UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Faculdade de Ciencias Biol6gicas e da Saude PAPEL DA FISIOTERAPIA EM PACIENTES COM PARALISIA CURITIBA 2004 CEREBRAL BRUNNO MENDES BRUGGEMANN PAPEL DA FISIOTERAPIA EM PACIENTES COM PARALISIA CEREBRAL Trabalho de conclusao de curso apresentado Fisioterapia ao da curso Faculdade de de Ciencias Biol6gicas e da Saude-da Universidade Tuiuti do Parana. Orientadora: Prof. Regina Ferrari CURITIBA 2004 11 AGRADECIMENTOS Gostaria primeiramente de agradecer a Deus, que me permite estar aqui, me mostrando a cada dia, um novo conhecimento. Em especial a minha familia, pela confianga depositada e pelo investimento nestes anos. Por me aconselharem nos momentos diffceis e pelos sorrisos nos momentos de alegria. Amo voces. A minha namorada que me ajudou durante meses pela conclusao deste estudo. Aos meus professores e a minha orientadora, pela dedicac;ao,me tornando seguro para desempenhar minha carreira profissionaL 111 SUMARIO ....•.••...••...•••......•...........•.........•...••..•••.•..................•....•.... iii AGRADECIMENTOS RESUMO .....•..............................................................•...................................... vi vii ABSTRACT 1.INTRODUCAO ...••..•.....•......................•..•..•.....•.............•...........•..•.•.•.•.••••••••.•• "1 2. REVISAO LITERATIA.H •. H ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 2.1 HISTORIA :: 2 2 2.2 DEFINICAO 3 2.3 ETIOPATOGENIA 4 2.3.1 Prevenc;ao 9 2.4 QUADRO CLINICO 10 2.4.1 Categorizayao diagnostica das caracterlsticas da paralisia cerebral.. .. 12 2.4.2 Reflexos t6nicos 12 2.4.3 Espasticidade 14 2.4.4 Atetose 15 2.4.5 Hipotonicidade 16 2.4.6 Ataxia 16 2.4.7 Fatores na avaliayao da paralisia cerebral 17 2.4.7.1 Topicos a serem avaliados 20 2.4.8 Disturbios Associados 21 2.4.9 Processo evolutivo 25 2.5 DIAGNOSTICO 26 2.6 TRATAMENTO 28 2.6.1 Metodos Bobath 30 2.6.1.1 Tratamento precoce 32 2.6.2 Tratamento com acupuntura 33 2.6.3 Devolutiva para os pais 34 2.6.4 Alta do fisioterapeuta 34 2.7 PROGNOSTICO 35 3. MATERIAlS E METODOS ....•......•...••.••.....................•...••••.......•............•.•.•.• 36 4. RESULTADOS ...•••.........•............••...•.....................•..•.....••........................•.. 37 5. CONSIDERACOES 6. REFERENCIAS FINAlS ••.••.......•...........•.••.•.••..•................••••...•••.•.......•. 38 BIBLIOGRAFICAS .................•..........•.•.......•...............•...•.39 lV RESUMO A Paralisia Cerebral e 0 resultado de uma lesao ou mau desenvolvimento do cerebro, de carmer nao progressiv~, existindo desde a infancia, causando disturbios de movimentos e postura, dificultando as reac;oes de"equilibrio-e", endireitamento. A deficiencia motora se expressa em padroes anormais de postura e movimentos, associados a um tonus postural anormal. A lesao que atinge 0 cerebre que ainda e imature interfere com 0 desenvolvimento motor normal da crianc;a.A principal responsabilidade do fisioterapeuta que trabalha a longo prazo com a incapacidade e a analise, a interpretac;aoe a resoluc;ao das dificuldades fisicas ocasionadas pela deficiencia. Em virtude de seu tipo de treinamento e da compreensao do movimemo e do equtHbrro, 0 fisroterapeuta 9.- corn freqllencia.-o,centro,oo,aconseJhamenta sabre. a conduta e.o tratamenta da incapacidade fisica. A metodologia deste trabalho, visa, atraves de uma revisao de literatura, 0 papel fundamental do fisioterapeuta no tratamento de umpaciente' com paratisia cerebrat Foi realizado um levantamento de dados em dais. bancos. de. dadas. (BIREME E PUBMED) e varias. literaturas,. encontradas em quatro bibliotecas de Curitiba - ProAssim, entre os 15 artigos encontrados atraves desta pesquisa, foram selecionados os mais recentes, sando- dais- intemacionais'· e-. dots" naclonais'; e' vinte·'·e' duas·· literaturas; tatalizando vintee sejs referencias.bibJiograficas., Palavras - Chave: "Paralisia Cerebral", "Tratamento "Recursos-Rsioterapeuttcos'l v Fisioterapeutico", ABSTRACT Brain ParaJyseis the result from a lesion or a bad brain development, with a no progressive caracter becoming- stnee- en1k:1nooo", eatiSing- motiOflS and- posture disturbs, difficu~t~ng, U:le-balance-reaction.-The -motor-defidency -apears .-in irregular standart of balance and movement plus a irregular posture tonus. The lesion who reach the brain, stilll imature interfere with the regular development from the child. The most important responsability from the physioterapy who works in a long period is the capacity of analisys, interpretation and solution from physical dificulty resulting from the dificity. The sistem from this work show across a literature review, the physioterapy importance on a brain paralyse tretament. It was used two datum banks (BIREME and PUBMED) -1fn-d"-cf 16t - of "literature --fOund-in-"rfl~:irfylibr'arys"111 Curitiba- ProAcross the rfifteen articles found on with this work, the most recent was choosed, two international and tree nacional, and twenty two literature, a total of twenty seven literatures. Key words: brain paralyse, physioterapy treatment, physioterapy resort. V1 1 1 INTRODUCAO Uma patologia implica num estado anormal do corpo e pode dizer respeito a estrutura e funyao de uma parte ou do todo. 0 portador de Paralisia Cerebral apresenta atraso ou interrupyao do desenvolvimento sensorio-motor com mecanismo de rea9aO postural insuficiente; pode apresentar reflexos de forma exacerbada em rela980 ao parametro normal e tambam fora do tempo normal, os mais comuns sao reflexos tonicos que provocam, entre outras conseqOencias,tonus postural anormal e se diferem dos que sao observados no bebe de desenvolvimento neuromotor normal. A Paralisia Cerebral a 0 resultado de uma lesao ou mau desenvolvimento do cerebro, de carater nao progressivo, existindo desde a infancia. A deficiencia motora se expressa em padroes anormais de postura e movimentos, associados a um tonus postural anormal. A lesao que atinge 0 cerebro que ainda a imaturo interfere com 0 desenvolvimento motor normal da crianya. As historias cHnicas da mae durante a gesta9aO e os detalhes do Nascimento indicam a possibilidade de ocorrer um problema neurol6gico, como a Paralisia cerebral. Constando ainda dos padroes da crian98 normal e da com paralisia cerebral, e da enfase ao desenvolvimento das atividades t6nicas reflexas. 0 tratamento pela fisioterapia inclui movimentos ativos e passivos, mas so os ativos podem dar as sensa¢es essenciais para a aprendizagem dos movimentos voluntarios. A principal responsabilidade do fisioterapeuta que trabalha a longo prazo com a incapacidade a a analise, a interpreta~ao e a resolu~ao das dificuldades flsicas ocasionadas pela deficiencia. Em virtude de seu tipo de treinamento e da compreensao do movimento e do equilibrio, 0 fisioterapeuta a, com freqOencia, centro do aconselhamento sobre a conduta e 0 tratamento da incapacidade fisica. 0 2 2 REVISAo DE LlTERATURA 2.1 HISTORICO A Paralisia Cerebral, foi descrita pela primeira vez em 1860 pelo Dr. William Little, tendo relacionado estas alterac;5es com a hip6xia perinatal parto como fatores determinantes de lesoes 0 dos traumas de cerebrais irreversiveis (FERRARETTO,2001). A expressao "Paralisia Cerebral", foi praticamente cunhada por Freud em 1897, onde a expressao empregada foi "Paralisia Cerebrallnfantil", dando a entender que 0 paciente acometido por ela ficara imobilizado, fato este que ocorre somente com uma parcela dos pacientes, como efeito progressivo da hipertonia (excesso de tonus muscular), devido a gravidade da lesao ou quando ha inadequac;ao ou ausencia da fisioterapia. Como nao havia fisioterapia no Seculo XIX, pode-se concluir a razao da expressao. Em virtude da ma colocayao verbal na identificagao desta "patologia" alguns especialistas tem adotado 0 termo "Incapacidade Motora Cerebral", procurando evitar qualquer tipo de associagao, do termo, com julgamento da capacidade mental da pessoa (quando esta capacidade e afetada, trata-se deficiencias mu!tiplas).(BROWN,1996) As palavras paralisias e cerebrais sao usadas para descrever uma condic;ao de ser, urn estado de saude, uma deficiencia ffsica adquirida, urn Disturbio de Eficiencia Ffsica que durante muito tempo teve 0 significado de "invalidez".(LiANZA, 1995) Atualmente, 0 termo Paralisias Cerebrais vem sendo usado como 0 significado do resultado de urn dano cerebral, que leva a inabilidade, dificuldade ou 0 descontrole de musculos e de certos movimentos do corpo. 0 termo cerebral quer dizer que area atingida e 0 cerebro (Sistema Nervoso Central) e a palavra paralisia refere-se ao resultado do dano ao sistema nervoso central, com conseqOencias 3 afetando os musculos e sua coordena~o motora, dos portadores desta condi~ao especial de ser e estar no mundo. (LiANZA,1995) Paralisias cerebrais nao sao doenqa, mas uma condi~ao medica especial (que freqOentemente ocorre em crian~as),-antes;-cturante uulo-go-apOso parto~ e quase sempre e 0 resultado da falta de oxigena~ao ao cerebro. As crian~s afetadas por Paralisias Cerebrais tern uma perturba~o movimentos do corpo, como do controle de suas posturas e dos conseqOencia de uma lesao cerebral. (RODRIGUES,1998) Estas lesoes possuem diversas causas, freqOentemente devido oxigena~ao antes, durante ou logo ap6s 0 a falta de parto, nao existindo dois casos semelhantes, pois algumas crian~s tern perturba~oes sutis, quase imperceptiveis, aparentando serem "desajeitadas" ao caminhar, falar ou usar as maos, enquanto que as submetidas a lesoes cerebrais rnais graves, a exemplo de casos de an6xia neonatal, podem apresentar incapacidade motora acentuada, impossibilidade de falar, andar e se tornam dependentes para as atividades cotidianas. (RODRIGUES,1998) 2.2 DEFINICAO Segundo varios autores, a paralisia cerebral e definida como: Desordem permanente, mas nao imutavel 0 que exclui toda patologia oriunda do sistema nervoso ou musculatura em caracter progressiv~, ainda reconhecendo a varia980 que a "incapacita98o" motora pode sofrer. (UNPRED,1994) E uma lesso ou disfun~ao do cerebro, esta afirma~o implica que nao se considere as deficiencias provocadas por urna lesso extracraniana. Lesso cerebral deve-se utilizar no sentido nato, isto e, que situam-se "calote craniana" internos. (PAVAN,2001) 4 A lesao e proveniente de urn cerebro irnaturo ou em desenvolvirnento e crescimento considerando a idade limite para tal os 6 anos podendo variar de autor para autor. (ABPC,2001) E urna desordem ·do movimento e da postura, persistente, porem variavel nos primeiros anos de vida, pela interferencia do desenvolvimento do sistema nervos central causada por urna desordem cerebral nao progressiva. (STOKES, 2000) SeqOelade lesao encefalica que se caracteriza por um transtorno persistente, porem nao invariavel do tonus, da postura e do movimento que surge na primeira infancia, nao somente secundaria a esta lesao nao evolutiva do encefalo = maturayao neurol6gica. (BRANDAO, 1992) Devido a impropriedade da designa9ao da paralisia cerebral, muitas outras tem sido propostas e iremos substituf-Ia por dismotria cerebral ontogenetica. • Disrnotria - expressa as altera90es da rnotricidade, do tono, e seus sintomas caracteristicos; • Cerebral - para significar que estas altera96es sao conseqOentes as lesoes do cerebro; • Ontogenetica - porque as altera90es apresentadas sao decorrentes da anormaliza9ao do desenvolvimento funcional da motricidade. (FERRARETTO, 2001) A designayao paralisia cerebral nos induz a ideia de que seus portadores tenham perdido a capacidade de executar seus movimentos, a verdade, e de que 0 que nao corresponde nestes indivfduos haja sempre perda das fun96es cerebrais, sejam motoras, sensoriais ou da inteligencia. (BROWN, 1996) 2.3 ETIOLOGIA E PATOGENESE As sindromes diplegicas sao caracteristicas nas crian9as prematuras com infarto hemorragico das areas periventriculares do cerebro. (UNPRED,1994) 5 Considera-se que os mecanismos causadores sejam leucomalacia e infarto venoso hemorragico periventriculares; sendo que essas afecyOes tem incidencia crescente nos lactentes que sobrevivem a prematuridade. A diplegia nao tem correlayao com asfixia ao nascimento (STOKES, 2000). Fatores obstetricos podem ser responsaveis pela prematuridade, como descolamento prematuro da placenta e a incompetencia do istmo cervical. A idade materna tambem e importante, pois na gestayao com mais de 40 anos a Incidencia de seqOelase 0 dobro daquelas observadas em maes jovens (LiANZA, 1995). A paralisia Cerebral apresenta um conglomerado de complexidades. A literatura refere-se a PC, como decorremcia da falta de oxigenayao do tecido nervoso ou alguma agressao relacionada ao cerebro imediatamente antes, durante ou ap6s 0 processo de nascimento. Os padroes da agressao ao cerebro caem em padroes que nao sao sempre concisamente organizados. (FERRARETTO, 2001) As categorizayaes iniciais dos tipos de PC tem-se mostrado inconsistentes, pois uma (mica crian98 pode mudar de uma categoria diagnostica para outra durante 0 processo de maturayao. Lesso cerebral p~r ocasiso ao nascimento: prematuridade e um fator contribuinte, pois vasos delicados por baixo da fontanela interior sao facilmente rompidos e as areas da perna do cOrtex motor sao Jesadas pela hemorragia, com hemiplegia espastica conseqOente. A anoxia prolongada pode ser devida ao uso excessivo de analgesicos e anestesicos, 0 cordao umbilical enrolado no pescoyo do feto ou obstruyao traqueal. As celulas nervosas sao altamente sensiveis a anoxia (TUREK, 1991). Causada principalmente pela falta de oxigenio no cerebro, anoxia nas celulas cerebrais. Isto pode ocorrer p~r urna serie de fatores, os rnais comuns sao: - Pressao alta da gestante; - Exposiyao da mae a raio x nos primeiros meses de gestayao; 6 - Trabalho de parto demorado ou dificil, causando falta de respirayao do bebe; - Traumatismo na cabe~; - Falta de oxigenio por afogamento ou outras causas; - Desidrata9aO seria; -lnfee90es cerebrais causadas por meningite ou eneefalite; - Febre alta prolongada. (RODRIGUES, 1998) A Doen~ Motora de Origem Cerebral ou Paralisia Cerebral, pode ser causada por multiplos fatores sendo estes divididos em 3 grandes grupos: Pre Parto - Esta classificayao esta relaeionada eom a amea9a de aborto, ehoque direto no abdomen na mae, exposiyao aos raios-X nos primeiros meses de gestac;ao, incompatibilidade de Rh da mae e do pai, infec90es contrafdas pela mae durante a gravidez (rubeola, sffilis, toxoplasmose), mae portadora de diabetes ou com toxemia de gravidez e hipertensao da gestante. (LEITAO, 1983) Fatores pre-natais: • Pre-disposiyao familiar; • Alcoolismo da mae; • Infecy6es virais: Rubeola, Toxoplasmose; • Hemorragias em gravidez adiantada. (BROWN, 1996) Parto - Neste perfodo pode-se oeorrer uma falta de oxigenayao ao nascimento da crian~ (0 bebe demora a respirar, lesando parte(s) do cerebro). Em uma revisao bibliografica prineipalmente cabe~ identifiea-se facilmente as lesoes causas nos fetos muito grandes de maes pequenas por partos diffeeis, ou muito jovens (a do bebe pode ser muito eomprimida durante a passagem pelo canal vaginal). 7 Um parto muito demorado ou 0 usa do Forceps, manobras obstetricas violentas e os bebes que nascem prematuramente (antes dos 9 meses e pesando menos de 2 quilos), possuem um maior risco de apresentar paralisia cerebral. (PAVAN, 2001) Pos Parto - ° periodo recem-nato, tambem apresenta os seus riscos e a literatura cita casos de crian98s que ao passarem por um longo periodo de febre muito alta (39°C ou superior) logo nos primeiros meses de vida ou que sofreram uma desidratayao com perda significativa de IIquidos, adquiriram lesoes cerebrais, acarretando em incapacidades motoras e sensoriais como sequelas. Nao s6 nestes casos, mas tambem, em casos de infecyees cerebrais causadas por meningite ou encefalite, ferimento ou traumatismo na cabe98, falta de oxig€mio por afogamento (asfixia), envenenamento por gas ou por chumbo (utilizado no esmalte ceramico, nos pesticidas agricolas e outros venenos), alem do sarampo e 0 traumatismo cranio- encefalico ate os tres anos de idade, sao fatores de risco para a paralisia cerebral. (FERRARETTO,2001) Fatores de Risco para PC: Em, recente revisao, Kuban e Leviton (1994) definem como fatores de risco associados a paralisia cerebral: Antes da Gestayao Historia materna de abortos espontaneos previos e/ou natimortos; ciclos menstruais longos e irregulares; intervalo muito curto (menor que tres meses) ou muito Iongo (maior que tres anos) da gesta<;aoanterior e hist6ria familiar de paralisia cerebral, doen98 genetica ou malformativa. Durante a Gesta<;ao: • Classe social e cultural inferior; 8 • Malformayao Congemita - crianyas com paralisia cerebral tem maiores possibilidades de ter malforma¢es fisicas congenitas refletindo perturba90es no desenvolvimento pre natal normal. • Retardo no crescimento fetal - principalmente quando associado com cabeya menor que a media; • Gestayao Gemelar - leva mais freqOentemente a lesoes periventriculares, principalmente em monozigeticos; • Apresentayao fetal anomala (relacionada com malformayao fetal ou com a dinamica fetal alterada); Doenya cronica materna como: Hipertensao Arterial Sistemica, Disturbios endocrinolegicos (principalmente quando foi necessaria reposi~o hormonal, estrogenica ou tireoideana). (KUBAN E LEVITON, 1994) Durante 0 periodo perinatal: A detecyao de corionite associada com prematuridade e amnionite tern sido considerada alto risco para PC; deslocamento previo da placenta; encefalopatia hipexico-isquemica. (KUBAN E LEVITON, 1994) Na PC a associayao de prematuridade como fator de risco js e bern conhecida. Atualmente 0 foco de ateny80 e a substancia branca porque a leucomalacia periventricular (que significa lesao hipexico-isquemica) prediz muito melhor 0 riso de PC do que as hemorragias intracranianas. (KUBAN E LEVITON, 1994) No prematuro, durante 0 perfodo pes-parto, temos como fatores de risco: baixa idade gestacional, acidose, hipocapnia, pneumoterax, apneia recorrente, persistencia de ducto arterioso, hipotensao, necessidade de transfusao sangOrnea, sepsis e enterocolite necrotizante ou cirurgia. (KUBAN E LEVITON, 1994) 9 2.3.1 PREVENCAO Acompanhamento pre-natal regular e boa assistencia ao recem-nascido na sala de parto diminuem a possibilidade de certas crianyas desenvoiverem lesao cerebral permanente, por outro lado, muitas das crian98s -que-superam situa96es criticas com a ajuda de recursos sofisticados das terapias intensivas neonatais modernas, principalmente os prematuros, sobrevivem, mas com sequelas neurologicas. Portanto, apesar de ter havido uma evoluyao importante em termos do atendimento a gestante e ao recem-nascido na sala de parto, nos ultimos 40 anos nao houve uma reduyao significativa da prevalencia da paralisia cerebral mesmo nos parses desenvolvidos. De qualquer forma houve uma modificayao da historia natural. Muitas das formas graves de paralisia cerebral estao relacionadas com causas que podem ser prevenidas como hipoxia perinatal, infec96es congenitas e hiperbilirrubinemia neonatal, e, a prematuridade esta relacionada com diplegia espastica, tipo de paralisia cerebral de melhor prognostico. (DIAMENT, 1998) Todo esforyo para que 0 periodo gestacional seja 0 mais saudavel possivel atraves da manutenyao de uma boa nutriyao e da eliminayao do uso de alcool, fumo, drogas e medica96es sabidamente teratogenicas deve ser feito, pOis estas medidas estarao contribuindo para a prevenyao de alguns tipos de paralisia cerebral. A rubeola congenita pode ser prevenida se a mulher for vacinada antes de se engravidar. Quanto a toxoplasmose materna, medidas de higiene, como nao ingerir carnes mal cozidas ou verduras que possam estar contaminadas com fezes de gato sao importantes. As gestantes com sorologia positiva devem ser adequadamente tratadas, diminuindo assim os riscos de infecyao fetal. A incompatibilidade Rh pode ser facilmente prevenida (vacina anti-Rh+) e identificada. Quando a bilirrubina nao conjugada no recem-nascido atinge niveis criticos, a crianya deve ser submetida a ex-sanguineotransfusao (troca de parte do volume sanguineo). 0 tratamento adequado da incompatibilidade sanguinea reduziu em muito a incidencia da paralisia cerebral com movimentos involuntarios. (RODRIGUES, 1998) 10 No perfodo p6s-natal, uma das principais causas de paralisia cerebral e 0 traumatismo cranioencefalico que pode ser prevenido, em algumas circunstancias, com.o .uso -de.cadeiras-de .seguran98-.especiais--para---crianc;as.-pequenas,----ajustadas nos bancos dos autom6veis. Outra causa importante e a an6xia cerebral grave por quase afogamento e 0 numero de crian<;as com lesso cerebral por quase afogamento em Brasilia e relativamente elevado, justificando uma campanha de prevenyao. Algumas das infecy5es cerebrais podem ser prevenidas com vacinas, como por exemplo, contra sarampo, meningite meningoc6cica e Haemophilus influenzae. (OIAMENT, 1998) 2.4 QUADRO CLiNICO Caracteriza-se por maior comprometimento motor dos membros inferiores; ha atraso na aquisiyao do controle da cabeya e do tronco, a deficiencia se evidencia ao final do segundo semestre, quando a crianya faz born uso dos membros superiores, mas nso consegue manter-se em pe. Quando colocada nessa posiyao, estende os membros inferiores aduzindo as coxas e assumindo posiyao em tesoura ou em X (reflexo cruzado). 0 principal sinal ea dificuldade para andar (LiANZA, 2001). Obtem-se se um nascimento diffcil ou de doen<;a durante os primeiros meses de gravidez. A crianya demora a aprender sentar, permanecer de pe, andar e falar. A face e sem expressao e pode apresentar contors6es e salivayao; apresenta dificuldade na linguagem, seus movimentos sao grosseiros, lentos, reflexos e incoordenados (TUREK, 1991). o ombro esta aduzido e rodado para dentro, 0 cotovelo fletido, 0 Antebrayo pronado, 0 punho f1etido e desviado para 0 sentido cubital, os dedos f1etidos e 0 polegar aduzido para a palma. 0 quadril pode estar fletido, aduzido e rodado para dentro; os joelhos fletidos; 0 tornozelo fletido no sentido plantar; 0 pe em equinovaro; e os artelhos fletidos. A crian<;a deve ser apoiada pelas axilas quando de pe (TUREK, 1991). 11 o grupo diplegico tem movimentos nas maos enos membro superiores, adquire rapidamente 0 equilibrio ao sentar, sendo que maior dificuldade ortostatica e a marcha. Esses individuos tern marcha e a posi980 f1exionada/aduzida caracteristicas que provavelmente deteriora durante os estiroes de crescimento, tend€mcia a deformidade dos pes, geralmente nso tem problemas com a fala e a comunica980 (STOKES, 2000). A diparesia espastica se apresenta com os disturbios motores e do tonus muscular, predominando nos membros inferiores, sendo os membros superiores pouco atingidos, muitas vezes parecendo estarem eles indenes (UANZA, 2001). Considera-se que as dificuldades sejam devido a confusao na resposta e na interpreta~ao dos estimulos. Podem ter problemas com a percep~ao da profundidade e, portanto, tem medo de altura; resistem ou evitam a estimula980 tatil e tem dificuldade para identificar as partes do corpo ou todo ele no espa~ (STOKES, 2000). Cada crian~a acometida de paralisia cerebral apresenta um quadro especifico. Pode perder 0 movimento muscular em uma ou ambas pernas ou bra~os, dificuldade para fala, visao, audic;ao,expressao facial e, mais raramente, comprometimento mental. Tudo dependera de quais celulas do cerebro foram acometidas. Mas geralmente havera uma dificuldade de controle das posturas para caminhar, sentar e AVO (Atividade de Vida Diaria). (KUBAN E LEVITON, 1994) Quanto a cogni~ao, muitos possuem inteligencia normal, mas nao conseguem expressa-Ia adequadamente devido as dificuldades de Iinguagem, e portanto, estes entendem tudo 0 que se passa comunicar. (UANZA,1995) a sua volta e consigo mesmos, sem poder se 12 2.4.1 CATEGORIZACAO DIAGN6STICA DAS CARACTERisTICAS DA PARALISIA CEREBRAL Em geral, 0 diagn6stico de paralisia cerebral sugere que 0 individuo em questao tem algum disturbio central de postura e movimento. Alem disso, 0 processo de identificayao com freqClencia mostra partes do corpo que estao primariamente envolvidas. Diplegia, hemiplegia e quadriplegia indicam respectivamente que os membros inferiores, um lado do corpo, ou os quatro membros, estao afetados. (SANVITO, 1997) a fisioterapeuta precisa estar consciente de que a categoriza9Bo da paralisia cerebral e baseada em descriyoes de caracterfsticas observaveis: e uma descriyao sintomatica. Tanto 0 Dr. Little, quem primeiro identificou a condi9ao com Dr. Freud, estavam descrevendo as tentativas espontaneas de movimento fora da postura de repouso. Esses padroes de movimento caracteristicos foram identificados como espasticidade, atetose, hipotonicidade e ataxia. (STOKES, 2000) 2.4.2 REFLEXOS TONICOS Pavan descreve os tipos de reflexos tonicos importantes na paralisia. Sao os seguintes: • Reflexo Tonico Labirintico; • Reflexos Tonicos Cervicais; • Reayoes Associadas; • Reayoes Positivas e Negativa de Suporte. Reflexo Tonico Labirintico 13 Este reflexo e evocado pelas mudanyas na posiyao da cabeya no espayo, provavelmente pela estimula9Bo dos orgaos otoliticos dos labirintos. Na crian<;a com paralisia cerebral-ele -causa· urn· maximo. de. tonus- extensor: .na.posic;So..supi.na. e··um mlnimo de hipertonia extensora com um aumento de tonus flexor na posi9Bo prona. (UNPRED, 1994) Reflexo Tonico Cervical Assimetrico Esta e uma res posta proprioceptiva que origina-se nos musculos do pescoyo e talvez nos receptores sensoriais dos ligamentos e da articula9Bo da coluna cervical. (SHERPHERD, 1996) No caso de virar a cabeya para um lado, aumenta a hipertonia extensora no lado para qual a face esta virada e aumenta hipertonia flexora no !ado oposto. Reflexo Tonico Cervical Simetrico Esta tambem e uma resposta proprioceptiva dos musculos do pescoyo por um movimento ativo ou passiv~ de levantar ou flexionar a cabeya. Quando se realiza este movimento, haven~ aumento da hipertonia extensora dos brayos e flexora das pernas, ja quando flexiona a cabeya produz-se 0 efeito oposto. (ABPC, 2001) Reay5es Associadas Estes sao tambem chamados de movimentayao associ ada e podem ser vistas nas pessoas normais quando fazem exercicios arduos como quando levantam grande peso. Nas crianyas com paralisia haven~ aumento de espasticidade em todas as partes do corpo. (RODRIGUES. 1998) Reayao Positiva de Suporte Esta e a modificayao tonica do impulso espinhal extensor, fazendo de um membro um pilar para 0 suporte de peso. Ele e produzido por um duplo estrmulo: 0 14 tatil que e pelo toque do antepe no chao e 0 proprioceptiv~, pela pressao resultante do estiramento do musculo intrinseco do pe. (UANZA, 1995) 2.4.3 ESPASTICIDADE Quando-a-Iesae-esta Jocali;z:ada-n-a-aFea -respoASavel-pelo-inicie-aos movimentos voluntarios, trato piramidal, 0 tonus muscular e aumentado, isto e, os muscuios sao tensos e os reflexos tendinosos sao exacerbados_ Esta condi980 e chamada de paralisia cerebral espastica. (LEITAO, 1983) As crian~s com envolvimento dos brayos, das pernas, tronco e cabe~ (envolvimento total) tem tetraplegia espastica e sao mais dependentes da ajuda de outras pessoas para a alimentacao, higiene e locomo980. A tetraplegia esta geralmente relacionada com problemas que determinam sofrimento cerebral difuso grave (infecc5es, hip6xia e traumas) ou com malformacoes cerebrais graves. (BOBATH, K e BOBATH, B, 1978) Quando a lesao atinge principalmente a porcao do trato piramidal responsavel pelos movimentos das pernas, localizada em uma area mais proxima dos ventriculos (cavidades do cerebro), a forma clfnica e a diplegia espastica, na qual 0 envolvimento dos membros inferiores e maior do que dos membros superiores. A regiao periventricular e muito vascularizada e os prematuros, p~r causa da imaturidade cerebral, com muita frequencia apresentam hemorragia nesta area. As alterac5es tardias provocadas p~r esta hemorragia podem ser visualizadas com 0 auxilio da neuroimagem (Ieucomalacea periventricular). Por este motiv~, a diplegia espastica e quase sempre relacionada com prematuridade. Esta forma e menos grave do que a tetraplegia e a grande maioria das criancas adquirem marcha independente antes dos oito anos de idade_(SANVITO, 1997) Na hemiplegia espastica, sao observadas alterac;oesdo movimento em um lado do corpo, como p~r exemplo, perna e braco esquerdos. As causas mais frequentes sao alguns tipos de malformac;aocerebral, acidentes vasculares ocorridos ainda na vida intra-uterina e traumatismos cranio-encefalicos. As crian~s com este tipo de 15 envolvimento apresentam bom prognostico motor e adquirem marcha independente. Algumas apresentam um tipo de disturbio sensorial que impede ou dificulta 0 reconhecimento de forma5-·e -texturas com a mao ..do·!ado.· da· .hemiplegia...Estas crianyas tem muito mais dificuldade para usar a mao. (FERRARETTO, 2001) As crianyas com espasticidade tendem a desenvolver deformidades articulares porque 0 musculo espastico nao tem crescimento normal. Flexao e rota<;ao interna dos quadris, f1exao dos joelhos e equinismo sao as deformidades mais freqOentes nas crian<;as que adquirem marcha. Alem destas, as crianyas com tetraplegia espastica podem desenvolver ainda, luxayao paraJitica dos quadris e escoliose. (SANVITO, 1997) 2.4.4 ATETOSE Quando a lesao esta localizada nas areas que modificam ou regulam 0 movimento, trato extrapiramidal, a crian<;a apresenta movirnentos involuntarios, movimentos que estao fora de seu controle e os movimentos vo!untarios estao prejudicados. (TUREK, 1991) Esta condiyao e definida como paralisia cerebral com movimentos involuntarios forma coreoatetosica ou distonica. ° termo coreoatetose e usado para definir a associa<;aode movimentos involuntarios continuos, uniformes e lentos (atetosicos) e rapidos, arrftmicos e de inicio subito (coreicos). A crianya com PC tipo distonica apresenta movimentos intermitentes de tor<;ao devido a contrayao simultanea da musculatura agonista e antagonista, muitas vezes acometendo somente um lado do corpo. A PC com movimentos involuntarios esta freqOentemente relacionada com lesao dos ganglios da base (nucJeos localizados no centro do cerebro, formados pelos corpos dos neuronios que compoem hiperbilirrubinemia neonatal. A bilirrubina 0 e hemacias (celulas do sangue que transportam trato extra-piramidal), causada par urn pigmento amarelo liberado das 0 oxigenio) quando elas se rompem. Nas incompatibilidades sanguineas, este pigmento pode ser liberado em grande quantidade. ° recem-nascido torna-se icterico (a pele e as conjuntivas assumem 16 uma cor de tonalidade amarela). Assim como esse pigmento se deposita na pele, pode se depositar tambem nos ganglios da base. Os movimentos involuntarios podem ser leves ou acentuados e sao raramente observados dur-ante.Qprimeiro ana de vida. Nas formas graves, antes desta idade a crianya apresenta hipotonia (tonus muscular diminufdo) eo desenvolvimento motor e bastante atrasado. Muitas crianyas nao sao capazes de falar, andar ou realizar movimentos voluntarios funcionais e sao, portanto, dependentes para a alimentac;ao,locomoc;aoe higiene. (EDWARDS, 1999) Coreico e classificado como movimento involuntario presente nas raizes dos membros, rapidos, ocasionalmente impossibilitam que 0 movimento voluntario ocorra. (EDWARDS,1999) Distonico e caracterizado por movimentos atetoides mantidos, com posturas fixas, que podem se modificar apos algum tempo. (EDWARDS, 1999) 2.4.5 HIPOTONICIDADE Brown em 1996 descreveu a hipotonicidade como uma outra categoria de PC, mas pode tambem mascarar condiyOes degenerativas nao diagnosticadas. 0 quadro hipotonico em um bebe jovem pode tambem ser um precursor de atetose. 2.4.6 ATAXIA Segundo Rodrigues (1998), a paralisia cerebral ataxica esta relacionada com lescSescerebelares ou das vias cerebelares. Como a func;ao principal do cerebelo e controlar 0 equillbrio e coordenar os movimentos, as crianyas com lesao cerebelar apresentam ataxia, ou seja, marcha cambaleante por causa da deficiencia de equilibrio, e apresentam, ainda incoordenayao dos movimentos com incapacidade para realizar movimentos alternados rapidos e dificuldade para atingir urn alvo. Quando a lesao extensa, 0 e muito atraso do desenvolvimento motor e importante e e possivel que a crianc;a nunca seja capaz de andar sem apoio. Assim como nas formas extrapiramidais de PC, durante 0 primeiro ana de vida, a alterayao observada e a hipotonia. A alterayao 17 mais freqOentemente encontrada a ataxia associada a sinais piramidais (tonus muscular aumentado e reflexos tendinosos exacerbados). Ataxia pura em crianyas com PC a rara. (SANVITO, 1997) Edwards em 1999 escreveu as subdivisoes qoe··podedallios chalila. de anatomicas: Tetraparesia: Quando os quatro membros estao igualmente comprometidos; Diparesia: Quando os membros superiores apresentam melhor func;ao do que os membros inferiores, isto a, quando eles apresentam menor acometimento. Este tipo a comum nos prematuros devido a anatomia da lesao. Hemiparesia: Quando apenas urn lado do corpo a acometido, podendo ser 0 lado direito ou 0 lado esquerdo. (EDWARDS, 1999) A classifica9ao por severidade do comprometimento motor, isto e severo ou grave, a a, leve, moderado geralmente usada em combina9ao com a classifica9ao anatomica e a clinica. (SANVITO, 1997) 2.4.7 FATORES NA AVALIACAO DA PARALISIA CEREBRAL De acordo com Milani Comparetti, urn estudo dos padroes a de grande importancia para se adquirir pistas valiosas com respeito ao diagnostico precoce. Tres fatores, pelo menos, devem ser considera dois nos casos de paralisia cerebral. Estes fatores, juntos determinarao 0 quadro individual. Estes fatores sao: • 0 tipo e a forya do to nus muscular anormal; • 0 tipo de disturbio da inervac;aoreciproca; • distribuic;aodo quadro e 0 padrao predominante de postura e de movimento. Os estudos de Milani enfatizam os padroes de postura e movimento, e isto nao a surpreendente porque os seus conceitos sao baseados no estudo das crianyas com 18 paralisia cerebral. Nestes pacientes com paralisia, as qualidades anormais de tonus postural nao estao muito nftidas, e 0 principal problema de tratamento e 0 de reconstruir padroes seguindo.a. sequemcia..do.desenvolvimento.ao .inves de inibir·os padroes anormais de postura e movimento junto com a facilita~80 de padroes motores normais. ° tratamento nos bens jovens pode impedir 0 desenvolvimento do quadro completo da anormalidade, e a inibi~o de padroes anormais tern uma importancia menor. Tonus Muscular Anormal Nos estudos de Ferraretto, todos os casos de paralisia cerebral tern em comum um tonus muscular anormal. Isto e examinado pela movimenta~o passiva dos segmentos de urn membro e testando-se a resisteneia que os museulos oferecem ao estiramento passiv~. Infelizmente ainda nao ha uma explica~o para estes diferentes tipos de anormalidade de tonus muscular vistos na paralisia cerebral. (FERRARETTO,2001) A rigidez na paralisia cerebral, talvez melhor chamada de hipertonia plastica, e caracterizada pela resistencia que urn rnusculo oferece ao estiramento passiv~ ern toda amplitude, tanto na flex80 como na extensao. Este fenomeno pode ser causado parcialmente pela co-contra~80. (FERRARETTO, 2001) E ainda impossivel explicar a natureza flutuante do tonus muscular encontrado no grupo atetoide de paralisia cerebral. A amplitude desta flutua~o flacidez do tonus muscular, a hipotonia, e geralmente vai variar. A um fenomeno transitorio em paralisia cerebral ocorrendo na primeira infancia e seguido por urn tipo espastico ou plastico de hipertonia ou pelo tonus do grupo atetoide. (EDWARDS, 1999) A avalia~o do tipo e da for~a da resposta miotatica ao estiramento, pode ser de algum valor no diagnostico e na classificayao de casos. JA para a avaliayao e reavalia980 dos pacientes ou para planejar 0 tratamento pode-se mencionar os seguintes itens: 19 • Hipertonia e hipotonia como fenomeno muscular sao muito variaveis e isto vai alterar 0 quadro geral e a excitabilidade da crianc;ae com a forc;ae rapidez do estiramento muscular; • Diferentes tipos de anormalidades---dot6Rus--museularpodem -sef-oDservacios na mesma crianga em diferentes partes do corpo; • Um tipo de tonus muscular anormal nas partes afetadas pode mudar com 0 tempo; • A forge e a distribui~o da hipertonia, em qualquer parte do corpo, vai mudar as alterac;6es de posic;ao da cabege no espac;o ou na posic;ao da cabec;a e pesco~ em relaCaoao tronco, como resultado da atividade tonica reflexa. DistUrbioda Inerva~o Reciproca a conhecimento da inerva~o reciproca pode ser de grande valor para diferenciar os varios tipos de paralisia cerebral e oferece ideias para 0 tratamento da paralisia cerebral. A inerva~o reciproca tambem foi considerada importante para a regula~o do tonus da postura, na manuten~o da postura e da execu~o dos movimentos normais. A este fenomeno chama-se de inibiC;aoreciproca, que pode ser classificada como um fenomeno do SNC. (BROMLEY, 1997) Padroes Predominantes de Postura e Movimento A regula~o do tonus muscular pelo corpo para a manuten~o da postura e do movimento constitui func;aodo sistema proprioceptivo. Sao as rea¢es posturais que regulam 0 grau de distribuicao do tonus muscular. A maioria destas rea¢es e elicitada pela estimu1aC;ao dos 6rgaos sensonais terminais nos musculos e articulac;oes. Sao excec;oes as rea¢es 6ticas de retifica~o e as rea¢es corporais de retificac;aoagindo no corpo e na cabec;a,estes ultimos resultantes da estimulac;ao tatil do corpo. (BROMLEY,1997) 20 A postura e 0 movimento interagem de tal maneira que nao podem ser separados. As alterayoes posturais sao partes e parcelas de cada movimento. Na verdade, os movimentos em si devem ser encarados somente como mudanya de postura. (BROMLEY,1997) Um mecanismo reflexo postural normal vai servir para dois aspectos: • A manutenyaO de nosso equilibrio em todas as posi9c5ese durante todas as atividades, que envolvam mudanyas da posiyao do corpo; • A fixayao de partes do corpo no apojo e orientayao de partes que se movem. Na fisioterapia, ortopedia e cirurgia, tem-se levado a €mfasepara os musculos e as articulayoes de um membro em particular e para os efeitos das mudanyas posturais locais. Esta abordagem despreza 0 fato de que a espasticidade nao reside em urn ou dois grupos musculares de urn membro, mas e coordenada em padroes que envolvem todos os musculos das partes afetadas do corpo todo. (EDWARDS,1999} 2.4.7.1 T6PICOS A SEREM AVALIADOS o termo paralisia cerebral implica em alterayoes do movimento, mas a presenya de outros disturbios deve ser investigada e 0 sucesso do tratamento depende da abordagem correta de todos os problemas associados. Devido as deficiemciasmotoras, os portadores de paralisia cerebral apresentam uma imobilidade variavel de acordo com a gravidade do quadro. Esta imobilidade pode causar altera9c5esde coluna, acumulo de secre9c5esrespirat6rias, prisao de ventre. Com 0 organismo debilitado, os doentes contraem infecyoes mais facilmente do que as pessoas saudaveis, e as doenyas comuns da infancia podem ser fatais aos portadores de paralisia cerebral, caso eles nao recebam atendimento medico adequado. Como a maioria dos pacientes nao fala, ha uma dificuldade maior neste atendimento. (KUBAN E LEVITON, 1994) 21 2.4.8 DITURBIOS ASSOCIADOS RETARDO MENTAL A avaliagao da fungao intelectual em crian9as com certos tipos de envolvimento e diffcil, porque....a_. maiorja.._dn8...iestes __normalmente .aplicados .para._._avaliar desenvo!vimento cognitivo requer respostas verbais e motoras, e um julgamento baseado apenas nas impressoes iniciais pode levar a uma conclusao incorreta. (SANVITO, 1997) Muitas crian9as com disartria graves, a princfpio consideradas como intelectualmente deficientes, a partir do momenta que puderam se comunicar utilizando-se de meios alternativos, foram reconhecidas como sendo muito mais capazes intelectualmente do que se supunha. De qualquer maneira, a alta incidencia de altera90es cognitivas em alguns tipos de paralisia cerebral e reconhecida. a retardo mental a mais comumente observado nas crian9as com tetraplegia espastica. (HOLLE, 1990) EPILEPSIA as neuronios (celulas nervosas) estao permanentemente gerando impulsos elatricos. Esta atividade elatrica ocorre, normalmente, de uma maneira organizada. Quando certos grupos de neuronios entram em atividade excessiva e hipersincronica, ou seja, varios neuronios entram em atividade eletrica ao mesmo tempo, ocorre um disturbio do funcionamento do sistema nervoso central. Estes epis6dios de descarga elatrica anormal sao chamados de crises epilapticas. Estas crises podem evoluir com hiperextensao e contraC,(oesmusculares (convulsoes), perda subita do tonus muscular, perda ou altera<,(8otemporaria da consciencia e alteragao temporaria do comportamento. (BROMLEY, 1997) Uma crian9a em crise pode apresentar os seguintes sinais: contra¢es musculares generalizadas ou localizadas, movimentos rftmicos com a cabe9a, desvio do olhar para cima ou para 0 lado, movimentos rapidos de piscar os olhos, 22 movimentos mastigat6rios, ausencia de resposta a uma solicitayao verbal, epis6dios breves de olhar parado ou vago, ou crises de medo. (OIAMENT, 1998) Alem da epilepsia, muitas outras-coodiyoes.- .podem deterrninar ...crises. convulsivas isoladas tais como desidratay80 grave, hipoglicemia, infecyoes cerebrais ou intoxicayoes. a que caracteriza a epilepsia e a repetiyao de crises nao provocadas, ou seja, nao determinadas por um processo patol6gico agudo. (BROMLEY,1997) A crise do tipo tonico-clonica generalizada e a que mais preocupa os pais ou outras pessoas que a presenciam, mas na maioria das vezes ela e autolimitada e para em dois a dez minutos. Na presenya de uma crise tonico-clonica generalizada, a crianya deve ser protegida de traumas, as contra¢es musculares nao devem ser contidas e a cabeya deve ser mantida em posi9ao rodada lateralmente para evitar aspira90es no caso de v6mitos. Nao se deve tracionar a lingua ou introduzir qualquer objeto na boca da crianya. A respirayao pode se alterar durante a crise, mas se normaliza nos primeiros minutos. Quando a crianya apresenta crises sub-entrantes, sem retomar a consciencia entre uma e outra, ou uma crise tonico-clonica com mais de 20 minutos de durayao, ela entra em estado de mal epileptico (status epilepticus). a estado de mal epileptico e uma emergencia pediatrica. (KUBAN E LEVITON, 1994) a tratamento da epilepsia deve ser introduzido assim que se faz 0 diagn6stico. Nas fases iniciais do tratamento com anticonvulsivantes algumas crian98s apresentam sonolencia, mas esta reayao tende a desaparecer ao final de urn certo periodo. Qualquer reayao deve ser relatada ao pediatra ou neurologista e algumas delas, como irritabilidade ou do tipo alergica justificam a substituiyao do anticonvulsivante. Quando as crises sao controladas, melhora tanto motora quanto cognitiva pode ser observada e mesmo tendo cessado as crises, 0 tratamento deve ser mantido por no minimo dois ou tres anos. (EDWARDS,1999) AL TERACOES VISUAlS 23 Quando a crian~ nasce 0 seu sistema visual nao e ainda matur~. A fovea, parte da retina responsavel pela acuidade visual nao esta completamente desenvolvida. As celulas desta regiao passam por um processo de crescimento e organiza~ao e somente alcan~m a maturidade por volta dos quatro anos de idade. Normalmente, em torno dos tres meses de vida a crian~ ja e capaz de fixar e acompanhar urn objeto em movimento, mas a visao binocular se desenvolve somente entre 0 terceiro e 0 setimo meso(MASSI, 2001) Na paralisia cerebral, 0 estrabismo e freqOente. Catarata (opacidade do crista!ino), coriorretinite (inflama~ao da coroide e da retina) e glaucoma (aumento da pressao ocular) sao desordens oculares comumente encontradas nas infec¢es congenitas. (KUBAN E LEVITON, 1994) A cortex visual e a regiao do lobo occipital responsavel pela recep~o decodifica98o da informa~o e enviada pelos olhos. Uma lesao nesta area pode determinar perda visual que neste caso e chamada de deficiencia visual cortical (OVC). As causas mais freqOentes de OVC sao hipoxia, infec~oes do sistema nervoso central, traumatismo cranioencefalico e hidrocefalia. Os testes eietrofisiologicos completam a avalia~o cllnica e podem determinar se a causa da deficiencia visual esta nos olhos ou no cerebro. 0 eletroretinograma avalia a fun~ao retiniana e 0 potencial evocado visual avalia as vias nervosas do olho ate a cOrtex visual. Na OVC, apesar dos testes iniciais indicarem deficiencia importante, muitas crian9Bs desenvolvem alguma fun980 visual e a estimula~o favorece de alguma maneira 0 desenvolvimento da visao. (BROMLEY,1997) DEFICIENCIA AUDITIVA Todas as crian~s de risco devem ser "triadas" nos primeiros meses de vida com audiometria de tronco cerebral. Esta tecnica consiste de estitllula980 das vias acusticas e captayao dos potenciais bioeletricos gerados nas vias cocleares no interior do tronco encefalico. Os principais fatores de risco sao: suspeita dos pais de que a crianya nao esta ouvindo; infecyOes congenitas (rubeola, toxoplasmose, 24 citomegalia); malformayees do pavilhao auricular, face ou palato (ceu da boca); baixo peso ao nascer (abaixo de 1500g); hiperbilirrubinemia neonatal grave; meningite bacteriana; asfixia perinatal; e uso de medica<;oes texicas-· para·--o--ouvido (estreptomicina, kanamicina e outros aminoglicosfdeos). (MASSI, 2001) o diagnostico precoce possibilita a intervenyao precoce favorecendo 0 processo de aprendizagem. A crianya deve ser acompanhada desde os primeiros meses por uma equipe especializada. Os aparelhos auditivos podem ser usados a partir de qualquer idade e devem ser indicados assim que for identificada a perda auditiva permanente. (MASSI, 2001) DIFICULDADES PARA ALiMENTACAO Desordens da sucy80, mastiga<;aoe deglutiyao sao comuns nas crianyas com envolvimento total. Todos estes fatores contribuem para uma ingesta alimentar abaixo das necessidades. Alem disso, muitas crian<;ascom limita<;oes motoras sao mantidas por longos perfodos com dietas proprias para bebes. A oferta monotona de certos tipos de alimento, tais como, leite e derivados, farinaceos ou sucos apos os seis meses de idade pode determinar quadros de anemias carenciais (principalmente por falta de ferro), desnutriyao e infecyoes de repetiyao. A crianya desnutrida nao cresce normalmente e sua resposta aos estfmulos que promovem 0 desenvolvimento e prejudicada. (MASSI, 2001) A dieta deve ser planejada de acordo com as caracterfsticas cHnicas e as limitayoes de cada crianya. Por exemplo, para facilitar a deglutiyao e reduzir ° refluxo de parte do conteudo gastrico para 0 esofago, recomenda-se manter a crianya com a cabeya e 0 tronco em posiyao semi-elevada durante e por alguns minutos apos cada refeiyao. Nas crian<;ascom refluxo gastresofagico, as refeiyoes devem ser de menor volume e oferecidas em intervalos de tempo menores para que nao haja prejuizo do total de nutrientes ingeridos em um dia. As crianyas com dificuldade para deglutirem Ifquidos, devem ser alimentadas com pequenos volumes de dieta pastosa e de sucos 25 engrossados com frutas e gelatinas procurando-se assim manter um bom nivel de hidratayao. (MASSI, 2001) CONSTIPACAO INTESTINAL Quanto mais tempo as fezes -permartecem no colo, maior e a absor~o de agua e mais endurecidas elas ficam, resultando em constipa~o. A constipayao intestinal cronica decorre de varios fatores, dentre eles, pequena ingestao de fibras e liquidos, atividade fisica reduzida, e uso de medicayoes como antiacidos e certos antiepilepticos. (SANVITO, 1997) A ingestao adequada de Hquidos em geral, alimentos ricos em fibras tais como frutas (mamao, abacaxi, laranja com bagayo, ameixa preta, manga, melancia), verduras (principalmente as folhagens cruas), !eguminosas (feijao, ervilha, lentilha) e alimentos integrais melhoram ser recomendadas se 0 funcionamento intestinal e sao medidas que devem 0 colo (intestino grosso) ainda nao estiver dilatado. (MASSI, 2001) Quando a constipa~o e grave e nao se observa resposta as orientayoes iniciais, os alimentos ricos em fibras devem ser suspensos imediatamente e a possibilidade de megacolo deve ser investigada. 0 tratamento correto do megacolo (dilatayao do intestino gross~) requer a orientayao de um pediatra com experi€mcia neste tipo de problema. (EDWARDS, 1999) 2.4.9 PROCESSO EVOLUTIVO Para uma maior compreensao do processo evolutivo da paralisia cerebral, torna-se necessarios alguns conhecimentos sobre neuro-desenvolvimento embrionario e fetal humano normal, onde os aspectos anatomicos e funcionais do sistema nervoso da crianya e do adulto, quando bem compreendidos facilitam a distinyao das malforma~es, anormalidades estruturais ou agressoes ex6genas sobre 0 sistema nervoso central (SNC). (KUBAN E LEVITON, 1994) 26 ° desenvolvimento do neocortex humane envolve multiplica9Bo celular, migraglio, diferenciaglio, amadurecimento dos neuronios, da glia e d+ J' sanguineos. (BRANDAo, 1992) o conhecimento destas etapas facilita·o radocfnio vasos aprimorado dos me anismos respons8veis pelas diferentes altera90es neurol6gicas a partir de lesoes cOhg€mitas ou adquiridas no perfodo pre e perinatal. (BOBATH, 1989) r I I I Ocorrendo qualquer fator agressivo ao tecido cerebral antes, durante o~ apos 0 parto, as areas mais atingidas terso a fun980 prejudicada e depend1ndo da importancia da agressao, certas altera<;oesserao permanentes caracteriza1do uma lesao nao progressiva. (FERRARETTO,2001) i ! i Oentre os fatores potencialmente determinantes de lesao cerebral irrerersfvel, os mais comumente observados sao infec90es do sistema nervoso, hipoxia ~falta de oxigenio) e traumas de cranio. a desenvolvimento anormal do cerebro pode ~ambem I estar relacionado com uma desordem genetica, e nestas circunstancias, genjilmente, observa-se outras altera90es primarias alem da cerebral. Em muitas criJn98s, a lesao ocorre nos primeiros meses de gesta980 e a causa e desconhecida. (SbBATH, K e BOBATH, B, 1978) 2.5 DIAGNOSTICO ° exame neonatal e vital, especialmente se 0 lactente for prematuro bu Tiver sido exposto a eventos que acarretam riscos, como problemas de alimentt980 ou respiratorios (STOKES, 2000). I I o diagnostico e primordialmente clinico, baseado nos dados expost?S ate 0 momento. Exames complementares sao realizados de rotina quando 0 patiente e I inicialmente atendido, visando-se afastar etiol09ias infecciosas, princiPalme1te lues, toxoplasmose, rubeola e citomegalovirose (LIANZA, 2001). I I Algumas crian9as sao encaminhadas porque nao estao caminhandd aos 18 meses de idade, tais apresentam a rete",;ao de reflexos primitiv~s e mostra~ sinais 27 de espasticidade. A TC e aRM, documentam 0 fator causal; devem ser afastados outros diagnosticos, como miopatias cong€mitas, que espasticidade, mas podem ter nao hipotonia severa subjacente progridem e atrasos para no desenvolvimento (BROWN, 1996). As manifesta¢es neurol6gicas precoces no ber9ariO devem ser investigadas, lembrando a importancia do EEG, principalmente quando 0 neonate apresenta convulsoes. A ultra-sonografia e a tomografia axial computadorizada tern indica980 precisa para a investiga980 e 0 esclarecimento das mas forma90es ou processos patologicos determinantes da Paralisia Cerebral, como hemorragiasperi- e intraventriculares, hidrocefalia e porencefalia. A ressonancia nuclear magnetica pode trazer maior detalhe e nitidez acerca dos processos maturacionais ou patologicos do SNC (UANZA, 1995). Grande numero de crian9as acometidas por deficits motores apresenta esses exames de neuroimagem totalmente normais, considerando que nao houve nesses casos altera90es estruturais e sim funcionais (UANZA, 2001). o tipo de altera980 do movimento observado esta relacionado com a localiza9aOda lesao no cerebro e a gravidade das altera90es depende da extensao da lesao. A paralisia cerebral e classificada de acordo com a altera980 de movimento que predomina. Formas mistas sao tambem observadas. (KUBAN E LEVITON, 1994) Dificuldade de SUC9aO,tonus muscular diminufdo, altera90es da postura e atraso para firmar a cabe~, sorrir e rolar sao sinais precoces que chamam a atengao para a necessidade de avalia90es mais detalhadas e acompanhamento neurologico. (UNPRED, 1994) Pode gerar movimentos involuntarios, altera¢es do equillbrio, do caminhar, da fala, da visao, da audigao, da expressao facial. Em casos mais graves pode haver comprometimento mental. (BRANOAO, 1992) 28 A historia cHnica deve ser completa e 0 exame neurologico deve incluir a pesquisa dos reflexos primitiv~s (proprios do recem-nascido), porque a persistencia de certos reflexos alem dos seis meses de idade pode indicar preseny.:l..de..lesao cerebral. Reflexos sao movimentos automaticos que 0 corpo faz em resposta a urn estfmulo especffico. 0 reflexo primitiv~ rnais conhecido e 0 reflexo de Moro que pode ser assim descrito: quando a crianya e colocada deitada de costas em uma mesa sobre a palma da mao de quem examina, a retirada brusca da mao causa urn movimento subito da regiao cervical, 0 qual inicia a resposta que consiste inicialmente de abdu~ao (abertura) e extensao dos bra~os com as maos abertas seguida de aduyao (fechamento) dos bra~os como em um abrayo. Este reflexo e normalmente observado no recem-nascido, mas com a matura980 cerebra!, respostas automaticas como esta sao inibidas. 0 reflexo de Moro e apenas urn dentre os varios comumente pesquisados pelo pediatra ou fisioterapeuta. (FERRARETTO,2001) Depois de colhida a historia clfnica e realizado 0 exame neurologico, 0 proximo passe e afastar a possibilidade de outras condic;oesclfnicas ou doenyas que tambem evoluem com atraso do desenvolvimento neuro!ogico ou a!tera¢es do movimento como as descritas anteriormente. Exames de laboratorio (sangue e urina) ou neuroimagem (tomografia computadorizada ou ressonancia magnetica) poderao ser indicados de acordo com a historia e as alteraycSes encontradas ao exame neurologico. Estes exames, em muitas situa¢es, esclarecem a causa da paralisia cerebral ou podem confirmar 0 diagnostico de outras doen~as. (PAVAN, 2001) 2.6 TRATAMENTO o tratamento da paralisia cerebral constitui-se de urn conjunto de atua~oes terapeuticas desencadeadas de forma simultanea ou nao. A condiyao imediata do diagnostico leva ao tratamento ideal (LiANZA, 1995). Metodo do Temple Fay: usa padroes progressivos de movimentos baseados em reflexos simples (UANZA, 1995). 29 Metodo de Vojta: baseada no conceito de locomoyao reflexa e na hip6tese de que 0 "padrao de movimento total" desenvolve-se como resultado da estimulayao das partes perifericas do corpo e que 0 disturbio postural observado 0 recem-nascido afetado e similar ao da crianya com paralisia cerebral. 0 tratamento e realizado nas posicees de decubito dorsal e ventral, e sao identificados pontos fixos aos quais sao proporcionados os estfmuios para gerar a locomo980 reflexa, com resistencia maxima (STOKES. 2000). Resfriamento: para qualquer exercfcio ser eficaz e necessario reduzir a espasticidade; urn dos modos e esfriar a extremidade envolvida (LiANZA, 1995). Estimulayao vibrat6ria: inibe a espasticidade. A vibrayao excita preferencialmente os fusos musculares, produz contrayao reflexa do musculo vibrado (RTV-reflexo tonico vibratorio) e inibiyao recfproca dos motoneuronios que inervam os musculos antagonistas (LiANZA. 1995). o programa de tratamento e feito de acordo com a crianya. Nunca deve ser copiado, pois este devers ser estabelecido de acordo com suas caracteristicas, sua vida e em que fase se encontra, os aspectos a serem desenvolvidos, a freqOencia de atendimento etc. No principio do tratamento, aconselha-se serem tiradas fotos ou ser feito video da crian98. a tim de que possa acompanhar a evoiu9ao. As fotos ou videos devem registrar as principais posturas a serem avaliadas. 0 programa deve visar metas de curto e de longo prazos. sendo estas direcionadas para a qualidade dos movimentos, para a funyao e melhor controle postural nas diferentes posturas e movimentos. Dentro do programa, deve constar tambem as recomendayOes para a avaliayao em outros setores se necessaria; orientayoes para casa e escola; uso de equipamentos para posicionamento etc. A freqOencia no programa de fisioterapia depende das condicees da crianya e da familia; mas 0 maior numero de vezes por semana geralmente leva a melhores resultados. (EDWARDS, 1999) 30 2.6.1 0 METODO BOBATH (Neurodevelopmental Technique) Bobath e uma abordagem terapeutica e de reabilita~o, desenvolvida para 0 tratamento de adultos, crian<;as e bebes com disfun¢es- neuroLoglcas_-Iudo come<;ou como parte do trabalho de Berta (fisioterapeuta) e Dr. Karel Bobath (neuropediatra) nos anos 1940-50 desenvolvido inicialmente a partir de experiencias clfnicas, tendo como base a compreensao do desenvolvimento normal, utilizando todos os canais perceptivos para facilitar os movimentos e as posturas seletivas que aumentam a qualidade das fun<;oes.A senhora Bobath descobriu a tecnica ha 30 anos. Esta permite inibir os esquemas de movimento patologico e influenciar 0 tonus muscular. Como este metodo so dava urn resultado passageiro, ela continuou suas pesquisas e observou que podia obter um aumento do tonus muscular combinando a tecnica de inibic;ao e a tecnica de facilitac;ao. Bobath excita assim, as rea<;oes de estiramento e obtem de equilibrio. a 0 controle da cabe<;a,a rota<;aoda cabe<;ae do tronco e rea~o paciente e deslocado e mantido por pontos precisos de modo a reagir ativamente pelas rea<;5esdesejadas. (SHERPHERD, 1996) Gra<;as a estas tecnicas, 0 paciente podera adquirir experiencia sensoria motora normal dos movimentos de base. Esta tecnica e empregada em crianc;ascom paralisia cerebral e outros problemas neurologicos de origem central como: traumatismos cranianos e hemiplegia. (STOKES, 2000) Assim, pode-se definir 0 Bobath como uma tecnica de reabilita<;ao neuromuscular que utiliza os reflexos e os estfmuios sensitivos para inibir ou provocar uma resposta motora, sempre respeitando os princlpios da normaliza<;aodo tonus e da experimenta<;ao de urn movimento ou de urn controle estatico normal. (STOKES, 2000) Bobath ja afirmava que, a moderna neurofisiologia orienta-se firmemente para o conceito de que a postura e ser separados. 0 movimento interagem de tal maneira que nao podem a paciente e estimulado a desenvolver nao 0 movimento em si. a sensac;ao do movimento, e a objetivo e facilitar 0 movimento motor e inibir movimentos 31 e posturas anormais. E exatamente importante para 0 desenvolvimento motor da crian9a, podendo ser aplicado precocemente em bebes, antes que se estabele9am as desordens de postura e de movimentos, que, em muitos casos, podem ser evitadas. 0 paciente deve ser avaliado de forma global, ou seja em todas as suas fun¢es e em diversos ambientes. 0 processo de interven~o e individualiza para atingir as necessidades biopsicossociais, estimulantes. A interac;aoentre 0 incluindo aspectos preventivos e paciente, a equipe interdisciplinar, a famma e/ou as pessoas que 0 cuidam permitem uma interven~o apropriada ao longo das 24 horas do dia. (LANGHAMMER, 2003) o objetivo desse metodo e diminuir a espasticidade muscular e introduzir os movimentos automaticos e voluntarios, a tim de preparar 0 paCtentepara os movimentos funcionais, onde 0 tOnusanormal pode ser inibido e os movimentos mais normais, facilitados. 0 Bobath trabalha com a facilitac;ao do movimento, ou seja, solicita-se ajustamentos automaticos na postura, a tim de produzir rea90es automaticas de prote9ao, endireitamento e equitfbrio. A facititayao, entao, baseia-se nas reayOes de endireitamento (sao reac;Oesestatico-cineticas que estao presentes desde 0 nascimento e se desenvolvem, obedecendo uma ordem cronol6gica) e nas rea¢es de equilibrio, a partir dos movimentos que produzem adapta90es posturais possfveis para mante-to. Dentro da compreensao do movimento normal, incluindo a percepc;80,usa-sa a facilitac;ao de movime..ntose posturas seletivas, objetivando-se um aprimoramento da qualidade de vida do paciente. Os pontos chaves de Bobath correspondem as partes do corpo, geralmente as partes proximais, onde 0 tonus anormaf pode ser inibido e os movimentos mais normais facititados. (SHERPHERD, 1996) Os principios de Bobath preconizam: • 0 metodo objetiva 0 padrao muscular mais pr6ximo do normal; • Abordagem de posturas de inibi9ao reflexa; 32 • Suprimir os padroes anormais antes que os padroes alterados possam ser introduzidos; • Paciente recebe 0 maximo de informay5es proprioceptivas e esteroceptivas, seja no-nivelautomatico, seja em um nivei voiuntario; • Tratamento individualizado; Paciente deve ser visto sob urn aspecto global. (STOKES, 2000) A intervenyao otimiza a funyao. 0 prosseguimento do processo do processo de avaliaC;aoe tratamento e totalmente direcionado para os danos que estao interferindo na funC;8o,tanto quanto para me!hora do contro!e funcional em suas atividades da vida diaria. Durante 0 tratamento 0 terapeuta tenta melhorar as estrategias de postura e movimento, tornando-as mais eficientes. 0 Metodo de Bobath e caracterizado p~r procurar soluc;oes para aspectos motores, que interferem na execuc;ao de uma atividade. Para isso ha a necessidade da participac;ao ativa do individuo. 0 terapeuta deve usar urn manuseio especifico e gradua-Io de acordo com a resposta do paciente, tendo como objetivo a sua independencia. observar que 0 E importante ambiente e a tarefa motora serao estruturados de acordo com a necessidade. (LENNON, 2001) 2.6.1.1 TRA TAMENTO PRECOCE E aplicado no tratamento precoce de bebes abaixo de urn ano, antes que se estabeleyam desordens de postura e movimentos, que em muitos casos podem ser evitadas. 0 tratamento inclui movimentos ativos e passives. E uma tecnica de reabilitayao neuromuscular, que usa reflexos e estrmulos sensitiv~s para inibir ou provocar uma resposta motora, preparando para os movimentos funcionais. Se a crianya ainda for muito pequena, tendo movimentos mais primarios que anormais, podemos auxilia-Ia a estabelecer os esquemas mais fundamentais de urn modo quase normal seguido tao de perto quanto possivel as etapas do desenvolvimento motor da crianc;anormal. (HOLLE, 1990) 33 2.6.2 TRATAMENTO COM ACUPUNTURA Paralisia cerebral e tratada com acupuntura a muito tempo, sempre com resultados muito bons. Ocorrendo diminui980 das seqOelas, tais como 0 equilibrio, coordena98o motora, e os sentidos quando foram afetados. pode demorar anos, mas nota-se 0 E um tratamento 1ongo; inicio de melhora gradativa com alguns meses. A evolu980 que as agulhas proporcionam pode parecer lenta se compararmos uma crianya sem este problema e uma com paralisia cerebral. Mas para essas crianyas e suas familias, cada leve melhora no quadro, e uma grande vitoria, pois sabem que as melhoras estao se somando. (STOKES, 2000) o grau e tempo de melhora dependera de uma serie de fatores: - Quanto mais precoce for iniciado 0 tratamento, melhores e mais rapidos serao os resultados obtidos; - Grau de acometimento das celulas cerebrais; - Organismo do paciente (cada pessoa responde diferente, em rela9ao ao tempo, no tratamento com acupuntura) - FreqOancia do tratamento (0 paciente que fizer tras vezes por semana tera resultados mais rapidos do que 0 paciente que fays apenas uma vez por semana) o tratamento consiste na introdu9ao de agulhas finfssimas, totalmente indolor, em pontos de acupuntura espalhados pelo corpo todo e, principalmente, em pontos de couro cabeludo. Estes ultimos agem diretamente nas fun¢es cerebrais, que comandam 0 corpo todo. (SANVITO, 1997) Para crian9a inquieta ou que tenha muito medo de agulhas, tem a tecnica de acupuntura sem agulha. Nesta tecnica ao inves de agulhas, ha um estfmulo nos mesmos pontos, porem, com raios de laser (soft Laser) e press80 de dedos (massagem suave sobre os pontos selecionados).(STOKES, 2000) 34 A crianya encara 0 tratamento como algo agradavel, como se fosse uma brincadeira. 0 tratamento com acupuntura nao se restringe apenas para crianyas. 0 adulto pode se beneficiar muito com este metodo, porem, devido ao tempo decorrente, sera um tratamento mais Iongo do que se tivesse iniciado quando crianya. (PAVAN, 2001) 2.6.3 DEVOLUTIVA PARA OS PAIS Os pais chegam para uma avaliayao fisioterapica, vindos de muitos exames, muitos medicos e geralmente com muita ansiedade e expectativa. Eles deparam-se com situayoes novas que nunca imaginaram passar. E importante que sejam positiv~s e realistas. (EDWARDS, 1999) o fisioterapeuta deve auxilia-Ios a descobrir os aspectos positiv~s dos seus filhos e tambem a necessidade de sua participayao no tratamento para que haja bons resultados. (BRANDAO, 1992) Alem dos problemas ja citados, muitos apresentam crises convulsivas-epilepsia e, alguns tem crises de agitayao psicomotora, hetero e/ou auto-agressividade, depress80, exigindo cuidados maiores para evitar que se machuquem. (SANVITO, 1997) 2.6.4 ALTA DO FISIOTERAPEUTA Pelo grande comprometimento motor, geralmente 0 paciente permanece longos perfodos em tratamento. 0 objetivo e dar-Ihe maior independencia posslvel e integray80 dentro da sociedade produtiva. Ao chegar numa fase de plato, quando sua eVOlUy80se torna estacionaria, deve-se libera-Io de terapia sistematica. (KUBAN E LEVITON, 1994) A alta do paciente portador de paralisia cerebral deve ser estudada com 0 paciente e a familia, principalmente quando 0 paciente e adoiescente ou adulto jovem, tendo terminado a fase de crescimento. Porem, esta nao deve significar desligamento total do tratamento, pois ha necessidade de revisoes e orientayoes 35 periodicas, uma vez que ha tendencia a retra¢es musculares, diminuiy80 da mobilidade e mesmo das atividades funcionais. Se nao houver uma manutenyao adequada, pode-se, assim perder a mobilidade e..fuf-l~adquirida ...(SHERPHERD,. 1996) 2.7 PROGNOSTICO o prognostico nem sempre e facil de estabelecer, 0 cerebro da crianya com paralisia cerebral se desenvoive p~r urn lado e p~r outr~ seu potencial e de acordo com 0 estfmulo que recebe (BROWN, 1996). Acaba sendo um prognostico bastante variavel, pois a evoluyBo e pouco lenta. 0 profissiona! que trabalha com a crianya com Paralisia Cerebral sempre enfrenta algumas questoes basicas no que se refere ao prognostico da crianya. Ha varios parametros clinicos descritos na literatura como bons indicadores do prognostico de deambulayao para crian98s com Paralisia Cerebral. Menos estudado e mais diflcil de ser feito e 0 progn6stico para fala e para a capacidade mental (FERRARETTO, 2001). o estudo da idade de aquisiy80 da postura sentada e a aquisiyao da Deambulay80 parece ser 0 parametro mais fidedigno de prognosticar deambulayso existente na literatura e p~r n6s estudado. Ha varios estudos que afirmam que, se a crianya consegue adquirir a postura sentada antes dos tres anos de idade, a possibilidade de vir adquirir deambulayao e alta (FERRARETTO, 2001). Ha varios parametros clinicos descritos na literatura como bons indicadores do prognostico de deambulayao para crianyas com Paralisia Cerebral. Menos estudado e mais diffcil de ser feito e 0 progn6stico para fala e para a capacidade mental (KUBAN E LEVITON, 1994) 36 3 MATERIAS E METODOS Para este estudo de revisao, que teve inicio no dia 27.12.2004 (vinte e sete de dezembro do ana de do is mil e quatro) foram selecionados artigos nos bancos de dados PUBMED e BIREME. As palavras chaves que foram utilizadas:-"paratisia cerebral", "tratamento fisioterapeutico", "recursos fisioterapicos", nos idiomas portugues e ingles. Uteraturas encontradas em quatro bibliotecas de Curitiba - Pr (PUC - PR, Unicenp, UFPR, UTP) no periodo de 1978 a 2001. Este estudo teve como meta realizar uma atualiza980 do tratamento fisioterapeutico da Paralisia Cerebral, relatando a vi sao de diversos autores em rela980 ao conceito, etiopatogenia, quadro cllnico, diagnostico e tratamento fisioterapeutico. 37 4 RESULTADOS No trabalho desenvolvido nesta monogratia, foi demonstrada concordancia entre os autores, principalmente quando diz respeito ao tratamento precoce. 0 atraso do desenvolvimento motor, os disturbios associados e as deformidades --posturaiscontribuem para que a eVOlUy80das crianyas com paralisia cerebral seja quase imperceptlvel. E de grande importancia orientar os pais, para tratamento caseiro, de modo a inibir alguns padroes posturais da crianya, pois dessa forma, ajudara a obter uma melhora na qualidade de vida. o metodo de tratamento escolhido deve ser adaptado ao paciente atim de beneficia-Io. 0 terapeuta deve dar 0 melhor de si para 0 seu paciente. Antes de iniciar qualquer tratamento, deve estar ciente da importancia de uma boa avaliay8o, assim como ter conhecimento sobre a patologia que seu paciente apresenta para melhor direcionar 0 tratamento. A intervenyao otimiza a funy80. No tratamento precoce de bebes abaixo de um ano, antes que se estabele98m desordens de postura e movimentos, que em muitos casos podem ser evitadas. 0 tratamento inclui movimentos ativos e passivos. E uma tecnica de reabilitay80 neuromuscular, que usa reflexos e estlmulos sensitivos para inibir ou provocar uma resposta motora, preparando para os movimentos funcionais. Se a crian98 ainda for muito pequena, tendo movimentos mais primarios que anormais, podemos auxilia-Ia a estabelecer os esquemas mais fundamentais de um modo quase normal seguido tao de perto quanto posslvel as etapas do desenvolvimento motor da crianya normal. (HOLLE, 1990). No tratamento tardio, os pacientes ja apresentam algumas incapacidades por terem deformidades fixas dos membros ou da coluna vertebral, que pode gerar desconforto, dor e diticuldade na realizayao das atividades diarias, como vestir-se e fazer a higiene pessoal. A deteriorayao e lenta e inevitavel, resultando na perda da capacidade, das atividades funcionais e do conforto nas posiyoes. (STOKES, 2000) 38 5 CONSIDERACOES o fisioterapeuta FINAlS dispoe de diversos metodos de abordagem no tratamento do paciente portador de paralisia cerebral, mas qualquer que seja a escolhida ha necesstdade-de-oma avalia980 critica dos seus resultados. Para obter uma evolu9Bo significativa 0 profissional deve possuir urn profundo conhecimento do metodo escolhido, bern como experiencia na sua execuc;ao. A eficacia do tratamento depende do investimento no potencial da crianc;a, colocando as metas um nfvel acima do que ele ja e capaz de atingir no momento. Nem sempre se consegue urn resultado adequado; devido a grande diversidade do quadro clinico, do desenvolvimento da terapia, ou ate mesmo do hist6rico familiar, mas certamente 0 paciente que recebe urn tratamento adequado apresenta uma qualidade de vida muito superior em diversos aspectos, sejam eles; motor, cognitiv~, interac;aosocial podendo atingir sua maxima independencia. E comum que 0 fisioterapeuta selecione tecnicas especfficas de diversos metodos de tratamento aplicando-as de acordo com as necessidades de seus pacientes. Tambem se observa urn enorme grau de liberdade criativa baseado nos conceitos gerais de cada metodo. Em sua atuac;aoprofissional, 0 fisioterapeuta deve ser capaz de: projetar e usar uma forma reproduzfvel de analise de movimento; planejamento e executac;ao de programas de interven9Bo a curto e longo prazo; medir os resultados finais dessas intervenc;oes; partilhar, explicar e comunicar conhecimentos, opinioes e achados; monitorar as mudan98s e examinar as abordagens de tratamento criticamente, utilizando todas as evidencias posslveis para obter a condic;aode vida mais favoravel as crian98s com paralisa cerebral. 39 6 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS Livros: FERRARETTO, Ivan. "Paralisia Cerebral: aspectos praticos." 2 ed. Sao Paulo: Memmon, 2001. lIANZA, Sergio. "Medicina de reabilita~ao." 2 ed.. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,1995. TUREK, Samuel L. "Ortopedia: principios e sua aplica~ao." 1 vol.. Sao Paulo: Manole, 1991. LEITAO, Araujo. "Paralisia Cerebral: diagn6stico, terapia, reabilita~ao." Sao Paulo: Atheneu, 1983. STOKES, Maria. "Neurologia para fisioterapeutas." 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