o uso de substratos alternativos no desenvolvimento de mudas de

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Uni-ANHANGUERA CENTRO UNIVERSITÁRIO DE GOIAS
CURSO DE AGRONOMIA
USO DE SUBSTRATOS ALTERNATIVOS NO DESENVOLVIMENTO DE
MUDAS DE JABUTICABA
DAIANAMARY DI GIOVANNANTONIO SILVA
GOIANIA
Maio / 2014
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DAIANAMARY DI GIOVANNANTONIO SILVA
USO DE SUBSTRATOS ALTERNATIVOS NO DESENVOLVIMENTO DE
MUDAS DE JABUTICABA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
Curso de Agronomia do Centro Universitário
Goiás, Uni – ANHANGUERA, sob orientação
Professora Dra. Luciana Bittencourt, como
requisito parcial para obtenção do título
Bacharel em Agronomia.
GOIÂNIA
Maio /2014
ao
de
da
o
de
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TERMO DE APROVAÇÃO
DAIANAMARY DI GIOVANNANTONIO SILVA
USO DE SUBSTRATOS ALTERNATIVOS NO DESENVOLVIMENTO DE MUDAS
DE JABUTICABA
Trabalho de conclusão de curso apresentado à banca examinadora como requisito
parcial para obtenção do Título de Bacharel em Agronomia do Centro Universitário de
Goiás - Uni-ANHANGÜERA, defendido e aprovado em _____ de ____ de _______
pela banca examinadora constituída por:
___________________________________
Prof.ª Dr.ª Luciana Domingues Bittencourt Ferreira
Orientadora
_________________________________
Prof.ª Dr.ª Marciana Cristina Da Silva
Membro
__________________________________
Prof.ª Dr.ª Maria Isabel Maia
Membro
4
RESUMO
A jabuticabeira apesar de ser cultivada em diversos tipos de solos é uma planta
tipicamente tropical. Seu bom desenvolvimento exige solos ricos em matéria orgânica,
bem drenados, argilosos ou franco argilosos, temperatura constante, elevada umidade e
boa distribuição de chuvas. E a produção e possível cultivo em vasos de mudas o
plantas adultas em vasos exige substratos que atendam a essas exigências. O objetivo
deste trabalho, foi avaliar o desenvolvimento e crescimento de jabuticabeiras; tanto de
parte aérea como de sistemas radicular e o número de folhas de mudas de jabuticaba em
180 dias submetidas à 6 tratamentos, com misturas de substratos diferentes, no
município de Goiânia – GO. Com instalação do projeto na Chácara São José, na mesma
Capital. A avaliação do desenvolvimento das jabuticabeiras, mostrou que a combinação de
terra vermelha de subsolo com esterco bovina, palha de arroz queimada e carvão, favoreceram
no crescimento significativo de todos os parâmetros avaliados, sendo que cada avaliação teve
um resposta diferente devido aos nutrientes disponíveis.
Palavras-chave: Myrciaria cauliflora. Manejo e condução de viveiro. Crescimento e
desenvolvimento de jabuticabeiras. Nutrição em jabuticabeiras
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AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, por me conceder sabedoria, força e coragem,
por ser a autora da minha vida e pela graça de ter me concedido esta oportunidade
única. Ao meu pai Juliano Di Giovannantonio pela compreensão, por me conceder o
maior tesouro do mundo: o conhecimento, pela força e exemplo de sempre lutar e
perseverar. A minha mãe Adelza Maria da Silva Giovannantonio, pelos conselhos,
dedicação, apoio e cuidado que me guiaram desde sempre e me deram esperança. Ao
meu irmão Antônio Di Giovannantonio Silva pela cumplicidade e companheirismo. A
minha filha Geovanna Di Giovannantonio Silva, pela alegria que traz não somente a
mim, mas a todos da nossa família. Ao meu namorado Weverson Coimbra pelo amor,
dedicação, incentivo e carinho . A professora Doutora Orientadora Luciana Domingues
Bittencourt Ferreira pela paciência e dedicação na orientação. A professora Mestre
Leandra Regina Semensato professora de TCC e a professora Doutora Alzirene
Vasconcelos Milhomem coordenadora do curso de Agronomia, pela ajuda e incentivos
prestados no decorrer desta vida acadêmica que tornou possível a conclusão desta etapa.
Aos meus amigos e colegas por proporcionar dias bons, dos quais sentiremos muitas
saudades, pela amizade, pelas risadas e pelos momentos
ora conturbados ora
satisfatórios. Enfim minha eterna gratidão se estende a todos que fazem parte da minha
vida e contribuíram, contribuem e irão contribuir ajudando a tornar-me uma grande e
exemplar mulher e profissional.
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO
2 REVISÃO BIBLIOGRAFICA
2.1 Características da Jabuticaba
2.2 Folhas
2.3 Inflorescência
2.4 Fruto
2.5 Aspectos fenológicos
2.6 Utilização e aspectos nutricionais
2.7 Exigências edafoclimáticas
2.8 Importância do cultivo protegido
2.9 Importância do substrato
2.10 Características físicas do substrato
2.10.1 Densidade
2.10.2 Porosidade
2.10.3 Disponibilidade de ar e água
2.11 Características químicas do substrato
2.11.1 Valor do pH
2.11.2 Capacidade de troca de cátions - CTC
2.11.3 Salinidade / teor total de sais solúveis (TTSS)
2.12 Outras propriedades importantes dos substratos
2.13 Principais materiais usados no processamento de substratos para plantas
2.13.1 Serapilheira
2.13.2 Areia
2.13.3 Composto de resíduo vegetal triturado
2.13.4 Casca de arroz carbonizado (CAC)
2.13.5 Casca de arroz queimado (CAQ)
2.13.6 Argila expandida rígida
2.13.7 Vermeculita
2.13.8 Fibra de coco
2.13.9 Esterco bovino
2.13.10 Cama de frango
2.14 Necessidade de misturas
3 METERIAL E METODOS
3.1 Localização e Caracterização da área do experimento
3.2 Tratamentos e Delineamento experimental
3.3 Implantação e condução do experimento
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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
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1 INTRODUÇÃO
A jabuticabeira Myrciaria cauliflora, pertencente à família das Mirtácea,
espontânea em grande parte do Brasil. A jabuticaba, fruta brasileira por excelência, é
uma baga arredondada, em regra roxo-escura, com polpa esbranquiçada doce,
envolvendo de 1 a 4 sementes. Essa frutífera pode ser multiplicada sexualmente por
semente, por enxertia, mergulhia, alporquia e estaquia (GOMES, 1972).
O método mais empregado para produção de mudas, é aquele que se utiliza
sementes obtendo mudas denominadas "Pés-franco". Devido a jabuticabeira ser
poliembrionia, a propagação por sementes resulta em plantas de origem nuclear,
possuindo características idênticas à planta-mãe conservando assim as características
genéticas da mesma (FACHINELLO; HOFFMANN; NACHITIGAL; 2005).
As sementes de jabuticaba possuem taxa de germinação baixa. As plantas jovens
precisam ser mantidas em ambiente à meia sombra por aproximadamente 180 dias. Seus
frutos são consumidos principalmente in natura ou processadas na forma de geléia,
suco, licor, aguardente, vinho e vinagre.
O seu uso no paisagismo vem ganhando cada vez mais espaço em jardins
naturais ou em vasos, devido a beleza de seu tronco, copa e também aos seus saborosos
frutos; possibilitando que os frutos sejam colhidos no próprio jardim (LOPES;
BARBOSA, 2007).
Para o crescimento e desenvolvimento de mudas e ou das plantas de jabuticaba o
substrato é uma ferramenta fundamental e determinante. Entende-se como substrato
para plantas o meio em que se desenvolvem as raízes das plantas fora do solo. Ele serve
de suporte para as plantas, podendo ainda regular a disponibilidade de nutrientes para as
raízes, pode ser formulado com solo mineral ou orgânico, de um só ou de diversos
materiais em mistura. O desenvolvimento das plantas em vasos é bem diferente daquele
no campo. Apesar das restrições do espaço no vaso, a planta deve encontrar condições
satisfatórias para o seu desenvolvimento. Portanto, o substrato deve ser melhor que o
solo em características como economia hídrica, aeração, permeabilidade, poder de
tamponamento para valor de pH e capacidade de retenção de nutrientes. Além disso,
deve ainda, ter alta estabilidade de estrutura - a fim de evitar compactação - alto teor de
fibras resistentes à decomposição, evitando assim a compostagem no vaso e estar livre
de pragas, doenças, patógenos e ervas daninhas (KAMPF, 2005).
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Em virtude de ser um dos fatores de maior influência na produção de mudas,
deve ser dada especial atenção à escolha do substrato a ser utilizado, o qual pode
apresentar certas vantagens, mas também desvantagens, em função da espécie frutífera
utilizada. É necessário verificar para cada espécie qual o melhor substrato ou a melhor
combinação (mistura) de substrato a ser utilizada (FACHINELLO et al., 1995).
Diante do exposto esse
trabalho objetivou avaliar o crescimento e
desenvolvimento das mudas de jabuticaba em seus primeiros 180 dias, em substratos
alternativos visando o aproveitamento de restos culturais.
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2 REVISÃO BIBLIOGRAFICA
2.1 Características da Jabuticaba
Planta frutífera de origem sul-americana, conhecida há mais de 400 anos,
também existente no Paraguai, Uruguai e Argentina. A jabuticabeira, mirtácea,
espontânea em grande parte do Brasil, mais comum em Minas Gerais, Espírito Santo,
Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná, encontradiça noutras, como Bahia, Pernambuco,
Paraíba, Pará, Ceará, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás e Mato Grosso
(GOMES,1972).
O nome jabuticaba tem origem indígena, e foi assim denominado pelos tupis ,
que saboreavam seu fruto, tanto na forma natural como fermentada e a chamavam
jaboticaba: jaboti (cágado), caba (lugar onde). Pode também ser conhecida como
jaboticaba-assu,
paulista,
jaboticaba-de-campinas,
jabuticaba-açu,
jaboticabeira,
jabuticaba-do-mato,
jabuticatuba,
jabuticaba-
jabuticaba-panhema,
entre
outros(ANTUNES et al.1995)
As jabuticabeiras, ou jaboticabeiras (nome mais comum) pertencem à família
Myrtaceae, uma das mais importantes famílias frutíferas de ocorrência no Brasil. Dela
também fazem parte, frutíferas como: Cambuí, cambucí, araçá, goiaba, grumixama,
cambucá, pitanga e pêssego-do-mato(GOMES,1972).
2.2 Folhas
A jabuticabeira apresenta folhas com epiderme glabra, a folha é hipostomática,
com estômatos paracíticos, com glândulas; colênquima com parênquima paliçádico e
lacunoso; idioblastos incolores, desenvolvidos; tecido formado por esclerênquima e
pouco colênquima; possuem transpiração cuticular baixa, sem restrição o dia todo,
sendo do tipo heterobárica; possui células de contorno irregular com paredes espessas e
pontuações simples na epiderme abaxial, e células maiores, com paredes pouco espessas
e pontuações simples e estômatos numerosos na epiderme adaxial; os idioblastos são
freqüentes, e estão em contato com a epiderme adaxial; as glândulas são esparsas e
estão no nível do parênquima paliçádico, em contato com a epiderme adaxial, e são
compostas de duas células; o sistema fibrovascular é bem desenvolvido, formado da
nervura central, floema, xilema e nervuras laterais; o bordo da folha possui células
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epidérmicas com paredes espessas, e com células do parênquima lacunoso irregulares e
de tamanhos variáveis, o que permite diferencia-la de outras Mirtáceas (ANTUNES et
al.1995).
2.3 Inflorescência
A inflorescência de M. cauliflora, é assim descrita: “pedúnculos com cerca de
1mm e comprimento, aglomerados sobre o tronco e ramos mais ou menos velhos
protegidos por 4 séries de brácteas ciliadas. Botão floral glabro. Cálice com lobos
ovado-oblongos, agudos ou obtusos, ciliolados, mais ou menos separados entre si, com
1,5 mm de comprimento. Pétalas largamente oblongas de 2,5 –3mm de comprimento.
Ovário glabro; estilete com cerca de 6mm de comprimento; estigma peltado
(GOMES,1972).
2.4 Fruto
Pequenas, redondas, nas cores roxa ou preta... com polpa suculenta, mole e
esbranquiçada, a pequena frutinha, negros, quando maduros e se fixam em toda a
superfície da planta, em suas raízes aéreas, no tronco e em todos os galhos e de ótimo
sabor.O fruto de M. cauliflora apresenta crescimento lento até os 12 dias. Após esse
período a o crescimento é mais rápido, fazendo com que a fruta passe de 2g para 4g em
20 em 8 dias, continuando crescendo até os 28 dias, quando há um período de
estabilidade até os 30 dias do florescimento. O fruto final pesa em torno de 5g. M.
jaboticaba, também apresenta crescimento lento durante cerca de 20 dias para
comprimento e volume e 35 dias para volume, sendo que o volume máximo é alcançado
entre o 40o. e 44o. dia, estabilizando-se após 50 dias. O comportamento reprodutivo da
jabuticabeira mostra que ramos mais grossos possuem maior ocorrência de flores e
frutos. A quantidade de frutos varia de 30 a 400 por metro de ramo (GOMES,1972).
As jabuticaba geralmente são poliembrionias, a exceção da jabuticaba branca, e
produzem mais de um embrião em cada semente, apresentam em média, de 1,2 a 2,6
sementes por fruto, sendo que a Sabará apresenta o menor número, e a paulista, o maior.
O número de sementes pode variar de 1 a 5 por fruto (GOMES,1972).
11
2.5 Aspectos fenológicos
A vegetação ocorre de forma intensa no fim do inverno, e início da primavera,
antecedendo a época principal de floração, que ocorre nos troncos e ramos, após a
ruptura da casca. Em relação ao processo de reprodução, cada flor produz grande
quantidade de pólen que fica disponível para polinização e fecundação, ao passo que o
estigma está disponível desde o momento de abertura da flor. Isso permite autopolinização e polinização cruzada (GOMES, 1972)
2.6 Utilização e aspectos nutricionais
A madeira é resistente e pode ser destinada ao preparo de vigas, esteios,
dormentes e outras obras internas. Fruto pode ser consumido ao natural ou usado no
preparo de doces, geléias, licores, vinho, vinagre. Na indústria, o fruto é usado para o
preparo de aguardente, geléias, jeropiga (vinho artificial), licor, suco, e xarope, sendo
que o extrato do fruto é usado como corante, de vinhos e vinagres. Na medicina caseira
utiliza-se o chá-de-cascas para tratar anginas, e erisipelas; a entrecasca do fruto, em chá,
destina-se ao tratamento de asma. Usadas também para gargarejos, pois o caldo da
jabuticaba é eficaz contra as inflamações agudas e crônicas da boca. A jabuticabeira
possui ainda as seguintes indicações fitoterápicas: antiasmática, inflamação das
amídalas, inflamação dos intestinos, hemoptise, erisipela, e esquinencia crônica
(BALBACH, BOARIM 1993).
São boas fontes de vitaminas B2 e B3, proteína e cálcio. Disponíveis a partir da
primavera. São usadas contra a asma. Cada 100g do fruto possui 44,9 cal; 11,2g de
glicídios; 0,54g de proteínas; 9mg de cálcio; 60mg de fósforo; 1,26mg de ferro; 8,3mg
de sódio e 13g de potássio. Possuem ainda, par cada 100g, 60mg de vitamina B1;
160mg de vitamina B2, 12,80 mg de vitamina C, 2mg de Niacina (BALDACH,
BOARIM 1993).
2.7 Exigências edafoclimáticas
A jabuticabeira é considerada uma planta de origem subtropical, porém com boa
adaptação ao clima tropical , suportando bem até –3 ºC, suportando, porém, curto
período de falta de água, e requerendo boa umidade do solo. Necessita de temperaturas
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amenas para florescer . Em relação à altitude, ocorre no Brasil, desde o nível do mar, até
1.400m de altitude. Em relação ao solo, desenvolve-se bem em vários tipos de solo,
com preferência, os sílico-argilosos, ou argilo-silicosos, profundos, férteis e bem
drenado(ANTUNES et al.1995).
2.8 Importância do cultivo protegido
O sombreamento artificial realizado através do uso de telas do tipo “sombrite” é
um método muito utilizado no estudo das necessidades luminosas das diferentes
espécies em condições de viveiro, por ser uma prática capaz de isolar e quantificar o
efeito da intensidade luminosa e fornecer às parcelas experimentais condições
uniformes de iluminação, quando comparadas aos estudos em condições naturais. A
respeito do sombreamento, pesquisas sobre o crescimento de mudas de espécies
arbóreas nativas têm sido realizadas visando a resposta das mesmas sob diferentes
condições de luminosidade (CUNHA, 2006).
2.9 Importância do substrato
O cultivo de plantas em recipientes, preenchidos com misturas que substituam o
solo, é uma prática usada há muito tempo. Na Califórnia, data de 1941 a introdução de
misturas à base de serragem de sequóia e areia para a produção de plantas em viveiros .
A evolução nacional do tema “substrato” pelo menos nos últimos cinco anos,
apresentou melhora na qualidade dos produtos disponíveis no mercado nacional. De
modo geral, a evolução observada em processos industriais se relaciona com o avanço
do conhecimento acadêmico e tecnológico disponíveis, referentes a um determinado
setor. No caso de substrato para plantas, esta observação parece se confirmar. Até o
início da década de 1990, as pesquisas brasileiras sobre produção de plantas em
recipientes abordavam vários itens do manejo dos cultivos, alguns com forte influência
de práticas de cultivos agrícolas. Poucos trabalhos seguiam orientações específicas para
Horticultura, em especial para cultivos fora do solo, em ambiente protegido. As
pesquisas pouco relacionavam os resultados da produção vegetal com as propriedades
e/ou a qualidade dos substratos utilizados. Hoje, nesse curto espaço de tempo, nos
surpreende a quantidade de trabalhos sobre o tema, inscritos em eventos acadêmicos e
similares no Brasil. Considerando os dados publicados no IVENSub. A principal função
13
do substrato é sustentar a muda e fornecer condições adequadas para o desenvolvimento
e funcionamento do sistema radicial, assim como os nutrientes necessários ao
desenvolvimento da planta. Este substrato deve ser isento de sementes de plantas
invasoras, pragas e fungos patogênicos, evitando-se assim a necessidade de sua
desinfestação. Como a diversidade de substratos é grande, não há um substrato perfeito
para todas as condições e espécies. É sempre preferível usar componentes de um
substrato em forma de mistura, visto os mesmos apresentarem características
desejáveis e indesejáveis á planta, quando usados isoladamente (DEMATTÊ, 2005).
Os substratos adequados para a produção de mudas via sementes e estacas
podem ser obtidos a partir da mistura de 70 a 80% de um componente orgânico
(composto orgânico de esterco bovino, casca de eucalipto, pinus, bagaço de cana, lixo
urbano, outros resíduos e húmus de minhoca), com 20 a 30% de um componente usado
para elevar a macroporosidade (casca de arroz carbonizada, cinza de caldeira de
biomassa, bagaço de cana carbonizado). O tipo de material e a proporção de cada um na
composição do substrato variam de acordo com a disponibilidade local, custo e tipo de
muda a ser produzida. E ainda deve-se lembrar que a formulação deverá ser testada nas
condições de cada local de produção e devidamente ajustada, caso haja
necessidade(CARNEIRO, 1995).
2.10 Características físicas do substrato
Para preparar um substrato, é preciso conhecer a qualidade dos componentes que
serão empregados, a partir do exame de suas propriedades físicas e químicas. Entre as
propriedades físicas destacam-se a densidade, a porosidade e a disponibilidade de ar e
água. As químicas incluem valor de pH, capacidade de troca de cátions e salinidade
(NEVES et al., 2005).
2.10.1 Densidade
É a relação entre a massa e o volume do substrato, expressa em quilograma por
metro cúbico (hg m-³) que equivale a grama por litro (g L-¹). O conhecimento da
densidade é importante para interpretar outras propriedades do substrato, não expressas
em volume. Os materiais usados como componentes do substrato variam em densidade
seca (a 105ºC) entre 100 kg m-³ (trufas, espuma fenólica) ate 1500 kg m-3 (areia).
14
Quanto mais alta a densidade mais difícil o cultivo no recipiente, quer por limitações no
crescimento das plantas, quer pela dificuldade no transporte de vasos ou bandejas. São
considerados aceitáveis os seguintes valores de densidade seca: para propagação em
células e bandejas: 100 a 300 kg m-³; para vasos de até 15 cm de altura: 200 a 400 kg
m-³ para vasos de 20 a 30 cm de altura: 300 a 500 kg m-³; para vasos maiores de 500 a
800 kg m-³ (KAMPF, 2005).
2.10.2 Porosidade
O pequeno volume do vaso leva uma alta concentração de raízes, exigindo
elevado suprimento de oxigênio e rápida remoção do gás carbônico formado. O
substrato deve ser suficientemente poroso, afim de permitir trocas gasosas suficientes
evitando falta de ar para respiração das raízes e para atividade dos microorganismos do
meio. Considera-se que o substrato ideal deve ter 85% do seu volume em poros, esse
volume, também chamado de porosidade total, é um dado importante na descrição dos
materiais (BOOMAN, 2000).
Os poros podem ser classificados como macroporos e microporos. Em condições
de saturação hídrica os macroporos estão preenchidos com ar e o seu volume é
caracterizado como espaço de aeração. Nas mesmas condições, os poros menores estão
preenchidos por água, em volume que corresponde a capacidade de retenção hídrica do
substrato. As necessidades quanto ao espaço de aeração varia conforme o tipo de plantas
(KAMPF; FERMINO, 2000).
2.10.3 Disponibilidade de ar e água
Ao estudar a retenção de ar e água em vasos, surgiu o termo capacidade de
recipiente para descrever o máximo volume de água retido pelo substrato no recipiente,
após drenagem natural. Apesar de característico para cada tipo de material esse valor é
influenciado pela altura do vaso. Usando o mesmo substrato para preencher recipientes
rasos tipo bandeja (com 5 cm de altura) e vasos para plantas com 20 cm de altura, a
retenção de água será proporcionalmente maior nas bandejas que nos vasos.
Nem toda água retida no substrato está disponível às plantas. Para determinar a
capacidade de liberação da água em cada material, amostras são submetidas a crescentes
tensões, provocando a drenagem. Os resultados demonstram ser possível identificar a
15
fração sólida e alteração entre os volumes de ar e de água durante a
drenagem(LACERDA, 2006).
Considera-se como água disponível todo o volume liberado sob baixas tensões
(entre 10 e 100 h Pa). A umidade que permanece no substrato na tensão de 100 hPa é
chamada de água remanescente; em materiais de partículas muito pequenas como na
argila ou na matéria orgânica bem humificada, a água remanescente é alta 30% ou mais,
apresenta considerável dificuldade de drenagem, em especial durante o inverno com
baixa demanda evaporativa (EMBRAPA, 2004).
2.11 Características químicas do substrato
As propriedades químicas do substrato referem-se principalmente ao valor de
pH, a capacidade de troca de cátions. Tendo em vista que a nutrição das plantas é
manejada pelo viveirista utilizando de adubações de base e complementares.
A
investigação do teores de nutrientes nos materiais puros e nas misturas só é realizada em
casos especiais que houver interesse de quantificar os elemento presentes. Para
interpretar as analises químicas realizadas com base no peso seco dos materiais, é
indispensável reconhecer as propriedades físicas de cada material (KAMPF, 2005).
2.11.1 Valor do pH
O valor de pH refere-se a reação de alcalinidade ou acidez do meio de cultivo,
em uma escala de 1 a 14. A importância do conhecimento dessa propriedade esta
relacionada a influência na disponibilidade de nutrientes, bem como no efeito sobre
processos fisiológicos sobre a planta(LANG; BOTREL, 2008).
Valores inadequados de pH podem causas desequilíbrio fisiológico nas
plantas, afetando a disponibilidade dos nutrientes. Para os substratos com
predominância de matéria orgânica, a faixa de pH recomendada é de 5,0 a 5,8; quando
for a base de solo mineral entre 6,0 e 6,5. Em meios como pH abaixo de 5,0 podem
apresentar sintomas de deficiência de N, K, Ca, Mg e B. Problemas com a
disponibilidade P e micronutrientes (Fe, Mn, Zn e Cu) são esperado em pH acima de
6,5. Folhas cloróficas (amareladas como níveis de clorofilas abaixo do normal) podem
ser sintoma de deficiência de Fe em meios alcalinos(LANG; BOTREL, 2008).
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Valores específicos variam conforme a espécie vegetal a ser cultivada.
As mirtáceas constitui em grupo especial de plantas que preferem que substratos
orgânicos com pH entre 4,5 e 5,0. Em meios neutros ou alcalinos ocorrem alterações no
sistema radicular das plantas provocando parada do crescimento e perda das folhas
(KAMPF, 2005).
2.11.2 Capacidade de troca de cátions - CTC
A CTC de um solo ou substrato é a propriedade de suas partículas sólidas de
adsorver e trocar cátions como Ca ², Mg ², K+, Na+ e NH³+. Os nutrientes retidos nos
pontos de troca estão protegidos contra a fácil lixiviação. A determinação dessa
característica é feita na massa da amostra, sua grandeza é expressa em cmol/kg-¹. A
fonte bibliográficas que fazem referencias também a resultados expressos em
equivalente miligramas por cem gramas de matéria seca. Tendo em vista a grande
variação da densidade dos substratos, a CTC deve ser expressa em volume ( litro),
levando-se em conta o valor da densidade seca da amostra analisada (EMBRAPA,
2004).
Alta frequência de irrigações podem lixíviar os nutrientes fornecidos ao meio;
isso é comum em misturas com muita areia. Adubações constantes podem elevar o teor
de sais até níveis tóxicos para as plantas; problemas de substratos com falta ou excesso
de retenção de nutrientes podem ser contornados em parte, pelo uso de misturas com
componentes que apresente maior poder tampão com alto valor de capacidade de troca
de cátions (LANG; BOTREL, 2008).
Os valores de CTC de dois tipos de trufa analisados pelo pH ideal com
resultados expressos por massa e volume, o tamanho das partículas do substrato é um
valor que afeta a CTC: quanto menor a partícula maior será a superfície especifica, com
mas pontos de troca. Matéria orgânica humificada apresenta alta CTC, contribuindo
significativamente para a melhoria dessa propriedade no solo. Em substratos entretanto,
sua participação deve ser limitada tendo em vista as propriedades físicas associadas aos
colóides (alta densidade e retenção de água, baixo espaço de aeração). Trufas fibrosas
apresentam menos área superficial do que trufas pretas, que se reflete no valor de CTC
(EMBRAPA, 2004).
17
2.11.3 Salinidade / teor total de sais solúveis (TTSS)
O termo sais solúveis refere-se aos constituintes inorgânicos do meio
capazes de dissolver em água. Nessa avaliação, levam-se em conta todos os íons,
nutrientes e não-nutrientes. A determinação dessa característica tem como objetivo
conhecer a concentração salina em que vão crescer as raízes das plantas. A sensibilidade
a concentração de sais varia conforme a espécie e idade da planta/ quanto mais jovem a
muda mais sensível(EMBRAPA, 2004).
Na utilização de materiais alternativos, em misturas não industrializadas,
é importante conhecer o nível de salinidade do substrato, a afim de evitar perdas na
produção. Avalia-se a salinidade de um meio com base na condutividade elétrica de
seus íons dissolvidos. As plantas apresentam diferentes graus de sensibilidade ao TTSS
(teor total de sais solúveis). Os valores refere-se aos níveis a serem atingidos apos a
adubação de base. Portanto, é importante conhecer o TTSS natural dos materiais a
serem utilizados nas misturas(WENDLING; GATTO, 2002)
Na seleção de materiais dos substratos busca-se obter sempre a salinidade
de 1,0 g/L, afim de evita limitações para o cultivo de plantas sensíveis. O composto de
materiais orgânicos e a cama aviaria, são exemplos de materiais com boa propriedades
físicas, limitados, no entanto, pelo alto valor de TTSS. Trufa, casca de arroz
carbonizada e areia lavada, são componentes de baixa salinidades; compostos orgânicos,
fibra de coco triturada, apresentam salinidades altas e a cama de aviaria é tóxica neste
aspecto (EMBRAPA, 2004).
2.12 Outras propriedades importantes dos substratos
Consideram-se ainda como características desejáveis em um substrato: a
estabilidade de estrutura (não compacta muito com o peso da água de irrigação); alto
teor em fibras resistentes a decomposição (evitando a compostagem dentro do vaso);
ausência de agentes causadores de doenças, pragas e de propágulos de ervas daninhas
(LACERDA, 2006)
Dificilmente se encontra um material com todas as características positivas para
uso como substrato. Chama-se de condionador de substratos o componente que irá
melhorar, de modo significativo, as propriedades do meio de cultivo. Por definição, o
condionador do solo participa de uma fração igual ou menor que 50%. Entre os
18
principais condicionadores estão a areia, diversos produtos de compostagem,
serapilheira (camada superficial do solo na mata) casca de arroz carbonizada, fibra de
coco, casca de árvores entre outros. A escolha do condionador do solo deve estar
baseada numa analise do substrato, que ira indicar qual a propriedade a ser melhorada.
Havendo mais de um tipo de um tipo de condionador para a mesma propriedade, a
seleção do material dá-se por sua disponibilidade, custo e real experiência pessoal do
seu manejo (PIO et al., 2005).
2.13 Principais materiais usados no processamento de substratos para plantas
2.13.1 Serapilheira
Camada (horizonte) superficial do solo, formada por restos vegetais em
decomposições. Usada na composição de misturas, melhora a fertilidade características
físicas e químicas dos substratos. Apresenta boa capacidade de retenção de água.
Oferece boa aeração. Fornece nutrientes ainda que lentamente. Sua utilização implica
na retirada da camada fértil com resíduos culturais (BARBOSA et al.; 2001).
2.13.2 Areia
Material consolidado quimicamente inerte. Em granulometria grossa, é usada
para enraízamento de estacas; Em granulometria média é usado para elevar a densidade
de substratos leves; Baixa capacidade de retenção de água; Boa aeração, boa drenagem,
alta densidade. Quando usada em mistura com materiais de granulometria maior, pode
aumentar a retenção de água, diminuindo a drenagem daquele material, pois preenche os
espaços porosos na mistura; Deve ser previamente lavada, para evitar contaminações
(KAMPF, FERMINO, 2000).
2.13.3 Composto de resíduo vegetal triturado
Obtido através da compostagem de resíduos vegetais extraídos de podas e
retiras de árvores em meio urbano. Alto teor de matéria orgânica. Composição química
variada; Contém nutrientes. Densidade média alta; Elevada capacidade de retenção de
19
água; Aeração média abaixa. Altos valores de pH e de CTC capacidade de troca de
cátion (ALMEIDA et al., 2011).
2.13.4 Casca de arroz carbonizado (CAC)
Emitida pela carbonização de arroz (somente as cascas evitando-se outros
resíduos). O processo é simples, porém lento. Usado puro no enraizamento de estacas,
ou em misturas com solo mineral, trufa ou compostos orgânicos. Baixa densidade.
Baixa capacidade de retenção de água, porem superior a areia. Oferece boa aeração
(alta percentagem de macroporos). Drenagem rápida e eficiente; apresenta valor de pH
próximo a neutralidade. Para cultivo não serve como substrato puro, pois a rápida
drenagem exige constantes regas (KAMPF, 2005).
2.13.5 Casca de arroz queimado (CAQ)
Resíduo da queima da casca de arroz usada no aquecimento de caldeiras, no
tratamento térmico de cerâmicas ou na parboilização do arroz. Predomínio de partículas
muito pequenas, com alta fração de cinzas. Maior retenção de água do que a CAC. Em
misturas com matérias mais porosos, a granulometria fina da cinza, provoca e feito
cimentante, fechando os poros; Essa propriedade é positiva em misturas com trufa
fibrosa, por exemplo, pois aumenta a retenção de água (BARBOSA et al., 2001).
2.13.6 Argila expandida rígida
Consiste em "pipocas" rígidas em argila ( não específica) expandida sob altas
temperaturas, produzidas originalmente para uso na engenharia civil, como isolante
térmico, na fabricação de cimento leve e também no paisagismo; Usada pura como
substrato para a hidrocultura, ou em cobertura de vasos grandes para evitar o
ressecamento da camada superior do substrato. Apresenta extraordinária estabilidade de
forma e volume. Média retenção de umidade nos poros internos. Nos poros internos,
ficam armazenados os nutrientes carregados pela água, de forma disponível para as
raízes das plantas. Boa aeração, excelente drenagem; A composição original da argila
pode interferir na qualidade da solução nutritiva, pelo contato direto e constante
(FERMINO, KAMPF 2000).
20
2.13.7 Vermeculita
Argila específica, expandida em altas temperaturas;
Usadas pura no
enraizamento e estacas e em misturas diversas para o cultivo em bandejas
multicelulares. Alta capacidade de retenção de água.
Oferece boa aeração. baixa
estabilidade de estrutura, desagregando-se com facilidade. Com uso, ao longo do
tempo, sofre adensamento pela irrigação (CABRAL et al., 2011). A vermiculita é um
mineral praticamente inerte, de estrutura variável, muito leve, constituído de lâminas ou
camadas justapostas, com grande aeração, alta capacidade de troca catiônica e retenção
de água. Pode ser usada pura ou em misturas para promover maior aeração e porosidade
a outros substratos menos porosos. Outra aplicação que tem sido recomendada é na
parte superior do tubet, onde funciona como isolante térmico, diminuindo também a
perda de água através da evaporação (WENDLING; GATTO, 2002).
2.13.8 Fibra de coco
Através da mistura com fibra de coco, as propriedades físicas do substrato
podem ser melhoradas;
Entretanto, devido á origem do material, recomenda-se a
análise dos teores em Na e Cl antes do seu uso. Esses elementos podem estar presente
em teores acima do aceitável, prejudicando o efeito positivo do condionador. A fibra de
coco verde apresenta características favoráveis para o seu aproveitamento como
substrato no cultivo de hortaliças, devido à longa durabilidade sem alteração de suas
características físicas, pela possibilidade de esterilização, a abundância da matéria prima
renovável e o baixo custo para o produtor (ALMEIDA et al., 2011).
2.13.9 Esterco bovino
O esterco bovino é o material usado com maior freqüência para
composição de substratos; no entanto, observa-se que seu teor de N é baixo (0,77%) e
essa carência precisa ser compensada por outros componentes do substrato ou com
fertilizantes químicos. Deve-se considerar, ainda, que a composição do esterco bovino
pode variar em função da dieta dos animais (ALMEIDA et al., 2011).
21
2.13.10 Cama de frango
A cama de frango é rica em Ca porque esse nutriente é adicionado à ração dos
animais, mas de forma geral, os resíduos orgânicos são muito pobres desse elemento, o
qual tem grande importância na composição do substrato em virtude de influenciar
diretamente na formação do sistema radicular das plantas. Deve-se considerar, sempre, a
necessidade de fornecimento de Ca via materiais inorgânicos quando os outros
componentes do substrato não forem suficientes para fornecer este nutriente em
quantidade adequada (BARBOSA et al., 2001).
2.14 Necessidade de misturas
Segundo Kampf, (2005), de forma geral, tem-se que nenhum dos materiais
orgânicos acima citados
é completo, de forma que os substratos devem,
preferencialmente, ser formulados com misturas de materiais orgânicos que se
complementem, tanto físico quanto quimicamente. Alguns materiais são ricos na
maioria dos nutrientes, como a cama de frango e a torta de algodão os quais, entretanto,
apresentam sempre acentuada carência em pelo menos um nutriente. Os demais são
materiais quimicamente pobres em quase todos os nutrientes. O esterco bovino deve ser
considerado com atenção pois, embora se trate de uma das fontes de matéria orgânica
mais utilizadas pelos viveiristas, apresenta composição química com carência de vários
nutrientes.
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3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Localização e Caracterização da área do experimento
O experimento foi conduzido entre os meses de Novembro de 2012 e
Agosto de 2013, em cultivo protegido, na Chácara São José, no município de Goiânia,
GO, (16º28’00”S, 49º17’00”W e altitude de 823 m). Segundo a classificação de
Koppen, o clima é do tipo AW, tropical de Savana, megatérmico, com temperatura
média anual do ar de 22,6ºC, e médias mínimas e máximas de 14,1ºC e 31,3ºC,
respectivamente. A perda média anual por evaporação, medida pelo tanque classe “A”,
é da ordem de 1.938 mm (Silva et al. 2004).
3.2 Tratamentos e Delineamento experimental
Foi utilizado delineamento em blocos casualizados DBC, que levam em
consideração os três princípios básicos da experimentação (repetição, casualização e
controle local). foram seis tratamentos com cinco repetições.
Após a germinação, quando as plantas apresentaram cerca de 3 cm de
comprimento, e 2 pares de folhas efetuou-se a repicagem para potes plásticas com
capacidade de 1,8 L , contendo diferentes substratos que constituiram os seguintes
tratamentos:
Tratamento 01: areia
Tratamento 02: terra vermelha de subsolo: carvão: cinza de carvão: palha de
arroz (3:1:1:1);
Tratamento 03; terra preta: esterco bovino: palha de arroz: carvão (3:1:1);
Tratamento 04: : terra vermelha de subsolo: cama de frango (10:1);
Tratamento 05: material orgânico decomposto,
Tratamento 06: Vermeculita: fibra de coco: palha de arroz galvanizado (3:2:2).
3.3 Implantação e condução do experimento
Foram coletadas frutos maduros, de Jabuticaba variedade M. cauliflora
híbrida , no pomar comercial. As sementes foram extraídas, lavadas em água corrente, e
secadas à sombra por 24 horas. Posteriormente, as sementes foram colocadas em
23
bandejas plásticas, contendo areia média lavada, em estufa protegida com tela de nylon
(sombrite) 60%.
A irrigação foi realizada três vezes por dia, com uma média de 400 ml de
água por rega, o que equivale a uma lâmina de 1,2 mm/dia.
Após 30 dias da germinação das sementes, as mudinhas contendo
aproximadamente 2 pares de folhas foram transplantadas para os respectivos
tratamentos acima citados. Após 90 dias do transplante das mudas, as mesmas
começaram apresentar coloração das folhas amareladas; então foi realizada uma
adubação de cobertura uniforme para todos os tratamentos com adubo NPK 10-10-10.
Aos 17 dias do mês de Novembro de 2013, 180 dias após o transplantio foi feita
a avaliação das mudas.
24
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram analisadas as alturas das plantas, o comprimento radicular e o número de
folhas das mudas de Jabuticaba M. cauliflora e houve bastante variação entre os
tratamentos conforme podemos observar na Tabela 1 e Figuras 1, 2 e 3.
Tabela 1:
Os valores acima estão representados em centímetros (cm).
Figura 1: As médias seguidas pela mesma letra, não diferenciam estatisticamente entre si. Foi aplicado o
teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
Figura 01: Comprimento Radicular em jabuticabeiras com uso de 6 diferentes
tratamentos.
25
Figura 02: Altura de Plantas em jabuticabeiras com uso de 6 diferentes
tratamentos.
Figura 03: Número de Folhas em jabuticabeiras com uso de 6 diferentes
tratamentos.
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Observou-se que o tratamento que melhor se destacou foi o três, contendo terra
vermelha de subsolo com esterco de gado, palha de arroz queimada e carvão, tendo
como base os altos teores de nitrogênio e outros nutrientes presentes nessa mistura.
Fo analisado que combinações de misturas para substratos porosas e com o
maior número de nutrientes, as mudas de jabuticaba apresentaram crescimento e
desenvolvimento favorável e significativo com relação à testemunha (Figura 4).
Figura 4: Comparação entre os tratamentos alternativos utilizando deferentes
substratos em mudas de jabuticaba.
É importante ressaltarmos sobre o tratamento 6, que apresentou resultados bem
próximos aos do tratamento 1, o testemunha, avaliou-se que mesmo contendo altas
quantidades de matéria orgânica, a mistura com vermeculita atrasou o crescimento e
desenvolvimento das mudas. Tendo em vista que nos primeiros 60 o tratamento 6
apresentava os melhores resultados, mas como a vermeculita sofreu adensamento divido
á irrigação o crescimento das mudas foi paralisado, conforme podemos visualizar nas
figuras 05 e 06.
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Figuras 05: Apresentação com raíz exposta de todos os 6 tratamentos em mudas
de Jabuticabas M. cauliflora.
Imagem 02: Comparação entre a maior e a menos planta do experimento
Figura 06: Comparação entre a maior muda de jabuticaba (tratamento 06) e a
menor planta (tratamento 01: testemunha) do experimento conduzido com substratos
alternativos.
Substratos que em sua composição contém maior teor de matéria orgânica e
também possuem elevada porosidade total, apresentam boa capacidade de retenção de
água e aeração, produzindo assim mudas mais desenvolvidas (SILVA et al., 2000). Os
principais efeitos dos substratos manifestam-se sobre as raízes, acarretando influências
sobre o crescimento da parte aérea (HARTMANN et al., 1990). Essa afirmação pode ser
28
entendida observando-se os resultados obtidos com a utilização dos substratos com
terra vermelha de subsolo, esterco de gado, palha de arroz queimada e carvão que
promoveu maior comprimento das raízes e conseqüentemente maior comprimento da
parte aérea.
Verificou-se uma média de 35,2 cm para altura de plantas,
22,0 cm para
comprimento radicular, 278,4 para a média de número de folhas com o tratamento com
terra vermelha de subsolo e cama de frango. As plantas que foram avaliadas com o
tratamento com terra vermelha de subsolo, esterco de gado, palha de arroz e cinza de
carvão, também apresentaram crescimento favorável com média de 21,6 cm para altura
de plantas, 19,8 cm para comprimento radicular e 181,4 de média para número de folhas
por plantas ambos os resultados em 180 dias.
29
5 CONCLUSÕES
As observações feitas permitem concluir que, as misturas de substratos em que
foram utilizados adubação orgânica, como, esterco bovino, palha de arroz queimada e
carvão, traz vantagens a produção de mudas de Jabuticaba, M. cauliflora,e o seu
posterior cultivo em vasos; com grande número de folhas e comprimento favoráveis
tanto de parte aérea como de sistema radicular. Essas vantagens são associadas á
redução do custo de manejo da produção de mudas se compararmos aos custos de uma
adubação química.
30
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Daianamary Di Giovannantonio Silva
Goiânia, 02 de junho de 2014.
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