0 PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ – USJ CURSO DE ADMINISTRAÇÃO LUDIANA BELARMINO OLIVEIRA PROPOSTA DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO PARA A EMPRESA ATTENTO CORRETORA DE SEGUROS LTDA SÃO JOSÉ 2015 1 PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ – USJ CURSO DE ADMNISTRAÇÃO LUDIANA BELARMINO OLIVEIRA PROPOSTA DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO PARA A EMPRESA ATTENTO CORRETORA DE SEGUROS Trabalho para Conclusão de Curso da disciplina de Estágio 2 do Curso de Administração do Centro Universitário Municipal de São José – USJ. Prof. MSC.: Débora Raquel Neuenfeld. São José 2015 2 LUDIANA BELARMINO OLIVEIRA PROPOSTA DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO PARA A EMPRESA ATTENTO CORRETORA DE SEGUROS Trabalho de Conclusão de Curso elaborado como requisito parcial para obtenção do grau de bacharel em Administração do Centro Universitário Municipal de São José – USJ avaliado pela seguinte banca examinadora: Orientador: Prof.ª MSC Débora Raquel Neuenfeld. Prof.ª MSC Renata Silva Prof. Dr. Juarez Perfeito São José, 20 de novembro de 2015. 3 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus por me conceder saúde, força, paciência, determinação, por ter me sustentado ao longo desta trajetória. Agradeço a minha família que me apoiou em todos os momentos, sendo compreensivos nos momentos em que estive ausente. Agradeço também a todo o corpo docente desta instituição, em especial a MSc Débora Raquel Neuenfeld, pela paciência e dedicação em compartilhar seu conhecimento para elaboração desta pesquisa. Agradeço também o proprietário da empresa Attento Corretora de seguros LTDA, Marcos Ramiro Goulart e sua esposa Miriam Elisa da Silva Goulart por abrirem as portas da empresa para realização da pesquisa. Agradeço ao meu namorado, Carlos Eduardo Triaca que está comigo desde o início desta caminhada, agradeço por todo amor, tempo, ajuda, incentivo, força e compreensão a mim dedicados nesta etapa tão importante. E por fim, mas não menos importantes agradeço a todos os acadêmicos, colegas que contribuíram direta ou indiretamente para minha formação, que estiveram juntos comigo no decorrer deste curso e os amigos que cultivei e terei para toda vida André Luiz de Lemos Canarin, André Vitor da Silva, Bruna do Prado, Diana Turra, Franciele de Souza Zimmermann, Guilherme Kirchner Coelho, Hevellyn Karyn dos Santos da Cruz, Juliano Lúcio e Rafael Vinícius Triaca. Muito obrigada! 4 RESUMO Conforme o crescimento do mercado atualmente, as organizações têm cada vez mais latentes a necessidade de manterem-se competitivas. Para isso, estão em constantes mudanças, a fim de atender a necessidade de seus clientes e manter sua lucratividade. Diante disto, o presente trabalho tem por finalidade propor um planejamento estratégico para empresa Attento Corretora de Seguros LTDA. A pesquisa elaborada para este trabalho caracteriza-se como pesquisa aplicada, com abordagem qualitativa. Seu objetivo é de natureza exploratória e descritiva com um levantamento bibliográfico sobre o tema proposto. A pesquisa teve como procedimentos técnicos pesquisa bibliográfica, documental, estudo de caso, levantamento e participante. Quanto a coleta de dados, foi realizada entrevista com o proprietário bem como observação participante. Neste trabalho serão abordados os conceitos do planejamento, sua importância, bem como suas etapas para implementação. Foram feitas também as análises do ambiente interno e externo, o que possibilitou determinar medidas a serem tomadas à elaboração do planejamento, para o alcance do objetivo geral. Também foram estabelecidas novas diretrizes organizacionais à empresa, bem como seus objetivos, com base na nova visão estabelecida. Estabelecidos então os objetivos, foram formuladas as estratégias para o alcance dos mesmos, e para as estratégias, foram determinadas suas metas e seus prazos e utilizado o plano de ação para implementar as estratégias criadas. Também foram estabelecidos os indicadores como ferramenta de controle do planejamento estratégico. Por meio desta pesquisa foi possível concluir a importância do planejamento estratégico, sua viabilidade para uma microempresa bem como seus benefícios, melhorando sua gestão. Palavras-chave: Planejamento estratégico. Estratégia. Competitividade. 5 LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Organograma da empresa Attento Corretora de Seguros ...................... 14 Quadro 2 – Origem das Teorias das Relações Humanas ......................................... 21 Quadro 3 – Evolução histórica das teorias administrativas ....................................... 23 Quadro 4 – As pequenas empresas na economia mundial ....................................... 28 Quadro 5 – Diferença entre empreendedor e administrador ..................................... 30 Quadro 6 – Comparação entre gerentes tradicionais e empreendedores ................. 32 Quadro 7 – Conceitos de estratégias ........................................................................ 38 Quadro 8 – Evolução do foco da estratégia .............................................................. 39 Quadro 9 – Metodologia do planejamento estratégico .............................................. 46 Quadro 10 – Análise SWOT ...................................................................................... 50 Quadro 11 – Análise interna ...................................................................................... 51 Quadro 12 – As principais estratégias das organizações segundo diversos autores 61 Quadro 13 – Controle por nível hierárquico .............................................................. 68 Quadro 14 – Tipos de controle .................................................................................. 70 Quadro 15 – Metodologia para implementação do planejamento estratégico ........... 77 Quadro 16 – Análise SWOT ...................................................................................... 78 Quadro 17 – Plano de ação, estratégia 1, objetivo 1 ................................................. 86 Quadro 18 – Plano de ação, estratégia 1, objetivo 2 ................................................. 87 Quadro 19 – Plano de ação, estratégia 1, objetivo 3 ................................................. 88 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Indicador para estratégia de aumento do número de seguros por cliente .................................................................................................................................. 90 Tabela 2 – Indicador para estratégia do canal de vendas on-line ............................. 90 Tabela 3 – Indicador para estratégia de encaminhar a documentação do seguro para o cliente ..................................................................................................................... 91 6 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 08 1.1 TEMA DA PESQUISA ......................................................................................... 08 1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA.............................................................................. 10 1.3 OBJETIVOS ........................................................................................................ 10 1.3.1 Objetivo geral ................................................................................................. 10 1.3.2 Objetivo específico......................................................................................... 11 1.4 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 11 2 AMBIENTE ORGANIZACIONAL ........................................................................... 13 2.1 HISTÓRICO ........................................................................................................ 13 2.2 FORMA DE GESTÃO.......................................................................................... 13 2.3 ORGANOGRAMA ............................................................................................... 14 2.4 DIRETRIZES ORGANIZACIONAIS ..................................................................... 14 2.5 PRINCIPAIS PRODUTOS/SERVIÇOS ............................................................... 15 2.6 FORÇA DO TRABALHO ..................................................................................... 15 2.7 MERCADOS ATENDIDOS E AMBIENTE COMPETITIVO.................................. 15 3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 17 3.1 ADMINISTRAÇÃO .............................................................................................. 17 3.1.1 Principais teorias da administração ............................................................. 20 3.2 GESTÃO ORGANIZACIONAL ............................................................................ 23 3.3 MICRO E PEQUENAS EMPRESAS ................................................................... 27 3.4 PLANEJAMENTO ............................................................................................... 33 3.4.1 Tipos de planejamento................................................................................... 36 3.5 ESTRATÉGIA...................................................................................................... 37 3.6 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO ..................................................................... 41 3.6.1 Metodologias para elaboração do planejamento estratégico .................... 43 3.6.2 Análise do ambiente (SWOT) ........................................................................ 48 3.6.2.1 Análise do ambiente interno...........................................................................50 3.6.2.2 Análise do ambiente externo ......................................................................... 52 3.6.3 Diretrizes organizacionais ............................................................................. 54 3.6.3.1 Missão ........................................................................................................... 55 3.6.3.2 Visão ............................................................................................................. 56 3.6.3.3 Valores .......................................................................................................... 57 7 3.6.4 Objetivos organizacionais ............................................................................. 58 3.6.5 Formulação das estratégicas ........................................................................ 60 3.6.6 Implementação das estratégias .................................................................... 63 3.6.7 Controle........................................................................................................... 66 4 METODOLOGIA .................................................................................................... 72 4.1 TIPOS DE PESQUISA ........................................................................................ 72 4.2 COLETA DE DADOS .......................................................................................... 74 4.3 FORMAS DE ANÁLISE ....................................................................................... 75 5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ...................................................... 76 5.1 APRESENTAÇÃO DOS PROBLEMAS ............................................................... 76 5.1.1 Limitações na gestão organizacional ........................................................... 76 5.2 APRESENTAÇÃO DE SOLUÇÕES E AÇÕES DE MELHORIAS ....................... 77 5.2.1 Proposta de planejamento estratégico para a empresa Attento Corretora de Seguros LTDA .................................................................................................... 77 5.2.1.1 Análise do ambiente ...................................................................................... 77 5.2.1.1.1 Forças ........................................................................................................ 78 5.2.1.1.2 Fraquezas .................................................................................................. 79 5.2.1.1.3 Oportunidades ............................................................................................ 80 5.2.1.1.4 Ameaças .................................................................................................... 80 5.2.1.2 Estabelecimento das diretrizes organizacionais ............................................ 81 5.2.1.3 Formulação das estratégias .......................................................................... 82 5.2.1.4 Implementação das estratégias ..................................................................... 84 5.2.1.5 Controle estratégico ...................................................................................... 89 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 92 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 95 APÊNDICES ........................................................................................................... 102 GLOSSÁRIO............................................................................................................104 8 1 INTRODUÇÃO Em um mercado cada vez mais competitivo e com clientes mais exigentes, as empresas devem adaptar-se constantemente para garantir seu lugar e abrir vantagem competitiva perante seus concorrentes. Elas devem estar sempre um passo à frente, planejando suas ações e analisando a possibilidade de riscos e oportunidades que podem surgir no caminho. Com esse objetivo, uma das formas de estabelecer vantagem competitiva é utilizando o planejamento estratégico de forma eficiente. Segundo Oliveira (1987), planejamento estratégico é: “um processo gerencial que possibilita ao executivo estabelecer um rumo a ser seguido pela empresa, com vistas a obter um nível de otimização na relação da empresa com o ambiente. Ele se relaciona com os objetivos de longo prazo e com maneiras e ações para alcançá-los, que afetam a empresa”. Planejamento estratégico é um processo que conduz a empresa à obtenção de um melhor desempenho, maximizando as oportunidades (estratégias) identificadas no seu ambiente atual e principalmente no futuro. Oliveira (2007, p. 5), descreve a importância do planejamento para a empresa: “o propósito do planejamento pode ser definido como o desenvolvimento de processos, técnicas e atitudes administrativas, as quais proporcionam uma situação viável de avaliar as implicações futuras de decisões presentes em função dos objetivos empresariais que facilitarão a tomada de decisão no futuro, de modo mais rápido, coerente, eficiente e eficaz. [...] tende a reduzir a incerteza envolvida no processo decisório, e consequentemente, provocar o aumento da probabilidade de alcance dos objetivos, desafios e metas estabelecidos para a empresa”. Com isso, o trabalho proposto buscou informações que possam auxiliar no esclarecimento do que é o planejamento estratégico, identificando suas etapas e seus principais elementos, sua importância e buscando auxiliar na melhoria da competitividade da organização em estudo. 1.1 TEMA DA PESQUISA 9 Segundo Drucker (2002, p. 136) o planejamento estratégico é: “processo contínuo de sistematicamente e com o maior conhecimento possível do futuro contido, tomar decisões atuais que envolvam riscos; organizar sistematicamente as atividades necessárias à execução dessas decisões; e, através de uma retroalimentação organizada e sistemática, medir o resultado dessas decisões em confronto com as expectativas alimentadas”. Portanto, planejar estrategicamente é saber tomar decisões levando em conta o que pode acontecer no futuro, considerando também a situação atual do ambiente interno e externo sem esquecer-se do objetivo principal, que é onde a organização deseja chegar. Combinando todas essas variáveis, o objetivo da empresa é alcançado mais rapidamente e com menos chances de erros em seus processos. Para Roger Born (2006, p. 18) “o planejamento estratégico consiste no processo de geração de estratégias, culminado em um produto formal, o plano estratégico, documento que sintetiza as intenções da empresa à longo prazo, bem como apresenta o conjunto de ações responsáveis pela sua implementação”. O planejamento estratégico é um processo através do qual a empresa se mobiliza para atingir o sucesso e construir seu futuro por meio de um comportamento proativo, antecipando-se e prevendo eventuais acontecimentos do mercado, considerando seu ambiente atual e futuro. (SAMPAIO, 2004). Segundo Kotler (1992, p.63), “planejamento estratégico é definido como o processo gerencial de desenvolver e manter uma adequação razoável entre os objetivos e recursos da empresa e as mudanças e oportunidades de mercado”. Oliveira (1987), afirma que a empresa através do planejamento estratégico, espera: conhecer e utilizar melhor seus pontos fortes; conhecer e eliminar seus pontos fracos; conhecer e usufruir as oportunidades externas; conhecer e evitar as ameaças externas; e, ter um efetivo plano de trabalho. Planejando estrategicamente as organizações dificilmente encontrarão surpresas desagradáveis em seu caminho, pois, sempre vão estar um passo à frente da concorrência, do andamento do mercado, terá estudado o perfil de seus clientes, etc. O que lhe tornará mais competitiva e com a menor probabilidade de cometer erros. Essa é a principal função do planejamento estratégico. Fazer com que as organizações se preparem para as mudanças, tenham um posicionamento, 10 tenham objetivos a serem alcançados, além do lucro, que era o principal fator antigamente. Fazer também com que as organizações mesmo não tendo previsto algum problema estejam fortes o suficiente para manter-se no mercado. 1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA Atualmente os clientes estão cada vez mais exigentes, não só em relação ao produto ou serviço adquirido, mas a tudo o que o envolve, desde o atendimento do vendedor até o seu consumo em si, sua fabricação, o destino que esse produto/serviço irá tomar no final de seu ciclo de vida, enfim, todos esses processos também passaram a ser de interesse dos consumidores. Com o mercado de seguros não seria diferente. A empresa Attento Corretora de Seguros é uma empresa nova no mercado que atua com seguros de vários ramos, tais como automóveis, residenciais, empresariais, equipamentos, etc. Para manter-se em um mercado tão crescente e competitivo como é nessa área, é necessário que a organização se posicione de forma estratégica para garantir sua fatia de mercado, neste momento em que a empresa está se lançando. Diante dessa visão surge o seguinte questionamento: Como a empresa Attento Seguros pode melhorar a sua vantagem competitiva e aumentar a sua lucratividade? 1.3 OBJETIVOS Os objetivos de um projeto ou trabalho buscam proporcionar a visão geral de um tema estabelecido, bem como a procura de um maior conhecimento do tema estudado (GIL, 2005). O objetivo é uma meta, algo que se pretende alcançar. Para isso é preciso saber aonde exatamente se quer chegar, reunindo informações e evidenciando a importância do conhecimento para a realização da pesquisa. 1.3.1 Objetivo Geral Propor um planejamento estratégico para a empresa Attento Corretora de 11 Seguros em São José – SC, a fim de auxiliar na melhoria da sua competitividade e lucratividade. 1.3.2 Objetivos Específicos Verificar os fatores internos e externos da empresa; Analisar as diretrizes organizacionais; Sugerir estratégias para aumento da competitividade; Propor ações e indicadores para a implementação e o controle das estratégias. 1.4 JUSTIFICATIVA Atualmente, as empresas estão de certo modo se reciclando, ou seja, passando por um processo de renovação. Esse processo consiste em adotar novos procedimentos e novas tecnologias. Portanto, se as organizações pretendem manter-se no mercado, é preciso que deixem de lado os seus velhos conceitos, e sejam mais ágeis e acompanhem o processo de mudança. Para isso, o uso da estratégia é fundamental. Qualquer empresa sem estratégia corre o risco de se transformar em uma folha seca que se move ao capricho dos ventos da concorrência [...] a estratégia é vital para toda e qualquer empresa, independente do seu porte, pois a única forma de vencer a concorrência é se destacando positivamente com relação a ela (apud PAGNONCELLI; VASCONCELLOS, 2001, p. 289). O planejamento estratégico de modo geral é importante para a empresa e deve ser uma ferramenta básica do dia-a-dia, pois através dessa ferramenta conseguimos aperfeiçoar os processos e as atividades desenvolvidas pela organização, provisionar o que poderá acontecer em relação ao futuro, desenvolver estratégias para prospecção de clientes, atingir novos mercados entre outros objetivos. A organização em estudo, conforme observado não tem um planejamento estratégico definido, o que dificulta a realização de seus processos e atividades, pois não há uma definição clara de onde a empresa pretende chegar, e como fará para 12 alcançar esse objetivo. Consequente, a empresa perde tempo corrigindo as falhas, gerando assim um retrabalho e desgaste dos colaboradores e proprietário da empresa. Se há um planejamento estratégico eficiente, podemos ter maior rendimento das atividades, maior produtividade, lucratividade, além de identificar os problemas na empresa de forma rápida, pois em todo planejamento estratégico é realizado o controle. Assim, a principal justificativa da elaboração deste trabalho pela acadêmica é agregar conhecimentos e melhorias a organização, no intuito de aumentar a satisfação dos clientes, competitividade e lucratividade da empresa objeto de estudo. Para o Centro Universitário Municipal de São José (USJ), estima-se que esta pesquisa venha contribuir para pesquisas futuras, visto que o planejamento estratégico faz parte de diversas matérias do curso de graduação e é frequentemente abordado pelos acadêmicos da instituição em trabalhos de conclusão de estágio. 13 2 AMBIENTE ORGANIZACIONAL1 O ambiente organizacional é composto por todos os fatores sejam externos ou internos, que influenciam nas ações da organização, podendo agir de forma positiva ou negativa. 2.1 HISTÓRICO A empresa Attento Corretora de Seguros surgiu de forma despretensiosa, no ano de 2013, quando um dos corretores da Corretora JN Seguros decidiu montar um escritório próprio no bairro Forquilhinhas – São José, devido à JN Seguros ter alterado seu endereço para a Avenida Josué Di Bernardi, Campinas – São José, o que dificultou a mobilidade deste corretor. O corretor que já atuava no ramo de seguros há dezesseis anos montou então uma estrutura física para dar suporte de atendimento aos seus clientes. Com a crescente demanda, contratou então duas funcionárias para auxiliá-lo. Com sua carteira de clientes fixa e bem estruturada, surgiu então à iniciativa de administrar seu próprio negócio e veio então a registrar a Attento Corretora de Seguros. Hoje a empresa está se lançando ao mercado através de mídias sociais e também por indicações dos clientes, o que tem feito à carteira de clientes expandirem-se. 2.2 FORMA DE GESTÃO A Attento Corretora de Seguros é uma empresa de pequeno porte, que atua no ramo de seguros, situada em São José - SC. Tem por forma de atuação o capital fechado, por ser uma empresa privada. Os membros da alta administração são compostos pelo corretor, formado pela SUSEP – superintendência de seguros privados, e é também administrador da corretora. Ele toma todas as decisões da 1 Informações obtidas através de entrevista com o Proprietário da empresa. 14 organização, e conta com a ajuda de duas funcionárias para as funções administrativas e um vendedor externo. 2.3 ORGANOGRAMA O organograma serve para representar as relações hierárquicas dentro da empresa, ou a distribuições dos setores e suas comunicações. Abaixo, vejamos o organograma da empresa Attento Corretora de seguros. Quadro 1: Organograma da empresa Attento corretora de seguros. Fonte: Elaborado pela acadêmica, 2015. O organograma da empresa Attento Corretora de seguros é formado pelo Proprietário administrador e duas assistentes administrativas e um vendedor externo. O corretor tem por função: visitar os clientes, negociar contratos, expandir sua carteira, além de administrar o negócio. As assistentes administrativas têm por função: Contatar os clientes, realizar cadastros, fechar os contratos, fazer cotações e demais funções pertinentes a área. O vendedor externo tem por função: contatar, visitar e prospectar clientes. 2.4 DIRETRIZES ORGANIZACIONAIS A organização tem por diretrizes organizacionais missão, visão e valores. Tais 15 informações estão disponíveis nos documentos da empresa e constam a seguir, porém a data de criação e autor não foram fornecidos pela empresa. Missão é: Atender os clientes com uma equipe motivada, constantemente treinada para ser eficiente e prestativa, em todas as horas que precisar. Visão é: Ser eficiente e prestativa, mais do que uma corretora, uma empresa amiga do cliente. Valores são: honestidade; trabalho em equipe; sede de crescer; excelência; reconhecimento; respeito; e comprometimento. 2.5 PRINCIPAIS PRODUTOS/SERVIÇOS A empresa Attento corretora de seguros tem como principal serviço a venda de seguros. Os seguros podem ser de qualquer bem que o cliente possua como: veículos, empresas, residências, equipamentos, condomínios e também o seguro de vida. A empresa presta todo o suporte de atendimento ao cliente, visando não somente a venda do seguro em si, mas também a comodidade e tranquilidade para seus clientes. 2.6 FORÇA DE TRABALHO A força de trabalho da empresa Attento corretora seguros é formada pelo corretor/administrador, duas assistentes administrativas um vendedor externo. As assistentes têm ensino médio completo, e estão cursando superior. O corretor/administrador é formado pela SUSEP em corretor de seguros. A empresa oferece como benefícios: vale refeição; e vale transporte. O treinamento das assistentes era feito através do conhecimento do corretor, passado diretamente para as assistentes. Com o passar do tempo, a rotatividade dos colaboradores passou a aumentar, o que fez com que o corretor passasse a adotar o uso de vídeo-aulas, que são preparadas por ele mesmo, o que lhes proporciona suporte para a função. 2.7 MERCADOS ATENDIDOS E AMBIENTE COMPETITIVO O ambiente em que a empresa Attento Corretora de Seguros está inserida é 16 no ambiente de serviços. O corretor tem experiência na área de seguros a dezesseis anos e aponta que este mercado é promissor. O contato com o cliente neste ramo é fundamental, pois como confiar em algo intangível, onde só se conhece sua eficiência quando é utilizado? Esse é o principal desafio na área de seguros. Como principais concorrentes no mercado de seguros têm os bancos, outras corretoras de seguros, concessionárias e imobiliárias, que tem por característica abordar o cliente no momento da compra de seus bens, como um veículo, por exemplo. 17 3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A fundamentação teórica é basicamente o corpo do trabalho, sua estrutura. É por meio dela que o aluno/pesquisador tem a base do assunto que irá abordar de acordo com a opinião de diversos autores que colaborem para seu estudo/pesquisa. Segundo Silva e Karkotli (2011, p. 16), a fundamentação teórica é “a fase da pesquisa que apresenta o tema proposto fundamentando-o com uma revisão crítica de fontes de pesquisa relacionadas ao tema de forma ampla para depois específica”. Portanto, a fundamentação é o norte do trabalho com base nas bibliografias pesquisadas e opiniões dos autores. 3.1 ADMINISTRAÇÃO No conceito da palavra em si, administração é: vem do latim, ad – que significa direção, tendência para, e minister – que significa subordinação ou obediência, ou seja, quem realiza uma função sob comando de outra ou presta serviço a outro, (CHIAVENATO, 2003). Ainda segundo Chiavenato (2000, p.18), administração é a maneira de governar organizações ou parte delas. É o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar o uso dos recursos organizacionais para alcançar determinados objetivos de maneira eficaz. Através da utilização correta dos recursos organizacionais as empresas podem chegar mais longe. Coordenando todas as áreas da organização, planejando cada passo o alcance aos objetivos da empresa acontece de forma rápida e eficaz. Para Lacombe e Heilborn (2003, p. 48), administração seria “um conjunto de princípios e normas que tem por objetivo planejar, organizar, dirigir, coordenar e controlar os esforços de um grupo de indivíduos” que se unem para alcançar um objetivo em comum. Com esse mesmo viés, Stoner (1999, p. 4), afirma que “a administração é o processo de planejar, organizar, liderar e controlar os esforços realizados pelos membros da organização e o uso de todos os outros recursos organizacionais para alcançar os objetivos estabelecidos”. Portanto, administrar é gerir toda a organização 18 integrando todas as suas partes. Com isso, surge à necessidade de criar estratégias para alcançar os resultados que se espera. Tratando o conceito de administração de forma mais pontual, Maximiano (2007) afirma que: administrar é um trabalho em que as pessoas buscam realizar seus objetivos próprios ou de terceiros (organizações) com a finalidade de alcançar as metas traçadas. Dessas metas fazem parte as decisões que formam a base do ato de administrar e que são as mais necessárias. O planejamento, a organização, a liderança, a execução e o controle são considerados decisões e/ou funções, sem as quais o ato de administrar estaria incompleto. Assim como Chiavenato, Maximiano (2004) também afirma que administração sem as ações de controle e planejamento não é administração. De acordo com Silva (2001), “administração é um conjunto de atividades dirigidas à utilização eficiente e eficaz de recursos, no sentido de alcançar um ou mais objetivos ou metas organizacionais”. Administrar então é a integração de todas as partes da empresa buscando através das estratégias da empresa planejar, organizar, controlar, dirigir todos os recursos para se atingir os objetivos da empresa, seja ele minimizar custos, prospectar clientes ou melhorar sua gestão, a forma é a mesma. Administrar significa além de ter controle e organização, ter também planejamento. De acordo com Sobral e Peci (2013, pg. 196), “as organizações precisam planejar para enfrentar as mudanças que ocorrem na economia, na política, na cultura, nos estilos de vida, na tecnologia, etc.”. Os autores também afirmam que “atualmente, o ambiente exerce influência demasiado forte na organização para que o futuro dela seja deixado ao acaso”. Por esse motivo, a necessidade de planejar é cada vez mais constante devido à necessidade de projeção de futuro que as organizações devem fazer. Para os autores Sobral e Peci (2013, pg. 196), o fato das organizações terem um planejamento, trazem as seguintes vantagens: Proporciona senso de direção; Focaliza esforços; Maximiza a eficiência; Reduz o impacto do ambiente; 19 Define parâmetros de controle; Atua como fonte de motivação e comprometimento; Potencializa o autoconhecimento organizacional; Fornece consistência à ação gerencial. Conforme Lacombe e Heilborn (2003, p. 48), administração seria “um conjunto de princípios e normas que tem por objetivo planejar, organizar, dirigir, coordenar e controlar os esforços de um grupo de indivíduos que se unem para alcançar um objetivo em comum”. Outra forma de administrar, segundo Boeira e Morais (2010) é o POC3, criado por Fayol que seria Planejar, Organizar, Coordenar, Comandar e Controle. A primeira delas, o Planejar, seria definir objetivos e metas da organização e definir as tarefas para alcançar esses objetivos. O segundo item seria organizar, que quer dizer munir-se recursos necessários e como a organização coordena esses recursos para estar de acordo com o planejamento. O primeiro C que é coordenar que seria inter-relacionar as tarefas a fim de alcançar os objetivos. O segundo C que é comandar diz respeito à forma que a organização instrui as pessoas envolvidas no processo. E por fim o ultimo C, o Controle, que seria monitorar as atividades a fim de alcançar os objetivos e corrigir caso necessário. Entendido o conceito de administração, Chiavenatto (2000), apresenta as habilidades de um administrador. O autor afirma que para conseguir um bom desempenho, o administrador necessita de três habilidades: Habilidade Técnica – consiste em utilizar conhecimentos, métodos, técnicas e equipamentos necessários para o desempenho de tarefas específicas, por meio da experiência e educação. É muito importante para o nível operacional. Habilidade Humana – consiste na capacidade e facilidade para trabalhar com pessoas, comunicar compreender suas atitudes e motivações e liderar grupos de pessoas. Habilidade Conceitual – consiste na capacidade de compreender a complexidade da organização como um todo e o ajustamento do comportamento de suas partes. Essa habilidade permite que a pessoa se comporte de acordo com os objetivos da organização total e não penas de acordo com os objetivos e as necessidades de seu departamento ou grupo imediato. 20 3.1.1 Principais teorias da administração A administração é dividida através de algumas teorias. A teoria da administração científica teve início no despontar do século XX, dois engenheiros desenvolveram os primeiros trabalhos a respeito da administração. O americano Frederick Winslow Taylor iniciou a Escola da administração científica, preocupada em aumentar a eficiência da indústria através da racionalização do trabalho operário. De acordo com Lacombe e Heilborn (2003, p.37), o taylorismo caracteriza-se por uma alta desumanização do trabalho, pois sua lógica é a do trabalho rápido, rotineiro e monótono. Henry Gantt, Franck e Lilian Gilbreth, Henry Ford e vários outros seguiram a mesma linha de Taylor. Baseavam-se no princípio de que os operários, sendo pouco instruídos, deveriam fazer sempre a mesma coisa, de modo a viabilizar seu treinamento na execução de tarefas simples, conseguindo, assim, produzir melhor e mais depressa. Henry Ford deu várias contribuições fundamentais nessa ocasião: a produção em massa, a intercambialidade das peças e a linha de montagem. A escola da administração científica pressuponha que os objetivos das organizações e os dos funcionários poderiam coincidir: o máximo de dinheiro para todos. A maior motivação das pessoas seria o ganho material. A solução consistia em montar um conjunto de incentivos financeiros para aumentar a produção. O francês Henri Fayol desenvolveu a teoria clássica, preocupada em aumentar a eficiência da empresa por meio de sua organização e aplicação de princípios gerais da administração. (CHIAVENATO 2004, p.38) Para Lacombe e Heilborn (2003, p. 39), Fayol identificou, enumerou e definiu cada uma das funções do administrador e estudou em profundidade as atividades que devem ser exercidas nas empresas. Portanto, a teoria clássica estabelece uma forma de administrar dando ênfase à maneira correta de se estabelecer a estrutura organizacional e as responsabilidades dos administradores, determinadas por meio de uma compreensão precisa e metódica do trabalho a ser executado. A Teoria das relações humanas surgiu nos Estados Unidos como consequência das conclusões da experiência da Hawthorne, desenvolvida por Elton Mayo e colaboradores. Segundo Chiavenato (2004, p.85), a teoria das relações humanas tem suas origens conforme quadro a seguir: 21 A necessidade de se humanizar e democratizar a administração; O desenvolvimento das ciências humanas; As ideias da filosofia pragmática de John Dewey; As conclusões da experiência de Hawthorne. Quadro 2: Origem das Teorias das Relações Humanas. Fonte: Elaborado pela autora, 2015. Adaptado de Chiavenato, (2004 p. 85) A teoria das relações humanas foi um movimento de reação e oposição à teoria clássica da administração. Segundo Lacombe e Heilborn (2003 p. 317), esta teoria está baseada no princípio de que a remuneração não era suficiente para motivar os empregados, a conseguir resultados favoráveis, ela preconizava que era necessário manter o “moral” do pessoal elevado e, para isso, o importante seria manter um ambiente agradável e humano na empresa, além da remuneração adequada. Os membros dessa escola veem as organizações como grupos de pessoas. Para eles, os problemas humanos nas organizações eram os problemas dos indivíduos que as compõem. A teoria neoclássica, segundo Chiavenato (2004, p.125), os autores neoclássicos não formam uma escola bem definida, mas um movimento relativamente heterogêneo que recebe denominações como Escola Operacional ou Escola do Processo administrativo. A teoria burocrática surgiu no início do século XX Max Weber, um sociólogo alemão publicou uma bibliografia a respeito das grandes organizações da sua época. Deu-lhe o nome de burocracia e passou a considerar o século XX como sendo o século das burocracias, pois achava que estas eram as organizações características de uma nova época, plena de novos valores e de novas exigências. (CHIAVENATO 2004, p.206) A burocracia enfatiza a formalização (obediência a normas, rotinas, regras e regulamentos), divisão do trabalho, hierarquia (obediência às ordens dos superiores e conferência de status às posições hierárquicas elevadas), impessoalidade e profissionalização e competência técnica dos funcionários. A teoria comportamental da administração trouxe nova concepção e novo enfoque dentro da teoria administrativa: a abordagem das ciências do comportamento, o abandono das posições normativas e prescritivas das teorias 22 anteriores e a adoção de posições explicativas e descritivas (CHIAVENATO 2004, p.263). Esta abordagem se iniciou com a publicação do livro “o comportamento administrativo” de Herbert A. Simon, que enfatiza as pessoas, como integrar seus objetivos com os da organização, quais as melhores formas de motivá-las e de administrar e liderar considerando que são as pessoas que constituem a organização. Esta escola se preocupa em integrar os objetivos das pessoas com os da organização. A teoria de sistemas surgiu com os trabalhos do biólogo alemão Ludwig Von Bertalanffy. A teoria de sistemas não busca solucionar problemas ou tentar soluções práticas, mas produzir teorias e formulações conceituais para aplicações na realidade empírica (CHIAVENATO, 2004, p.369). A abordagem sistêmica vê a organização como um todo integrado, constituída de partes que interagem entre si, e inserida num ambiente com o qual interage permanentemente. Para a teoria da contingência não há nada de absoluto nas organizações ou na teoria administrativa. Tudo é relativo. Tudo depende. Há uma relação funcional entre as condições do ambiente e as técnicas administrativas apropriadas para o alcance eficaz dos objetivos da organização (CHIAVENATO 2004, p.393). Segundo Chiavenato (2004, p.12), “todas as teorias administrativas são aplicáveis às situações atuais e o administrador precisa conhecê-las bem para ter à sua disposição um naipe de alternativas adequadas para a situação”. A teoria da contingência está, assim, intimamente ligada à abordagem sistêmica. Ela diz que o melhor estilo gerencial e as melhores decisões dependem, em cada caso, de muitos fatores: do ambiente em que se encontra a empresa, do seu pessoal e da situação específica. Estimula os administradores a identificar a situação de forma cuidadosa antes das decisões. Vê-se então que a administração possui várias vertentes, cada uma com um enfoque diferenciado de acordo com as necessidades da época. Cada vez buscando mais melhorias, seja para as organizações ou para as pessoas. A seguir segue quadro para melhor entendimento de quando essas teorias passaram a surgir e seus enfoques. 23 Quadro 3: Evolução histórica das teorias administrativas. Fonte: Elaborado pela autora, 2015. Adaptado de Dornelas, (2015, p.9). Vê-se que a administração passou por várias transformações ao decorrer do tempo, o que fez com que evoluísse cada vez mais. Entendido os conceitos de administração, sua importância e as abordagens das principais teorias da administração conforme definido por diversos autores, a seguir será abordado o tópico sobre gestão organizacional, composto pelos conceitos, importância e modelos de gestão contemporâneos e os modelos de gestão na administração moderna. 3.2 GESTÃO ORGANIZACIONAL Segundo os autores Stadler e Paixão (2012), conceitua gestão sendo “atividade de conduzir uma empresa ao atendimento do resultado desejado (planejado) por ela, apesar das dificuldades”. A gestão organizacional ajuda na estruturação das empresas, em como organizá-las tendo como objetivo buscar o crescimento e a organização das mesmas. Para Bertero (1995, pag.36), modelo de gestão pode ser assim 24 compreendido como “um conjunto de práticas gerenciais da empresa, claramente orientado por uma visão do foco no negócio da organização, o qual determina sua missão, seus valores, sua filosofia”. Os autores Ferreira, Reis e Pereira (1997 p. 6), tentam esclarecer qual é a diferença entre administração e gestão. Segundo pesquisa realizada por esses autores as palavras gestão e administração têm origem latina, gerere e administrare. Gerere significa conduzir, dirigir ou governar e administrare tem aplicação específica no sentido de gerir um bem, defendendo os interesses dos que o possuem. Em sua conclusão esses autores alegam que “administrar seria, portanto, a rigor, uma aplicação de gerir”. Entendido o conceito de gestão, compreende-se então que a gestão organizacional é a forma como conduzimos uma empresa para atingir o resultado esperado. Diante disto, é necessária a utilização de modelos que nos possibilite de forma mais adequada como alcançar os resultados esperados. Para melhor compreensão do que são esses modelos, segue o conceito no parágrafo seguinte. Para Pereira e Santos (2001, p.47), o modelo de gestão “é compreendido como o conjunto de princípios, técnicas e explicações que orientam a concepção e o modo de funcionamento de todos os elementos constituintes de uma organização”. De acordo com Stadler e Paixão (2012, pg. 17) de maneira mais simplificada, um modelo de gestão significa um molde, uma forma de administrar. Mas, o que é administrar? Administrar é tomar decisões sobre recursos disponíveis – financeiros, materiais e humanos - para atingir os objetivos da organização. Assim, podemos dizer que modelo de gestão é o administrar por meio de um exemplo já existente, realizando as modificações necessárias de acordo com as peculiaridades de cada organização. Modelos de gestão são normas, princípios que vão orientar os gestores na escolha das melhores alternativas para administrar as empresas. Os modelos de gestão organizacional facilitam o alcance do objetivo das empresas. Para melhor entendimento desta afirmação, abaixo segue os modelos de gestões contemporâneas e as gestões da moderna administração de acordo com Stadler e Paixão (2012): a) Modelos de gestão contemporâneos: - Escola Japonesa 25 A escola japonesa traz como modelo de gestão a melhoria contínua e a qualidade total. O conceito de melhoria contínua deriva das palavras japonesas Kai (melhoria) e zen (bom). Entende-se por melhoria contínua, mudanças constantes que visam estar sempre deixando um processo, atividade, tarefa, produtos ou serviço melhores. Com relação à qualidade total, como o próprio nome diz, é trazer qualidade em todos os setores departamentos, levando em consideração os princípios como eliminação de desperdícios, produção com qualidade e produção enxuta. A qualidade tem foco especial no cliente, portanto, atender as necessidades e ouvir as opiniões destes é essencial. – Empreendedorismo Continuando com os modelos de gestão contemporâneos, temos o empreendedorismo. Para o autor Chiavenato (2005, pg. 05), empreendedorismo é aquele que “introduz no mercado novos produtos e serviços, novas formas de organização, novos recursos e materiais”. Entende-se então que o empreendedorismo é fazer algo novo, ou também transformar aquilo que já existe de forma diferente. - Gestão social e ambiental Para entendimento da gestão social e ambiental é preciso primeiramente abordar o conceito de responsabilidade social. A responsabilidade social é composta pelas seguintes responsabilidades, de acordo com Stadler e Paixão (2012, pg. 131): Econômicas: ser lucrativa, gerar riquezas e empregos. Éticas: não lesar ninguém voluntariamente, prezar pela integridade de todos os envolvidos com a empresa. Legais: pagar todos os impostos em dia; é por meio deles que o Governo proporciona o bem-estar social para a sociedade. Filantrópicas: são os projetos sociais, que possuem maior visibilidade para os clientes e pode ser usado como forma de publicidade de suas ações sociais. Seguindo essas responsabilidades as empresas estarão aderindo à gestão social. b) Modelos de gestão da administração moderna: - Gestão por competências 26 O primeiro modelo de gestão da administração é a gestão por competências, nesse modelo de gestão, o líder poderá coordenar equipes, facilitar processos, transformar produtos e serviços em oportunidades de negócio. De acordo com Stadler e Paixão (2012, pg. 133), as principais ideias da gestão por competências são: O desempenho empresarial é resultado da maneira por meio da qual a organização mobiliza seus recursos para atender os clientes; A mobilização dos recursos humanos, financeiros e materiais têm como foco a busca da criação de diferenciais competitivos; Utiliza da avaliação do desempenho para identificar as competências necessárias ao atendimento dos objetivos da empresa. - Gestão do conhecimento A gestão do conhecimento consiste em absorver o conhecimento que está dentro da empresa e que ele não se perca. E necessário então que o gestor da empresa busque maneiras de que seus colaboradores compartilhem seus conhecimentos uns com os outros, assim, o conhecimento não ficará apenas com uma pessoa que exerce determinada função, estará compartilhado por todos. - Administração holística A administração holística procura ver a empresa num todo. De acordo com Stadler e Paixao (2012, pg. 134) para estabelecer este tipo de gestão é necessário: “diminuição dos níveis hierárquicos e de cargos para que a comunicação e as decisões dentro da empresa se deem de maneira rápida e efetiva. Para isso, é necessário dar às equipes autonomia para que passem a trabalhar de forma autogerenciada e passem também por rodízio de funções”. - Administração virtual De acordo com a Stadler e Paixão (2012, pg. 134) a administração virtual: “surgiu na década de 1990 em busca de flexibilidade. Aqui o foco da gestão é mobilizar parcerias tanto externas como internas. A ideia é criar uma rede de empresas (network) em forma de parceria para garantir a sobrevivência de todas as organizações envolvidas. Nesse modelo, as empresas vão compartilhar resultados, custos, riscos e um modelo de gestão altamente embasado na tecnologia da informação, pois não há necessidade da presença física dos envolvidos. É o trabalhador a distância, virtual”. Entendido o conceito de gestão organizacional bem como os modelos de gestão apresentados, no tópico seguinte será apresentado as micro e pequenas 27 empresas. 3.3 MICRO E PEQUENAS EMPRESAS As micro e pequenas empresas são muito importantes para o crescimento da economia e desenvolvimento do país. As micro e pequenas empresas geram empregos, renda, expansão do setor em que atuam, além de aumentar a contribuição dos impostos. Para Lima (2001), não existe critério único universalmente aceito para definir as microempresas e PME. Vários indicados podem ser utilizados para a classificação das micros, pequena, média e grande, mas eles não podem ser considerados completamente apropriados e definitivos para todos os tipos de contexto. Leone (1991, pg. 51), mostra algumas características para definir as micro e pequenas empresas, segundo ele: “os critérios qualitativos de natureza social usado para definir o porte de uma empresa tocam essencialmente, na estrutura interna, na organização e nos estilos de gestão. Os critérios quantitativos são critérios econômicos, oferecem subsídios estáticos, enquanto os qualitativos apresentam uma visão dinâmica da organização e ainda pode-se estabelecer um conceito da pequena empresa pelo critério misto, isto é, adotando-se mais de um critério”. O critério adotado pelo Sebrae em 2007, para conceituar as micro e pequenas empresas que está contido no Estatuto de 1999, é a receita bruta anual, cujos valores foram atualizados pelo Decreto nº 5.028/2004, que corrigiu os limites originalmente estabelecidos (R$ 244.000,00 e R$ 1.200.000,00) respectivamente (Brasil, 2004). Ás micro pequenas empresas tem tomado força, e estão expandindo-se cada vez mais. O quadro a seguir mostra a importância das MPE’S com relação a sua participação na economia delas em diversos países. 28 País Austrália Chile Dinamarca Espanha EUA Grécia Irlanda Itália México Reino Unido Suíça Tailândia Participação 71% da mão de obra e 99% das empresas constituídas 80% da mão de obra e 20% do PIB 36% da mão de obra e 44% do PIB 80% da mão de obra e 51% do PIB 51% da mão de obra e 51% do PIB 86% da mão de obra 70% da mão de obra e 98% das empresas constituídas 38% das exportações e 98% das empresas constituídas 37% da mão de obra 56% da mão de obra e 40% das empresas constituídas 75% da mão de obra e 99% das empresas constituídas 60% da mão de obra e 85% das empresas constituídas Quadro 4: As pequenas empresas na economia mundial. Fonte: Jacintho (2005) apud ORTIGARA, 2006, p. 29) Visto que as micro e pequenas empresas têm grande participação nos outros países, no Brasil, não seria diferente. Apesar do cenário de crise que se vivencia no momento, o mercado brasileiro encontra-se em um constante crescimento nos últimos tempos, e de acordo com o Sebrae (2014, p. 7), as microempresas e empresas de pequeno porte, também denominadas como “Micro e Pequenas Empresas”, vêm adquirindo ao longo dos últimos 30 anos, uma importância crescente no país, pois é inquestionável o relevante papel socioeconômico desempenhado por estas empresas. Em 1985 o IBGE calculou em 21% a participação dos pequenos negócios no PIB. Em 2001 houve crescimento para 23,2% e em 2011 atingiu 27%, o que representa que mais de um quarto do Produto Interno Bruto brasileiro é gerado pelos pequenos negócios. Portanto, às micro e pequenas empresas são grandes fontes geradoras de emprego, além disso, contribuem diretamente para economia do país, desempenhando um papel muito importante, o desenvolvimento. Segundo o Sebrae (2007), 98% dos 3,6 milhões das empresas brasileiras existentes são micro e pequenas empresas. Elas representam 28% do faturamento do setor privado, 20% do PIB brasileiro, 56% dos trabalhadores registrados, além de contemplar a maioria das ocupações informais. Para Migliato e Escrivão (2004), “o papel da pequena empresa é de promover o desenvolvimento e contribuir para o aumento da oferta de emprego”. 29 Em 1995, o IBGE calculou em 21% a participação dos pequenos negócios no PIB. Como não havia uma atualização desse indicador desde então, o Sebrae contratou a Fundação Getúlio Vargas para, utilizando a mesma metodologia, avaliar a evolução deste indicador. O resultado foi muito positivo. Em 2001, o percentual cresceu para 23,2% e, em 2011, atingiu 27%, ou seja, mais de um quarto do PIB é gerado pelos pequenos negócios. Standler e Paixão (2012, pg. 127) afirma que algumas das características das pequenas empresas são: Geralmente são familiares São conduzidas por um ou poucos indivíduos (sócios) Possui caráter empreendedor Nasceram em busca de uma oportunidade Os autores ainda afirmam que o problema maior desse tipo de empresas esta na sua principal característica: “a falta de uma gestão profissional. Pois com a concorrência acirrada, a pequena empresa deve compreender que é por meio da capacitação que ela vai poder competir”. De encontro a esta afirmação, Tiffany & Peterson (1998), afirmam que “o tempo do pequeno empresário é direcionado às tarefas do dia-a-dia, não se dedicando ao planejamento da próxima semana, o próximo mês, o próximo ano e assim por diante”. O que apresenta um grande problema, pois se a empresa não tem planos e ambições para o futuro, qual é a real razão de existir dessas empresas? Qual seu foco? Onde elas desejam chegar? Como apresentado anteriormente, uma das características das micro e pequenas empresas é possuir caráter empreendedor. Nos dias atuais, muitas pessoas se confundem em relação a quem é administrador, empreendedor e gerente. Muitos acham que todos são à mesma pessoa e realizam as mesmas funções. Porém existe uma grande diferença entre ambos. De acordo com Dornellas (2015, p. 20), “todo empreendedor necessariamente deve ser um bom administrador para obter o sucesso, no entanto, nem todo bom administrador é um empreendedor”. Para melhor entendimento, a seguir segue o quadro que compara os domínios do empreendedor e administrador: 30 DOMÍNIO EMPREGADOR PRESSÕES NESTA DIREÇÃO DOMÍNIO ADMINISTRATIVO PRESSÕES NESTA DIREÇÃO DIMENSÕES CHAVE DO NEGÓCIO MUDANCAS RÁPIDAS: TECNOLOGICAS VALORES SOCIAIS DIRIGIDO PELA PERCEPÇÃO DE OPORTUNIDADES ORIENTACAO ESTRATÉGICA REVOLUCIONÁRIO COM CURTA DURAÇÃO ANÁLISE DAS OPORTUNIDADES DIRIGIDO PELOS RECURSOS ATUAIS SOB CONTROLE CRITÉRIOS DE MEDIAÇÃO DE DESEMPENHO; SISTEMAS E CICLOS DE PLANEJAMENTO REGRAS POLITICAS ORIENTAÇÃO PARA AÇÃO; DECISÕES RÁPIDOS; GERENCIAMENTO DE RISCO FALTA DE PREVISIBILIDADE DAS NECESSIDADES; FALTA DE CONTROLE EXATO; NECESSIDADE DE APROVEITAR MAIS OPORTUNIDADES; PRESSÃO POR MAIS EFICIÊNCIA EM ESTÁGIOS PERIÓDICOS, COM MÍNIMA UTILIZAÇÃO EM COMPROMETIMENTO DOS RECURSOS CADA ESTÁGIO RISCO DA OBSOLESCÊNCIA; NECESSIDADE DE FLEXIBILIDADE USO MINIMO DOS RECURSOS EXISTENTES OU ALUGUEL DOS RECURSOS EXTRAS NECESSÁRIOS COORDENAÇÃO DAS ÁREASCHAVE DE DIFÍCIL CONTROLE; DESAFIO DE LEGITIMAR O CONTROLE DA PROPRIEDADE; DESEJO DOS FUNCIONÁRIOS DE SEREM INDEPENDENTES INFORMAL, COM MUITO RELACIONAMENTO PESSOAL RECONHECIMENTO DE VÁRIAS REVOLUCIONÁRIO DE LONGA ALTERNATIVAS; NEGOCIAÇÃO DA DURAÇÃO ESTRATÉGIA; REDUÇÃO DO RISCO CONTROLE DOS RECURSOS ESTRUTURA GERENCIAL DECISÃO TOMADA PASSO A PASSO, COM BASE EM UM ORÇAMENTO REDUÇÃO DOS RISCOS PESSOAIS; UTILIZAÇÃO DE SISTEMAS DE ALOCAÇÃO DE CAPITAL E DE PLANEJAMENTO FORMAL HABILIDADE NO EMPREGO DOS RECURSOS PODER, STATUS E RECOMPENSA FINANCEIRA; MEDIÇÃO DA EFICIÊNIA; INÉRCIA E ALTO CUSTO DAS MUDANÇAS; ESTRUTURA DA EMPRESA FORMAL, COM RESPEITO Á HIERARQUIA NECESSIDADE DE DEFINIÇÃO CLARA DE AUTORIDADE E RESPONSABILIDADE; CULTURA ORGANIZACIONAL; SISTEMAS DE RECOMPENSA; INÉRCIA DOS CONCEITOS ADMINISTRATIVOS Quadro 5: Diferença entre empreendedor e administrador. Fonte: Hisrich 1998 apud Dornellas (2015). 31 Conforme visto, existem muitas diferenças entre os administradores e empreendedores. Pois o domínio de cada um deles é totalmente distitntos. Existe também a diferença entre os gerentes e empreendedores, conforme quadro a seguir: 32 Temas Gerentes tradicionais Promoção e Empreendedores outras Independência, recompensas tradicionais oportunidade Motivação principal da corporação, como algo para novo, criar ganhar secretária, status, poder dinheiro. etc. Curto prazo, gerenciando Sobreviver e atingir cinco orçamentos Referência de tempo mensais, semanais, a etc. e dez anos de com crescimento de negócio horizonte de planejamento anual. Atividade Delega e supervisiona Envolve-se diretamente Preocupa-se com o status Não se preocupa com Status e como é visto na status empresa Como vê o risco Falhas e erros Decisões A quem serve Com cautela Tenta evitar erros surpresas e Aprende com erros e falhas Geralmente concorda com Segue seus sonhos para seus superiores tomar decisões Aos outros (superiores) A si próprio e a seus clientes Membros Histórico familiar Assume riscos calculados da família Membros da trabalharam em grandes possuem empresas família pequenas empresas ou já criaram algum negocio Relacionamento com outras pessoas A hierarquia é a base do As transações e acordos relacionamento são a base do relacionamento Quadro 6: Comparação entre gerentes tradicionais e empreendedores Fonte: Hisrich 1998 apud Dornellas (2015, p.27). Conforme o quadro citado acima existe muita diferença entre os gerentes e empreendedores. Os empreendedores têm maior autonomia enquanto os gerentes 33 são subordinados que obedecem a uma hierarquia. Entendida a importância das micro e pequenas empresas, no próximo tópico serão abordados as definições, conceitos e importância de planejamento. 3.4 PLANEJAMENTO O planejamento é a base de um bom projeto. Kwasnika (2004, pg. 205), conceitua planejamento como: “análise de informações relevantes do presente e do passado e a avaliação de prováveis desdobramentos futuros, permitindo que seja traçado um curso de ação que leve a organização a alcançar bom termo em relação a sua estratégia competitiva e obter vantagem competitiva perante seus concorrentes”. O planejamento detalha onde, e como se quer chegar, sempre considerando a situação em que a empresa se encontra, com foco no objetivo, considerando as variáveis do ambiente interno e externo e também considerando o melhor caminho para alcançá-lo. Ainda de acordo com Kwasnika (2004, pg. 206), as cinco atividades que são básicas ao processo de planejamento são: Avaliação das condições atuais; Fator tempo; Problemas de previsão; Coleta e análise dos dados; e Coordenação dos planos. A avaliação das condições atuais considera os recursos que estão disponíveis, como por exemplo, se a situação atual da empresa é favorável para um investimento em longo prazo ou se esse não é o melhor momento. Essa avaliação é importante e pode prevenir problemas futuros. O fator tempo deve ser considerado também em todos os aspectos da empresa. Como por exemplo, o tempo de entrega de documentação para um cliente. O atraso irá gerar insatisfação. O prazo para pagamento de fornecedores, quanto tempo pode-se dedicar a um projeto, etc. O tempo é um fator crítico que requer planejamento também. Tanto a curto, médio e longo prazo. Problemas de previsão, ou seja, considerar sempre o que pode vir acontecer, por exemplo, uma estratégia nova do concorrente em reduzir o preço de um produto 34 que é considerado o carro-chefe de sua empresa. Isso consequentemente afetaria em suas vendas. Ou então uma nova tecnologia, que faz com que a que é utilizada em sua empresa fique defasada. É importante sempre estar atento às mudanças do mercado e se preparar para as mesmas. Coleta e análise de dados é também um fator muito importante. Analisar dados dos anos anteriores no setor financeiro, por exemplo, faz com que se tenha uma base para provisionar o fluxo dos próximos meses ou anos de acordo com o que se está analisando. E por último e não menos importante, a coordenação de dados. Ou seja, integrar todas as informações focando sempre no que é mais relevante atrelado ao objetivo organizacional e mais uma vez considerando ambiente interno e externo. Lima, Tomiello e Silveira (2004), dizem que “o planejamento faz com que os gestores executem melhor a sua função. Isso irá proporcionar melhor trabalho em equipe, aumentando a capacidade produtiva e melhor direcionamento dos esforços na busca dos objetivos”. Kwasnicka (2004, p. 212), diz que: “planejamento é a primeira tarefa da administração. Deve ocorrer antes que qualquer outra ocorra, uma vez que o planejamento determina a natureza das demais funções. Planejamento faz as coisas acontecerem. Para que possamos entender o processo de planejar e o papel da administração nesse processo, devemos observar uma sequência lógica de atividades que o envolvem”. Para Sobral e Peci (2013, pg. 195), “o planejamento é responsável pela definição dos objetivos da organização e pela concepção de planos que integram e coordenam suas atividades. O planejamento tem a dupla atribuição de definir o que deve ser feito (objetivos) e como deve ser feito (planos)”. Ainda de acordo com os autores, o planejamento é a base de todas as outras funções administrativas, pois, não é possível organizar os recursos e a estrutura da empresa sem objetivos e planos. Também não é possível dirigir de maneira eficaz os membros organizacionais se o que se pretende alcançar não estiver claro. E também não é possível controlar as atividades se não foi definido previamente o desempenho esperado. Para Sobral e Peci (2013, p. 196), “o planejamento faz com que os administradores se afastem da rotina operacional e se concentrem no futuro da 35 organização”. Ainda segundo Sobral e Peci (2013, p. 196), o planejamento traz os seguintes benefícios e vantagens: Proporciona senso de direção; Focaliza esforços; Maximiza a eficiência; Reduz o impacto do ambiente; Define parâmetros de controle; Atua como fonte de motivação e comprometimento; Potencializa o autoconhecimento organizacional; Fornece consistência a ação gerencial. Para Oliveira (2007, p. 5), o propósito do planejamento é definido como: “o desenvolvimento de processos, técnicas e atitudes administrativas, as quais proporcionam uma situação viável de avaliar as implicações futuras de decisões presentes em função dos objetivos empresariais que facilitarão a tomada de decisão no futuro, de modo mais rápido, coerente, eficiente e eficaz”. O planejamento também pode ser definido segundo Lacombe e Heilborn (2008, pg. 161), como: “a determinação da direção a ser seguida para se alcançar um resultado desejado ou como a determinação consciente de cursos de ação, isto é, dos rumores. Ele engloba decisões, com base em objetivos, em fatos e na estimativa do que ocorreria em cada alternativa. Planejar é, portanto, decidir antecipadamente o que fazer, de que maneira fazer, quando fazer e quem deve fazer”. Ou seja, o planejamento é definir objetivos ou resultados que precisam ser alcançados, definir os meios de como chegar até os objetivos traçados, definir quem será responsável por cada parte a ser desenvolvida do projeto e quando deve ser feito. É como um trabalho em grupo, onde cada um tem suas obrigações a serem cumpridas em determinado prazo. Essas atribuições devem ser realizadas de acordo com um padrão, que minimiza a possibilidade de erros. Feitas de forma correta e no tempo correto, o grupo então alcança o objetivo traçado. Conclui-se então que o planejamento é uma ferramenta que deve ser feita antes de qualquer projeto, seja ele de qualquer natureza, para que tudo ocorra de forma fácil e bem executada. Os autores Lacombe e Heilborn (2008, pg. 161), também falam sobre a importância do planejamento e dizem que “planejamento não se refere a decisões 36 futuras, pois isto não existe; decisões são sempre tomadas no presente”. Ou seja, precisamos nos programar para chegarmos aos objetivos. Os autores complementam dizendo que ele é executado no presente: seus resultados é que se projetam no futuro. Todo plano requer um prazo para sua implantação. Se não planejarmos no presente, não teremos condições de implantarmos o que desejamos no futuro. 3.4.1 Tipos de Planejamento De acordo com Oliveira (2007, p. 17 a 19), o planejamento geralmente é dividido em três tipos: Operacional; Tático; Estratégico. O Planejamento operacional é a formalização, principalmente através de documentos escritos, das metodologias de desenvolvimento e implantação de resultados específicos a serem alcançados pelas áreas funcionais da empresa. Este planejamento é normalmente elaborado pelos níveis organizacionais inferiores, com foco básico nas atividades do dia-a-dia da empresa. Planejamento tático é a metodologia administrativa que tem por finalidade aperfeiçoar determinada área de resultado e não a empresa como um todo. Portanto, trabalha com decomposições dos objetivos, estratégias e políticas estabelecidos no estratégico. Este planejamento é desenvolvido pelos níveis organizacionais intermediários, tendo por finalidade a utilização eficiente dos recursos disponíveis para a consecução de objetivos previamente fixados, segundo uma estratégia predeterminada, bem como as políticas de orientação, para o processo decisório da empresa. Planejamento estratégico é o processo administrativo que proporciona sustentação mercadológica para se estabelecer a melhor direção a ser seguida pela empresa, visando ao otimizado grau de interação com os fatores externos (não controláveis), e atuando de forma inovadora e diferenciada. Este planejamento é de responsabilidade dos níveis mais altos da empresa e diz respeito tanto à formulação de objetivos quanto à seleção dos cursos de ação a serem seguidos para sua consecução, levando em conta as condições externas e internas à empresa e sua evolução esperada. Também considera as premissas básicas que a empresa, como um todo, deve respeitar para que o processo estratégico tenha coerência e sustentação decisória. 37 Já os autores Lacombe e Heilborn (2008, pg. 163), trazem apenas dois tipos de planejamento, sendo eles: Planejamento estratégico e Planejamento Operacional. O planejamento estratégico segundo os autores: Refere-se ao planejamento sistêmico das metas de longo prazo e dos meios disponíveis para alcançá-los, ou seja, aos elementos estruturais mais importantes da empresa e à sua área de atuação, e considera não so os aspectos internos da empresa, mas também, e principalmente, o ambiente externo no qual a empresa está inserida. (LACOMBE e HEILBORN (2008, pg. 163). No segundo tipo de planejamento, o planejamento operacional, os autores definem como: Uma função gerencial, de acordo com a concepção de Fayol, que especifica que recursos devem estar disponíveis para cad produto e fornece os cronogramas, e as principais decisões a seu respeito são inerentes à atividade de administrar cada um dos chefes de unidades organizacionais. (LACOMBE e HEILBORN (2008, pg. 163). Entendido então o conceito de planejamento e sua importância, o próximo tópico contempla diversos conceitos de planejamento estratégico, que é o tema central desta pesquisa. 3.5 ESTRATÉGIA Estratégia é um conjunto e ações, que buscam um objetivo final. Conforme Kluyver e Pearce (2010, p. 2,), estratégia diz respeito a: “posicionar uma organização para a obtenção de vantagem competitiva. Envolve escolhas a respeito de que setores participarem, quais produtos e serviços oferecer e como alocar recursos corporativos. Seu objetivo principal é criar valor para acionistas e outros stakeholders (grupo de interesses) ao proporcionar valor para o cliente”. Num conceito histórico, a palavra estratégia vem do grego, stratègós, de stratos (exército) e ago (liderança). O significado original caracterizava a "arte do general", que deixou de estar ao lado do exército para estar à distância, no alto das colinas, de onde podia observar o campo, adquirindo um maior potencial para 38 selecionar a melhor posição e o melhor conjunto de ações para vencer a batalha e, quiçá, a guerra. Vê-se então que desde os primórdios a estratégia é algo importante e decisivo desde os campos de batalha até os dias atuais, onde as empresas precisam de um diferencial para continuar atuando no mercado. Ao longo da história, o conceito de estratégia vem se atualizando, a autora Kwasnika (2004, pg. 204), também traz um pouco do conceito histórico de estratégia com o passar dos anos de acordo com os autores da época conforme o quadro a seguir: FONTE Igor Ansoff strategy (1965) DEFINIÇÃO/NOÇÃO Corporate Seu conceito de sinergia serviu para justificar fusão e aquisição, gerando o conceito de estratégia corporativa. George Steiner (1979) Strategic Estratégia é o que a alta administração faz planning de grande importância para a organização. Keneth Andrews (1980) concepto corporate strategy Estratégia é o padrão de decisão na empresa The que determina objetivos, procedimentos e planos e define amplitude que os negócios da empresa devem atingir. Vantagem competitiva é ter mais força do Michael Porter (1980) Competitive que nossos competidores. Estratégia de strategy posicionamento perante cinco fatores que movem a competição. A estratégia traz vantagens competitivas pela Kenichi Ohmae (1982) The minf of modificação de forças em relação ao strategist concorrente e introduz o conceito de pensamento estratégico. A estratégia é a perspectiva, a visão, a Henry Mintzberg (1994) The rise direção. É a posição que reflete a decisão de and fall of strategic planning oferecer um produto ou serviço em um mercado. Estratégia competitiva é “ser diferente”. Michael Porter (1996) What is Escolher um conjunto diferente de atividades estrategy? para oferecer um mix único de produtos. É diferenciação, é posição competitiva. Quadro 7: Conceitos de Estratégia. Fonte: Kwasnicka, introdução à administração (2004, pg. 204). 39 Como se pode notar, o conceito de estratégia tem modificado, evoluído e se aprimorado muito com o passar do tempo, o que demonstra que não só o conceito de estratégia deve ser aprimorado, mas também as próprias estratégias das organizações. Com essas mudanças o foco da estratégia com o passar do tempo também foi evoluindo conforme tabela apresentada a seguir: Foco competitivo Produtos e Recursos e mercados competências Posições produtoObjetivo Estratégico mercado defensáveis Análise setorial; análise de concorrência. Ferramentas/perspectivas Recurso estratégico essencial Vantagem Auto renovação sustentável contínua Competências Visão/valores essenciais Segmentação e Estratégia baseada posicionamento em recursos Planejamento Redes de Estratégico relacionamento Capital financeiro Talentos e sonhos Flexibilidade e inovação Empreendedorismo Competência Capital humano e organizacional intelectual Quadro 8: Evolução do foco da estratégia Fonte: Kluyver e Pearce II (2010, p.3). Conforme a tabela apresentada, as variáveis mudam de acordo com o foco das organizações. Serra, Torres e Torres (2004, p. 29), afirmam que a estratégia é um tipo de raciocínio, de criatividade, que antecede as ações do planejamento, e para que a estratégia seja formalizada, os autores destacam três etapas: 1 - Compreender claramente as características, os problemas e as circunstâncias que envolvem a proposta a ser desenvolvida; 2 - Um método de análise ou padrão de compreensão; 3 - Um processo de tradução que habilita os gerentes a entender e atuar nas inspirações e vantagens da abordagem estratégica, de modo a selecionar opções apresentadas. Segundo Chiavenato (1994, p. 185), a estratégia é definida como: “um conjunto de objetivos e políticas principais, capazes de orientar o comportamento da empresa à longo prazo”. 40 Para Maximiano (2004, p. 162), a estratégia é definida como: “o caminho que a organização segue, para assegurar seu desempenho e sua sobrevivência. A estratégia também pode ser considerada como a escolha das formas de competir onde, como, quando e com quem competir”. Para Ansoff (1990, pg. 96), a estratégia é formada por um conjunto de regras que guiam a organização e defino quatro conjuntos: 1 – Padrões segundo os quais o desempenho presente e futuro da empresa possam ser medidos. Quando qualitativos esses padrões são chamados de objetivos, e quando quantitativos, são chamados de metas; 2 – Regras para o desenvolvimento da relação da empresa com seu ambiente externo: quais produtos e tecnologias a empresa irá desenvolver, onde e para quem os produtos serão vendidos, e como a empresa obterá vantagens sobre seus concorrentes. Este conjunto de regras é chamado de estratégia de negócio; 3 – Regras para o estabelecimento de relações internas e processos dentro da organização; frequentemente, isto é chamado de estratégia administrativa; 4– As regras as quais a empresa conduz suas atividades no dia-a-dia, chamadas de políticas operacionais. Os autores Vasconcellos Filho e Pagnoncelli (2001, p. 289 á 298), mostram dicas de benefícios do uso das Estratégias Competitivas: Apoiam a escolha de caminhos: mudanças de mercado, tendências, novas oportunidade, revisão de processos, terceirização, adaptação às novas condições do mercado; Criam diferencial competitivo: ser pioneiro em alguma tecnologia, serviço, distribuição, divulgação etc.; Orientam o Marketing: as novas formas de trabalho exigem esforço competitivo da área de Marketing, novas formas de divulgação; Levantam uma “bandeira” e motivam a equipe: contentamento dos funcionários ao verem oportunidades da empresa em expansão; Orientam o recrutamento, a seleção e o treinamento: pessoas únicas, a contratação alinhada à estratégia da empresa. Investir em desenvolvimento, para adequar-se à estratégia da empresa; Orientam a cadeia de agregação de valor: analisar parcerias que podem beneficiar a empresa; 41 Orientam os investimentos: só se deve investir em algo que tenha uma estratégia que o justifique. Entendido então o conceito de estratégia, e sua evolução com o passar dos anos, a seguir será apresentado as definições, conceitos e importância do planejamento estratégico. 3.6 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO Como já fora visto, o planejamento estratégico é muito importante para as empresas, ainda mais em um cenário altamente competitivo como é o atual. Conforme Alday (apud. ANSOFF, 2000, pg. 10),: “somente um número reduzido de empresas utiliza o verdadeiro Planejamento Estratégico. A grande maioria das organizações continua empregando as antiquadas técnicas do Planejamento a longo Prazo, que se baseiam em extrapolação das situações passadas”. Sabe-se que a importância e necessidade do planejamento estratégico nas empresas já é vista ao longo de muitos anos. Para Kwasnika (2004, pg. 199), a necessidade de planejar surgiu, no início dos anos 60, em resposta à ansiedade das empresas em saber em que nível de competitividade e atuação perante seus competidores no mercado e elas se posicionavam. Os conceitos de planejamento estratégico são diversos e sempre estão sendo atualizados devido aos constantes avanços tecnológicos e também devido à necessidade de as empresas estarem à frente de seus concorrentes. Para isso então é necessário analisar todos os fatores que podem vir a prejudicar a organização tanto internamente quanto externamente. Segundo Oliveira (2006), o planejamento estratégico deve possibilitar a identificação dos pontos fortes e fracos e das ameaças e oportunidades da empresa, aplicadas a um plano de trabalho efetivo que proporcione como resultado o correto direcionamento dos esforços, e a elaboração de um plano de ações que visem atingir os objetivos definidos. 42 O planejamento estratégico passa a ser o delineamento para empresa chegar a seu objetivo maior, seja ele de ter maior lucro, maior visibilidade, maior competitividade, etc. É de extrema importância conhecer a organização, levantar esses pontos fracos e traçar um plano para fortalecer e corrigir esses aspectos. Para Maximiano (2004), o planejamento estratégico é um processo que define os objetivos organizacionais que a empresa deve alcançar e facilita a escolha dos melhores caminhos para atingi-los. Esse planejamento deve envolver todas as áreas da organização e pode ser subdivido em estratégias operacionais para facilitar sua aplicabilidade. A organização deve estar inter-relacionada, todas as partes devem trabalhar de forma integrada para que todos cheguem de forma mais rápida e eficaz ao objetivo traçado. Alday (apud. KOTLER, 2000, pg. 11), complementa dizendo que: “o Planejamento Estratégico é uma metodologia gerencial que permite estabelecer a direção a ser seguida pela Organização, visando maior grau de interação com o ambiente”. Nesse mesmo sentido, Stoner e Freeman (1994, pg. 136), afirmam que o planejamento estratégico é o “processo de estabelecer objetivos e as linhas de ação adequada para alcança-los”. Ainda segundo os autores Stoner e Freeman (1994, p.137), frisam novamente a importância do planejamento, “sem plano, os administradores não podem saber como devem organizar as pessoas e os recursos; podem até mesmo não ter uma ideia clara do que precisam organizar”. Ou seja, é uma ferramenta que deve ser utilizada diariamente em todas as organizações para manter a ordem da empresa de forma eficiente e eficaz. Kwasnika (2004, pg. 206), nos traz cinco habilidades para o desempenho eficaz no planejamento estratégico: Reconhecer os fatores do ambiente que afetam o sucesso da organização; Analisar os pontos fortes e fracos da organização, capitalizando as informações para benefício próprio; Ajustar-se rapidamente às mudanças de condições do ambiente; 43 Reconhecer que motivar as pessoas para as mudanças de estratégia depende do clima organizacional promovido por atitudes e valores pessoais da administração; Equilibrar a organização no que se refere a proprietários, clientes, acionistas, funcionários e público em geral. Para Santos (2005), “o planejamento estratégico pode ser uma das ferramentas, que se utilizadas corretamente, reduzirá índice de fechamento das empresas, pois proporcionará maior organização gerencial”. De acordo com Andujar, Oliveira e Mendonça (2008, p.70), o planejamento estratégico: O planejamento estratégico é um guia de orientação para o executivo tomar decisões e efetuar ajustes a qualquer momento (flexibilidade). O planejamento estratégico não é uma ferramenta para burocratizar, pelo contrário para disciplinar o que é feito na empresa. O processo de elaboração do PE é tão importante quanto seu produto final (documento) algumas vezes até mais. Planejamento estratégico é um processo gerencial que tem por objetivo estabelecer o rumo/norte para a empresa. O PE possibilita ao dirigente da empresa perguntar como se encontra a nossa empresa em relação ao mercado, ou seja, quais são nossos pontos fortes e fracos internamente, quais as ameaças e oportunidades ofertadas pelo ambiente externo direto e indireto. Portanto, o planejamento estratégico traz diversos benefícios para a organização, e demonstra aonde a empresa pode chegar e de que maneira fazê-la. É um instrumento que traz visibilidade ao gestor, deixando-o ciente de forma documentada e planejada seus riscos, onde se pode investir e qual o melhor momento para isso, enfim, quando se deve tomar a melhor decisão, o que acarretará em todo o futuro da empresa. 3.6.1 Metodologias para elaboração do planejamento estratégico Primeiramente apresenta-se uma metodologia proposta por Stoner e Freeman (1994): 44 Passo 1: Formulação de objetivos. O passo inicial é a formulação dos objetivos. É a definição do que a empresa deve buscar com suas ações. Essa identificação pode ser influenciada por diversos fatores como posição econômica, conhecimento do ramo de atividade, valores e crenças internas a organização. Passo 2: Identificação das metas e estratégias atuais. A identificação das metas e estratégias existentes na organização facilitarão a compreensão do processo de mudança necessário para atingir os objetivos estabelecidos no passo anterior. Passo 3: Analise ambiental. Aborda a análise dos fatores externos, como economia, cultura, política, tendências. Nesta fase a empresa passa a conhecer com precisão o ambiente que está inserido. Passo 4: Analise de recursos. No passo seguinte a empresa deve identificar os recursos disponíveis para alcançar seus objetivos e quais ainda são necessários para a empresa. Esta fase é muito semelhante as fases de análise interna abordada nos outros modelos de planejamento estratégico. Passo 5: Identificação de oportunidades estratégicas e ameaças. Após estas análises a empresa terá condição de identificar as possíveis ameaças e oportunidades de crescimento. Os dados dos passos 3 e 4 serão analisados para a identificação das oportunidades e ameaças. Passo 6: Determinação do grau de mudança estratégica necessária. Compreendida a situação dos recursos da empresa e de sua posição no mercado é preciso reavaliar os objetivos. Nesta fase serão considerados os resultados encontrados no passo 5 que possibilitarão a empresa determinar maneiras de diminuir o hiato existente entre o objetivo formulado e o que a empresa realmente tem condições de atingir. Esta reavaliação dos objetivos acontece para que a empresa não desconsidere os aspectos ambientais e internos na definição de seus objetivos. Passo 7: Tomada de decisão estratégica. Fase de identificação das possíveis alternativas estratégicas. Nesta fase o gerente irá considerar várias alternativas estratégias e terá de decidir por aquela que esteja mais adequada aos recursos disponíveis na organização. 45 Passo 8: Implementação da estratégia. Consiste na implantação do planejamento, ou seja, a fase em que serão executadas as tarefas para se chegar aos objetivos traçados. Passo 9: Medida e controle do progresso. Corresponde ao processo de avaliação do cumprimento das metas e objetivos traçados no passo 1. A metodologia é apresentada por Oliveira (2006), aborda quatro fases distintas apresentadas no esquema a baixo: Fase I: Diagnóstico estratégico. Nesta fase pode-se observar que é feito uma análise na instituição em dois aspectos: ambiente interno e ambiente externo. O ambiente interno na questão de identificar pontos fortes e fracos da instituição, pois analisa estrutura, suprimentos, tecnologia, mão-de-obra, recursos financeiros como aspectos meios para se alcançar os objetivos. Na parte de ambiente externo, busca-se compreender seu comportamento e identificar oportunidades de crescimento e possíveis ameaças e oportunidades para a empresa, essa análise do ambiente externo nos proporciona compreender o comportamento dos concorrentes, assim influenciando as tomadas de decisões. Fase II: Missão da empresa. A fase II aborda a questão da missão da empresa. A missão é a determinação do motivo central da existência da empresa. A missão é um horizonte dentro do qual a empresa irá atuar e onde a empresa quer ir. Fase III: Instrumentos prescritivos e quantitativos. Nesta fase são utilizados instrumentos que permitem a análise de como a instituição irá atingir os objetivos. Os instrumentos prescritivos são referentes à elaboração de desafios, metas, estratégias, políticas e projetos que irão determinar os esforços que a instituição irá seguir, ou seja, “onde se quer chegar”. Com relação aos instrumentos quantitativos, incide nas projeções econômicofinanceiras e expectativa de retorno. Fase IV: Controle e avaliação. A última fase é responsável pelo controle e avaliação das ações constituídas nas outras fases, a fim de certificar que os objetivos e ações estejam sendo realizadas, ou seja, uma análise de desempenho que é a comparação entre o que foi estabelecido e o performance real. 46 Os autores Pagnoncelli e Filho (2001, p. 30), abordam a seguinte metodologia para elaboração do planejamento estratégico: PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO NEGÓCIO ↓ MISSÃO ↓ PRINCÍPIOS ↓ ANÁLISE DO AMBIENTE ↓ VISÃO ↓ OBJETIVOS ↓ ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS Quadro 9: Metodologia do planejamento estratégico. Fonte: Elaborado pela autora, adaptado de Pagnoncelli & Filho (2001, pg. 30). Para os autores é ideal que determinem as etapas expostas anteriormente para o sucesso da organização. Para isso, segue o conceito de cada uma delas: Negócio: é o entendimento que mobiliza a empresa para escolher e construir o seu futuro. É um passo muito importante, pois, através da definição do negócio, a empresa consegue: focar no diferencial competitivo, orientar seus investimentos, orientar o setor de marketing, orientar o treinamento, orientar o posicionamento estratégico, orientar a terceirização, identificar a concorrência, conquistar mercado, criar mercado futuro e evitar a miopia estratégica, ou seja, não deixa que os clientes a enxerguem de forma diferente do que foi estabelecido na definição do negócio. Missão: é a razão de existir da empresa no seu negócio. Através da missão a empresa pode: orientar o ponto de partida da empresa, orientar o comportamento futuro da empresa, atrair motivar e reter talentos, orientar a formulação dos objetivos e ajudar a aumentar a produtividade. Princípios: são os balizamentos para o processo decisório e o comportamento da empresa no cumprimento da sua Missão. Os princípios: criam diferencial 47 competitivo para a empresa, guiam o processo decisório, orientam o comportamento da empresa, guiam as estratégias, orientam o recrutamento, a seleção e o treinamento e fundamentam a avaliação. Análise do ambiente: é um conjunto de técnicas que permitem identificar e monitorar permanentemente as variáveis competitivas que afetam a performance da empresa. A análise do ambiente é fundamental, pois o mercado está em constante mudança, e as organizações que não se adaptarem a tais mudanças, não as estudam, e não procurarem oportunidades neste cenário não terão tanto sucesso quanto as que se adaptam. Visão: é a explicitação do que se visualiza para a empresa. A visão: apoia a parceria empresa e empregado na construção do futuro, promove a inovação, funciona como guia para a equipe, reduz a dependência da empresa, tira a empresa da zona de conforto, motiva e inspira a equipe, orienta o planejamento da sua atuação na cadeia produtiva, mobiliza os programas de qualidade, complementa a missão, orienta os objetivos e orienta também os investimentos. Objetivos: são resultados que a empresa precisa alcançar em prazo determinado para concretizar sua Visão sendo competitiva no ambiente atual e futuro. Os objetivos: detalham e quantificam a visão, orientam o processo decisório, fundamentam a avaliação de desempenho, orientam o plano de investimentos, atraem e mantém talentos, assim como a visão, tira a empresa da zona de conforto e orientam a formulação das estratégias. Estratégia competitiva: é o que a empresa decide fazer e não fazer, considerando o ambiente, para concretizar a visão e atingir os objetivos, respeitando os princípios, visando cumprir a missão no seu negócio. As estratégias competitivas: apoiam a escolha de novos caminhos, criam diferencial competitivo, orientam o marketing, motivam a equipe, orientam o recrutamento, a seleção e o treinamento, orientam a cadeia de agregação de valor e também orientam os investimentos. Para Certo e Peter (2010, p. 9), para implementar um planejamento estratégico, ou administração estratégica, como os autores abordam, é necessário seguir às seguintes etapas: Etapa 1: análise do ambiente – a análise deve ser feita para monitorar o ambiente organizacional, identificando oportunidades e riscos, sejam esses riscos atuais ou futuros. O ambiente organizacional é o conjunto de todos os fatores, tanto internos quanto externos. Alguns fatores que devem ser considerados na análise do 48 ambiente são: características organizacionais, estrutura industrial, comportamento do mercado e do consumidor, fornecedor, fatores sociais, econômicos e políticos. Etapa 2: estabelecimento das diretrizes organizacionais - são as intenções sobre o que a organização quer ser e onde quer chegar. Para isso, é preciso estabelecer a missão e os objetivos organizacionais. A missão define a razão pelo qual a empresa existe enquanto os objetivos são as intenções que a empresa possui, incluindo as metas que são necessárias para alcançar o objetivo central da empresa. Etapa 3: formulação de estratégias– a formulação de estratégias visa projetar e selecionar estratégias que levem à realização dos objetivos organizacionais. Para formulação destas estratégias o administrador pode fazer o uso de ferramentas tais como: matriz BCG, análise de oportunidades, riscos, pontos fortes e fracos, etc. Etapa 4: implementação de estratégias – essa etapa coloca em ação as estratégias que foram formuladas na etapa anterior. Para isso se faz necessário que os administradores tenham uma ideia de: Quantas mudanças são necessárias dentro de uma organização quando se implementa uma nova estratégia; Qual a melhor forma de lidar com a cultura da organização para garantir que a estratégia seja tranquilamente implementada; Como a implementação da estratégia e suas formas de estruturas organizacionais estão relacionadas; Diferentes abordagens de implementação que um administrador pode seguir; Quais conhecimentos devem ter os administradores que esperam ser bemsucedidos na implantação da estratégia organizacional. Etapa 5: controle estratégico: o controle estratégico tem por função monitorar e avaliar o processo de administração estratégica para melhorá-lo e assegurar que seu funcionamento é eficiente e eficaz. 3.6.2 Análise do Ambiente (SWOT) A análise do ambiente é um fator de extrema importância antes de qualquer outro passo do planejamento estratégico, é por meio dela que a organização poderá 49 verificar as condições em que está inserida e que ações devem tomar. De acordo com Sobral e Peci (2013, p. 213),: “os administradores precisam analisar as principais tendências de seu ambiente externo e conhecer as competências e os recursos de que a organização dispõe. A integração das externalidades com as internalidades resulta na identificação de um conjunto de opções estratégicas que a organização pode explorar”. Através da análise ambiental as organizações constroem um caminho que as empresas podem e devem explorar para se manterem competitivas. Portanto, através da análise do ambiente fica muito mais fácil identificar os pontos fortes e fracos da organização, podendo assim trabalhar em ações para melhorar o que está ruim e explorar o que é bom dentro da organização, aperfeiçoando cada vez mais. Para Maximiano (2004, p. 170), “a análise das ameaças e oportunidades do ambiente é um dos pilares do planejamento estratégico. Quanto mais competitivo, instável e complexo o ambiente, maior a necessidade dessa análise”. Para ajudar neste processo, os administradores podem fazer o uso de uma ferramenta prática que é a análise SWOT. Análise SWOT vêm do inglês que significa Forças (Strengths), Fraquezas (Weaknesses), Oportunidades (Opportunities) e Ameaças (Threats), sendo fundamentada por Kenneth Andrews e Roland Christensen. Elas se dividem em ambiente interno (Forças e Fraquezas) e ambiente externo (oportunidades e ameaças). Para realizar a análise interna e externa da empresa é necessário identificar: Pontos fortes: são as variáveis internas e controláveis que propiciam uma condição favorável para a empresa, em relação a seu ambiente. Pontos fracos: são as variáveis internas e controláveis que propiciam uma condição favorável para a empresa, em relação a seu ambiente. Oportunidades: são as variáveis externas e não controláveis pela empresa, que podem criar condições favoráveis para empresa, desde que a mesma tenha condições e/ou interesse de usufruí-las. Ameaças: são as variáveis externas e não controláveis pela empresa que podem criar condições desfavoráveis para a mesma. 50 Quadro 10: Análise SWOT. Fonte: Portal da administração.com. 2015. Para Martins (2006), a análise SWOT é uma das práticas mais comuns nas empresas voltadas para o pensamento estratégico e marketing, é algo relativamente trabalhoso de produzir, contudo a prática constante pode trazer ao profissional uma melhor visão de negócios, afinal de contas, os cenários onde a empresa atua estão sempre mudando. A análise SWOT é uma ferramenta utilizada para fazer análises de cenário (ou análises de ambiente), sendo usada como base para a gestão e o planejamento estratégico de uma organização. É um sistema simples para posicionar ou verificar a posição estratégica da empresa no ambiente em questão (DAYCHOUW, 2007). De acordo com Sobral e Peci (2013, p. 211), a análise do ambiente implica no monitoramento e na avaliação das tendências do ambiente externo (manobras dos concorrentes, legislação, necessidades dos clientes, etc.), e na análise dos recursos e das capacidades internas da organização (capacidade financeira, domínio da tecnologia, qualificação dos funcionários, etc.). 3.6.2.1 Análise do Ambiente Interno A análise interna tem por finalidade colocar em evidência as deficiências e qualidades da empresa que está sendo analisada, ou seja, os pontos fortes e fracos da empresa deverão ser determinados diante de sua atual posição produto- 51 mercado. Essa análise deve tomar perspectiva para comparação as outras empresas de seu setor de atuação, sejam elas concorrentes diretas, sejam apenas concorrentes potenciais. (OLIVEIRA 2006) Para Kotler (2000), cada negócio precisa avaliar periodicamente suas forças e fraquezas internas. Analisam-se as competências de marketing, financeiras, de fabricação e organizacionais e classifica cada fator como uma grande força, uma força, uma característica neutra, uma fraqueza ou uma grande fraqueza. Chiavenato e Sapiro (2003), afirmam que os critérios a serem avaliados no ambiente interno são: recursos financeiros, liderança e imagem de mercado, condicionamento competitivo que gera barreiras à entrada de novos competidores, tecnologia, vantagens de custo, propaganda, competência e inovação de produtos. Para Sobral e Peci (2013, pg.214), os fatores que devem ser avaliados no ambiente interno são: “situação financeira da empresa, a qualidade dos produtos e serviços oferecidos, a imagem da organização, a qualidade e as competências dos administradores e trabalhadores, a cultura organizacional, etc”. Os autores ainda listam os elementos a serem avaliados de acordo com cada setor da empresa, conforme o quadro a seguir: MARKETING ADMINISTRAÇÃO E ORGANIZACÃO Participação de mercado Canais de distribuição Linhas de produtos Satisfação dos clientes Reputação e imagem da marca Eficiência dos esforços promocionais Qualidade dos administradores Cultura organizacional Estrutura organizacional Sistema de controle gerencial Grau de centralização PRODUÇÃO Equipamentos Localização das instalações Acesso às matérias primas Produtividade e eficiência Estrutura de custos Controle de qualidade RECURSOS HUMANOS Nível de experiência Habilitações acadêmicas Rotatividade dos trabalhadores Força dos sindicatos Satisfação no trabalho Absenteísmo Canais de comunicação internos PESQUISA E DESENVOLVIMENTO Tecnologias disponíveis Patentes Programas de pesquisa Inovações tecnológicas Capacidade laboratorial Desenvolvimento de novos produtos FINANCEIRO Grau de endividamento Liquidez Solvabilidade Rentabilidade Margem de lucro Cotação das ações Quadro 11: Análise interna. Fonte: Elaborado pela acadêmica, adaptado de Sobral e Peci (2013, pg.214). Para Maximiano (2004, p. 174), a análise interna deve ser realizada através de análise das áreas funcionais e benchmarking. 52 Análise das áreas funcionais: deve ser segmentada de acordo com as áreas funcionais da organização, focalizando nos pontos fortes e fracos dessas áreas. Exemplo: produção e operações, marketing e vendas, recursos humanos e finanças. Benchmarking: é a técnica por meio do qual a organização compara o seu desempenho com o de outra. Seu objetivo é identificar as melhores práticas da administração como forma de identificar e ganhar vantagens competitivas. As forças de uma organização são os recursos e habilidades de que dispõe a organização para explorar as oportunidades e minimizar as ameaças. (MATOS, MATOS, ALMEIDA, 2007, p.151). De acordo com Rezende (2008), as forças ou pontos fortes da organização são as variáveis internas e controláveis que propiciam condições favoráveis para a organização em relação ao seu ambiente. São características ou qualidades da organização, que podem influenciar positivamente o desempenho da organização. Os pontos fortes devem ser amplamente explorados pela organização. As fraquezas são consideradas deficiências que inibem a capacidade de desempenho da organização e devem ser superadas para evitar falência da organização (MATOS, MATOS, ALMEIDA, 2007). Conforme Martins (2006), são aspectos mais negativos da empresa em relação ao seu produto, serviço ou unidade de negócios. Devem ser fatores que podem ser controlados pela própria empresa e relevantes para o planejamento estratégico. 3.6.2.2 Análise do Ambiente Externo A análise externa ou ambiental corresponde ao estudo dos diversos fatores e forças do ambiente, as relações entre eles ao longo do tempo e seus efeitos ou potenciais efeitos sobre a empresa, sendo baseada nas percepções das áreas em que as decisões estratégicas da empresa deverão ser tomadas (OLIVEIRA, 1991, p. 89). Para a análise do ambiente externo deve-se avaliar por exemplo, a mudança de hábitos do consumidor, surgimentos de novos mercados, diversificação, entrada de novos concorrentes, produtos substitutos (CHIAVENATO e SAPIRO, 2003). 53 Já para Maximiano (2004, p. 170), os componentes que devem ser sempre considerados na análise externa são: ramo de negócios, mudanças tecnológicas, ação e controle do governo, conjuntura econômica e sociedade. A seguir, segue a descrição detalhada de cada um desses componentes. - Ramo de negócios: deve ter por base o estudo da estrutura, ou seja, empresas que compõem o ramo de negócios e sua participação nas vendas, faturamento, produção, etc. Deve estudar também as linhas de produtos fornecidos pelas empresas que atuam no mercado e seu volume de vendas. Estudar os compradores e seu comportamento levando em conta fatores como: sazonalidade, quantidade, faixa etária, etc. E por fim, estudar o crescimento das empresas e do mercado. Feito este estudo, será possível realizar uma análise das forças competitivas, ou seja, analise da concorrência, do poder do comprador e de outros componentes. Através desta análise será possível então definir uma estratégia. - Mudanças tecnológicas: é muito importante que as empresas estejam sempre se adequando as mudanças tecnológicas, pois como se tem visto no decorrer do tempo, a tecnologia está sempre avançando, e quem não avança junto com ela acaba se tornando defasado. Portanto, acompanhar a evolução tecnológica é seguramente uma estratégia para assegurar a sobrevivência e a eficácia da organização. - Ação e controle de governo: como as outras variáveis citadas, a ação e o controle do governo também devem ser estudados para estabelecer estratégias, pois através dele a organização pode ter oportunidades como também ameaças. - Conjuntura econômica: a conjuntura econômica também estabelece oportunidades e ameaças para as empresas. Conforme Maximiano (2004, pg. 173), alguns dos indicadores que influenciam a conjuntura econômica são: Emprego e desemprego Demissões e admissões Taxa de juros Valor das ações Movimento dos negócios Endividamento e inadimplência Flutuação do poder aquisitivo 54 Flutuação no consumo de determinados produtos, indicativos de alterações no poder de compra e nos hábitos dos compradores. Poupança. - Sociedade: atitudes e preferências, estilos de vida, tendências e hábitos são informações que podem indicar oportunidades e ameaças para as organizações. As oportunidades são situações, tendências ou fenômenos externos, atuais ou potenciais, que podem contribuir para a concretização dos objetivos estratégicos. (CALLAES, BÔAS, GONZALES, 2006) Para Martins (2006), oportunidades são aspectos mais positivos do produto/serviço da empresa em relação ao mercado onde está ou irá se inserir. São fatores que não podem ser controlados pela própria empresa e relevantes para o planejamento estratégico. As oportunidades são basicamente onde as empresas podem aproveitar para obter mais lucratividade, melhor posicionamento no mercado, mais clientes, etc. As ameaças são situações ou fenômenos externos, atuais ou potenciais, que podem prejudicar a execução de objetivos estratégicos. (CALLAES, BÔAS, GONZALES, 2006) Ameaças são aspectos mais negativos do produto/serviço da empresa em relação ao mercado onde está ou irá se inserir. São fatores que não podem ser controlados pela empresa e são relevantes para o planejamento estratégico. (MARTINS, 2006) Para Mendonça (2008, p. 72), as ameaças se não forem eliminadas, minimizadas ou evitadas pela organização podem afetá-la negativamente. Ou seja, com relação às ameaças as organizações devem estar sempre procurando diminuir seus índices, bloqueando-as para que obtenha sempre melhores resultados. 3.6.3 Diretrizes Organizacionais Segundo Lima (2006), as diretrizes organizacionais são formadas basicamente pela missão, pela visão e pelos objetivos organizacionais, as diretrizes apontam a meta organizacional que proporcionará a sua empresa um maior aproveitamento dos seus pontos fortes e das oportunidades que o mercado oferecer, 55 minorando os seus pontos fracos e os efeitos das ameaças que poderão afetar negativamente suas atividades. 3.6.3.1 Missão A missão organizacional é o motivo pelo qual a sua empresa existe, ou seja, a sua razão de ser, devendo conter informações tais como: quais são os seus clientes; seus produtos ou serviços; seus valores e cultura organizacionais (LIMA 2006). Para Oliveira (2007, p. 107), a missão além de ser a razão de ser da empresa é também quando se determina o negócio da empresa, por que ela existe, ou, ainda, em que tipos de atividades a empresa deverá concentrar-se no futuro. Ainda para o autor, a missão é uma forma de se traduzir determinado sistema de valores e crenças em termos de negócios e áreas básicas de atuação, considerando as tradições e filosofias da empresa. Ainda de acordo com o autor, para o estabelecimento da missão é necessário analisar e interpretar as seguintes questões: Qual a razão de ser da empresa? Qual a natureza dos negócios da empresa? Quais são os tipos de atividades em que a empresa deve concentrar seus esforços no futuro? O que a empresa vende e pretende vender ao mercado? É agilidade? É conhecimento? Quais os fatores de influência nestas vendas? Qual o diferencial de conhecimento necessário para essas vendas? Quais os mercados-alvo, os clientes, os produtos e os serviços? Qual o diferencial competitivo da empresa? Qual a região de atuação da empresa? Qual a imagem que a empresa faz de si própria e pela qual quer ser reconhecida? Quais as necessidades sociais que pretende atender? Quais as principais crenças e valores da empresa? A missão da empresa exerce a função orientadora e delimitadora da ação empresarial, e isto dentro de um período de tempo normalmente longo, em que 56 ficam comprometidos valores, crenças, expectativas, conceitos e recursos. OLIVEIRA (2007, p. 108). Para Maximiano (2004, p. 165), a missão é importante, pois “estabelece o propósito ou razão de ser da organização. Identificar a missão é entender qual a necessidade do mercado a organização atende, ou sua utilidade para os clientes”. Segundo o Sebrae, a missão “é uma declaração sobre o que a organização é. Define seu propósito, finalidade de sua existência, motivo pela qual foi criada. Diz sobre onde ela está. É a identidade da empresa”. O Sebrae (2015) também traz algumas perguntas a serem respondidas que facilitam a identificação na missão, são elas: - Qual a razão da nossa existência? Qual o nosso propósito? - O que é que a microempresa tem de único ou distinto? - Que diferenças terão o nosso negócio daqui a três ou cinco anos? - Quem são ou deveriam ser os nossos principais clientes ou segmentos de mercado? - Quais são os nossos principais produtos? E quais serão? - Quais são ou deveriam ser as nossas principais preocupações econômicas? - Quais são as nossas prioridades? 3.6.3.2 Visão A visão de uma forma geral deve dizer, de forma clara e objetiva, onde a empresa pretende chegar, qual seu sonho, para onde à empresa vai. A visão está diretamente ligada com a missão da organização, pois só pode ser estabelecida após o entendimento da missão. Para Oliveira (2007, p. 65), a visão é conceituada como os limites que os proprietários e principais executivos da empresa conseguem enxergar dentro de um período de tempo mais longo e uma abordagem mais ampla. Ainda de acordo com o autor, a visão proporciona o grande delineamento do planejamento estratégico a ser desenvolvido e implementado pela empresa. A visão representa o que a empresa quer ser. Ainda de acordo com Oliveira (2007, p.67), para se estabelecer a visão de um negócio é necessário se fazer algumas perguntas, tais como: O que queremos ser? 57 Qual a força que nos impulsiona para esta nova situação? Quais são nossos valores básicos? O que sabemos fazer de melhor e nos diferencia perante as empresas concorrentes? Quais são as barreiras que podem surgir nesse processo evolutivo e de mudanças? Quais as expectativas do mercado que estaremos atendendo? Como conseguiremos a plena adesão de todos os funcionários, executivos e proprietários da empresa nesse processo evolutivo? A outra vertente da diretriz organizacional de sua empresa é a visão organizacional. A visão é onde a sua empresa quer estar no futuro e funciona como efeito motivador, pois, em sincronia com a missão de sua empresa, cria um ambiente propício ao surgimento de novas ideias. (LIMA 2006). O Sebrae (2015) também traz um conceito de visão e como podemos definir a visão do nosso negócio. Segundo o SEBRAE (2015), a visão “é o futuro para a organização, o que a empresa deseja alcançar. Ao determinar a visão, é necessário ter em mente como queremos que essa seja vista e reconhecida. Diz respeito aonde a empresa deseja chegar”. 3.6.3.3 Valores Para Oliveira (2007, p. 67), valores representam o conjunto dos princípios e crenças fundamentais de uma empresa, bem como fornecem sustentação para tomadas as suas principais decisões. Ainda segundo o autor, os valores devem ter forte interação com as questões éticas e morais da empresa. E, se estes valores forem efetivamente verdadeiros, servem, também, de sustentação da vantagem competitiva da empresa. Segundo Guedes (2013), temos quatro diretrizes a serem seguidos para definir os valores da organização: 1. Seus valores não precisam ser iguais aos de nenhuma outra organização. Conforme o autor coloca, o mercado é movido pela inovação e nesse aspecto não é diferente. Não podemos pegar valores, culturas de outras organizações e copiar essas definições. 58 2. Eles devem servir para direcionar a SUA empresa, não serem colocados em um quadro ou em uma apresentação para clientes. Os valores devem estar não somente em um quadro na parede, mas sim de forma que seja relevante para a organização. 3. O número 3 é a chave da memória. Não se deve definir muitos valores para a organização, pois será difícil de memorizar e trabalhar em todos eles. Segundo o autor não devem passar de 3, a sua empresa não precisa mais que isso, provavelmente os outros valores já fazem parte e são reforçados no dia a dia sem necessidade de estarem definidos neste pilar estratégico. 4. Lembramos do que é diferente, do que nos impacta. Esqueça as palavras comuns. Se conseguir construir os valores de uma forma impactante, que se relacione a forma de comunicação da empresa, você estará bons passos à frente. (GUEDES 2013). 3.6.4 Objetivos Organizacionais Os objetivos são as metas, baseadas na missão e na visão, para as quais a sua empresa vai direcionar todos os seus esforços, ou seja, são os resultados que sua empresa quer atingir. (LIMA 2006). De acordo com o autor Samuel Certo (1993), “os objetivos fornecem o fundamento para o planejamento, organização, motivação e controle. Sem objetivos e sua comunicação efetiva, a empresa pode tomar qualquer direção”. De modo amplo, Chiavenato (2004), diz: o objetivo básico de toda organização é atender às suas próprias necessidades e, ao mesmo tempo, atender às necessidades da sociedade por meio da produção de bens ou serviços, pelos quais recebe uma compensação monetária. (CHIAVENATO, 2004, p. 97) Para Kanaane (1999, p. 46), “objetivos organizacionais representam tendências e perspectivas a serem atingidas em determinado período de tempo”. Ele define objetivo em três níveis: Objetivos filosóficos: representam a missão da organização, e são de natureza abrangente; 59 Objetivos específicos: referem-se aos respectivos segmentos, produtos, mercado, clientes. São de natureza periódica e buscam atender à demanda situacional; Objetivos operacionais: refere-se às ações concretas, desenvolvidas num período determinado e visam atingir os objetivos filosóficos. Tem-se então a rede de objetivos que se estendem aos departamentos, divisões, seções e setores organizacionais. Para Sobral e Peci (2013, p. 202), os objetivos “desempenham uma função importante no processo de planejamento porque é por meio de sua especificação adequada que os membros conseguem um senso de direção, antecipam estágios futuros desejados e se mobilizam para alcança-los”. Para isso, os autores ainda afirmam que os objetivos devem ser eficazes, atingindo as seguintes características: específicos; mensuráveis; desafiadores, porém alcançáveis; definidos no tempo; coerentes; e, hierarquizáveis. Para Kwasnicka (2004, pag. 212), uma das causas mais comuns do fracasso do planejamento é a falta de um conjunto de objetivos claramente definidos. Esses objetivos são muitas vezes confundidos com o método de trabalho. A organização deve ser orientada em torno da realização de objetivos por ela definidos. A definição dos objetivos é função básica da administração, pois eles são ingredientes que dão significado à organização e a razão pela qual ela se forma. Mendonça (2008, p. 79), diz que: “objetivos são resultados quantitativos e qualitativos que a empresa precisa alcançar em prazo determinado, no contexto de seu ambiente, para cumprir seu negócio, sua missão e seus valores”. Ainda segundo Mendonça (2008, p. 79),: “os objetivos servem como diretrizes na tomada de decisões. Uma parte significativa do trabalho de qualquer administrador envolve a tomada de decisão. O administrador que sabe quais são os objetivos estabelecidos para a organização descobre que é mais fácil tomar decisões que garantam atingir os objetivos organizacionais”. Existem duas formas de se estabelecerem objetivos: de forma centralizada e descentralizada. A forma centralizada é de forma hierárquica, de forma que a orientação parte do topo da organização para a base. Porém, de acordo com ás mudanças ocorridas no decorrer do tempo, as organizações também passaram à 60 decidir seus objetivos de forma descentralizada, ou seja, envolvendo todos os membros da organização para sua definição. 3.6.5 Formulação das Estratégias A Formulação de Estratégias, segundo Certo e Peter (2010, p. 75), “implica determinar caminhos adequados para se alcançar objetivos. Isso inclui atividades como análise, planejamento e seleção de estratégias que aumentem as chances de a organização atingir suas metas”. No atual cenário de negócios observa-se as empresas competindo da mesma forma, com as mesmas ferramentas, sendo que a única forma de sobreviver é diferenciando-se dos demais (VASCONCELLOS; PAGNONCELLI, 2001). De acordo com Oliveira (2007, p. 198), para a formulação de estratégias, devem-se considerar, inicialmente, três aspectos: A empresa, com seus recursos, seus pontos fortes, fracos ou neutros, bem como sua missão, seus propósitos, objetivos, desafios e políticas; O ambiente, em sua constante mutação, com suas oportunidades e ameaças; A integração entre a empresa e seu ambiente visando à melhor adequação possível, estando inserida, neste aspecto, a amplitude de visão e a qualidade dos valores dos principais executivos e/ou proprietários da empresa. De acordo com Sobral e Peci (2013, pg. 211),: “com base na análise estratégica do ambiente e da organização, os administradores definem os novos objetivos estratégicos (revendo, se for o caso, a missão e a visão) e formulam novos métodos que assegurarão o alcance desses objetivos. Para isso, identificam e avaliam alternativas, selecionando os cursos de ação mais ajustados aos propósitos da organização. A formulação estratégica inclui a definição das estratégias corporativas (no caso das organizações com mais de uma unidade de negócio), das estratégias de negócio e das estratégias funcionais”. Existem diversos formas diferentes de se formular as estratégias das empresas. A seguir veremos os principais tipos de estratégias segundo alguns autores: 61 AUTOR ESTRATÉGIAS SIGNIFICADO Exploração de produtos tradicionais em mercados tradicionais Produtos tradicionais em novos Desenvolvimento de mercado mercados ANSOFF Produtos novos em mercados Desenvolvimento de produto tradicionais Novos produtos em novos Diversificação mercados Diferenciação Identidade forte do produto Baixo custo e baixo preço do PORTER Liderança do custo produto Foco Atuação em nichos de mercado Defesa Permanência no mesmo mercado Prospecção Busca de novas oportunidades MILES E SNOW Análise Atuação em dois tipos de mercado Reação Incapacidade de fazer ajustes Estabilidade Permanência no mesmo mercado CERTO Crescimento Busca de novas oportunidades Redução de despesas Eliminação de desperdícios Quadro 12: as principais estratégias das organizações, segundo diversos autores. Penetração no mercado Fonte: Maximiano (2004, pg. 179). Como visto, existem diversos modelos diferentes de formular as estratégias. Cada um pode ser aplicado de acordo com o que melhor se adequa à organização. Vê-se a seguir cada uma das estratégias de modo mais detalhado. A) Estratégias de Ansoff: - Penetração de mercado: como o próprio nome já traz, é a estratégia para entrar no mercado tradicional com produtos tradicionais também. - Desenvolvimento de mercado: explorar um mercado novo com produtos tradicionais. - Desenvolvimento de produto: é o contrário da estratégia de desenvolvimento de mercado, ou seja, se explora um mercado tradicional com um produto novo. - Diversificação: Tudo é novo. Se exploram novos mercados com novos produtos. B) Estratégias de Porter: - Diferenciação: é se diferenciar de alguma forma da concorrência. Demonstrar para o cliente que seu produto/serviço é melhor em determinado aspecto, e por esse motivo, deve ser escolhido entre os demais. 62 - Liderança do Custo: Ao contrário da estratégia de diferenciação em que se deve trazer algo de novo e cativante para se cliente, a estratégia de liderança de custo oferece o produto/serviço mais barato. - Foco: é a escolha de determinado nicho de mercado e trabalhar fortemente nele, explorando-o da melhor maneira possível, não sendo necessário assim, enfrentar todos os concorrentes. O foco pode ser determinado trabalhando em determinada região, determinado tipo de cliente, etc. C) Estratégias de Miles e Snow: - Comportamento defensivo: é especializado em algo e por esse motivo não procuram abranger em novos mercados, procurar novas oportunidades. Por esse motivo, não buscam novas tecnologias. - Comportamento prospectivo: ao contrário da estratégia de comportamento defensivo, a de comportamento prospectivo está sempre à procura de novas oportunidades. Foco na inovação de produtos e mercados, por esse motivo podem ser ineficientes. - Comportamento analítico: característico de empresas que atuam em dois mercados – estável e em processo de mudança. No mercado estável essas empresas atuam de forma rotineira, já no mercado em mudança, procura acompanhar e adotar as inovações introduzidas pela concorrência. - Comportamento de reação: onde as empresas agem de acordo com a pressão imposta pelo mercado. Fora isso, as empresas continuam como está, sem adotar nenhum tipo de mudança, nenhum tipo de estratégia. D) Estratégias de Certo: - Estratégia da estabilidade: basicamente igual ao comportamento defensivo Miles e Snow, a estratégia de estabilidade também possui o foco muito estreito e relutam em atuar em situações diferentes das que estão acostumadas e procurar novas oportunidades. Muitas vezes, esta estratégia é necessária, devido ao ramo em que a empresa atua não crescer e não apresentar oportunidades. - Estratégia do crescimento: também é como a estratégia de comportamento prospectivo de Miles e Snow, pois procuram por novas oportunidades de mercado e por isso criam desafios e incertezas para as demais empresas. O crescimento pode ser alcançado através de outras estratégias como: compra de concorrentes, ingresso em outros ramos de negócios, etc. 63 - Estratégias de redução de despesas: é adotada quando a organização está ameaçada e sua eficiência é comprometida. 3.6.6 Implementação das Estratégias O planejamento estratégico não deve ser considerado apenas como uma afirmação das aspirações da empresa, pois inclui também o que deve ser feito para transformar estas aspirações em realidade, ou seja, faz parte dele o seu processo de implementação (OLIVEIRA, 2004). O autor Oliveira (2004, p. 264), define a implementação, como o controle e a avaliação, com a constatação de “como a empresa está indo”. Já os autores Bossidy e Charan (2002, p. 29), asseguram que a execução do planejamento estratégico é: “um processo sistemático de discussão exaustiva dos comos e porquês, levando adiante o que foi decidido e assegurando que as pessoas terão sua responsabilidade específica pela execução”. Whittington (2002), diz que as estratégias, por mais que sejam bem selecionadas, falharão se não tiver uma adequada implementação. Os autores Bossidy e Charan (2005), defendem que a maior causa do fracasso das empresas, é a incapacidade destas de executarem suas ideias e estratégias, pois falta disciplina para criar, promover e executar um sistema integrado, que envolva as pessoas, a estratégia e as operações da organização. Certo e Peter (1993), sugerem um modelo de cinco estágios para o processo de implementação da estratégia: Determinar quanto a organização terá de mudar a fim de implementar a estratégia; Analisar as estruturas formais e informais da organização; Analisar a “cultura” da organização; Selecionar uma abordagem apropriada para implementar a estratégia; e Implementar a estratégia e avaliar os resultados. Kwasnicka (2004, p. 216), afirma que a implementação é o “detalhamento das decisões, para torná-las compreensíveis e executáveis aos demais participantes de organização”. Ainda segundo a autora, a implementação deve: 64 Decidir sobre o conjunto de políticas administrativas ou diretrizes que a empresa adotará nas áreas de marketing, produção, pessoal e finanças. Políticas, de forma geral, dizem respeito a “como” a empresa atingirá seus objetivos e metas. Elaboração de programas nas áreas como vendas, produção, compras, treinamento, etc. Esses programas são bem mais detalhados e serão elaborados tendo como guias as políticas já estabelecidas. Sistemas administrativos operacionais as atividades programadas para execução são, na maior parte das vezes, executadas por sistemas operacionais. Planejar a forma operacional desses sistemas significa principalmente decidir sobre um procedimento ou rotina segundo o qual o sistema funcionará. Portanto, ao planejar um sistema operacional, estaremos decidindo sobre como as atividades programadas serão executadas a um nível de detalhe bastante grande. Planejamento de recursos: a necessidade de recursos humanos, materiais, instalações e equipamentos financeiros para a consecução dos objetivos é basicamente estabelecida pela atividade de programação. Ao realizarmos a atividade de programação, estabelecemos as necessidades de recursos. Com base nelas, decidiremos sobre a forma de obtê-los e aloca-los. Estrutura organizacional: a estrutura organizacional é também um meio para alcançar objetivos e metas, e necessita ser planejada. Ao planejar a estrutura, estaremos decidindo sobre divisão de trabalho e, principalmente, sobre a alocação de responsabilidade e autoridade para a tomada de decisão entre os participantes da organização. Os autores Sobral e Peci (2013, pg. 211), afirmam que: “para garantir que as estratégias sejam implementadas com eficácia e eficiência, os gestores devem acompanhar a execução do plano estratégico, direcionando os recursos da organização para o alcance dos objetivos estratégicos previamente estabelecidos. A estratégia deve ser apoiada por decisões referentes à estrutura organizacional, à cultura organizacional, aos sistemas de recompensas, aos estilos de liderança, entre outros”. Ainda para Sobral e Peci (2013, pg. 211),: “deve também ser acompanhada de investimentos em novas tecnologias ou equipamentos, de forma a assegurar que a organização possua os 65 meios necessários para implementá-la. É também fundamental comunicar e divulgar a estratégia a todos os membros organizacionais a fim de garantir seu apoio e comprometimento”. Ainda de acordo com os autores, a implementação é uma das etapas mais difíceis do processo e engloba a execução de um conjunto de tarefas e ações gerenciais com o objetivo de colocar a estratégia em prática. Pois, sem uma adequada implementação, a formulação estratégica pode se tornar apenas boa intenção. Uma das formas de implementação de estratégias é fazendo uso de algumas ferramentas, tais como o 5W2H. A ferramenta 5w2h é muito utilizada quando se pretende implantar ou planejar um processo ou procedimento, permitindo entender e definir o processo após a resposta de sete perguntas. Segundo Guerreiro (2012, pag. 49), as sete perguntas são: - What (O quê?): a ação ou meta. - Who (Quem?): é a pessoa responsável por executar a ação. - When (Quando?): é o prazo limite para executar a ação. - Where (Onde?): é o local onde se executa a ação. - Why (Por quê?): justificativa da ação. - How (Como?): é o método para desenvolver a ação. - How much (Quanto?): quantificação dos recursos envolvidos. A ferramenta 5W2H atua como suporte no processo estratégico, pois conforme Meira (2003), esta permite, de uma forma simples, garantir que as informações básicas e mais fundamentais sejam claramente definidas e as ações propostas sejam minuciosas, porém simplificadas. Para Werkema (1995), a ferramenta 5W2H permite estabelecer um plano de ação, no qual se resume a um conjunto de contramedidas com objetivo de bloquear as causas fundamentais. O levantamento de necessidades e de recursos são os marcos iniciais na organização de um treinamento. Marras (2000, p.155), afirma que “é elo da organização entre as políticas, diretrizes e ações formais e informais que regem as relações organizacionais enquanto indicadores da cultura empresarial e seus agentes multiplicadores e inativos que compõe essa sociedade”. 66 Ou seja, o 5H2H é uma ferramenta utilizada para acompanhar um plano de ação diagnosticar um problema e planejar soluções. 3.6.7 Controle Controle, de acordo com alguns autores, significa ter domínio sob determinada coisa ou processo, para outros autores, controle é o acompanhamento de alguma tarefa, algum processo que deve ser conduzido a ser realizado da melhor forma possível e corrigindo os que já iniciaram e estão com alguma divergência em relação aos objetivos da empresa. Segundo Certo e Peter (1993, p.196), controlar “significa monitorar, avaliar e melhorar as diversas atividades que ocorrem dentro de uma organização”. Ou seja, primeiro as tarefas, atividades ou processos são analisados e observados como são feitos, depois as mesmas atividades são avaliadas com o porquê estão sendo feitas desta maneira e se isso realmente está trazendo benefícios para organização. Caso isso não esteja ocorrendo às mesmas devem ser melhoradas e reestruturadas seja pelo tempo decorrido para fazê-la, seja pelo gasto que traz, etc. Portanto, o controle também deve estar atrelado aos objetivos da organização. De encontro a isto, Oliveira (2004, p. 265), ensina que: “a função do controle e avaliação é acompanhar a atuação do sistema, por meio da comparação entre as situações alcançadas e as presumidas, especialmente, quanto a seus objetivos e desafios, e da avaliação das estratégias e políticas seguidas pela empresa, ou seja, tem como função “assegurar que o desempenho real possibilite o alcance dos padrões que foram, anteriormente, estabelecidos”. O autor Ackoff (1982, p.88), ainda complementa que: “controle trata-se da avaliação das decisões depois que foram implantadas. Envolve a previsão do resultado de uma decisão, comparando-o com o resultado real, e toma uma medida corretiva quando há um desvio”. Ou seja, além de analisar como certa atividade está sendo realizada o controle têm por função corrigir aquelas que estão tomando um curso diferente. Para Sobral e Peci (2013, p. 212), o controle é a etapa final do processo de administração estratégica. Nesta fase, os administradores buscam monitorar a implementação da estratégia, avaliando se o desempenho da organização corresponde aos objetivos estratégicos estabelecidos e tomando 67 medidas corretivas sempre que existirem desvios significativos. O sistema de controle estratégico deve incluir indicadores de desempenho, um sistema de informação e mecanismos para monitorar o progresso. Os autores Andujar, Mendonça e Oliveira (2008, p. 85), corroboram com esta mesma afirmação ao citarem que “o controle é um atributo que possibilita à organização o alcance de seus objetivos, ao viabilizar, por exemplo, o cumprimento dos padrões de conduta das atividades. Além disso, auxilia a promover ajustes quando há desvios organizacionais. Através dele, as organizações procuram garantir que as atividades planejadas sejam efetivamente operacionalizadas”. De acordo com Kwasnicka (2004 p. 274), controle é “o esforço sistemático de estabelecer padrões de desempenho, estabelecer sistemas de informação comparar o atual desempenho com padrões determinados e medir o grau de significância dos desvios apresentados, tomando ações corretivas para assegurar que a empresa possa atingir seu grau de eficiência quanto aos objetivos definidos no planejamento”. Mas o que é necessário e por que é necessário desempenhar o controle nas organizações? Para Oliveira (2004, p. 266 e 267), a função controle e avaliação num processo de planejamento estratégico têm algumas finalidades, são elas: 1) identificar problemas, falhas e erros que se transformam em desvios do planejado, com a finalidade de corrigi-los e de evitar sua reincidência; 2) fazer com que os resultados obtidos com a realização das operações estejam, tanto quanto possível, próximos dos resultados esperados e possibilitem o alcance dos objetivos estabelecidos; 3) verificar se as estratégias empresariais estão proporcionando os resultados esperados, dentro das situações existentes e previstas; e 4) proporcionar informações gerenciais periódicas, para que seja rápida a intervenção no desempenho do processo. O controle também é importante por ajudar os administradores. Para os autores Sobral e Peci (2013, p. 360), o controle ajuda a monitorar as mudanças ambientais que afetam a organização em seu percurso e a sugerir mudanças que permitam alcançar os resultados desejados. Para melhor desempenho do controle sem que haja brechas para as falhas em nenhuma área da empresa, Chiavenatto (2008, pg. 88), afirma que é possível trabalhar com o controle divido em três dimensões: o controle estratégico, o controle 68 tático e o controle operacional. A figura a seguir exemplifica com clareza a divisão de controle: Quadro 13: Controle por nível hierárquico Fonte: Elaborado pela acadêmica, adaptado de Sobral e Peci (2013, p.363). Entende-se então que o controle por nível estratégico serve para monitorar o desempenho da organização por cada nível, acompanhando as mudanças externas, e ajustando o que ainda não está de acordo com os objetivos da empresa. O autor Mendonça (ET AL, 2008, pg. 88), define esses controles como: controle estratégico; controle tático; e controle Operacional. O controle estratégico caracteriza-se pela visão geral da organização que o controle oferece, são exemplos de controle estratégico os demonstrativos financeiros, contábeis, orçamentários, entre outros. Para Oliveira (2007, p. 265), o controle estratégico envolve decisões do tipo: Alteração dos objetivos estabelecidos em função de alterações ambientais, com reflexos em oportunidades ou ameaças para a empresa; Alteração de estratégias e políticas estabelecidas, porque as ações estão sendo malconduzidas; e 69 Revisão do diagnóstico estratégico, para melhor adequação da empresa a seu ambiente. Para Gomes e Salas (2001, p. 23), “o controle estratégico é aquele que está orientado à manutenção e à melhoria contínua da posição competitiva da empresa”. O controle tático analisa-se cada unidade organizacional como um departamento em particular, ou cada conjunto de recursos isoladamente o que proporciona maior detalhamento, direcionando-o para o médio prazo. Neste nível, os controles utilizados podem ser a supervisão, os relatórios e as técnicas estatísticas, entre outras. Para Oliveira (2007, p. 265), esse controle pode envolver decisões do tipo: Alteração da alocação de recursos numa área funcional da empresa, por exemplo, marketing, para melhor alcançar os objetivos da empresa; e Revisão dos sistemas de informações entre as grandes áreas para melhorar a eficácia da empresa. O controle operacional direciona-se para o curto prazo sendo detalhado e analítico. Esse tipo de controle enfoca cada atividade ou operação em particular, envolvendo diretamente os supervisores em alguns momentos. Temos como exemplo as linhas de montagem, os quadros de produtividade, entre outros. Para Oliveira (2007, p. 265), algumas decisões podem ser: Revisão do quadro de pessoal; Alteração do sistema de controle de vendedores; Alteração dos relatórios de análise de custos; e Determinação do processo de controle de qualidade de produção. Existe também o controle de desempenho de uma atividade ou processo organizacional, que pode ser realizado antes que a atividade comece, enquanto a atividade decorre ou depois que a atividade estiver terminada. Estes controles são chamados de: controle preventivo, controle simultâneo e o controle posterior, conforme figura a seguir: 70 Quadro 14: Tipos de Controle Fonte: Elaborado pela acadêmica, adaptado de Sobral e Peci (2013, p. 364). O controle preventivo consiste na antecipação dos problemas que poderão ocorrer, em vez de resolvê-los posteriormente, depois que acontecerem. Ou seja, é o controle proativo, fazendo com que a empresa evite passar por problemas em suas atividades. Exemplo: inspeção de peças automotivas, antes que as mesmas vão para linha de produção. O controle simultâneo monitora as atividades no momento em que estão sendo realizadas de acordo com os padrões que são exigidos. Esse é um mecanismo de controle reativo. Exemplo: supervisor verificando se os funcionários estão realizando as atividades de forma correta, se cometem algum erro, o supervisor o corrige. O controle posterior é aquele que avalia o desempenho de uma atividade após sua realização. Esse controle trata da causa dos desvios, e não o desvio propriamente dito. A avaliação de controle é feita em cima dos resultados atingidos, depois de terá em sido concluídos. Exemplo: pesquisa de satisfação de cliente após seu atendimento via chat ou call center. O autor Burris, apud Mendonça (ET AL, 2008, pg. 89), diz que o controle organizacional pode ainda ser entendido enquanto controle formal. O controle formal está relacionado com a hierarquia e as regras organizacionais centradas na estrutura de diferenciação, especialização das tarefas e mobilidade dos recursos humanos através dos critérios objetivos, ou seja, a forma burocrática de controle. Segundo Certo e Peter (1993), para obter sucesso no controle estratégico, a administração deve ter informações válidas e confiáveis que reflitam as diversas 71 medidas de desempenho organizacional. Sem confiabilidade nas informações, qualquer análise se tornará subjetiva. Portanto, o controle tem como função manter o sistema organizacional dentro de um padrão. Busca garantir à normalidade do sistema, identificando todo e qualquer desvio e permitindo sua rápida correção. Mas, para isto, requer o suprimento de informações contínuas sobre o próprio sistema e seu padrão de comportamento. (SOBRAL E PECI 2013, PAG. 361). 72 4 METODOLOGIA A metodologia significa o estudo do método. Segundo Gil (1999, p. 26), “pode-se definir método como o caminho para se chegar a determinado fim. E método científico como conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos adotados para atingir o conhecimento”. Portanto, para se chegar a determinado fim é necessário traçar o caminho para a pesquisa, analisando atentamente as suas etapas, investigando aquilo que lhe é proposto, adquirindo conhecimento através da investigação. A seguir serão apresentados os métodos utilizados para a realização da pesquisa. Lakatos e Marconi (2007, p. 83), complementam dizendo que “o método é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo – conhecimentos válidos e verdadeiros –, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando decisões do cientista”. 4.1 TIPOS DE PESQUISA A natureza da pesquisa realizada é aplicada, pois há interesse em aplicação na prática da teoria estudada na organização, a pesquisa aplicada é voltada para a solução de problemas. Além disso, o objetivo geral do trabalho sugere ações para a organização, como propor a utilização de ferramentas para a organização, que é a característica principal da pesquisa de natureza aplicada. Para Gil (1999), “a característica fundamental desse tipo de pesquisa é o interesse na aplicação imediata numa realidade circunstancial, utilização e consequências práticas dos conhecimentos”. Ou seja, é necessário analisar a realidade organizacional interpretá-la, depois então, sugerir possíveis melhorias para a empresa. Com relação a sua abordagem, a pesquisa é qualitativa, pois visa propor um planejamento estratégico para a empresa, analisando suas diretrizes organizacionais, verificando os fatores internos e externos, etc. É pesquisa qualitativa também pelo fato dos dados a serem coletados não serem mensuráveis. A pesquisa qualitativa dá liberdade ao pesquisador de interpretar de forma livre seu tema. Para Silva e Karkotli (2011, p. 10), a pesquisa qualitativa “considera que há 73 uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzida em números”. Portanto, a interpretação do pesquisador mediante os fatos que ocorrem na organização é algo que não é possível ser feito através dos números. Pode ser feita uma parte, mas não a pesquisa na sua forma total. Quanto aos seus objetivos, a pesquisa é exploratória, pois o tema estudado não é muito aprofundado, utilizando-se de vários aspectos. Gil (1994, p. 44), afirma que “as pesquisas exploratórias constituem a primeira etapa de uma investigação mais ampla”. Ainda segundo o autor, são desenvolvidas com o objetivo de proporcionar visão geral, de tipo aproximativo, acerca de determinado fato. Na pesquisa exploratória o tema é tratado sem muita profundidade, é abordado superficialmente, mas nem por isso é menos importante como pesquisa. Dentre os objetivos da pesquisa, temos por exemplo, sugerir estratégias para o aumento da competitividade, o que é de caráter qualitativo. Esta pesquisa pode também ser considerada descritiva, pois conforme Cervo, Bervian e Silva (2007, p. 61), “a pesquisa descritiva observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos (variáveis) sem manipulá-los [...] em síntese a pesquisa descritiva, em suas diversas formas, trabalha sobre dados ou fatos colhidos da própria realidade”. Esta pesquisa do tema planejamento estratégico terá caráter descritivo, pois como foi visto acima a pesquisa será feita de forma imparcial e exploratório, uma vez que fora explorada teoria baseada em conceitos já existentes, onde se procurou trazer estes conceitos para a realidade da organização. Os procedimentos técnicos utilizados na pesquisa são: pesquisa bibliográfica, pois foram utilizados vários livros e artigos publicados por diversos autores. Para Fachin (2005, p. 125), a pesquisa bibliográfica tem por finalidade conduzir o leitor a determinado assunto e proporcionar a produção e utilização das informações coletadas. Foi utilizada ainda pesquisa documental, pois foram coletados dados de documentos internos da organização. Para Silva e Karkotli (2011, p.12), os documentos são “localizados no interior de órgãos públicos ou privados, manuais, relatórios, balancetes e outros”. Pesquisa estudo de caso, por estar tratando da análise de uma unidade, no caso, uma organização. Segundo Silva e Karkotli (2011, p. 12), “o estudo de caso 74 pode abranger análise de exames de registros, observação de acontecimentos, entrevistas estruturadas e não estruturadas ou qualquer outra técnica de pesquisa”. Pesquisa de levantamento, pois serão coletadas informações com os membros da organização. Segundo Gil (1994, p. 76), as pesquisas de levantamento “se caracterizam pela interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer”. Ou seja, estuda-se um grupo de pessoas a fim de coletar informações do tema abordado, e depois a análise as informações coletadas. E por fim, pesquisa participante, pois houve interação entre o pesquisador e os membros da situação investigada e também permitiu que observação fosse feita no próprio momento em que ocorreram. 4.2 COLETA DE DADOS A coleta de dados para a pesquisa desenvolvida foi realizada por meio de material bibliográfico, através de livros e artigos científicos, e também através de informações institucionais coletadas com o gestor da empresa. Segundo Gil (1999, p. 50), “a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”. Também foi realizada entrevista com o proprietário/administrador da empresa. Na opinião de Gil (1994, p. 113), a entrevista é definida como “a técnica em que o investigador se apresenta frente ao investigado e lhe formula perguntas, com o objetivo de obtenção dos dados que interessam à organização”. A entrevista é uma técnica muito utilizada em pesquisas, pois além de coletar os dados das respostas dos entrevistados, analisa-se também seu comportamento, seus gestos e expressões. A entrevista realizada foi do tipo semi-estruturada, ou seja, permite maior liberdade do pesquisador, pois o mesmo pode alterar a ordem das questões e também incluir mais questões além das que estão pré-definidas no roteiro da entrevista. A entrevista foi realizada em 13 de novembro de 2015, suas questões tiveram como base os fatores que influenciam no ambiente interno e externo da empresa, de acordo com o autor Maximiano (2004), esses fatores de acordo com o autor são: no ambiente interno deve ser realizada a análise das áreas funcionais, 75 focalizando os pontos fortes e fracos dessas áreas. Ex: produção e operações, marketing e vendas, recursos humanos e finanças. Já no ambiente externo, os componentes que devem ser sempre considerados de acordo com o autor são: ramo de negócios, mudanças tecnológicas, ação e controle do governo, conjuntura econômica e sociedade. Também foram levantados na entrevista os aspectos das diretrizes organizacionais e as estratégias da empresa. A entrevista completa encontra-se no apêndice deste trabalho. Outra forma de coleta de dados utilizada foi à observação. Existem dois tipos de observação, a observação simples onde o pesquisador é alheio a comunidade e a observação participante, que é quando o pesquisador tem contato direto com o fenômeno observado, e expõe seu ponto de vista, ou seja, ele é parte da comunidade pesquisada. Essa última foi à utilizada na realização deste trabalho. 4.3 FORMAS DE ANÁLISE De acordo com os objetivos estabelecidos nesta pesquisa, à forma de análise dos dados coletados será feita de forma qualitativa, por meio da entrevista semiestruturada. Segundo Gil (1994, p. 166), “a análise tem como objetivo organizar e sumariar os dados de forma tal que possibilitem o fornecimento de respostas ao problema proposto para investigação”. A análise dos dados dá suporte à conclusão da pesquisa. Serão também analisados os dados documentais fornecidos pela empresa. Segundo Lakatos e Marconi (2007, p. 160), “mesmo com dados válidos, é a eficácia da análise e da interpretação que determinará o valor da pesquisa”. Através do cruzamento dos dados levantados, a entrevista e os referenciais teóricos a pesquisa terá sua análise completa e eficaz, e enriquecida com informações relevantes ao meio acadêmico. 76 5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS Essa é a parte final do projeto onde serão expostos os problemas encontrados na organização por meio de entrevista. Após a identificação dos problemas é realizada a análise SWOT, que tem por objetivo mostrar as forças e fraquezas no ambiente interno da organização, bem como oportunidades e ameaças no ambiente externo à organização. Concluída esta análise, posteriormente é feito um plano de ação com as possíveis soluções para os problemas, isso tudo na concepção da acadêmica. 5.1 APRESENTAÇÃO DOS PROBLEMAS ENCONTRADOS Nesta etapa serão apresentados os problemas encontrados na empresa Attento Corretora de Seguros com base na entrevista feito com o diretor/presidente da Organização. 5.1.1 Limitações na gestão da organização Uma das limitações dentro da organização é a defasagem em alguns setores, estratégicos para a organização, como a parte de marketing que hoje não tem nenhum colaborador responsável pela divulgação da marca, alimentando mídias sociais e site da empresa, atualmente esse processo de divulgação da marca é feito somente boca a boca, por meio das experiências positivas dos clientes com a organização. Esse processo feito de boca a boca é muito importante e bom para a empresa, porém pode ocorrer o inverso do desejado, uma experiência negativa de um cliente pode ser mais prejudicial do que o boca a boca com feedback positivo. Outro setor defasado é o setor comercial, onde tem apenas uma pessoa para manter e expandir a carteira de clientes, em um mercado competitivo como é o setor de seguros, cada vez mais os clientes estão tendo acesso diretamente a seguradora, é primordial então ter uma equipe completa e capacitada para manter os clientes e principalmente expandir a carteira de clientes. 77 Outro ponto que não está sendo considerado é a forma de atuação dos concorrentes, porém sabe a importância deste processo. A empresa está focada em finalizar o processo de reorganização dos procedimentos internos. A organização não tem um planejamento estratégico formalizado e especificado aos funcionários para a obtenção dos objetivos. Atualmente as metas são feitas conforme o surgimento das necessidades sem levar em consideração os objetivos inicialmente propostos pela organização. 5.2 APRESENTAÇÃO DE SOLUÇÕES E AÇÕES DE MELHORIAS Diante das informações obtidas através da organização Attento Corretora de Seguros LTDA., a autora elaborou um planejamento estratégico, apresentando os problemas, oportunidades, melhorias e indicadores para a empresa. 5.2.1 Proposta de Planejamento Estratégico para a Empresa Attento Corretora de Seguros LTDA. O objetivo principal desse trabalho é a formulação de um planejamento estratégico, para elaboração desse planejamento estratégico foi utilizado à metodologia dos autores Certo e Peter, apresentada no subitem 3.6.1 na pg. 43. As etapas desta metodologia são apresentadas conforme o quadro abaixo: Etapa 1 análise do ambiente ↓ Etapa 2: estabelecimento das diretrizes organizacionais ↓ Etapa 3: formulação das estratégias ↓ Etapa 4: implementação de estratégias ↓ Etapa 5: controle estratégico Quadro 15: Metodologia para implementação do planejamento estratégico. Fonte: elaborado pela acadêmica, 2015. 5.2.1.1 Análise do ambiente 78 Na análise do ambiente serão identificadas as forças, fraquezas, ameaças e oportunidades da empresa Attento Corretora de Seguros por meio da análise SWOT. A seguir, serão expostos os pontos que foram classificados como forças, fraquezas, oportunidades e ameaças para a empresa. AMBIENTE EXTERNO AMBIENTE INTERNO FORÇAS FRAQUEZAS * Funcionários motivados. * Quantidade de colaboradores menor * Pró-atividade. * Bom relacionamento com o cliente. que o necessário. * Sistema de trabalho eficiente. * Falta de análise da concorrência. * Falta de divulgação da marca. * Falta de planejamento estratégico. * Falta de treinamento. * Objetivos organizacionais mal definidos. OPORTUNIDADES AMEAÇAS * Mercado em crescimento. * Avanço tecnológico. * Avanço tecnológico. * Estilo de vida dos clientes. * Estilo de vida dos clientes. * Estratégia dos concorrentes. Quadro 16: Análise SWOT Fonte: Elaborado pela acadêmica, 2015. Para melhor entendimento dos fatores estabelecidos na análise do ambiente, a seguir será descrita a influência de cada um deles na organização. 5.2.1.1.1 Forças Funcionários motivados: a empresa conta com uma equipe motivada, interessada em aprender sempre mais e que conhece a rotina da empresa. Pró-atividade: Funcionários estão sempre prontos para atender o cliente na melhor forma possível e até antecipando as solicitações dos clientes com respostas mais rápidas. Bom relacionamento com o cliente: a organização está sempre em busca de trazer confiança e segurança ao cliente, procurando atender de forma imediata a solicitação dos clientes, suas necessidades. Quando isso não é possível, é 79 sempre feito o feedback imediato com os motivos de sua solicitação não ser atendida. Sistema de trabalho eficiente (sites das seguradoras): Sistema de trabalho fácil de manusear e atende todas as nossas necessidades de forma rápida e eficiente para a resposta de imediato ao cliente. 5.2.1.1.2 Fraquezas Quantidade de colaborados menor que a necessária: conforme abordado na entrevista com o proprietário, a quantidade de colaboradores na empresa não é suficiente, pois é preciso de um colaborador na área comercial para que seja possível expandir a carteira de clientes e consequentemente aumentar o lucro da empresa. Também se faz necessário um colaborador para a área de marketing, para a divulgação da marca através do site da organização e mídias sociais. Falta de divulgação da marca: como abordado anteriormente, o quadro de funcionários da empresa é insuficiente, o que traz como consequência a falta de divulgação da marca, o que traria novos clientes, por meio das mídias sociais de divulgação, sendo a marca divulgada então apenas por meio de indicação. Falta de análise da concorrência: como abordado na entrevista, a empresa atualmente está focada na reorganização dos processos internos, ou seja, a forma como faz suas atividades deixando a análise das estratégias dos concorrentes em segundo plano. Falta de planejamento estratégico: a organização não tem metas por setor com acompanhamento e análise de indicadores. Falta de treinamento: a organização não fornece treinamento para o colaborador, sazonalmente as seguradoras fazem treinamentos com os corretores e os funcionários participam desses treinamentos. Objetivos organizacionais mal definidos: Há uma definição dos objetivos na organização, porém seus funcionários não sabem qual é ele e assim não trabalham para alcançá-lo, pois o mesmo não se encontra claro para todos. 80 5.2.1.1.3 Oportunidades Mercado em crescimento: O mercado de seguros está crescendo, porém ainda tem muito a crescer. Atualmente esse mercado cresce cerca de 10% ao ano, o que é bom ainda mais levando em consideração a crise em que os demais setores se encontram. É importante então que o mesmo seja explorado. Avanço tecnológico: com o avanço da tecnologia, os clientes acabam obtendo mais informações sobre os benefícios de ter segurado seus patrimônios, o que facilita a abordagem para oferecer o produto ao cliente, pois o mesmo já conhece a necessidade de tê-lo. Além disso, o avanço tecnológico faz com que as seguradoras estejam sempre em busca de ferramentas (sites) mais rápidos e fáceis de trabalhar, o que traz benefícios para a corretora. Estilo de vida: pelo maior acesso a informação, as pessoas acabam se tornando mais responsáveis e conscientes das responsabilidades envolvendo terceiros. A preocupação não está somente ligada em proteger somente o que é seu, mas também o de terceiros. Dessa forma, o cliente tendo esta sensibilidade, é mais fácil para lhe oferecer o serviço. 5.2.1.1.4 Ameaças Avanço tecnológico: o avanço tecnológico ao mesmo tempo em que é uma oportunidade para a empresa alcançar mais clientes, também se torna uma ameaça, pois através dele, os clientes acabam criando um contato direto com as seguradoras, o que faz com que a serviço de uma corretora não seja mais necessário, retirando assim clientes potenciais e afetando diretamente no mercado. Estilo de vida: Assim como o estilo de vida pode ser uma oportunidade com aqueles que conhecem a necessidade de ter um seguro, pode tornar-se também uma ameaça se o público for aquele que não se preocupa em ter um seguro. Por exemplo, se olharmos para o mercado mais jovem, esse tipo de cliente acaba optando em gastar seu dinheiro com outros produtos/serviços 81 que fazer seguros contra terceiros que possa honrar a perda financeira de outro quando ele causa um acidente. Estratégia dos concorrentes: Como a empresa não realiza o estudo da estratégia dos concorrentes, ela não consegue se posicionar estrategicamente para criar uma vantagem competitiva perante os mesmos, que consequentemente irão invadir o mercado desejado. 5.2.1.2 Estabelecimento de diretrizes organizacionais As diretrizes organizacionais, conforme Certo e Peter, são as intenções sobre o que a organização quer ser, e onde quer chegar. A acadêmica avaliou as diretrizes organizacionais que haviam sido estabelecidas na empresa Attento Corretora de Seguros e verificou-se a necessidade de alteração de alguns pontos anteriores. A seguir serão apresentadas as diretrizes organizacionais elaboradas pela acadêmica, para a empresa Attento Corretora de Seguros. Missão criada pela Attento Corretora de Seguros: Atender os clientes com uma equipe motivada, constantemente treinada para ser eficiente e prestativa, em todas as horas que precisar. Proposta de Missão: Oferecer soluções no ramo de seguros com atendimento eficiente, prestativo em todas as horas que precisar. A missão foi alterada devida não apresentar em qual ramo a empresa atua. Para Oliveira (2007, p. 107), “a missão além de ser a razão de ser da empresa é também quando se determina o negócio da empresa, por que ela existe, ou, ainda, em que tipos de atividades a empresa deverá concentrar-se no futuro”. Visão criada pela Attento Corretora de Seguros: Ser eficiente e prestativa, mais do que uma corretora, uma empresa amiga do cliente. Proposta de visão: ser a corretora mais lembrada na questão qualidade e eficiência da região sul. A visão da empresa deve mostrar onde a empresa deve chegar qual seu sonho, como estará no futuro, e a visão anterior não remete essa mensagem. Para Oliveira (2007, p. 65), a visão é conceituada como os limites que os proprietários e principais executivos da empresa conseguem enxergar dentro de um período de tempo mais longo e uma abordagem mais ampla. 82 Valores criados pela Attento Corretora de Seguros: honestidade; trabalho em equipe; sede de crescer; excelência; reconhecimento; respeito; e comprometimento. Os valores criados pela Attento Corretora de Seguros devem permanecer os mesmos na concepção da acadêmica, pois a política da empresa obedece e segue esses valores dia-a-dia. A empresa Attento Corretora de Seguros já havia estabelecido missão, visão e valores conforme apresentado anteriormente, porém não havia definido seus objetivos organizacionais. Por esse motivo, estabeleceu-se os objetivos organizacionais descritos a seguir: Objetivo 1: aumentar a lucratividade da empresa em 50% ao ano. Objetivo 2: Expansão das vendas para os estados do RS e PR. Objetivo 3: Reduzir os custos em 5% ao ano Para alcance desses objetivos, é necessária a formulação de estratégias, conforme será descrito no item 5.2.1.3 a seguir. 5.2.1.3 Formulação das estratégias A formulação das estratégias consiste em projetar e selecionar estratégias a fim de realizar os objetivos organizacionais. Plano de Ação, objetivo 1: aumentar a lucratividade da empresa em 50% ao ano. Para o aumento da lucratividade da empresa Attento Corretora de Seguros é necessário formular as seguintes estratégias: Estratégia 1 - aumentar o número de seguros por cliente: existem muitos clientes da carteira da corretora que possuem apenas um seguro, o mais comum deles é o seguro de automóvel. Para melhorar a lucratividade da empresa, é necessário então que a carteira seja explorada, que haja uma expansão, oferecendo ao cliente outros tipos de produtos. Ex: O segurado possui o seguro auto, é possível então oferecer o seguro residencial, o seguro de vida, etc. Se o cliente possui o seguro empresarial, é possível oferecer o seguro de vida dos funcionários, seguro de equipamentos que ele utiliza na empresa e assim por diante. Meta: ter no mínimo duas modalidades de seguro por cliente. Prazo: Até final de 2016. 83 Estratégia 2 - aumentar o número de clientes: outra estratégia para o aumento da lucratividade é o aumento do número de clientes. Hoje a corretora atende aproximadamente 640 clientes, e deve explorar clientes potenciais. Para isso, é preciso trabalhar fortemente nas vendas, procurar parcerias com as seguradoras em que a corretora trabalha, buscando maior visibilidade do mercado expondo sua marca e seus serviços em eventos como feiras de automóveis, feiras de imóveis, etc. Realizando ações nas cidades em que há menor número de clientes, entregando material de divulgação. Fazendo contato com empresas da região, o que consequentemente trará o seguro da empresa, dos funcionários, dos bens dos funcionários, etc. Meta: Aumentar o número de clientes em 50%. Prazo: Até final de 2016. Estratégia 3 - aumentar o valor do prêmio líquido em 10% ao ano: o aumento do valor do prêmio líquido é essencial para o aumento da lucratividade da empresa. Isso por que quanto maior o valor do prêmio, maior o lucro da corretora. O prêmio líquido é o valor total do seguro sem a incidência do IOF, imposto sobre operação financeira. O aumento do valor do prêmio líquido pode ocorrer de duas formas: sendo à primeira aumentar o valor das coberturas e comissão trabalhadas na renovação do seguro dos clientes já existentes. A segunda forma de aumentar o prêmio líquido se dá através de promoções, que por consequência trará seguros novos. Esses seguros novos serão então direcionados às seguradoras que pagam à corretora comissionamento adicional em função do volume de prêmio líquido. Por exemplo, se a corretora atingiu à meta de R$10.000,00 de prêmio líquido para a seguradora X, a seguradora pagará então 2% do valor do prêmio alcançado à seguradora. Meta: Aumentar o número de total de clientes anuais para 705 clientes. Prazo: Até final de 2016. Plano de Ação, objetivo 2: expansão das vendas para os estados do RS e PR. Para a expansão das vendas para os demais estados da região sul, é necessária a formulação das seguintes estratégias: Estratégia 1 - criar um canal de vendas on-line: o canal de vendas on-line é uma forma de alcançar os clientes dos outros estados da região sul. É uma forma rápida e prática de prospectar os clientes dos outros estados, além de ser a forma menos arriscada se tratando de investimentos financeiros para a 84 empresa. Esse canal de vendas seria composto pelo site da empresa, nesse site estaria disponível um link onde o cliente pudesse informar seus dados, e também para qual bem gostaria que realizássemos a cotação do seguro. Outro modo de prospectar os clientes seria por meio de anúncios nas redes sociais, e-mails marketing, etc. de forma que fossem direcionados para o nosso sistema de cotação. Meta: Criar uma carteira de 100 clientes até o final de 2017. Prazo: Até final de 2017. Plano de Ação, objetivo 3: reduzir os custos em 5% ao ano. Para a redução dos custos em 5% ao ano, é necessário formular as seguintes estratégias: Estratégia 1 - encaminhar a documentação do seguro diretamente para o cliente: atualmente, todas as apólices de seguro vêm endereçadas para a corretora, o que faz com que à mesma tenha a responsabilidade de encaminhar a documentação via correios para seus clientes, gerando assim um custo desnecessário para a empresa, pois com esse serviço à mais a corretora gasta com envelopes, etiquetas, impressão e também com a postagem dos documentos via correios. A solução seria então enviar os documentos diretamente para o endereço de correspondência dos clientes e também encaminhar via e-mail, o que não geraria custos nem insatisfação ao cliente, que receberia a apólice e os documentos de cobrança dentro do prazo. Meta: Reduzir os custos de envios de apólices em 70%. Prazo: Até final de 2016. Estratégia 2 - contratação de uma estagiária no lugar de um funcionário efetivo: para a corretora hoje, não é vantajoso ter dois funcionários da área administrativa contratados, pois o custo é muito alto para empresa devido os encargos trabalhistas. Por esse motivo, para continuar atendendo a demanda dos seguros e minimizar os custos, a empresa deverá contratar um estagiário que desempenhe as mesmas atividades. Meta: Reduzir em 50% o valor do salário e impostos pagos a um funcionário. Prazo: Até final de 2016. 5.2.1.4 Implementação das estratégias 85 Essa etapa coloca em prática as estratégias formuladas na etapa anterior dentro da organização. Para implementar as estratégias pré-definidas na etapa anterior, a acadêmica elaborou então três planos de ação a fim de implementar três estratégias abordadas na etapa anterior, utilizando a metodologia do 5W2H. Cada estratégia escolhida faz parte de um dos objetivos organizacionais definidos no item 5.2.1.2. Para melhor compreensão destes dados, segue os quadros dos planos de ação. 86 Plano de Ação – Estratégia número 1, objetivo 1: Aumentar o número de seguros por cliente. Indicador Medidas ou Ações (o que) Quando Onde Quem Primeiro semestre de 2016. Na região onde já temos clientes (SC). Vendedor externo e proprietário. Razão, Porque, P/ quem Como (procedimento) 1 Oferecer seguros de outros ramos além dos que os clientes já compram. 2 Criar um produto combo auto + residência Primeiro semestre de 2016 Na empresa Para sensibilizar o cliente de que ao comprar mais de um produto Proprietário e Através de parceria com as ele terá vantagens adicionais. Pois auxiliar seguradoras para criação de um quanto maior a quantidade administrativo produto específico seguros, maior o desconto ou prazo para pagamento. 3 Criar um produto combo empresa + vida Primeiro semestre de 2016 Na empresa Proprietário e Obrigatoriedade do seguro de vida auxiliar dos funcionários de acordo com a administrativo convenção coletiva. EM ANDAMENTO Para deixar o mix da carteira de clientes equilibrada e consequentemente tornar a empresa mais lucrativa. REALIZADO Contatando os clientes através de ligações e e-mails. Através de parceria com as seguradoras para criação de um produto específico NÃO INICIADO Quadro 17: Plano de Ação, estratégia 1, objetivo 1 Fonte: Elaborado pela acadêmica, 2015 EM ATRASO Quanto (R$) Sem custo, já que a corretora já possui estrutura. A princípio sem custo, depende da negociação com as seguradoras A princípio sem custo, depende da negociação com as seguradoras Posição 87 Plano de Ação – Estratégia número 1, objetivo 2: canal de vendas on-line Indicador Medidas ou Ações (o que) 1 2 Criando um site com um link que direcione o cliente para preencher os dados para posteriormente ser realizada a cotação. Cadastros em mídias sociais Quando Onde Primeiro semestre 2017 Na empresa Já iniciado Quem Na empresa EM ANDAMENTO Razão, Porque, P/ quem Como (procedimento) Quanto (R$) Proprietário e empresa Para expandir a carteira de clientes Contratar uma empresa que de criação dos demais estados da região sul. desenvolva sites. de site. R$3.500,00 Proprietário Para aumentar a visibilidade da da empresa empresa no mercado. Sem custo, já que as mídias sociais são de livre acesso REALIZADO Criando contas nessas mídias sociais NÃO INICIADO Quadro 18: Plano de Ação, estratégia 1, objetivo 2 Fonte: Elaborado pela acadêmica, 2015. EM ATRASO Posição 88 Plano de Ação – Estratégia número 1, objetivo 3: encaminhar a documentação do seguro diretamente para o cliente Indicador Medidas ou Ações (o que) 1 2 3 Alterar os contratos da corretora com às seguradoras Envio de apólices por email Informar às seguradoras o endereço correto para serem enviadas as apólices dos seguros Quando Onde Quem Primeiro semestre de 2016 Na empresa Proprietário Já iniciado Na empresa Já iniciado Na região onde já temos clientes (SC) EM ANDAMENTO Razão, Porque, P/ quem Para que sejam alterados os endereços de destino da apólice Para que os clientes recebam a Auxiliar documentação de forma rápida, administrativo sem atrasos. Seguradora Para reduzir os custos de postagem nos correios e o tempo do colaborador. REALIZADO Como (procedimento) Entrando em contato com às através de e-mail Sem custo Cadastrando o e-mail do cliente no preenchimento da proposta de seguros no site da seguradora. Sem custo No momento em que realizar as cotações nos sites das seguradoras. Sem custo NÃO INICIADO Quadro 19: Plano de Ação, do Estratégia 1, objetivo 3 Fonte: Elaborado pela acadêmica, 2015 Quanto (R$) EM ATRASO Posição 89 5.2.1.5 Controle estratégico O controle estratégico serve para controlar e avaliar as etapas do planejamento estratégico, para melhorá-lo e principalmente para assegurar que seu funcionamento está ocorrendo de forma eficiente e eficaz. Como proposta de controle estratégico para a empresa Attento Corretora de Seguros Ltda, a acadêmica sugere que seja realizada primeiramente uma reunião dos colaboradores da empresa com o proprietário para exposição do planejamento estratégico, bem como os benefícios que ele trará para a empresa. Após sua implantação, a acadêmica sugere que seja realizado um controle mensal, feito por meio de relatórios, comparando como a empresa era no mês anterior à implantação em comparação com o mês corrente em que foi implantado o planejamento estratégico, e assim sucessivamente. Com a análise desse acompanhamento mensal, ao fim do ano, deverá ser realizada uma avaliação geral de todo o processo, considerando as dificuldades encontradas, se as estratégias dos objetivos foram alcançadas, se houve crescimento, enfim, como foi a evolução. Se todos os objetivos foram alcançados, deverá então ser feito um novo planejamento afim de traçar novos objetivos organizacionais e estratégias a serem cumpridas para o alcance do mesmo. É importante que a empresa esteja sempre ciente de que o mercado muda, as necessidades mudam, e consequentemente, os objetivos das empresas acompanham as mudanças e não devem ser ignorados. Conforme os planos de ação apresentados, a seguir estarão dispostas as tabelas de indicadores para cada estratégia apresentada no plano de ação. Esses indicadores servem como ferramenta de controle, para acompanhar se as estratégias estão sendo cumpridas. 90 Objetivo organizacional: Aumentar a lucratividade da empresa em 50% ao ano. Estratégia: Aumentar o número de seguros por cliente. Meta: Ter no mínimo duas modalidades de seguro por cliente Nome do indicador: Percentual de aumento do número de seguros por cliente Objetivo: verificar se os segurados estão comprando mais um tipo de seguro. Fórmula de cálculo: Lucro obtido atualmente + 50%. Periodicidade: Mensalmente Tendência: Quanto maior melhor Responsável: Vendedor e proprietário Tabela 1: indicador para estratégia de aumento do número de seguros por cliente. Fonte: Elaborado pela acadêmica, 2015 Objetivo organizacional: Expansão das vendas para os estados do RS e PR Estratégia: canal de vendas on-line Meta: Criar uma carteira de 100 clientes até o final de 2017. Nome do indicador: Percentual de expansão das vendas para RS e PR Objetivo: Verificar se as vendas estão ocorrendo nos estados do Rio Grande do Sul e Paraná. Fórmula de cálculo: Total de vendas + as vendas dos 100 clientes da meta Periodicidade: Mensalmente Tendência: Quanto maior melhor Responsável: Proprietário Tabela 2: indicador para estratégia do canal de vendas on-line. Fonte: Elaborado pela acadêmica, 2015 91 Objetivo organizacional: Reduzir os custos em 5% ao ano. Estratégia: Encaminhar a documentação do seguro diretamente para o cliente Meta: Reduzir os custos de envios de apólices em 70% Nome do indicador: Percentual de encaminhamento dos documentos Objetivo: Verificar se a documentação está sendo direcionada para o cliente. Fórmula de cálculo: (total de documentos enviados diretamente aos clientes/total de documentos emitidos) x 100% Periodicidade: Mensalmente Tendência: Quanto maior melhor Responsável: Proprietário e auxiliar administrativo Tabela 3: indicador para estratégia de encaminhar a documentação do seguro para o cliente. Fonte: Elaborado pela acadêmica, 2015 92 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Atualmente com a competitividade e mudança constante do mercado, as empresas precisam modificar o modo errôneo em que administram seus negócios. Para tanto, se faz necessário a importância de utilizar novas ferramentas, métodos e estratégia para garantir que as empresas sobrevivam à essa onda de mudanças que o mercado lhe traz. Uma destas ferramentas é o planejamento estratégico. A utilização do planejamento estratégico é o primeiro passo para que a empresa consiga atingir um resultado positivo. Isso por que o planejamento estratégico define objetivos, estratégias para o alcance destes objetivos, metas e prazos para o cumprimento das estratégias. Após a definição dessas estratégias as mesmas serão então implementadas e controladas para verificar se estão sendo realizadas de acordo com o que a empresa considera adequado. Portanto, o planejamento serve de guia para a empresa, auxiliando em seu desenvolvimento e fortalecimento para enfrentar o mercado. Diante disto, verificada a importância do planejamento estratégico dentro das organizações, se fez necessário então propor um planejamento estratégico para a empresa Attento Corretora de Seguros em São José – SC, que é o objetivo geral desta pesquisa. Para alcançar o objetivo geral da pesquisa, foi necessário então cumprir os seguintes objetivos específicos: verificar os fatores internos e externos da empresa, analisar as diretrizes organizacionais (missão, visão e valores), sugerir estratégias para o aumento da competitividade da empresa e propor ações e indicadores para a implementação e o controle destas estratégias. Para cumprir o primeiro objetivo específico, foi utilizada a ferramenta de análise SWOT que identifica forças e fraquezas no ambiente interno e oportunidades e ameaças no ambiente externo da empresa. Com a aplicação da ferramenta foi possível identificar as seguintes forças da empresa em estudo: funcionários motivados, pró atividade, bom relacionamento com o cliente, sistema de trabalho eficiente. Também foram identificadas as seguintes fraquezas: quantidade de colaboradores menor que a necessária, falta de divulgação da marca, falta de análise da concorrência, falta de planejamento 93 estratégico, falta de treinamento e objetivos organizacionais mal definidos. As oportunidades identificadas foram: mercado em crescimento, avanço tecnológico e estilo de vida. E finalmente, as ameaças identificadas foram: avanço tecnológico, estilo de vida e estratégia dos concorrentes. É necessário que esses pontos sejam trabalhados pela empresa de modo que ela se torne melhor, tanto para o proprietário quanto e principalmente para os clientes. Para o cumprimento do segundo objetivo específico, foram propostas novas diretrizes organizacionais à empresa, com o objetivo de que ela seja melhor vista pelos clientes, funcionários, pelo mercado. Concluiu-se que a missão, visão e valores são muito importantes por que um é criado com base no outro, e que todos ajudam no desenvolvimento da qualidade da empresa em si e do serviço oferecido pela empresa aos clientes. As diretrizes organizacionais norteiam as ações da empresa e sendo bem definidas, esclarecem a todos o objetivo da empresa. Para cumprir o terceiro objetivo específico foram elaboradas as estratégias para o alcance dos objetivos organizacionais. Os objetivos organizacionais definidos foram: objetivo 1: aumentar a lucratividade da empresa em 50% ao ano, objetivo 2: Expansão das vendas para os estados do RS e PR e objetivo 3: Reduzir os custos em 5% ao ano. Nesta etapa foi possível compreender a importância dos objetivos em uma organização, pois é através deles que a empresa consegue definir que resultados pretende alcançar, o que facilita na formulação das estratégias, que por sua vez, estão ligadas diretamente com os objetivos propostos. Com as estratégias definidas, foram desenvolvidos os planos de ação afim de facilitar a compreensão do que cada estratégia trará de benéfico para a empresa. As estratégias são o modo de como alcançar os objetivos. Compreende-se então que as estratégias determinam as mudanças que irão ocorrer nos processos internos da empresa em estudo, esperase que elas sejam aplicadas visando o melhor desempenho desta organização. Realizada as etapas anteriores, finalmente chegou-se ao cumprimento do último objetivo específico, estabelecendo indicadores para o controle do planejamento estratégico. Conclui-se que o processo de controle serve para o acompanhamento de todo o planejamento, possibilitando o monitoramento e correção das atividades desempenhadas, se necessário, para a empresa obter o resultado planejado, acompanhando o cumprimento das metas para as estratégias. 94 Por fim, conclui-se que as etapas para elaboração de proposta de planejamento estratégico para empresa Attento Corretora de seguros foram cumpridas no decorrer desta pesquisa e que é viável mesmo para uma micro e pequena empresa, adotar esse tipo de ferramenta de gestão. Tornando assim, a empresa preparada para as ameaças do mercado e tornando possível ainda, que a mesma possa usufruir das oportunidades do ambiente em que atua. 95 REFERÊNCIAS ACKOFF, R.L. Planejamento empresarial. São Paulo: Ed. LTC, 1982. ANSOFF, H. I. A nova estratégia empresarial. São Paulo: Atlas, 1990. ALDAY, Herman E. Contreras. O planejamento estratégico dentro do conceito de administração estratégica 2000. 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São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. 102 APÊNDICES ROTEIRO DE ENTREVISTA 1- Análise do ambiente externo A - Como a inflação, as taxas de juros e o desemprego afetam a empresa? B - Como está a expansão do setor? C – Quais são as tecnologias utilizadas pela organização e quanto o avança da tecnologia influencia na empresa? D - Como o estilo de vida da população afeta o negócio da empresa? 2 - Análise do ambiente interno A - O quadro funcional da organização é suficiente para elaboração das atividades ou há defasagem em algum setor? B - O sistema de trabalho traz todo o suporte necessário para fácil resolução dos problemas? C - A divulgação dos serviços da organização é feito por meio de boca a boca, site e mídias sociais, é o suficiente para organização alcançar um número bom de clientes? D - De que forma a organização avalia a forma de administração das concorrentes e como trabalha para ter uma vantagem competitiva perante elas? 3 – Diretrizes organizacionais A - Como é feito o treinamento e reciclagem dos funcionários para manter o bom nível de atendimento e eficiência? B - Na sua visão a organização trabalha de forma que os clientes tenham uma relação mais próxima e considere ela como uma amiga, você acha que essa visão está adequada? C - Os valores estabelecidos na organização agregam com os objetivos organizacionais? Como é feito a análise para saber se os valores estão sendo seguidos pelos funcionários e pela alta administração? D – A missão da empresa define o seu propósito atualmente? 4 – Objetivos organizacionais 103 A – Seus objetivos organizacionais estão de acordo com a missão, visão e valores? B - Qual a importância da implementação do planejamento estratégico para empresa? C - A empresa possui alguma estratégia competitiva? Se sim, qual? D - Quais os métodos de controle utilizados dentro da empresa? Como eles são desenvolvidos? E - Como você vê a empresa nos próximos anos? Quais os objetivos dela hoje para alcance dessa visão? F - A empresa tem estrutura para alcançar esses objetivos? G - Como você avalia os resultados da empresa? H – Os objetivos organizacionais estão bem definidos de modo que toda a organização compreenda e trabalhe para seu alcance? 104 GLOSSÁRIO Apólice: documento gerado após a efetivação da proposta de seguro, ou seja, o contrato propriamente dito do seguro adquirido. Cotação: processo de cálculo que irá determinar o valor do seguro. Inserção dos dados do cliente no site da seguradora para gerar o cálculo. Proposta: documento preliminar que dá garantia de cobertura do bem segurado até o processo de emissão da apólice, como o próprio nome diz, propõe o seguro ao cliente nas condições ali apresentadas. Prêmio líquido: valor cobrado pelas coberturas que compõem o seguro de forma geral, ou seja, é o valor das coberturas contratadas sem os impostos, nesse caso o IOF, imposto sobre operações financeiras. Ramo: o ramo é a atividade em que a empresa atua. No caso das seguradoras, elas podem atuar em diversos ramos como: empresarial, residencial, vida, etc. Seguradora: a seguradora é a empresa que garante ao segurado que as obrigações estabelecidas em contrato sejam cumpridas. Segurados: são aqueles que estão cobertos, protegidos no contrato. É por quem a seguradora assume a responsabilidade de determinado risco. Corretora: empresa que comercializa os seguros oferecidos pela seguradora, ou seja, é a ponte entre o cliente e as companhias de seguros. SUSEP: é a sigla que significa superintendência de seguros privados. É o órgão responsável pelo controle e fiscalização dos mercados de seguro.