Funed de Fato – Março 2016

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Boletim Informativo da Fundação Ezequiel Dias - Agosto de 2015
Foto: Josué Damascena - IOC - Fiocruz
Boletim Informativo da Fundação Ezequiel Dias - março de 2016
i
u
q
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Aede
Não!
5
De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), até 16 de fevereiro
deste ano, Minas já registrou 62.271 casos prováveis de dengue e oito óbitos
de pacientes de Belo Horizonte, Divinópolis, Patrocínio e Juiz de Fora, que
apresentavam comorbidades. Em 2015, foram 196.185 casos prováveis, com 74
óbitos confirmados em Minas Gerais e que estão representados em 44 municípios
do estado.
No ano passado, a SES-MG observou também uma importante mortalidade
por dengue nas faixas etárias acima de 65 anos de idade. A maior parte destes
4
3
2
1
1
2
pacientes, segundo a pasta, possuem relatos de comorbidades como hipertensão,
diabetes e outras, antes da ocorrência de infecção por dengue.
Com relação à febre chikungunya em Minas Gerais, não existem casos autóctones
da doença (contraídos no estado). Em 2016 foram notificados 260 casos, sendo
que 132 desses já foram descartados e 128 seguem em investigação. Em 2015,
foram notificados 401 casos, sendo que nove foram confirmados, todos importados
de outros estados do Brasil ou de outro país. Já em relação ao zika vírus, todos os
166 casos notificados em 2016 seguem sob investigação.
Vigilância em Saúde
A Fundação Ezequiel Dias (Funed) é a unidade responsável no estado pela vigilância
laboratorial de diversos agravos, incluindo a dengue. Nela são realizados testes
sorológicos para identificação de anticorpos e antígenos e caracterização do perfil
de transmissão de determinado intervalo de tempo. Em 2015, foram processadas
1.582 amostras para monitoramento viral, nas técnicas de isolamento viral e
RT-PCR, das quais obteve-se resultado positivo com identificação do sorotipo
circulante em 570 amostras, o que representa 36% de positividade. Em 2016, até
17 de fevereiro, a Funed analisou 329 amostras para detecção do vírus dengue,
das quais 182 tiveram resultados detectáveis para o DENV-1, o que representa
uma positividade de 55,3%.
3
expediente
editorial
Renato Fraga
Os primeiros meses do ano costumam anunciar a tradicional
temporada de férias, descontração, contas para pagar e
também dias de muita chuva. O aumento do volume da
água esconde perigos que afetam diretamente a saúde da
população.
O Aedes aegypti, mosquito que transmite a dengue, a febre
chikungunya e o zika vírus, é um desses perigos. O Aedes
se reproduz em qualquer local onde haja acúmulo de água,
seja no trabalho ou nas nossas casas. Por isso, a Funed
aborda nesta edição a importância do combate ao mosquito,
destacando os números de casos destas três doenças e
mostra um panorama da situação no estado.
Acabar com o Aedes é responsabilidade de todos e, dessa
forma, a Funed vem investindo em pesquisas que ofereçam
novas alternativas para ajudar no combate ao vetor. Entre
elas, está o projeto realizado em parceria com a PUC
Minas, que propõe usar óleos feitos a partir de plantas
naturais e que podem eliminar as larvas do mosquito em
até 24h depois da aplicação do produto e que você confere
em detalhes nesta edição. Além disso, a Funed tem dado
o exemplo e mobilizado os seus funcionários em uma
campanha interna de combate aos criadouros do Aedes.
Investindo na conscientização, pequenos grupos formados
pelos servidores estão percorrendo a sede da instituição de
forma ativa, incentivando a participação de todos na guerra
contra o mosquito.
O período de chuvas e, consequentemente, de enchentes,
pede cuidado redobrado também com a leptospirose. Nos
primeiros meses do ano, o número de casos notificados
aumenta e, por isso, todo cuidado é pouco ao se expor.
Não deixe de conferir as dicas para evitar a contaminzação
e o trabalho de diagnóstico laboratorial oferecido pelo
Instituto Octávio Magalhães da Funed, Laboratório Central
de Minas Gerais (Lacen/MG).
Para finalizar, destaco que o jornal Funed de Fato, a partir
deste mês, será também direcionado ao público que
frequenta ou que busca os serviços da Rede Estadual
de Saúde. O objetivo é aproximar a Funed de usuários,
trabalhadores, gestores e prestadores do SUS.
A Funed segue, portanto, em 2016, firme em seu propósito
de consolidar-se como um Instituto de Ciência e Tecnologia,
participando efetivamente do fortalecimento do Sistema
Único de Saúde (SUS), da proteção e promoção da saúde.
Fortalecimento da Rede de
Laboratórios Públicos
Por Nayane Breder
Desde o início de fevereiro, o presidente da Funed, Renato
Fraga, vem realizando visitas aos laboratórios que compõem
a Rede Estadual de Laboratórios de Saúde Pública de Minas
Gerais (RELSP/MG). O objetivo das visitas é estreitar o
relacionamento da Funed com os laboratórios regionais,
reforçando o fortalecimento da Rede.
A primeira visita foi no dia 04 de fevereiro, na cidade de Teófilo
Otoni. No dia 18 o presidente esteve em Uberaba e no mês
de março serão visitados os laboratórios de Pouso Alegre e
Montes Claros.
Sobre a RELSP
A Rede Estadual de Laboratórios de Saúde Pública é uma ação
prioritária de governo, que tem como objetivo central garantir a
descentralização das ações laboratoriais e ampliar a cobertura
diagnóstica de ensaios de interesse de saúde pública, de
forma a contribuir para o desenvolvimento integrado de ações
de promoção, prevenção e controle dos fatores de risco e
agravos à saúde individual e coletiva.
• Vigilância Entomológica - Laboratórios Regionais de
Vigilância Entomológica;
• Laboratórios de Vigilância Sanitária.
Princípios norteadores da RELSP:
• Descentralização e regionalização das ações
laboratoriais;
• Atuação em rede de forma articulada, compartilhada e
solidária;
• Garantia da acessibilidade da população aos serviços de
vigilância laboratorial;
Presidente
Renato Fraga Valentim
Vice-Presidente
Cármen Lúcia Soares Gomes
Chefe de Gabinete
Alisson Bruno Luzia
Diretor de Planejamento, Gestão
e Finanças
Marcos Simão de Souza
Diretora do Instituto Octávio
Magalhães
Marluce Aparecida Assunção Oliveira
Diretora de Pesquisa e
Desenvolvimento
Esther Margarida Bastos
Diretor Industrial
Luiz Antônio Marinho Pereira
Funed de Fato
Produção:
Assessoria de Comunicação Social
Jornalista Responsável
Nayane Breder Hoffman Jardim
MG 10617 JP
Arte e Diagramação
Gleisson Antônio Mateus
Jonathan Cássio Moreira (Estagiário)
Rodrigo Oliveira e Silva (Estagiário)
Apoio
Aline Cristina da Silva Pereira
Adriana Petrocchi
Junio Santos
Giovana Almeida
Impressão
Gráfica da Imprensa Oficial
1000 exemplares
• Interdisciplinaridade e corresponsabilidade;
Endereço
R. Conde Pereira Carneiro, 80
Gameleira / Belo Horizonte - MG
• Fortalecimento do sistema de referência e contra
referência.
Telefone
(31) 3314-4577
• Qualidade, agilidade e confiabilidade;
E-mail
[email protected]
SAC: 0800 283 19 80
www.funed.mg.gov.br
Para tanto, a proposta da RESLP, coordenada pelo Laboratório
Central de Saúde Pública de Minas Gerais (Lacen/MG),
configura-se sob quatro eixos estruturantes:
twitter.com/funedmg
• Vigilância Epidemiológica - Laboratórios Municipais de
Referência Regional (LMRR);
• Vigilância de Saúde Ambiental - Laboratórios Regionais de
Vigilância da Qualidade da Água;
Fundação Ezequiel Dias
youtube.com/acsfuned
Presidente da Funed em visita ao Laboratório na cidade de Juiz de Fora
facebook.com/Funed
instagram.com/FunedMG
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Boletim Informativo da Fundação Ezequiel Dias
Serviço de produção de sólidos não estéreis da Funed está apto para produzir
Por Luciane Marazzi
O Serviço de Produção da Unidade III da Funed
recebeu, no dia 11 de janeiro de 2016, da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Certificação
de Boas Práticas de Fabricação de Medicamentos
(CBPF), conforme publicação do Diário Oficial da União.
Com isso, a Funed está apta a produzir sólidos não
estéreis (comprimidos), considerando que a instituição
atende aos requisitos de boas práticas de fabricação
preconizados em legislação vigente para a área de
medicamentos. A certificação tem validade de dois
anos, contados a partir da sua publicação.
Boas Práticas
As Boas Práticas de Fabricação (BPF) abrangem um
conjunto de medidas que devem ser adotadas pelas
indústrias farmacêuticas, a fim de garantir a qualidade,
segurança e eficácia dos medicamentos produzidos.
Estas práticas asseguram que os produtos sejam
fabricados em conformidade e sejam controlados dentro
dos padrões de qualidade solicitados pela Anvisa.
As BPF’s de medicamentos também estão relacionadas
a todos os procedimentos de fabricação e de controle
da qualidade, incluindo armazenamento e distribuição.
A legislação sanitária federal regulamenta essas
medidas em caráter geral, aplicável a todo tipo de
indústria farmacêutica. As normas que estabelecem as
chamadas BPF’s envolvem requisitos fundamentais,
que vão desde as instalações da indústria, passando
por rigorosas regras de higiene pessoal e limpeza do
local de trabalho (lavagem correta e frequente das
mãos, utilização adequada dos uniformes, disposição
correta de todo o material utilizado nos banheiros e
uso de sanitizantes) até a descrição, por escrito e de
forma detalhada, dos procedimentos envolvidos no
processamento do produto.
RDC 17
A Certificação de Boas Práticas de Fabricação é
regulamentada pela RDC Nº 17/2010, também da Anvisa
e o seu cumprimento é obrigatório e aplicável a todas
as indústrias farmacêuticas nacionais e internacionais
que desejem exportar produtos farmacêuticos para
o Brasil. Esta Resolução tem como objetivo principal
diminuir os riscos inerentes à produção farmacêutica
em nosso país, principalmente aqueles que não podem
ser prevenidos completamente mediante o simples
controle do produto acabado, de forma a garantir maior
segurança do medicamento consumido em nosso
sistema de saúde.
Março de 2016
BOAS PRÁTICAS
Conquista
Meningocógica C
Funed cumpre cronograma de entrega junto ao Ministério da Saúde
Por Luciane Marazzi
A Funed concluiu a entrega de, aproximadamente, 11,4 milhões de doses da Vacina Humana Meningocócica
Conjugada do Grupo C, em cumprimento ao contrato firmado entre a Fundação e o Ministério da Saúde,
para o ano de 2015.
O cronograma de entrega foi estabelecido em cinco etapas, sendo que a última entrega foi concluída em
janeiro deste ano. A Funed já está em negociação com o Ministério para a assinatura de um novo contrato
para o período de 2016 a 2017.
3
Todos contra o Aedes
Palestra com servidores da Funed tira dúvidas sobre o mosquito
Por Luciane Marazzi
TIRE UM TEMPINHO
E TOME UMA
ATITUDE.
O MOSQUITO DA
DENGUE TAMBÉM
TRANSMITE
CHIKUNGUNYA
E ZIKA.
Com apenas 10 minutos por semana você faz a
checagem rápida nos locais onde o mosquito
costuma colocar seus ovos. Eliminando esses
focos, você protege a saúde da sua família e dos
seus vizinhos. Vamos lá, faça a sua parte. É um
tempo muito pequeno para um ganho tão grande.
Vede totalmente a tampa de
caixas-d’água, galões, tonéis,
poços e latões.
Foi promovido, no final do mês de janeiro, um bate-papo
com cerca de 70 servidores da Fundação e funcionários
terceirizados da Minas Gerais Administração e Serviços
(MGS), sobre o mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika vírus. A conversa contou com a participação da pesquisadora e chefe do Serviço de Biotecnologia e Saúde da Funed, Alzira Batista Cecílio, e teve
como objetivo contribuir para melhorar o entendimento
dos servidores sobre o ciclo de vida das espécies do
mosquito transmissor, especialmente da dengue, que
nos últimos anos provocou várias epidemias em diversos países de clima tropical, como é o caso do Brasil.
A pesquisadora apresentou o vídeo “Aedes aegypti e
Aedes albopictus: uma ameaça nos trópicos”, produzido
pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O documentário
é composto por imagens reais e virtuais dos dois mosquitos, mostrando os continentes de origem, sua dispersão pelo mundo, características morfológicas, hábitos
alimentares, mecanismos de alimentação e reprodução
e ambiente onde vivem.
De acordo com a Fiocruz, o Aedes aegypti é um vetor já
estabelecido no Brasil, trazido da África, provavelmente
com o tráfico de escravos. Já o Aedes albopictus é recente, chegou ao país na década de 80. Nas Américas,
mais especificamente, foi capturado pela primeira vez
em 1985, no Texas, nos Estados Unidos. No Brasil, os
primeiros estados que registraram a presença do vetor
foram o Rio de Janeiro e Minas Gerais. Não foram encontrados adultos de Aedes albopictus naturalmente infectados com o vírus da dengue no Brasil.
No vídeo, a Fiocruz informa, ainda, que o Aedes aegypti
se adaptou muito bem ao ambiente urbano, já o Aedes
albopictus é mais encontrado em áreas rurais. Os participantes puderam ainda aprender quais são as principais diferenças entre as duas espécies.
4
Muitos tinham dúvidas sobre a
transmissão do zika vírus durante
a gravidez e ao uso do repelente. Alzira
Batista explicou que o problema, no caso
dessa doença, é justamente adquirir o vírus durante a
gravidez, que pode gerar crianças com microcefalia.
“O perigo está quando a gestante é infectada nos três
primeiros meses de gravidez. Como o vírus passou a
circular há pouco tempo, a população ainda não possui
anticorpos para eliminá-lo”, explicou.
Quanto ao uso de repelentes, Alzira alertou que é necessário buscar sempre a orientação de um médico,
que irá indicar o produto mais adequado, especialmente
para gestantes e crianças, que são mais sensíveis a intoxicações.
TIRE UM TEMPINHO
E TOME UMA ATITUDE.
O MOSQUITO DA
A pesquisadora enfatizou ainda que, para se combaTAMBÉM
ter com eficiência oDENGUE
mosquito, é preciso
acabar com os
criadouros. “A eficiência do combate ao mosquito está
TRANSMITE
na eliminação dos criadouros. Esse é o desafio, que é
exterminar para controlar. Qualquer lugar pode ser um
CHIKUNGUNYA E ZIKA.
criadouro: uma tampinha de garrafa ou onde houver
água parada”. E alertou: “O mosquito está se adaptando
mais e os entomologistas identificaram que os vetores
Com
10 minutos por semana
estão colocando ovos
emapenas
águas subterrâneas”.
você faz a checagem rápida nos
O funcionário da MGS,
Fausto
disse que
o batelocais
ondeZem,
o mosquito
costuma
-papo foi esclarecedor,
especialmente
porque
ele
colocar seus ovos. Eliminandonão
esses
conhecia o Aedes albopictus. “Não tinha ouvido falar
focos, você protege a saúde da sua
ainda. Foi bom também entender como eliminar os fofamília e dos seus vizinhos. Vamos lá,
cos e conhecer como o mosquito vive. Por atuarmos em
faça a sua parte. É um tempo muito
campo, podemos reconhecer melhor esses criadouros”,
pequeno para um ganho tão grande.
disse.
Elvis Gonçalves Ribeiro, que também é funcionário da
MGS, disse que a palestra foi válida, porque ajudou a
ELIMINE OS FOCOS
DO
compreender melhor as informações
divulgadas
pela
MOSQUITO. FAÇA ISSO POR
mídia. Já a servidora do Serviço
de
Desenvolvimento
VOCÊ E POR TODOS A SUA VOLTA.
de Competências, Simone Miranda,
tinha dúvidas sobre
www.saude.mg.gov.br/dengue
o uso de repelentes para evitar a contaminação. “Existe
resistência da população em ajudar a eliminar os criadouros. Acho que palestras como essa deveriam acontecer mais vezes”, sugeriu a servidora.
Limpe as calhas,
evitando que folhas e
sujeiras acumulem água.
Esfregue as paredes das
vasilhas de água dos animais
uma vez por semana.
Limpe as bandejas da geladeira
e do ar-condicionado para que a
água não se acumule.
Vasos sanitários pouco
utilizados devem ser tampados
e verificados toda semana.
Deixe os baldes da área de
serviço com a boca virada
para baixo.
Guarde os pneus em locais
cobertos e as garrafas vazias
com a boca para baixo.
Os ralos devem ser limpos e
vedados com uma tela para
evitar o surgimento de criadouros.
Limpe as piscinas e fontes, e
faça o tratamento da água com
produtos químicos adequados.
De preferência, elimine os
pratos nos vasos de plantas. E é
importante saber que plantas
como bananeira, bromélia,
babosa, espada-de-são-jorge e
outras podem acumular água.
Boletim Informativo da Fundação Ezequiel Dias
Produto natural capaz de combater a dengue
Inovação e consciência ambiental são palavras que marcam o estudo sobre óleos
essenciais para o combate ao Aedes aegypti.
Por Marco Tulio Jacques
Já imaginou utilizar orégano e cravo da índia no combate
ao mosquito da dengue? A pesquisadora da Funed,
Alzira Batista Cecílio, está desenvolvendo um estudo,
em parceria com a Pontifícia Universidade Católica de
Minas Gerais (PUC Minas), que propõe o uso de óleos
feitos a partir de dez plantas naturais como larvicida.
Na atual fase do projeto, o orégano e o cravo da Índia
são as plantas que possuem mais enfoque por terem
resultados já comprovados, com 100% de eficácia na
eliminação das larvas em até 24h após a aplicação do
produto.
A pesquisadora alerta que o combate aos focos precisa
ser constante. “O produto deve ser tido como um auxiliar,
caso contrário, qualquer ação que seja feita a respeito
será inválida”, salienta.
Para a produção do larvicida, é necessária a extração
do óleo das plantas (técnica realizada exclusivamente
em laboratório), no qual estão substâncias que são
essenciais para o combate ao Aedes. “Sabe-se que no
óleo retirado do orégano a substância que prevalece
é o carnacrol e no cravo é o eugenol. O que estamos
fazendo é um estudo químico para saber do que mais
são compostos esses óleos, para depois adicionar
substâncias que possam estabilizar o produto em
ambiente externo”, explica Alzira.
Foto: Josué Damascena - Fiocruz
Além do aumento dos casos de dengue a cada ano, a
pesquisadora esclarece sobre as principais motivações
do projeto. Segundo ela, houve uma preocupação
em fazer um produto natural, pois aqueles presentes
no mercado são sintéticos e contaminam o meio
ambiente. “Além da perspectiva ambiental, a partir da
criação do produto espera-se que o cidadão tenha mais
responsabilidade no combate ao mosquito”, afirma
Alzira.
Funed oferece exame para
diagnóstico de zika vírus
Por Luciane Marazzi
Colocar um texto aqui
A Funed passou a oferecer, no mês de fevereiro, o
exame para diagnóstico laboratorial do zika vírus. Antes,
as amostras de casos suspeitos em Minas Gerais eram
encaminhadas para análise na Fundação Oswaldo Cruz
(Fiocruz), no Rio de Janeiro.
De acordo com a referência técnica do Laboratório de
Arbovírus da Funed, Maira Alves Pereira, o número
de exames será ampliado, oferecendo qualidade e
rapidez nos resultados, além de favorecer a vigilância
epidemiológica da doença.
As amostras de casos suspeitos são encaminhadas
pelos municípios e pelos serviços de saúde de Minas
Março de 2016
Gerais para a Funed, onde serão testadas por Biologia
Molecular, na técnica da Reação em Cadeia da
Polimerase (PCR) em tempo real, e o resultado estará
disponível em cinco dias. A Fundação possui experiência
na realização dessa técnica, utilizada para diagnóstico
de outros dez tipos de vírus, além do zika.
“A realização do exame pela Fundação possibilitará
que um maior número de amostras sejam analisadas,
favorecendo a assistência ao paciente, as ações de
vigilância epidemiológica, aumentando as possibilidades
de controle da circulação do zika vírus no estado”,
destaca o presidente da Fundação, Renato Fraga.
5
Funed identifica uso excessivo de formol
em alisantes de cabelo
Algumas amostras chegam a apresentar 7% do produto em sua composição
Por Marco Túlio Jacques
O Serviço de Medicamentos, Saneantes e Cosméticos
da Funed reconheceu, em uma das várias categorias
de análises que são feitas no setor, a presença de
uma alta concentração de formaldeído, conhecido
como formol, em amostra de produtos para alisamento
capilar, recebidas do estado do Paraná. Kléber Eduardo
Baptista, chefe da Divisão de Vigilância Sanitária da
Fundação, disse que alguns produtos apresentaram
cerca de 7% de formol na composição.
Para se ter uma ideia, em produtos de higiene
pessoal e cosméticos, a legislação da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
preconiza a utilização do formol como
conservante na concentração máxima
de 0,1% em produtos de higiene oral,
0,2% para produtos não destinados
à higiene oral, que engloba produtos
para alisamento capilar e 5% em
produtos utilizados para endurecer as
unhas.
Kléber Baptista explica que, desde
2013, foram catalogadas 16 denúncias,
vindas do estado do Paraná. Destas,
11
possuíam
irregularidades
em
relação ao nível de formol, o que causa
preocupação pela nocividade que envolve
o uso indiscriminado desse composto.
Kléber aponta ainda para outra situação
preocupante. “Com o aumento da procura
por produtos alisantes para cabelo, alguns
fabricantes estão usando novas substâncias
como o ácido glioxílico”, alerta. A utilização
dessa substância, associada ao modo de
uso típico e a finalidade de reduzir o volume
e controlar o frizz dos cabelos, remete a uma
ação alisante. No entanto, dados da literatura
sugerem que o ácido glioxílico implica em risco
à saúde do consumidor e do profissional do
salão de beleza, pois, quando submetido a altas
temperaturas, pode liberar formol.
De acordo com a Diretoria de Vigilância em
Medicamentos e Congêneres, da Superintendência
de Vigilância Sanitária de Minas Gerais (SVS/MG),
os laudos de análises fiscais recebidos na Vigilância
Sanitária (VISA/MG) com resultado insatisfatório quanto
ao ensaio de identificação e/ou quantificação de formol
em produtos cosméticos, geram um Auto de Infração,
que precede o Processo Administrativo Sanitário (PAS),
instaurado em desfavor das empresas fabricantes e/ou
comerciantes instaladas no estado, além de oficiar às
VISA’s regionais e municipais, à Anvisa e às VISA’s de
outros estados, no caso de alguma empresa instalada
fora dos limites de Minas Gerais.
As penas para as infrações sanitárias podem incluir,
alternativa ou cumulativamente, advertência, pena
6
educativa, apreensão, inutilização, suspensão da
venda ou da fabricação e até cancelamento do registro
do produto. Para os estabelecimentos, as penas
variam de interdição total ou parcial, cancelamento
do alvará sanitário, cassação da autorização de
funcionamento, intervenção administrativa, imposição
de contrapropaganda, proibição de propaganda e multa,
entre outras.
Nocividade do uso
indevido do formol
O formaldeído é utilizado como conservante para
embalsamamento de cadáveres e também em alguns
produtos de higiene pessoal e cosméticos.
Quando utilizado fora das recomendações da Anvisa,
pode causar na pele desde irritação, queimadura
e queda de cabelo, até câncer em narinas, pulmão
traqueia, etc.
Funed: referência na análise de
produtos cosméticos
Através do Programa de Monitoramento da Qualidade de
Cosméticos, executado pelo Serviço de Medicamentos,
Saneantes e Cosméticos da Funed, juntamente com a
Anvisa e Vigilância Sanitária do estado, desde 2003, são
feitas várias análises sobre a composição e regularidade
de diversos produtos disponíveis no mercado: sabonetes
em barra e líquido, alisantes, tintura capilar, repelente,
xampu, condicionador, gel para cabelo e hidratante
corporal. Em 2015, foram analisados 84 produtos. Além
disso, são atendidas demandas de denúncias vindas de
órgãos de defesa do consumidor e do judiciário.
Com grande experiência na análise de cosméticos, o
laboratório da Funed tornou-se referência na área. Em
2014, por exemplo, foi promovida uma capacitação com
funcionários pertencentes a outros laboratórios oficiais
do país. Desde 2012, já foram capacitados profissionais
dos estados do Ceará, Maranhão, Tocantins, Pará,
Roraima, Goiás, Distrito Federal, São Paulo e Rio
Grande do Sul.
Ademais, com condições analíticas diferenciadas,
pioneirismo em programas de qualidade, implantação
e validação de algumas tecnologias, o Laboratório
de Análise de Medicamentos e Cosméticos da Funed
participou na elaboração do “Guia de Controle de
Qualidade de Produtos Cosméticos”, em parceria com
a Anvisa, publicado em 2008 pela editora do órgão.
Pensando em ampliar o número de produtos analisados,
o Laboratório da Fundação estará incluso na “Sub-rede
analítica de cosméticos”. Nesse projeto, será feito na
Funed um monitoramento nacional, incluindo novos itens
como creme dental, enxaguatórios bucais com flúor e
protetores solares, além da manutenção da análise em
alisantes capilares.
Boletim Informativo da Fundação Ezequiel Dias
Cuidado com as enchentes!
Período chuvoso aumenta o risco de transmissão da leptospirose
Por Luciane Marazzi
Foto: Carlos Alberto/Imprensa-MG
Nos períodos de chuva, é preciso ficar atento a uma
doença muito comum nesta época: a leptospirose.
Para se ter uma ideia, entre 2011 e 2015, o aumento
de amostras reagentes analisadas pelo Serviço de
Doenças Bacterianas e Fúngicas da Funed foi 103%
maior no primeiro trimestre do ano, se comparado ao
último trimestre do ano anterior, conforme afirma o
responsável técnico pelos diagnósticos, Max Assunção
Corria. De acordo com dados da Secretaria de Estado
de Saúde (SES-MG), foram registrados no estado, em
2014 e 2015, 220 casos de leptospirose e 19 óbitos,
apresentando a letalidade de 11,5%.
Durante as enchentes, a urina de roedores, presente
nos esgotos e bueiros, mistura-se à enxurrada e à
lama. Qualquer pessoa que tiver contato com a água
ou lama pode infectar-se. A doença é causada por uma
bactéria chamada Leptospira e está presente também
na urina de outros animais como bois, porcos, cavalos,
cabras, ovelhas e cães. Estes animais também podem
adoecer e, eventualmente, transmitir a leptospirose ao
homem. As Leptospiras penetram no corpo pela pele,
principalmente por arranhões ou ferimentos e também
pela pele íntegra, imersa por longos períodos na água
ou lama contaminadas.
há mais de uma década na avaliação e desenvolvimento
de métodos para aumentar a chance do diagnóstico
laboratorial da leptospirose em Minas Gerais. Em 2015,
a Funed passou a oferecer a cultura de Leptospira para
casos em que há suspeita clínica e epidemiológica da
doença. Amostras de sangue de todo o estado são
coletadas e encaminhadas para a Funed.
A cultura de Leptospira sp. é extremamente importante
na identificação dos sorovares (diferentes tipos de
Leptospiras) envolvidos em surtos ou epidemias, ou
mesmo que circulam em determinada região. Com a
aplicação do método, a Funed contribui para melhorar
a compreensão da relação agente-hospedeiro e
distribuição da Leptospira sp. no estado. “Esperamos
que esta contribuição venha pautar as medidas de
prevenção e controle, assim como futuros protocolos
para o diagnóstico laboratorial e o correto tratamento da
doença”, relata a diretora do Instituto Octávio Magalhães
Os sintomas clássicos da doença são febre, calafrios,
mialgia generalizada, cefaleia, dor retro orbital,
podendo ser acompanhados de complicações renais,
hemorrágicas, cardíacas, respiratórias, oculares, entre
outras.
da Funed, Marluce Assunção Oliveira.
A diretora destaca, ainda, que o Lacen-MG é o único
laboratório público no Brasil a oferecer simultaneamente
diferentes métodos para o diagnóstico da leptospirose
como: ELISA-IgM, Teste de Microaglutinação (MAT),
cultura de Leptospira e Reação em Cadeia da Polimerase
(PCR).
Prevenção e controle
De forma geral, as principais medidas de prevenção
e controle da doença são controle da população de
roedores, redução do risco de exposição às águas e
lama de enchentes, medidas de proteção individual
para trabalhadores ou indivíduos expostos a situação
de risco, como o uso de luvas e botas, conservação
adequada de água e alimentos, armazenamento e
destinação adequados do lixo.
urina do rato
infectado
Dedicação
A equipe do Serviço de Doenças Bacterianas e Fúngicas
do Instituto Octávio Magalhães da Funed, Laboratório
Central de Minas Gerais (Lacen/MG), vem se dedicando
Março de 2016
A bactéria
leptospira vive nos
rins do rato
urina do animal
infectado
7
Aprendendo com o lúdico
Funcionários da Funed encerram treinamento no museu do Inhotim, em Brumadinho
Por Marco Túlio Jacques
De maneira mais prática, o curso trabalhou a
metodologia de cadeia de valores para a construção
coletiva do conhecimento de processos, com o objetivo
de desenvolver o domínio dos participantes sobre o
tema. De acordo com Michael Eugene Porter, professor
da Harvard Business School, uma cadeia de valor
8
8
representa o conjunto de atividades desempenhadas
por uma organização, desde as relações com os
fornecedores e ciclos de produção e de venda até a fase
da distribuição final.
De acordo com Juliana Ramos, coordenadora de
Processos da DPGF, o treinamento foi muito positivo.
“Com a participação no evento, além de conseguir gerar
um produto, pôde-se conhecer toda a metodologia.
Dessa forma, pudemos treinar outros servidores para
amplificar e aprofundar a noção de cadeia de valor com
uma visão integrada”, afirma.
Ministrado pelo professor da Fundação Dom Cabral,
Ricardo Almeida Abdala – profissional atuante na
gestão de negócios - a capacitação foi, na realidade, a
continuação de um aprendizado que a DPGF vem se
envolvendo desde que, em dezembro de 2015, participou
do curso de “Processos de Inovação”, que analisava o
Serviço de Compras e Comércio Exterior.
Inovação na exposição de
resultados – Jornada por
Processos da DPGF
Dinamizando o modo de repasse de conhecimento,
a DPGF reuniu, no dia 03 de fevereiro, 45 servidores
no Centro de Arte Contemporânea Inhotim, em
Brumadinho. O objetivo foi expor de maneira lúdica
e inovadora tudo o que foi proposto durante o
curso.. A interação contou com a participação de
servidores com leitura de poema e interpretação de
canções, em uma dinâmica motivacional, que foi
muito elogiada pelos participantes, pela reflexão e
emoção repassadas.
“A ideia de se pensar e conversar sobre a integração
da DPGF e dos produtos e serviços que essa
diretoria e todos os seus servidores desenvolvem
para as demais é essencial para que não se perca
a consciência de geração de valor para o cliente.
Essa interação num ambiente como o do Inhotim
fez a diferença, pois trouxe um clima de leveza
nas reflexões”, conclui Eliane Ayumi, servidora da
DPGF.
Fotos: Fabiano Silva
Boletim Informativo da Fundação Ezequiel Dias
Boletim Informativo da Fundação Ezequiel Dias
Março de 2016
Com o objetivo de desenvolver melhorias na
metodologia de processo da instituição, servidores da
Diretoria de Planejamento, Gestão e Finanças (DPGF)
da Fundação Ezequiel Dias (Funed), participaram do
curso “Transformação de processos: construção da
metodologia da cadeia de valor dos processos”. O
curso aconteceu durante a última semana de janeiro,
com finalização no Centro de Arte Contemporânea
Inhotim. A temática abordada ressaltou a necessidade
de análise dos processos, formas de trabalho e valor
público, que são fundamentais para o funcionamento da
Instituição.
Boletim Informativo da Fundação Ezequiel Dias
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