Boletim Informativo da Fundação Ezequiel Dias - Agosto de 2015 Foto: Josué Damascena - IOC - Fiocruz Boletim Informativo da Fundação Ezequiel Dias - março de 2016 i u q a s Aede Não! 5 De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), até 16 de fevereiro deste ano, Minas já registrou 62.271 casos prováveis de dengue e oito óbitos de pacientes de Belo Horizonte, Divinópolis, Patrocínio e Juiz de Fora, que apresentavam comorbidades. Em 2015, foram 196.185 casos prováveis, com 74 óbitos confirmados em Minas Gerais e que estão representados em 44 municípios do estado. No ano passado, a SES-MG observou também uma importante mortalidade por dengue nas faixas etárias acima de 65 anos de idade. A maior parte destes 4 3 2 1 1 2 pacientes, segundo a pasta, possuem relatos de comorbidades como hipertensão, diabetes e outras, antes da ocorrência de infecção por dengue. Com relação à febre chikungunya em Minas Gerais, não existem casos autóctones da doença (contraídos no estado). Em 2016 foram notificados 260 casos, sendo que 132 desses já foram descartados e 128 seguem em investigação. Em 2015, foram notificados 401 casos, sendo que nove foram confirmados, todos importados de outros estados do Brasil ou de outro país. Já em relação ao zika vírus, todos os 166 casos notificados em 2016 seguem sob investigação. Vigilância em Saúde A Fundação Ezequiel Dias (Funed) é a unidade responsável no estado pela vigilância laboratorial de diversos agravos, incluindo a dengue. Nela são realizados testes sorológicos para identificação de anticorpos e antígenos e caracterização do perfil de transmissão de determinado intervalo de tempo. Em 2015, foram processadas 1.582 amostras para monitoramento viral, nas técnicas de isolamento viral e RT-PCR, das quais obteve-se resultado positivo com identificação do sorotipo circulante em 570 amostras, o que representa 36% de positividade. Em 2016, até 17 de fevereiro, a Funed analisou 329 amostras para detecção do vírus dengue, das quais 182 tiveram resultados detectáveis para o DENV-1, o que representa uma positividade de 55,3%. 3 expediente editorial Renato Fraga Os primeiros meses do ano costumam anunciar a tradicional temporada de férias, descontração, contas para pagar e também dias de muita chuva. O aumento do volume da água esconde perigos que afetam diretamente a saúde da população. O Aedes aegypti, mosquito que transmite a dengue, a febre chikungunya e o zika vírus, é um desses perigos. O Aedes se reproduz em qualquer local onde haja acúmulo de água, seja no trabalho ou nas nossas casas. Por isso, a Funed aborda nesta edição a importância do combate ao mosquito, destacando os números de casos destas três doenças e mostra um panorama da situação no estado. Acabar com o Aedes é responsabilidade de todos e, dessa forma, a Funed vem investindo em pesquisas que ofereçam novas alternativas para ajudar no combate ao vetor. Entre elas, está o projeto realizado em parceria com a PUC Minas, que propõe usar óleos feitos a partir de plantas naturais e que podem eliminar as larvas do mosquito em até 24h depois da aplicação do produto e que você confere em detalhes nesta edição. Além disso, a Funed tem dado o exemplo e mobilizado os seus funcionários em uma campanha interna de combate aos criadouros do Aedes. Investindo na conscientização, pequenos grupos formados pelos servidores estão percorrendo a sede da instituição de forma ativa, incentivando a participação de todos na guerra contra o mosquito. O período de chuvas e, consequentemente, de enchentes, pede cuidado redobrado também com a leptospirose. Nos primeiros meses do ano, o número de casos notificados aumenta e, por isso, todo cuidado é pouco ao se expor. Não deixe de conferir as dicas para evitar a contaminzação e o trabalho de diagnóstico laboratorial oferecido pelo Instituto Octávio Magalhães da Funed, Laboratório Central de Minas Gerais (Lacen/MG). Para finalizar, destaco que o jornal Funed de Fato, a partir deste mês, será também direcionado ao público que frequenta ou que busca os serviços da Rede Estadual de Saúde. O objetivo é aproximar a Funed de usuários, trabalhadores, gestores e prestadores do SUS. A Funed segue, portanto, em 2016, firme em seu propósito de consolidar-se como um Instituto de Ciência e Tecnologia, participando efetivamente do fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), da proteção e promoção da saúde. Fortalecimento da Rede de Laboratórios Públicos Por Nayane Breder Desde o início de fevereiro, o presidente da Funed, Renato Fraga, vem realizando visitas aos laboratórios que compõem a Rede Estadual de Laboratórios de Saúde Pública de Minas Gerais (RELSP/MG). O objetivo das visitas é estreitar o relacionamento da Funed com os laboratórios regionais, reforçando o fortalecimento da Rede. A primeira visita foi no dia 04 de fevereiro, na cidade de Teófilo Otoni. No dia 18 o presidente esteve em Uberaba e no mês de março serão visitados os laboratórios de Pouso Alegre e Montes Claros. Sobre a RELSP A Rede Estadual de Laboratórios de Saúde Pública é uma ação prioritária de governo, que tem como objetivo central garantir a descentralização das ações laboratoriais e ampliar a cobertura diagnóstica de ensaios de interesse de saúde pública, de forma a contribuir para o desenvolvimento integrado de ações de promoção, prevenção e controle dos fatores de risco e agravos à saúde individual e coletiva. • Vigilância Entomológica - Laboratórios Regionais de Vigilância Entomológica; • Laboratórios de Vigilância Sanitária. Princípios norteadores da RELSP: • Descentralização e regionalização das ações laboratoriais; • Atuação em rede de forma articulada, compartilhada e solidária; • Garantia da acessibilidade da população aos serviços de vigilância laboratorial; Presidente Renato Fraga Valentim Vice-Presidente Cármen Lúcia Soares Gomes Chefe de Gabinete Alisson Bruno Luzia Diretor de Planejamento, Gestão e Finanças Marcos Simão de Souza Diretora do Instituto Octávio Magalhães Marluce Aparecida Assunção Oliveira Diretora de Pesquisa e Desenvolvimento Esther Margarida Bastos Diretor Industrial Luiz Antônio Marinho Pereira Funed de Fato Produção: Assessoria de Comunicação Social Jornalista Responsável Nayane Breder Hoffman Jardim MG 10617 JP Arte e Diagramação Gleisson Antônio Mateus Jonathan Cássio Moreira (Estagiário) Rodrigo Oliveira e Silva (Estagiário) Apoio Aline Cristina da Silva Pereira Adriana Petrocchi Junio Santos Giovana Almeida Impressão Gráfica da Imprensa Oficial 1000 exemplares • Interdisciplinaridade e corresponsabilidade; Endereço R. Conde Pereira Carneiro, 80 Gameleira / Belo Horizonte - MG • Fortalecimento do sistema de referência e contra referência. Telefone (31) 3314-4577 • Qualidade, agilidade e confiabilidade; E-mail [email protected] SAC: 0800 283 19 80 www.funed.mg.gov.br Para tanto, a proposta da RESLP, coordenada pelo Laboratório Central de Saúde Pública de Minas Gerais (Lacen/MG), configura-se sob quatro eixos estruturantes: twitter.com/funedmg • Vigilância Epidemiológica - Laboratórios Municipais de Referência Regional (LMRR); • Vigilância de Saúde Ambiental - Laboratórios Regionais de Vigilância da Qualidade da Água; Fundação Ezequiel Dias youtube.com/acsfuned Presidente da Funed em visita ao Laboratório na cidade de Juiz de Fora facebook.com/Funed instagram.com/FunedMG 2 Boletim Informativo da Fundação Ezequiel Dias Serviço de produção de sólidos não estéreis da Funed está apto para produzir Por Luciane Marazzi O Serviço de Produção da Unidade III da Funed recebeu, no dia 11 de janeiro de 2016, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Certificação de Boas Práticas de Fabricação de Medicamentos (CBPF), conforme publicação do Diário Oficial da União. Com isso, a Funed está apta a produzir sólidos não estéreis (comprimidos), considerando que a instituição atende aos requisitos de boas práticas de fabricação preconizados em legislação vigente para a área de medicamentos. A certificação tem validade de dois anos, contados a partir da sua publicação. Boas Práticas As Boas Práticas de Fabricação (BPF) abrangem um conjunto de medidas que devem ser adotadas pelas indústrias farmacêuticas, a fim de garantir a qualidade, segurança e eficácia dos medicamentos produzidos. Estas práticas asseguram que os produtos sejam fabricados em conformidade e sejam controlados dentro dos padrões de qualidade solicitados pela Anvisa. As BPF’s de medicamentos também estão relacionadas a todos os procedimentos de fabricação e de controle da qualidade, incluindo armazenamento e distribuição. A legislação sanitária federal regulamenta essas medidas em caráter geral, aplicável a todo tipo de indústria farmacêutica. As normas que estabelecem as chamadas BPF’s envolvem requisitos fundamentais, que vão desde as instalações da indústria, passando por rigorosas regras de higiene pessoal e limpeza do local de trabalho (lavagem correta e frequente das mãos, utilização adequada dos uniformes, disposição correta de todo o material utilizado nos banheiros e uso de sanitizantes) até a descrição, por escrito e de forma detalhada, dos procedimentos envolvidos no processamento do produto. RDC 17 A Certificação de Boas Práticas de Fabricação é regulamentada pela RDC Nº 17/2010, também da Anvisa e o seu cumprimento é obrigatório e aplicável a todas as indústrias farmacêuticas nacionais e internacionais que desejem exportar produtos farmacêuticos para o Brasil. Esta Resolução tem como objetivo principal diminuir os riscos inerentes à produção farmacêutica em nosso país, principalmente aqueles que não podem ser prevenidos completamente mediante o simples controle do produto acabado, de forma a garantir maior segurança do medicamento consumido em nosso sistema de saúde. Março de 2016 BOAS PRÁTICAS Conquista Meningocógica C Funed cumpre cronograma de entrega junto ao Ministério da Saúde Por Luciane Marazzi A Funed concluiu a entrega de, aproximadamente, 11,4 milhões de doses da Vacina Humana Meningocócica Conjugada do Grupo C, em cumprimento ao contrato firmado entre a Fundação e o Ministério da Saúde, para o ano de 2015. O cronograma de entrega foi estabelecido em cinco etapas, sendo que a última entrega foi concluída em janeiro deste ano. A Funed já está em negociação com o Ministério para a assinatura de um novo contrato para o período de 2016 a 2017. 3 Todos contra o Aedes Palestra com servidores da Funed tira dúvidas sobre o mosquito Por Luciane Marazzi TIRE UM TEMPINHO E TOME UMA ATITUDE. O MOSQUITO DA DENGUE TAMBÉM TRANSMITE CHIKUNGUNYA E ZIKA. Com apenas 10 minutos por semana você faz a checagem rápida nos locais onde o mosquito costuma colocar seus ovos. Eliminando esses focos, você protege a saúde da sua família e dos seus vizinhos. Vamos lá, faça a sua parte. É um tempo muito pequeno para um ganho tão grande. Vede totalmente a tampa de caixas-d’água, galões, tonéis, poços e latões. Foi promovido, no final do mês de janeiro, um bate-papo com cerca de 70 servidores da Fundação e funcionários terceirizados da Minas Gerais Administração e Serviços (MGS), sobre o mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika vírus. A conversa contou com a participação da pesquisadora e chefe do Serviço de Biotecnologia e Saúde da Funed, Alzira Batista Cecílio, e teve como objetivo contribuir para melhorar o entendimento dos servidores sobre o ciclo de vida das espécies do mosquito transmissor, especialmente da dengue, que nos últimos anos provocou várias epidemias em diversos países de clima tropical, como é o caso do Brasil. A pesquisadora apresentou o vídeo “Aedes aegypti e Aedes albopictus: uma ameaça nos trópicos”, produzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O documentário é composto por imagens reais e virtuais dos dois mosquitos, mostrando os continentes de origem, sua dispersão pelo mundo, características morfológicas, hábitos alimentares, mecanismos de alimentação e reprodução e ambiente onde vivem. De acordo com a Fiocruz, o Aedes aegypti é um vetor já estabelecido no Brasil, trazido da África, provavelmente com o tráfico de escravos. Já o Aedes albopictus é recente, chegou ao país na década de 80. Nas Américas, mais especificamente, foi capturado pela primeira vez em 1985, no Texas, nos Estados Unidos. No Brasil, os primeiros estados que registraram a presença do vetor foram o Rio de Janeiro e Minas Gerais. Não foram encontrados adultos de Aedes albopictus naturalmente infectados com o vírus da dengue no Brasil. No vídeo, a Fiocruz informa, ainda, que o Aedes aegypti se adaptou muito bem ao ambiente urbano, já o Aedes albopictus é mais encontrado em áreas rurais. Os participantes puderam ainda aprender quais são as principais diferenças entre as duas espécies. 4 Muitos tinham dúvidas sobre a transmissão do zika vírus durante a gravidez e ao uso do repelente. Alzira Batista explicou que o problema, no caso dessa doença, é justamente adquirir o vírus durante a gravidez, que pode gerar crianças com microcefalia. “O perigo está quando a gestante é infectada nos três primeiros meses de gravidez. Como o vírus passou a circular há pouco tempo, a população ainda não possui anticorpos para eliminá-lo”, explicou. Quanto ao uso de repelentes, Alzira alertou que é necessário buscar sempre a orientação de um médico, que irá indicar o produto mais adequado, especialmente para gestantes e crianças, que são mais sensíveis a intoxicações. TIRE UM TEMPINHO E TOME UMA ATITUDE. O MOSQUITO DA A pesquisadora enfatizou ainda que, para se combaTAMBÉM ter com eficiência oDENGUE mosquito, é preciso acabar com os criadouros. “A eficiência do combate ao mosquito está TRANSMITE na eliminação dos criadouros. Esse é o desafio, que é exterminar para controlar. Qualquer lugar pode ser um CHIKUNGUNYA E ZIKA. criadouro: uma tampinha de garrafa ou onde houver água parada”. E alertou: “O mosquito está se adaptando mais e os entomologistas identificaram que os vetores Com 10 minutos por semana estão colocando ovos emapenas águas subterrâneas”. você faz a checagem rápida nos O funcionário da MGS, Fausto disse que o batelocais ondeZem, o mosquito costuma -papo foi esclarecedor, especialmente porque ele colocar seus ovos. Eliminandonão esses conhecia o Aedes albopictus. “Não tinha ouvido falar focos, você protege a saúde da sua ainda. Foi bom também entender como eliminar os fofamília e dos seus vizinhos. Vamos lá, cos e conhecer como o mosquito vive. Por atuarmos em faça a sua parte. É um tempo muito campo, podemos reconhecer melhor esses criadouros”, pequeno para um ganho tão grande. disse. Elvis Gonçalves Ribeiro, que também é funcionário da MGS, disse que a palestra foi válida, porque ajudou a ELIMINE OS FOCOS DO compreender melhor as informações divulgadas pela MOSQUITO. FAÇA ISSO POR mídia. Já a servidora do Serviço de Desenvolvimento VOCÊ E POR TODOS A SUA VOLTA. de Competências, Simone Miranda, tinha dúvidas sobre www.saude.mg.gov.br/dengue o uso de repelentes para evitar a contaminação. “Existe resistência da população em ajudar a eliminar os criadouros. Acho que palestras como essa deveriam acontecer mais vezes”, sugeriu a servidora. Limpe as calhas, evitando que folhas e sujeiras acumulem água. Esfregue as paredes das vasilhas de água dos animais uma vez por semana. Limpe as bandejas da geladeira e do ar-condicionado para que a água não se acumule. Vasos sanitários pouco utilizados devem ser tampados e verificados toda semana. Deixe os baldes da área de serviço com a boca virada para baixo. Guarde os pneus em locais cobertos e as garrafas vazias com a boca para baixo. Os ralos devem ser limpos e vedados com uma tela para evitar o surgimento de criadouros. Limpe as piscinas e fontes, e faça o tratamento da água com produtos químicos adequados. De preferência, elimine os pratos nos vasos de plantas. E é importante saber que plantas como bananeira, bromélia, babosa, espada-de-são-jorge e outras podem acumular água. Boletim Informativo da Fundação Ezequiel Dias Produto natural capaz de combater a dengue Inovação e consciência ambiental são palavras que marcam o estudo sobre óleos essenciais para o combate ao Aedes aegypti. Por Marco Tulio Jacques Já imaginou utilizar orégano e cravo da índia no combate ao mosquito da dengue? A pesquisadora da Funed, Alzira Batista Cecílio, está desenvolvendo um estudo, em parceria com a Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), que propõe o uso de óleos feitos a partir de dez plantas naturais como larvicida. Na atual fase do projeto, o orégano e o cravo da Índia são as plantas que possuem mais enfoque por terem resultados já comprovados, com 100% de eficácia na eliminação das larvas em até 24h após a aplicação do produto. A pesquisadora alerta que o combate aos focos precisa ser constante. “O produto deve ser tido como um auxiliar, caso contrário, qualquer ação que seja feita a respeito será inválida”, salienta. Para a produção do larvicida, é necessária a extração do óleo das plantas (técnica realizada exclusivamente em laboratório), no qual estão substâncias que são essenciais para o combate ao Aedes. “Sabe-se que no óleo retirado do orégano a substância que prevalece é o carnacrol e no cravo é o eugenol. O que estamos fazendo é um estudo químico para saber do que mais são compostos esses óleos, para depois adicionar substâncias que possam estabilizar o produto em ambiente externo”, explica Alzira. Foto: Josué Damascena - Fiocruz Além do aumento dos casos de dengue a cada ano, a pesquisadora esclarece sobre as principais motivações do projeto. Segundo ela, houve uma preocupação em fazer um produto natural, pois aqueles presentes no mercado são sintéticos e contaminam o meio ambiente. “Além da perspectiva ambiental, a partir da criação do produto espera-se que o cidadão tenha mais responsabilidade no combate ao mosquito”, afirma Alzira. Funed oferece exame para diagnóstico de zika vírus Por Luciane Marazzi Colocar um texto aqui A Funed passou a oferecer, no mês de fevereiro, o exame para diagnóstico laboratorial do zika vírus. Antes, as amostras de casos suspeitos em Minas Gerais eram encaminhadas para análise na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro. De acordo com a referência técnica do Laboratório de Arbovírus da Funed, Maira Alves Pereira, o número de exames será ampliado, oferecendo qualidade e rapidez nos resultados, além de favorecer a vigilância epidemiológica da doença. As amostras de casos suspeitos são encaminhadas pelos municípios e pelos serviços de saúde de Minas Março de 2016 Gerais para a Funed, onde serão testadas por Biologia Molecular, na técnica da Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) em tempo real, e o resultado estará disponível em cinco dias. A Fundação possui experiência na realização dessa técnica, utilizada para diagnóstico de outros dez tipos de vírus, além do zika. “A realização do exame pela Fundação possibilitará que um maior número de amostras sejam analisadas, favorecendo a assistência ao paciente, as ações de vigilância epidemiológica, aumentando as possibilidades de controle da circulação do zika vírus no estado”, destaca o presidente da Fundação, Renato Fraga. 5 Funed identifica uso excessivo de formol em alisantes de cabelo Algumas amostras chegam a apresentar 7% do produto em sua composição Por Marco Túlio Jacques O Serviço de Medicamentos, Saneantes e Cosméticos da Funed reconheceu, em uma das várias categorias de análises que são feitas no setor, a presença de uma alta concentração de formaldeído, conhecido como formol, em amostra de produtos para alisamento capilar, recebidas do estado do Paraná. Kléber Eduardo Baptista, chefe da Divisão de Vigilância Sanitária da Fundação, disse que alguns produtos apresentaram cerca de 7% de formol na composição. Para se ter uma ideia, em produtos de higiene pessoal e cosméticos, a legislação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) preconiza a utilização do formol como conservante na concentração máxima de 0,1% em produtos de higiene oral, 0,2% para produtos não destinados à higiene oral, que engloba produtos para alisamento capilar e 5% em produtos utilizados para endurecer as unhas. Kléber Baptista explica que, desde 2013, foram catalogadas 16 denúncias, vindas do estado do Paraná. Destas, 11 possuíam irregularidades em relação ao nível de formol, o que causa preocupação pela nocividade que envolve o uso indiscriminado desse composto. Kléber aponta ainda para outra situação preocupante. “Com o aumento da procura por produtos alisantes para cabelo, alguns fabricantes estão usando novas substâncias como o ácido glioxílico”, alerta. A utilização dessa substância, associada ao modo de uso típico e a finalidade de reduzir o volume e controlar o frizz dos cabelos, remete a uma ação alisante. No entanto, dados da literatura sugerem que o ácido glioxílico implica em risco à saúde do consumidor e do profissional do salão de beleza, pois, quando submetido a altas temperaturas, pode liberar formol. De acordo com a Diretoria de Vigilância em Medicamentos e Congêneres, da Superintendência de Vigilância Sanitária de Minas Gerais (SVS/MG), os laudos de análises fiscais recebidos na Vigilância Sanitária (VISA/MG) com resultado insatisfatório quanto ao ensaio de identificação e/ou quantificação de formol em produtos cosméticos, geram um Auto de Infração, que precede o Processo Administrativo Sanitário (PAS), instaurado em desfavor das empresas fabricantes e/ou comerciantes instaladas no estado, além de oficiar às VISA’s regionais e municipais, à Anvisa e às VISA’s de outros estados, no caso de alguma empresa instalada fora dos limites de Minas Gerais. As penas para as infrações sanitárias podem incluir, alternativa ou cumulativamente, advertência, pena 6 educativa, apreensão, inutilização, suspensão da venda ou da fabricação e até cancelamento do registro do produto. Para os estabelecimentos, as penas variam de interdição total ou parcial, cancelamento do alvará sanitário, cassação da autorização de funcionamento, intervenção administrativa, imposição de contrapropaganda, proibição de propaganda e multa, entre outras. Nocividade do uso indevido do formol O formaldeído é utilizado como conservante para embalsamamento de cadáveres e também em alguns produtos de higiene pessoal e cosméticos. Quando utilizado fora das recomendações da Anvisa, pode causar na pele desde irritação, queimadura e queda de cabelo, até câncer em narinas, pulmão traqueia, etc. Funed: referência na análise de produtos cosméticos Através do Programa de Monitoramento da Qualidade de Cosméticos, executado pelo Serviço de Medicamentos, Saneantes e Cosméticos da Funed, juntamente com a Anvisa e Vigilância Sanitária do estado, desde 2003, são feitas várias análises sobre a composição e regularidade de diversos produtos disponíveis no mercado: sabonetes em barra e líquido, alisantes, tintura capilar, repelente, xampu, condicionador, gel para cabelo e hidratante corporal. Em 2015, foram analisados 84 produtos. Além disso, são atendidas demandas de denúncias vindas de órgãos de defesa do consumidor e do judiciário. Com grande experiência na análise de cosméticos, o laboratório da Funed tornou-se referência na área. Em 2014, por exemplo, foi promovida uma capacitação com funcionários pertencentes a outros laboratórios oficiais do país. Desde 2012, já foram capacitados profissionais dos estados do Ceará, Maranhão, Tocantins, Pará, Roraima, Goiás, Distrito Federal, São Paulo e Rio Grande do Sul. Ademais, com condições analíticas diferenciadas, pioneirismo em programas de qualidade, implantação e validação de algumas tecnologias, o Laboratório de Análise de Medicamentos e Cosméticos da Funed participou na elaboração do “Guia de Controle de Qualidade de Produtos Cosméticos”, em parceria com a Anvisa, publicado em 2008 pela editora do órgão. Pensando em ampliar o número de produtos analisados, o Laboratório da Fundação estará incluso na “Sub-rede analítica de cosméticos”. Nesse projeto, será feito na Funed um monitoramento nacional, incluindo novos itens como creme dental, enxaguatórios bucais com flúor e protetores solares, além da manutenção da análise em alisantes capilares. Boletim Informativo da Fundação Ezequiel Dias Cuidado com as enchentes! Período chuvoso aumenta o risco de transmissão da leptospirose Por Luciane Marazzi Foto: Carlos Alberto/Imprensa-MG Nos períodos de chuva, é preciso ficar atento a uma doença muito comum nesta época: a leptospirose. Para se ter uma ideia, entre 2011 e 2015, o aumento de amostras reagentes analisadas pelo Serviço de Doenças Bacterianas e Fúngicas da Funed foi 103% maior no primeiro trimestre do ano, se comparado ao último trimestre do ano anterior, conforme afirma o responsável técnico pelos diagnósticos, Max Assunção Corria. De acordo com dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), foram registrados no estado, em 2014 e 2015, 220 casos de leptospirose e 19 óbitos, apresentando a letalidade de 11,5%. Durante as enchentes, a urina de roedores, presente nos esgotos e bueiros, mistura-se à enxurrada e à lama. Qualquer pessoa que tiver contato com a água ou lama pode infectar-se. A doença é causada por uma bactéria chamada Leptospira e está presente também na urina de outros animais como bois, porcos, cavalos, cabras, ovelhas e cães. Estes animais também podem adoecer e, eventualmente, transmitir a leptospirose ao homem. As Leptospiras penetram no corpo pela pele, principalmente por arranhões ou ferimentos e também pela pele íntegra, imersa por longos períodos na água ou lama contaminadas. há mais de uma década na avaliação e desenvolvimento de métodos para aumentar a chance do diagnóstico laboratorial da leptospirose em Minas Gerais. Em 2015, a Funed passou a oferecer a cultura de Leptospira para casos em que há suspeita clínica e epidemiológica da doença. Amostras de sangue de todo o estado são coletadas e encaminhadas para a Funed. A cultura de Leptospira sp. é extremamente importante na identificação dos sorovares (diferentes tipos de Leptospiras) envolvidos em surtos ou epidemias, ou mesmo que circulam em determinada região. Com a aplicação do método, a Funed contribui para melhorar a compreensão da relação agente-hospedeiro e distribuição da Leptospira sp. no estado. “Esperamos que esta contribuição venha pautar as medidas de prevenção e controle, assim como futuros protocolos para o diagnóstico laboratorial e o correto tratamento da doença”, relata a diretora do Instituto Octávio Magalhães Os sintomas clássicos da doença são febre, calafrios, mialgia generalizada, cefaleia, dor retro orbital, podendo ser acompanhados de complicações renais, hemorrágicas, cardíacas, respiratórias, oculares, entre outras. da Funed, Marluce Assunção Oliveira. A diretora destaca, ainda, que o Lacen-MG é o único laboratório público no Brasil a oferecer simultaneamente diferentes métodos para o diagnóstico da leptospirose como: ELISA-IgM, Teste de Microaglutinação (MAT), cultura de Leptospira e Reação em Cadeia da Polimerase (PCR). Prevenção e controle De forma geral, as principais medidas de prevenção e controle da doença são controle da população de roedores, redução do risco de exposição às águas e lama de enchentes, medidas de proteção individual para trabalhadores ou indivíduos expostos a situação de risco, como o uso de luvas e botas, conservação adequada de água e alimentos, armazenamento e destinação adequados do lixo. urina do rato infectado Dedicação A equipe do Serviço de Doenças Bacterianas e Fúngicas do Instituto Octávio Magalhães da Funed, Laboratório Central de Minas Gerais (Lacen/MG), vem se dedicando Março de 2016 A bactéria leptospira vive nos rins do rato urina do animal infectado 7 Aprendendo com o lúdico Funcionários da Funed encerram treinamento no museu do Inhotim, em Brumadinho Por Marco Túlio Jacques De maneira mais prática, o curso trabalhou a metodologia de cadeia de valores para a construção coletiva do conhecimento de processos, com o objetivo de desenvolver o domínio dos participantes sobre o tema. De acordo com Michael Eugene Porter, professor da Harvard Business School, uma cadeia de valor 8 8 representa o conjunto de atividades desempenhadas por uma organização, desde as relações com os fornecedores e ciclos de produção e de venda até a fase da distribuição final. De acordo com Juliana Ramos, coordenadora de Processos da DPGF, o treinamento foi muito positivo. “Com a participação no evento, além de conseguir gerar um produto, pôde-se conhecer toda a metodologia. Dessa forma, pudemos treinar outros servidores para amplificar e aprofundar a noção de cadeia de valor com uma visão integrada”, afirma. Ministrado pelo professor da Fundação Dom Cabral, Ricardo Almeida Abdala – profissional atuante na gestão de negócios - a capacitação foi, na realidade, a continuação de um aprendizado que a DPGF vem se envolvendo desde que, em dezembro de 2015, participou do curso de “Processos de Inovação”, que analisava o Serviço de Compras e Comércio Exterior. Inovação na exposição de resultados – Jornada por Processos da DPGF Dinamizando o modo de repasse de conhecimento, a DPGF reuniu, no dia 03 de fevereiro, 45 servidores no Centro de Arte Contemporânea Inhotim, em Brumadinho. O objetivo foi expor de maneira lúdica e inovadora tudo o que foi proposto durante o curso.. A interação contou com a participação de servidores com leitura de poema e interpretação de canções, em uma dinâmica motivacional, que foi muito elogiada pelos participantes, pela reflexão e emoção repassadas. “A ideia de se pensar e conversar sobre a integração da DPGF e dos produtos e serviços que essa diretoria e todos os seus servidores desenvolvem para as demais é essencial para que não se perca a consciência de geração de valor para o cliente. Essa interação num ambiente como o do Inhotim fez a diferença, pois trouxe um clima de leveza nas reflexões”, conclui Eliane Ayumi, servidora da DPGF. Fotos: Fabiano Silva Boletim Informativo da Fundação Ezequiel Dias Boletim Informativo da Fundação Ezequiel Dias Março de 2016 Com o objetivo de desenvolver melhorias na metodologia de processo da instituição, servidores da Diretoria de Planejamento, Gestão e Finanças (DPGF) da Fundação Ezequiel Dias (Funed), participaram do curso “Transformação de processos: construção da metodologia da cadeia de valor dos processos”. O curso aconteceu durante a última semana de janeiro, com finalização no Centro de Arte Contemporânea Inhotim. A temática abordada ressaltou a necessidade de análise dos processos, formas de trabalho e valor público, que são fundamentais para o funcionamento da Instituição. Boletim Informativo da Fundação Ezequiel Dias