FELIPE RIBEIRO Estudo da aplicação de transmissão continuamente variável (CVT) em geradores eólicos de médio porte Dissertação apresentada ao curso de Pósgraduação em Energia da Universidade Federal do ABC para a obtenção do título de Mestre. Área de concentração: Tecnologia, Engenharia e Modelagem. Orientador: Prof. Dr. Júlio Carlos Teixeira Co-orientador: Prof. Dr. João M. L. Moreira Santo André, 2010 Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Universidade Federal do ABC RIBEIRO, Felipe Estudo da aplicação de transmissão continuamente variável (CVT) em geradores eólicos de médio porte / Felipe Ribeiro — Santo André : Universidade Federal do ABC, 2010. 80 fls. il. 29 cm Orientador: Júlio Carlos Teixeira Co-orientador: João M. L. Moreira Dissertação (Mestrado) — Universidade Federal do ABC, Centro de Engenharia, Modelagem e Ciências Sociais Aplicadas, Energia, 2010. 1. Transmissão continuamente Variável - CVT 2. Energia Eólica 3. Gerador de indução I. TEIXEIRA, Júlio Carlos. II. MOREIRA, João M. L.. III. Centro de Engenharia, Modelagem e Ciências Sociais Aplicadas, Energia, 2010, IV. Título. CDD 621.45 DEDICATÓRIA À minha esposa Gislaine e à minha pequena Ana Júlia. Principais razões deste trabalho. AGRADECIMENTOS Agradeço à Universidade Federal do ABC e à Dýnamis pela grande oportunidade. Ao professor João pela condução inicial, sugestões e pelo apoio indispensável para conclusão deste trabalho. Agradeço ao meu orientador, Professor Júlio, pela acolhida, paciência, sugestões e críticas, e pelas conversas amistosas e ricas em ensinamentos, que quase sempre se estendiam além do seu expediente. A minha esposa e filha pela compreensão nos momentos em que precisei me ausentar À minha avó Isabel, padrinhos Eliete e Antônio e à minha mãe Teones pelo amor incondicional. Ao meu pai Ismael por compartilhar suas vivências e ao amigo Décio, pela ajuda nas dificuldades acadêmicas. À Universidade Federal do ABC pela bolsa concedida em parte deste trabalho. À força criadora que nos inspira e nos impulsiona a fazer as coisas sempre bem e melhor. Enfim, a todos que contribuíram de alguma forma neste empreendimento. RESUMO RIBEIRO, F Estudo da aplicação de transmissão continuamente variável (CVT) em geradores eólicos de médio porte. 2010. 80f. Dissertação – Universidade Federal do ABC, Santo André, 2010. A variação de velocidade do vento exige adaptação da turbina eólica com o objetivo de maximizar a energia disponibilizada para a conversão eletromecânica. A utilização de transmissão continuamente variável permite que, nessas condições, o gerador elétrico seja acoplado diretamente à rede elétrica de freqüência fixa. Neste trabalho, um aerogerador configurado com CVT e máquina de indução foram simulados em Matlab. Um vento foi modelado e um controle agindo na relação de transmissão foi implementado. Avaliou-se o ganho de energia desta configuração em relação a sistemas com transmissão fixa, bem como sua interligação a uma rede elétrica fraca. Os resultados deste trabalho mostram que com a estratégia de controle adotada obtém-se ganho de energia de 10% e comportamento estável da tensão, dentro de limites adequados para a rede elétrica. PALAVRAS CHAVE: CVT, Energia eólica, gerador de indução. ABSTRACT RIBEIRO, F Assessment of a continuously variable transmission (CVT) applied in medium scale wind turbines. 2010. 80f. Dissertação – Universidade Federal do ABC, Santo André, 2010 The variation of wind speed needs adaptation of the wind turbine in order to maximize the energy availability for the electro-mechanical conversion. The use of a continuously variable transmission, in these conditions, enables a fixed frequency grid electrical connection. A wind turbine equipped with CVT and an induction machine was simulated in Matlab. A wind model and PI controller acting on gear ration were implemented. The gain of energy of this model and the connection to a weak electrical grid were assessed. The results showed a gain of 10% in energy and a stable voltage behavior, in agreement with Brazilian net-connecting rules. Keywords: CVT, wind energy, induction generator LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1.1 - Desenho esquemático de um aerogerador 16 Figura 2.1 - Característica do Cp para diversas configurações de rotores 24 Figura 3.1 - Circuito equivalente por fase do motor de indução 27 Figura 4.1 - CVT de esferas Figura 4.2 - Posições típicas do eixo que controla a relação de velocidade de um CVT de esferas. Figura 5.1 - Vento modelado com velocidade média de 8m/s 32 Figura 6.1 - Diagrama de blocos do modelo de um gerador eólico com CVT 38 Figura 6.2 - Curva Cp vs lambda característica do aerogerador simulado 40 Figura 6.3 - Implementação do controlador no Matlab/Simulink Figura 6.4 - Diagrama de blocos do da transmissão continuamente variável implementado em Matlab Figura 6.5 - Curva de magnetização da máquina Figura 6.6 - Gerador de indução por equação de estados e rede implementados no Matlab/Simulink 41 Figura 7.1 - 50 Diagrama para determinação do tempo de resposta do sistema (τ) 33 36 42 41 47 Figura 7.2 - Tempos de resposta do sistema para diferentes ganhos PI Figura 7.3 - Gráfico comparativo do tempo de resposta de sistema configurado com modelo por fase e modelo por equações de estado. Figura 7.4 - Teste do controlador para perfil crescente de degraus de vento 50 Figura 7.5 - Teste do controlador para perfil decrescente de degraus de vento Figura 7.6 - Curva característica do vento acrescido de sinal com distribuição Weibull (em tracejado). Figura 7.7 - Gráfico comparativo da potência do rotor com variação de velocidade do vento em torno de 8m/s, em configuração com relação de transmissão fixa e variável Figura 7.8 - Tensão eficaz de linha em aerogerador configurado com CVT e sujeito a perfil de vento turbulento. Figura 7.9 - Corrente instantânea em aerogerador configurado com CVT e sujeito a perfil de vento turbulento Figura 7.10 - Erro, em rad/s, do controlador em aerogerador configurado com CVT e sujeito a perfil de vento turbulento.. Figura 7.11 - Relação de transmissão em aerogerador configurado com CVT e sujeito a perfil de vento turbulento. 53 51 52 54 55 56 56 57 57 LISTA DE SÍMBOLOS A: Área varrida pelas pás do rotor da turbina c1-6: Coeficientes característicos da turbina cp: Coeficiente de potência do rotor df: Intervalo entre duas frequências consecutivas e(t): Erro do controlador E: Energia cinética do vento ƒ: Freqüência elétrica da rede f0 Frequência de referência f1: Função de saturação f2: Função de limitação variacional fase(i): Fase da frequência “i” de vento Ff: Força magnetomotriz de campo; iCT: Relação de transmissão fixa iCVT: iCVT sat: Relação de transmissão do CVT Relação de transmissão do CVT considerando-se a sua limitação variacional e da relação. Relação de transmissão do CVT após a saturação Id: Corrente do eixo direto do estator (Ids) e do rotor (Idr); Iq: Corrente do eixo de quadratura do estator (Iqs) e do rotor (Iqr); ki: Ganho integrativo do controlador kp: Ganho proporcional do controlador Ll: Indutância de dispersão do estator (Lls) e do rotor (Llr); Lm Indutância mútua entre o estator e o rotor; m Massa de ar iCVT real: m p Vazão mássica de ar através da área A Pger Potência elétrica do gerador Pvento Potência disponível no vento R1,eq Resistência equivalente de estator R’2 Resistência de rotor referenciada ao estator rpá: Raio da superfície coberta pelo giro das pás do aerogerador S Escorregamento TCVT Torque do CVT Número de par de polos na máquina; Tel Torque eletromagnético do gerador Tel. rotor Torque eletromagnético do gerador sobre a turbina Tres Torque resultante Trotor Torque do rotor devido ao vento v, vy(t) Velocidade do vento V Velocidade média do vento V1,eq Tensão no estator, no circuito equivalente por fase do gerador de indução Vd Tensão do eixo direto do estator (Vds) e do rotor (Vdr); Vq Tensão do eixo de quadratura do estator (Vqs) e do rotor (Vqr); X1,eq Reatância equivalente de estator X’2 Reatância equivalente de rotor, referenciada ao estator Xm Reatância de magnetização da máquina z Altura de referência da torre β Ângulo de inclinação da pá (graus): adotado fixo e igual a zero; δrf Ângulo de carga do gerador λ Razão entre a velocidade de ponta de pá e a do vento Φr Fluxo resultante por polo no entreferro ρ Densidade do ar σ Desvio padrão da velocidade do vento τ Constante de tempo do sistema ωCVT Velocidade angular do CVT ωger Velocidade angular do rotor da maquina elétrica ωótimo Velocidade angular de maior eficiência do rotor ωref Velocidade angular de referência ωrotor Velocidade angular do rotor da turbina eólica ωs Velocidade angular do campo girante ωse Freqüência angular síncrona elétrica SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 13 1.1. Objetivos 15 1.2. Geração Eólica 15 1.3. Competitividade da geração eólica 20 2. POTÊNCIA EÓLICA DISPONÍVEL 2.1. Potência eólica utilizável 22 3. MÁQUINAS ELÉTRICAS PARA CONVERSÃO DE ENERGIA EÓLICA 3.1. Máquinas elétricas de indução 26 26 23 3.2. Máquinas elétricas síncronas 29 3.3. Considerações sobre a máquina escolhida 31 4. SISTEMA DE TRANSMISSÃO CONTINUAMENTE VARIÁVEL 32 5. MODELOS PARA VELOCIDADE DE VENTO 5.1. Modelos para a turbulência do vento 34 34 6. MODELAGEM MATEMÁTICA E COMPUTACIONAL DO AEROGERADOR 6.1. Rotor 37 6.1.1 Parte Aerodinâmica 38 38 6.1.2 Parte Mecânica 40 6.2. Controlador 41 6.3. Sistema de transmissão continuamente variável 42 6.4. Gerador elétrico 43 6.4.1 Modelo por fase 44 6.4.2 Modelo de equações de estado 45 6.5. Rede elétrica 7. SIMULAÇÕES 47 49 7.1 Ajustes e validação do controle 49 7.2. Comparação do ganho de energia em configuração com o CVT 54 7.3. Análise de transitórios elétricos 56 8. CONCLUSÃO 58 9. PERSPECTIVAS DE TRABALHOS FUTUROS 59 REFERÊNCIAS 60 APÊNDICE: Relatório do Matlab relativo ao modelo utilizado 63 13 1. INTRODUÇÃO A energia eólica é considerada limpa e renovável no sentido de que uma vez instalado o aerogerador, durante a operação, não existe emissão de resíduos, sólidos, líquidos ou gasosos e não se requer qualquer outro insumo que não o vento. A energia eólica produz energia sem a emissão de gases do efeito estufa ou outros resíduos tóxicos. Os únicos impactos ambientais durante a operação são: o ruído, perturbação visual na paisagem e perturbação da biodiversidade da área. Estes impactos podem ser importantes em algumas regiões e devem ser minimizados pela escolha de locais apropriados. Entre as vantagens da energia eólica pode-se destacar o tempo entre planejamento e instalação de um parque eólico que é da ordem de meses, entretanto, hoje, o tempo de entrega de turbinas eólicas é de aproximadamente dois anos, devido a grande demanda existente. Também não há custo de combustível que possa reduzir a taxa de retorno do investimento ao longo do tempo. Estimativas de balanço de energia, considerando o ciclo de vida, mostram que a energia para a instalação dos geradores eólicos e disposição final após o tempo de operação de 20 anos pode ser recuperado em cerca de um ano. A razão entre a energia produzida e a energia consumida para a geração é bastante elevada e varia entre 20 e 40. (HAYMAN; HEINEN; BRONDSTED, 2008). A principal desvantagem dos geradores eólicos é girar de acordo com a velocidade do vento disponível. Os sistemas atuais de distribuição de eletricidade não têm capacidade de armazenar a energia gerada para fornecê-la quando há demanda. A geração eólica deve ser uma fonte complementar ou ser combinada com outras fontes para compensar a baixa geração até que sejam desenvolvidos sistemas de armazenamento de eletricidade de alta capacidade em condições comerciais. A energia eólica também requer um sistema de distribuição de eletricidade que é diferente daquele baseado em grandes centrais de geração de energia. Outra dificuldade é que o custo de geração eólica ainda não é competitivo, de forma que subsídios e incentivos são necessários para viabilizá-la. No Brasil o PROINFA1 possibilitou a instalação de alguns parques eólicos a partir de incentivos e garantia de preço mínimo pela energia gerada. A geração eólica deve ser empregada nos locais onde os mapas eólicos mostram condições adequadas. A energia eólica tem uma participação ainda pequena no mundo, mas está crescendo rapidamente. Entre 1996 e 2009 sua participação cresceu de 0,1% para 2% da 1 Abreviação para Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia 14 geração elétrica mundial. A taxa de crescimento de energia elétrica eólica tem sido muito significativa, cerca de 29 % ao ano. Em 2009, no mundo, atingiu-se a capacidade eólica instalada de 159 GW com os parques eólicos distribuídos da seguinte forma: Europa com 47 %; Américas e Ásia empatadas em 25,1% e juntas África e Austrália com 2 %. Os principais parques eólicos encontram-se nos EUA, China, Alemanha, Espanha e Índia. (WORLD WIND ENERGY ASSOCIATION, 2010) O maior fornecedor de turbinas eólicas é a Dinamarca, com 35% do mercado mundial, seguido pelos EUA, Espanha e Alemanha, com 15 % cada, e Índia, com 8 % do mercado mundial. (HAYMAN; HEINEN; BRONDSTED, 2008). O Brasil possui potencial eólico ainda subutilizado. Pequenos geradores elétricos podem auxiliar na captação de energia cinética do vento disponível em várias localidades brasileiras. Nestes equipamentos, para a maior absorção da potência disponível no vento, é necessário que a velocidade de rotação do rotor varie em função da velocidade do vento. (CARLIN et al., 2001). Para isso, os sistemas eólicos devem ser capazes de compatibilizar a freqüência variável ditada pelo vento, com a freqüência típica da rede. Uma das alternativas para desvincular a frequência da rede e da turbina é a utilização de uma transmissão continuamente variável (CVT)2. A sua aplicação em geradores eólicos é motivada essencialmente pelo aumento da faixa de rotação do rotor aerodinâmico, permitindo que opere em velocidade de eficiência mais elevada. A aplicação do CVT a geradores de velocidade variável surge como alternativa econômica aos sistemas eletrônicos de potência para equipamentos de pequeno e médio porte. A possibilidade de incorporar os geradores de indução de gaiola de esquilo, conhecidos pelo seu baixo custo e alta confiabilidade, torna esta configuração ainda mais atraente economicamente. Nos trabalhos de HARO (2007), MANGIALARD (1995), MARTENS e ALBERS (2003) e VERDONSCHOT (2009) são avaliadas configurações distintas de transmissões continuamente variáveis frente aos equipamentos de velocidade fixa, em termos de captura de energia e carregamentos estruturais. Em DARROW (2009) e REX (2009) é desenvolvido modelo para estudos de controladores para maximizar a potência capturada e reduzir carregamentos. 2 Sigla em inglês para Continuously Variable Transmission 15 No presente estudo, um gerador eólico de 100 kW configurado com uma transmissão continuamente variável e um motor de indução trifásico do tipo gaiola de esquilo foram modelados matematicamente para avaliação de simulação na interface Simulink do MATLAB®. No modelo, foram avaliados os efeitos dos transitórios de vento e elétricos em configuração conectada à rede. 1.1. Objetivos O trabalho apresentou os seguintes objetivos: Estudar o comportamento de um gerador eólico de médio porte equipado com um sistema de transmissão continuamente variável e um gerador elétrico de indução de gaiola; Desenvolver um modelo matemático para simulação do sistema eólico com auxílio da plataforma Simulink ® do Software MATLAB®; Desenvolver um sistema de controle para o CVT; Analisar os efeitos de transitórios de vento em configurações conectadas a redes elétricas. 1.2. Geração eólica Há várias configurações de geradores eólicos, a mais comum é aquela com três pás montadas em um plano vertical e com eixo de rotação horizontal. As pás são normalmente construídas de fibras poliméricas reforçadas com o objetivo de reduzir o peso do conjunto e fornecer boa resistência estrutural. Um sistema automático de controle deve permitir guinar o gerador para que este sempre receba o vento frontalmente. Há também projetos de geradores eólicos com eixos verticais, mas são pouco comuns. Esses geradores apresentam eficiências de coleta de energia menores e cargas estruturais mais complexas sobre sua estrutura. A instalação de geradores eólicos é feita normalmente em grandes altitudes. Os ventos tendem a ser mais intensos e estáveis em níveis mais elevados do solo devido ao menor efeito perturbador do relevo da região 16 Uma tendência atual é instalar geradores no mar a certa distância da praia (geradores offshore) para aproveitar os ventos mais intensos nestas regiões. Parques eólicos offshore apresentam as vantagens de permitir utilizar áreas muito extensas e que apresentam menores impactos ambientais que instalações em terra. A localização geralmente remota destes parques reduz o impacto visual negativo. Nestes tipos de parques as maiores dificuldades são: fundação do aerogerador, que pode ser fixada no fundo do mar ou instalada em plataformas flutuantes, semelhantes às de extração de petróleo e gás, e o ambiente corrosivo marinho, que impõe requisitos adicionais para todo o sistema eólico. O tamanho das unidades geradoras eólicas tem crescido constantemente devido a fatores de economia de escala. A potência média de turbinas eólicas vendidas pela empresa WTG da Dinamarca em 2006 era de 1,4 MW, enquanto que em 2001 era de 0,9 MW. Atualmente tem aumentado a participação de turbinas eólicas com potência maior e há algumas que podem gerar até 6 MW com pás de até 126 m. (HAYMAN, B.; HEINEN, J. W; BRONDSTED, 2008). Na Figura 1.1 são mostrados os principais componentes de um gerador eólico de eixo vertical: nacele, torre, pás, cubo, eixo principal, caixa de engrenagem, gerador, anemômetro e anemoscópio e sistema de controle. Figura 1.1 – Desenho esquemático de um aerogerador, adaptado de (WEKKEN; KEMA, 2006) 17 Nacele Abriga os componentes principais do aerogerador protegendo-os contra intempéries como chuva, vento, poeira e radiação solar. Geralmente possui base metálica (chassi) onde são montados os componentes mancal do eixo, caixa de engrenagens e gerador. Sua cobertura geralmente é feita em fibra de vidro e pode ser grande o suficiente para acomodar uma pessoa para eventual manutenção. Torre Estrutura que posiciona o conjunto nacele-rotor em altura adequada para captação do recurso eólico (DUTRA, 2009). Junto com a fundação provê suporte estrutural para o conjunto. São conhecidas algumas configurações: Tubular – aplicadas geralmente em geradores de grande porte, é constituída por seções cônicas metálicas aparafusadas; Treliçada – constituída por perfis metálicos soldados. Em relação à configuração tubular apresenta significativa redução de material, implicando em conseqüente redução de custo, porém a aparência é a desvantagem principal. O impacto visual do sistema é a razão que justifica a não adoção desta configuração nos aerogeradores modernos; Haste estaiada – configuração utilizada em aerogeradores de pequeno porte. Apresenta como vantagens baixo peso e custo. O estaiamento pode ser realizado por cabos ou barras metálicas; Híbrida – torres construídas combinando as configurações mencionadas anteriormente. A escolha da altura da torre está diretamente ligada a fatores como custo por metro, o quanto o vento varia e sua disponibilidade acima do solo e o custo da energia adicional que pode ser conseguida (DANISH WIND INDUSTRY ASSOCIATION, 2008) Pás Estruturas aerodinâmicas responsáveis pela transformação da energia cinética do vento em energia rotacional no eixo do gerador. Pode apresentar formas e configurações distintas bem como, construtivamente, utilizar os mais variados materiais. Os compostos sintéticos, madeira e metais são os mais promissores. As principais características destas configurações são descritas a seguir: Compostos sintéticos – Os mais empregados nas pás são os compostos poliméricos ou plásticos reforçados com fibra de vidro, em razão da sua robustez, resistência à fadiga, facilidade de moldagem, baixo custo relativo e leveza. Os plásticos reforçados com 18 fibra de carbono, do ponto de vista das propriedades mecânicas, constituem a melhor opção, no entanto o seu custo elevado os torna pouco competitivos (CASTRO, 2007); Madeira – Como vantagem apresenta baixo peso relativo, no entanto é necessário cuidado em relação ao teor de umidade interna, influenciando negativamente as propriedades mecânicas do material (BARROS; VARELLA, 2008). Normalmente a madeira é utilizada na construção de pás com até 5 metros de comprimento, porém técnicas avançadas de fabricação de materiais compósitos de madeira laminada permitem sua utilização em pás com dimensões de até 40 metros. (CASTRO, 2007); Metais – Os aços estruturais apresentam custo relativamente baixo no mercado interno de alguns países e existe bastante experiência na sua utilização em estruturas aeronáuticas de todos os tamanhos. Por ser denso, acarreta aumento de peso e custo de toda a estrutura de suporte. Vários fabricantes operam com ligas de alumínio com propriedades mecânicas melhoradas, porém com a desvantagem da deterioração rápida da resistência à fadiga (BARROS, 2008; CASTRO, 2007) Cubo O cubo é o componente estrutural onde são acoplados o eixo principal e as pás. É responsável por transmitir as forças aerodinâmicas geradas na pá em torque no eixo principal. Em razão da grande magnitude dos esforços aos quais é submetido, assim como o seu formato complicado, geralmente são fabricados em ferro fundido ou alumínio, quando em equipamentos de pequeno porte (ANCONA; VEIG, 2001). Seu tamanho e complexidade também estão relacionados à utilização de sistemas acessórios de controle de passo. Eixo Principal O eixo principal é responsável pela transmissão do torque gerado pelo rotor para caixa de engrenagens. Geralmente é fabricado em aço submetido a tratamentos térmicos para melhora das suas propriedades mecânicas. Caixa de Engrenagens Também conhecida como caixa multiplicadora, tem como função aumentar velocidade de rotação fornecida pelo rotor, tornando viável o aproveitamento pelo gerador elétrico. Recebem classificação de acordo com a disposição das engrenagens que a compõe. Nos geradores eólicos são comumente observadas as de eixo paralelo e planetárias. 19 Em razão da magnitude das cargas suportadas, seus componentes devem possuir elevadas propriedades mecânicas, que devido aos materiais empregados e processos envolvidos, traduz-se em uma estrutura custosa e pesada. Como alternativa, alguns fabricantes utilizam o conceito “direct drive” com geradores quem operam em baixa velocidade de rotação, permitindo o acoplamento direto do eixo principal. Gerador O gerador é o elemento que converte a energia mecânica de rotação do eixo em energia elétrica. Normalmente são utilizados dois tipos básicos de geradores, os assíncronos e os síncronos. Os geradores assíncronos, ou por indução, requerem manutenção mínima, tem vida longa em operação e custo reduzido. No entanto a parcela reativa necessária para excitá-lo caracteriza um dos problemas principais, devendo ser tratada por sistemas auxiliares. (BARROS; VARELLA, 2008, CASTRO, 2007; WEKKEN; KEMA, 2006). Os geradores síncronos ou alternadores são empregados em grande parte dos sistemas de energia de médio e grande porte atualmente. Possuem alta eficiência, podendo ser ligados diretamente à rede, desde que mantida velocidade de rotação constante. Neste sistema a frequência fornecida depende intrinsecamente da constância da velocidade de rotação, podendo apresentar problemas de instabilidade caso essa relação não seja mantida. O conceito CSCF do inglês “Constant Speed, Constant Frequency” vem sendo substituído pelo VSCF, “Variable Speed, Constant Frequency”. Nele não é necessário controle rígido da velocidade de rotação, permitindo maior aproveitamento do potencial disponível. De modo geral os geradores que trabalham com este conceito derivam dos geradores síncronos e assíncronos, porém com auxílio de eletrônica embarcada, podendo citar o DFIG, “Doubly Fed Induction Generator” e “Direct Drive Synchronous Generator”. (WEKKEN; KEMA, 2006). Anemômetro e Anemoscópio Fornecem dados do vento como velocidade (anemômetro) e direção (anemoscópio), pertinentes ao controle de passo e de guinada (BARROS; VARELLA, 2008). Controlador Monitora continuamente o funcionamento do aerogerador, controla os mecanismos atuadores de controle de passo e de guinada. No caso de falha de algum item para o bom 20 funcionamento do sistema, atua para minimizar os problemas (BARROS; VARELLA, 2008). Os principais itens de controle são: controle pela variação do passo da pá e da guinada da nacele. O controle de passo é o sistema ativo que geralmente necessita de informações vindas do controlador do sistema. Quando a potência nominal do gerador é ultrapassada por aumento da velocidade do vento, as pás giram em torno do seu eixo longitudinal, diminuindo as forças aerodinâmicas atuantes e, consequentemente, a extração de potência. Assim, para todas as velocidades de vento superiores à nominal, o ângulo é escolhido para permitir apenas a geração da potência nominal (DUTRA, 2009). Como vantagem pode-se citar: diminuição das cargas impostas por ventos em velocidade superior à nominal, resultando em estrutura menos robusta e mais leve; alcance da potência nominal mesmo sob condições de baixa massa específica do ar. As principais desvantagens são: aumento da complexidade do sistema, a maior complexidade do cubo do rotor e maior suscetibilidade à falha em razão da maior quantidade de peças móveis e de dispositivos. Este tipo de controle possui um preço ainda muito elevado para aplicações de baixa e média potência. Um enfoque alternativo é usar pás com controle de passo fixo, reduzindo o custo e a complexidade de fabricação do cubo, em conjunto com geradores de rotação constante. Neste caso, a pá é projetada para perder sua eficiência aerodinâmica nas condições de velocidade de vento que excedam a nominal. A vantagem deste sistema é a simplicidade e baixo custo (ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION, 2008) O controle de guinada nos aerogeradores com vento à montante é utilizado para manter o rotor alinhado com a direção do vento mesmo que esta varie. Este sistema é acionado por atuadores comandados pelo controlador, que por sua vez monitora a direção do vento com auxílio do anemoscópio. Nos equipamento com vento a jusante este mecanismo é dispensado, pois o próprio vento direciona o rotor. Freio Um disco de freio que pode ser acionado por dispositivos mecânicos, elétricos, ou hidráulicos para parar o rotor em emergências. 1.3. Competitividade da geração eólica A implantação de projetos de energia eólica, assim como de outras fontes alternativas de energia renovável, depende de incentivos econômicos e decisões políticas. Um importante fator de crescimento da energia eólica na Europa foi a decisão política de aumentar a 21 participação da energia renovável no continente europeu para até 21 % em 2010. O principal incentivo utilizado foi o estabelecimento de tarifas subsidiadas por meio de isenções fiscais para projetos eólicos. De forma semelhante, o governo brasileiro estabeleceu o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (PROINFA) na Lei nº 10.438 de 26 de abril de 2002 para incentivar o uso de fontes renováveis para geração elétrica. A energia eólica, uma das alternativas renováveis consideradas, é abundante na maior parte do país. Vários estudos foram feitos para se conhecer o potencial eólico no Brasil, e em particular para estados do sul e do nordeste. Vários projetos eólicos foram implantados pelo PROINFA. 22 2. POTÊNCIA EÓLICA DISPONÍVEL Os geradores eólicos são dispositivos que convertem a energia cinética do fluxo de ar que passa pela área varrida pela pá em torque mecânico no eixo do rotor. Com o auxílio de um gerador elétrico, este torque é transformado em energia elétrica. A potência gerada por um gerador eólico pode ser determinada a partir da taxa de variação da energia cinética do vento, E, E 1 2 mv 2 (1) com m igual à massa de ar e v, à velocidade do vento. A potência disponível no vento para condições de velocidade de vento constante é dada pela equação 2. Pvento dE 1 2 dm 1 2 v v m dt 2 dt 2 (2) m é a vazão mássica de ar m Av (3) onde ρ é a densidade do ar (kg/m³) e A é a área varrida pelas pás do gerador eólico (m²). Substituindo a Eq. 3 na Eq. 2 temos para a potência eólica disponível. Pvento 1 Av 3 2 (4) Observa-se que a velocidade influencia de forma significativa a potência útil em razão da sua relação cúbica. Esta grandeza depende das características do local, assim como a densidade do ar. Outra forma de maximizar a captação da energia eólica é aumentar a área varrida pelas pás do aerogerador, o que é obtido com o aumento do raio da pá. No desenvolvimento dos aerogeradores, há uma tendência deste aumento. Observam-se equipamentos que chegam a raios de pás de mais de 50 m e tem como um dos fatores limitantes o dimensionamento de estrutura de suporte adequada. (SPERA, 2007; STREINER et al., 2007) 23 2.1. Potência eólica utilizável A potência disponível no fluxo de ar não pode ser convertida totalmente em potência mecânica no eixo do rotor. Se a conversão fosse total a velocidade do vento logo após a passagem pelo plano das pás seria nula, estagnando o escoamento de ar. Na realidade, ocorre uma diminuição da velocidade do vento depois do rotor, com parte da energia cinética do vento extraída pelo sistema eólico (COUTINHO, 2008). A relação entre a potência extraída e a potência disponível no vento é dada pelo coeficiente de potência, Cp. O valor máximo teórico para esta relação é denominado limite de Betz (CASTRO, 2007) C p C PBetz 16 0,59 27 (5) O limite de Betz determina teoricamente que, em condições ideais, apenas 59% da energia cinética do vento é convertida em torque no eixo do rotor. A partir da relação (6) temos que a potência que efetivamente pode ser extraída pelo rotor, a potência útil. Putil 1 C p AV 03 . 2 (6) O Cp é função das características geométricas e aerodinâmicas do rotor, da velocidade do vento e velocidade de rotação das pás do aerogerador. Normalmente as curvas de Cp são apresentadas em função da razão λ entre a velocidade periférica da ponta da pá e a velocidade do escoamento: rotor rpá v (7) com: ωrotor: velocidade angular das pás do aerogerador (rad/s) rpá: raio da superfície coberta pelo giro das pás do aerogerador (m) v: velocidade do vento (m/s) A Figura 2.1 apresenta as características típicas do Cp para configurações distintas de aerogeradores. Nela observa-se que, para cada velocidade de vento, existe uma velocidade de rotação do aerogerador para a qual o Cp é máximo. Caso o aerogerador opere com a velocidade do rotor fixa, existirá apenas uma velocidade do vento em que o Cp é máximo. 24 Nas outras velocidades, a conversão da energia cinética do vento ocorre com menos eficiência, produzindo inclusive vibrações. Ainda na figura 2.1, observa-se que turbinas eólicas de eixo horizontal tipicamente utilizada em parques eólicos, com duas ou três pás, λ apresenta valores na faixa entre 7 e 10 (CARLIN et al., 2001). Figura 2.1 – Característica do Cp para diversas configurações de rotores, adaptado de Hau, (2005). Como a velocidade do vento é variável, para maior aproveitamento do recurso eólico, ou seja, operação com lambda em que o Cp é máximo, é importante que a velocidade do rotor da turbina eólica varie de acordo com a velocidade do vento. Na maioria dos casos, a velocidade de rotação de turbinas eólicas varia de 20 a 50 rpm e a velocidade de rotação dos eixos das máquinas de conversão de energia mecânica em energia elétrica (geradores elétricos) varia de 1000 a 3000 rpm. Portanto, é necessária uma caixa de transmissão de multiplicação de rotação entre a turbina eólica e o gerador elétrico. Em grandes turbinas, é comum o controle do ângulo da pá que altera consideravelmente a curva do Cp. Entretanto, para pequenos geradores, o custo do sistema de controle dificulta sua utilização. 25 Para a conversão de energia eólica em eletricidade com o máximo aproveitamento possível, é necessário que o gerador elétrico seja compatível com as condições de vento da região. Na próxima seção descrevem-se com mais detalhes os principais tipos de máquinas para a conversão de energia eólica em elétrica. 26 3. MÁQUINAS ELÉTRICAS NA CONVERSÃO EÓLICA Os principais tipos de máquinas elétricas com aplicação em geradores eólicos atuais são as trifásicas de indução e as síncronas (WEKKEN; KEMA, 2006). Neste item discutiremos os princípios de funcionamento destas duas tecnologias, destacando suas características quando aplicadas a sistemas de geração eólica. Na abordagem das máquinas de indução, não discutiremos as máquinas com número de polos variáveis. Apesar da aplicação em muitos equipamentos eólicos, a característica de funcionamento é semelhante à de uma máquina de indução de gaiola de esquilo comum, diferindo apenas pela adição de um conjunto de enrolamentos no estator, que em função do chaveamento são acionados para obter maior rendimento em faixas discretas de velocidade. 3.1 Máquinas elétricas de indução As máquinas de indução são as mais difundidas dentre as máquinas elétricas, devido a sua robustez e baixo custo, apresentando aplicações residenciais e industriais. Nestes equipamentos, (FITZGERALD, 2005), quando o enrolamento do estator é energizado por uma fonte de alimentação trifásica e equilibrada, é gerado um campo magnético rotativo com velocidade dada pela equação 8. Esta rotação é a rotação síncrona do campo girante da máquina. s 2 60 f p (rad/s) (8) Onde: ωs: velocidade angular síncrona do campo magnético rotativo ƒ: freqüência elétrica (Hz); p: número total de pares de polos Em máquinas de indução, quando operando como motor, o rotor gira em rotação ligeiramente inferior à rotação síncrona. O movimento relativo deste campo induz nos condutores rotóricos uma força eletromotriz que produz correntes de acordo com os parâmetros construtivos do rotor (GUSSOW, 2005) (HAU, 2005). A corrente nos condutores do rotor produz um campo magnético, e a interação deste, com o campo magnético do estator resulta em conjugado agindo na máquina. 27 A diferença entre a velocidade do rotor e do campo do estator é conhecida como escorregamento (S). Este parâmetro usualmente é expresso como fração da velocidade síncrona e pode ser obtido pela equação: S s ger s (9) Onde: S: escorregamento; ωs: velocidade angular síncrona do campo girante; ωger: velocidade angular do rotor. Desta forma a velocidade mecânica do rotor pode ser definida por: ger s (1 s ) (10) Na operação de uma máquina de indução como gerador, observa-se que o escorregamento é negativo. O conjugado, numa máquina de indução depende da intensidade da interação entre o campo do estator e do rotor e das relações de fase entre eles. Estes valores podem ser obtidos por meio do circuito equivalente por fase do motor de indução indicado na figura 3.1. Figura 3.1 - Circuito equivalente por fase do motor de indução, adaptado de Fitzgerald, (2006). A partir deste circuito por fase (figura 3.1), Fitzgerald (2006) deduz a equação 11 para cálculo de torque da máquina elétrica em regime. 28 2 3V1eq R' 2 / S 1 Tel s R1eq ( R ' 2 / S ) 2 X 1,eq X ' 2 2 (11) Onde: V1eq tensão sobre a reatância Xm, para I2 =0; R1eq resistência de estator; R’2 resistência de rotor referida; X1eq reatância de dispersão do estator; X’2 reatância de dispersão do rotor referida; Xm reatância de magnetização da máquina. Nas máquinas do tipo gaiola de esquilo, as características da curva de torque e escorregamento não podem ser alteradas tendo em vista que não é possível controlar as impedâncias elétricas do circuito do rotor durante o funcionamento, salvo configurações específicas com dupla gaiola e barras profundas. Assim, o projeto do rotor deve ser feito de forma a permitir que a máquina possua a faixa de variação de velocidade desejada. Outro parâmetro associado à resistência rotórica é o rendimento da máquina: quanto maior a resistência, menor o rendimento, pois parte das perdas é devida às perdas joule nos condutores rotóricos. Desta forma, na configuração de gerador de indução com rotor em gaiola de esquilo, a máquina possui um compromisso entre o rendimento elevado, desejado para os geradores, e a ampla faixa de variação de velocidade desejada para aplicações eólicas. A possibilidade de acesso ao rotor conferida na máquina de indução com rotor bobinado permite a variação dos parâmetros rotóricos e, consequentemente, o comportamento da curva torque x velocidade. Nesta configuração os terminais do rotor estão conectados a anéis coletores que, em contato com escovas de carvão, montadas na parte estacionária do motor, disponibilizam a conexão dos terminais ao meio externo. Em meados de 1990, a fabricante dinamarquesa de aerogeradores Vestas desenvolveu um sistema de variação do escorregamento chamado Optslip®, no qual a variação da resistência é realizada por um controlador óptico montado no eixo do rotor. Este sistema dispensa a utilização dos custosos anéis deslizantes que demandam escovas e manutenção. Tipicamente, obtém-se escorregamento de 0 a 10% da velocidade síncrona. (ACKERMAN, 2005). 29 Outro sistema utilizado em geração eólica que aproveita o acesso aos enrolamentos do rotor é o DFIG, “Doubly Fed Induction Generator”. Nele, o estator é alimentado com a tensão da rede e o rotor com a tensão do conversor. A freqüência das tensões geradas pelo rotor é a soma da frequência do eixo da máquina com a da tensão do conversor. (HAU, 2005, ACKERMAN, 2005) Este tipo de gerador reúne as vantagens dos geradores síncronos e assíncronos, permitindo correção do fator de potência e desacoplamento da potência ativa e reativa por controlar independentemente a corrente do rotor, podendo também operar sem a magnetização da rede. Outra característica interessante é que apenas parte da potência elétrica (“S” vezes a potência que flui pelo estator) flui no circuito do rotor, o que reduz os custos relacionados ao dimensionamento e perda de potência no inversor. O dimensionamento deste componente está relacionado à faixa de velocidade de escorregamento, apresentando custos, volume e peso maiores para as maiores faixas de operação. 3.2 Máquinas elétricas síncronas Num motor síncrono, assim como num motor de indução, o enrolamento do estator é alimentado com tensão em corrente alternada produzindo um campo magnético rotativo. Ao contrário do motor de indução, o campo magnético do rotor é gerado por uma fonte externa de corrente contínua, ou por meio de ímãs. A velocidade de rotação mecânica de um motor síncrono é igual à velocidade síncrona do rotor, equação (9),ou seja, não há escorregamento. O torque é dado pela equação abaixo. T 2 p R F f sen RF 2 Onde: ΦR fluxo resultante por polo no entreferro; Ff Força magnetomotriz (FMM) do campo; δRF ângulo de carga do gerador; p par de pólos. (12) 30 Com base na equação do torque, observa-se que é possível aumentar o torque máximo em sincronismo, elevando-se a corrente de campo e, consequentemente, o fluxo do entreferro. Contudo, isso não pode ser feito de maneira ilimitada, pois o aumento da corrente aumenta as perdas em forma de calor, que é limitada pela capacidade de refrigeração do rotor. Outro ponto é que para altas correntes o fluxo do entreferro é saturado por limitações da material ferromagnético da máquina. (FITZGERALD, 2006) A eficiência de uma máquina síncrona é ligeiramente superior à de indução. Adicionando a esta característica do gerador síncrono a possibilidade de utilização como um elemento de correção do fator de potência, esta máquina torna-se extremamente competitiva na geração de energia elétrica. Tradicionalmente, o campo magnético no rotor das máquinas síncronas é criado e controlado por uma corrente de excitação fornecida ao rotor, por anéis deslizantes ou sem contacto. Mas a tecnologia de imãs permanentes vem substituindo esta forma de geração de campo. Suas vantagens são (HAU, 2005): Menos perdas nos circuitos do motor e consequentemente maior eficiência; Alta densidade de energia, que permite a elaboração de máquinas relativamente mais compactas. (HAU, 2005); Ausência de escovas, com redução de custos de manutenção; Possibilidade de grande número de pares de polos. Estas qualidades incentivaram a aplicação desta tecnologia em geradores eólicos com conceito “direct drive” em meados dos anos 90 e no início do século 21. Nestes geradores o eixo do rotor é diretamente acoplado ao gerador, sem caixas multiplicadoras. Por outro lado, as máquinas síncronas apresentam dificuldades no controle da frequência, possuindo desempenho rígido do rotor frente a variações bruscas da velocidade do vento e curto-circuito na rede (MITCHAN e GRUN apud ACKERMAN, 2005). Como problema intrínseco às máquinas de imãs permanentes pode-se citar a baixa controlabilidade da tensão de saída (diretamente proporcional ao fluxo de amplitude praticamente constante produzido pelos ímãs). 31 3.3 Considerações sobre a máquina escolhida Como observado, o gerador de indução e o síncrono permitem pouca ou nenhuma variação na velocidade angular, característica, a princípio, incompatível com os sistemas de geração eólica em função da grande variação da velocidade do vento. Contudo nos projetos mais antigos estes equipamentos foram bastante utilizados conectados diretamente à rede, mesmo em detrimento do aproveitamento aerodinâmico e da ocorrência de cargas dinâmicas no sistema de transmissão. Apenas em anos recentes com o progresso da eletrônica de potência, a utilização de sistemas com variação de velocidade tornou-se economicamente viável. (HAU, 2005). Neste trabalho, optou-se por estudar o gerador de indução com rotor em gaiola de esquilo, pelas suas vantagens associadas ao baixo custo, manutenção e robustez. O CVT e seu controle deverão ser estudados para compatibilizar a frequência da rede com as necessidades de variação da velocidade do eixo da turbina para maximizar a potência eólica disponível em condições de vento variáveis. 32 4. SISTEMA DE TRANSMISSÃO CONTINUAMENTE VARIÁVEL No sistema de transmissão continuamente variável, CVT, dentro de uma faixa restrita, é possível um número infinito de relações de transmissão. Esta tecnologia apresentou aplicação inicial em sistemas de transmissão de automóveis trazendo como benefício a suave transição entre as relações, reduzindo a fadiga de componentes mecânicos e o aumento do rendimento do motor. Em razão do tipo de aplicação, da magnitude do torque e da velocidade envolvidos existem configurações variadas do CVT. Elas são geralmente classificadas em função dos elementos de transmissão utilizados como toróides, esferas, correias e correntes. Na Figura 4.1 observa-se o funcionamento de um CVT de esferas. Nesta configuração a relação de transmissão entre o disco interno e externo é função da distância entre os pontos de contato da esfera em relação ao seu eixo de rotação. Figura 4.1 – CVT de esferas, (FALLBROOK, 2009) Neste dispositivo a mudança da relação de transmissão é realizada pela translação da estrutura de suporte das esferas ao longo do eixo longitudinal do CVT, alterando a inclinação do eixo de suporte da esfera em relação aos pontos de contato, como ilustrado na figura 4.2. A modificação dos raios de contato ri e ro, modifica a relação de transmissão do CVT. 33 Figura 4.2 – Posições típicas do eixo que controla a relação de velocidade de um CVT de esferas, (FALLBROOK, 2009) Segundo (MANGIALARDI, 1995) a aplicação do CVT em geradores eólicos é motivada essencialmente pelo aumento da faixa de rotação do rotor da turbina, tornando possível sua operação em velocidade de maior eficiência. Neste regime, segundo (CARLIN et al, 2001) os ganhos globais de energia podem atingir 20%. Esta característica potencializa a aplicação do CVT em geradores de alta confiabilidade como os síncronos de imã permanente e os assíncronos de indução, com rotor em gaiola, apresentando benefícios como a redução dos custos de manutenção e eletrônica de potência (COTRELL, 2004). 34 5. MODELOS PARA A VELOCIDADE DO VENTO O vento é o movimento do ar na atmosfera causado pelo aquecimento desigual da superfície terrestre. O movimento de rotação da Terra provoca variações sazonais na sua intensidade e direção. As características da topografia local e a altitude também influenciam o seu perfil de velocidades. (DUTRA, 2009) Dois modelos diferentes de velocidade do vento foram necessários para este trabalho. O primeiro representa flutuações de curto intervalo de tempo, chamados de turbulência, tipicamente na faixa de segundos. O segundo modelo é utilizado para avaliar o potencial eólico da região. Neste, normalmente são registradas as velocidades de vento a cada 10 minutos, durante todo o ano. O Atlas do Potencial Eólico Brasileiro (CEPEL, 2001) utiliza este modelo para representar o comportamento do vento no Brasil. Segundo CASTRO, (2007) estatisticamente, uma distribuição de probabilidades de Weibull é considerada adequada para representar estas variações de longo prazo. 5.1 Modelo de turbulência do vento O sistema de conversão de energia eólica deve ser desenvolvido para operar em condições de turbulência de vento, mesmo que o aproveitamento de energia nestas condições não precise ser ótimo (MARTENS; ALBERS, 2003). Assim, neste trabalho este modelo foi elaborado para garantir que houvesse uma boa representação da realidade do sistema eólico. Para representar este comportamento turbulento, a velocidade instantânea do vento é descrita de forma simplificada por uma distribuição de velocidades compostas por frequências de vento com uma determinada probabilidade. Desta forma, a velocidade instantânea do vento é recomposta a partir da distribuição de probabilidade de cada frequência e do seu valor médio. O valor médio determina a quantidade de energia que pode ser extraída do vento em um longo período. Assim é um dado importante na definição de um local para instalação de um aerogerador. 35 A flutuação da velocidade do vento é considerada principalmente na determinação das forças atuantes na turbina eólica. Desta forma é característica importante para a definição do projeto estrutural e da durabilidade de componentes Neste trabalho, para a avaliação do comportamento do CVT frente a transitórios de velocidade e elaboração de um controlador com tempo de resposta adequada, será utilizado o seguinte modelo matemático para a turbulência de vento (ZHAO et al., 2007). v y (t ) V 2.S (i ). cos(2. .nk (i ).t fase(i)) (13) Onde: vy(t): velocidade do vento no instante t; V: velocidade média do vento (adotada neste trabalho como 8 m/s, a partir do Atlas do Potencial Eólico Brasileiro (CEPEL, 2001); i: ordem da frequência da variação do vento, adotou-se o intervalo entre i=1 e imax=100; fase(i): fase adotada como um número aleatório entre 0 e 2.π, gerada pela função randômica do software Matlab; nk (i ) idf f 0 ; (freqüência da variação do vento); (14) Com: df: intervalo entre duas frequências consecutivas utilizadas (adotado 0,01 Hz); f0: frequência de referência para o modelo, adotada 0 Hz. nk (i ).z. 2 V S (i ) 1 .5 nk (i ) 5 0.2.3 (1 . ) 2 V (15) Onde: σ: desvio padrão da velocidade do vento, adotado igual a 1 m/s de forma a reproduzir os valores obtidos em (ZHAO et al., 2007); z: altura de referência da torre, adotado 40 m. 36 A seguir, o gráfico da velocidade do vento obtido pela equação (13) é apresentado. Figura 5.1 – Vento modelado com velocidade média de 8m/s. Na figura 5.1 observa-se variação da velocidade entre 5 e 13 m/s com valor médio de 8 m/s. Como a potência eólica disponível é proporcional ao cubo da velocidade, a variação de 5 m/s para 13 m/s modifica a potência disponível em cerca de 18 vezes. O objetivo do sistema de controle não é aproveitar esta variação extremamente elevada em curto espaço de tempo, mas apenas variações que sejam sustentadas por alguns segundos, mantendo a estabilidade do sistema nestas condições turbulentas. 37 6. MODELAGEM MATEMÁTICA E COMPUTACIONAL DO AEROGERADOR A seguir, apresenta-se modelo dinâmico simplificado de um gerador eólico, para condições não estacionárias de vento, composto por rotor, transmissão fixa, CVT e um gerador assíncrono com rotor do tipo “gaiola de esquilo”. O modelo simulado está apresentado no apêndice. Considerando-se desprezíveis as perdas eletromagnéticas do gerador e por atrito nas transmissões mecânicas, tem-se: Pvento (v, rotor ) Pger ( ger ) J rotor rotor rotor (16) Onde Pvento é a potência útil do vento, função da velocidade do vento, v, e da velocidade angular do rotor aerodinâmico, ωrotor. Por se tratar de um gerador de indução do tipo gaiola de esquilo, a potência do gerador Pger é função da sua velocidade, ωger. J rotor representa a inércia do rotor aerodinâmico. As inércias do eixo do rotor, da transmissão fixa, do CVT e do gerador elétrico foram consideradas desprezíveis frente à inércia das pás da turbina eólica. Assim, apenas um momento de inércia representa o sistema mecânico. A diferença entre a potência que é captada do vento, Pvento, e a potência eletromecânica Pger, gerada no gerador, é utilizada para acelerar o rotor (MARTENS; ALBERS, 2003). Caso seja nula a diferença entre as potências, a velocidade do rotor mantém-se constante. Apesar de ser possível representar a máquina a partir das equações de potência (MARTENS; ALBERS, 2003), optou-se por uma modelagem baseada nos torques. O diagrama de blocos do sistema resultante é apresentado a seguir. 38 Figura 6.1 – Diagrama de blocos do modelo de um gerador eólico com CVT 6.1. Rotor O rotor é o responsável pela conversão da potência disponível no vento em torque no eixo. No modelo proposto o rotor foi dividido em duas partes: aerodinâmica e mecânica. 6.1.1. Parte aerodinâmica Nesta parte, a entrada do bloco é a velocidade do vento com a turbina em uma determinada rotação. A saída é o torque mecânico da turbina eólica. O modelo foi elaborado com base em uma modelagem simplificada de uma turbina eólica apresentada no MATLAB®. Nela admite-se que a rigidez dos acoplamentos é infinita e que tanto o coeficiente de atrito quanto a inércia precisam ser combinados com os do gerador acoplado. 39 O torque no eixo do rotor é representado pela seguinte relação: Trotor AV03 c p ( , ) 2 rotor (17) Onde: Trotor: torque do rotor; (N.m); ρ: densidade do ar (kg/m³); A: área varrida pelas pás (m²); ωrotor: velocidade angular do rotor (rad/s); V: velocidade do escoamento do ar, vento (m/s); Cp: coeficiente de potência. Na modelagem do Cp (λ,β) adotou-se a mesma equação da referência (MATLAB®, 2009), baseada em modelo desenvolvido por Siegfried (1998), que é descrita por: c5 c c p ( , ) c1 ( 2 c3 c4 )e i c6 i (18) Com i 1 1 0.035 3 0.08 1 (19) Onde: c1-6: Coeficientes característicos da rotor aerodinâmico; β: ângulo de inclinação da pá (graus): adotado fixo e igual a zero; λ: razão da velocidade de ponta de pá (lambda) rpá: raio da pá (adotado 14,75 m, para fornecer cerca de 100kW em 8 m/s) Os coeficientes, de c1 a c6 foram estimados com base em curva Cp versus λ, característica de um aerogerador de 100 kW. Os valores adotados neste trabalho foram: c1=0.21; c2=198; c3=4; c4=5; c5=22 e c6=0.0092. Esta curva está traçada na figura 5.2 e mostra que o Cp escolhido atinge seu valor máximo (0,48) em lambda igual a 10. 40 Figura 6.2 – Curva Cp vs lambda característica do aerogerador simulado. 6.1.2 Parte mecânica Na parte mecânica, considerou-se a função de transferência entre o torque resultante, Tres e a velocidade do rotor, ωrotor, fundamentalmente inercial. A partir das características do rotor aerodinâmico, obteve-se inércia de 6500 kg.m². Como a inércia do rotor, Jrotor é muito maior em relação às inércias da caixa de transmissão e CVT, seus valores foram desconsiderados. As equações (20), (21) e (22) representam esta parte do modelo. Trotor Tel ict icvt J rotor rotor (20) Tres J rotor rotor rotor Tres J rotor Onde: Ict: relação de transmissão fixa; Icvt: relação de transmissão do CVT; Tel: torque eletromagnético do gerador. (21) (22) 41 6.2. Controlador Para maior aproveitamento do recurso eólico é importante que o aerogerador opere sempre na região de maior eficiência, ou seja, em λótimo. Com base na equação 7, tendo em vista que o raio da pá (rpá) é constante, e que o vento depende das condições do local, a partir de λótimo obtém-se o ωótimo, que é o “set point” do controlador. ótimo ótimov rpá (23) O objetivo do controle proposto é igualar a velocidade angular do rotor à velocidade angular ótima descrita na equação 23. Assim, o erro do controlador é definido como: ótimo rotor e(t ) (24) Como alternativa a um controlador do tipo liga e desliga com intervalo diferencial, apresentado por Martens e Albers (2003), utilizou-se um controlador proporcional – integrativo (PI). Deste modo a velocidade de referência, ωref é dada por: t ref k P e(t ) k I e(t )dt (25) 0 Onde kp e ki, são respectivamente os ganhos proporcional e integrativo deste controlador. A seguir apresenta-se a implementação em Matlab/Simulink do modelamento proposto. Figura 6.3 – Implementação do controlador no Matlab/Simulink 42 6.3. Sistema de transmissão continuamente variável Neste sistema, com a razão entre a velocidade de referência (ωref), fornecida pelo controle e a velocidade de entrada do CVT, (ωCVT), obtém-se a relação de transmissão do CVT, (iCVT). Figura 6.4 - Diagrama de blocos do da transmissão continuamente variável implementado em Matlab Para considerar os limites de operação do CVT, (iCVT) é multiplicada por uma função de saturação, f1, equação (27), que limita a relação de transmissão nos valores máximos e mínimos de (0,52 e 1,8), fornecendo uma relação de transmissão saturada, (iCVT sat ). Esta relação saturada é multiplicada por uma função de limitação variacional (f2) que implementa o tempo de varredura de um extremo a outro (de cerca de 60ms no CVT simulado). Como resultado obtém-se a relação de transmissão real do CVT, (iCVT real), equação (28). iCVT ref (26) CVT iCVT ( sat ) f1 (iCVT ) (27) iCVT ( real ) f 2 (iCVT ( sat ) ) (28) TCVT Tger .iCVT ( real ) (29) Na figura 6.4 quando a chave está na posição iCVT real, o CVT está ligado, permitindo a variação da relação da relação de transmissão. Caso contrário, o sistema funciona com uma relação de tranmissão fixa. Como as diferenças de velocidades do gerador (centenas ou milhares de rpm) e da turbina (dezenas de rpm) são elevadas, é necessário introduzir uma relação de transmissão fixa. Neste modelo foi introduzida uma caixa de transmissão entre o rotor aerodinâmico e o CVT, tendo como objetivo aumentar a velocidade de entrada do CVT, diminuindo o seu 43 torque. Com base nas variáveis de entrada, velocidade angular do rotor (ωrotor) e torque do CVT, (Tcvt), as relações que determinam as saídas da caixa de transmissão são: CVT rotor .ict (30) Tel .rotor Tel .CVT .ict (31) Onde ω CVT e Tel. rotor representam a velocidade de entrada do CVT e o torque de entrada do rotor, respectivamente. Para a relação de transmissão, ict, adotou-se 35,09. 6.4. Gerador elétrico Como definido na seção 3.3 será realizado a modelagem de uma máquina de indução com rotor em gaiola de esquilo, devido à sua maior robustez. Foi necessário desenvolver dois modelos distintos para tornar mais rápido o processo de desenvolvimento do controlador. Estes modelos possuem como entrada a rotação do eixo e como saída seu conjugado em uma determinada rotação e tensão de alimentação. O primeiro modelo é o modelo por fase com tensão constante proposto em diversos livros textos (equação 32). Este modelo foi utilizado para ajustar o controlador de forma mais rápida, pois o tempo de sua simulação é relativamente reduzido. O segundo modelo, baseado nas equações de estado da máquina de indução, possui complexidade matemática mais elevada, e permite uma análise mais precisa de fenômenos transitórios. É fundamental para estudar o efeito do gerador proposto em uma rede elétrica de transmissão. Em ambos os modelos os parâmetros adotados referem-se a uma máquina de indução do tipo gaiola de esquilo com potência de 150HP e 2 pares de pólos, para funcionamento em uma rede com 60Hz e tensão de 460V. 44 6.4.1 Modelo por fase Para simulação do torque do gerador elétrico (Tel), em caráter preliminar, utilizaremos modelo não linear aplicável para tensão monofásica apresentado pela equação abaixo (FITZGERALD, 2006): 2 3V1eq R' 2 / S 1 Tel s R1eq ( R' 2 / S ) 2 X 1,eq X ' 2 2 (32) Na equação (32) ger representa a velocidade angular do gerador elétrico e s a sua velocidade angular síncrona. Na máquina com 4 pólos escolhida, (ωs)equivale à rotação de 1800 rpm, ou 188 rad/s. Os parâmetros a seguir são intimamente ligados às características construtivas da máquina, onde foram adotados os seguintes valores: R1,eq 0.0302 Ω R’2 0.0172 Ω X1,eq 0.1067 X’2 0.1067 Durante a partida da máquina elétrica utilizou-se um controlador do tipo liga-desliga monitorando o escorregamento (S), descrito na equação (9). Este sistema foi implementado para evitar q motorização do gerador, processo onde a máquina funciona como motor, apresentando os seguintes problemas de operação: Consumo de potência ativa, funcionando como uma grande carga, provocando instabilidade na rede; Rápido aumento da velocidade do rotor, implicando em cargas perigosas na estrutura. Para evitar este inconveniente, neste sistema, quando o escorregamento é positivo, a chave comuta para tensão V = 0 V, caso contrário mantém-se V = 460 V, tensão nominal de operação. 45 6.4.2 Modelo de equações de estado Neste modelo o gerador de indução é representado por um sistema dinâmico, onde se podem analisar com maior precisão os transitórios de funcionamento. As equações que descrevem o estator e o rotor estão representadas em termos de variáveis de eixo direto e de quadratura. (dq0). Nesta representação, no motor de indução, a componente direta, alternativamente, é alinhada a uma referência girando em velocidade angular síncrona, tanto no rotor como no estator. Por sua vez, a componente em quadratura (q) está posicionada a 90° em relação à direta(d). (FITZGERALD). A utilidade deste método consiste na simplificação da análise dos transitórios no rotor e estator. A seguir apresentam-se as equações diferenciais que modelam o gerador de indução trifásico: Vqs Rs .I qs Vds Rs .I ds Vqr Rr .I qr Vdr Rr .I dr d qs se qs (33) d ds se ds dt (34) dt d qr ( se p. ger ) dr 0 (35) d dr ( se p. ger ) qr 0 dt (36) dt Te 1,5. p.( ds .I qs qs .I ds ) (37) qs Ls .I qs Lm .I qr (38) ds Ls .I ds Lm .I dr (39) qr Lr .I qr Lm .I qs (40) dr Lr .I dr Lm .I ds (41) Ls . Lls Lm (42) Lr Llr Lm (43) 46 Onde: se 2f (44) E: p: número de par de polos na máquina; R: resistência do estator (Rs) e do rotor (Rr); Iq : corrente do eixo de quadratura do estator (Iqs) e do rotor (Iqr); Id : corrente do eixo direto do estator (Ids) e do rotor (Idr); Vq: tensão do eixo de quadratura do estator (Vqs) e do rotor (Vqr); Vd: tensão do eixo direto do estator (Vds) e do rotor (Vdr); Lm: indutância mútua entre o estator e o rotor; Ll: indutância de dispersão do estator (Lls) e do rotor (Llr); se: freqüência angular síncrona elétrica; ger: velocidade angular do rotor. Neste modelo, devido à configuração do rotor em curto circuito, suas tensões do eixo diretoVdr e em quadratura Vqr resultam em zero. A máquina utilizada corresponde a modelo pré-configurado de 150 HP - 460V e 60Hz disponível na biblioteca do software Matlab (2009), apresentando os seguintes parâmetros: 2 pares de polos; Lls e Llr =0,283 mH Rs =0,0302 Ω Rr = 0,01721 Ω Na curva de magnetização da máquina, figura 6.5, observa-se que a na região de tensão nominal a máquina, 460 V, a relação entre a corrente e a tensão não é linear. Esta falta de linearidade é considerada neste modelo da máquina. 47 Figura 6.5 – Curva de magnetização da máquina 6.5. Rede elétrica Quando o gerador foi simulado pela equação 23, representação monofásica, a rede foi considerada de impedância zero, capaz de manter a tensão nos seus terminais constante, no valor nominal, independente da carga utilizada. Isto se reflete em manter a tensão V constante, independentemente da potência transmitida. Figura 6.6 – Gerador de indução por equação de estados e rede implementados no Matlab/Simulink Já para simular o gerador a partir das equações de estado, como observado na figura 6.6, a rede foi simulada por três fontes de tensão de impedância zero, em série com uma linha de transmissão de impedância de curto-circuito de 10 MVA (100 vezes a potência do gerador). Uma carga resistiva de 100 kW foi colocada próximo ao gerador de indução. Um banco de 48 capacitores trifásico com a potência reativa igual à necessária para magnetizar o gerador em vazio foi colocado em paralelo com a carga resistiva. Na parte esquerda da figura 6.6 observa-se esquema de controle para evitar que o gerador elétrico motorize. O bloco histerese é inserido para evitar ressonância do sistema durante o chaveamento durante a ligação e interrupção da rede, que por sua vez é apresentada na parte direita da figura. As chaves ligadas ao bloco resistores (carga) e capacitores servem para acionar ou desligar estes componentes durante a simulação. 49 7. SIMULAÇÕES As simulações foram divididas em duas etapas: as necessárias para o ajuste e teste do controlador e as utilizadas para avaliar o ganho de energia que o CVT pode dar ao sistema e a análise dos transitórios de tensão desta configuração conectada a uma rede elétrica fraca. O ajuste foi realizado utilizando-se o modelo do gerador elétrico por fase, não linear, tendo em vista a necessidade de um grande número de simulações e, portanto, um menor tempo de processamento dos resultados. As demais etapas foram realizadas utilizando o modelo do gerador trifásico com equações de estado. Seu modelo completo está apresentado no apêndice deste trabalho. 7.1 Ajuste e validação do controlador Com base na característica não linear do sistema, utilizou-se como método de ajuste testar combinações de ganhos P e I em uma região onde a constante de tempo do controlador fosse da ordem de um segundo. Considerou-se este tempo compatível com o perfil de variação da velocidade do vento estudada. O limite superior do ganho proporcional foi escolhido para evitar potenciais oscilações devidas a ruídos dos sinais. A constante de tempo do sistema (τ) foi estimada monitorando-se o erro do controlador após aplicação de um degrau unitário da velocidade do vento em torno da velocidade de projeto do aerogerador, 8 m/s (variação de 7 para 9 m/s). A resposta, tipicamente igual a de um sistema amortecido de primeira ordem, permitiu obter o valor da constante de tempo para cada par P - I escolhido. Na figura 7.1 observa-se a característica da curva exponencial aproximada da resposta do sistema a um degrau e o método de determinação do tempo de resposta do sistema (τ). 50 Figura 7.1 – Diagrama para determinação do tempo de resposta do sistema (τ) Foram realizadas diversas simulações, a partir das quais foi elaborada uma tabela com pares de ganhos P-I, com ganhos proporcionais de 100, 75, 50, 25 e 12,5 e integrais de 250, 200, 150, 100 e 50. Um gráfico foi traçado e apresentado na figura 7.2. Para sua representação incluíram-se curvas de nível com os diversos tempos de resposta medidos. Figura 7.2 – Tempos de resposta do sistema para diferentes ganhos PI Dentre os valores de tempo de resposta do sistema apresentados optou-se pela faixa de 0,77 segundos, com ganhos kp=50 e ki=200. 51 Com o objetivo de validar o controlador em sistema, o mesmo foi interligado a uma rede com impedância de curto circuito de 100 vezes a potência do gerador. Uma carga igual à potência do gerador é colocada na sua saída. Inicialmente, foi feita uma comparação entre os resultados obtidos pelos dois modelos de gerador, respondendo a degraus de redução de velocidade do vento a partir de 10 segundos. Os dados de vento e os seus respectivos degraus podem ser observados na figura 7.3. Figura 7.3 – Gráfico comparativo do tempo de resposta de sistema configurado com modelo por fase e modelo por equações de estado. A partir destes valores observam-se pequenos sobre-sinais na curva do gerador trifásico, aumentando com a redução da velocidade. Em velocidades baixas, observa-se que a atuação do controle foi efetiva apenas no modelo de variáveis de estado do gerador. As não linearidades do sistema dificultam o controle nos extremos das faixas de velocidade do vento. Estes resultados indicam que os modelos dos geradores são equivalentes nas regiões centrais do controlador. Já para os limites de relação do CVT, o comportamento dinâmico passa a ser dependente do modelo utilizado. Desta forma, o modelo deve ser o mais preciso possível para permitir conclusões sobre a estabilidade deste e de outros controladores propostos pela literatura. Uma vez que o ajuste do PI mostrou-se adequado até este momento para o modelo mais completo do gerador, estudou-se o seu comportamento de forma mais aprofundada, buscando validá-lo. 52 Optou-se por validar o sistema provocando variações em degrau em toda a faixa dentro do limite de operação do CVT, tanto com perfis crescentes como decrescentes de vento. Em seguida condições de turbulência foram agregadas aos degraus As figuras 7.4 e 7.5 apresentam os resultados e as condições de validação do controlador, obtidas sempre com o modelo de equações de estado do gerador. O tempo entre dois degraus sucessivos foi escolhido apenas para permitir que em uma única simulação fosse possível percorrer toda a faixa de ventos desejada. Figura 7.4 – Teste do controlador para perfil crescente de degraus de vento Nos primeiros segundos desta simulação, o gerador foi acelerado a partir da velocidade de rotação zero. Na condição de vento crescente, observa-se que inicialmente o controlador foi desconectado, bem como o gerador. Assim, o sistema foi acelerado com uma relação de transmissão fixa. A partir de 15 segundos, o gerador entrou em funcionamento, e o controlador foi capaz de aproximar a rotação do eixo da turbina à rotação de máxima transferência de potência (ótimo). Para baixas velocidades de vento, ou seja, baixas potências eólicas disponíveis, o alto ganho do controlador produziu oscilações, mas o sistema permaneceu estável. Um tempo 53 maior entre os degraus de vento mostraria com mais facilidade este fato. A amplitude das oscilações do erro se reduziu à medida que as velocidades de vento aumentaram. O sistema foi projetado para funcionar com ventos de até 13 m/s. Para ventos de 14 m/s o sistema não foi capaz de manter o erro em zero. Assim, a velocidade do rotor não permaneceu no seu valor ótimo que maximizaria a potência eólica disponível. Mas permitiu que o gerador não disparasse de forma a que, nestas condições, parte da potência continua sendo transmitida, permitindo um desligamento adequado da turbina, caso necessário. Partindo-se de velocidades de vento mais elevadas, figuras a seguir, o tempo de partida da turbina é menor, cerca de 5 segundos. O sistema se comportou de forma semelhante ao sistema com degraus de ventos crescentes. Para ventos inferiores aos apresentados, normalmente o sistema teria tempo para desconectar o gerador sem provocar problemas para a turbina. Figura 7.5 – Teste do controlador para perfil decrescente de degraus de vento Observa-se bom comportamento do controlador para uma ampla faixa de velocidades de vento, com taxas de variação de velocidade de 2 m/s em 1 segundo, valores muito maiores se comparados às condições típicas de vento no Brasil. Estes resultados validam o controlador PI escolhido. 54 7.2 Comparação do ganho de energia em configuração com CVT A partir de modelo configurado com os ganhos de controlador P-I definidos previamente em ki=200 e kp=50, foram realizadas simulações com o CVT ajustado em uma relação de transmissão fixa e com a variação da mesma. Nestas análises, adotou-se o vento, modelado previamente no capítulo 5, para as variações instantâneas da velocidade. As variações durante um dia, mês ou ano, foram modeladas a partir de uma distribuição de Weibull com média 8 e fator de forma k=4, característicos do vento em grande parte do Brasil (CEPEL, 2001). Esta distribuição foi adicionada ao vento, resultando na curva da figura 7.6. Observa-se que a cada 10 segundos o valor médio do vento foi modificado aleatoriamente. Devido ao alto nível de turbulência este efeito foi pouco visível, mas o controlador acompanhou corretamente esta variação. Figura 7.6 – Curva característica do vento acrescido de sinal com distribuição Weibull (em tracejado) Na configuração com relação de transmissão fixa, adotou-se o valor de 1,007, correspondente à relação de transmissão do CVT operando em regime com vento de projeto (8m/s). 55 Figura 7.7 – Gráfico comparativo da potência do rotor com variação da velocidade do vento em torno de 8m/s, em configuração com relação de transmissão fixa e variável. Na figura 7.7 se observa que a configuração com relação de transmissão variável apresentou maior potência média em relação à configuração com relação de transmissão fixa. Observa-se que a relação de transmissão fixa permitiu a entrada do gerador poucos instantes antes do que o sistema com CVT, nestas condições, com a relação mínima de 0,52. Também se observa que, em alguns momentos, a potência do sistema com a relação de transmissão fixa foi ligeiramente superior a do sistema de controle do CVT. Isto acontece quando o vento passava pelo valor de projeto do sistema de relação de velocidades fixa, e controlador ainda está procurando o valor ótimo da relação de transmissão. Analisando-se os dados, observam-se valores médios e picos de potência respectivos de 97 kW e 312 kW para a configuração com CVT e 87,5 kW e 250 kW em configuração com relação de transmissão fixa, representando ganho em potência de 10% em média da configuração com CVT. Ainda na figura 7.7 observa-se que este ganho é obtido particularmente pelas condições de vento afastadas da velocidade de 8 m/s, tanto para velocidades inferiores quando superiores à de projeto. Nestas situações o CVT passa a ter papel fundamental no sistema. Espera-se que nas condições reais este ganho possa ser ainda maior, pois a velocidade do vento, em média, deve se afastar do valor de projeto por um maior período que o simulado. Os picos de potência apresentados, mesmo em caráter transitório, são preocupantes do ponto de vista de projeto da máquina elétrica, excedendo de duas a três vezes sua potência nominal, o que evidencia a necessidade de dispositivos de segurança ou de sobredimensionar 56 o gerador. Há a possibilidade de desenvolver um sistema de controle que limite esta potência, mas este não foi o objeto deste trabalho. 7.3 Análise dos transitórios elétricos Tendo em vista a estratégia de controle, maximizar a captura da potência do vento com a utilização do CVT, nestas simulações o enfoque será dado aos parâmetros elétricos de um aerogerador interligado a uma rede com baixa corrente de curto-circuito (“rede fraca”). Nestas análises serão monitorados os comportamentos da tensão de linha, corrente no estator, bem como a variação da relação de transmissão. Serão mantidos os parâmetros de vento e de controle utilizados na simulação anterior. Figura 7.8 – Tensão eficaz de linha em aerogerador configurado com CVT e sujeito a perfil de vento turbulento. Figura 7.9 – Corrente instantânea em aerogerador configurado com CVT e sujeito a perfil de vento turbulento. 57 Figura 7.10 – Erro, em rad/s, do controlador em aerogerador configurado com CVT e sujeito a perfil de vento turbulento. Figura 7.11 – Relação de transmissão em aerogerador configurado com CVT e sujeito a perfil de vento turbulento. Na simulação observa-se boa atuação do sistema de controle com a tendência de zerar o erro. A relação de transmissão do CVT também apresenta bom comportamento, variando dentro dos limites do projeto. Nas figuras 7.8 e 7.9, observam-se transitórios de tensão e corrente nos intervalos de 50 e 60 segundos e 70 e 80 segundos. Nestes intervalos a queda da tensão é justificada pelo aumento da potência fornecida pelo gerador de indução para a carga, com a conseqüente perda de capacidade de magnetização do circuito pelo capacitor. Contudo, no maior afundamento a tensão apresentou variação de 1%, valor que atende aos requisitos que constam na resolução n° 505/2001 da ANEEL, que prevê faixa de variação de – 5 a 3%, para sistemas com tensão nominal entre 1 kV e 230 kV. (PINHEIRO, et al., 2003) 58 8 CONCLUSÃO A energia eólica é renovável e natural, considerada também uma fonte com baixíssimos impactos ambientais e em fase acelerada de crescimento. Por outro lado, o regime inconstante dos ventos e as limitações físicas da conversão eólio-mecânica são barreiras que aos poucos são superadas por novas tecnologias tornando cada vez mais economicamente viável a utilização desta fonte. Para aproveitar ao máximo a energia eólica disponível em um regime de vento errático, desenvolveu-se a modelagem em Matlab de um gerador eólico equipado com transmissão continuamente variável. Neste modelo, uma realimentação proporcional e integral, ajustada para operação do sistema na região de maior eficiência do aerogerador, controla a energia gerada por uma máquina de indução do tipo gaiola de esquilo conectada à rede. Como entrada do sistema modelou-se um de vento com distribuição estatística típica do Brasil. O controlador PI desenvolvido para o controle da relação de transmissão apresentou estabilidade e rapidez de resposta nas condições testadas, apesar dos diversos fenômenos não lineares que regem o sistema estudado. Para mesmo ganho, observou-se discrepância do comportamento do sistema quando equipados com gerador de indução no modelo por fase e equações de estado. Este resultado indica a necessidade de que as simulações considerem modelos completos do gerador, particularmente quando a proposta de estudo inclui a estabilidade do sistema elétrico e mecânico. Ao conectar o sistema na rede elétrica com o uso de CVT, as simulações indicaram um ganho de potência em relação à configuração de eixo fixo na faixa de 10%. O ganho será maior, em condições de distribuição de vento mais afastada da do projeto. Considerando o comportamento aleatório do vento, este resultado indica que, para longos períodos, o uso do CVT pode justificar a instalação de geradores eólicos de pequeno e médio porte em lugares que hoje não se apresentam com viáveis economicamente. As simulações realizadas indicam que a conexão de toda a potência disponível do vento em uma rede elétrica exige que aspectos térmicos da máquina sejam considerados com atenção. O fornecimento de potência acima da potência nominal em uma rede considerada fraca pode comprometer o nível de tensão. Entretanto, nas condições simuladas, apesar de serem severas, observou-se comportamento estável, dentro dos limites compatíveis com resoluções da ANEEL. 59 9 Perspectivas de trabalhos futuros O controlador proposto pode ser aperfeiçoado trocando-se a medição direta da velocidade do vento por uma estimativa de seu valor a ser obtida a partir de outros parâmetros mais facilmente mensuráveis, como a velocidade do rotor ou a potência de saída do gerador. A introdução de modelos elásticos para as partes mecânicas da turbina, pás, acoplamentos etc., pode tornar mais realista a representação de fenômenos transitórios mecânicos, particularmente para geradores maiores. Finalmente, o teste experimental do controle utilizado é uma fase a ser realizada para validar o presente estudo. Neste caso, deverão ser estudadas formas de garantir as condições de limite das potências fornecidas pelo gerador com sistemas de proteção adequados ao sistema. 60 REFERÊNCIAS ACKERMAN, T. 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STREINER, S ,KRÄMER, E,EULITZ, A e ARMBRUSTER P Aeroelastic analysis of wind turbines applying 3D CFD computational results J. Phys.: Conf. Ser. 75 012015 62 VERDORNSCHOT, M.J. Modeling and Control of wind turbines using a Continuously Variable Transmission, Master’s thesis of Eindhoven University of Technology, Department of Mechanical Engineering, Eindhoven, April 2009 WEKKEN, T. WIEN, F.; Kema Consulting, Power Quality and Utilization Guide, Wind Power, Leonardo Energy, 2006. WORLD WIND ENERGY ASSOCIATION-(WWEA), World wind energy report 2009, Disponível em: http:// www.wwindea.org, acessado em 20/04/2010. ZHAO, L., SONG, J., HONGYI, L., Simulation Study of Wind Power with Continuously Variable Transmission, 2007 Second IEEE Conference on Industrial Electronics and Applications, pp 2603-2005, 2007 63 APÊNDICE Relatório do Matlab relativo ao modelo utilizado. 64 Details for motor_inducao_v20_para_impressao and below Full Model Hierarchy 1. motor_inducao_v20_para_impressao 1. CVT 2. Subsystem1 3. Subsystem2 4. capacitores 5. resistores 6. rotor aerodinâmico 1. turbina eólica1 1. cp(lambda,beta) 7. set point e controlador 8. transmissão Simulation Parameter Solver RelTol Refine MaxStep InitialStep MaxOrder FixedStep ZeroCross [more info] Value ode23s 1 1 0.001 .00001 5 .01 on System - motor_inducao_v20_para_impressao Description. % tempo da distribuição de weibul: [0 10 20 30 40 50 60 70 80] % amplitude da distribuição de weibul: [8. 5.8059 5.9052 7.8686 6.4494 9.2210 6.1448 10.9008 8.5159] %distribuição aleatória de vento em torno de zero. vy=[ -2.3201; -2.4448; -2.5076; -2.5067; -2.4428; -2.3185; -2.1387; -1.9103; -1.6419; -1.3432; -1.0253; -0.6995; -0.3771; -0.0693; 0.2141; 0.4644; 0.6748; 0.8403; 0.9582; 1.0283;; 1.0521; 1.0335; 0.9778; 0.8919; 0.7835; 0.6608; 0.5319; 0.4049; 0.2865; 0.1830; 0.0988; 0.0375; 0.0007; -0.0108; 0.0021; 0.0379; 0.0938; 0.1668; 0.2534; 0.3498; 0.4522; 0.5571; 0.6607; 0.7596; 0.8506; 0.9306; 0.9964; 1.0452; 1.0742; 1.0809; 1.0631; 1.0191; 0.9480; 0.8495; 0.7246; 0.5755; 0.4056; 0.2198; 0.0240; -0.1744; -0.3673; -0.5461; -0.7021; -0.8271; 0.9137; -0.9561; -0.9502; -0.8944; -0.7895; -0.6389; -0.4485; -0.2267; 0.0163; 0.2689; 0.5189; 0.7538; 0.9620; 1.1334; 1.2597; 1.3353; 1.3576; 1.3271; 1.2471; 1.1239; 0.9662; 0.7847; 0.5909; 0.3970; 0.2149; 0.0554; 0.0725; -0.1619; -0.2084; -0.2102;; -0.1684; -0.0864; 0.0302; 0.1741; 0.3368; 0.5095; 0.6833; 0.8498; 1.0017; 1.1332; 1.2398; 1.3189; 1.3693; 1.3913; 1.3864; 1.3571; 1.3062; 1.2370; 1.1528; 1.0566; 0.9510; 0.8385; 0.7209; 0.6001; 0.4776; 0.3551; 0.2345; 0.1180; 0.0081; -0.0923; -0.1800; -0.2516; -0.3041; -0.3346; -0.3410; 0.3223; -0.2783; -0.2106; -0.1222; -0.0172; 0.0987; 0.2190; 0.3365; 0.4440; 0.5345; 0.6018; 0.6413; 0.6499; 0.6265;; 0.5721; 0.4898; 0.3847; 0.2635; 0.1338; 0.0040; -0.1178; -0.2239; -0.3081; -0.3658; -0.3946; -0.3941; 0.3666; -0.3161; -0.2484; -0.1706; -0.0905; -0.0156; 0.0469; 0.0915; 0.1142; 0.1130; 0.0885; 0.0433; -0.0181; 0.0895; -0.1637; -0.2334; -0.2915; -0.3319; -0.3503; -0.3447; -0.3152; -0.2647; -0.1984; -0.1237; -0.0492; 0.0156; 0.0610; 0.0783; 0.0607; 0.0033; -0.0957; -0.2347; -0.4091; -0.6111; -0.8302; -1.0538; -1.2682; -1.4596; -1.6148; -1.7225; -1.7741; -1.7642; -1.6915; -1.5586; -1.3720; -1.1421; -0.8820; -0.6069; -0.3331; -0.0771; 0.1462; 0.3239; 0.4461; 0.5070; 0.5049; 0.4423; 0.3261; 0.1670; -0.0216; -0.2240; -0.4236; -0.6039; -0.7497; 0.8478; -0.8884; -0.8653; -0.7765; -0.6242; -0.4146; -0.1576; 0.1340; 0.4452; 0.7600; 1.0619; 1.3353; 1.5663; 1.7434; 1.8580; 1.9048; 1.8819; 1.7911; 1.6370; 1.4270; 1.1708; 0.8795; 0.5650; 0.2394; -0.0855; -0.3992; 0.6922; -0.9569; -1.1876; -1.3803;; -1.5330; -1.6455; -1.7190; -1.7557; -1.7592; -1.7335;-1.6829; -1.6122;1.5258;-1.4281;-1.3232;-1.2144;-1.1050;-0.9973;-0.8934;-0.7946;-0.7015;-0.6146;-0.5335;-0.4576;-0.3858;- 65 0.3170;-0.2497;-0.1827;-0.1149;-0.0456; 0.0254; 0.0976; 0.1698; 0.2400; 0.3058; 0.3637; 0.4102; 0.4414; 0.4535; 0.4433; 0.4082; 0.3470; 0.2597; 0.1478; 0.0146; -0.1347; -0.2938; -0.4548; -0.6091;-0.7478;-0.8621;0.9442;-0.9876;-0.9878;-0.9428;-0.8532;-0.7224;-0.5567;-0.3648;-0.1574; 0.0535; 0.2550; 0.4346; 0.5806; 0.6835; 0.7361; 0.7343; 0.6775; 0.5687; 0.4144; 0.2240; 0.0094;-0.2157;-0.4370;-0.6402;-0.8125;-0.9429;1.0236;-1.0500;-1.0214;-0.9408;-0.8149;-0.6535;-0.4688;-0.2746;-0.0853; 0.0852; 0.2243; 0.3218; 0.3704; 0.3663; 0.3092; 0.2025; 0.0528;-0.1306;-0.3364;-0.5523;-0.7657;-0.9648;-1.1396;-1.2819;-1.3866;-1.4515;1.4774;-1.4677;-1.4284;-1.3670;-1.2919;-1.2119;-1.1348;-1.0673;-1.0142;-0.9780;-0.9586;-0.9535;-0.9583;0.9665;-0.9709;-0.9635;-0.9370;-0.8850;-0.8027;-0.6875;-0.5395;-0.3610;-0.1570; 0.0657; 0.2984; 0.5317; 0.7558; 0.9616; 1.1410; 1.2880; 1.3987; 1.4719; 1.5089; 1.5137; 1.4923; 1.4523; 1.4025; 1.3519; 1.3088; 1.2806; 1.2729; 1.2889; 1.3295; 1.3929; 1.4748; 1.5689; 1.6671; 1.7604; 1.8393; 1.8948; 1.9189; 1.9053; 1.8496; 1.7501; 1.6075; 1.4252; 1.2087; 0.9655; 0.7046; 0.4356; 0.1687;-0.0865;-0.3211;-0.5276;-0.7002;0.8347;-0.9289;-0.9825;-0.9968;-0.9743;-0.9186;-0.8343;-0.7260;-0.5989;-0.4576;-0.3069;-0.1512; 0.0056; 0.1596; 0.3072; 0.4448; 0.5688; 0.6755; 0.7615; 0.8230; 0.8567; 0.8597; 0.8298; 0.7657; 0.6675; 0.5367; 0.3766; 0.1921;-0.0102;-0.2220;-0.4340;-0.6362;-0.8183;-0.9704;-1.0837;-1.1512;-1.1680;-1.1319;-1.0438;0.9076;-0.7300;-0.5207;-0.2911;-0.0545; 0.1755; 0.3854; 0.5629; 0.6976; 0.7818; 0.8113; 0.7853; 0.7069; 0.5827; 0.4226; 0.2392; 0.0467;-0.1397;-0.3051;-0.4357;-0.5201;-0.5496;-0.5194;-0.4286;-0.2805;-0.0826; 0.1541; 0.4157; 0.6859; 0.9475; 1.1832; 1.3766; 1.5132; 1.5817; 1.5742; 1.4869; 1.3205; 1.0797; 0.7734; 0.4140; 0.0166;-0.4017;-0.8229;-1.2291;-1.6030;-1.9296;-2.1960]; % Novos parâmetros da turbina e gerador: c1=0.21; c2=198; c3=4; c4=5; c5=22; c6=0.0092; R1 = 0.0302; R2 = 0.0172; X1 = 0.1067; X2 = 0.1067; Vef = 460; Qc=sqrt(3)*460*73; 66 67 Tabela 1. Asynchronous Machine Block Properties Name Show Preset Mechanical Rotor Detailed Model Load Type Parameters 150 HP 460V 60 No Hz 1785 rpm Speed w on Reference Nominal Stator Frame Parameters Rotor Lm Mechanical Pole Initial Load Flow Simulate Units Saturation Pairs Conditions Parameters Saturation Squirrel[1.119e+005 [0.0302 [0.01721 [2 0.02154 Stationary 0.01095 2 cage 460 60] 0.000283] 0.000283] 2] [ 1,0 0,0,0 SI 0,0,0 ] 0 on [14.03593122, 27.81365428, 53.79336849, 72.68890987, 97.98006896, 148.6815601, 215.7428561, 302.9841135, 428.7778367 ; 230, 322, 414, 460, 506, 552, 598, 644, 690] Ts Ts Iterative Powergui Block Model 0 -1 Forward Euler Tabela 2. BusSelector Block Properties Name Bus Selector Output Signals Output As Input Signals Bus { Rotor measurements , Rotor current ir_a (A) Rotor current ir_b (A) Rotor current ir_c (A) Rotor current iq (A) Rotor current id (A) Rotor flux phir_q (V s) Rotor flux phir_d (V s) Rotor voltage Vr_q (V) Rotor voltage Vr_d (V) } { Stator measurements , Stator current is_a (A) Stator current is_b (A) Stator current is_c (A) Stator current is_q (A) Stator current is_d (A) Stator flux phis_q (V s) Stator flux phis_d (V s) Stator voltage vs_q (V) Stator voltage vs_d (V) } { Mechanical , Rotor speed (wm) Electromagnetic torque Te (N*m) Rotor angle thetam (rad) } Mechanical.Rotor speed off (wm),Mechanical.Electromagnetic torque Te (N*m) Tabela 3. Constant Block Properties Name Value Sampling Mode Constant1 14.78 Sample based Wger si 1800 Sample based Tabela 4. Fcn Block Properties Name we=>s Out Min [] [] Out Max [] [] Expr (u[2]-u[1])/u[2] Out Data Type Str Inherit: Inherit from 'Constant value' Inherit: Inherit from 'Constant value' Sample Time inf inf Frame Period inf inf 68 Tabela 5. Gain Block Properties Name Gain Multiplication Param Min Gain1 30/pi Element-wise(K.*u) [] Gain5 pi/30 Element-wise(K.*u) [] Tabela 6. Manual Switch Block Properties Name Manual Switch1 Manual Switch2 Tabela 7. Mux Block Properties Name Inputs Mux2 2 Tabela 8. PSB option menu block Block Properties Name Simulation Mode powergui Continuous Param Max [] [] Param Data Type Str Inherit: Inherit via internal rule Inherit: Inherit via internal rule Sw 0 0 Out Min [] [] Out Max [] [] Action 0 0 Out Data Type Str Inherit: Inherit via internal rule Inherit: Inherit via internal rule Varsize off off Display Option bar Sample Time Frequency SPID Disable Snubber Devices Disable Ron Switches Disable Vf Switches Sw Tol Interpol Frequencyindice Echomessages Hook Port Display Equations Function Messages Enable Use Of TLC 50e-6 60 off off off 0 off off off off off off 60 off X0status Restore Links Frange Ylog Xlog Show Grid Save Variable Display Style Fundamental Freq Axis Max Frequency Frequencyindicesteady Rms Steady Display Ts Methode blocks warning [0:2:500] off off 1 60 off 1000 1 1 off on off ZData Tabela 9. RateLimiter Block Properties Name Rising Slew Limit Falling Slew Limit Rate Limiter1 2 -2 Rate Limiter5 100 -100 Tabela 10. Relay Block Properties Name On Switch Value Off Switch Value On Output Value Off Output Value histerese -.0001 -.0002 0 1 Tabela 11. Repeating Sequence Interpolated Block Properties Out Out Out Name Time Values Look Up Meth Tsamp Values Min Max 120/size(vy,1)*[0:1:size(vy,1)- Interpolation-Use End rajada vy .001 [] [] 1] Values Sample Time Mode continuous continuous 0 off Linearize As Gain on on Out Min Out Max Out Data Type Str [] [] Inherit: All ports same datatype Out Data Type Str Output Data Type Scaling Mode Out Data Type double double float('double') 2^-10 Zero Cross on Out Scaling Lock Scale off 69 Tabela 12. Sum Block Properties Name Icon Shape Inputs Collapse Mode Collapse Dim Input Same DT Accum Data Type Str Out Min Out Max Out Data Type Str Add rectangular ++ All dimensions 1 off Inherit: Inherit via internal rule [] [] Inherit: Inherit via internal rule Tabela 13. Three-Phase Breaker Block Properties Name Initial State Switch A Switch B Switch C Switch Times External Breaker Resistance Snubber Resistance Snubber Capacitance Measurements ligaRede open on on on [4/60 10/60] on 0.001 1e3 inf None Tabela 14. Three-Phase Source Block Properties Name Voltage Phase Angle Frequency Internal Connection Specify Impedance Resistance Inductance Short Circuit Level Base Voltage XRratio Three-Phase Source 460 0 60 Y on 0.8929 16.58e-3 100*100e3 460 7 Tabela 15. Timer Block Properties Name T E Weibul [0 10 20 30 40 50 60 70 80] [8. 5.8059 5.9052 7.8686 6.4494 9.2210 6.1448 10.9008 8.5159] System - motor_inducao_v20_para_impressao/CVT Tabela 16. Constant Block Properties Name Value Sampling Mode Icvtpara8m/s 1.007 Sample based Tabela 17. Inport Block Properties Name Tgerador Out Min [] Port 3 Out Max [] Out Data Type Str Inherit: Inherit from 'Constant value' Defined In Blk Demux1 Sample Time inf Frame Period inf 70 Name Port Defined In Blk WpreCVT 1 Product4 Wref 2 Sum Tabela 18. Manual Switch Block Properties Name Sw Action Manual Switch 1 0 Tabela 19. Outport Block Properties Icon Bus Out Out Out Data Type Source Of Initial Output Name Port Display Object Min Max Str Value Port TpreCVT 2 BusObject [] [] Inherit: auto Dialog number Port Wger 1 BusObject [] [] Inherit: auto Dialog number Tabela 20. Product Block Properties Name Inputs Multiplication Collapse Mode Collapse Dim Input Same DT Product1 ** Element-wise(.*) All dimensions 1 off Product6 */ Element-wise(.*) All dimensions 1 off Product7 ** Element-wise(.*) All dimensions 1 off Tabela 21. RateLimiter Block Properties Name Rising Slew Limit Falling Slew Limit Limitadordetaxadevariacao 21 -21 Tabela 22. Saturate Block Properties Name Upper Limit Lower Limit Linearize As Gain Zero Cross SaturaCVT 1.87 0.52 on on System - motor_inducao_v20_para_impressao/Subsystem1 Varsize off Output When Disabled Initial Output Dimensions Mode Used By Blk held [] auto Product5 held [] auto web_psb1 Out Min [] [] [] Out Max [] [] [] Out Data Type Str Inherit: Inherit via internal rule Inherit: Inherit via internal rule Inherit: Inherit via internal rule Sample Time Mode continuous Out Min [] Out Max [] Linearize As Gain on Out Data Type Str Inherit: Same as input 71 Tabela 23. Constant Block Properties Name Value Sampling Mode Constant1 0 Sample based Constant2 1 Sample based Tabela 24. Outport Block Properties Icon Bus Out Name Port Display Object Min desl 1 Port number BusObject [] lig 2 Port number BusObject [] Out Min [] [] Out Max [] [] Out Max [] [] Out Data Type Str Inherit: auto Inherit: auto Out Data Type Str Inherit: Inherit from 'Constant value' Inherit: Inherit from 'Constant value' Source Of Initial Output Value Dialog Dialog Output When Disabled held held Sample Time inf inf Initial Output [] [] Frame Period inf inf Dimensions Mode auto auto Used By Blk SwitchControl SwitchControl System - motor_inducao_v20_para_impressao/Subsystem2 Tabela 25. Constant Block Properties Name Value Sampling Mode Constant1 0 Sample based Constant2 1 Sample based Tabela 26. Outport Block Properties Icon Bus Out Name Port Display Object Min desl 1 Port number BusObject [] Out Min [] [] Out Max [] Out Max [] [] Out Data Type Str Inherit: auto Out Data Type Str Inherit: Inherit from 'Constant value' Inherit: Inherit from 'Constant value' Source Of Initial Output Value Dialog Output When Disabled held Sample Time inf inf Initial Output [] Frame Period inf inf Dimensions Mode auto Used By Blk SwitchControl 72 Name Port lig 2 Icon Bus Out Display Object Min Port number BusObject [] Out Max [] Out Data Type Str Inherit: auto Source Of Initial Output Value Dialog Output When Disabled held Initial Output [] System - motor_inducao_v20_para_impressao/capacitores Tabela 27. Inport Block Properties Name Port ctrl 1 Tabela 28. PMIOPort Block Properties Name A B Defined In Blk SwitchControl Port 1 2 Side Left Left Dimensions Mode auto Used By Blk SwitchControl 73 Name Port C 3 Tabela 29. Parallel RLC Load Block Properties Nominal Nominal Active Inductive Name Voltage Frequency Power Power Parallel RLC Load 460 60 0 0 Parallel RLC 460 60 0 0 Load1 Parallel RLC 460 60 0 0 Load2 Tabela 30. Three-Phase Breaker Block Properties Name Initial State Switch A Switch B Switch C Switch Times External Three-Phase Breaker open on on on [4/60 10/60] on System - motor_inducao_v20_para_impressao/resistores Side Left Capacitive Power Qc Setx 0 on Initial Voltage 460 Seti L0 off Initial Current 0 Qc on -230 off 0 None Qc on -230 off 0 None Measurements None Breaker Resistance Snubber Resistance Snubber Capacitance Measurements 0.001 1e3 inf None 74 Tabela 31. Inport Block Properties Name Port Defined In Blk ctrl 1 SwitchControl Tabela 32. PMIOPort Block Properties Name Port Side A 1 Left B 2 Left C 3 Left Tabela 33. Three-Phase Breaker Block Properties Name Initial State Switch A Switch B Switch C Switch Times External Breaker Resistance Snubber Resistance Snubber Capacitance Measurements Three-Phase Breaker open on on on [4/60 10/60] on 0.001 1e3 inf None Tabela 34. Three-Phase Series RLC Load Block Properties Name Configuration Nominal Voltage Nominal Frequency Active Power Inductive Power Capacitive Power Measurements Resistores Delta 460 60 100000 0 0 None System - motor_inducao_v20_para_impressao/rotor aerodinâmico Tabela 35. Inport Block Properties Name raio pá (m) TelpreCT vel. no eixo (rpm) vel. vento (m/s) Port 4 3 2 1 Defined In Blk Constant1 Product5 Gain1 Rate Limiter5 75 Tabela 36. Outport Block Properties Icon Bus Out Out Out Data Source Of Initial Output When Initial Dimensions Name Port Used By Blk Display Object Min Max Type Str Output Value Disabled Output Mode w rot Port Product4, Sum3, 1 BusObject [] [] Inherit: auto Dialog held [] auto (rad/s) number Controlador, Gain1 Tabela 37. Saturate Block Properties Name Upper Limit Lower Limit Linearize As Gain Zero Cross Out Min Out Max Out Data Type Str Saturation2 Inf 0 on on [] [] Inherit: Same as input Tabela 38. Sum Block Properties Name Icon Shape Inputs Collapse Mode Collapse Dim Input Same DT Accum Data Type Str Out Min Out Max Out Data Type Str Sum1 round |++ All dimensions 1 off Inherit: Inherit via internal rule [] [] Inherit: Inherit via internal rule Tabela 39. ZeroPole Block Properties Name Zeros Poles Gain Continuous State Attributes parte mecânica [] [0] [1/6534] 'mec1' System - motor_inducao_v20_para_impressao/rotor aerodinâmico/turbina eólica1 Tabela 40. Constant Block Properties Name Value Sampling Mode dens. ar (kg/m³) 1.17 Sample based incl. pá (graus) 0 Sample based Out Min [] [] Out Max [] [] Out Data Type Str Inherit: Inherit from 'Constant value' Inherit: Inherit from 'Constant value' Sample Time inf inf Frame Period inf inf 76 Tabela 41. Fcn Block Properties Name Expr lambda (u[3]*u[2])/u[1] pot. vento (u(1)*u(2)^3*u(3)^2*pi)/2 Tabela 42. Gain Block Properties Name Gain Multiplication Param Min Param Max Param Data Type Str Out Min Out Max Out Data Type Str Gain3 pi/30 Element-wise(K.*u) [] [] Inherit: Inherit via internal rule [] [] Inherit: Inherit via internal rule Tabela 43. Inport Block Properties Name Port Defined In Blk raio pá (m) 3 Constant1 vel. no eixo (rpm) 2 Gain1 vel. vento (m/s) 1 Rate Limiter5 Tabela 44. Mux Block Properties Name Inputs Display Option Mux 3 bar Mux1 3 bar Tabela 45. Outport Block Properties Icon Bus Out Out Out Data Type Source Of Initial Output Output When Initial Dimensions Used By Name Port Display Object Min Max Str Value Disabled Output Mode Blk torque_m Port 1 BusObject [] [] Inherit: auto Dialog held [] auto Saturation2 (kg.m) number Tabela 46. Product Block Properties Name Inputs Multiplication Collapse Mode Collapse Dim Input Same DT Out Min Out Max Out Data Type Str Divide */ Element-wise(.*) All dimensions 1 off [] [] Inherit: Inherit via internal rule Product 2 Element-wise(.*) All dimensions 1 off [] [] Inherit: Same as first input Tabela 47. Saturate Block Properties Name Upper Limit Lower Limit Linearize As Gain Zero Cross Out Min Out Max Out Data Type Str Avoid division by zero 1e6 1e-6 on on [] [] Inherit: Same as input Avoid division by zero 1 1e6 1e-6 on on [] [] Inherit: Same as input Saturation1 inf 1e-6 on on [] [] Inherit: Same as input 77 System - motor_inducao_v20_para_impressao/set point e controlador Tabela 48. Constant Block Properties Name Value Sampling Mode Constant4 10 Sample based Tabela 49. Inport Block Properties Name raio pá v. vento w rotor 1 Tabela 50. Outport Block Properties Icon Bus Out Name Port Display Object Min w rotor Port 1 BusObject [] ref number Tabela 51. PI Controller Block Properties Name PI Controller Out Min [] Out Max [] Out Data Type Str Inherit: Inherit from 'Constant value' Port 2 1 3 Sample Time inf Frame Period inf Defined In Blk Constant1 Rate Limiter5 parte mecânica Out Max Out Data Type Source Of Initial Str Output Value Output When Disabled Initial Output Dimensions Mode Used By Blk [] Inherit: auto held [] auto Product6, Controlador Dialog P 50 I 200 78 Tabela 52. Product Block Properties Name Inputs Multiplication Collapse Mode Collapse Dim Input Same DT Out Min Out Max Out Data Type Str Product3 **/ Element-wise(.*) All dimensions 1 off [] [] Inherit: Inherit via internal rule Tabela 53. Sum Block Properties Name Icon Shape Inputs Collapse Mode Collapse Dim Input Same DT Accum Data Type Str Out Min Out Max Out Data Type Str Sum3 round |+All dimensions 1 off Inherit: Inherit via internal rule [] [] Inherit: Inherit via internal rule System - motor_inducao_v20_para_impressao/transmissão Tabela 54. Constant Block Properties Name Value Sampling Mode Out Min RelacaoFixadeTransmissao 35.09 Sample based [] Tabela 55. Inport Block Properties Name Port TelposCT 2 WpreCT 1 Tabela 56. Outport Block Properties Icon Bus Out Out Out Data Type Name Port Display Object Min Max Str Port TelpreCT 2 BusObject [] [] Inherit: auto number Port WposCT 1 BusObject [] [] Inherit: auto number Out Max [] Out Data Type Str Inherit: Inherit from 'Constant value' Sample Time inf Frame Period inf Defined In Blk Product1 parte mecânica Source Of Initial Output Output When Value Disabled Initial Output Dimensions Mode Used By Blk Dialog held [] auto Sum1 Dialog held [] auto Product7, Product6 79 Tabela 57. Product Block Properties Name Inputs Multiplication Product4 ** Element-wise(.*) Product5 ** Element-wise(.*) Collapse Mode All dimensions All dimensions Collapse Dim 1 1 Input Same DT off off Out Min [] [] Out Max [] [] Out Data Type Str Inherit: Inherit via internal rule Inherit: Inherit via internal rule Appendix Tabela 58. Block Type Count BlockType Count Block Names Tgerador, WpreCVT, Wref, ctrl, ctrl, TelpreCT, raio pá (m), raio pá (m), vel. no eixo (rpm), vel. vento (m/s), vel. no eixo (rpm), vel. Inport 17 vento (m/s), raio pá, v. vento, w rotor 1, TelposCT, WpreCT Outport 11 TpreCVT, Wger, desl, lig, desl, lig, torque_m (kg.m), w rot (rad/s), w rotor ref, TelpreCT, WposCT Icvtpara8m/s, Constant1, Constant1, Constant2, Constant1, Constant2, Wger si, dens. ar (kg/m³), incl. pá (graus), Constant4, Constant 11 RelacaoFixadeTransmissao CVT, Subsystem1, Subsystem2, capacitores, resistores, rotor aerodinâmico, turbina eólica1, cp(lambda,beta), set point e controlador, SubSystem 10 transmissão Product 8 Product1, Product6, Product7, Divide, Product , Product3, Product4, Product5 PMIOPort 6 A, B, C, A, B, C Saturate 5 SaturaCVT, Saturation2, Avoid division by zero , Avoid division by zero 1, Saturation1 Three-Phase Breaker (m) 3 Three-Phase Breaker, ligaRede, Three-Phase Breaker Sum 3 Add, Sum1, Sum3 RateLimiter 3 Limitadordetaxadevariacao, Rate Limiter1, Rate Limiter5 Parallel RLC Load (m) 3 Parallel RLC Load, Parallel RLC Load1, Parallel RLC Load2 Mux 3 Mux2, Mux, Mux1 Manual Switch (m) 3 Manual Switch, Manual Switch1, Manual Switch2 Gain 3 Gain1, Gain5, Gain3 Fcn 3 lambda, pot. vento, we=>s ZeroPole 1 parte mecânica Timer (m) 1 Weibul Three-Phase Source (m) 1 Three-Phase Source Three-Phase Series RLC 1 Resistores Load (m) 80 BlockType Scope Repeating Sequence Interpolated (m) Relay PSB option menu block (m) PI Controller (m) BusSelector Asynchronous Machine (m) Tabela 59. Model Variables Variable Name vy Count Block Names 1 Controlador 1 rajada 1 1 1 1 1 histerese powergui PI Controller Bus Selector 150 HP - 460V 60 Hz - 1785 rpm Parent Blocks rajada rajada Calling string Value vy 120/size(vy,1)*[0:1:size(vy,1)-1] Tabela 60. Model Functions Function Name Parent Blocks Calling string Inf Saturation2 Inf double rajada float('double') float rajada float('double') Gain1 Gain5 Gain3 30/pi pi rajada 120/size(vy,1)*[0:1:size(vy,1)-1] size pi/30 pi/30 [498x1 double]