalho, o papel de coordenar e gerir todo esse fluxo de informações intra e extra-empresa, e toda a sua interação com o macroambiente, bem como coordenar toda a utilização de ferramentas matemáticas, estatísticas de medição e pesquisa de comunicação e de psicologia, instrumentalizadas pelo marketing, no sentido literal de aumentar as vendas e promover lucros, mantendo e garantindo a vida futura da empresa.” (KOTLER; ARMSTRONG, 1999). Segundo Las Casas (1991), o estudo do mercado surgiu da necessidade dos industriais de administrar a nova realidade, oriunda da Revolução Industrial que causou uma transformação de um mercado de vendedores para um mercado de compradores. Neste estágio, o marketing ainda é inseparável da economia e da administração clássica, pois inicialmente sua preocupação era puramente de logística e produtividade, para a maximização dos lucros. Nesse caso, compreende-se que os consumidores não tinham qualquer poder de barganha e a concorrência era praticamente inexistente. Tal realidade manteve-se inalterada até fins da Segunda Guerra Mundial quando então, reagindo ao crescimento da concorrência, mercadólogos começaram a teorizar sobre como atrair e lidar com seus consumidores. De acordo com Forsyth (1990), nos anos 40, Robert Bartels, da Ohio State University defendeu sua tese de doutorado sobre a teoria do marketing. Até então raros eram os princípios do marketing estabelecidos, com exceção de trabalhos como o de Walter Scott, sobre a aplicação da Psicologia na propaganda e o de William J. Reilly sobre as Leis de gravitação do varejo. Em 1954, pelas mãos de Peter Drucker ao lançar seu livro “A Prática da Administração”, o marketing é colocado como uma força poderosa a ser considerada pelos administradores. No início dos anos 50, o suprimento de bens de consumo começou a crescer mais rapidamente que a demanda. Mercados tornaram-se, em sua maioria, mercados compradores e o marketing acabou se identificando com 46 vendedores tentando encontrar compradores (KOTLER; ARMSTRONG, 1999). Conforme Las Casas (1991), na maior parte das empresas, o marketing ocupava, há 50 anos, apenas um lugar modesto no organograma, o de um serviço comercial, composto por alguns vendedores e empregados e muitas vezes estava subordinado ao diretor de produção ou diretor administrativo. Ainda segundo o autor, atualmente, pode-se ver a mesma empresa praticando diferentes filosofias de marketing ao redor do mundo e ver empresas usando filosofias diferentes do marketing em um mesmo mercado, podendo-se identificar, na evolução desta ciência, filosofias com diferentes orientações: a) orientação para produção; b) orientação para produto; c) orientação para vendas; d) orientação para o cliente; e) orientação para o marketing socialmente responsável ou marketing social; f) orientação para o marketing holístico. Os primeiros passos para a difusão do marketing foram dados por Peter Drucker, ainda que implicitamente, em 1954, com o lançamento do livro "A Prática da Administração". A primeira grande mudança nesse cenário veio em 1960 por Theodore Levitt, mais tarde nomeado o pai do marketing. Era professor da Harvard Business School. Seu artigo na revista Harvard Business Review sob o título "Miopia de Marketing", elencou uma série de erros de percepções, mostrou a importância da satisfação dos clientes e transformou para sempre o mundo dos negócios. Desta forma, vários artigos científicos foram escritos, pesquisas feitas e dados estatisticamente relevantes traçados sobre a importância do marketing. Separaram-se as estratégias eficientes dos “achismos” e viu-se a necessidade de um estudo sério do mercado. Este conhecimento adquirido ficou espalhado, difuso, muitas vezes restrito ao mundo acadêmico. Em 1967, Philip Kotler, lança a primeira edição de seu livro "Administração de Marketing", onde se pôs a reunir, revisar, testar e consolidar as bases daquilo que até hoje formam o cânone do marketing. 47 Nos anos 70, destacou-se o fato de surgirem departamentos e diretorias de marketing em todas as grandes empresas. O próprio Kotler desenvolveu estudos nesse sentido quando publicou “Princípios de Marketing” juntamente com Gary Armstrong. De fato, a contribuição do marketing é de suma importância no meio empresarial, que passa rapidamente a ser adotada em outros setores da atividade humana. O governo, organizações civis, entidades religiosas e partidos políticos passaram a valer-se das estratégias de marketing adaptandoas as suas realidades e necessidades. De modo geral, na década de 80, o marketing desenvolveu-se intensamente em vários setores e, especificamente no terciário, o crescimento foi ainda mais acelerado. A mudança na mentalidade empresarial pode ser apontada como um dos fatores que contribuíram para isso, no sentido de que hoje em dia profissionais liberais já aceitam a idéia de aplicar técnicas mercadológicas em seus negócios (LAS CASAS, 1991). Assim como fez em muitos outros setores, o avanço tecnológico dos anos 90 teve um forte impacto no mundo do marketing. Conforme Dolabela (1999), a utilização do marketing na administração moderna tem seus objetivos claramente definidos e quantificados de forma que haja um alvo atingível para o qual se pode mirar. Devem ser definidos de tal forma que, quando o plano de marketing for implementado, o desempenho possa ser comparado com o objetivo. A satisfação do consumidor e a opinião pública passaram a estar diretamente ligada à participação das organizações em causas sociais, e a responsabilidade social transformou-se numa vantagem competitiva. As empresas, ao desenvolverem um plano de marketing, estão sujeitas a sofrerem uma série de influências de diferentes variáveis, onde sua ligação com o mercado ocorre através das atividades de comercialização representadas por produto, preço, distribuição e promoção, conforme a ilustração abaixo. Esses conjuntos de fatores são denominados de compostos de marketing, que representam as principais etapas em todos os tipos de comercialização possível, seja o objeto um bem, uma ideia ou um serviço e são dirigidos à satisfação dos desejos e necessidades dos consumidores. Além disso, enquanto as empresas procuram desenvolver um plano de marketing 48 mais adequado aos seus clientes, elas sofrem a influência de uma série de variáveis chamadas de incontroláveis, uma vez que a maioria dos administradores não tem controle sobre elas, devendo-se adaptar às suas imposições. Conforme a ilustração abaixo, esses fatores são: tecnologia, ambiente político\legal, concorrência, econômicas e outras. (LAS CASAS, 1991). Organização Produto Preço Distribuição Promoção Consumidor Econômicas\Outras Tecnologia Ambiente Político\Legal - Concorrência Ambiente Social\Cultural\Demográfico Fonte: Adaptado de Las Casas, 1991, p.13 Figura 36: Composto de marketing e variáveis incontroláveis. Desta forma, compreender a analisar essas variáveis, bem como sua interferência nas ações das empresas, passam a constituir um ponto de partida para o desenvolvimento do planejamento proposto. A partir do momento em que se passa a sistematizar um conjunto de ações e intenções calcadas em conhecimento, pesquisa, informação, observação do comportamento das pessoas e sociedades perante o mercado e a economia, bem como perante o seu grupo de referência e comunidade, passa-se a pensar num amplo e complexo sistema denominado de Administração de Marketing que, na realidade, significa a administração de todos os elementos discutidos e implementados dentro do conceito de marketing. Segundo Las Casas (1991), cabe a quem trabalha em marketing, seja administrador, publicitário, psicólogo ou industrial, um profundo conhecimento do mercado e da sua segmentação, da psicologia de vendas e da psicologia do consumidor. Isto facilita a atuação no mercado e permite um planejamento 49 adequado. Um segmento de mercado constitui-se numa faixa de consumidores com características semelhantes, necessidades e desejos comuns, motivados de forma similar a adquirir determinados produtos ou serviços. Pode-se afirmar que o marketing recebeu as maiores influências na década de 90, já que neste período, inúmeros novos elementos surgiram e exerceram uma grande força e influência, principalmente sobre a área tecnológica, o que foi sentido nos quatro cantos do planeta. As premissas analisadas mostram que o novo milênio está se preparando para práticas de prestação de serviços voltadas à satisfação das necessidades dos clientes, através de uma percepção elucidada e baseada nos fatores originados do estreitar do relacionamento, cuidando de perto de seus clientes e olhando de forma cada vez mais crítica para o mercado, a ponto de encontrar vantagens competitivas e lucrativas para toda organização. 2.2 Marketing de relacionamento O marketing de relacionamento surgiu, dentro dos estudos teóricos do marketing e, mais especificamente nas últimas duas décadas, como um novo espaço de atuação do próprio marketing. Paralelamente firmou-se como alvo de grande interesse gerencial, visto que suas práticas têm por objetivo promover nas empresas melhores desempenhos por meio do uso do desenvolvimento de relacionamentos de longo prazo. Para D'Angelo; Larán; Schneider (2006), o marketing de relacionamento é uma filosofia empresarial a qual prevê a construção e a manutenção de relacionamentos individuais com os clientes, numa concepção em longo prazo. Em mercados corporativos, seja naqueles voltados ao consumidor final, sua adoção demanda um projeto da organização em uma postura cultural, estratégica e operacional que esteja de acordo com seus princípios. McKenna (1999) afirma que o marketing de relacionamento coloca-se com o posicionamento iniciando no consumidor para efetivar a venda/compra. As empresas conseguem obter posições de destaque no mercado através do marketing, mas, além disso, pode-se estabelecer e firmar-se quanto 50 a sua forma de fazer negócios. Esse é o posicionamento dinâmico, um processo multidimensional formado por três etapas: posicionamento do produto, posicionamento do mercado e posicionamento da empresa. (MCKENNA, 1999). Para Kotler (1998), marketing de relacionamento é baseado na premissa de que os clientes importantes precisam receber atenção contínua, Independentemente se são representados por pessoas físicas ou jurídicas. Assim, a partir do final da década de 1990 e início da década seguinte, o marketing de relacionamento tornou-se um modismo dentre os profissionais da área, necessitando de amplo estudo e capacitação dos mesmos para buscar o melhor meio de gerenciar relacionamentos de maneira satisfatória (STONE; WOODCOCK; MACHTYNGER, 2002). Segundo Stone, Woodcock, Machtynger (2002), o desenvolvimento de consumidores mais leais aumenta o faturamento da empresa. Isso, entretanto, tem um custo. A grande questão é decidir quanto uma empresa deve investir no desenvolvimento do relacionamento com seus consumidores de maneira que os custos não ultrapassem os ganhos. Kotler; Armstrong (1999) expõe que, no mercado de hoje, em que os clientes usufruem de uma grande gama de opções em produtos e serviços, o fator determinante para a escolha do consumidor é o valor que ele identifica, e esse valor depende da avaliação de cada cliente, o que se denomina valor percebido. “O valor para o cliente é a diferença entre os valores que ele ganha comprando e usando um produto e os custos para obter esse produto.” (KOTLER; ARMSTRONG, 1999, p. 6). A satisfação do cliente depende do valor percebido por ele com relação às expectativas que foram criadas em cima de determinado produto ou serviço. Deste modo, se o valor percebido pelo cliente corresponde às suas expectativas, ele sai satisfeito, se excede, ele fica encantado. As empresas inteligentes buscam encantar seus clientes, prometendo somente o que podem cumprir e depois oferecendo além do que foi prometido. A satisfação do cliente só traz benefícios para uma organização, pois clientes satisfeitos voltam a comprar e fazem propaganda positiva, resultando em novos clientes. (KOTLER; ARMSTRONG, 1999). 51 O que realmente importa é como os possíveis clientes e os já existentes veem uma empresa em relação às concorrentes. Os consumidores definem uma hierarquia de valores, desejos e necessidades com base em dados empíricos, opiniões, referências obtidas através de propaganda de boca e experiências anteriores com produtos e serviços [...]. (MCKENNA, 1999, p. 45). Ainda segundo o autor, a satisfação do cliente é intimamente ligada à qualidade, tendo esta um impacto direto sobre o desempenho do produto. No seu sentido mais restrito, qualidade pode ser definida como ausência de defeitos, mas para a maioria das empresas centradas no cliente, para alcançar a qualidade total é necessário atender ou superar as expectativas do cliente. Marketing ocorre quando as pessoas decidem satisfazer necessidades e desejos através da troca, sendo esta o ato de obter-se um determinado objeto dando alguma coisa em retribuição. O marketing de relacionamento além de criar transações a curto prazo, objetiva construir relacionamentos a longo prazo com clientes, tendo como ideia central não maximizar relacionamentos mutuamente lucrativos, mas sim transformar as transações lucrativas em uma consequência de bons relacionamentos com os consumidores. (KOTLER; ARMSTRONG, 1999). Desta forma, marketing de relacionamento é a construção de uma relação duradoura entre empresa e consumidor, baseada na confiança e em ganhos mútuos ao longo do tempo. Não é só o cliente que tem que manter uma fidelidade, porém, suas exigências devem nortear as práticas básicas de negócios, de tal forma que os envolvidos tenham benefícios. Segundo Stone, Woodcock, Machtynger (2002), um programa de marketing de relacionamento deve seguir as seguintes etapas: a) definir os objetivos: determinar aonde se quer chegar ou o que se pretende alcançar; b) identificar as necessidades dos clientes: entender claramente o que desejam; c) desenvolver a abordagem: criar uma forma de contato; d) definir níveis e segmentos de qualidade: estabelecer parâmetros em termos de qualidade; e) implementar: colocar em prática o planejado; f) controlar o resultado: verificar se tudo está de acordo com o planejado. Já Kotler (1998) entende que essas etapas devem ser as seguintes: 52 a) identificação dos clientes-chave – os clientes-chave são aqueles que merecem uma atenção especial por algum motivo, quer seja porque proporcionam maior retorno para a empresa, ou pelo potencial que possui o chamado lifetime value (valor patrimonial de longo prazo); b) designação de um gerente de relacionamento para cada um dos selecionados. Sugere-se a designação de um colaborador com treinamento específico para atender exclusivamente um dos clienteschave; c) desenvolvimento de um plano de ação para cada cliente-chave. Sugere-se, igualmente, a criação de um planejamento por cliente, que contenha objetivos, metas, estratégias, ações e recursos necessários para melhorar o relacionamento com os clientes-chave identificados; d) estabelecimento de um sistema de controle para avaliar o desempenho dos gerentes de relacionamento em relação a seus clientes. A empresa deve determinar com clareza os critérios através dos quais cada gerente de relacionamento e seu relacionamento com os clientes-chave serão avaliados. Sugere-se a criação de um “supervisor de relacionamentos”, que acompanhará e aconselhará os gerentes de relacionamento. Uma empresa não deve procurar atender a todos os clientes sob pena de perder o foco, mas deve segmentar o mercado onde atua e buscar atender os clientes que podem reverter em uma maior lucratividade. (KOTLER, 1998). Após essas considerações, é possível afirmar que o bem de maior valor de cada empresa é o cliente, uma vez que no atual mundo globalizado e competitivo é necessário focar esforços na manutenção e no relacionamento com os clientes, além de não perder de vista a busca de novos consumidores. 2.2.1 Diferenciação por meio de serviços Segundo Mckenna (1999), uma forma de se diferenciar no mercado e conquistar a preferência dos clientes é agregando valor aos produtos por meio de serviços. A fronteira entre produtos e serviços está desaparecendo rapidamente, o que está ocorrendo é a “servicialização” dos produtos e a 53 “produtilização” dos serviços. Isso porque, na maioria das vezes, o que os consumidores mais desejam de um produto é qualitativo e intangível; é o serviço, um aspecto essencial do produto, não sendo um evento, e sim o processo de criação de um ambiente de informação, garantia e conforto ao consumidor. Os comerciantes que apreciam a importância do híbrido produtoserviço concentram-se no desenvolvimento de relações de fidelidade com o cliente. Muitas empresas fazem uso de estratégias que enfocam o preço e as especificações técnicas de seus produtos, porém são artifícios limitados, de forma que no quesito preço o cliente nunca se dará por satisfeito, esgotando cada vez mais a capacidade da empresa em flexibilizar seus preços, ou mesmo, acarretando em sua ruína. No quesito técnico, é muito difícil uma empresa conseguir manter a superioridade tecnológica por mais de seis meses. (MCKENNA, 1999). As empresas estariam muito melhor se conseguissem estabelecer posições baseadas no que chamo de fatores intangíveis, tais como liderança em tecnologia, qualidade, confiabilidade e serviço. Ao contrário do preço e das especificidades técnicas, os aspectos intangíveis não se enquadram em um gráfico de comparação entre produtos. Não podem ser mensurados de forma adequada, nem tampouco descritos por números. Contudo, como forças de posicionamento são muito mais poderosos. (MCKENNA, 1999, p. 64). A competição de preços tem vários pontos negativos. Produtos com baixos preços quase sempre recebem pelos consumidores a conotação de pouca qualidade, de modo que preço baixo e alta qualidade podem ser um desastre. Além do mais, as empresas que oferecem preços baixos sempre enfrentam ameaças de outras que podem oferecer preços ainda mais baixos e roubar sua posição. Ademais, as margens de lucro frequentemente se corroem junto com o preço, o que leva a comunidade financeira a fazer comentários negativos sobre as perspectivas da empresa. (MCKENNA, 1999). Buscar se estabelecer no mercado por meio de especificidades técnicas também não é benéfico, pois, além da dificuldade de ser manterem a frente da concorrência, os clientes não estão interessados em pequenas diferenças técnicas, pois a maioria nem mesmo sabe distingui-las, são mais influenciados por fatores intangíveis, tais como a liderança tecnológica e qualidade do produto, assistência técnica e suporte. (MCKENNA, 1999). “Poucos compradores de um produto Sony conseguem diferenciar sua tecnologia, mas a reputação da Sony garante-lhes que não precisam fazê-lo.” 54 (MCKENNA, 1999, p. 66). 2.2.2 CRM O Customer Relationship Management (CRM), de acordo com a bilbliografia estudada, trata de uma nova abordagem que coloca o cliente no centro dos processos do negócio, sendo estratégicamente pensado para perceber e antecipar as necessidades dos clientes atuais e potenciais, de forma a procurar supri-las da melhor forma. O marketing de relacionamento com os clientes – CRM – objetiva melhorar as relações com seus parceiros da rede de suprimentos (atacadistas e varejistas) que distribuem seus produtos. Algumas empresas têm especial interesse em melhorar o relacionamento com seus consumidores finais, ou seja, utilizar os benefícios do CRM para captar e fidelizar clientes, obtendo maior lucratividade e reduzindo os custos. Os processos de gestão desenvolvidos através do CRM estão, sem dúvida, na linha da frente em termos estratégicos não apenas em termos de marketing, mas também a médio prazo, ao nível econômico-financeiro. Os processos e sistemas de CRM possibilitam que se tenha conhecimento das informações e exerçam assim o acompanhamento sobre os clientes de maneira integrada, principalmente através de registros de todas as interações com o cliente, que podem ser consultadas e comunicadas pela e para a empresa que necessite desta informação para se nortear nas tomadas de decisões. A utilização do CRM no planejamento estratégico das empresas ainda é recente e passível de estudo e discussões pelos teóricos sobre o tema. Mesmo assim, é de extrema importância o seu conhecimento pelas empresas que desejam ampliar os negócios. O aspecto mais importante do marketing de relacionamento com o cliente é a capacidade que possui de coletar, analisar e rastrear informações sobre os cliente de uma empresa, reunindo-as em um banco de dados a fim de constituir um ativo para o planejamento organizacional (STONE; WOODCOCK; MACHTTNGER, 2002, p. 131). 55 Ao se considerar a utilização do CRM, é necessário, segundo Stone, Woodcock e Machttnger (2002), a aplicação de alguns “princípios-padrão” de gerenciamento. Pizzinatto, et al (2005) apontam que para obter bons resultados através do gerenciamento do relacionamento com clientes – CRM – é necessário compreender inicialmente quem são os clientes de uma organização, com qual segmento se está atuando para poder oferecer ao “cliente certo a oferta certa, nos canais certos e na hora certa”. 2.2.3 E-Commerce Por comércio eletrônico ou e-commerce, que também pode ser denominado comércio virtual, compreende-se uma transação comercial feita especialmente através de um equipamento eletrônico. A ação de vender ou comprar pela internet caracteriza-se em um exemplo de comércio eletrônico. A internet está mudando o projeto e a implementaçao de estratégias de marketing. A tecnologia dinâmica põe à disposiçao dos profissionais de marketing métodos eficientes e poderosos para projetar, promover, e distribuir produtos, realizar pesquisas e coletar informaçoes sobre o mercado (FERREL; PRIDE, 2001, p. 473). De acordo com Ferrel, Pride (2001), existem diversos termos para descrever as atividades de marketing e as transações que ocorrem na internet. Entre os teóricos do assunto, o mais popular é o e-commerce, ou comércio eletrônico, assim definido “compartilhamento de informações de negócios, a manutenção de relações comerciais e a condução de transações de negócios por meio de redes de telecomunicações.” E-commerce conceitua-se como o uso da comunicação eletrônica e digital, aplicada aos negócios, criando, alterando ou redefinindo valores entre organizações ou entre estas e indivíduos, ou entre indivíduos, permeando a aquisição de bens, produtos ou serviços, terminando com a liquidação financeira por intermédio de meios de pagamento eletrônicos. (COMÉRCIO..., 2010). O mercado mundial está cada vez mais se adaptando ao comércio 56 eletrônico em grande escala. Muitos ramos da economia agora estão ligados ao comércio eletrônico, de tal modo que em alguns segmentos torna-se indispensável o uso dessa ferramenta. A internet mudou o modo como os profissionais de marketing se comunicam e desenvolvem relações, não apenas com seus clientes, mas também com seus empregados e fornecedores [...]. A tecnologia de telecomunicações oferece muitas vantagens, potenciais aos profissionais de marketing, entre elas a rápida resposta, a expansão da capacidade de servir ao cliente [...], a redução nos custos de operações e as reduções de barreiras geográficas (FERREL; PRIDE, 2001, p. 452 e 453). Nesse caso, considera-se que o mercado global para o e-commerce é composto pelos internautas que já realizam compras ou que podem vir a fazêlo, desde que tenham acesso à rede mundial de computadores. A entrada das empresas na rede mundial de computadores generalizouse a ponto de se estranhar atualmente o fato que de algumas não possuam na rede um espaço próprio para estabelecer contatos quer seja com seus clientes, fornecedores, ou até mesmo seus colaboradores. Fazer uso da rede mundial de comunicações, a internet, é uma questão cultural que vem se alterando dia a dia e que tem despertado o interesse não só das empresas, mas também dos clientes. Para Ferrel; Pride (2001), as características do e-marketing afetam diretamente a estratégia de marketing, uma vez que a estratégia “envolve identificar, analisar um mercado-alvo e criar um mix de marketing para satisfazer indivíduos desse mercado”. Para Ferrel e Pride (2001), inicialmente é necessário compreender as caracteristicas básicas do comércio eletrônico, uma vez que para os autores, essas características se distinguem nesse meio do ambiente tradicional de marketing. Assim, afirmam os autores que estas caracteristcas são: a) capacidade de endereçamento; b) interatividade; c) memória; d) controle; e) acessibilidade; f) digitalização. 57 No quadro a seguir, podem ser observadas as considerações que Ferrel, Pride (2001) elencam sobre cada uma destas características: CARACTERÍSTICA CONSIDERAÇÕES Capacidade de endereçamento Representa a expressão mais avançada do conceito de marketing, uma vez que permite aos profissionais preparar um mix ajustados aos clientes-alvo. Interatividade Permite aos clientes expressarem suas necessidades e desejos diretamente as empresas, facilitando a interação entre empresa e potenciais compradores. Memória Refere-se a capacidade da empresa acessar bancos de dados com informações cada vez mais precisas sobre seus clientes, de acordo com o histórico de uso dos mesmos. Controle Encontra-se na habilidade dos clientes em regular a informação que eles veêm, bem como a taxa e a sequência de sua exposiçao a essa informação. Acessibilidade A possibilidade de acessar uma infinidade de informações sobre o que se deseja, poder compará-la a um concorrente e aprofundar o conhecimento sobre o que se deseja. A internet pode ser usada para distribuir, promover e vender aqueles aspectos que estáo a parte do próprio ítem físico. Digitalização Fonte: Adaptado de Ferrel; Pride, 2001, p. 454-457. Quadro 3 - Características do marketing eletrônico. Para uma empresa pensar no foco da solução do e-commerce pode ser considerada a possibilidade de oferecer a colocação de pedidos aos clientes médios e pequenos diretamente ligados aos sistemas de gestão operacional. Nesse caso, espera-se um aumento da competitividade entre os fornecedores em decorrência do uso da rede, favorecendo um aprimoramento da qualidade dos produtos, dos serviços e do relacionamento que podem fazer o grande diferencial no mercado atual. Ainda citando Ferrel; Pride (2001), pode-se elencar as seguintes etapas da estratégia de marketing, mas sem esquecer que o ambiente da rede mundial de comunicação é extremamente dinâmico e que requer 58 reconsiderações frequentes acerca das ações de marketing com a finalidade de manter-se em dia: a) mercados-alvo; b) considerações sobre o produto; c) considerações sobre a distribuição; d) considerações sobre promoção; e) propaganda e publicidade; f) considerações de apreçamento. Assim, fica claro que a acessibilidade a internet dá aos profissionais de marketing uma oportunidade para expandir e complementar seus esforços tradicionais de promoção. A propaganda e a publicidade são provavelmente os elementos do mix promocional mais visíveis na www. A propaganda ocorre frequentemente na forma de anúncios em banners, em palavraschave, em buttons, interstitials e de patrocínio. As empresas estão usando a internet também para facilitar a venda pessoal e a promoção de vendas. (FERREL; PRIDE, 2001, p. 468). O uso da internet dá aos consumidores um maior acesso às informações sobre custo e preço de produtos que seriam antes impossíveis de se ter. Este fator, segundo Ferrel; Pride (2001), favorece a concorrência de preços, estimula as organizações a criarem mecanismos ou políticas de preços diferenciados via internet e estabelece uma nova forma de relacionamento entre cliente e empresa. Assim, há que se preocupar com novas questões que surgem com o advento dessa forma de comércio. Questões ligadas à legalidade de ações, à moral e à ética passaram a ser discutidas com maior ênfase desde então. Uma das questões mais controvertidas tem a ver com a privacidade pessoal, principalmente as informações pessoais que as empresas coletam dos visitantes dos sites, frequentemente com o uso de cookies [...]. Questões adicionais se referem ao spam, ou e-mail comercial não solicitado [...], e a apropriação indébita de marcas registradas. (FERREL; PRIDE, 2001, p. 468). Numa breve avaliação sobre o uso da internet no comércio mundial, é indiscutível a importância que esta tem enquanto instrumento de comunicação. Esse processo facilitou os contatos interpessoais e o trabalho de muitos profissionais. É evidente ainda que o potencial de desenvolvimento ainda esteja longe 59 de se esgotar, e com isso as facilidades e os problemas surgirão à proporção que a própria internet e o e-marketing continuem a evoluir. 60 CAPÍTULO III A PESQUISA 3 INTRODUÇÃO Em um mercado altamente competitivo e clientes cada vez mais exigentes e menos fiéis, as empresas buscam a cada dia soluções inovadoras, criativas e que possam lhes proporcionar diferencial no mercado em que atuam, de forma a desenvolver no cliente um valor agregado que não seja encontrado nos demais concorrentes. A maioria das empresas busca como objetivos prioritários em sua trajetória no mercado, a conquista e fidelização de clientes. Para atingir tais objetivos fazem uso de artifícios nocivos, reduzindo seus preços, comprometendo qualidade e margens de lucro. Em curto prazo, essas técnicas podem até se mostrar eficientes para sensibilizar o cliente a definir seu fornecedor, porém, para fazer com que este não compre da concorrência necessitará sempre oferecer preços menores, o que reduzirá os ganhos da empresa, impedindo seu crescimento e, sem mais margem para ser flexibilizada, resultará em sua inviabilidade. As empresas precisam então buscar diferenciais, onde o preço esteja incluído, mas que não seja o único ou o mais importante recurso. Tais diferenciais podem estar no marketing de relacionamento, onde o fornecedor busca entender as necessidades do cliente e adequar, quando possível, seus produtos e serviços a ele. Esta é uma forma de agregar valor ao produto que fornece e tornar o cliente, se não cativo, pois isto é improvável, pelo menos identificado com a empresa e com o produto, possibilitando praticar preços mais altos pelo serviço oferecido, conquistar uma participação de mercado acima do que seria considerado natural, e/ou obter uma margem de lucro maior do que a de seus concorrentes. O tema escolhido apesar de várias vezes já abordado continua relevante, principalmente quando se busca entender sua aplicação em um caso 61 específico de forma que possa ser utilizado como estratégia da empresa e proporcionar-lhe um diferencial competitivo no mercado em que atua. Para demonstrar que o Marketing de Relacionamento é solução para se estabelecer diferencial às empresas, agregando valor a seus produtos, foi realizada pesquisa de campo na BSB Produtora de Equipamentos de Proteção Individual Ltda., localizada na Avenida São Paulo, 1805, Jardim Guanabara, Lins-SP, no período de março a outubro de 2010. Para a realização da pesquisa foram utilizados os seguintes métodos: a) Estudo de Caso: foi analisada, na empresa, a forma como se relaciona com seus clientes e busca retê-los. b) Observação Sistemática: foram observados e analisados os aspectos relativos ao marketing de relacionamento na unidade BSBLins, no atendimento aos seus clientes. c) Método Histórico: foram observados os dados e a evolução histórica da BSB, como suporte para o desenvolvimento do Estudo de Caso. Utilizou-se também das técnicas: Roteiro de Estudo de Caso (Apêndice A) Roteiro de Observação Sistemática (Apêndice B) Roteiro do Histórico da BSB EPIs (Apêndice C) Roteiro de Entrevista com o Diretor Comercial (Apêndice D) Roteiro de Entrevista com a Gerente de Marketing (Apêndice E) Roteiro de Entrevista com o Gerente de P&D (Apêndice F) A escolha pela BSB para a realização da nossa pesquisa deve-se às condições que a empresa oferece em nível de organização e estrutura para a elaboração de um trabalho rico de informações. 3.1 Relato e discussão sobre a empresa Após a escolha pela BSB EPIs para a realização da pesquisa de campo, efetuou-se contato com o Supervisor Administrativo da empresa para que fosse concedida a devida autorização. Com o consentimento e colaboração da 62 organização, deu-se início à etapa de levantamento das informações históricas e de evolução, até a posição que ocupa atualmente no mercado em que concorre. As visitas foram agendadas com a responsável pelo setor de Capacitação de Equipes, onde foi exposta toda a trajetória de sucesso e os valores da empresa. Foi possível também conhecer todas as suas instalações, desde os setores produtivos até os administrativos e colher impressões de vários de seus colaboradores, o que foi essencial para o entendimento holístico sobre a organização. Conhecendo a empresa e presenciando um pouco de sua rotina, fica evidente a preocupação com a máxima qualidade em todos os níveis de seus processos, transmitida ao colaborador logo que este é contratado. Isso porque a BSB tem consciência de que para se destacar no mercado e conquistar o respeito e preferência do seu público-alvo, é necessário alcançar vantagens competitivas, que só são possíveis oferecendo produtos e serviços que atendam ou mesmo superem as expectativas de seus clientes, de forma a construírem um elo de parceria de longo prazo que reverta em ganhos para ambas as partes. Para alcançar seus objetivos de captação e manutenção de clientes, a empresa reconhece os benefícios do Marketing de Relacionamento e sabe que para isto não basta oferecer o menor preço e o melhor produto, ou mesmo realizar pesquisa de pós venda e dispor de um Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC). É necessário ampliar e qualificar tais relacionamentos, pois hoje os clientes não buscam somente comprar um determinado produto, buscam nisto a solução para o seu problema, de modo que tenham as expectativas atendidas ou superadas. Desta forma, torna-se indispensável para uma empresa que procura um bom posicionamento no mercado e fugir da prática destrutiva da guerra de preços, agregar valor a seus produtos por meio de qualidade na prestação de serviços. 3.2 Departamento Comercial O Comercial é o departamento da empresa que está mais diretamente ligado aos clientes, e que faz o papel de intermediador destes com o restante 63 da organização. É dividido em setores de: Administração de Vendas, Logística, Licitações, Contratos, Capacitação de Equipes, Suporte CRM, Marketing, Relacionamento com Clientes e Atendimento a Representantes. 3.2.1 Administração de Vendas Setor composto pelas Células de: Cadastro, Conferência Cadastral, Conferência Comercial, Análise Crítica, Instrução e Devolução e Remessa. A Célula de Cadastro é responsável por efetuar cadastros e reavaliações dos clientes. Os representantes comerciais da BSB encaminham a ficha com as informações preenchidas pelos clientes e os dados cadastrais são conferidos com o registro do cliente no site da Receita Federal e no Sintegra, onde é verificado se este se encontra em situação regular; caso contrário, o cadastro não é realizado. As informações financeiras e o limite de crédito e prazo de pagamento solicitado são direcionados para a análise do departamento responsável, podendo liberar ou não crédito para o cliente. Nestes casos, este só poderá comprar por meio de pagamento antecipado. Assim que um pedido é gerado e havendo saldo de crédito suficiente para o cliente, vai para a primeira tela de liberação, a Cadastral, onde é verificado se os dados que se tem da empresa compradora encontram-se de acordo com o site da Receita Federal e o do Sintegra, e se o cliente está em situação regular nestes órgãos. Após liberado pela Célula de Conferência Cadastral, o pedido vai para a análise da Célula de Conferência Comercial, que verifica se o pedido digitado está de acordo com as regras comerciais de frete, quantidades múltiplas por produto, faturamento mínimo, natureza de operação, prazo de pagamento, comissão e outros. Estando algum item em desacordo, é enviada uma notificação para o atendente da região solicitar correção ou apresentar autorização do responsável. Se o estoque já foi pré-reservado pelo vendedor, o pedido já é direcionado para o setor de faturamento para receber ordem de embarque, 64 estando pronto para ser encaixotado, faturado e despachado. Caso contrário, passa pela célula de Análise Crítica, onde é verificada a disponibilidade de estoque. Não havendo quantidade suficiente para fechar todo o pedido ou saldo mínimo para faturar imediato pelo menos parte dele, este é encaminhado ao departamento de PPACP, que providenciará a sua produção. Os processos de descontos em duplicatas e de prorrogação de prazo de pagamento por atraso de entrega ou erro de digitação são analisados pela Célula de Instrução, que providencia os acertos junto ao departamento financeiro. Já as ocorrências de troca e devolução são verificadas pela Célula de Devolução e Remessa, que recebe as Notas Fiscais de saída emitidas pelos clientes e os Relatórios de Devolução (RD) preenchidos pelos vendedores ou assistentes e após conferi-los solicita a coleta das mercadorias que estão sendo devolvidas, podendo ser por problemas de qualidade ou mesmo por desacordo comercial, como preço, quantidade e modelo em desconformidade com a ordem de compra. 3.2.2 Logística O setor de logística é notificado sobre qualquer ocorrência que impossibilite a entrega de pedidos, seja por recusa do cliente ou por dificuldade em identificar o destinatário. Essas ocorrências podem ser transmitidas tanto pelas transportadoras terceirizadas, que prestam serviços de entrega à empresa, ou pelos próprios vendedores e atendentes, que realizam contato direto com os clientes. O setor realiza também acompanhamento da eficiência de entrega das transportadoras terceirizadas e seleciona as solicitações de embarques e entregas urgentes que recebem dos representantes e assistentes de vendas e encaminha aos setores de expedição e faturamento e às transportadoras, para que seja dado prioridade para esses pedidos. 3.2.3 Licitações 65 O Licitações é o setor do departamento comercial responsável pelo acompanhamento de todo o processo que envolve a participação da empresa em concorrências para fornecimento a órgãos públicos, podendo ser presenciais ou por pregões eletrônicos. Junto ao representante comercial da região, o setor financeiro e o PPACP avaliam se têm condições de atender ao edital e se é interessante a participação direta da empresa ou por meio de um revendedor. Definida a participação direta, é levantada toda a documentação necessária e o preço mínimo a ser ofertado. Se o pregão for presencial, o representante comparece ao local e horário indicado no edital, ou se a disputa for por pregão eletrônico, a própria célula participa via internet. 3.2.4 Contratos As propostas de contrato podem partir tanto do cliente quanto da empresa, que analisarão e proporão as alterações necessárias até que o conteúdo do documento esteja de acordo para ambas as partes. Entretanto, a maioria dos contratos originam-se de licitações ganhas para fornecimento a órgãos públicos. Desta forma, a célula de contratos é responsável em conferir que sejam cumpridas todas as cláusulas firmadas em contrato entre a empresa e os seus clientes, como preço, prazo de pagamento, prazo de entrega e de vigência. Deste modo, os pedidos de clientes-contrato têm prioridade máxima em todos os setores da empresa, para que esta não venha a sofrer sanções por atraso de entrega ou não cumprimento de algum item do contrato. 3.2.5 Capacitação de Equipes Os colaboradores ou representantes comerciais recém-contratados ou aqueles que apenas desejam passar por uma reciclagem são direcionados para a Célula de Capacitação de Equipes, que montará o cronograma de 66 treinamentos de acordo com a função do ocupante e acompanhará para que este seja cumprido da melhor maneira possível. Primeiramente, é feita uma apresentação sobre o perfil da empresa, seu histórico e evolução. Em seguida é dado início à parte prática do treinamento, onde mesmo que superficialmente os colaboradores conhecem todo o setor produtivo através de um monitor que vai descrevendo cada um dos processos e tirando as dúvidas que surgem, sendo dada maior ênfase nos departamentos que têm maior relação com o Comercial, como o Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) e o Laboratório de ensaios de resistência. Por fim, o colaborador passa por todas as células do departamento comercial, para conhecer quais as atribuições e rotinas de cada uma, dando uma atenção especial para aqueles processos que mais se inter-relacionam com a função que vai desempenhar. No caso de colaboradores internos, a última etapa do treinamento ocorre na célula em que vai trabalhar, onde além da parte teórica, aprende a parte operacional da função, por período suficiente até estar apto a executá-la sozinho. Em se tratando de representantes comerciais externos, ficam por um tempo maior na célula de atendimento a representantes, com o assistente que lhe prestará suporte, pois este será seu maior elo com a empresa. 3.2.6 Suporte CRM Recebe dos colaboradores de todo o Departamento Comercial e dos representantes comerciais as ocorrências relacionadas ao sistema, intermediando com a área de informática e acompanhando sua resolução. Além disso, efetuam prorrogações de cotações expiradas e conforme solicitações providenciam campanhas para envio de malas-diretas digitais aos clientes. 3.2.7 Marketing 67 Setor responsável pela imagem da empresa, marcas e produtos perante os públicos externos e internos. Com o apoio de agências de comunicação, promove campanhas de divulgação através de diferentes meios (outdoors, flyers, malas-diretas, revistas, listas telefônicas, sites e outros), organizam as convenções anuais da empresa, participações em feiras do segmento e desenvolvem materiais de apoio (catálogos, vídeos, banners, cartões de visitas, fundo e assinatura de e-mail, brindes e outros). 3.2.8 Relacionamento com Clientes Realiza via telefone, pesquisas de satisfação e campanhas para reativação e prospecção de clientes. São utilizados diferentes roteiros e abordagens conforme a finalidade do contato, buscando sempre não transparecer ao cliente de que se trata de uma pesquisa. As respostas de cada cliente pesquisado são lançadas no sistema, agrupadas e convertidas em percentuais gerais, que ficam registrados e servem de informações para a empresa e para os vendedores. Nas campanhas de reativação, são selecionados os clientes que deixaram de comprar há determinado tempo e efetuado contato para tentar descobrir o motivo e fazer com que voltem a comprar. Os clientes potenciais são levantados por meio de sites de busca onde conste o telefone de contato das empresas filtradas. Desta forma, entra-se em contato, pede-se para falar com o responsável por compras de equipamentos de proteção Individual e realiza-se a abordagem a fim de colher os dados de contato do comprador e\ou técnico de segurança e o número do CNPJ da empresa – indispensável para realizar o cadastro do cliente no sistema como cliente prospect, ou potencial, facilitando novos contatos. O setor promove também envio de malas-diretas comemorativas aos clientes, em datas de maior destaque, como Páscoa, Dia da Independência, Dias das Mães e dos Pais e Natal e Ano Novo. Estes contatos regulares da empresa, além de uma forma de buscar 68 estreitar o relacionamento com seus clientes e colher informações que possibilitam traçar planos de ações de melhoria, agem também como um forma de gerar vendas, pois ocorre muitas vezes do cliente contactado estar necessitando do produto na ocasião do contato. Porém, estas intenções de compra são passadas para o representante responsável entrar em contato com o cliente, pois não é função do setor de Relacionamento com Clientes, e nem permitido, realizar negociações de venda. 3.2.9 Atendimento a Representantes Célula diretamente ligada a Vendas, composta por atendentes que têm como função dar suporte aos representantes comerciais da empresa, espalhados por todo o país, e aos clientes que entram em contato diretamente com a fábrica. O Atendimento é dividido por regiões e cada uma é composta por certa quantidade de representações e de atendentes, dependendo do tamanho e porte de vendas da mesma, ficando cada assistente de vendas responsável em prestar suporte a determinadas representações, sendo bonificado pelo alcance das metas de venda da região, que serve como um grande incentivo para este contribuir mesmo que indiretamente com o resultado da região. Como as representações não possuem canal direto com quase todos os demais setores, transmitem suas necessidades aos assistentes de vendas que verificam com os responsáveis e lhes dão um retorno. As solicitações são bastante variadas, mas consistem basicamente na verificação sobre: pedidos atrasados, liberação de frete, preço e comissão, envio de cópias e laudos de CAs, fotos de produtos, fichas técnicas, embarques e entregas urgentes, faturamentos parciais, prioridades de produção, análises de descritivos e outros. 3.2.10 Representações Comerciais 69 Quase 100% das negociações e efetivações de vendas dos produtos produzidos pela BSB são realizadas por meio de representantes, que possuem com a empresa um contrato de serviço e são comissionados de acordo com o seu resultado. Ganham por venda realizada conforme a tabela de preços na qual fechou a negociação e recebem um bônus se alcançarem pelo menos 90% de sua meta mensal, aumentando o valor de acordo com o percentual alcançado, sendo 90%, 100% e 120% as variações no valor do prêmio. Além disso, tem a premiação trimestral, válida para alcance de no mínimo 100% da meta acumulada no período, e a premiação anual, em cima da meta acumulada no ano, sendo também exigido atingir pelo menos 100%, sendo esta a premiação de maior valor, pois a representação ganha certo percentual em cima do valor financeiro de vendas no ano. Apesar de contar com o suporte dos assistentes de vendas, para que a representação possa prestar serviços à BSB é requerido que possua pelo menos uma pessoa para trabalhar internamente, tendo assim condições de atender os clientes que entrarem em contato por telefone e realizar acompanhamento das vendas, como verificar se já venceu o prazo para o faturamento e embarque dos pedidos. Mesmo não sendo um colaborador interno da BSB, o sistema CRM possibilita que seus representantes tenham acesso a quase todas as informações que o assistente de vendas possui, oferecendo maior autonomia e rapidez no desempenho do trabalho. O sistema, através da ferramenta de workflow, permite que o representante faça solicitações via sistema e diretamente ao responsável que receberá um alerta via e-mail e procederá conforme solicitado, dando o parecer via sistema. Através deste recurso, o representante tem a possibilidade de abrir solicitações para: alteração em dados cadastrais de clientes, alterações em pedidos digitados, previsão de faturamento, envio de documentos como certificado de aprovação (C.A.), boletos e arquivo xml de nota fiscal eletrônica (NFe) e ainda abrir ocorrências de: envio de pares a menos ou a mais, atraso de entrega, envio de referência incorreta, mal atendimento, entrega urgente e outros. Cada representação é responsável pelo atendimento de determinada região do país, podendo apenas ela enviar orçamentos e vender diretamente a 70 empresas destas localidades. Caso uma empresa interessada em comprar, entre em contato diretamente com a fábrica, é instruído a contatar o representante responsável de sua região. Outros tipos de negociações comerciais, como informação de faturamento mínimo exigido para compra, também são direcionadas para a representação, pois a região pode ter alguma particularidade, como acordo com distribuidores de não vender a certas empresas consumidoras finais e encaminhar vendas menores a eles. É necessário que a empresa, principalmente o assistente que presta suporte, esteja bem entrosado com a representação, para que não dê informações divergentes ao clientes. Neste caso, o trabalho em equipe é fundamental. 3.2.11 Convenção Anual A divulgação e entrega dos prêmios da campanha anual de vendas ocorrem sempre na convenção anual da empresa, que acontece sempre no começo do ano seguinte do período de validade da campanha de vendas. Aproveitando a presença de toda sua equipe comercial e de representantes, são divulgadas as regras da próxima campanha de vendas, os resultados alcançados por cada equipe de vendas no ano anterior, os colaboradores destaques e as representações que mais se destacaram em abertura e reativação de clientes, preço médio de venda, volume de venda por tipo de produto e outros. A convenção anual é, sem dúvida, a data mais aguardada por todos da equipe de vendas, pois, além das premiações, é a ocasião em que todos se encontram pessoalmente para comemorar as vitórias, rever as estratégias e criarem um maior entrosamento, tudo isso em um clima de bastante descontração e em um ambiente de lazer e conforto. 3.2.12 CRM 71 Como ferramenta de apoio para a gestão de relacionamento com clientes, a BSB faz uso do CRM, que lhe possibilita ter acesso a variadas informações sobre cada cliente, como dados de contato, histórico de compras e até mesmo relatos de insatisfação ou satisfação, que são registrados conforme os contatos que são realizados, seja através de pesquisas telefônicas de satisfação ou mesmo por um contato de iniciativa do próprio cliente. 3.3 P&D O departamento de P&D trabalha no desenvolvimento de novos modelos de calçados de segurança e sempre busca novas opções de matérias-primas, visando aquelas de menor custo e que ofereçam maior facilidade no processo produtivo, mas sem comprometer a qualidade. As pesquisas e os desenvolvimentos são realizados de acordo com as solicitações do departamento comercial, visando sempre atender às necessidades dos clientes, porém, para isso, é necessário que a demanda de compras do cliente compense tal investimento da empresa. Para a definição das características do modelo que se enquadrem nas necessidades do cliente, há casos em que é necessária a visita do responsável técnico do setor para avaliar as condições do local em que o calçado será utilizado, possibilitando assim colher informações necessárias para o desenvolvimento do modelo ideal para o cliente. Além dos desenvolvimentos realizados a partir de solicitações da área de vendas, o setor também desenvolve projetos por iniciativa própria, buscando sempre diversificar o portfólio de produtos da empresa, contribuindo com novidades para o mercado e aprimorando a qualidade e o desempenho de seus produtos. 3.4 Parecer final sobre o Caso 72 Observa-se que a empresa dispõe de condições que permitem a ela estar sempre se aprimorando, de forma a obter cada vez mais êxito em suas operações. Realiza constantes investimentos que permitem atender as necessidades do mercado e manter vantagem competitiva perante seus concorrentes. A BSB reconhece que, para se ter sucesso no mercado atual, é necessário reter clientes, tendo-os como figura central da empresa, pautando todas as suas ações de forma a criar valores que resultem na satisfação. Para isso, é necessário primeiramente conhecer e entender o público-alvo a fim de identificar quais as suas expectativas antes, durante e após a compra. Com o uso de tecnologias de apoio, como o CRM, a BSB visa usufruir de maior velocidade para tomar decisões, porque por meio de todas as interações com seus clientes, possibilita traçar um perfil de cada um, auxiliando-a na definição de suas estratégias. 73 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO Reconhece-se os benefícios e excelentes resultados que a BSB tem com a terceirização de suas vendas através de representantes comerciais. No entanto, constata-se alguns pontos que produzem vulnerabilidade à empresa e ao relacionamento com seus clientes. Da forma como é estruturado hoje o atendimento a clientes da BSB, em que o representante, além de vender, desempenha na maioria dos casos o papel de intermediário da empresa, acaba por transferir o relacionamento para seus representantes, que ocupam a posição de figuras centrais da estrutura comercial da organização. Deste modo, os esforços da empresa em sempre desenvolver práticas que proporcionem maior agilidade e qualidade em produtos e serviços aos clientes, como na obtenção das ISOs 9001 e 14001, são creditados aos representantes, que estão na linha de frente. Essa condição praticada mesmo que involuntariamente torna o cliente um cliente do representante, dificultando qualquer tipo de estratégia em fazer com que este relacione a imagem da empresa aos valores agregados em seus produtos. Assim, o representante passa a deter a fidelização do cliente, oferecendo riscos à empresa caso deixe de representá-la. Além disso, abre espaço para os concorrentes verem nos representantes uma oportunidade de tomarem mercados da BSB. Como proposta de reversão a esta situação de vulnerabilidade, propomos à BSB criar assessores técnicos voltados para cada segmento de mercado, de modo a integrar as equipes regionais de venda, contribuindo com o representante e sendo um canal direto entre a empresa e o cliente, de forma a atender diferentes tipos de empresas, tais como: a) grandes corporações privadas; b) empresas de economia mista; c) empresas de varejo; d) empresas públicas. Ainda dentro de cada segmento, dividir o atendimento por tipos de necessidades: empresas que necessitam de calçados com determinado tipo de 74 resistência: à eletricidade, altas temperaturas, baixas temperaturas, entre outras. Como suporte para esses clientes estratégicos e para a abertura de novos, sugerimos a criação de uma estrutura de apoio para a prospecção e venda, dispondo de especialistas de P&D, segurança do trabalho e sobre normas reguladoras, responsáveis por cada segmento de atividade: construção civil, química, frigorífica, eletricista, fundição, com o papel de identificarem as necessidades dos clientes, orientá-los e acompanharem os resultados dos produtos na empresa (desgaste, adequação de uso, desempenho em geral, custo x benefício), de forma a criar valor agregado por meio de serviços, contribuindo para o sucesso dos clientes. Fazendo uso da tecnologia, que muito contribui com as empresas, no intuito de aproximar os profissionais da BSB de maiores níveis hierárquicos dos grandes clientes, e ainda diminuir custos com deslocamentos, propomos comunicações por vídeo-conferência, que possibilitará contatos de áudio e vídeo em tempo real, para tratar de assuntos mais urgentes e que requeiram a participação simultânea de várias pessoas em diferentes localidades. Aperfeiçoar seu site para uma maior interatividade com os clientes, oferecendo, por exemplo, opção de atendimento on-line. Disponibilizar informações de interesse aos profissionais da área de EPIs, sobre produtos, legislação, índices de acidentes de trabalho, estudo realizados sobre o assunto, e também dicas ao usuário. Realizar melhorias que possibilitem a visualização de fotos dos produtos em diferentes ângulos e cores. Promover campanhas culturais com premiação, de forma a incentivar a participação do seu público-alvo. Sistematizar uma prática que já é realizada em algumas regiões de vendas, promovendo em grandes revendedores workshops com o objetivo de apresentar produtos e sua aplicação e passar informações técnicas sobre segurança do trabalho e de instruções ao usuário. Assim como é realizada a convenção para as equipes de vendas, promover um encontro anual voltado para os grandes clientes e clientes potenciais. Em um ambiente de descontração, oferecer treinamentos, debates, passeios e um coquetel para premiações. Grande oportunidade de conhecer melhor o cliente, suas necessidades e insatisfações. 75 Visando uma maior eficácia e controle da gestão de relacionamento com clientes, criar uma estrutura ligada diretamente à diretoria e cujo gerente tenha a autonomia de um Ombudsman que, segundo De Angelo; Giangrande (1999), é um complemento extremamente útil para a empresa que tenha decidido pela valorização do serviço, sendo um representante de determinado público. É esperado deste profissional que seja um facilitador no processo de implantação do marketing de relacionamento e da cultura de qualidade. Dentre outras ações, o setor realizaria o que hoje é feito pelo setor de relacionamento com clientes: pesquisas de satisfação relativas a atendimento, qualidade dos produtos, campanhas de ativação de clientes e de prospecção. Além disso, faria o papel de um SAC, o que hoje não existe na empresa, ficando responsável em registrar e buscar soluções para ocorrências de qualquer ordem, e manter o cliente informado até a resolução do problema. De modo a demonstrar ao cliente sua importância, no dia de seu aniversário e da empresa em que atua, realizar uma ação de forma a parabenizá-lo pela data. Para os clientes de menor expressividade, enviar somente um e-mail e para os maiores e os potenciais, enviar um cartão e um brinde via correio. Conforme a teoria pesquisada e a análise do Estudo de Caso, validamos a grande contribuição que o CRM oferece para se conhecer melhor os clientes, e sugerimos a BSB continuar a fazer uso dessa ferramenta que proporciona grandes conquistas à empresa. Porém, para que possa usufruir plenamente dos benefícios, é necessário disseminar para toda a empresa em que consiste essa filosofia e no que cada um pode colaborar para alcançarem um melhor gerenciamento dos clientes. 76 CONCLUSÃO Para se manterem competitivas no mercado e deter a preferência dos clientes, é fundamental para as empresas desenvolverem estratégias que visem à construção e à manutenção de um relacionamento sólido e de longo prazo com seu público consumidor. As diretrizes para se chegar a este objetivo estão presentes no Marketing de Relacionamento. Tentar fidelizar o cliente por meio de estratégias de preços é uma forma muito arriscada e finita; o preço deve sim, ser considerado como um fator importante dentro da política da empresa, mas não, como o principal. É bem mais barato manter clientes do que abrir novos. Para isso, uma maneira eficiente é agregar valores aos produtos comercializados, por meio de serviços de qualidade. O cliente satisfeito com o atendimento dá menor importância ao fator preço, proporcionando maior lucratividade à empresa. Praticar o marketing de relacionamento não é simplesmente tratar o cliente com cordialidade e simpatia, é necessário primeiramente buscar entender suas necessidades e valores, quais os fatores que ele mais preza e o que mais o deixa insatisfeito. A partir daí oferecer serviços que facilitem a vida do cliente e que contribuam para o seu sucesso. Sobretudo é necessário enfatizar que o nível de serviço oferecido deve ser correspondente ao retorno financeiro que cada cliente proporciona ou tem potencial para isso. Desta forma, pudemos verificar que a BSB preocupa-se em se manter à frente de seus concorrentes, realizando contínuos investimentos e implementações para oferecer aos clientes produtos e serviços de qualidade que atendam ou mesmo superem suas expectativas. Concluímos que o Marketing de Relacionamento é uma ferramenta indispensável para as empresas que desejam se diferenciar no mercado, mantendo-se rentáveis e competitivas, pois possibilita agregar valores intangíveis aos seus produtos, o que permite praticar preços maiores sem perder clientes. A pesquisa nos proporcionou conhecimento aprofundado sobre o tema e experiência para a elaboração de novas pesquisas científicas. Como sugestão para futuros estudos, recomendamos a realização de pesquisas que verifiquem 77 as vantagens e desvantagens da terceirização de vendas por meio de representantes. 78 REFERÊNCIAS BRETZKE, M. Marketing direto. In: DIAS, S. R. Gestão de marketing. São Paulo: Saraiva, 2003. COMÉRCIO eletrônico. Wikipédia, [s.l.], 2010. Disponível em:< http://pt.wikipedia.org/wiki/Com%C3%A9rcio_eletr%C3%B4nico>. Acesso em: 01 set. 2010. D'ANGELO, A. C.; SCHNEIDER, H.; LARÁN, J. A. Marketing de relacionamento junto a consumidores finais: um estudo exploratório com grandes empresas brasileiras. Scielo, São Paulo, 2006. Disponível em:< http://www.scielo.br/pdf/rac/v10n1/a05.pdf> Acesso em: 28 jul. 2010. DE ANGELO, C. F.; GIANGRANDE, V. Marketing de relacionamento no varejo. São Paulo: Atlas, 1999. DE OLIVEIRA, F. M.; PENTEADO, M. F. P. Marketing de relacionamento em vendas. 2007. Monografia (Graduação em Administração) – Centro Universitário Salesiano Auxilium, Lins. DOLABELA, F. 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II RELATO DO TRABALHO REALIZADO REFERENTE AO ASSUNTO ESTUDADO a) Descrição do marketing de relacionamento. b) Descrição de alguns setores e ações realizadas pela empresa como estratégia. c) Depoimentos de gerentes, supervisores e outros funcionários. III DISCUSSÃO Confronto entre a teoria e a prática utilizada pela empresa. IV PARECER FINAL SOBRE O CASO E SUGESTÕES MANUTENÇÃO OU MODIFICAÇÕES DE PROCEDIMENTOS SOBRE 82 APÊNDICE B – Roteiro de Observação Sistemática I IDENTIFICAÇÃO Razão Social: Nome Fantasia: Localização: Atividade econômica: Número de empregados: II ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS 1 Organização comercial 2 Filosofia de atendimento 3 Atendimento aos clientes 4 Serviços agregados aos produtos 83 APÊNDICE C – Roteiro Histórico da Empresa BSB EPIs I IDENTIFICAÇÃO Empresa: Localização: Atividade econômica: Porte: Data de Fundação: Proprietários: II ASPECTOS HISTÓRICOS DA EMPRESA\TEMA 1 Fundadores 2 Evolução das Atividades Econômicas 3 Evolução da infraestrutura 4 Abertura de Filiais 5 Diversificação das Atividades 6 Ambiente de trabalho 84 APÊNDICE D – Roteiro de Entrevista com o Diretor Comercial I IDENTIFICAÇÃO Sexo: Formação: Tempo de empresa: Experiência profissional: II PERGUNTAS ESPECÍFICAS 1 Qual avaliação você faz sobre a evolução da Bracol durante todos esses anos e seu posicionamento atual no mercado? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 2 Qual a sua análise sobre o arranjo da equipe de vendas da BSB? Acredita que a fórmula atual é a mais adequada ou precisa ser revista? Argumente. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 3 Qual a política de Marketing de Relacionamento da empresa? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 4 A Bracol oferece atendimento diferenciado para reter seus clientes mais rentáveis e captar os de grande potencial no mercado? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 85 Se sim, de que forma? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 5 São realizadas ações preventivas e corretivas com base nos feedbacks (sugestões, reclamações, etc.) dos clientes? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 5.1 Se sim, de que forma? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 86 APÊNDICE E – Roteiro de Entrevista com a Gerente de Marketing I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Sexo: Formação: Tempo de empresa: Experiência profissional: II PERGUNTAS ESPECÍFICAS 1 Qual a política de Marketing de Relacionamento da BSB? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 1.1 Há ações de marketing para promovê-la junto aos seus clientes internos e externos? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 1.1.1 Se sim, Quais tipos? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 2 As decisões que envolvem fatores críticos relativos à imagem e relação da empresa com seus clientes são tomadas em conjunto com o seu setor? 87 _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 3 Na sua análise, hoje o setor de marketing da Bracol tem função estratégica na empresa ou é encarado apenas como responsável pela divulgação da marca? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 88 APÊNDICE F – Roteiro de Entrevista com o Gerente de P&D I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Sexo: Formação: Tempo de empresa: Experiência profissional: II PERGUNTAS ESPECÍFICAS 1 Você conhece a política de marketing de relacionamento da Bracol? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 2 Em sua opinião, qual a principal função do departamento de P&D no processo de retenção e captação de clientes? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 3 São realizadas ações preventivas e corretivas com base nos feedbacks (sugestões, reclamações, etc.) dos clientes? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 4 O departamento faz uso de especialistas para visita aos clientes de maior potencial, objetivando identificar suas necessidades e desenvolver produtos cada vez mais adequados a eles? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________