A NOVA REGULAMENTAÇÃO TÉRMICA DE EDIFÍCIOS EM 2005 RCCTE e RSECE Helder Gonçalves Departamento de Energias Renováveis do INETI AGENEAL Almada 8 de Julho de 2005 1 Resumo • RCCTE (Regulamento das Características do Comportamento Térmico dos Edifícios) • RSECE (Regulamento dos Sistemas Energéticos de Climatização em Edifícios) 2 Processo de Revisão Regulamentar 2003/2004 • CSOPT (Conselho Superior de Obras Públicas e Transportes) • Subcomissão de Regulamentação de Eficiência Energética em Edifícios (Presidente Prof.Oliveira Fernandes) • Comissão Executiva (Prof.E.Maldonado, Eng.H.Gonçalves, Eng.Pina dos Santos, Eng. Vasco Freitas, Eng.Canha da Piedade) • Ordem dos Engenheiros, Ordem dos Arquitectos, Universidades (IST, FEUP, FA, UA), LNEC, INETI, DGGE, IM, Associações (AECOPS, AICCOPN, AICE, EFRIARC, APIRAC, APPC) 3 Requisitos Térmicos nos Edifícios em Portugal • Antes 1990: não há requisitos térmicos na Edificação • Depois de 1990 ; RCCTE - Dec.Lei 40/90 -Regulamento das Características do Comportamento Térmico de Edifícios • 1998 ; RSECE Dec.Lei 119/98 - Regulamento dos Sistemas Energéticos de Climatização em Edifícios 4 RCCTE 1990 Regulamento das Características do Comportamento Térmico de Edifícios isolamento RCCTE (Dec-Lei; 40/90) 5 RCCTE 1990 Procedimento • Obrigatória no licenciamento de edifícios: – Edifícios Novos – Remodelações ou alterações que representem metade do seu valor. 6 RCCTE 1990 Zonas Climáticas-RCCTE Verão V1 V2 V3 Inverno I1 I2 I3 Açores e Madeira; I1 V1 7 RCCTE 1990 Metodologia • requisitos mínimos de qualidade dos elementos da envolvente: • • • Paredes exteriores Coberturas Pavimentos (K máximos) - zona climática 8 RCCTE 1990 Coeficiente de Transferência de Calor K- máximos Valores Máximos Admissíveis [W/m2ºC] Envolvente Opaca coberturas Exterior paredes Zona Climática I3 I2 I1 1,00 0,90 1,25 1,60 1,45 1,80 Tipos de parede tijolo simples 22 cm tijolo furado 11+11 cm tijolo furado 11+15 cm tijolo furado 11+11 c/ 2 cm isol. tijolo furado 11+11 c/ 4 cm isol. tijolo furado 11+15 c/ 2 cm isol. tijolo furado 11+15 c/ 4 cm isol. K (W/m2K) 1,60 1,40 1,20 0,80 0,55 0,75 0,50 9 RCCTE 1990 Protecções Solares – Factores Solares Zona Climática Classe de Inércia V1 V2 V3 Fraca 0,15 0,15 0,10 Média 0,56 0,56 0,50 Forte 0,56 0,56 0,50 10 RCCTE 1990 Metodologia 1. requisitos mínimos de qualidade (K máximos) - zona climática 2. cálculo de necessidades nominais de aquecimento (Nic) e arrefecimento (Nvc) que deverão ser inferiores a valores de referência (Ni) e (Nv) 11 RCCTE 1990 Verificação Global Cálculo das Necessidades Energéticas Edifício real; Nic Elementos da envolvente, K do edifício Ganhos Solares do Edifício Edifício Referência; Ni Elementos da envolvente, K referência ( zona climática) e sem ganhos solares Regulamentar; Nic < Ni 12 RCCTE 1990 Verifica ão Global Verifica ção çGlobal - Verão Cálculo dasCálculo Necessidades Nvc/NvEnergéticas Edifício real; Nvc Elementos da envolvente, K do edifício Ganhos Solares do Edifício Edifício Referência; Nv Elementos da envolvente, K referência ( zona climática) e com ganhos solares (Aenv=15% Apav) Regulamentar; Nvc < Nv 13 Consequência do RCCTE – 1990 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. Adopção de isolamento térmico (2- 4 cm na caixa de ar) Vidro Duplo (nalguns casos) Pouco cuidado com as pontes térmicas, Ventilação Pouco cuidado com com vãos envidraçados (áreas, protecções solares, orientações) Processo de licenciamento com deficiências Mais um conjunto de “papeis” e fichas….. Verificação na obra……. Muito positivo, mas limitado 14 RCCTE 2005 15 RCCTE 2005 1. Metodologia muito semelhante ao RCCTE 1990 2. Aumento nos requisitos 3. Melhoria na metodologia de cálculo 4. Melhoria do processo de comprovação de conformidade regulamentar 16 RCCTE - 2005 Edifícios Residênciais Isolamento Térmico Ventilação Pontes Térmicas Caixilharia 1. Requisitos mínimos nos elementos de construção 2. Cálculo das necessidades de aquecimento e arrefecimento dos edifícios e AQS 17 RCCTE 2005 • Objecto – Edifícios Residênciais • Âmbito de aplicação – Edifícios novos – Remodelações:>25% do valor do edifício (Cref) – Exclusões 18 RCCTE 2005 pelo último Projecto de Dec.Lei aprovado Governo: • Novo zonamento climático • Novos dados climáticos • Novos requisitos (valores de K ) Energia Solar Obrigatória • recurso Nova aMetodologia de Cálculo "O sistemas de colectores solares térmicos para – Aquecimento Inverno; Nic aquecimento de água sanitária nos edifícios abrangidos pelo – Arrefecimento Verão; Nvc RCCTE é obrigatório sempre que – Águas Quentes Sanitárias; Nac haja uma exposição solar adequada, ......” • Necessidades Globais de Energia Primária (Ntc) 19 Zonas Climáticas inverno verão 20 Graus Dia 1990 (Tbase=15ºC) 2005 (Tbase=20ºC) I1 = 400 I1 = 900 -1500 I2 = 800 I2 = 1450 - 2100 I3 = 1600 I3 = 2150 - 3000 Açores = 100 Açores = 1.5z+650 Madeira = 50 z < 400 m = 2,4 . z + 50 z ≥ 400 m = 1,6 . z + 380 21 RCCTE 2005 Tipos de parede K (W/m2K) tijolo simples 22 cm 1,60 1990 [W/m2ºC] tijolo furado 11+11 cm 1,40 Climática 1,20 tijolo furadoZona 11+15 cm isol. Envolvente Opaca tijolo furado I1 11+11 c/ 2 Icm I3 0,80 2 tijolo furado 11+11 c/ 4 cm isol. 0,55 coberturas tijolo furado 1,1011+15 c/ 0,85 2 cm isol. 0,75 0,75 Exterior 4 cm isol. 0,95 0,50 1,4011+15 c/ 1,20 paredes tijolo furado K referência 2004 K referênciais [W/m2ºC] Envolvente Opaca coberturas Exterior paredes I1 0,50 0,70 Zona Climática I2 I3 0,45 0,40 0,60 0,50 RA 0,80 1,40 Valores utilizados no cálculo de Ni 22 RCCTE 2005 Verificação Global Cálculo das Necessidades Energéticas Aquecimento Ni =f(FF, Gd) Edifício real; Nic Valor Referência; Ni Elementos da envolvente, K do edifício Ganhos Solares do Edifício Calculado em função do Factor de Forma e dos Graus DIa de Aquecimento Regulamentar; Nic < Ni 23 Helder Gonçalves – INETI (2005) RCCTE 2005 NI vs FF RPH = 0,8 [h-1] 200 Ni 175 NI [kWh/m2.dia] 150 125 GD = 900 GD = 1000 GD = 1500 100 GD = 2000 GD = 2500 GD = 3010 75 Ni 50 25 0 0,00 0,50 Helder Gonçalves – INETI (2005) FF 1,00 1,50 2,00 -1 FF [m ] 2,50 3,00 3,50 Factor de Forma 24 RCCTE 2004 Verificação Global- Inverno Cálculo Nic Nic= (Qt+Qv-Qgu)/Ap Qt=Perdas envolvente (exterior+Lna+solo+pontes termicas) Qv=Perdas ventilação Qgu= Ganhos Térmicos úteis (ganhos solares+ganhos internos) Edifício real; Nic Elementos da envolvente, U do edifício, Ganhos Solares do Edifício, Graus DIa de Aquecimento Nic 25 Helder Gonçalves – INETI (2005) RCCTE 2005 Folhas de Cálculo do RCCTE 2005 26 Helder Gonçalves – INETI (2005) Cálculo do Indicador Nic FC IV.2 Perdas térmicas associadas a: (W/°C) Envolvente Exterior (da FC IV.1a) Envolvente Interior (da FC IV.1b) Vãos Envidraçados (da FC IV.1c) Renovação de Ar (da FC IV.1d) = Coeficiente Global de Perdas (W/°C) x Graus-Dia no Local (ºC.dia) x 0,024 = Necessidades Brutas de Aquecimento (kWh/ano) GanhosTotais Úteis (kWh/ano) (da FC IV.1e) = Necessidades de Aquecimento (kWh/ano) / Área Útil de pavimento (m²) = Nec. Nominais de Aquecimento - Nic (kWh/m².ano) < Nec. Nom. de Aquec. Máximas - Ni (kWh/m².ano) 27 FCIV.1a Envolvente Exterior Paredes exteriores Pavimentos exteriores Coberturas exteriores Paredes e Pavimentos em contacto com o Solo Pontes Térmicas lineares Ligações entre: Fachada com os Pavimentos térreos Fachada com Pavimentos Fachada com Pavimentos intermédios Fachada com Cobertura inclinada ou Terraço Fachada com Varanda Duas Paredes verticais Fachada com Caixa de estore Fachada com Padieira, Ombreira ou Peitoril Outras Perdas pela envolvente exterior da Fracção Autónoma Area (m²) U (W/m²ºC) U.A (W/ºC) Area (m²) TOTAL U (W/m²ºC) U.A (W/ºC) Area (m²) TOTAL U (W/m²ºC) U.A (W/ºC) TOTAL Perímetro Ψ B (m) (W/mºC) Ψ .B (W/ºC) TOTAL Ψ (W/mºC) Ψ .B (W/ºC) Comp. (m) (W/ºC) TOTAL 28 RCCTE 2005 Pontes Térmicas Qpt = 0,024. Lpt GD (kWh) Lpt = Σ ψj.Bj (W/ºC) ψj – é o coeficiente de transmissão térmica linear da ponte térmica j, em [W/m.ºC]. Bj – é o desenvolvimento linear (comprimento) da ponte térmica j, medido pelo interior, em [m]. Pontes Térmicas - Ligação de elementos 29 Helder Gonçalves – INETI (2005) Ni FC IV.1f FACTOR DE FORMA Das FC IV.1a e 1c: (Áreas) m2 Paredes Exteriores Coberturas Exteriores Pavimentos Exteriores Envidraçados Exteriores Da FC IV.1b: (Áreas equivalentes A. τ ) Paredes Interiores Coberturas Interiores Pavimentos Interiores Envidraçados Interiores Área Total: / Volume (da FC IV.1d): = FF Graus-Dia no Local (ºC.dia) Ni Ni = 4,5 + 0,0395 GD Ni = 4,5 + (0,021 + 0,037 FF) GD para FF < 0,5 para 0,5 < FF < 1 Ni = [4,5 + (0,021 + 0,037 FF) GD] (1,2 - 0,2 FF) Ni = 4,05 + 0,06885 GD para 1 < FF < 1,5 para FF > 1,5 Nec. Nom. de Aquec. Máximas - Ni (kWh/m².ano) 30 RCCTE 2005 Valores de Referência - Ni Factor de Forma • • • • FF ≤ 0,5 0,5 < FF ≤ 1 1 < FF ≤ 1,5 FF > 1,5 Necessidades de Aquecimento (kWh/m2) Ni = 4,5 + 0,0395 GD Ni = 4,5 + (0,021 + 0,037 FF) GD Ni = [4,5 + (0,021 + 0,037 FF) GD] (1,2 - 0,2 FF) Ni = 4,05 + 0,06885 GD 31 Helder Gonçalves – INETI (2005) RCCTE 2005 Verificação Global-Verão Cálculo Nvc – Necessidades de Arrefecimento Nvc= Qg ( 1-η ) / Ap Qg= Qg Ganhos totais brutos • envolvente opaca • ganhos directos nos vãos • renovação de ar • ganhos internos η Edifício real; Nvc Elementos da envolvente, U do edifício, Ganhos Solares do Edifício, Graus DIa de Aquecimento = factor de utilização ganhos Ap = Área útil de pavimento Nvc 32 Helder Gonçalves – INETI (2005) Necessidades de Arrefecimento Verão Reference Nvc 18 16 Nv (kWh/m2) 26 Regulamentar; Nvc < Nv 32 22 33 NECESSIDADES DE ENERGIA - AQS É UMA DAS NOVIDADES DO RCCTE: CONTABILIZA A ENERGIA PARA AQS Nac = (Qa / ηa - Esolar - Eren) / Ap Favoreçe: - ENERGIAS RENOVÁVEIS (ex. COLECTORES SOLARES) - EFICIÊNCIA DOS SISTEMAS UTILIZADOS 34 RCCTE 2005 Necessidades Energéticas de Energia Primária Edifício Referência Ni, Nv,Na Nic- Aquecimento Nvc – Arrefecimento Nac – AQS < Ni - Aquecimento Nv – Arrefecimento Na – AQS Ntc=0,1 (Nic/ ηi)Fui+0,1 (Nvc/ ηv)Fuv +NacFua) < Nt=0,9 (0,01Ni+0,01Nv+0,15Na) Regulamentar 35 RCCTE 2005 Licenciamento/Responsabilidades • Licença de construção - Municípios • Declaração de conformidade regulamentar –(Sistema de Certificação) • Responsável; – Arquitecto (Ordem dos Arquitectos) – Engenheiro /Ordem dos Engenheiros) – Eng.Técnico (ANET) 36 RSECE 2005 RSECE Regulamento dos Sistemas Energéticos e de Climatização de Edifícios 37 RSECE OBJECTIVOS: Assegurar condições de higiene (QAI) e de conforto; Limitar os consumos de energia nos edifícios; Garantir a qualidade dos equipamentos e instalações de AVAC. Colocar um nível exigencial mais elevada para os edifícios com >1000 m2 38 RSECE Edifícios de Serviços Estimar ou medir os consumos energéticos 39 RSECE 2005 OBJECTIVO Limitar os consumos de energia nos edifícios; Edifícios novos – Estimar os consumos no projecto >1000 m2: Simulação - limite do consumo Edifícios existentes – Medir os consumos >1000 m2: Auditoria 40 Novos No Projecto do Edifício Estimar Consumos Energéticos Estimado < IEE 1 CERTIFICADO Licença de Utilização Existentes Auditoria Energética Medir Consumos Medido < IEE 2 CERTIFICADO 41 Edifícios de Serviços Fase do Projecto Novos > 1000m2 Estimar Consumos < Valor Etiqueta IEE (Kgep/m2) Regulamentar Simulação • Programas de simulação detalhados (ex. DOE..) • Programas simplificados (STE – Simulação Térmica de Edifícios- Referência do RSECE) 42 RSECE 2005 Edifícios novos Ap > 1000 m2 Tipos de Actividade COMERCIAL SERVIÇO DE REFEIÇÕES EMPREENDIMENTOS TURÍSTICOS ENTRETENIMENTO SERVIÇOS ESCOLAS HOSPITAIS Tipologia do Edifício Hipermercados Vendas por Grosso Supermercados Centros Comerciais Pequenas lojas Restaurantes Pastelarias Pronto a comer Empreendimentos Turísticos de 4 ou mais estrelas Empreendimentos Turísticos de 3 ou menos estrelas Cinemas e teatros Discotecas Bingos e Clubes sociais Clubes desportivos c/ piscina Clubes desportivos s/ piscina Escritórios Sedes de bancos e Seguradoras Filiais de Bancos e Seguradoras Comunicações Bibliotecas Museus e Galerias Tribunais Estabelecimentos Prisionais Escolas Estabelecimentos de Saúde c/Internamento Estabelecimentos de Saúde sem internamento IEE 2 (kgep/m .ano) 195 35 125 140 35 125 145 180 45 20 10 40 20 25 20 35 45 35 30 10 10 10 15 10 30 30 43 RSECE 2005 M e d o d o ét (C E T S – a c i m r é T o ã ç la u Sim ) N E 44 INETI (2004) RSECE 2005 Método de Simulação Dinâmico (horário, disponível para todos os concelhos) 45 INETI (2004) RSECE 2005 Edifícios de Serviços Existentes > 1000m2 Auditoria < Valor Etiqueta Regulamentar 46 RSECE 2004 Edifícios existentes Tipos de Actividade COMERCIAL Só edifícios grandes (>1000 m2) SERVIÇO DE REFEIÇÕES EMPREENDIMENTOS TURÍSTICOS ENTRETENIMENTO pequenos, sem requisitos SERVIÇOS ESCOLAS HOSPITAIS Tipologia do Edifício Hipermercados Vendas por Grosso Supermercados Centros Comerciais Pequenas lojas Restaurantes Pastelarias Pronto a comer Empreendimentos Turísticos de 4 ou mais estrelas Empreendimentos Turísticos de 3 ou menos estrelas Cinemas e teatros Discotecas Bingos e Clubes sociais Clubes desportivos c/ piscina Clubes desportivos s/ piscina Escritórios Sedes de bancos e Seguradoras Filiais de Bancos e Seguradoras Comunicações Bibliotecas Museus e Galerias Tribunais Estabelecimentos Prisionais Todas Estabelecimentos de Saúde c/Internamento Estabelecimentos de Saúde sem internamento IEE (kgep/m 2.ano) 255 45 150 190 75 170 265 210 60 35 25 55 45 35 25 40 70 60 40 20 10 10 20 15 40 40 47 Objectivo ; 1. melhorar a qualidade térmica dos edifícios e sistemas energéticos 2. melhorar a eficiência energética do sector 3. redução potencial dos consumos energéticos 4. melhorar processo de cumprimento 48 Fim obrigado pela v.atenção 49