NUTRIÇÃO: AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO E SUA INFLUÊNCIA EM UNIVERSIDADE ABERTA A TERCEIRA IDADE Nutrition: Assessment of knowledge and its influence in open university the third age SILVA, Janaina V.¹ BARRATO, Indiomara.² RESUMO De acordo com as projeções estatísticas da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2025, a população brasileira pode aumentar cinco vezes, enquanto a faixa etária com idade superior a 60 anos estará ampliando-se 15 vezes, representando cerca de 34 milhões de pessoas. Desta forma, a população idosa necessita de atenção à saúde de forma geral com intuito de manter e/ou melhorar a qualidade de vida. Em função disto, o estudo teve como objetivo avaliar o conhecimento sobre as questões relacionadas à nutrição e verificar a contribuição da Educação Nutricional em idosos. Trata-se de um estudo transversal de caráter descritivo, o qual foi desenvolvido em uma Universidade Aberta a terceira idade - UNATI da Universidade Estadual do Centro-Oeste – UNICENTRO, na cidade de Guarapuava, Paraná, sendo que a população de estudo foi composta por 20 alunos de ambos os sexos, a maioria mulheres, com idade igual ou superior a 60 anos, matriculados no projeto de extensão - UNATI. Aplicou-se um questionário, por meio da escala de conhecimento nutricional antes e após intervenção educativa para identificar o nível de informações sobre nutrição. A escala era composta 13 questões, onde a pontuação variou de zero a um. No período pré-teste os alunos obtiveram uma pontuação de 7,9, com desvio-padrão de 1,8 pontos. Em contrapartida, no pós-teste a média foi de 8,85 pontos (desvio-padrão de 1,95 pontos), variando de 5,0 a 12 pontos. Pode-se concluir que a intervenção educativa pode contribuir na tomada de decisões e escolhas da amostra analisada. Palavras-chave: educação nutricional, idosos, conhecimento nutricional ABSTRACT According to the statistics projections of the World Health Organizacion (WHO) in two thousand and twenty-five the Brazilian population would increase five times while age older than sixty years old would increase fifteen times represent about thirtyfour millions of people. So the elderly population needs for health care in general in order to keep and / or improve the quality of life. According of this, the study aimed to evaluate the knowledge to evaluate the issues related to nutrition and to assess the contribution of Nutrition Education in the elderly. This is a descriptive transversal study of character which was developed in an Open University Third Age – UNATI on Universidade Estadual do Centro-Oeste – UNICENTRO in Guarapuava city, Paraná, although the study population consisted of 20 students of both sexes, most women aged over 60 years, enrolled in the extension project – UNATI. A questionnaire was applied through the range of nutritional knowledge before and after an educational intervention to identify the level information about nutrition. The scale consisted 13 questions, which scores ranged from zero to one. In the pre-test students scored 7.9, with standard deviation of 1.8 points. In contrast, the post-test was 8.85 points (standard deviation of 1.95 points), ranging from 5.0 to 12 points. It can be concluded that educational interventions can help in making decisions and choices of the sample. Keywords: nutricional education, aged, nutricional knowledge 1- Acadêmica do Curso de Nutrição da Universidade Estadual do Centro-Oeste e-mail: [email protected] 2- Docente do Departamento de Nutrição da Universidade Estadual do Centro-Oeste e-mail: [email protected] INTRODUÇÃO A população idosa vem crescendo a nível mundial, por esse motivo se faz necessário investigar os problemas que acometem essa faixa etária, para que os serviços de saúde visem melhor qualidade de vida e longevidade a essa população (¹). De acordo com as projeções estatísticas da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2025, a população brasileira pode aumentar cinco vezes, enquanto o grupo etário com idade superior a 60 anos estará ampliando-se 15 vezes, representando cerca de 34 milhões de pessoas. Desta forma, o Brasil poderá ocupar o sexto lugar do mundo em contingente de idosos (¹). O aumento acelerado desse grupo etário poderá gerar problemas mais graves do que os já encontrados atualmente nos setores econômico, social, psicológico, de assistência à saúde e serviços públicos. Em contrapartida, torna-se necessário conhecer as condições gerais dos indivíduos idosos, bem como as condições de saúde, em particular a alimentação e o estado nutricional, a fim de promover a intervenção adequada, de forma a garantir um envelhecimento saudável, com uma boa qualidade de vida (²). Além desses aspectos sociais e de caráter psicológicos, para obter uma vida mais saudável é recomendado o auto cuidado com a alimentação, ressaltando o papel do aumento no consumo de frutas, verduras e grãos integrais, das atividades físicas regulares, a troca das gorduras de origem animal pelas de origem vegetal. Assim como, diminuir as quantidades dos alimentos mais gordurosos, salgados e doces no plano alimentar, a manutenção do peso corporal, a eliminação do tabagismo e menor consumo de álcool (³). Sendo o envelhecimento humano considerado um processo natural, dinâmico, progressivo e irreversível, no qual ocorrem alterações fisiológicas, bioquímicas, comportamentais e psicológicas, a necessidade calórica relacionada à taxa metabólica basal reduz aproximadamente 10% para as idades entre 50 e 70 anos e 20 a 25% após este período (4). A Educação Nutricional é um processo que visa levar às pessoas as questões relacionadas à nutrição, através da qual se obtêm mudanças de atitudes e práticas alimentares e de conhecimentos nutricionais com garantia da saúde do homem (5). Dessa maneira, o comportamento alimentar é influenciado pelo conhecimento de normas alimentares e pela habilidade em selecionar um plano nutricionalmente adequado a partir da escolha dos alimentos (6) . É importante levar em consideração a capacidade de entendimento do idoso, seu grau de escolaridade e suas condições cognitivas (7). Neste contexto, a influência da orientação nutricional e alimentar em idosos são de extrema necessidade, pois permite diagnosticar as carências e excessos alimentares, a fim de criar estratégias para atender as demandas nutricionais. Com base nesse conjunto de idéias, reconhece-se que a educação nutricional fundamenta-se como uma ação da nutrição aplicada, que orienta seus recursos em direção à aprendizagem, à adequação e à aceitação de hábitos alimentares saudáveis durante todo o ciclo de vida (8). Este estudo teve como objetivo avaliar o conhecimento sobre as questões relacionadas à nutrição e verificar a contribuição da Educação Nutricional em idosos, pois, torna-se necessário o entendimento e a função da nutrição e da intervenção educativa nesta população. CASUÍSTICA E MÉTODOS Trata-se de um estudo transversal de caráter descritivo, o qual foi desenvolvido na Universidade Aberta a terceira idade - UNATI da Universidade Estadual do CentroOeste - UNICENTRO na cidade de Guarapuava, Paraná. A realização deu-se no período de 5 de março a 25 de junho de 2010. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (COMEP) da Universidade Estadual do Centro-Oeste – UNICENTRO sob o protocolo nº 10815/2009 do dia 04 de novembro de 2009 (ANEXO 1). A população de estudo foi composta por 20 alunos de ambos os sexos, com idade igual ou superior a 60 anos, matriculados no projeto de extensão denominado Universidade Aberta a Terceira Idade – UNATI. A universidade da terceira idade é um projeto de extensão e educação permanente de caráter universitário e multidisciplinar, que contempla os cursos de nutrição, fisioterapia, educação física, dança, coral, línguas, entre outros, voltado a adultos maduros e idosos, tendo como objetivo, demonstrar que a atividade promove saúde, bem-estar psicológico e social da chamada terceira idade. O programa oferece oportunidades para a participação em atividades intelectuais, físicas, sociais, culturais, artísticas e de lazer. A amostra foi constituída por alunos que aceitaram voluntariamente participar da pesquisa, após a leitura, explicação e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (APÊNDICE 1), o qual autorizava a obtenção dos dados para a pesquisa. Realizou-se inicialmente o presente trabalho, por meio da aplicação individual de um questionário socioeconômico qualitativo (APÊNDICE 2), contemplando perguntas objetivas, abordando questões pessoais para identificação da população de estudo, como por exemplo: gênero, idade, estado civil, escolaridade, entre outros. Posteriormente, para o conhecimento sobre nutrição, utilizou-se a Escala de Conhecimento Nutricional (ANEXO 2), adaptada da National Health Interview Survey Cancer Epidemiology9, 1992, sendo esta aplicada antes do primeiro dia da palestra sobre educação nutricional e após três meses da intervenção. A escala conta com 12 questões objetivas e 1 subjetiva, sendo que cada questão possui apenas uma alternativa correta e esta equivale a um ponto. As pontuações totais entre zero e seis indicam baixo conhecimento nutricional; entre sete e dez indicam moderado conhecimento e acima de dez indicam alto conhecimento nutricional. A escala é composta por um conjunto de assuntos sobre Nutrição, Alimentação e Saúde, incluindo o valor nutritivo dos alimentos, alimentos ricos em colesterol, alimentos energéticos, reguladores, função das fibras, das gorduras, do cálcio e vitamina D além de alimentos funcionais. As aulas de educação nutricional abrangendo Nutrição, Saúde e Envelhecimento foram ministradas após a aplicação do questionário e da escala, sendo estas realizadas por meio de aulas interativas com recursos audiovisuais, oficinas ludo pedagógicas com jogos, como, por exemplo, dominó, bingo, caça-figuras, jogo da memória e quebracabeça. Como apoio didático elaborou-se uma mini apostila (APÊNDICE 3) com o conteúdo das aulas. Para explanação da educação nutricional utilizou-se ainda, como auxílio, a pirâmide alimentar para idosos (ANEXO 3). Os temas desenvolvidos durante a intervenção nutricional foram: Alimentação saudável (10 passos para uma alimentação saudável do Ministério da Saúde), grupo dos alimentos e suas funções no organismo, necessidades e recomendações nutricionais específicas para a população idosa. Os temas durante o curso sofreram adaptações a fim de garantir a melhor interação com os interesses propostos pelos idosos. Após três meses de educação nutricional, aplicou-se novamente a escala a fim de verificar o entendimento ou melhoria do conhecimento frente à população de estudo. As técnicas estatísticas utilizadas na avaliação dos resultados do estudo foram dispostos em planilhas e tabulados com auxílio do programa Microsoft Office Excel® 2007 sendo apresentados sob a forma de média e desvio-padrão. RESULTADOS E DISCUSSÕES A amostra constituiu-se de 20 estudantes matriculados no curso de Nutrição na Universidade Aberta à Terceira Idade - UNATI, sendo que a idade média destes foi de 70,45 anos, com desvio-padrão (DP) de 6,4 anos. Cervato et. al (10), em um estudo com 44 estudantes da UNATI observaram que 20 destes apresentaram idade superior ou igual a 60 anos. No estudo de Carvalho et. al (11) com idosos de instituições asilares verificaram que a idade variou de 60 a 95 anos. Cervato (6) , em sua tese de doutorado com idosos da UNATI observou que a idade média dos estudantes foi de 59,3 anos (desvio padrão = 8,285 anos), variando entre 45 e 88 anos. Menezes e Marucci (12) , em seu estudo com idosos institucionalizados verificaram que, a idade dos estudados variou de 60 a 99 anos e a média etária foi 75,9 anos (DP=9,5), sendo 73 anos (DP=8,7) para os homens e 77,2 anos (DP=9,5) para as mulheres. Quintella (13), em um estudo com 64 idosos frequentadores de um centro de práticas esportivas, identificou que, a idade média foi de 68,9 anos. Em relação ao gênero, 16 eram mulheres e 4 homens. Segundo a faixa etária, observou-se uma predominância de idosos (50%) no grupo de 70 a 80 anos de idade (Tabela 1). Tabela 1. Distribuição dos idosos segundo o gênero e faixa etária Gênero Faixa Etária 60ⱶ70 70 ⱶ 80 ≥ 80 Total Masculino 1 2 1 4 Feminino 8 8 0 16 Total 9 10 1 20 Assis et. al (14) , em seu estudo com 452 idosos frequentadores da NAI/UNATI constataram o predomínio de mulheres na faixa de 60-69 anos de idade. Carvalho et. al (11) , verificaram que as mulheres (70,5%) representam a maioria da população institucionalizada. Cervato et. al (10) , observaram o predomínio de mulheres com idade inferior ou igual a 60 anos e a presença de apenas sete homens. O predomínio da população feminina nesta atividade educativa é decorrente da elevada participação de mulheres em Universidades Abertas para a Terceira Idade, pois as mulheres tornam-se mais sensibilizadas às necessidades demandadas para a promoção de saúde, em decorrência de sua experiência na utilização dos serviços de saúde em outras fases da vida. Quintella (13) observou que 64,1% eram mulheres (41) e 35,9% homens (23), sendo que a distribuição de sua amostra em relação à faixa etária variou entre 65 e 69 anos de idade. Gráfico 2 – Relação de moradia entre os estudantes da UNATI Moradia Mora sozinho 40% Mora com outras pessoas 60% Verificou-se que (Gráfico 2), 60% dos idosos pesquisados relataram residir com outras pessoas como, por exemplo, esposo (a) e/ou filhos (as). Em contrapartida 40% residem sozinhos. Em um estudo de Carniel e Martins (15), com idosos frequentadores de um grupo que recebe informação nutricional e outro grupo que não recebe informação, 23,3% destes relataram morar sozinhos e 76,7 residem com companheiro, familiares entre outros. Segundo o estudo de Quintella sozinhos. Cervato (13) , 12,5% dos idosos relataram morar (6) , em seu estudo com 121 idosos observou que 20,7% dos idosos moravam sozinhos e o restante 79,3% acompanhados do cônjuge, filhos, parentes ou de amigos. O grau de escolaridade encontrado foi considerado razoável para essa faixa etária, pois 35% (7) dos idosos completaram o ensino médio e o mesmo percentual concluiu o primário, 15% (3) dos idosos realizaram o ensino fundamental e o mesmo ocorreu com o ensino superior (Gráfico 3). Gráfico 3 – Grau de escolaridade entre os estudantes da UNATI Escolaridade Ensino Superior 15% Ensino médio Ensino fundamental Primário Bós e Bós 35% 15% 35% (16) , em seu estudo extraído das pesquisas realizadas pelo Conselho Estadual do Idoso no Rio Grande do Sul demonstraram que, 19% dos idosos tinham o primário ou mais. Quintella (13) em relação à escolaridade observou que 62,8% dos idosos estavam na faixa de 11 anos ou mais de estudo e 3,1% com 1 a 3 anos de estudo. Stumm (17) , em seu estudo com idosos frequentadores da Unidade Estratégia da Saúde da Família, identificou que 17,5% estudaram menos que 2 anos, 30% de 2 a 5 anos, 35% de 5 a 8 anos e 13%, 8 anos ou mais. Cervato et. al (10), em seu estudo verificaram que o grau de escolaridade foi relativamente baixo, pois 25% dos idosos são alfabetizados e 46% possuem apenas o primeiro grau incompleto. Cervato (6) , em relação à escolaridade, demonstrou que 24% dos idosos não terminaram o 1º grau, mas grande parcela, 62% continuaram os estudos, sendo que 14% estudaram até o final do 1º grau, 27,3% continuaram os estudos até completarem o colegial e 18,2% concluíram o 3º grau. Bassler e Lei (18) , em um estudo sobre a situação nutricional dos idosos de Curitiba, mostraram que 32,3% eram analfabetos, pois não sabiam ler/escrever; 27,0% não completaram a 4ª série do ensino fundamental (antigo primário) e apenas 13,1% dos idosos tinham escolaridade igual ou superior a 8 anos de estudo (pelo menos o primeiro grau completo). Observou-se que cerca de 60,0% dos idosos apresentaram escolaridade inferior a 4 anos de estudo. Ramos19, em um estudo com idosos da região sudeste do Brasil, em relação à escolaridade dessa população, encontrou que 35% eram analfabetos (foram incluídos nesta categoria as pessoas que responderam saber ler e escrever, mas que nunca frequentaram escola), 21% apresentavam o nível primário incompleto, 26% o primário completo e 18% cursaram o pós-elementar (ginasial, colegial e/ou superior). Marin e Cecílio (20), em um estudo com 301 idosos, relataram que a baixa escolaridade, apresenta-se como um aspecto importante a ser considerado nas ações de saúde, pois, constataram que 68,1% são analfabetos ou tiveram pouco tempo de escolaridade. Gomes e Gomes (21) , observaram em seu estudo com idosos que em relação ao nível de escolaridade, a maioria (73,6%) apresenta-se com o primário e o ginasial. Silva (22) , encontrou em seu estudo com idosos que 21,4% (n=90) afirmaram não saber ler e escrever, ou sabe ler e escrever, mas nunca frequentaram a escola, 50,5% (n=212) completaram o ensino fundamental e 11% (n=46) completaram a graduação e/ou pósgraduação. Abade e Zamai (23), com relação ao nível escolar de 18 idosos frequentadores do Centro Público de Atendimento ao Idoso (CPAI), mulheres e homens responderam que fizeram o primário (1ª a 4ª série) 33%; 44% disseram não possuir estudos; 22% das mulheres disseram possuir apenas a 1ª série, 11% dos homens estudaram até a 2ª série e outros 11% até o 2º grau. Em relação ao estado civil, 50% (10) dos idosos são viúvos (as), 35% (7) casados (as), 10% (2) divorciados (as) e 5% (1) vivem no regime de união consensual (Gráfico 4). Gráfico 4 – Estado civil entre os estudantes da UNATI Estado Civil 50% 35% 10% 5% Casado (a) União Consensual Divorciado (a) Viúvo (a) Gomes e Gomes (21), em seu estudo com 171 idosos, demonstraram que, o estado civil mais evidente foi de casados com 52,6%. Abade e Zamai (23) , verificaram que, o estado civil das mulheres, e respectivamente, dos homens correspondem a 11% e 33% dos solteiros, 0% e 11% dos casados, 11% e 11% dos divorciados, 78% e 44% dos viúvos. Em um estudo de Amado et. al (24), com 106 idosas atendidas em um Núcleo de Saúde do Idoso, em relação ao estado civil predominante foi à viuvez, com 34,9% do total da amostra. No que diz respeito a problemas de saúde 60% (12) dos idosos relataram serem portadores de alguma patologia, as quais estão representadas por hipertensão arterial sistêmica (HAS), artrose, artrite reumatóide, doenças coronarianas, hipotireoidismo entre outros, conforme pode ser visto no Gráfico 5. Gráfico 5 – Problemas de saúde encontrados nos idosos da UNATI Problema de Saúde 40% 20% 15% 5% 5% 5% Em um estudo semelhante de Cervato 5% 5% (6) , verificou-se que 17,4%, ou seja, apenas 21 indivíduos informaram não ter algum tipo de doença. Dentre aqueles que referiram apresentar alguma doença, 62,5% citaram dois ou mais problemas com sua saúde. Os problemas de saúde mais citados foram problemas de coluna e HAS; este 30,6% e aquele 31,4%. Dentre os que mencionaram problemas de coluna, 10,3% citaram apenas este problema isolado; os demais, contudo, apresentavam doenças associadas. Destacaram-se, também, como prevalentes a hipercolesterolemia, com 21,5%, a obstipação, com 18,2% e a osteoporose, com 16,5%. Bassler e Lei (18), em seu estudo com 194 idosos, identificaram 15 indivíduos não referindo nenhum tipo de morbidade e as três morbidades mais citadas foram à HAS, com 59,8% (116 indivíduos), seguida de problemas de colesterol elevado, com 20,6%, e de diabetes mellitus, com 15,5% dos entrevistados. Ramos (19) , em relação ao estado de saúde dos idosos, apenas 14% indicaram estarem livres de doenças crônicas (reumatismo, asma, hipertensão, má circulação, diabetes, derrame, lesões de pele, prisão de ventre e insônia), o que equivale a dizer que 86% referiram pelo menos uma dessas doenças. Silva (22) , em estudo com idosos em Goiânia – GO, verificou que 80,2% (n=337) referem serem portadores de até dois problemas crônicos de saúde, 18,8% (n=79) de três a cinco e 1% (n=4) mais de seis doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). As seis doenças crônicas referidas, mais frequentemente, foram: hipertensão 34,8% (n=146), incontinência urinária 32,4% (n=136), problemas de coluna 14,5% (n=61), osteoporose ou osteopenia 12,6% (n=53), diabetes 10,7% (n=45) e disfunção cardíaca 10,5% (n=44), havendo também, uma prevalência de 72,9% (n=306) que refere uso de remédios. Além disso, 85% (17 idosos) fazem acompanhamento com profissionais da saúde como clínico geral, geriatra, fisioterapeuta, reumatologista, ortopedista, cardiologista, gastroenterologista, urologista, entre outros. Em relação à atividade física (Gráfico 6) encontrou-se um índice satisfatório entre os participantes, pois 90% (18) dos idosos realizam algum exercício físico, demonstrando que os mesmos estão preocupados com a qualidade e estilo de vida nesta faixa etária. Os tipos de atividades físicas realizadas entre os participantes variaram entre método de relaxamento como thai chi, hidroginástica, dança, vôlei, basquete, caminhadas, musculação e ginástica. Gráfico 6 – Atividade física entre os idosos frequentadores da UNATI Atividade Física 90% 10% Sim Cervato Não (6) , no que tange os tipos de atividades físicas citados, observou a caminhada como a mais prevalente, ou seja, 47,5% das indicações, seguida da ginástica, que apresentou 10,7% das respostas, 14,4% dos entrevistados, entretanto, mencionaram não realizar nenhum tipo de atividade física. Nicolau25, em um estudo com idosos frequentadores da universidade da experiência, verificou que 60,4% realizam ao menos 30 minutos de atividades físicas (de forma contínua, 5 ou mais dias na semana), realizam ao menos duas vezes por semana exercícios que envolvam força e alongamento muscular e caminham ou pedalam como meio de transporte todos os dias; 16,67% tem estes hábitos quase sempre que diários e 22,91% afirmaram que estes cuidados não fazem parte do seu estilo de vida. Marin e Cecílio (20), estudando idosos da unidade da saúde da família, observaram que metade dos idosos (49,5%) não realiza qualquer atividade física, o que torna-se uma preocupação, pois sabe-se que a qualidade de vida depende, em boa medida, da manutenção de alguma atividade regular. Gomes e Gomes (21) , em seu projeto de educação física com idosos verificaram que 60,3% realizam uma ou duas atividades socioculturais ou políticas além das experiências proporcionadas pelo Projeto, o que demonstra que idosos socialmente participativos mantêm-se engajados em múltiplas atividades, o que amplia sua participação social e sua rede de relações. Nas atividades de lazer percebe-se que 80,9% estão realizando entre duas a seis atividades além do Projeto, tais como leitura, música, frequência a shows e teatros, dentre outros. Quanto aos hábitos alimentares os idosos fazem em média 4,5 refeições por dia (DP de 0,75 refeições), sendo que 10% dos idosos realizam seis refeições, 5% três refeições, 40% realizam quatro refeições e 45% cinco refeições ao dia. Gráfico 7 – Número de refeições realizadas pelos idosos frequentadores da UNATI Número de refeições 40% 5% 45% 10% 3 4 5 6 refeições refeições refeições refeições De acordo com o estudo de Carniel e Martins (15), com dois grupos de idosos, um que recebe informação nutricional e outro que não recebe informação verificou-se que, participantes do grupo que não recebe informação nutricional, em sua maioria realiza três refeições diária (44%), 23% relatam realizar quatro refeições diárias, 20% realizam cinco refeições diárias e 13% realizam apenas duas refeições diárias, dos que recebem informação 30% dos participantes realizam três refeições diárias, 30% realizam quatro refeições diárias, 17% realizam cinco refeições diárias, 13% realizam seis refeições diárias, e 10% apenas duas refeições diárias sendo que o ideal recomendado seria de 5 a 6 refeições diárias. Nicolau (25) , em seu estudo com 15 idosos, citou que 52,08% fazem de 4 a 5 refeições diárias. Cervato (6) , no que diz respeito ao fracionamento da dieta, verificou em seu estudo que, seis refeições ao dia foi a distribuição mais observada, o equivalente a 32,2%, sendo que apenas 19,5% referiram consumir três refeições. Amado et. al (24) , em relação ao número de refeições e lanches verificaram que 87,7% dos idosos realizavam três refeições diárias, e 43,4% realizavam dois lanches. Romeiro (26) , em um estudo com 72 idosos sobre a percepção destes em relação à alimentação constatou que, a maioria (63%) dos entrevistados possui um fracionamento de apenas três refeições por dia. Em relação à escala de conhecimento nutricional (Tabela 2), no que se refere ao terceiro tema, ou seja, o que contêm mais fibras: uma tigela de farelo de trigo ou uma tigela de cereal matinal, 45 % tiveram suas respostas adequadas e 55 % responderam inadequadamente a questão. Tabela 2 – Algumas questões abordadas pela Escala de Conhecimento Nutricional Resposta Pré-teste Certa % Errada % Questões 3- O que contêm mais fibras: uma 9 45 11 55 tigela de farelo de trigo ou uma tigela de cereal matinal 4- O que contêm mais fibras: uma 15 75 5 25 xícara de espaguete com almôndega ou uma xícara de feijão. 5- O que contêm mais gordura: 17 85 3 15 batata chips ou biscoito de polvilho. 6 – o que contêm mais gordura: 1 14 70 6 30 pedaço pequeno de bolo simples ou 1 fatia de pão integral. 7 – o óleo de soja possui 8 40 12 60 colesterol? 8 – As vitaminas e minerais fazem 2 10 18 90 parte dos alimentos? 9 – Qual alimento possui mais 3 15 17 85 energia? 10- O cálcio é um mineral 17 85 3 15 importante para prevenir? 11 – O peixe é rico em um 13 65 7 35 nutriente essencial para o organismo, qual é? 13 – Quantas porções de frutas e 15 75 5 25 verduras você acha que uma pessoa deve comer por dia para ter uma boa saúde? Resposta Pós-teste Certa % Errada % 12 60 8 40 15 75 5 25 15 75 5 25 17 85 3 15 12 60 8 40 7 35 13 65 2 10 18 90 19 95 1 5 12 60 8 40 17 85 3 15 Quanto ao quarto tema, sobre o que tem mais fibras: uma xícara de espaguete com almôndegas ou uma xícara de feijão, 75% tiveram suas respostas adequadas e 25% responderam inadequadamente. O quinto tema, em relação a qual desses alimentos tem mais gordura, batata chips ou biscoito de polvilho, 85% tiveram suas respostas adequadas e 15% responderam inadequadamente a questão. E em relação a um pedaço pequeno de bolo simples ou 1 fatia de pão integral, 70% tiveram suas respostas adequadamente e 30% responderam inadequadamente a questão. O sétimo tema refere-se ao óleo de soja, se este contém colesterol, 40% tiveram respostas adequadas e 60% responderam inadequadamente a questão. Em um estudo de Carniel e Martins (15) , quanto às questões de conhecimento gerais em relação à mesma questão, 20% dos idosos responderam corretamente, que não contém. A questão oito referente ao tema, as vitaminas e minerais fazem parte de qual grupo alimentar, 10% apenas tiveram suas respostas adequadas e 90% responderam inadequadamente. A questão nove diz respeito a qual alimento possui mais energia, 15% tiveram as suas respostas adequadas e 85% responderam inadequadamente. Segundo Cervato (6) , nesse item, a pontuação média foi 0,17 (desvio padrão = 0,31), enquanto a porcentagem de respostas inadequadas chegou a 74,4% entre os idosos avaliados. Quanto ao décimo tema, o cálcio é um mineral importante para prevenir qual patologia, 85% tiveram suas respostas adequadas e 15% responderam inadequadamente. Cervato (6) , em seu estudo sobre o conhecimento nutricional, o quarto tema, era relacionado com os cuidados dietéticos para a prevenção da osteoporose, obteve o percentual de respostas adequadas, nesse caso, foi de 56,2%. A questão 12, que refere, o peixe é rico em qual nutriente essencial para o organismo, 65% tiveram suas respostas adequadas e 35% responderam inadequadamente a questão. Quantas porções de frutas e verduras você acha que uma pessoa deve comer por dia para ter uma boa saúde, 75% tiveram suas respostas adequadas e 25% responderam inadequadamente. A média da avaliação do conhecimento nutricional, no período pré-teste foi de 7,9 pontos (DP de 1,8 pontos), de um total de 13 pontos possíveis, variando de 4,0 a 11,0 pontos. Em contrapartida, no pós-teste a média foi de 8,8 pontos (DP de 1,9 pontos), variando de 5,0 a 12,0 pontos. Conforme pode ser verificado pelo Gráfico (8) abaixo: Gráfico 8 – Demonstração da média em relação à avaliação do conhecimento nutricional Conhecimento Nutricional 9 8,5 8 7,5 7 8,8 7,9 Pré-teste Cervato et. al (1)0 Pós-teste , quanto ao teste relativo às noções conceituais sobre nutrição, observou um aumento da média de pontuação de 5,01 para 6,26, com diferença estatística significativa de 1,25 pontos. Cervato (6) , em relação à avaliação do conhecimento nutricional em seu estudo, verificou que a média geral foi 4,8 (DP = 2,062) de um total de 13 pontos possíveis, variando de 0,0 a 8,75. Romeiro (26) , observou que 65% possuem um conhecimento insuficiente, 18% um conhecimento regular e, apenas 17% dos entrevistados possuem um bom conhecimento sobre nutrição. Rubin et. al (27) , em seu estudo com 175 mulheres sobreviventes de câncer de mama, com relação ao conhecimento nutricional verificado através da aplicação da escala, as mulheres apresentaram moderado conhecimento nutricional, com acertos entre 7 e 10. A média de acertos foi de 9,24 (±2,23), o mínimo de acertos foi 3 e o máximo 14. Nota-se que, as respostas do questionário aplicado na segunda fase comparadas com os da primeira fase apresentaram um aumento significativo em relação ao conhecimento nutricional, conformo o exposto no Gráfico (9) abaixo: Gráfico 9 – Distribuição da pontuação da avaliação nutricional Conhecimento Nutricional 50 40 30 20 10 0 Pré-teste Pós-teste 4 5 6 7 8 9 10 11 12 pts pts pts pts pts pts pts pts pts Com isso, observa-se que, houve um aumento significativo em relação ao conhecimento nutricional na segunda aplicação. Segundo Cervato et. al (9) , toda e qualquer intervenção nutricional educativa terá maiores chances de sucesso, se estiver incluída em programas habituais que promovam pequenas e confortáveis, mas importantes mudanças, por um longo período de tempo. CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente estudo demonstrou que a intervenção educativa, por meio da educação nutricional, oficinas ludo-pedagógicas e atividades complementares podem servir de subsídios para auxiliar os idosos na tomada de decisões e escolhas, no que tange aos hábitos alimentares, qualidade de vida e promoção de saúde. Além da aprendizagem e experiência adquirida quando se trabalha em grupo, poder transmitir o conhecimento nutricional a essa população, e principalmente, ouvir suas dificuldades e questionamentos em relação ao tema torna essa experiência ainda mais gratificante. Notou-se que, a prevalência de doenças é relativamente alta nessa população, por isso, torna-se necessário a disseminação continuada de informações sobre alimentação, nutrição e saúde, prevenção e controle das consequências dessas doenças. O conteúdo das atividades deverá ser adequado às características da população, motivando-os para a participação cada vez mais efetiva. Por outro lado, verifica-se a preocupação dessa parcela de idosos estudados frente a uma melhor qualidade vida, hábitos saudáveis e prática de atividades físicas e conhecimentos gerais, pela própria busca de estarem ativos na UNATI. A UNATI é uma estratégia de extensão, a qual envolve uma equipe multidisciplinar, voltada para preparar a sociedade para uma realidade cada vez mais emergente: o crescimento da população idosa. Foram encontradas algumas limitações no estudo como, número reduzido de idosos que participaram das aulas de nutrição e exclusão dos indivíduos que apresentaram menos que 60 anos de idade. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1- Paula HAA, Oliveira FCE, São José JFB, Gomide CL, Alfenas RCG. Avaliação do estado nutricional de pacientes geriátricos. Rev. Bras. Nutr. Clin 2007; 22(4): 280-5. 2- Silva SMCS, Mura JDAP. Tratado de alimentação, nutrição e dietoterapia. São Paulo: Roca; 2007. 3- Organização Pan-Americana de Saúde. Doenças Crônico-degenerativas e obesidade: estratégia mundial sobre alimentação, atividade física e saúde. Brasília: OPAS, 2003. 4- Leão LSCS, Gomes MCR. Manual de Nutrição Clínica: para atendimento ambulatorial do adulto. 8 ed. Rio de Janeiro: Vozes; 2008. 5- Camarneiro JT, A PSPB. Elaboração de recursos pedagógicos – nutricionais para o programa de educação nutricional. Nutrição Brasil, 2004, São Paulo, julho/agosto. 6 - Cervato AM. Intervenção nutricional educativa: promovendo a saúde de adultos e idosos em Universidades Abertas à Terceira Idade. [Tese para Doutorado] São Paulo (SP): Universidade de São Paulo; 1999. 7 - Vitolo MR. Nutrição: da gestação ao envelhecimento. Rio de Janeiro: Rubio; 2008. 8- Alencar MSS, Barros Júnior FO, Carvalho CMRG. Os aportes sócio-políticos da educação nutricional na perspectiva de um envelhecimento Saudável. Rev. Nutr. 2008; 21(4): 369-381. 9- Scagliusi FB, Polacow VO, Cordás TA, Coelho D, Alvarenga M, Philippi ST, Lancha Júnior AH. Tradução, adaptação e avaliação psicométrica da escala de conhecimento nutricional do National Health Interview Survey Cancer Epidemiology. Rev. Nutr. 2006; 19 (4). 10 - Cervato AM, Derntl AM, Latorre MRDO, Marucci MFN. Educação nutricional para adultos e idosos: uma experiência positiva em Universidade Aberta para a Terceira Idade. Rev. Nutr. 2005; 18 (1): 41-52. 11- Carvalho EN, Silva FR, Melo MTSM, Carvalho, CMRG. Avaliação da qualidade nutricional das refeições servidas aos idosos em instituição asilar. Estud. interdiscip. envelhec. 2003; 5: 119-136. 12- Menezes TN, Marucci MFN. Antropometria de idosos residentes em instituições geriátricas, Fortaleza, CE. Rev. Saúde Pública 2005; 39 (2): 169-75. 13- Quintella LCM. Qualidade de vida e estado nutricional de idosos: um estudo descritivo sobre freqüentadores do centro de praticas esportivas da universidade de São Paulo. [Dissertação para Mestrado] São Paulo (SP): Universidade de São Paulo; 2006. 14- Assis M, Pachero LC, Menezes IS. Repercussões de uma experiência de promoção da saúde no envelhecimento: análise preliminar a partir das percepções dos idosos. Textos Envelhecimento 2002; 4 (7). 15- Carniel M, Martins AH. Avaliação da influência da educação nutricional na alimentação de idosos. [Trabalho de conclusão de curso] Cascavel (PR): Faculdade Assis Gurgacz; 2006. 16- Bós AMG, Bós AIG. Determinantes na escolha entre atendimento de saúde privada e pública por idosos. Rev Saúde Pública 2004; 38 (1): 113-120. 17- Stumm EMF, Zambonato D, Kirchiner RM, Dallapiane LB, Berlezi EM. Perfil de idosos assistidos por unidades de Estratégia de Saúde da Família que sofreram infarto agudo do miocárdio. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol. 2009; 12 (3). 18- Bassler TC, Lei DLM. Diagnóstico e monitoramento da situação nutricional da população idosa em município da região metropolitana de Curitiba (PR). Rev. Nutr. 2008; 21 (3). 19- Ramos LR. Perfil do idoso em área metropolitana na região sudeste do Brasil: resultados de inquérito domiciliar. Rev. Saúde Pública 1993; 27 (2): 87-94. 20- Marin MJS, Cecílio LCO. Necessidades de saúde de idosos de uma Unidade de Saúde da Família. Rev. Bras. Geriatria Gerontologia 2009; 5 (12). 21- Gomes CL, Gomes GC. Reconhecendo o projeto educação física para a terceira idade: Construindo novas trajetórias. In: Anais do 7º Encontro de Extensão da Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte; 2004 set.12-15; Minas Gerais. Minas Gerais: UFMG; 2004. 22- Silva AC. Atividade física habitual e saúde multidimensional de idosos na Cidade de Goiânia – GO. [Dissertação] Florianópolis (SC): Universidade Federal de Santa Catarina; 2005. 23- Abade M, Zamai CA. Estudo sobre a influência da prática de atividade física na síndrome depressiva e no bem-estar de sujeitos da terceira idade. Movimento & Percepção 2009; 10 (14). 24- Amado TCF, Arruda IKG, Ferreira RAR. Aspectos alimentares, nutricionais e de saúde de idosas atendidas no Núcleo de Atenção ao Idoso – NAI, Recife/ 2005. Archivos Latinoamericanos de Nutricion 2007; 57 (4). 25- Nicolau A, Santos CRF, Lazarim F, Pires HT, Sene RF. O perfil de estilo de vida de frequentadores da Universidade da Experiência. Revista Digital 2008; 13 (125). 26- Romeiro AAF. A percepção dos idosos sobre a Alimentação em suas vidas. [Pôster apresentado no IV Congresso Brasileiro de Epidemiologia, promovido pela Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva – ABRASCO, e 6ª Reunião Científica da América Latina e Caribe da Associação Internacional de Epidemiologia – IEA; 2004 jun 19-23; Recife]. 27- Rubin BAR, Stein AT, Zelmanowicz AM, Rosa DDR. Perfil Antropométrico e Conhecimento Nutricional de Mulheres Sobreviventes de Câncer de Mama do Sul do Brasil. Revista Brasileira de Cancerologia 2010; 56(3): 303-309. APÊNDICE 1 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE GUARAPUAVA-PR TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Eu, Janaina Veiga Silva, acadêmica do curso de Nutrição da UNICENTROCEDETEG e a professora de Nutrição Indiomara Baratto convidamos o (a) Sr. (Sra) a participar de uma pesquisa de conclusão do curso a ser realizada na UNATI. Os objetivos da pesquisa são: analisar modificações através da educação nutricional e o conhecimento sobre Nutrição em uma população de indivíduos de ambos os sexos com idade igual ou superior a 60 anos e participantes da UNATI. Para tal, será necessário realizar o preenchimento de um registro com o que foi consumido nas 24hs antecedentes e também a freqüência com que consome cada grupo alimentar, ainda um questionário com questões relacionadas ao modo e estilo de vida e por fim um questionário de Conhecimento sobre nutrição. Os dados serão coletados na sala de aula, não implicando em nenhum problema de deslocamento para os participantes, também não terá custos. Eu,___________________________ RG nº_______________, abaixo assinado confirmo ter recebido as informações sobre a pesquisa a ser desenvolvida, e ciente dos direitos abaixo relacionados, autorizo minha participação e permito os direitos dos resultados obtidos serem divulgados em eventos científicos e revistas indexadas, sabendo que é assegurada a preservação da identidade e a minha privacidade. E recebo também: 1. Garantia de receber resposta a qualquer pergunta ou esclarecimento a dúvidas acerca dos procedimentos, riscos e benefícios e outros relacionados à pesquisa. 2. A liberdade de retirar meu consentimento a qualquer momento e desta forma não mais participar do estudo, sem que isto me traga qualquer prejuízo 3. A segurança que será preservada a minha identidade e privacidade. 4. A garantia de que não haverá riscos, desconforto e nem gastos de qualquer natureza. 5. A garantia de que o pesquisador irá seguir todas as exigências que constam na resolução nº196, de 10 de outubro de 1996, do Conselho Nacional de Saúde que regulamenta o desenvolvimento de pesquisas envolvendo seres humanos. Telefones para dúvidas ou contato com o pesquisador: (42) 3629-2979 ou (42) 99450861. ____________________________________ Participante da pesquisa ou responsável ______________________ Janaina V. Silva (Pesquisadora) ________________________________ Indiomara Baratto (Pesquisadora Responsável) Guarapuava, ____ de _________ de 2010. APÊNDICE 2 - Questionário Socioeconômico Data: ___ /___ /____ Dados pessoais Nome Completo: ________________________________________________________ Telefone para contato: ____________________________________________________ Idade: _______________ Sexo: ( ) F ( ) M 1- Estado civil: ( ) Casada(o) ( ) Separado(a) ( ) Solteiro(a) ( ) União consensual ( ) Divorciado(a) ( ) Viúvo(a) 2- Trabalha? ( )Sim Onde:__________________________________________________________ ( )Não ( )Aposentado ( ) Estudante 3- Mora sozinho? ( ) Sim ( ) Não Com quem?_____________________________________________________ 4- Escolaridade: ( ) 1ª a 4ª ( ) 5ª a 8ª ( ) 2º grau completo ( ) 2º grau completo ( ) Faculdade ( ) Pós- Graduação 5- Quanto à renda – favor considerar todos os recebimentos, como salário, aposentadoria, pensão auxílio, etc. PESSOAL FAMILIAR ( ) Até R$ 500 ( ) Até R$ 500 ( ) R$ 501 a R$ 1000 ( ) R$ 501 a R$ 1000 ( ) R$ 1001 a R$ 3000 ( ) R$ 1001 a R$3000 ( ) R$ 3001 a R$ 5000 ( ) R$ 3001 a R$ 5000 ( ) acima de R$ 5000 ( ) acima de R$ 5000 6- Tem algum problema de saúde? ( ) Não ( ) Sim Qual?____________________________________________________ 7-Realiza atividade física? ( ) Sim Qual e com que freqüência?_______________________________________ ( ) Não APÊNDICE 3 – Mini-Apostila UNATI – TERCEIRA IDADE 2010 O ENVELHECIMENTO É... Um processo natural que faz com que o nosso corpo, com o avanço da idade, apresente algumas mudanças no corpo e sua função. À medida que essas mudanças vão progredindo, com o passar do tempo, ocorre uma diminuição na função do corpo. FATORES QUE INFLUENCIAM POSITIVA OU NEGATIVAMENTE O ENVELHECIMENTO Estilo de vida: • • • • Herança genética Alimentação; Estresse; Atividade física; Integração social. Condições econômicas Doenças Cuidados com a saúde Ter bons hábitos alimentares é desejável em todas as etapas da vida. Maus hábitos alimentares ao longo da vida podem comprometer o envelhecimento saudável e devem ser corrigidos. Entende-se por hábito alimentar o que ingerimos por costume. Por isso, é fundamental cuidar da alimentação. A alimentação saudável satisfaz plenamente as necessidades nutricionais do organismo. Alguns cuidados especiais são recomendados para a adoção e manutenção de um comportamento alimentar adequado na terceira idade: - Estabelecer horários para fazer as refeições; - Evitar comer fora de hora é uma das regras básicas; - Consumir refeições menos volumosas mais vezes ao dia (pode ser fracionada em 5 ou 6 vezes ao dia); - É importante preservar o café da manhã, o almoço e o jantar, intercalando essas refeições com 2 ou 3 pequenos lanches. Esta distribuição evita que haja um jejum prolongado, favorecendo a digestão e o melhor desempenho das atividades diárias. Para a alimentação ser bem aceita e não colocar em risco a saúde de quem a consome, é fundamental que as refeições sejam atrativas, seguras e realizadas em um ambiente agradável, apropriado às suas necessidades. A atividade física regular ajuda a preservar a força muscular, a facilidade de movimentação e o equilíbrio do corpo e também favorece a circulação sanguínea, o controle de peso, oxigenação dos tecidos e a fixação de cálcio nos ossos, além de melhorar a auto-estima, o humor, a disposição geral e a vida social. Esta prática também auxilia na manutenção dos níveis normais da pressão arterial, glicose e do colesterol no sangue. Antes de iniciar uma atividade física regular, recomenda-se procurar orientação de profissional habilitado para avaliação das condições de saúde e indicação do tipo de atividade correta, a frequência, a intensidade e a duração. Procurar beber água em pequena quantidade antes, durante e após a atividade. Fazer um lanche leve, pelo menos meia hora antes da prática de atividade física, tendo como opção: frutas ou suco de fruta natural ou leite, associado a 2 ou 3 torradas ou biscoitos. ATIVIDADES QUE DEVEM SER PRESERVADAS • Ouvir música; • Desenvolver trabalhos manuais, tais como pintura, bordado, culinária, fazer pequenos consertos, jardinagem e outras tarefas em casa; • Utilizar jogos como lazer e exercício da mente, manter o exercício da escrita, ler; • Conversar com amigos; • Assistir um bom filme; • Tocar um instrumento musical. FATORES QUE AFETAM O CONSUMO ALIMENTAR DO IDOSO Inicialmente, é preciso conhecer e compreender os fatores que afetam o consumo alimentar da pessoa idosa, a fim de conferir maior autonomia, conforto, segurança e prazer durante as refeições. O consumo de alimentos da pessoa idosa sobre influência de: • Situação social, econômica e familiar em que vive; • Condições físicas e mentais para desempenhar as atividades diárias; • Presença de doenças e uso de múltiplos medicamentos; • Aspectos culturais, religiosos e disponibilidade de alimentos; • Alterações fisiológicas que correm com o avanço da idade; • Perda de dentes e uso de próteses; • Intervenções que podem ajudar na aceitação de uma refeição adequada na terceira idade. PRINCIPAIS ALTERAÇÕES NO CORPO DA PESSOA IDOSA QUE PODEM INFLUENCIAR NO SEU CONSUMO ALIMENTAR Destacam-se alterações na percepção sensorial (paladar, olfato, visão, audição e tato), no funcionamento digestivo e diminuição da sensação da sede. O bom estado de hidratação é vital em qualquer idade. O mais importante é estimular e manter essa busca da água em pequenas quantidades várias vezes ao dia, entre as refeições. Os alimentos, por conterem água na sua composição, também auxiliam na reposição de líquidos. • Alimentos líquidos são boas fontes de água e os secos a contêm em menor quantidade; • Frutas, verduras e legumes, geralmente, possuem uma quantidade significativa de água na sua composição. De maneira geral, nas verduras cerca de 90% da sua composição é água; frutas, como laranja, melancia e abacaxi, contêm muita água; nos legumes, o teor de água está em torno de 80 a 85% do peso do alimento; • O processamento do alimento é outro fator que influencia o teor de água. Por exemplo: frutas secas ou desidratadas têm menor teor de água que as frutas in natura. A fritura é outro processo que pode reduzir o teor de água presente nos alimentos. Preparações como sopas, molhos, ensopados e mingaus apresentam um teor de água importante em sua composição. • • • • • • • • • • COMO ALIAR PRAZER E ATO DE COMER Planejar as refeições diárias; Fazer as refeições em local agradável; Higienizar sempre as mãos antes das refeições; Evitar o excesso de estimulo visual na colocação da mesa de refeições; Fazer refeições atrativas e saborosas; Prestar atenção no cheiro e gosto dos alimentos; Comer devagar, mastigando bem os alimentos; Cortar os alimentos em pedaços pequenos, moer, ralar, desfiar ou alterar a textura; Tomar devagar água e outras preparações na forma liquida ou cremosa; Variar os alimentos e a forma de prepará-los. COMO TER UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL Existem diferentes tipos de alimentos e, segundo a ORIGEM, podem ser divididos em vegetal, animal e mineral. Os alimentos de origem vegetal são todos aqueles que se originam de plantas tais como: • Cereais (que são grãos que nascem em espigas). Ex: arroz, milho, aveia e trigo; • Todos os tipos de frutas, verduras e feijões. Os alimentos de origem animal são todos aqueles que têm como origem qualquer tipo de animal. Ex: todos os tipos de carnes (frango, boi, peixe, etc.), leite, iogurte, queijo, ovo, etc. Os alimentos de origem mineral são aqueles que se originam naturalmente da camada da Terra e são a água e o sal. É importante comer alimentos de todos os tipos uma vez que possuem funções diferentes. Mas devemos saber fazer boas escolhas, ter bons hábitos e seguir algumas orientações que podem ser resumidas em variedade, moderação e equilíbrio: • Variedade: comer diferentes tipos de alimentos; • Moderação (controle): comer a quantidade de alimentos adequada para você (de acordo com o seu tamanho, idade, atividade física, etc.); • Equilíbrio: comer alimentos variados, tendo cuidado com as quantidades (“comer de tudo um pouco”). O QUE É ALIMENTAÇÃO? Alimentação é uma condição essencial para manter a vida. Por isso, é necessário que não falte alimento, que é toda matéria líquida ou sólida que, ingerida, vai ser utilizada para manter e renovar o corpo humano, regular as funções corporais e fornecer energia. NUTRIÇÃO É A MESMA COISA QUE ALIMENTAÇÃO? Nutrição é a mastigação, ingestão, digestão, absorção e aproveitamento dos nutrientes dos alimentos pelo organismo. Ela é importante para manter o bom funcionamento do corpo, trazendo o bem-estar físico, mental, social e determinando a saúde e capacidade funcional das pessoas. A nutrição depende de uma alimentação completa e saudável. OS DEZ PASSOS PARA UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL PASSO 1 - AUMENTAR E VARIAR O CONSUMO DE FRUTAS, LEGUMES E VERDURAS - COMER 5 VEZES POR DIA Escolher vegetais frescos para arrumar seu prato. Comer, pelo menos, 4 colheres de sopa de vegetais (verduras e legumes) duas vezes no dia. Colocar os vegetais no prato do almoço ou do jantar. As frutas, assim como as verduras, são ricas em vitaminas, minerais e fibras. Estes alimentos melhoram o funcionamento do intestino, melhoram o humor e ajudam a evitar doenças. Começar com uma fruta ou 1 fatia de fruta no café da manhã e acrescentar mais uma nos lanches da manhã e da tarde. PASSO 2 - COMER FEIJÃO PELO MENOS 1 VEZ AO DIA - NO MÍNIMO 4 VEZES POR SEMANA O feijão é um alimento importante no prato do brasileiro, ele é um alimento rico em ferro e fibras e deve estar presente nas refeições, pelo menos, 4 vezes por semana. Na hora das refeições colocar 1 concha de feijão no prato, assim pode-se evitar a anemia. Redescubrir as antigas receitas da família e coloque feijão na sopa, virado, tutu, salada. PASSO 3 - REDUZIR O CONSUMO DE ALIMENTOS GORDUROSOS COMO CARNES COM GORDURA APARENTE, SALSICHA, MORTADELA E OUTROS EMBUTIDOS, FRITURAS E SALGADINHOS – MÁXIMO DE 2 VEZES POR SEMANA Preferir as carnes brancas sem pele. As carnes de frango e peixe têm menos gordura saturada e colesterol, por isso ajudam a prevenir as doenças do coração. Sempre que for preparar algum tipo de carne retirar antes do cozimento a gordura aparente, a pele do frango ou o couro do peixe. Apesar do óleo vegetal ser um tipo de gordura mais saudável, tudo em excesso faz mal. O ideal é não usar mais que 1 lata de óleo por mês para uma família de 4 pessoas. Se você estiver usando mais que isso pode estar cozinhando com mais óleo que o necessário ou estar fazendo muitas frituras. Preferir os alimentos cozidos ou assados e evitar cozinhar com margarina, gordura vegetal ou manteiga. PASSO 4 - REDUZIR O CONSUMO DE SAL - TIRAR O SALEIRO DA MESA O sal de cozinha é a maior fonte de sódio da alimentação. O sódio é essencial para o funcionamento do corpo, o excesso pode levar ao aumento da pressão do sangue, que chama-se hipertensão. As crianças e os adultos não precisam de mais que uma pontinha de colher de sal por dia. Por isso, cuidado com o excesso de sal quando preparar as refeições. Seguir estas dicas: não colocar o saleiro na mesa, assim evita-se adicionar o sal na comida pronta. Evitar temperos prontos, alimentos enlatados, carnes salgadas e embutidos como mortadela, presunto, lingüiça. Todos eles têm muito sal. Começar a experimentar outros tipos de temperos como ervas frescas ou secas. PASSO 5 - FAZER PELO MENOS 3 REFEIÇÕES E 1 LANCHE POR DIA. NÃO PULAR AS REFEIÇÕES. PARA O LANCHE PREFERIR FRUTAS. Este passo é fundamental para se manter saudável. Tendo todas as refeições evitase que o estômago fique vazio por muito tempo, diminuindo o risco de gastrite e de comer muito quando for se alimentar. Comer nas horas certas você também “belisca” menos, o que vai ajudar você a controlar o peso. Nos lanches e sobremesas preferir comer frutas no lugar de doces. As frutas tem bastante vitaminas e fibras que melhoram a saúde. PASSO 6 - REDUZIR O CONSUMO DE DOCES, BOLOS, BISCOITOS E OUTROS ALIMENTOS RICOS EM AÇÚCAR PARA NO MÁXIMO 3 VEZES POR SEMANA. Cada vez que come-se alimentos ricos em açúcar, como balas, bolachas, bolos, chocolates, sorvetes e até mesmo os biscoitos vitaminados, perde-se a chance de comer frutas e verduras e outros alimentos mais saudáveis. Em excesso eles prejudicam a saúde, favorecendo o ganho de peso, o aparecimento de cáries nos dentes e enfraquecimento dos ossos. PASSO 7 - REDUZIR O CONSUMO DE ÁLCOOL E REFRIGERANTES. EVITAR O CONSUMO DIÁRIO. A MELHOR BEBIDA É A ÁGUA ! Refrigerantes são alimentos ricos em açúcar e não possuem vitaminas. Por este motivo são chamados de “calorias vazias” - possuem calorias do açúcar e são vazias porque não têm nada de nutritivo. O álcool também contém calorias que podem contribuir para o excesso de peso e não contém nada nutritivo. Além do mais, o excesso de álcool pode levar a dependência e contribuir para o aparecimento de doenças como cirrose e hepatite que podem ser fatais. Por isso, evitAR consumir bebidas alcoólicas todos os dias e quando beber não ultrapasse uma dose. Tomar pelo menos 8 copos de água por dia, todo o funcionamento do corpo irá melhorar! PASSO 8 - APRECIAR A REFEIÇÃO - COMER DEVAGAR. FAZER DAS REFEIÇÕES UM PONTO DE ENCONTRO DA FAMÍLIA. NÃO ALIMENTARSE ASSISTINDO TV. Sempre que possível reunir a família para comer junto. Esta pode ser uma oportunidade de conversar e trocar informações. As crianças, principalmente, estarão aprendendo com os mais velhos. Aproveitar e fazer deste momento o mais agradável possível, prestar atenção no que está comendo, alimentar-se com calma, mastigar bem. Evitar assistir TV e comer ao mesmo tempo, pois acaba-se comendo mais do que precisa, não mastigar direito e não aproveita o sabor do que está comendo. PASSO 9 - MANTER O PESO DENTRO DE LIMITES SAUDÁVEIS – VER NO SERVIÇO DE SAÚDE SE O PESO ESTÁ ADEQUADO PARA A ALTURA. É muito importante que o nosso peso fique nesta faixa de normalidade, pois as pessoas com sobrepeso ou obesidade têm muito mais chance de terem outras doenças como diabetes, problemas do coração, pressão alta etc. PASSO 10 - SER ATIVO. REALIZAR 30 MINUTOS DE ATIVIDADE FÍSICA TODOS OS DIAS. CAMINHAR PELO BAIRRO. SUBIR ESCADAS. NÃO PASSAR MUITAS HORAS ASSISTINDO TV. 30 minutos de atividade física por dia já ajudam a manter a saúde, diminuir o estresse e a depressão, aumentar a auto-estima e o bem-estar. Além disso, é sempre uma chance de conhecer outras pessoas. Não é preciso estar em uma academia para aumentar a sua atividade física, veja algumas dicas: -Mesmo quando voltar do trabalho e se sentir cansado tentar caminhar ou andar de bicicleta. Quanto mais ativos formos mais energia e disposição teremos; -Esquecer o controle remoto: levantar-se da cadeira ou do sofá e mude manualmente os canais da televisão; -Brincar com filhos, netos, jogar bola, dançar com alguém ou até mesmo sozinho; -Preferir usar as escadas no lugar do elevador; -Estacionar o carro um pouco mais longe do destino; -Descer do trem, ônibus ou metrô uma ou duas estações antes; -Aproveitar para fazer das atividades de casa uma oportunidade de aumentar a atividade física: se você tiver carro, lavá-lo você mesmo, caminhar em lugar de usar o carro para ir ao banco, à padaria, ao correio, ao shopping, à feira, ao supermercado. • • • • • • • • • • OUTRAS ESTRATÉGIAS PARA FAVORECER UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL Utilizar com moderação os óleos vegetais para preparar as refeições; Reduzir o consumo de açúcar e de sal; Produtos de origem animal; Incentivar o consumo de frutas e hortaliças; Dar preferência à água e aos sucos naturais; Usar com moderação os alimentos ricos em cafeína; Observar as informações contidas no rótulo dos alimentos; Evitar substituir refeições por guloseimas; Incluir diariamente na alimentação um produto probiótico; Evitar o consumo de bebidas alcoólicas em excesso. A IMPORTÂNCIA DE CADA REFEIÇÃO • CAFÉ DA MANHÃ Quanto ao café da manhã, trata-se da primeira refeição do dia e como ficamos horas sem comer enquanto estávamos dormindo, devemos comer alimentos bem nutritivos (saudáveis), que forneçam energia para estudar, pensar, passear... Exemplos de alimentos nutritivos para o café da manhã são: pão, frutas, leite ou iogurte ou queijo. Trata-se de uma refeição rica em substâncias (nutrientes) que ajudam no crescimento e desenvolvimento do nosso corpo e permitem que realizemos as diversas atividades do dia: estudar, brincar, correr, pular. • ALMOÇO As carnes e o feijão são ricos em ferro, um mineral responsável pela “saúde do sangue”, evitando uma doença chamada anemia. • JANTAR O jantar deve ser bem nutritivo como as outras refeições para garantir as substâncias necessárias para que isso aconteça. Pode-se comer os mesmos tipos de alimentos do almoço ou fazer um lanche reforçado, ou seja, que contenha alimentos ricos em energia (pão, torradas, arroz) ,vitaminas e minerais (verduras e frutas) proteína (queijo, presunto, ovo ou carnes), energia (pão, torradas), vitaminas e minerais (verduras e frutas). PIRÂMIDE DOS ALIMENTOS A pirâmide dos idosos é mais estreita, pois as necessidades energéticas e também de alguns nutrientes estão diminuídas nesse período da vida. No topo da pirâmide, uma bandeira indica suplementação de algumas vitaminas e minerais. Os alimentos da base da pirâmide devem ser consumidos em maior quantidade que os demais (por isso estão na porção mais larga da pirâmide). Do mesmo modo, os alimentos do topo da pirâmide devem ser consumidos em menor quantidade ou esporadicamente (por isso estão na porção mais estreita). Os vegetais e as frutas devem ser consumidos em quantidade maior que as carnes, ovos, leite e derivados. Mesmo assim, a necessidade dessa suplementação deve ser analisada por um profissional de saúde. Os idosos devem consumir bastante leite e derivados, por causa do cálcio, que evita a osteoporose. O melhor é usar leite do tipo desnatado, pelo conteúdo reduzido em gorduras e calorias. Também nessa fase da vida, o consumo de vegetais e frutas continua importantíssimo, pois esses alimentos são as melhores fontes de vitaminas e minerais. Além disso, contêm fibras, auxiliando no trânsito intestinal, controle do açúcar sanguíneo e do colesterol, além de prevenir certos tipos de câncer. É bom lembrar: variar os tipos e as cores das frutas e verduras é fundamental! Com relação aos alimentos da base da pirâmide, é bom usar produtos integrais, por causa do conteúdo de fibras. No entanto, ao mesmo tempo em que a ingestão de fibras deve ser estimulada, o seu excesso (acima de 35g por dia) deve ser controlado, para não impedir a absorção de muitos micronutrientes. GRUPOS ALIMENTARES 1. ÁGUA Funções: é essencial em processos como a digestão, aproveitamento e excreção de substâncias; atua como lubrificante nos processos de mastigação, deglutição, excreção e nas articulações; ajuda a regular a temperatura corporal; necessária para o bom funcionamento dos rins, intestino e sistema circulatório e mantém o equilíbrio dos líquidos corporais. Procurar beber um pouco de água a cada duas horas evitando o descuido com a hidratação. Nas pessoas idosas, é comum ocorrer à desidratação. Este fato é favorecido pelas seguintes situações: • Menor sensação de sede ocorre pela disfunção cerebral ou pela diminuição da sensibilidade dos receptores, estruturas do corpo humano que recebem o estímulo da sede; • Pouco consumo de água pelos idosos associado ao uso frequente de diuréticos e laxantes. A reposição de líquidos deve ser garantida mesmo na ausência da manifestação de sede. O consumo diário recomendável varia de acordo com alguns fatores como clima, atividade física, estado fisiológico, faixa etária e alimentação. A recomendação geral é de 6 a 8 copos de água por dia. Onde encontrar: água mineral, sucos de frutas, água de coco, caldo de cana, chás, chimarrão e ainda sopas, mingaus, leite, vitamina de frutas, caldos. 2. GRUPO DOS PÃES, ARROZ E MASSAS São responsáveis por fornecer a energia para o nosso organismo e por isso devem ser consumidos em maior quantidade. São também conhecidos como alimentos energéticos. Exemplos: macarrão, trigo, farinha de trigo, batata-doce, batata inglesa, polenta, mandioca, arroz, pão, milho verde (espiga), aveia, centeio etc. As fibras alimentares (ou dietéticas) podem ser separadas em dois tipos, baseadas em suas propriedades e efeitos no organismo humano: fibras solúveis ou insolúveis. As fibras solúveis dissolvem-se na água e apresentam efeitos metabólicos no trato gastrintestinal: Elas servem de substrato para a microflora naturalmente presente no intestino, regularizam o trânsito intestinal, tanto na constipação quanto na diarréia. Além disso, diminuem a absorção de glicose e colesterol. Fibras solúveis podem ser encontradas em frutas, vegetais, feijões, aveia, cevada, dentre outros. As fibras insolúveis não se dissolvem em água e apresentam efeito mecânico no trato gastrintestinal. Aumentam o bolo fecal e atuam como agente laxativo. Devido a esses efeitos, previnem a constipação e hemorróidas e podem reduzir o risco de câncer de cólon. São encontradas no farelo de trigo, leguminosas e vegetais. 3. GRUPO DAS VERDURAS E FRUTAS Esses dois grupos apresentam funções semelhantes, pois fornecem todas as vitaminas, minerais e fibras de o organismo precisa para funcionar bem. Esses alimentos são chamados de reguladores, pois ajudam a controlar as reações que ocorrem no nosso corpo. Exemplos: verduras – alface, couve – flor, couve, cenoura, beterraba, vagem, repolho, brócolis, tomate, cebola, alho, berinjela, abóbora, abobrinha, espinafre, nabo, jiló etc. Frutas – maçã, maracujá, laranja, lima, limão, uva, pêra, ameixa, abacaxi, morango, pêssego, melão, melancia, banana etc. 4. GRUPO DO LEITE, IOGURTE E QUEIJO São importantes fontes de cálcio, um mineral responsável pela formação de ossos e dentes. Além disso, também são alimentos construtores, ou seja, também ajudam na construção dos músculos. Exemplos: leite, iogurte, queijo, requeijão, coalhada, manteiga, nata, creme de leite etc. 5. GRUPO DAS CARNES E OVOS Preferir as carnes magras, o frango sem pele, o peixe sem o couro e, de preferência, ingerir assados, cozidos ou grelhados. Esses alimentos são chamados de construtores, pois são ricos em uma substância denominada proteína, responsável pela “construção dos músculos”. Exemplos: carne bovina, carne de frango, carne de porco, peixe, ovos, feijão, lentilha, nozes, amendoim, castanha, grão-de-bico etc. Os alimentos “fonte” de ferro estão presentes nos grupos das carnes e leguminosas (feijões) e devem ser consumidos diariamente. É importante destacar que o ácido ascórbico (presente em frutas cítricas como laranja, caju e limão) ajudam a absorver o ferro presente nas leguminosas. Deste modo, as frutas cítricas devem ser consumidas como suco ou sobremesa das principais refeições (almoço e jantar). Outra maneira de aumentar o consumo de ferro é o uso de alimentos fortificados atualmente disponíveis em grande variedade no mercado, como leite, iogurtes, cereais matinais, etc. 6. GRUPO DAS LEGUMINOSAS É rico em proteínas, possuem fibras que ajudam no trânsito intestinal. A soja é um alimento que combate e previne diversas doenças. Alguns estudos destacam a soja como um alimento eficiente para prevenir doenças do coração, ajuda na cura do câncer, alívio dos sintomas da menopausa e prevenção de osteoporose. Alimentos à base de soja - leite de soja, iogurte de soja, carne de soja, entre outros. Além de ser rica em proteínas e fibras, o óleo de soja é do tipo "bom", rico em ômega-3. A soja também é o único legume considerado uma proteína completa. A proteína completa é aquela que contém todos os 9 aminoácidos essenciais que uma pessoa deve consumir. 6. GRUPO DOS AÇÚCARES E GORDURAS Encontram-se na parte superior da pirâmide, que é a mais estreita, pois é o grupo de alimentos que deve ser consumido em menor quantidade. Exemplos: margarina, óleo de soja, de girassol, açúcar refinado, balas, bombom, mel, melado etc. “ O envelhecimento faz parte de nossa vida! É um processo natural que se inicia no momento em que nascemos. Não é questão a ser aceita ou tese da qual se possa discordar. A gente envelhece e ponto. Não há, porém, limites estabelecidos para o término de nossa caminhada neste mundo. Temos Temos é que manter sempre acesa a chama do entusiasmo, pois a vida tem encantos para aqueles que gostam dela”. ANEXO 1 – Protocolo de Aceitação do COMEP ANEXO 2 - Escala de Conhecimento Nutricional 1. Qual das sentenças abaixo você concorda mais: a) O que as pessoas comem ou bebem têm pouca influência sobre o desenvolvimento das principais doenças. b) Comendo os tipos certos de alimentos, as pessoas podem reduzir suas chances de desenvolver as principais doenças. c) Não sei. 2. Alguns alimentos contêm fibras. Você já ouviu falar de fibras? a) Sim b) Não c) Não sei. 3. O que contém mais fibras: 1 tigela de farelo de trigo ou 1 tigela de cereal matinal? a) Farelo de trigo b) Cereal Matinal c) Ambos d) Não sei/não tenho certeza. 4. O que contém mais fibras: 1 xícara de espaguete com almôndegas ou 1 xícara de feijão? a) Espaguete com almôndegas b) Feijão c) Ambos d) Não sei/não tenho certeza. 5. O que contém mais gordura: batata chips ou biscoito de polvilho? a) Batata chips b) Biscoito de polvilho c) Ambos d) Não sei/não tenho certeza. 6. O que contém mais gordura: 1 pedaço pequeno de bolo simples ou 1 fatia de pão integral? a) Bolo simples b) Pão integral c) Ambos d) Não sei/não tenho certeza. 7. Óleo de soja possui colesterol? a) Sim b) Não c) Não sei. 8. As vitaminas e minerais fazem parte dos alimentos? a) Construtores b) Reguladores c) Energéticos d) Não sei/não tenho certeza. 9. Qual alimento possui mais energia? a) Batata doce b) Chocolate c) Cenoura d) Banana 10. O Cálcio é um mineral importante para prevenir: a) Diabetes b) Colesterol c) Osteoporose d) Hipertensão 11. O peixe é um animal rico em um nutriente essencial para nosso organismo, além de apresentar uma fonte importante de lipídeos benéficos a nossa saúde. Que nutriente é esse? a) Proteína b) Ômega 3 c) Ômega 6 d) Vitaminas. 12. A soja é considerada um alimento funcional? a) Sim b) Não c) Não sei. 13. Quantas porções de frutas e verduras você acha que uma pessoa deve comer por dia para ter uma boa saúde? ANEXO 3 – Pirâmide Alimentar par o Idoso Fonte: Nutrition Magazine - Pirâmide Alimentar indicada para a dieta de idosos acima de 70 anos nos Estados Unidos.