Seminarios 2012

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL / PETENFERMAGEM
III CICLO DE SEMINÁRIOS: CAMPOS DE
ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM
TEMAS:
1. URGÊNCIA E EMERGÊNCIA EM CRIANÇAS
2. TERAPIAS NATURAIS
3. HOME CARE: A ENFERMAGEM NO DOMICÍLIO (Emília,Vanessa e Viviane)
4. CUIDADOS NA TERAPIA INTRAVENOSA
Maringá, 2012
Emília Lopes
Viviane Sousa
Vanessa Godoi
INTRODUÇÃO

Segundo o COFEN, Home Care,
Assistência Domiciliar e/ou Assistência
Domiciliária, necessita atender e se
enquadrar nas disposições da Lei 7498/86
e no Decreto-Lei 94.406/87
Definição
Denominado no Brasil de Assistência Domiciliar,
o Home Care compreende o atendimento
do paciente em seu domicílio por profissionais da
saúde ou cuidadores, com finalidade de promover,
manter e/ou restaurar a saúde do cliente/paciente
com o máximo de autonomia, privacidade e o
mínimo de agravos decorrentes da doença.
Definição
A assistência domiciliar deve ser considerada
como um recurso a ser utilizado que procura
manter o cliente junto à sua família, buscando-se
o conforto e a recuperação, reabilitação biopsico-social, além de primar pela garantia dos
mesmos princípios de biossegurança a que os
clientes teriam acesso na internação hospitalar
tradicional (COFEN).
Indicação

A enfermagem em domicílio é indicada
para pacientes em fase aguda ou crônica
de doenças, com incapacidade
funcional em uma ou mais atividades,
visando sua reabilitação, recuperação ou
mesmo a oferta de cuidados paliativos.
Incluem-se
ainda
no
programa
procedimentos
pontuais
como
curativos, administração de medicamentos via
parenteral, entre outros.
Histórico

A prática assistencial de atenção no
domicílio é tão antiga quanto à própria
sociedade, e pode ser considerada uma
alternativa valiosa na redução da demanda
hospitalar, redução de custos, humanização
da assistência, diminuição de riscos e ainda
um
novo
espaço
de
atuação,
especialmente para a enfermagem.

EUA é o pioneiro dessa atividade. Em 1780, o
Hospital de Boston implantou o primeiro serviço
de home care.

Esses serviços foram formados por associação
de enfermeiras visitadoras, fundadas por
mulheres, de cunho filantrópico.

Em 1885 com um aumento de trabalho, houve
estabelecimento da primeira Associação de
Enfermeiras Visitadoras (VNA).

Já na década de 40, o hospital de Montefiori
em Nova York, introduziu conceitos de home
care como sendo uma extensão do
atendimento hospitalar, serviço
que
cresceu após a Segunda Guerra Mundial.

No mesmo período também ocorre o
declínio das visitas domiciliares realizadas
por médicos, ressaltando o trabalho de
enfermeiras visitadoras.
No brasil...

Não há muitos registros formais sobre a historia
da assistência domiciliar no Brasil.

As primeiras atividades domiciliares desenvolvidas
no Brasil aconteceram no século XX, mais
precisamente em 1919, com a criação do Serviço
de Enfermeiras Visitadoras no Rio de Janeiro.

Em 1949 foi criado o Serviço de Assistência
Médica e de Urgência (SAMDU)

A difusão desta modalidade de prestação de serviços
ocorre tanto no setor privado quanto no setor
público, fazendo parte da pauta de discussão das
políticas de saúde que, pressionadas pelos altos
custos das internações hospitalares, buscam saídas
para uma melhor utilização dos recursos financeiros.
(LORETTA, p. 18 2009)

Nos anos 60 foi observada uma valorização
dos âmbitos familiares comunitários, tendo
ocorrido no mesmo ano a implantação do
Programa Pioneiro de Assistência Domiciliar do
Hospital do Servidor Publico Estadual de São
Paulo (HSPESP)

Seu objetivo foi de atender pacientes com
doenças crônicas que pudessem permanecer
no domicilio e que não necessitavam de
atendimento médico diário.

Os
pacientes
atendidos
tinham
o
predomínio de patologias como: neoplasias,
acidente
vascular
cerebral,
insuficiência
cardíaca,
doença
pulmonar
obstrutiva
crônica
e
hipertensão arterial sistêmica.

A partir dos anos 90 houve implantações em
prefeituras, hospitais públicos e privados,
cooperativas médicas, seguradoras de saúde,
medicina de grupo entre outros.
Objetivos
Dentre os objetivos do Home Care destacase a humanização do cuidado e de todo o
atendimento, uma vez que as internações
hospitalares tradicionalmente têm sido alvos
de críticas veementes dos usuários, alegando
abuso de poder, descaso e negligências da
equipe de saúde.
Objetivos
A Enfermagem em Domicílio busca proporcionar
conforto e segurança para o paciente no domicilio, e
tranquilidade para seus familiares. A partir de uma
avaliação criteriosa do paciente, por solicitação do
médico ou dos responsáveis, é elaborado um plano de
atenção conforme a complexidade de cada caso

Realizar o cuidado domiciliar;

Concretizar a autonomia do indivíduo e da
família;

Descobrir formas e possibilidades de
vivencia de uma vida digna e com saúde
nas mais diferentes situações.
Reintegrar o paciente em seu núcleo familiar e de
apoio; proporcionar assistência humanizada e integral,
por meio de uma maior aproximação da equipe de
saúde com a família;
 Estimular uma maior participação do paciente e de
sua família no tratamento proposto; promover
educação em saúde;
 Contribuir para a otimização dos leitos hospitalares e
do atendimento ambulatorial, visando a redução de
custos; e
 Ser um campo de ensino e pesquisa.

(LORETTA, p. 19 2009)
Benefícios

A diminuição das reinternações e dos custos
hospitalares;

A redução do risco de infecção hospitalar;

A manutenção do paciente no núcleo familiar; e

O aumento da qualidade de vida deste e de seus
familiares.
(LORETTA, p. 19 2009)
Enfermagem no Domicílio
As modalidades de atendimento de Home
Care são:
 Visita Domiciliar;

Atendimento
Domiciliar; e
ou

Internação Domiciliar;
Acompanhamento

Visita domiciliar: atendimento realizado por
profissional ou equipe de saúde na residência do
cliente, com o objetivo de avaliar as necessidades
deste, de seus familiares e do ambiente onde vive,
para estabelecer um plano assistencial voltado a
recuperação/reabilitação.

Considerando: necessidades
disponibilidade do serviço.

Orientações são feitas aos acompanhantes para
continuidade do serviço
do
cliente
e

Atendimento
domiciliar:
compreende-se as atividades assistenciais
exercidas por profissionais e/ou
equipe de saúde na residência do
cliente, para executar procedimentos
mais complexos, que exigem formação
técnica para tal. A periodicidade do
atendimento é realizada de acordo com a
complexidade do cuidado requerido.

Internação domiciliar: são atividades
assistenciais especializadas, exercidas por
profissionais e/ou equipe de saúde na
residência do cliente, com oferta de
recursos humanos, equipamentos, materiais
e medicamentos. Assemelha-se ao
cuidado
oferecido
no
âmbito
hospitalar. A permanência de profissionais
de enfermagem é pré-estabelecida (6, 12 ou
24 horas) ocorrendo também orientação
ao responsável pelo cuidado no domicilio.
LEGISLAÇÃO
A Resolução do COFEN 267/2001define enfermagem no Home
Care, como:
“ A prestação de serviços de saúde ao cliente, família e
grupos sociais em domicílio.”
A Resolução-COFEN Nº 256 de 12 de julho de 2001, define que
esta modalidade assistencial exprime, significativamente,
a AUTONOMIA e o caráter liberal do profissional Enfermeiro”.
O COFEN delimita os níveis de
complexidade dos clientes do Home Care
para com os cuidados de enfermagem e os
Respectivos papeis a serem desempenhados
Pelo enfermeiro na função assistencial, função
administrativa, função de pesquisa e função
educativa, o que confere ao profissional pleno
domínio nessa área de conhecimento.
Lei nº 7.498/86 é regulamentada pelo
decreto 94.406/87;
 A Resolução do COFEN nº 358/2009;
 A Resolução do COFEN nº 281/2003;
 A Resolução do COFEN nº 272/2002;
 A Resolução do COFEN nº 270/2002;
 A Resolução do COFEN nº 267/2001
 A Resolução do COFEN nº 225/2000.

Segundo a Resolução COFEN nº 267/2001:
As atividades de Enfermagem no domicílio estão
previstas nos seguintes níveis de complexidade:
menor
complexidade:
caracterizado
a
Neste
investigação
nível
do
está
processo
saúde/doença. O cliente necessita de procedimentos
técnicos-científicos de Enfermagem relacionada às
prevenções, promoção e manutenção do estilo de
vida saudável.
média complexidade: Neste nível não se dá a
caracterização de uma doença em curso.
Entretanto, o cliente necessita de procedimentos
tecnicos-científicos de Enfermagem que definirá o
modelo assistencial aplicado à clientela visando a
deliberação do dano, invalidez e a reabilitação da
mesma com retorno ao seu estado de vida;
alta complexidade: Neste nível o cliente apresenta uma
doença em curso, cujo atendimento em domicílio deverá
ser multiprofissional, ocorrendo a internação domiciliar,
ficando assegurado à complexidade do especialista em
Enfermagem em Domicílio-Home Care.
A Resolução ainda estipula como competência privativa do
Enfermeiro em Domicílio- Home Care atuar nas seguintes
funções: assistencial, administrativa, educativa
pesquisa.
e
de
CONTEXTUALIZAÇÃO
Domicílio
Definido como o ambiente que proporciona maior
viabilidade e ressonância para o agir além das questões
estritamente médicas e técnicas, possibilitando agregar as
dimensões emocionais e afetivas.
Com a vantagem, de possibilitar a integração dos
trabalhadores de ambos os espaços de serviços (hospitais e
rede básica) já que há a probabilidade de que um
trabalho conjunto possa ser efetuado, e não somente em
nível de referência e contra referência, mas no compartilhar
de responsabilidades.
Público alvo:
Idosos;
 Indivíduos com problemas neurológicos,
como: Alzheimer e Parkinson;
 Indivíduos com sequelas de AVC e
neoplasias;
 Deficientes físicos e mentais;
 Indivíduos na Recuperação pós-cirúrgica;
 Puérperas e bebês.

Serviços Privados
As grandes operadoras de planos de saúde,
tendenciosa ou estrategicamente, restringem
a oferta do serviço de Home Care para uma
seleta clientela composta de familiares e/ou
amigos dos médicos, diretores e funcionários
do primeiro escalão, não sendo, portanto
“produto” de fácil acesso ou extensivo aos
demais segurados anônimos.
Perfil dos profissionais

O enfermeiro tem o papel de facilitador do
processo de ajudar o indivíduo e sua família a
se determinarem para o cuidado de si por meio de
inúmeras estratégias, incluindo a educação, o advogar e
o gerenciar.

Ser educadora no cuidado domiciliar envolve tanto
o ensino do paciente quando dos familiares, sendo
uma das mais significativas ações atribuídas a
enfermagem no domicílio.
O enfermeiro necessita...
Conhecimento científico-tecnológico;
 Extrema habilidade no relacionamento
interpessoal;
 Competência e perfil próprio;
 Boa comunicação;
 Ética;

E deve respeitar...

As necessidades;
 Os hábitos;
 As tradições; e
 Sentimentos
Afim de enaltecer a humanização e
autonomia dos envolvidos no cuidar
Formação Profissional
A formação dos profissionais de saúde deve
envolver as questões sobre o cuidado no
domicílio.
Uma vez que o domicílio, indivíduo e sua família
devem ser percebidos como integrantes de um
Contexto muito mais do que um espaço físico, em
uma percepção mais ampla.
Formação Profissional
A Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa,
da Universidade Federal Fluminense - UFF, em
Niterói, Rio de Janeiro, foi a pioneira na área de
Especialização em Home Care.
A Diretoria de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão do
Centro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP) –
Campus 1, através da Faculdade de Enfermagem, oferece
aos profissionais de saúde de nível superior o Curso de
Especialização em Assistência Domiciliária.
O curso com carga horária de 405 horas é oferecido em
dois módulos.
http://www.nursingcare.coop.br/
http://www.domiciliarenfermagem.com.br/novo/index.php
O Sucesso
O sucesso do cuidado domiciliar está em
olhar o individuo e a sua família em
seu contexto, visualizando e considerando
o meio social, suas inserções, seu local de
moradia, seus hábitos e relações e qualquer
outra coisa ou situação que façam parte de
seu existir e estar no mundo.

O cuidado domiciliar pode estabelecer a
tutela, proteção, amparo e defesa .

Ou a dependência, sujeição vexatória,
obediência,
submissão.
subordinação
ou

A capacitação para a autonomia do
indivíduo e sua família, demanda um
serviço público de saúde sistematizado,
com:
acompanhamento,
supervisão,
estabelecimento de um tempo para a
realização do cuidado no contexto
domiciliar e também com objetivos
definidos desta forma de cuidados de
saúde.
CONTEXTUALIZAÇÃO

Vantagens
◦ Humanização no atendimento; diminuição de internações e tempo de
permanência em hospitais.
◦ Diminuição dos gastos em saúde pública;
◦ Diminuição do estresse;
◦ Menor risco para infecções hospitalares.

Desvantagens
◦ Risco incorrer na delegação de procedimentos de média e alta
complexidade a profissionais não habilitados; ou leigos que passam
como “cuidadores” remunerados;
◦ Entendimento errôneo por parte do cuidador das orientações
oferecidas pelo profissional após o atendimento.
◦ O sucesso ou o fracasso dependerão da postura dos profissionais
envolvidos na assistência e de sua interação com a família atendida.
CURIOSIDADES
O Enfermeiro pode administrar uma medicação prescrita a mais de
24 horas, DESDE QUE seja validada nos termos legais.

A abertura de uma empresa de Home Care deve se respaldar em
legislações próprias, que poderão ser orientadas pelos órgãos
competentes (COREN).

A abertura de qualquer estabelecimento de saúde possível a qualquer
pessoa física, atentando-se ao objeto social da empresa e observadas
disposições legais existentes e vigentes que trata a atividade em
questão. Para tanto, se faz necessária à formalização por meio de
instrumento de constituição da pessoa jurídica, este devidamente
chancelado pelo órgão de classe, posteriormente seguindo para
registro dos órgãos competentes
De posse do CNPJ, empresa constituída, são liberados os
Certificados de Registro de Empresa (RE) e Responsabilidade
Técnica(RT) para apresentação junto à ANVISA para concessão do
Alvará de Funcionamento da Empresa.

A Equipe de Enfermagem deve ser composta por profissionais
habilitados. Deverá prever o Enfermeiro Responsável Técnico pelo
período de tempo necessário ao cumprimento das responsabilidades
ético-profissionais determinadas em Lei, e priorizando a Sistematização
da Assistência de Enfermagem. O Técnico/Auxiliar de
Enfermagem, por Lei, somente poderão atuar mediante delegação
e supervisão do Enfermeiro (artigo 15 da LEI 7498/86).

REFERENCIAS

Silva, Cristiane K.; retka, Nilvo; centenaro, Andréia. Autonomia do
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Disponível em:< http://www.spinternacoes.com.br/PRATADACASA2.pdf >. Acesso em: 08
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REFERENCIAS
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2010.
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