1. DADOS Imagine uma pessoa que chega a sua frente e começa a

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Disciplina: Metodologia Científica
Autor: Carlos José Giudice dos Santos
CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO – DADOS, INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO
1. DADOS
Imagine uma pessoa que chega a sua frente e começa a falar números ou palavras, sem
nenhuma relação, de maneira desconexa. O mínimo que poderíamos pensar em uma
situação dessa é que essa pessoa perdeu o juízo, que está louca, pois não está falando
coisa com coisa. Essa situação é um bom exemplo do que são dados.
A partir da situação descrita anteriormente, podemos construir um conceito inicial: dados
são fatos isolados e sem significado. São simples observações sobre o estado de alguma
coisa. De acordo com Davenport e Prusak (1988), as principais características dos dados
são:
São estáticos;
São facilmente estruturados e transferíveis;
São geralmente quantificáveis;
Podem ser obtidos facilmente por meio do uso de máquinas.
2. INFORMAÇÃO
Se olharmos a definição da palavra “informação” em um dicionário, veremos que essa tem
sua origem no latim informatione, derivada do verbo informare, que significa “a ação de
formar matéria, tal como pedra, madeira etc.” ou “ato ou efeito de informar”, ou ainda,
“conjunto de conhecimento sobre alguém ou alguma coisa”. Como podemos notar, são
definições ambíguas, o que nos mostra que está faltando alguma coisa para melhorar esse
conceito: um contexto.
Assim, a partir do conceito de dados, podemos construir diversos conceitos para
informação:
A informação é criada a partir de dados analisados. Essa análise requer que os dados
sejam contextualizados e categorizados.
É um dado dotado de significado e propósito (DAVENPORT; PRUSAK, 1998).
É um conjunto de dados analisados e contextualizados, com o objetivo de responder a
perguntas.
Dados são fatos; informação é o sentido que os seres humanos atribuem a eles (DAVIS,
ALLISSON apud WURMAN, 2003).
Um ponto que muitos autores concordam é o fato da informação ser proveniente de dados,
e que apenas os seres humanos são capazes de transformar dados em informação. As
principais características da informação, de acordo com Davenport e Prusak (1988):
É estática;
Requer análise de dados e mediação humana;
Depende de um contexto;
É difícil de ser estruturada, mas é facilmente transmissível e obtida por meio de
máquinas.
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3. CONHECIMENTO
Imagine a seguinte situação: você acabou de conhecer o melhor professor do mundo
(espere... não sou eu; é um personagem fictício!). Se essa pessoa prometesse a você o
aprendizado de um determinado conteúdo (o que é perfeitamente possível) por meio da
transmissão de conhecimento, você já pode começar a desconfiar que esse personagem
pertence realmente à ficção. O motivo para essa desconfiança (que se tornará uma certeza
a partir de agora) é o fato de ser praticamente impossível se transmitir conhecimento; por
melhor que seja um professor, uma aula, um filme, um documentário, uma entrevista etc; o
que é possível de se passar é a informação. Conhecimento depende de quem recebe a
informação. Conhecimento é um conjunto de informações sistematizadas aprendidas por
alguém. Roszak (apud WURMAN, 2003, p. 36) nos esclarece:
Informação não é conhecimento. Você pode produzir dados primários em massa e
incríveis quantidades de fatos e números. Mas não pode fazer produção em massa
de conhecimento, que é criado por mentes individuais, partindo de experiências
individuais, separando o significativo do irrelevante, realizando julgamentos de valor.
As principais características do conhecimento são, de acordo com Davenport e Prusak
(1988):
É dinâmico;
É difícil de ser estruturado;
Está ligado a padrões de reconhecimento, regras e analogias;
É intuitivo e refere-se a experiências e valores do usuário;
É muito difícil de ser obtido por máquinas;
É freqüentemente tácito e de difícil transferência.
REFERÊNCIAS
DAVENPORT, Thomas H.; PRUSAK, Laurence. Conhecimento empresarial: como as
organizações gerenciam o seu capital intelectual. 5. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1998.
WURMAN, Richard Saul. Ansiedade de informação: como transformar informação em
compreensão. 5. ed. São Paulo: Cultura, 2003.
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