papel da fisioterapia em pacientes com paralisia - TCC On-line

Propaganda
UNIVERSIDADE
TUIUTI DO PARANA
Faculdade de Ciencias Biol6gicas e da Saude
PAPEL DA FISIOTERAPIA
EM PACIENTES COM PARALISIA
CURITIBA
2004
CEREBRAL
BRUNNO MENDES BRUGGEMANN
PAPEL DA FISIOTERAPIA
EM PACIENTES COM PARALISIA CEREBRAL
Trabalho de conclusao de curso
apresentado
Fisioterapia
ao
da
curso
Faculdade
de
de
Ciencias Biol6gicas e da Saude-da
Universidade Tuiuti do Parana.
Orientadora: Prof. Regina Ferrari
CURITIBA
2004
11
AGRADECIMENTOS
Gostaria primeiramente de agradecer a Deus, que me permite estar aqui,
me mostrando a cada dia, um novo conhecimento. Em especial a minha
familia, pela confianga depositada e pelo investimento nestes anos. Por me
aconselharem nos momentos diffceis e pelos sorrisos nos momentos de
alegria. Amo voces. A minha namorada que me ajudou durante meses pela
conclusao deste estudo. Aos meus professores e
a
minha orientadora, pela
dedicac;ao,me tornando seguro para desempenhar minha carreira profissionaL
111
SUMARIO
....•.••...••...•••......•...........•.........•...••..•••.•..................•....•....
iii
AGRADECIMENTOS
RESUMO .....•..............................................................•......................................
vi
vii
ABSTRACT
1.INTRODUCAO ...••..•.....•......................•..•..•.....•.............•...........•..•.•.•.•.••••••••.••
"1
2. REVISAO LITERATIA.H •.
H
•••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••
2.1 HISTORIA
::
2
2
2.2 DEFINICAO
3
2.3 ETIOPATOGENIA
4
2.3.1 Prevenc;ao
9
2.4 QUADRO CLINICO
10
2.4.1 Categorizayao diagnostica das caracterlsticas da paralisia cerebral.. .. 12
2.4.2 Reflexos t6nicos
12
2.4.3 Espasticidade
14
2.4.4 Atetose
15
2.4.5 Hipotonicidade
16
2.4.6 Ataxia
16
2.4.7 Fatores na avaliayao da paralisia cerebral
17
2.4.7.1 Topicos a serem avaliados
20
2.4.8 Disturbios Associados
21
2.4.9 Processo evolutivo
25
2.5 DIAGNOSTICO
26
2.6 TRATAMENTO
28
2.6.1 Metodos Bobath
30
2.6.1.1 Tratamento precoce
32
2.6.2 Tratamento com acupuntura
33
2.6.3 Devolutiva para os pais
34
2.6.4 Alta do fisioterapeuta
34
2.7 PROGNOSTICO
35
3. MATERIAlS E METODOS ....•......•...••.••.....................•...••••.......•............•.•.•.•
36
4. RESULTADOS
...•••.........•............••...•.....................•..•.....••........................•..
37
5. CONSIDERACOES
6. REFERENCIAS
FINAlS ••.••.......•...........•.••.•.••..•................••••...•••.•.......•.
38
BIBLIOGRAFICAS
.................•..........•.•.......•...............•...•.39
lV
RESUMO
A Paralisia Cerebral e
0
resultado de uma lesao ou mau desenvolvimento
do cerebro, de carmer nao progressiv~, existindo desde a infancia, causando
disturbios de movimentos e postura, dificultando as reac;oes de"equilibrio-e",
endireitamento. A deficiencia motora se expressa em padroes anormais de
postura e movimentos, associados a um tonus postural anormal. A lesao que
atinge
0
cerebre que ainda
e imature interfere com 0 desenvolvimento
motor
normal da crianc;a.A principal responsabilidade do fisioterapeuta que trabalha a
longo prazo com a incapacidade e a analise, a interpretac;aoe a resoluc;ao das
dificuldades fisicas ocasionadas pela deficiencia. Em virtude de seu tipo de
treinamento e da compreensao do movimemo e do equtHbrro, 0 fisroterapeuta
9.- corn freqllencia.-o,centro,oo,aconseJhamenta sabre. a conduta e.o tratamenta
da incapacidade fisica. A metodologia deste trabalho, visa, atraves de uma
revisao de literatura,
0
papel fundamental do fisioterapeuta no tratamento de
umpaciente' com paratisia cerebrat Foi realizado um levantamento de dados
em dais. bancos. de. dadas. (BIREME E PUBMED) e varias. literaturas,.
encontradas em quatro bibliotecas de Curitiba - ProAssim, entre os 15 artigos
encontrados atraves desta pesquisa, foram selecionados os mais recentes,
sando- dais- intemacionais'· e-. dots" naclonais'; e' vinte·'·e' duas·· literaturas;
tatalizando vintee sejs referencias.bibJiograficas.,
Palavras
-
Chave:
"Paralisia Cerebral", "Tratamento
"Recursos-Rsioterapeuttcos'l
v
Fisioterapeutico",
ABSTRACT
Brain ParaJyseis the result from a lesion or a bad brain development, with
a no progressive caracter becoming- stnee- en1k:1nooo",
eatiSing- motiOflS and-
posture disturbs, difficu~t~ng,
U:le-balance-reaction.-The -motor-defidency -apears .-in irregular standart of balance and movement plus a irregular posture tonus.
The lesion who reach the brain, stilll imature interfere with the regular
development from the child. The most important responsability from the
physioterapy who works in a long period is the capacity of analisys,
interpretation and solution from physical dificulty resulting from the dificity.
The sistem from this work show across a literature review, the physioterapy
importance on a brain paralyse tretament. It was used two datum banks
(BIREME and PUBMED) -1fn-d"-cf 16t - of "literature --fOund-in-"rfl~:irfylibr'arys"111
Curitiba- ProAcross the rfifteen articles found on with this work, the most recent
was choosed, two international and tree nacional, and twenty two literature, a
total of twenty seven literatures.
Key words: brain paralyse, physioterapy treatment, physioterapy resort.
V1
1
1 INTRODUCAO
Uma patologia implica num estado anormal do corpo e pode dizer respeito
a
estrutura e funyao de uma parte ou do todo. 0 portador de Paralisia Cerebral
apresenta atraso ou interrupyao do desenvolvimento sensorio-motor com mecanismo
de rea9aO postural insuficiente; pode apresentar reflexos de forma exacerbada em
rela980 ao parametro normal e tambam fora do tempo normal, os mais comuns sao
reflexos tonicos que provocam, entre outras conseqOencias,tonus postural anormal e
se diferem dos que sao observados no bebe de desenvolvimento neuromotor normal.
A Paralisia Cerebral a
0
resultado de uma lesao ou mau desenvolvimento do
cerebro, de carater nao progressivo, existindo desde a infancia. A deficiencia motora
se expressa em padroes anormais de postura e movimentos, associados a um tonus
postural anormal. A lesao que atinge
0
cerebro que ainda a imaturo interfere com
0
desenvolvimento motor normal da crianya.
As historias cHnicas da mae durante a gesta9aO e os detalhes do
Nascimento indicam a possibilidade de ocorrer um problema neurol6gico, como a
Paralisia cerebral.
Constando ainda dos padroes da crian98 normal e da com paralisia cerebral, e
da enfase ao desenvolvimento das atividades t6nicas reflexas. 0 tratamento pela
fisioterapia inclui movimentos ativos e passivos, mas so os ativos podem dar as
sensa¢es essenciais para a aprendizagem dos movimentos voluntarios.
A principal responsabilidade do fisioterapeuta que trabalha a longo prazo com
a incapacidade a a analise, a interpreta~ao e a resolu~ao das dificuldades flsicas
ocasionadas pela deficiencia. Em virtude de seu tipo de treinamento e da
compreensao do movimento e do equilibrio,
0
fisioterapeuta a, com freqOencia,
centro do aconselhamento sobre a conduta e 0 tratamento da incapacidade fisica.
0
2
2 REVISAo DE LlTERATURA
2.1 HISTORICO
A Paralisia Cerebral, foi descrita pela primeira vez em 1860 pelo Dr. William
Little, tendo relacionado estas alterac;5es com a hip6xia perinatal
parto
como
fatores
determinantes
de
lesoes
0
dos traumas de
cerebrais
irreversiveis
(FERRARETTO,2001).
A expressao "Paralisia Cerebral", foi praticamente cunhada por Freud em
1897, onde a expressao empregada foi "Paralisia Cerebrallnfantil", dando a entender
que
0
paciente acometido por ela ficara imobilizado, fato este que ocorre somente
com uma parcela dos pacientes, como efeito progressivo da hipertonia (excesso de
tonus muscular), devido
a
gravidade da lesao ou quando ha inadequac;ao ou
ausencia da fisioterapia. Como nao havia fisioterapia no Seculo XIX, pode-se concluir
a razao da expressao. Em virtude da ma colocayao verbal na identificagao desta
"patologia" alguns especialistas tem adotado
0
termo "Incapacidade
Motora
Cerebral", procurando evitar qualquer tipo de associagao, do termo, com julgamento
da capacidade mental da pessoa (quando esta capacidade e afetada, trata-se
deficiencias mu!tiplas).(BROWN,1996)
As palavras paralisias e cerebrais sao usadas para descrever uma condic;ao
de ser, urn estado de saude, uma deficiencia ffsica adquirida, urn Disturbio de
Eficiencia
Ffsica
que
durante
muito
tempo
teve
0
significado
de
"invalidez".(LiANZA, 1995)
Atualmente, 0 termo Paralisias Cerebrais vem sendo usado como 0 significado
do resultado de urn dano cerebral, que leva
a
inabilidade, dificuldade ou
0
descontrole de musculos e de certos movimentos do corpo. 0 termo cerebral quer
dizer que area atingida e
0
cerebro (Sistema Nervoso Central) e a palavra paralisia
refere-se ao resultado do dano ao sistema nervoso central, com conseqOencias
3
afetando os musculos e sua coordena~o
motora, dos portadores desta condi~ao
especial de ser e estar no mundo. (LiANZA,1995)
Paralisias cerebrais nao sao doenqa, mas uma condi~ao medica especial (que
freqOentemente ocorre em crian~as),-antes;-cturante uulo-go-apOso parto~ e quase
sempre e
0
resultado da falta de oxigena~ao ao cerebro. As crian~s afetadas por
Paralisias Cerebrais tern uma perturba~o
movimentos
do
corpo,
como
do controle de suas posturas e dos
conseqOencia
de
uma
lesao
cerebral.
(RODRIGUES,1998)
Estas lesoes possuem diversas causas, freqOentemente devido
oxigena~ao antes, durante ou logo ap6s
0
a
falta de
parto, nao existindo dois casos
semelhantes, pois algumas crian~s tern perturba~oes sutis, quase imperceptiveis,
aparentando serem "desajeitadas" ao caminhar, falar ou usar as maos, enquanto que
as submetidas a lesoes cerebrais rnais graves, a exemplo de casos de an6xia
neonatal, podem apresentar incapacidade motora acentuada, impossibilidade de
falar,
andar
e
se
tornam
dependentes
para
as
atividades
cotidianas.
(RODRIGUES,1998)
2.2 DEFINICAO
Segundo varios autores, a paralisia cerebral e definida como:
Desordem permanente, mas nao imutavel 0 que exclui toda patologia oriunda
do sistema nervoso ou musculatura em caracter progressiv~, ainda reconhecendo a
varia980 que a "incapacita98o" motora pode sofrer. (UNPRED,1994)
E
uma lesso ou disfun~ao do cerebro, esta afirma~o
implica que nao se
considere as deficiencias provocadas por urna lesso extracraniana. Lesso cerebral
deve-se utilizar no sentido nato, isto e, que situam-se "calote craniana" internos.
(PAVAN,2001)
4
A lesao e proveniente de urn cerebro irnaturo ou em desenvolvirnento e
crescimento considerando a idade limite para tal os 6 anos podendo variar de autor
para autor. (ABPC,2001)
E
urna desordem ·do movimento e da postura, persistente, porem variavel nos
primeiros anos de vida, pela interferencia do desenvolvimento do sistema nervos
central causada por urna desordem cerebral nao progressiva. (STOKES, 2000)
SeqOelade lesao encefalica que se caracteriza por um transtorno persistente,
porem nao invariavel do tonus, da postura e do movimento que surge na primeira
infancia, nao somente secundaria a esta lesao nao evolutiva do encefalo
=
maturayao neurol6gica. (BRANDAO, 1992)
Devido a impropriedade da designa9ao da paralisia cerebral, muitas outras
tem sido propostas e iremos substituf-Ia por dismotria cerebral ontogenetica.
•
Disrnotria - expressa as altera90es da rnotricidade, do tono, e seus sintomas
caracteristicos;
•
Cerebral - para significar que estas altera96es sao conseqOentes as lesoes do
cerebro;
•
Ontogenetica -
porque as altera90es apresentadas sao decorrentes da
anormaliza9ao do desenvolvimento funcional da motricidade. (FERRARETTO, 2001)
A designayao paralisia cerebral nos induz a ideia de que seus portadores
tenham perdido a capacidade de executar seus movimentos,
a verdade, e de que
0
que nao corresponde
nestes indivfduos haja sempre perda das fun96es cerebrais,
sejam motoras, sensoriais ou da inteligencia. (BROWN, 1996)
2.3 ETIOLOGIA E PATOGENESE
As sindromes diplegicas sao caracteristicas nas crian9as prematuras com
infarto hemorragico das areas periventriculares do cerebro. (UNPRED,1994)
5
Considera-se que os mecanismos causadores sejam leucomalacia e infarto
venoso hemorragico periventriculares; sendo que essas afecyOes tem incidencia
crescente nos lactentes que sobrevivem
a
prematuridade. A diplegia nao tem
correlayao com asfixia ao nascimento (STOKES, 2000).
Fatores obstetricos podem ser responsaveis pela prematuridade, como
descolamento prematuro da placenta e a incompetencia do istmo cervical. A idade
materna tambem e importante, pois na gestayao com mais de 40 anos a Incidencia
de seqOelase 0 dobro daquelas observadas em maes jovens (LiANZA, 1995).
A paralisia Cerebral apresenta um conglomerado de complexidades. A literatura
refere-se a PC, como decorremcia da falta de oxigenayao do tecido nervoso ou
alguma agressao relacionada ao cerebro imediatamente antes, durante ou ap6s
0
processo de nascimento. Os padroes da agressao ao cerebro caem em padroes que
nao sao sempre concisamente organizados. (FERRARETTO, 2001)
As categorizayaes iniciais dos tipos de PC tem-se mostrado inconsistentes, pois
uma (mica crian98 pode mudar de uma categoria diagnostica para outra durante
0
processo de maturayao.
Lesso cerebral p~r ocasiso ao nascimento: prematuridade e um fator
contribuinte, pois vasos delicados por baixo da fontanela interior sao facilmente
rompidos e as areas da perna do cOrtex motor sao Jesadas pela hemorragia, com
hemiplegia espastica conseqOente. A anoxia prolongada pode ser devida ao uso
excessivo de analgesicos e anestesicos,
0
cordao umbilical enrolado no pescoyo do
feto ou obstruyao traqueal. As celulas nervosas sao altamente sensiveis
a
anoxia
(TUREK, 1991).
Causada principalmente pela falta de oxigenio no cerebro, anoxia nas celulas
cerebrais. Isto pode ocorrer p~r urna serie de fatores, os rnais comuns sao:
- Pressao alta da gestante;
- Exposiyao da mae a raio x nos primeiros meses de gestayao;
6
- Trabalho de parto demorado ou dificil, causando falta de respirayao do bebe;
- Traumatismo na cabe~;
- Falta de oxigenio por afogamento ou outras causas;
- Desidrata9aO seria;
-lnfee90es cerebrais causadas por meningite ou eneefalite;
- Febre alta prolongada. (RODRIGUES, 1998)
A Doen~
Motora de Origem Cerebral ou Paralisia Cerebral, pode ser causada
por multiplos fatores sendo estes divididos em 3 grandes grupos:
Pre Parto - Esta classificayao
esta relaeionada
eom a amea9a de aborto,
ehoque direto no abdomen na mae, exposiyao aos raios-X nos primeiros meses de
gestac;ao, incompatibilidade
de Rh da mae e do pai, infec90es contrafdas pela mae
durante a gravidez (rubeola, sffilis, toxoplasmose),
mae portadora de diabetes ou
com toxemia de gravidez e hipertensao da gestante. (LEITAO, 1983)
Fatores pre-natais:
•
Pre-disposiyao familiar;
• Alcoolismo da mae;
•
Infecy6es virais: Rubeola, Toxoplasmose;
•
Hemorragias em gravidez adiantada. (BROWN, 1996)
Parto - Neste perfodo pode-se oeorrer uma falta de oxigenayao ao nascimento
da crian~
(0 bebe demora a respirar, lesando parte(s) do cerebro). Em uma revisao
bibliografica
prineipalmente
cabe~
identifiea-se
facilmente
as
lesoes
causas
nos fetos muito grandes de maes pequenas
por
partos
diffeeis,
ou muito jovens
(a
do bebe pode ser muito eomprimida durante a passagem pelo canal vaginal).
7
Um parto muito demorado ou
0
usa do Forceps, manobras obstetricas violentas e os
bebes que nascem prematuramente (antes dos 9 meses e pesando menos de 2
quilos), possuem um maior risco de apresentar paralisia cerebral. (PAVAN, 2001)
Pos Parto -
°
periodo recem-nato, tambem apresenta os seus riscos e a
literatura cita casos de crian98s que ao passarem por um longo periodo de febre
muito alta (39°C ou superior) logo nos primeiros meses de vida ou que sofreram uma
desidratayao com perda significativa de IIquidos, adquiriram lesoes cerebrais,
acarretando em incapacidades motoras e sensoriais como sequelas. Nao s6 nestes
casos, mas tambem, em casos de infecyees cerebrais causadas por meningite ou
encefalite, ferimento ou traumatismo na cabe98, falta de oxig€mio por afogamento
(asfixia), envenenamento por gas ou por chumbo (utilizado no esmalte ceramico, nos
pesticidas agricolas e outros venenos), alem do sarampo e
0
traumatismo cranio-
encefalico ate os tres anos de idade, sao fatores de risco para a paralisia cerebral.
(FERRARETTO,2001)
Fatores de Risco para PC:
Em, recente revisao, Kuban e Leviton (1994) definem como fatores de risco
associados a paralisia cerebral:
Antes da Gestayao
Historia materna de abortos espontaneos previos e/ou natimortos; ciclos
menstruais longos e irregulares; intervalo muito curto (menor que tres meses) ou
muito Iongo (maior que tres anos) da gesta<;aoanterior e hist6ria familiar de paralisia
cerebral, doen98 genetica ou malformativa.
Durante a Gesta<;ao:
•
Classe social e cultural inferior;
8
•
Malformayao Congemita - crianyas com paralisia cerebral tem maiores
possibilidades de ter malforma¢es fisicas congenitas refletindo perturba90es
no desenvolvimento pre natal normal.
• Retardo no crescimento fetal - principalmente quando associado com
cabeya menor que a media;
• Gestayao Gemelar - leva mais freqOentemente a lesoes periventriculares,
principalmente em monozigeticos;
• Apresentayao fetal anomala (relacionada com malformayao fetal ou com a
dinamica fetal alterada);
Doenya cronica materna como: Hipertensao Arterial Sistemica, Disturbios
endocrinolegicos (principalmente quando foi necessaria
reposi~o
hormonal,
estrogenica ou tireoideana). (KUBAN E LEVITON, 1994)
Durante 0 periodo perinatal:
A detecyao de corionite associada com prematuridade e amnionite tern sido
considerada alto risco para PC; deslocamento previo da placenta; encefalopatia
hipexico-isquemica. (KUBAN E LEVITON, 1994)
Na PC a associayao de prematuridade como fator de risco js
e bern conhecida.
Atualmente 0 foco de ateny80 e a substancia branca porque a leucomalacia
periventricular (que significa lesao hipexico-isquemica) prediz muito melhor 0 riso de
PC do que as hemorragias intracranianas. (KUBAN E LEVITON, 1994)
No prematuro, durante 0 perfodo pes-parto, temos como fatores de risco: baixa
idade gestacional, acidose, hipocapnia, pneumoterax, apneia recorrente, persistencia
de ducto arterioso, hipotensao, necessidade de transfusao sangOrnea, sepsis e
enterocolite necrotizante ou cirurgia. (KUBAN E LEVITON, 1994)
9
2.3.1 PREVENCAO
Acompanhamento pre-natal regular e boa assistencia ao recem-nascido na sala
de parto diminuem a possibilidade de certas crianyas desenvoiverem lesao cerebral
permanente, por outro lado, muitas das crian98s -que-superam situa96es criticas com
a ajuda de recursos sofisticados das terapias intensivas neonatais modernas,
principalmente os prematuros, sobrevivem, mas com sequelas neurologicas.
Portanto, apesar de ter havido uma evoluyao importante em termos do atendimento
a
gestante e ao recem-nascido na sala de parto, nos ultimos 40 anos nao houve uma
reduyao significativa da prevalencia da paralisia cerebral mesmo nos parses
desenvolvidos. De qualquer forma houve uma modificayao da historia natural. Muitas
das formas graves de paralisia cerebral estao relacionadas com causas que podem
ser prevenidas como hipoxia perinatal, infec96es congenitas e hiperbilirrubinemia
neonatal, e, a prematuridade esta relacionada com diplegia espastica, tipo de
paralisia cerebral de melhor prognostico. (DIAMENT, 1998)
Todo esforyo para que 0 periodo gestacional seja 0 mais saudavel possivel
atraves da manutenyao de uma boa nutriyao e da eliminayao do uso de alcool, fumo,
drogas e medica96es sabidamente teratogenicas deve ser feito, pOis estas medidas
estarao contribuindo para a prevenyao de alguns tipos de paralisia cerebral. A
rubeola congenita pode ser prevenida se a mulher for vacinada antes de se
engravidar. Quanto
a toxoplasmose materna, medidas de higiene, como nao ingerir
carnes mal cozidas ou verduras que possam estar contaminadas com fezes de gato
sao importantes. As gestantes com sorologia positiva devem ser adequadamente
tratadas, diminuindo assim os riscos de infecyao fetal. A incompatibilidade Rh pode
ser facilmente prevenida (vacina anti-Rh+) e identificada. Quando a bilirrubina nao
conjugada no recem-nascido atinge niveis criticos, a crianya deve ser submetida
a
ex-sanguineotransfusao (troca de parte do volume sanguineo). 0 tratamento
adequado da incompatibilidade sanguinea reduziu em muito a incidencia da paralisia
cerebral com movimentos involuntarios. (RODRIGUES, 1998)
10
No perfodo p6s-natal, uma das principais causas de paralisia cerebral e
0
traumatismo cranioencefalico que pode ser prevenido, em algumas circunstancias,
com.o .uso -de.cadeiras-de .seguran98-.especiais--para---crianc;as.-pequenas,----ajustadas
nos bancos dos autom6veis. Outra causa importante e a an6xia cerebral grave por
quase afogamento e 0 numero de crian<;as com lesso cerebral por quase
afogamento em Brasilia e relativamente elevado, justificando uma campanha de
prevenyao. Algumas das infecy5es cerebrais podem ser prevenidas com vacinas,
como por exemplo, contra sarampo, meningite meningoc6cica e Haemophilus
influenzae. (OIAMENT, 1998)
2.4 QUADRO CLiNICO
Caracteriza-se por maior comprometimento motor dos membros inferiores;
ha atraso na aquisiyao do controle da cabeya e do tronco, a deficiencia se evidencia
ao final do segundo semestre, quando a crianya faz born uso dos membros
superiores, mas nso consegue manter-se em pe. Quando colocada nessa posiyao,
estende os membros inferiores aduzindo as coxas e assumindo posiyao em tesoura
ou em X (reflexo cruzado). 0 principal sinal
ea
dificuldade para andar (LiANZA,
2001).
Obtem-se se um nascimento diffcil ou de doen<;a durante os primeiros
meses de gravidez. A crianya demora a aprender sentar, permanecer de pe, andar e
falar. A face e sem expressao e pode apresentar contors6es e salivayao; apresenta
dificuldade na linguagem, seus movimentos sao grosseiros, lentos, reflexos e
incoordenados (TUREK, 1991).
o ombro esta aduzido e rodado para dentro, 0 cotovelo fletido, 0 Antebrayo
pronado,
0
punho f1etido e desviado para
0
sentido cubital, os dedos f1etidos e
0
polegar aduzido para a palma. 0 quadril pode estar fletido, aduzido e rodado para
dentro; os joelhos fletidos;
0
tornozelo fletido no sentido plantar;
0
pe em equinovaro;
e os artelhos fletidos. A crian<;a deve ser apoiada pelas axilas quando de pe
(TUREK, 1991).
11
o
grupo diplegico tem movimentos nas maos enos
membro superiores,
adquire rapidamente 0 equilibrio ao sentar, sendo que maior dificuldade
ortostatica
e
a
marcha.
Esses individuos
tern
marcha
e a posi980
f1exionada/aduzida
caracteristicas que provavelmente deteriora durante os estiroes de crescimento,
tend€mcia a deformidade dos pes, geralmente nso tem problemas com a fala e a
comunica980 (STOKES, 2000).
A diparesia espastica se apresenta com os disturbios motores e do tonus
muscular, predominando nos membros inferiores, sendo os membros superiores
pouco atingidos, muitas vezes parecendo estarem eles indenes (UANZA, 2001).
Considera-se que as dificuldades sejam devido a confusao na resposta e na
interpreta~ao dos estimulos. Podem ter problemas com a percep~ao da profundidade
e, portanto, tem medo de altura; resistem ou evitam a estimula980 tatil e tem
dificuldade para identificar as partes do corpo ou todo ele no espa~
(STOKES,
2000).
Cada crian~a acometida de paralisia cerebral apresenta um quadro especifico. Pode
perder 0 movimento muscular em uma ou ambas pernas ou bra~os, dificuldade para
fala, visao, audic;ao,expressao facial e, mais raramente, comprometimento mental.
Tudo dependera de quais celulas do cerebro foram acometidas. Mas geralmente
havera uma dificuldade de controle das posturas para caminhar, sentar e AVO
(Atividade de Vida Diaria). (KUBAN E LEVITON, 1994)
Quanto a cogni~ao, muitos possuem inteligencia normal, mas nao conseguem
expressa-Ia adequadamente devido as dificuldades de Iinguagem, e portanto, estes
entendem tudo 0 que se passa
comunicar. (UANZA,1995)
a
sua volta e consigo mesmos, sem poder se
12
2.4.1 CATEGORIZACAO
DIAGN6STICA
DAS CARACTERisTICAS
DA
PARALISIA CEREBRAL
Em geral, 0 diagn6stico de paralisia cerebral sugere que 0 individuo em questao
tem algum disturbio central de postura e movimento. Alem disso,
0
processo de
identificayao com freqClencia mostra partes do corpo que estao primariamente
envolvidas. Diplegia, hemiplegia e quadriplegia indicam respectivamente que os
membros inferiores, um lado do corpo, ou os quatro membros, estao afetados.
(SANVITO, 1997)
a
fisioterapeuta precisa estar consciente de que a categoriza9Bo da paralisia
cerebral e baseada em descriyoes de caracterfsticas observaveis: e uma descriyao
sintomatica. Tanto 0 Dr. Little, quem primeiro identificou a condi9ao com Dr. Freud,
estavam descrevendo as tentativas espontaneas de movimento fora da postura de
repouso. Esses padroes de movimento caracteristicos foram identificados como
espasticidade, atetose, hipotonicidade e ataxia. (STOKES, 2000)
2.4.2 REFLEXOS TONICOS
Pavan descreve os tipos de reflexos tonicos importantes na paralisia. Sao os
seguintes:
• Reflexo Tonico Labirintico;
• Reflexos Tonicos Cervicais;
• Reayoes Associadas;
• Reayoes Positivas e Negativa de Suporte.
Reflexo Tonico Labirintico
13
Este reflexo e evocado pelas mudanyas
na posiyao da cabeya no espayo,
provavelmente pela estimula9Bo dos orgaos otoliticos dos labirintos. Na crian<;a com
paralisia cerebral-ele -causa· urn· maximo. de. tonus- extensor: .na.posic;So..supi.na. e··um
mlnimo de hipertonia extensora com um aumento de tonus flexor na posi9Bo prona.
(UNPRED, 1994)
Reflexo Tonico Cervical Assimetrico
Esta e uma res posta proprioceptiva que origina-se nos musculos do pescoyo e
talvez nos receptores sensoriais dos ligamentos e da articula9Bo da coluna cervical.
(SHERPHERD,
1996)
No caso de virar a cabeya para um lado, aumenta a hipertonia extensora no
lado para qual a face esta virada e aumenta hipertonia flexora no !ado oposto.
Reflexo Tonico Cervical Simetrico
Esta tambem e uma resposta proprioceptiva dos musculos do pescoyo por um
movimento ativo ou passiv~ de levantar ou flexionar a cabeya. Quando se realiza
este movimento, haven~ aumento da hipertonia extensora dos brayos e flexora das
pernas, ja quando flexiona a cabeya produz-se 0 efeito oposto. (ABPC, 2001)
Reay5es Associadas
Estes sao tambem chamados de movimentayao associ ada e podem ser vistas
nas pessoas
normais
quando
fazem exercicios
arduos
como quando
levantam
grande peso. Nas crianyas com paralisia haven~ aumento de espasticidade em todas
as partes do corpo. (RODRIGUES.
1998)
Reayao Positiva de Suporte
Esta e a modificayao
tonica do impulso espinhal extensor,
fazendo de um
membro um pilar para 0 suporte de peso. Ele e produzido por um duplo estrmulo: 0
14
tatil que e pelo toque do antepe no chao e
0
proprioceptiv~, pela pressao resultante
do estiramento do musculo intrinseco do pe. (UANZA, 1995)
2.4.3 ESPASTICIDADE
Quando-a-Iesae-esta Jocali;z:ada-n-a-aFea
-respoASavel-pelo-inicie-aos movimentos
voluntarios, trato piramidal,
0
tonus muscular
e aumentado, isto e, os muscuios sao
tensos e os reflexos tendinosos sao exacerbados_ Esta condi980 e chamada de
paralisia cerebral espastica. (LEITAO, 1983)
As crian~s
com envolvimento dos brayos, das pernas, tronco e cabe~
(envolvimento total) tem tetraplegia espastica e sao mais dependentes da ajuda de
outras pessoas para a alimentacao, higiene e locomo980. A tetraplegia esta
geralmente relacionada com problemas que determinam sofrimento cerebral difuso
grave (infecc5es, hip6xia e traumas) ou com malformacoes cerebrais graves.
(BOBATH, K e BOBATH, B, 1978)
Quando a lesao atinge principalmente a porcao do trato piramidal responsavel
pelos movimentos das pernas, localizada em uma area mais proxima dos ventriculos
(cavidades do cerebro), a forma clfnica e a diplegia espastica, na qual
0
envolvimento dos membros inferiores e maior do que dos membros superiores. A
regiao periventricular e muito vascularizada e os prematuros, p~r causa da
imaturidade cerebral, com muita frequencia apresentam hemorragia nesta area. As
alterac5es tardias provocadas p~r esta hemorragia podem ser visualizadas com
0
auxilio da neuroimagem (Ieucomalacea periventricular). Por este motiv~, a diplegia
espastica e quase sempre relacionada com prematuridade. Esta forma e menos
grave do que a tetraplegia e a grande maioria das criancas adquirem marcha
independente antes dos oito anos de idade_(SANVITO, 1997)
Na hemiplegia espastica, sao observadas alterac;oesdo movimento em um lado
do corpo, como p~r exemplo, perna e braco esquerdos. As causas mais frequentes
sao alguns tipos de malformac;aocerebral, acidentes vasculares ocorridos ainda na
vida intra-uterina e traumatismos cranio-encefalicos. As crian~s com este tipo de
15
envolvimento apresentam bom prognostico motor e adquirem marcha independente.
Algumas apresentam um tipo de disturbio sensorial que impede ou dificulta
0
reconhecimento de forma5-·e -texturas com a mao ..do·!ado.· da· .hemiplegia...Estas
crianyas tem muito mais dificuldade para usar a mao. (FERRARETTO, 2001)
As crianyas com espasticidade tendem a desenvolver deformidades articulares
porque
0
musculo espastico nao tem crescimento normal. Flexao e rota<;ao interna
dos quadris, f1exao dos joelhos e equinismo sao as deformidades mais freqOentes
nas crian<;as que adquirem marcha. Alem destas, as crianyas com tetraplegia
espastica podem desenvolver ainda, luxayao paraJitica dos quadris e escoliose.
(SANVITO, 1997)
2.4.4 ATETOSE
Quando a lesao esta localizada nas areas que modificam ou regulam
0
movimento, trato extrapiramidal, a crian<;a apresenta movirnentos involuntarios,
movimentos que estao fora de seu controle e os movimentos vo!untarios estao
prejudicados. (TUREK, 1991)
Esta condiyao e definida como paralisia cerebral com movimentos involuntarios
forma coreoatetosica ou distonica.
°
termo coreoatetose
e
usado para definir a
associa<;aode movimentos involuntarios continuos, uniformes e lentos (atetosicos) e
rapidos, arrftmicos e de inicio subito (coreicos). A crianya com PC tipo distonica
apresenta movimentos intermitentes de tor<;ao devido a contrayao simultanea da
musculatura agonista e antagonista, muitas vezes acometendo somente um lado do
corpo. A PC com movimentos involuntarios esta freqOentemente relacionada com
lesao dos ganglios da base (nucJeos localizados no centro do cerebro, formados
pelos corpos dos neuronios que compoem
hiperbilirrubinemia neonatal. A bilirrubina
0
e
hemacias (celulas do sangue que transportam
trato extra-piramidal), causada par
urn pigmento amarelo liberado das
0
oxigenio) quando elas se rompem.
Nas incompatibilidades sanguineas, este pigmento pode ser liberado em grande
quantidade.
°
recem-nascido torna-se icterico (a pele e as conjuntivas assumem
16
uma cor de tonalidade amarela). Assim como esse pigmento se deposita na pele,
pode se depositar tambem nos ganglios da base. Os movimentos involuntarios
podem ser leves ou acentuados e sao raramente observados dur-ante.Qprimeiro ana
de vida. Nas formas graves, antes desta idade a crianya apresenta hipotonia (tonus
muscular diminufdo) eo desenvolvimento motor e bastante atrasado. Muitas crianyas
nao sao capazes de falar, andar ou realizar movimentos voluntarios funcionais e sao,
portanto, dependentes para a alimentac;ao,locomoc;aoe higiene. (EDWARDS, 1999)
Coreico e classificado como movimento involuntario presente nas raizes dos
membros, rapidos, ocasionalmente impossibilitam que 0 movimento voluntario
ocorra. (EDWARDS,1999)
Distonico e caracterizado por movimentos atetoides mantidos, com posturas
fixas, que podem se modificar apos algum tempo. (EDWARDS, 1999)
2.4.5 HIPOTONICIDADE
Brown em 1996 descreveu a hipotonicidade como uma outra categoria de PC,
mas pode tambem mascarar condiyOes degenerativas nao diagnosticadas. 0 quadro
hipotonico em um bebe jovem pode tambem ser um precursor de atetose.
2.4.6 ATAXIA
Segundo Rodrigues (1998), a paralisia cerebral ataxica esta relacionada com
lescSescerebelares ou das vias cerebelares.
Como a func;ao principal do cerebelo e controlar
0
equillbrio e coordenar os
movimentos, as crianyas com lesao cerebelar apresentam ataxia, ou seja, marcha
cambaleante por causa da deficiencia de equilibrio,
e apresentam,
ainda
incoordenayao dos movimentos com incapacidade para realizar movimentos
alternados rapidos e dificuldade para atingir urn alvo. Quando a lesao
extensa,
0
e
muito
atraso do desenvolvimento motor e importante e e possivel que a crianc;a
nunca seja capaz de andar sem apoio. Assim como nas formas extrapiramidais de
PC, durante 0 primeiro ana de vida, a alterayao observada e a hipotonia. A alterayao
17
mais freqOentemente encontrada
a
ataxia associada a sinais piramidais (tonus
muscular aumentado e reflexos tendinosos exacerbados). Ataxia pura em crianyas
com PC a rara. (SANVITO, 1997)
Edwards em 1999 escreveu as subdivisoes qoe··podedallios
chalila.
de
anatomicas:
Tetraparesia: Quando os quatro membros estao igualmente comprometidos;
Diparesia: Quando os membros superiores apresentam melhor func;ao do que os
membros inferiores, isto
a,
quando eles apresentam menor acometimento. Este tipo
a comum nos prematuros devido a anatomia da lesao.
Hemiparesia:
Quando apenas urn lado do corpo
a
acometido, podendo ser
0
lado
direito ou 0 lado esquerdo. (EDWARDS, 1999)
A classifica9ao por severidade do comprometimento motor, isto
e severo ou grave,
a
a,
leve, moderado
geralmente usada em combina9ao com a classifica9ao
anatomica e a clinica. (SANVITO, 1997)
2.4.7 FATORES NA AVALIACAO DA PARALISIA CEREBRAL
De acordo com Milani Comparetti, urn estudo dos padroes
a
de grande
importancia para se adquirir pistas valiosas com respeito ao diagnostico precoce.
Tres fatores, pelo menos, devem ser considera dois nos casos de paralisia cerebral.
Estes fatores, juntos determinarao
0
quadro individual. Estes fatores sao:
•
0
tipo e a forya do to nus muscular anormal;
•
0
tipo de disturbio da inervac;aoreciproca;
• distribuic;aodo quadro e 0 padrao predominante de postura e de movimento.
Os estudos de Milani enfatizam os padroes de postura e movimento, e isto nao
a
surpreendente porque os seus conceitos sao baseados no estudo das crianyas com
18
paralisia cerebral. Nestes pacientes com paralisia, as qualidades anormais de tonus
postural nao estao muito nftidas, e
0
principal problema de tratamento
e
0
de
reconstruir padroes seguindo.a. sequemcia..do.desenvolvimento.ao .inves de inibir·os
padroes anormais de postura e movimento junto com a facilita~80 de padroes
motores normais.
°
tratamento nos bens jovens pode impedir 0 desenvolvimento do
quadro completo da anormalidade, e a inibi~o
de padroes anormais tern uma
importancia menor.
Tonus Muscular Anormal
Nos estudos de Ferraretto, todos os casos de paralisia cerebral tern em comum
um tonus muscular anormal. Isto
e
examinado pela movimenta~o
passiva dos
segmentos de urn membro e testando-se a resisteneia que os museulos oferecem ao
estiramento passiv~. Infelizmente ainda nao ha uma explica~o para estes diferentes
tipos
de
anormalidade
de
tonus
muscular
vistos
na
paralisia
cerebral.
(FERRARETTO,2001)
A rigidez na paralisia cerebral, talvez melhor chamada de hipertonia plastica,
e
caracterizada pela resistencia que urn rnusculo oferece ao estiramento passiv~ ern
toda amplitude, tanto na flex80 como na extensao. Este fenomeno pode ser causado
parcialmente pela co-contra~80. (FERRARETTO, 2001)
E ainda impossivel explicar a natureza flutuante do tonus
muscular encontrado
no grupo atetoide de paralisia cerebral. A amplitude desta flutua~o
flacidez do tonus muscular, a hipotonia,
e geralmente
vai variar. A
um fenomeno transitorio em
paralisia cerebral ocorrendo na primeira infancia e seguido por urn tipo espastico ou
plastico de hipertonia ou pelo tonus do grupo atetoide. (EDWARDS, 1999)
A avalia~o do tipo e da for~a da resposta miotatica ao estiramento, pode ser
de algum valor no diagnostico e na classificayao de casos. JA para a avaliayao e
reavalia980 dos pacientes ou para planejar 0 tratamento pode-se mencionar os
seguintes itens:
19
• Hipertonia e hipotonia como fenomeno muscular sao muito variaveis e isto vai
alterar 0 quadro geral e a excitabilidade da crianc;ae com a forc;ae rapidez do
estiramento muscular;
• Diferentes tipos de anormalidades---dot6Rus--museularpodem -sef-oDservacios
na mesma crianga em diferentes partes do corpo;
• Um tipo de tonus muscular anormal nas partes afetadas pode mudar com
0
tempo;
• A forge e a distribui~o da hipertonia, em qualquer parte do corpo, vai mudar
as alterac;6es de posic;ao da cabege no espac;o ou na posic;ao da cabec;a e
pesco~ em relaCaoao tronco, como resultado da atividade tonica reflexa.
DistUrbioda Inerva~o Reciproca
a
conhecimento da inerva~o
reciproca pode ser de grande valor para
diferenciar os varios tipos de paralisia cerebral e oferece ideias para
0
tratamento da
paralisia cerebral. A inerva~o reciproca tambem foi considerada importante para a
regula~o
do tonus da postura, na manuten~o
da postura e da execu~o
dos
movimentos normais. A este fenomeno chama-se de inibiC;aoreciproca, que pode ser
classificada como um fenomeno do SNC. (BROMLEY, 1997)
Padroes Predominantes de Postura e Movimento
A regula~o do tonus muscular pelo corpo para a manuten~o da postura e do
movimento constitui func;aodo sistema proprioceptivo. Sao as rea¢es posturais que
regulam
0
grau de distribuicao do tonus muscular. A maioria destas rea¢es
e
elicitada pela estimu1aC;ao dos 6rgaos sensonais terminais nos musculos e
articulac;oes. Sao excec;oes as rea¢es 6ticas de retifica~o e as rea¢es corporais
de retificac;aoagindo no corpo e na cabec;a,estes ultimos resultantes da estimulac;ao
tatil do corpo. (BROMLEY,1997)
20
A postura e 0 movimento interagem de tal maneira que nao podem ser
separados. As alterayoes posturais sao partes e parcelas de cada movimento. Na
verdade, os movimentos em si devem ser encarados somente como mudanya de
postura. (BROMLEY,1997)
Um mecanismo reflexo postural normal vai servir para dois aspectos:
• A manutenyaO de nosso equilibrio em todas as posi9c5ese durante todas as
atividades, que envolvam mudanyas da posiyao do corpo;
• A fixayao de partes do corpo no apojo e orientayao de partes que se movem.
Na fisioterapia, ortopedia e cirurgia, tem-se levado a €mfasepara os musculos e
as articulayoes de um membro em particular e para os efeitos das mudanyas
posturais locais. Esta abordagem despreza
0
fato de que a espasticidade nao reside
em urn ou dois grupos musculares de urn membro, mas e coordenada em padroes
que
envolvem
todos
os
musculos das
partes
afetadas
do
corpo
todo.
(EDWARDS,1999}
2.4.7.1 T6PICOS A SEREM AVALIADOS
o termo paralisia cerebral implica em alterayoes do movimento, mas a presenya
de outros disturbios deve ser investigada e
0
sucesso do tratamento depende da
abordagem correta de todos os problemas associados.
Devido as deficiemciasmotoras, os portadores de paralisia cerebral apresentam
uma imobilidade variavel de acordo com a gravidade do quadro. Esta imobilidade
pode causar altera9c5esde coluna, acumulo de secre9c5esrespirat6rias, prisao de
ventre. Com
0
organismo debilitado, os doentes contraem infecyoes mais facilmente
do que as pessoas saudaveis, e as doenyas comuns da infancia podem ser fatais
aos portadores de paralisia cerebral, caso eles nao recebam atendimento medico
adequado. Como a maioria dos pacientes nao fala, ha uma dificuldade maior neste
atendimento. (KUBAN E LEVITON, 1994)
21
2.4.8 DITURBIOS ASSOCIADOS
RETARDO MENTAL
A avaliagao da fungao intelectual em crian9as com certos tipos de envolvimento
e
diffcil, porque....a_. maiorja.._dn8...iestes __normalmente .aplicados .para._._avaliar
desenvo!vimento cognitivo requer respostas verbais e motoras, e um julgamento
baseado apenas nas impressoes iniciais pode levar a uma conclusao incorreta.
(SANVITO, 1997)
Muitas crian9as com disartria graves,
a
princfpio consideradas
como
intelectualmente deficientes, a partir do momenta que puderam se comunicar
utilizando-se de meios alternativos, foram reconhecidas como sendo muito mais
capazes intelectualmente do que se supunha. De qualquer maneira, a alta incidencia
de altera90es cognitivas em alguns tipos de paralisia cerebral e reconhecida.
a
retardo mental a mais comumente observado nas crian9as com tetraplegia espastica.
(HOLLE, 1990)
EPILEPSIA
as neuronios (celulas nervosas) estao permanentemente gerando impulsos
elatricos. Esta atividade elatrica ocorre, normalmente, de uma maneira organizada.
Quando
certos
grupos
de
neuronios
entram
em
atividade
excessiva
e
hipersincronica, ou seja, varios neuronios entram em atividade eletrica ao mesmo
tempo, ocorre um disturbio do funcionamento do sistema nervoso central. Estes
epis6dios de descarga elatrica anormal sao chamados de crises epilapticas. Estas
crises podem evoluir com hiperextensao e contraC,(oesmusculares (convulsoes),
perda subita do tonus muscular, perda ou altera<,(8otemporaria da consciencia e
alteragao temporaria do comportamento. (BROMLEY, 1997)
Uma crian9a em crise pode apresentar os seguintes sinais: contra¢es
musculares generalizadas ou localizadas, movimentos rftmicos com a cabe9a, desvio
do olhar para cima ou para 0 lado, movimentos rapidos de piscar os olhos,
22
movimentos mastigat6rios, ausencia de resposta a uma solicitayao verbal, epis6dios
breves de olhar parado ou vago, ou crises de medo. (OIAMENT, 1998)
Alem da epilepsia,
muitas outras-coodiyoes.- .podem deterrninar ...crises.
convulsivas isoladas tais como desidratay80 grave, hipoglicemia, infecyoes cerebrais
ou intoxicayoes.
a
que caracteriza a epilepsia e a repetiyao de crises nao
provocadas, ou seja, nao determinadas por um processo patol6gico agudo.
(BROMLEY,1997)
A crise do tipo tonico-clonica generalizada
e a que mais preocupa os pais ou
outras pessoas que a presenciam, mas na maioria das vezes ela e autolimitada e
para em dois a dez minutos. Na presenya de uma crise tonico-clonica generalizada,
a crianya deve ser protegida de traumas, as contra¢es musculares nao devem ser
contidas e a cabeya deve ser mantida em posi9ao rodada lateralmente para evitar
aspira90es no caso de v6mitos. Nao se deve tracionar a lingua ou introduzir qualquer
objeto na boca da crianya. A respirayao pode se alterar durante a crise, mas se
normaliza nos primeiros minutos. Quando a crianya apresenta crises sub-entrantes,
sem retomar a consciencia entre uma e outra, ou uma crise tonico-clonica com mais
de 20 minutos de durayao, ela entra em estado de mal epileptico (status epilepticus).
a estado de mal epileptico e uma emergencia pediatrica. (KUBAN E LEVITON,
1994)
a tratamento da epilepsia deve ser introduzido assim que se faz 0 diagn6stico.
Nas fases iniciais do tratamento com anticonvulsivantes
algumas
crian98s
apresentam sonolencia, mas esta reayao tende a desaparecer ao final de urn certo
periodo. Qualquer reayao deve ser relatada ao pediatra ou neurologista e algumas
delas, como irritabilidade ou do tipo alergica justificam
a substituiyao
do
anticonvulsivante. Quando as crises sao controladas, melhora tanto motora quanto
cognitiva pode ser observada e mesmo tendo cessado as crises, 0 tratamento deve
ser mantido por no minimo dois ou tres anos. (EDWARDS,1999)
AL TERACOES VISUAlS
23
Quando a crian~ nasce 0 seu sistema visual nao e ainda matur~. A fovea,
parte da retina responsavel pela acuidade visual nao esta completamente
desenvolvida. As celulas desta regiao passam por um processo de crescimento e
organiza~ao e somente alcan~m a maturidade por volta dos quatro anos de idade.
Normalmente, em torno dos tres meses de vida a crian~ ja e capaz de fixar e
acompanhar urn objeto em movimento, mas a visao binocular se desenvolve
somente entre 0 terceiro e 0 setimo meso(MASSI, 2001)
Na paralisia cerebral, 0 estrabismo e freqOente. Catarata (opacidade do
crista!ino), coriorretinite (inflama~ao da coroide e da retina) e glaucoma (aumento da
pressao ocular) sao desordens oculares comumente encontradas nas infec¢es
congenitas. (KUBAN E LEVITON, 1994)
A cortex visual e a regiao do lobo occipital responsavel pela recep~o
decodifica98o da informa~o
e
enviada pelos olhos. Uma lesao nesta area pode
determinar perda visual que neste caso e chamada de deficiencia visual cortical
(OVC). As causas mais freqOentes de OVC sao hipoxia, infec~oes do sistema
nervoso
central,
traumatismo
cranioencefalico
e
hidrocefalia.
Os
testes
eietrofisiologicos completam a avalia~o cllnica e podem determinar se a causa da
deficiencia visual esta nos olhos ou no cerebro. 0 eletroretinograma avalia a fun~ao
retiniana e 0 potencial evocado visual avalia as vias nervosas do olho ate a cOrtex
visual. Na OVC, apesar dos testes iniciais indicarem deficiencia importante, muitas
crian9Bs desenvolvem alguma fun980 visual e a estimula~o
favorece de alguma
maneira 0 desenvolvimento da visao. (BROMLEY,1997)
DEFICIENCIA AUDITIVA
Todas as crian~s de risco devem ser "triadas" nos primeiros meses de vida
com audiometria de tronco cerebral. Esta tecnica consiste de estitllula980 das vias
acusticas e captayao dos potenciais bioeletricos gerados nas vias cocleares no
interior do tronco encefalico. Os principais fatores de risco sao: suspeita dos pais de
que a crianya nao esta ouvindo; infecyOes congenitas (rubeola, toxoplasmose,
24
citomegalia); malformayees do pavilhao auricular, face ou palato (ceu da boca); baixo
peso ao nascer (abaixo de 1500g); hiperbilirrubinemia neonatal grave; meningite
bacteriana; asfixia perinatal; e uso de medica<;oes texicas-· para·--o--ouvido
(estreptomicina, kanamicina e outros aminoglicosfdeos). (MASSI, 2001)
o diagnostico precoce possibilita a intervenyao precoce favorecendo 0 processo
de aprendizagem. A crianya deve ser acompanhada desde os primeiros meses por
uma equipe especializada. Os aparelhos auditivos podem ser usados a partir de
qualquer idade e devem ser indicados assim que for identificada a perda auditiva
permanente. (MASSI, 2001)
DIFICULDADES PARA ALiMENTACAO
Desordens da sucy80, mastiga<;aoe deglutiyao sao comuns nas crianyas com
envolvimento total. Todos estes fatores contribuem para uma ingesta alimentar
abaixo das necessidades. Alem disso, muitas crian<;ascom limita<;oes motoras sao
mantidas por longos perfodos com dietas proprias para bebes. A oferta monotona de
certos tipos de alimento, tais como, leite e derivados, farinaceos ou sucos apos os
seis meses de idade pode determinar quadros de anemias carenciais (principalmente
por falta de ferro), desnutriyao e infecyoes de repetiyao. A crianya desnutrida nao
cresce normalmente e sua resposta aos estfmulos que promovem 0 desenvolvimento
e prejudicada. (MASSI, 2001)
A dieta deve ser planejada de acordo com as caracterfsticas cHnicas e as
limitayoes de cada crianya. Por exemplo, para facilitar a deglutiyao e reduzir
° refluxo
de parte do conteudo gastrico para 0 esofago, recomenda-se manter a crianya com a
cabeya e 0 tronco em posiyao semi-elevada durante e por alguns minutos apos cada
refeiyao. Nas crian<;ascom refluxo gastresofagico, as refeiyoes devem ser de menor
volume e oferecidas em intervalos de tempo menores para que nao haja prejuizo do
total de nutrientes ingeridos em um dia. As crianyas com dificuldade para deglutirem
Ifquidos, devem ser alimentadas com pequenos volumes de dieta pastosa e de sucos
25
engrossados com frutas e gelatinas procurando-se assim manter um bom nivel de
hidratayao. (MASSI, 2001)
CONSTIPACAO
INTESTINAL
Quanto mais tempo as fezes -permartecem no colo, maior e a absor~o de agua
e mais endurecidas elas ficam, resultando em constipa~o. A constipayao intestinal
cronica decorre de varios fatores, dentre eles, pequena ingestao de fibras e liquidos,
atividade fisica reduzida, e uso de medicayoes como antiacidos e certos
antiepilepticos. (SANVITO, 1997)
A ingestao adequada de Hquidos em geral, alimentos ricos em fibras tais como
frutas (mamao, abacaxi, laranja com bagayo, ameixa preta, manga, melancia),
verduras (principalmente as folhagens cruas), !eguminosas (feijao, ervilha, lentilha) e
alimentos integrais melhoram
ser recomendadas se
0
funcionamento intestinal e sao medidas que devem
0
colo (intestino grosso) ainda nao estiver dilatado. (MASSI,
2001)
Quando a constipa~o
e grave e nao se observa resposta as orientayoes
iniciais, os alimentos ricos em fibras devem ser suspensos imediatamente e a
possibilidade de megacolo deve ser investigada. 0 tratamento correto do megacolo
(dilatayao do intestino gross~) requer a orientayao de um pediatra com experi€mcia
neste tipo de problema. (EDWARDS, 1999)
2.4.9 PROCESSO EVOLUTIVO
Para uma maior compreensao do processo evolutivo da paralisia cerebral,
torna-se
necessarios
alguns
conhecimentos
sobre
neuro-desenvolvimento
embrionario e fetal humano normal, onde os aspectos anatomicos e funcionais do
sistema nervoso da crianya e do adulto, quando bem compreendidos facilitam a
distinyao das malforma~es,
anormalidades estruturais ou agressoes ex6genas
sobre 0 sistema nervoso central (SNC). (KUBAN E LEVITON, 1994)
26
°
desenvolvimento do neocortex humane envolve multiplica9Bo celular,
migraglio, diferenciaglio, amadurecimento dos neuronios, da glia e d+
J'
sanguineos. (BRANDAo, 1992)
o conhecimento destas etapas facilita·o radocfnio
vasos
aprimorado dos me anismos
respons8veis pelas diferentes altera90es neurol6gicas a partir de lesoes cOhg€mitas
ou adquiridas no perfodo pre e perinatal. (BOBATH, 1989)
r
I
I
I
Ocorrendo qualquer fator agressivo ao tecido cerebral antes, durante o~ apos 0
parto, as areas mais atingidas terso a fun980 prejudicada e depend1ndo da
importancia da agressao, certas altera<;oesserao permanentes caracteriza1do uma
lesao nao progressiva. (FERRARETTO,2001)
i
!
i
Oentre os fatores potencialmente determinantes de lesao cerebral irrerersfvel,
os mais comumente observados sao infec90es do sistema nervoso, hipoxia ~falta de
oxigenio) e traumas de cranio.
a desenvolvimento anormal do cerebro pode ~ambem
I
estar relacionado com uma desordem genetica, e nestas circunstancias, genjilmente,
observa-se outras altera90es primarias alem da cerebral. Em muitas criJn98s, a
lesao ocorre nos primeiros meses de gesta980 e a causa
e desconhecida. (SbBATH,
K e BOBATH, B, 1978)
2.5 DIAGNOSTICO
°
exame neonatal e vital, especialmente se 0 lactente for prematuro bu Tiver
sido exposto a eventos que acarretam riscos, como problemas de alimentt980 ou
respiratorios (STOKES, 2000).
I
I
o diagnostico e primordialmente clinico, baseado nos dados expost?S ate 0
momento. Exames complementares sao realizados de rotina quando
0
patiente
e
I
inicialmente atendido, visando-se afastar etiol09ias infecciosas, princiPalme1te lues,
toxoplasmose, rubeola e citomegalovirose (LIANZA, 2001).
I
I
Algumas crian9as sao encaminhadas porque nao estao caminhandd aos 18
meses de idade, tais apresentam a rete",;ao de reflexos primitiv~s e mostra~ sinais
27
de espasticidade. A TC e aRM, documentam 0 fator causal; devem ser afastados
outros diagnosticos,
como
miopatias cong€mitas, que
espasticidade, mas podem ter
nao
hipotonia severa subjacente
progridem
e atrasos
para
no
desenvolvimento (BROWN, 1996).
As
manifesta¢es
neurol6gicas
precoces
no
ber9ariO devem
ser
investigadas, lembrando a importancia do EEG, principalmente quando 0 neonate
apresenta convulsoes. A ultra-sonografia e a tomografia axial computadorizada tern
indica980 precisa para a investiga980 e 0 esclarecimento das mas forma90es ou
processos patologicos determinantes da Paralisia Cerebral, como hemorragiasperi- e
intraventriculares, hidrocefalia e porencefalia. A ressonancia nuclear magnetica pode
trazer maior detalhe e nitidez acerca dos processos maturacionais ou patologicos do
SNC (UANZA, 1995).
Grande numero de crian9as acometidas por deficits motores apresenta esses
exames de neuroimagem totalmente normais, considerando que nao houve nesses
casos altera90es estruturais e sim funcionais (UANZA, 2001).
o
tipo de altera980 do movimento observado esta relacionado com a
localiza9aOda lesao no cerebro e a gravidade das altera90es depende da extensao
da lesao. A paralisia cerebral e classificada de acordo com a altera980 de movimento
que predomina. Formas mistas sao tambem observadas. (KUBAN E LEVITON, 1994)
Dificuldade de SUC9aO,tonus muscular diminufdo, altera90es da postura e
atraso para firmar a cabe~, sorrir e rolar sao sinais precoces que chamam a atengao
para a
necessidade
de
avalia90es
mais
detalhadas
e
acompanhamento
neurologico. (UNPRED, 1994)
Pode gerar movimentos involuntarios, altera¢es do equillbrio, do caminhar, da
fala, da visao, da audigao, da expressao facial. Em casos mais graves pode haver
comprometimento mental. (BRANOAO, 1992)
28
A historia cHnica deve ser completa e
0
exame neurologico deve incluir a
pesquisa dos reflexos primitiv~s (proprios do recem-nascido), porque a persistencia
de certos reflexos alem dos seis meses de idade pode indicar preseny.:l..de..lesao
cerebral. Reflexos sao movimentos automaticos que
0
corpo faz em resposta a urn
estfmulo especffico. 0 reflexo primitiv~ rnais conhecido e
0
reflexo de Moro que pode
ser assim descrito: quando a crianya e colocada deitada de costas em uma mesa
sobre a palma da mao de quem examina, a retirada brusca da mao causa urn
movimento subito da regiao cervical,
0
qual inicia a resposta que consiste
inicialmente de abdu~ao (abertura) e extensao dos bra~os com as maos abertas
seguida de aduyao (fechamento) dos bra~os como em um abrayo. Este reflexo e
normalmente observado no recem-nascido, mas com a matura980 cerebra!,
respostas automaticas como esta sao inibidas. 0 reflexo de Moro e apenas urn
dentre
os
varios
comumente
pesquisados
pelo
pediatra
ou
fisioterapeuta. (FERRARETTO,2001)
Depois de colhida a historia clfnica e realizado
0
exame neurologico,
0
proximo
passe e afastar a possibilidade de outras condic;oesclfnicas ou doenyas que tambem
evoluem com atraso do desenvolvimento neuro!ogico ou a!tera¢es do movimento
como as descritas anteriormente. Exames de laboratorio (sangue e urina) ou
neuroimagem (tomografia computadorizada ou ressonancia magnetica) poderao ser
indicados de acordo com a historia e as alteraycSes encontradas ao exame
neurologico. Estes exames, em muitas situa¢es, esclarecem a causa da paralisia
cerebral ou podem confirmar 0 diagnostico de outras doen~as. (PAVAN, 2001)
2.6 TRATAMENTO
o tratamento
da paralisia cerebral constitui-se de urn conjunto de atua~oes
terapeuticas desencadeadas de forma simultanea ou nao. A condiyao imediata do
diagnostico leva ao tratamento ideal (LiANZA, 1995).
Metodo do Temple Fay: usa padroes progressivos de movimentos baseados
em reflexos simples (UANZA, 1995).
29
Metodo de Vojta: baseada no conceito de locomoyao reflexa e na hip6tese de
que
0
"padrao de movimento total" desenvolve-se como resultado da estimulayao
das partes perifericas do corpo e que 0 disturbio postural observado 0 recem-nascido
afetado e similar ao da crianya com paralisia cerebral. 0 tratamento e realizado nas
posicees de decubito dorsal e ventral, e sao identificados pontos fixos aos quais sao
proporcionados os estfmuios para gerar a locomo980 reflexa, com resistencia
maxima (STOKES. 2000).
Resfriamento: para qualquer exercfcio ser eficaz e necessario reduzir a
espasticidade; urn dos modos
e
esfriar a extremidade envolvida (LiANZA, 1995).
Estimulayao vibrat6ria: inibe a espasticidade. A vibrayao excita preferencialmente os
fusos musculares, produz contrayao reflexa do musculo vibrado (RTV-reflexo tonico
vibratorio) e inibiyao recfproca dos motoneuronios que inervam os musculos
antagonistas (LiANZA. 1995).
o programa de tratamento
e feito de acordo com a crianya. Nunca deve ser
copiado, pois este devers ser estabelecido de acordo com suas caracteristicas, sua
vida e em que fase se encontra, os aspectos
a serem desenvolvidos, a freqOencia de
atendimento etc. No principio do tratamento, aconselha-se serem tiradas fotos ou ser
feito video da crian98. a tim de que possa acompanhar a evoiu9ao. As fotos ou
videos devem registrar as principais posturas a serem avaliadas. 0 programa deve
visar metas de curto e de longo prazos. sendo estas direcionadas para a qualidade
dos movimentos, para a funyao e melhor controle postural nas diferentes posturas e
movimentos. Dentro do programa, deve constar tambem as recomendayOes para a
avaliayao em outros setores se necessaria; orientayoes para casa e escola; uso de
equipamentos para posicionamento etc. A freqOencia no programa de fisioterapia
depende das condicees da crianya e da familia; mas
0
maior numero de vezes por
semana geralmente leva a melhores resultados. (EDWARDS, 1999)
30
2.6.1 0 METODO BOBATH (Neurodevelopmental
Technique)
Bobath e uma abordagem terapeutica e de reabilita~o, desenvolvida para 0
tratamento de adultos, crian<;as e bebes com disfun¢es-
neuroLoglcas_-Iudo
come<;ou como parte do trabalho de Berta (fisioterapeuta) e Dr. Karel Bobath
(neuropediatra) nos anos 1940-50 desenvolvido inicialmente a partir de experiencias
clfnicas, tendo como base
a
compreensao do desenvolvimento normal, utilizando
todos os canais perceptivos para facilitar os movimentos e as posturas seletivas que
aumentam a qualidade das fun<;oes.A senhora Bobath descobriu a tecnica ha 30
anos. Esta permite inibir os esquemas de movimento patologico e influenciar 0 tonus
muscular. Como este metodo so dava urn resultado passageiro, ela continuou suas
pesquisas e observou que podia obter um aumento do tonus muscular combinando a
tecnica de inibic;ao e a tecnica de facilitac;ao. Bobath excita assim, as rea<;oes de
estiramento e obtem
de equilibrio.
a
0
controle da cabe<;a,a rota<;aoda cabe<;ae do tronco e rea~o
paciente
e deslocado
e mantido por pontos precisos de modo a
reagir ativamente pelas rea<;5esdesejadas. (SHERPHERD, 1996)
Gra<;as a estas tecnicas,
0
paciente podera adquirir experiencia sensoria
motora normal dos movimentos de base. Esta tecnica e empregada em crianc;ascom
paralisia cerebral e outros problemas neurologicos de origem central como:
traumatismos cranianos e hemiplegia. (STOKES, 2000)
Assim, pode-se definir
0
Bobath como uma tecnica de reabilita<;ao
neuromuscular que utiliza os reflexos e os estfmuios sensitivos para inibir ou
provocar uma resposta motora, sempre respeitando os princlpios da normaliza<;aodo
tonus e da experimenta<;ao de urn movimento ou de urn controle estatico normal.
(STOKES, 2000)
Bobath ja afirmava que, a moderna neurofisiologia orienta-se firmemente para
o conceito de que a postura e
ser separados.
0
movimento interagem de tal maneira que nao podem
a paciente e estimulado a desenvolver
nao 0 movimento em si.
a sensac;ao do movimento, e
a objetivo e facilitar 0 movimento motor e inibir movimentos
31
e posturas anormais.
E
exatamente importante para 0 desenvolvimento motor da
crian9a, podendo ser aplicado precocemente em bebes, antes que se estabele9am
as desordens de postura e de movimentos, que, em muitos casos, podem ser
evitadas. 0 paciente deve ser avaliado de forma global, ou seja em todas as suas
fun¢es e em diversos ambientes. 0 processo de interven~o e individualiza para
atingir as
necessidades
biopsicossociais,
estimulantes. A interac;aoentre
0
incluindo
aspectos
preventivos
e
paciente, a equipe interdisciplinar, a famma e/ou as
pessoas que 0 cuidam permitem uma interven~o apropriada ao longo das 24 horas
do dia. (LANGHAMMER, 2003)
o objetivo
desse metodo e diminuir a espasticidade muscular e introduzir os
movimentos automaticos e voluntarios, a tim de preparar
0
paCtentepara
os
movimentos funcionais, onde 0 tOnusanormal pode ser inibido e os movimentos mais
normais, facilitados. 0 Bobath trabalha com a facilitac;ao do movimento, ou seja,
solicita-se ajustamentos automaticos na postura, a tim de produzir rea90es
automaticas de prote9ao, endireitamento e equitfbrio. A facititayao, entao, baseia-se
nas reayOes de endireitamento (sao reac;Oesestatico-cineticas que estao presentes
desde
0
nascimento e se desenvolvem, obedecendo uma ordem cronol6gica) e nas
rea¢es de equilibrio, a partir dos movimentos que produzem adapta90es posturais
possfveis para mante-to. Dentro da compreensao do movimento normal, incluindo a
percepc;80,usa-sa a facilitac;ao de movime..ntose posturas seletivas, objetivando-se
um aprimoramento da qualidade de vida do paciente. Os pontos chaves de Bobath
correspondem as partes do corpo, geralmente as partes proximais, onde
0
tonus
anormaf pode ser inibido e os movimentos mais normais facititados. (SHERPHERD,
1996)
Os principios de Bobath preconizam:
• 0 metodo objetiva
0
padrao muscular mais pr6ximo do normal;
• Abordagem de posturas de inibi9ao reflexa;
32
• Suprimir os padroes anormais antes que os padroes alterados possam ser
introduzidos;
• Paciente recebe 0 maximo de informay5es proprioceptivas e esteroceptivas,
seja no-nivelautomatico, seja em um nivei voiuntario;
• Tratamento individualizado;
Paciente deve ser visto sob urn aspecto global. (STOKES, 2000)
A intervenyao otimiza a funyao. 0 prosseguimento do processo do processo de
avaliaC;aoe tratamento e totalmente direcionado para os danos que estao interferindo
na funC;8o,tanto quanto para me!hora do contro!e funcional em suas atividades da
vida diaria. Durante
0
tratamento
0
terapeuta tenta melhorar as estrategias de
postura e movimento, tornando-as mais eficientes. 0
Metodo de Bobath e
caracterizado p~r procurar soluc;oes para aspectos motores, que interferem na
execuc;ao de uma atividade. Para isso ha a necessidade da participac;ao ativa do
individuo. 0 terapeuta deve usar urn manuseio especifico e gradua-Io de acordo com
a resposta do paciente, tendo como objetivo a sua independencia.
observar que
0
E
importante
ambiente e a tarefa motora serao estruturados de acordo com a
necessidade. (LENNON, 2001)
2.6.1.1 TRA TAMENTO PRECOCE
E
aplicado no tratamento precoce de bebes abaixo de urn ano, antes que se
estabeleyam desordens de postura e movimentos, que em muitos casos podem ser
evitadas. 0 tratamento inclui movimentos ativos e passives.
E
uma tecnica de
reabilitayao neuromuscular, que usa reflexos e estrmulos sensitiv~s para inibir ou
provocar uma resposta motora, preparando para os movimentos funcionais. Se a
crianya ainda for muito pequena, tendo movimentos mais primarios que anormais,
podemos auxilia-Ia a estabelecer os esquemas mais fundamentais de urn modo
quase normal seguido tao de perto quanto possivel as etapas do desenvolvimento
motor da crianc;anormal. (HOLLE, 1990)
33
2.6.2 TRATAMENTO COM ACUPUNTURA
Paralisia cerebral e tratada com acupuntura a muito tempo, sempre com
resultados muito bons. Ocorrendo diminui980 das seqOelas, tais como 0 equilibrio,
coordena98o motora, e os sentidos quando foram afetados.
pode demorar anos, mas nota-se
0
E
um tratamento 1ongo;
inicio de melhora gradativa com alguns meses. A
evolu980 que as agulhas proporcionam pode parecer lenta se compararmos uma
crianya sem este problema e uma com paralisia cerebral. Mas para essas crianyas e
suas familias, cada leve melhora no quadro, e uma grande vitoria, pois sabem que as
melhoras estao se somando. (STOKES, 2000)
o grau e tempo de melhora dependera de uma serie de fatores:
- Quanto mais precoce for iniciado
0
tratamento, melhores e mais rapidos serao os
resultados obtidos;
- Grau de acometimento das celulas cerebrais;
- Organismo do paciente (cada pessoa responde diferente, em rela9ao ao tempo, no
tratamento com acupuntura)
- FreqOancia do tratamento (0 paciente que fizer tras vezes por semana tera
resultados mais rapidos do que 0 paciente que fays apenas uma vez por semana)
o tratamento consiste na introdu9ao de agulhas finfssimas, totalmente indolor,
em pontos de acupuntura espalhados pelo corpo todo e, principalmente, em pontos
de couro cabeludo. Estes ultimos agem diretamente nas fun¢es
cerebrais, que
comandam 0 corpo todo. (SANVITO, 1997)
Para crian9a inquieta ou que tenha muito medo de agulhas, tem a tecnica de
acupuntura sem agulha. Nesta tecnica ao inves de agulhas, ha um estfmulo nos
mesmos pontos, porem, com raios de laser (soft Laser) e press80 de dedos
(massagem suave sobre os pontos selecionados).(STOKES, 2000)
34
A crianya encara 0 tratamento como algo agradavel, como se fosse uma
brincadeira. 0 tratamento com acupuntura nao se restringe apenas para crianyas. 0
adulto pode se beneficiar muito com este metodo, porem, devido ao tempo
decorrente, sera um tratamento mais Iongo do que se tivesse iniciado quando
crianya. (PAVAN, 2001)
2.6.3 DEVOLUTIVA PARA OS PAIS
Os pais chegam para uma avaliayao fisioterapica, vindos de muitos exames,
muitos medicos e geralmente com muita ansiedade e expectativa. Eles deparam-se
com situayoes novas que nunca imaginaram passar.
E
importante que sejam
positiv~s e realistas. (EDWARDS, 1999)
o fisioterapeuta
deve auxilia-Ios a descobrir os aspectos positiv~s dos seus
filhos e tambem a necessidade de sua participayao no tratamento para que haja
bons resultados. (BRANDAO, 1992)
Alem dos problemas ja citados, muitos apresentam crises convulsivas-epilepsia
e, alguns tem crises de agitayao psicomotora, hetero e/ou auto-agressividade,
depress80, exigindo cuidados maiores para evitar que se machuquem. (SANVITO,
1997)
2.6.4 ALTA DO FISIOTERAPEUTA
Pelo grande comprometimento motor, geralmente 0 paciente permanece longos
perfodos em tratamento. 0 objetivo e dar-Ihe maior independencia posslvel e
integray80 dentro da sociedade produtiva. Ao chegar numa fase de plato, quando
sua eVOlUy80se torna estacionaria, deve-se libera-Io de terapia sistematica. (KUBAN
E LEVITON, 1994)
A alta do paciente portador de paralisia cerebral deve ser estudada com 0
paciente e a familia, principalmente quando
0
paciente e adoiescente ou adulto
jovem, tendo terminado a fase de crescimento. Porem, esta nao deve significar
desligamento total do tratamento, pois ha necessidade de revisoes e orientayoes
35
periodicas, uma vez que ha tendencia
a
retra¢es
musculares, diminuiy80 da
mobilidade e mesmo das atividades funcionais. Se nao houver uma manutenyao
adequada, pode-se, assim perder a mobilidade e..fuf-l~adquirida
...(SHERPHERD,.
1996)
2.7 PROGNOSTICO
o prognostico nem sempre e facil de estabelecer, 0 cerebro da crianya com
paralisia cerebral se desenvoive p~r urn lado e p~r outr~ seu potencial e de acordo
com 0 estfmulo que recebe (BROWN, 1996).
Acaba sendo um prognostico bastante variavel, pois a evoluyBo e pouco
lenta. 0 profissiona! que trabalha com a crianya com Paralisia Cerebral sempre
enfrenta algumas questoes basicas no que se refere ao prognostico da crianya. Ha
varios parametros clinicos descritos na literatura como bons indicadores do
prognostico de deambulayao para crian98s com Paralisia Cerebral. Menos estudado
e mais diflcil de ser feito e
0
progn6stico para fala e para a capacidade mental
(FERRARETTO, 2001).
o
estudo da idade de aquisiy80 da postura sentada e a aquisiyao da
Deambulay80 parece ser
0
parametro mais fidedigno de prognosticar deambulayso
existente na literatura e p~r n6s estudado. Ha varios estudos que afirmam que, se a
crianya consegue adquirir a postura sentada antes dos tres anos de idade, a
possibilidade de vir adquirir deambulayao e alta (FERRARETTO, 2001).
Ha varios parametros clinicos descritos na literatura como bons indicadores
do prognostico de deambulayao para crianyas com Paralisia Cerebral. Menos
estudado e mais diffcil de ser feito e 0 progn6stico para fala e para a capacidade
mental (KUBAN E LEVITON, 1994)
36
3 MATERIAS E METODOS
Para este estudo de revisao, que teve inicio no dia 27.12.2004 (vinte e sete
de dezembro do ana de do is mil e quatro) foram selecionados artigos nos bancos de
dados PUBMED e BIREME. As palavras chaves que foram utilizadas:-"paratisia
cerebral", "tratamento fisioterapeutico", "recursos fisioterapicos", nos idiomas
portugues e ingles. Uteraturas encontradas em quatro bibliotecas de Curitiba - Pr
(PUC - PR, Unicenp, UFPR, UTP) no periodo de 1978
a 2001.
Este estudo teve como meta realizar uma atualiza980 do tratamento
fisioterapeutico da Paralisia Cerebral, relatando a vi sao de diversos autores em
rela980 ao conceito, etiopatogenia, quadro cllnico, diagnostico e tratamento
fisioterapeutico.
37
4 RESULTADOS
No trabalho desenvolvido nesta monogratia, foi demonstrada concordancia
entre os autores, principalmente quando diz respeito ao tratamento precoce. 0 atraso
do desenvolvimento motor, os disturbios associados e as deformidades --posturaiscontribuem para que a eVOlUy80das crianyas com paralisia cerebral seja quase
imperceptlvel.
E de grande
importancia orientar os pais, para tratamento caseiro, de
modo a inibir alguns padroes posturais da crianya, pois dessa forma, ajudara a obter
uma melhora na qualidade de vida.
o
metodo de tratamento escolhido deve ser adaptado ao paciente atim de
beneficia-Io. 0 terapeuta deve dar 0 melhor de si para
0
seu paciente. Antes de
iniciar qualquer tratamento, deve estar ciente da importancia de uma boa avaliay8o,
assim como ter conhecimento sobre a patologia que seu paciente apresenta para
melhor direcionar 0 tratamento.
A intervenyao otimiza a funy80. No tratamento precoce de bebes abaixo de um
ano, antes que se estabele98m desordens de postura e movimentos, que em muitos
casos podem ser evitadas. 0 tratamento inclui movimentos ativos e passivos.
E
uma
tecnica de reabilitay80 neuromuscular, que usa reflexos e estlmulos sensitivos para
inibir ou provocar uma resposta motora, preparando para os movimentos funcionais.
Se a crian98 ainda for muito pequena, tendo movimentos mais primarios que
anormais, podemos auxilia-Ia a estabelecer os esquemas mais fundamentais de um
modo quase normal seguido tao de perto quanto posslvel as etapas do
desenvolvimento motor da crianya normal. (HOLLE, 1990).
No tratamento tardio, os pacientes ja apresentam algumas incapacidades por
terem deformidades fixas dos membros ou da coluna vertebral, que pode gerar
desconforto, dor e diticuldade na realizayao das atividades diarias, como vestir-se e
fazer a higiene pessoal. A deteriorayao e lenta e inevitavel, resultando na perda da
capacidade, das atividades funcionais e do conforto nas posiyoes. (STOKES, 2000)
38
5 CONSIDERACOES
o fisioterapeuta
FINAlS
dispoe de diversos metodos de abordagem no tratamento do
paciente portador de paralisia cerebral, mas qualquer que seja a escolhida ha
necesstdade-de-oma avalia980 critica dos seus resultados. Para obter uma evolu9Bo
significativa 0 profissional deve possuir urn profundo conhecimento do metodo
escolhido, bern como experiencia na sua execuc;ao.
A eficacia do tratamento depende do investimento no potencial da crianc;a,
colocando as metas um nfvel acima do que ele ja e capaz de atingir no momento.
Nem sempre se consegue urn resultado adequado; devido a grande diversidade do
quadro clinico, do desenvolvimento da terapia, ou ate mesmo do hist6rico familiar,
mas certamente 0 paciente que recebe urn tratamento adequado apresenta uma
qualidade de vida muito superior em diversos aspectos, sejam eles; motor, cognitiv~,
interac;aosocial podendo atingir sua maxima independencia.
E
comum que
0
fisioterapeuta selecione tecnicas especfficas de diversos
metodos de tratamento aplicando-as de acordo com as necessidades de seus
pacientes. Tambem se observa urn enorme grau de liberdade criativa baseado nos
conceitos gerais de cada metodo.
Em sua atuac;aoprofissional, 0 fisioterapeuta deve ser capaz de: projetar e usar
uma forma reproduzfvel de analise de movimento; planejamento e executac;ao de
programas de interven9Bo a curto e longo prazo; medir os resultados finais dessas
intervenc;oes; partilhar, explicar e comunicar conhecimentos, opinioes e achados;
monitorar as mudan98s e examinar as abordagens de tratamento criticamente,
utilizando todas as evidencias posslveis para obter a condic;aode vida mais favoravel
as crian98s com paralisa cerebral.
39
6 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
Livros:
FERRARETTO, Ivan. "Paralisia Cerebral: aspectos praticos."
2 ed. Sao Paulo:
Memmon, 2001.
lIANZA, Sergio. "Medicina de reabilita~ao."
2 ed.. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan,1995.
TUREK, Samuel L. "Ortopedia: principios
e sua aplica~ao."
1 vol.. Sao Paulo:
Manole, 1991.
LEITAO, Araujo. "Paralisia Cerebral: diagn6stico,
terapia,
reabilita~ao."
Sao
Paulo: Atheneu, 1983.
STOKES, Maria. "Neurologia para fisioterapeutas."
Sao Paulo: Premier, 2000.
BROWN, David E. "Segredos em ortopedia." Porto Alegre: Artes medicas, 1996.
BOBATH, Berta. "Desenvolvimento
nos diferentes tipos de paralisia cerebral."
Sao Paulo: Manole, 1989.
CAMPION, Margaret R.. "Hidroterapia: principios e pratica." Sao Paulo: Manole,
2000.
MINAKAVA, S.; FAOUR, K. "Os multiplos poderes do botox". Jornal da Orla, Sao
Paulo, 2003.
lIANZA, Sergio. "Medicina de reabilita~ao."
Koogan, 1995.
2 ed.. Rio de Janeiro: Guanabara
40
BRANDAO, J. S. - "Bases do Tratamento por Estimula~ao Precoce da Paralisia
Cerebral ou Dismotria Cerebral Ontogenetica." Sao Paulo: Ed. Memnon, 1992.
BOBATH, K. & BOBATH, B. "0 Desenvolvimento Motor nos Diferentes Tipos de
Paralisia Cerebral", Ed. Manole, SP, 1978.
RODRIGUES, D. A "Corpo, Espa~o e Movimento - A Representa~ao Espacial
do Corpo em Crian~as com Paralisia Cerebral," Instituto Nacional de Investigayao
CienUfica, Usboa, 1998.
ABPC, (Associayao Brasileira de Paralisia Cerebral), "Paralisia Cerebral - aspectos
praticos", editora Memnon, S. Paulo, 2001.
UNPRED, Darcy Ann, "Fisioterapia Neurologica", 18 Ediyao, S. Paulo, Ed. Manole,
1994.
PAVAN, Lianza S, "Diagnostico e Tratamento da Espasticidade", S. Paulo, 2001.
LENNON, S.; BAXTER, D.; ASHBURN, A "Physiotherapy
based on the Bobath
concept in stroke rehabilitation: a survey within the UK ",15 Aprii 2001, vot. 23,
00.
6, University of Southampton, United Kingdom
LEITE, J.; PRADO, G. nparalisia cerebral Aspectos Fisioterapeuticos
e CUnicos
". Revista Neurociencia. Volume 12 - n01 - 2004, UNIFESP-EPM
BOBATH, K, "A deficiencia motora em pacientes com Paralisia Cerebral", editora
Manote, S. Paulo, 1989.
DIAMENT, A, CYPEL, S. "Neurologia Infantil."
HOLLE, B. "Desenvolvimento
Ed 3. Sao Paulo: Atheneu, 1998
motor na crian~a normal e retardada."
Sao Paulo:
Manote, 1990
SANVITO, W. L. "Sindromes Neurologicas." Ed 2. Sao Paulo: Atheneu, 1997
SHERPHERD, B. R. "Fisioterapia em pediatria." Ed 3. Sao Paulo: Santos, 1996
41
BROMLEY, Ida. "Paraplegia e Tetraplegia." Ed. 4. Rio de Janeiro: Revinter, 1997
LANGHAMMER,
B.;
STANGHELLE,
J.K.
"Bobath
or
Motor
Relearning
Programme? A follow-up one and four years post stroke." 1 October 2003, vol.
17, no. 7. Rehabilitation Hospital, Nesoddtangen, Norway
EDWARDS, Susan. "Fisioterapia neuroI6gica." Porto Alegre: Artmed, 1999
MASSI, Giselle Athayde. "Linguagem e Paralisia Cerebral." Ed. 1. Curitiba: Maio,
2001
BLAIR JOSE ROSA FILHO. Introdu~ao ao metodo bobath. 2001
Encontrado no site: www.google.com.br
Download