Sociedade Brasileira de Química (SBQ) Incorporação de ácido cítrico e ácido tartárico na serragem e seu uso na remoção de Cu2+ Thallison O. Tavares1 (TM), Luiz F. Sales1 (TM), Fernando P. Sá1 (PQ), *Elaine A. Faria2 (PQ) [email protected] 1 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano - Câmpus Ceres Rod. 154 Km 03 - Cx. postal 51 Ceres-GO - 76.300-000 2 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiás - Câmpus Aparecida, Av. Universitária Vereador Vagner da Silva Ferreira, Qd-1, Lt 1-A – Parque Itatiaia. Aparecida de Goiânia-GO CEP: 74968-755 O desenvolvimento de novos processos ambientais para diminuir resíduos de efluentes tóxicos tem crescido muito nos últimos anos. Uma das grandes contribuições que podem ser realizadas a partir de um ponto de vista químico é o uso de novos materiais para degradar ou remover resíduos 1 de água . O emprego dos materiais naturais torna-se relevante, pois em alguns casos estes são considerados resíduos industriais, os quais em sua maioria representam, dependendo do volume produzido, um problema ambiental como é o caso da serragem. Nesta direção, este trabalho tem como principal objetivo a utilização da serragem modificada com ácido cítrico e ácido tartárico na remoção de contaminantes aquáticos. Resultados e Discussão A serragem foi fornecida pelas indústrias de móveis da região de Ceres. O processo de purificação foi feita via tratamento alcalino oxidativo2. Após a purificação o material foi dividido em duas partes iguais e acidificados com uma solução 1,2 mol/L de ácido cítrico e ácido tartárico, na proporção de 3 mL de solução por grama da serragem. A mistura agitada durante 30 min. e o líquido descartado. O sólido seco a uma temperatura de 55 ºC. Após 24 h, a temperatura será aumentada para 120 ºC e mantida durante 90 min. Após este procedimento os sólidos foram lavados com água deionizada repetidas vezes, e seca a 55 ºC, durante 24 h. Os espectros de infravermelho foram utilizados para caracterização dos grupos funcionais na cadeia polimérica do material (Figura 1a). Observa-se bandas características em 3400 cm-1 do O-H da -1 celulose, em 2900 cm de C-H da celulose, em -1 1740 cm de C=O da lignina, em 1400 cm-1 de C-H da lignina em ambos os espectros. As curvasTGs estão representadas na Figura 1b, e apresentam um comportamento similar com uma etapa de perda de massa. A estabilidade térmica diminui com a incorporação dos ácidos na serragem. A presença do ácido cítrico apresenta a menor estabilidade devido a maior quantidade de grupos carboxílicos, em relação ao ácido tartárico. As adsorções foram realizadas em batelada a 36a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química 25oC por 24 h, com os materiais e solução aquosa 2+ do Cu com concentrações diferentes, variando de zero a 3,0 mg/L. As leituras foram feitas por espectrometria de absorção atômica.( Figura 2). 100 A 80 B C perda de massa/% Introdução 60 40 20 E B A 0 300 4000 3500 3000 2500 2000 Comprimento de onda cm 1500 400 500 1000 600 700 800 900 T/K -1 a b Figura 1. a- Espectro FTIR: (A) serragem pura, (B) serragem com ácido tartárico, (C) serragem com ácido cítrico; b - Curva TG: (A) serragem pura, (B) serragem com ácido tartárico, (C) serragem com ácido cítrico. 3,5 3,0 2,5 2,0 -1 nf (mgL ) Palavras Chave: serragem, contaminantes, adsorção. 1,5 1,0 0,5 0,0 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 -1 concentração (mgL ) Figura 2. Curva de adsorção de Cu+2 com a serragem e ácido cítrico ■ e ácido tartárico ●. Conclusões As incorporações dos ácidos na serragem mostraram-se bastante eficientes na remoção do cobre. Observa-se uma maior adsorção para a incorporação com ácido cítrico devido a maior quantidade em grupos carboxílicos. Com estes resultados, temos uma nova utilização para o subproduto da indústria de móveis. Agradecimentos Os autores agradecem ao CNPq ____________________ 1 2 Prado, A. G. S. et al, J. Therm. Anal. Calorim. 2010, 99, 681. Sun, Y.; Cheng, J. Bioresource technology, 2002, 83, 1. 1000