NEUROQUÍMICA DA MEDITAÇÃO B. G. MANESCO E. H. IEDA M. F. SILVESTRE J. ROGADO COLÉGIO PIRACICABANO RESUMO: Há aproximadamente 30 anos, pesquisas vêm sendo feitas em cima da prática meditativa, yoga e preces prolongadas. Essas pesquisas buscaram analisar mudanças autonômicas, freqüência cardíaca, pressão arterial e eletroencefalógrafas, e estudos mais recentes analisaram as atividades hormonais e imunológicas, como também os efeitos clínicos da meditação, tanto psíquicas quanto físicas. PALAVRA CHAVE: Yoga, meditação, neuroquímica. ABSTRACT: There were many researches being made about meditation, yoga and long prayer pratices 30 years ago. These researches had the objective to analize autonomical, cardiac frequence, arterial presure and eletro encefalic, and more recent studies analized the hormonal and immunological activities as the clinical effects of meditation, psychic as fisic. KEYWORDS: Yoga, meditation, chemistry of the nerve cells. INTRODUÇÃO: A meditação varia dependendo do loco e filosofia em que se aprende, para que fosse simplificado, os cientistas dividiram a meditação em categorias básicas: Abstrair-se totalmente dos pensamentos – essa meditação pretende atingir um estado de consciência no qual coexistam diversos vazios; no espaço, no tempo, e no pensamento. Há relatos de integração com o universo ao redor. Focalização – nesta técnica o indivíduo foca sua atenção em uma imagem, frase ou palavra. Atinge um estado em que participa de uma experiência subjetiva, no qual parece haver uma absorção do próprio no objeto focado. Meditação conduzida – há um líder ou uma gravação que conduzem à um estado meditativo. Meditação guiada – meditação em que o próprio indivíduo se conduz. Porém, estas técnicas de meditação, em seu término, levaram a resultados similares, o que leva a acreditar que o estado mental dos praticantes convergem a um padrão neural singular, também em preces prolongadas tais padrões foram encontrados. MATERIAL E MÉTODOS: A pesquisa foi realizada n biblioteca do Colégio Piracicabano com ajuda de livros e eventualmente sites. Quando não tínhamos disponíveis livros no acervo do centro, requeríamos no acervo da biblioteca do campus Taquaral. Utilizamos também nossos próprios livros. Os dados obtidos foram anotados, analisados e fichados. A expressão revisão bibliográfica define o procedimento de maneira exata. DESENVOLVIMENTO: As pesquisas através da meditação são muito amplas, dentre elas há uma ainda iniciando que é a bioquímica em união com a neurologia. A bioquímica se relaciona a alterações sofridas, por exemplo, no sangue, tecnicamente falando essas alterações são chamadas de alterações séricas. Dependendo do tempo de experiência meditativa, as mudanças são tão profundas que chegam a atingir níveis séricos, como no caso dos radicais livres, em que pesquisas demonstram que a meditação ajuda a diminuir a concentração destes. Através das neuro imagens, avanços tecnológicos alcançados neste ultimo século, pode-se identificar qual área do cérebro se ativa durante a meditação, possibilitando assim um estudo mais completo sobre o cérebro. No caso da meditação focada as partes ativadas no cérebro são: córtex pré-frontal direito (CPF) e o giro cingulado direito que tem relação direta com a capacidade de atenção humana. Porém um estudo realizado com budistas tibetanos renomados mostrou que em seus cérebros é ativado também o córtex pré-frontal esquerdo (com maior atividade), ao praticarem a meditação assim denominada por eles como “meditação da compaixão”. No estudo com pessoas que utilizaram de meditação guiada, observou-se que houve um decréscimo na atividade do CPF direito, o que indica que a ativação intensa desta área encefálica esta relacionada a meditação auto-induzida. Algumas pesquisa realizadas em animais mostram que, ao ativar o CPF, este estimula o núcleo reticular do tálamo, esta ligação ocorre através do neurotransmissor Glutamato que é responsável pelas outras conexões do CPF com as demais estruturas encefálicas. RESULTADOS: Neurotransmissores são substâncias químicas que tem como principal função fazer uma ponte entre neurônios passando assim informações entre eles. Cada neurotransmissor é encarregado de uma função específica e tem receptores específicos também, no caso do glutamato, seus receptores são cainato, NMD e AMPA; as principais funções do glutamato são: excitar o encéfalo, estabelecer ligações entre neurônios, ligações estas que são a base do aprendizado e da memória a longo prazo. Concentrações excessivas com a utilização deste neurotransmissor podem ser lesivas ao encéfalo. Esse núcleo reticular do tálamo quando excitado, libera um neurotransmissor chamado gama-amino-butírico (GABA) no núcleo geniculado lateral e no núcleo lateral posterior do tálamo, que são encarregados de receber de receber informações sensoriais rudimentares e redirecioná-las ao lobo parietal posterior (LPPS) que por sua vez nos orienta em relação ao espaço. O GABA é um neurotransmissor inibitório que ao ser lançado bloqueia a passagem de informações do núcleo reticulado e do núcleo posterior, assim o indivíduo perde a sensação espacial. Há relatos de pessoas que entraram em contato com o todo universal, que tiveram experiências transcendentais, que se iluminaram e que tiveram o estado da graça divina, eram de pessoas que praticaram a meditação, o yoga e preces prolongadas. Portanto, esses estados alcançados provavelmente estão ligados à inibição do LPPS pelo GABA. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Ao desenvolver este trabalho, percebeu-se que todos os processos meditativos ocorrem através da química cerebral. Durante a prática meditativa pudemos ver que certas áreas do cérebro são ativadas e assim começa um processo comunicativo entre neurônios em que áreas podem ser inibidas e outras podem excitadas produzindo diversos estados mentais, como, por exemplo, a ausência da sensação espacial. Esses estados são geralmente taxados como místicos, mas na realidade tem embasamento científico. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ABRANTES ERHART, Eros. Elementos da Anatomia Humana. 7.ed. São Paulo-SP: Atheneu, 1987. 272p. ÁRIAS DIAS DANUCALOV, Marcello. Neurofisiologia da Meditação.1.ed. São Paulo-SP: Phorte, 2006. 494p. MATTHEW HAY MCMIMN, Robert. Atlas Colorido de Anatomia Humana. 2.ed. São Paulo-SP: Manole 1991. 358p.