12º Congresso da Sociedade Brasileira de Coluna

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12º CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE COLUNA
12º Congresso da Sociedade Brasileira de Coluna
29 de abril a 2 de maio de 2009
Foz de Iguaçu (PR), Brasil.
Posters
2.
Técnica cirúrgica de fechamento por
planos após artrodese lombar
Marcelo Ferraz, Sérgio Fernandes, Daniel Agapita, Sérgio
Listik
de três pontos na EVA no seguimento neste período. Nenhum dos pacientes avaliados neste estudo apresentavam cirurgias prévias. Conclusão: a radiculotomia por
radiofrequência ablativa do ramo medial da raiz dorsal do nervo espinhal cervical
de C3 a C6 mostrou-se um método não agressivo, constituindo uma opção terapêutica a ser considerada no controle das dores crônicas decorrentes da síndrome
facetária refratária ao tratamento conservador.
Hospital Santa Marina – São Paulo (SP), Brasil.
Hospital São Luiz – São Paulo (SP), Brasil.
Introdução: há inúmeras causas de complicações que comprometem o resultado do
fechamento dos planos musculares, fáscia e subcutâneo após a artrodese lombar, principalmente aquelas acompanhadas de instrumentação. No sentido de evitá-las, utilizamos
uma técnica modificada com a qual obtivemos menor índice de complicações. Métodos: em 20 pacientes, após ampla abertura para correta exposição da coluna lombar
de L1 ao sacro, seguida dos procedimentos de descompressão, artrodese e fixação do
segmento de interesse da coluna lombar, procedeu-se ao seu fechamento com pontos
envolvendo amplamente a musculatura e a fáscia com Prolene nº 2, com seis fios distribuídos uniformemente pela incisão e ancorados bilateralmente. Após a sutura da fáscia
com Nylon nº 0, prosseguiu-se com a forte aproximação com nós dos fios Prolene previamente ancorados bilateralmente. Em seguida, foi feito o fechamento do plano subcutâneo em duas camadas: a primeira, mais profunda, com Vicryl nº 1 unindo o subcutâneo
com a fáscia muscular e, em seguida, a do plano mais superficial com Vicryl nº 2.0.
Finalmente, após o completo fechamento do subcutâneo, realizou-se o fechamento da
pele com pontos simples usando Nylon nº 3.0. Objetivos: evitar a formação de coleções,
nos planos cirúrgicos, reduzindo-se espaços residuais que facilitariam a sua formação,
principalmente em pacientes obesos e idosos; obviando-se o uso de drenos externos, que
podem incrementar o índice de infecção. Conclusão: a técnica cirúrgica de fechamento
em vários planos mostrou-se eficaz e segura, evitando-se a colocação de drenos externos
e a formação de edemas, inchaços e secreções na incisão cirúrgica.
3.
Radiculotomia cervical por
radiofrequência ablativa: estudo do
resultado no seguimento de 12 meses
utilizando a escala visual analógica de
dor (EVA) em 30 pacientes
Marcelo Ferraz, Sérgio Fernandes, Daniel Agapito, Sérgio
Listik
Hospital Santa Marina – São Paulo (SP), Brasil.
Hospital São Luiz – São Paulo (SP), Brasil.
Objetivos: radiofrequência ablativa é uma forma de tratamento percutâneo minimamente invasivo para a cervicalgia crônica de origem facetária, sendo avaliado o
seu resultado de melhora da dor no seguimento de 12 meses. Materiais e métodos:
foram avaliados 30 pacientes: 23 pacientes do sexo feminino e 7 do sexo masculino
que apresentavam Síndrome Facetária decorrente da degeneração das articulações
zigapofizárias com idades entre 45 e 65 anos, nos quais foi utilizado o tratamento
cirúrgico percutâneo minimamente invasivo de radiculotomia ablativa dos ramos
mediais da divisão posterior dos nervos espinhais de C3 a C6 bilateralmente. Os
ramos mediais foram localizados pela escopia, estimulação sensitiva e motora, além
da impedância entre 200 a 300 ohms. A radiofrequência foi realizada com o gerador
OWL. Os pacientes foram avaliados por meio da escala visual analógica (EVA)
antes e depois do procedimento. O tempo de internação foi em média de oito horas,
sendo o resultado avaliado após um período de 12 meses. Resultados: pacientes
apresentaram, em média, redução significativa na EVA ao final de 12 meses. Não
houve infecção ou complicação neurológica. O resultado demonstrou uma melhora
COLUNA/COLUMNA. 2009;8(2):222-239
4.
Síndrome de Parsonage-Turner em
paciente HIV positivo
Rodrigo Rezende, Igor Machado Cardoso, Eduardo Pombo,
Saulo Gomes de Oliveira
Vila Velha Hospital – Vitória (ES), Brasil.
Santa Casa de Misericórdia de Vitória – Vitória (ES), Brasil.
Introdução: por se tratar de uma doença rara associada à soropositividade do vírus HIV
(com apenas cinco casos descritos na literatura mundial) e por causa da importância do
diagnóstico precoce para o melhor tratamento destes pacientes é que relatamos este caso.
Relato de caso: descrevemos o relato de caso de um paciente com queixa de dor na
região cervical posterior, de forte intensidade, do tipo queimação, iniciada há 15 dias,
com irradiação e parestesia para ombros e grande limitação funcional dos movimentos
dos membros superiores, principalmente rotação externa bilateral. Após investigação
detalhada do caso, diagnosticamos a doença com auxílio principalmente da ENMG e
da sorolgia para HIV. O paciente foi tratado com forte esquema analgésico por 20 dias;
após este período, houve melhora do quadro álgico e iniciou-se fisioterapia intensiva para
ganho de movimento e fortalecimento muscular da cintura escapular. Resultados: houve
importante melhora na força muscular e do arco de movimento da cintura escapular,
estando atualmente em 120, 90 e 40º de flexão, rotação externa e rotação interna respectivamente, o exame de eletroneuromiografia identificou melhora da resposta eletroneuromiografica sem sinais de denervação aguda. Discussão: o diagnóstico de Síndrome de
Parsonage-Turner deve sempre ser lembrado nos casos de dor súbita de forte intensidade
em região cervical e nos ombros com presença de paralisia flácida.
5.
Abscesso epidural em paciente
portador de piomiosite tropical
Rodrigo Rezende, Igor Machado Cardoso, José Eduardo
Grandi Ribeiro Filho, Dejair Xavier Cordeiro, Saulo Gomes
de Oliveira
Vila Velha Hospital – Vitória (ES), Brasil.
Santa Casa De Misericórdia de Vitória – Vitória (ES), Brasil.
Introdução: o objetivo deste trabalho é descrever o acometimento raro da coluna
vertebral em pacientes com piomiosite tropical, destacando a necessidade dos métodos complementares de investigação diagnóstico, o seu tratamento e as complicações possíveis desta doença. Relato de caso: descrevemos a história clínica de um
paciente portador de piomiosite tropical que apresentou acometimento da coluna
vertebral evoluindo para abscesso epidural, o paciente é portador de espondilite
anquilosante, usuário de medicação imunossupressora, e apresentou trauma direto
em coxa direita prévio ao início dos sintomas. Relatamos o exame físico, exames
complementares e a evolução do paciente. Resultados: no final da quarta semana
de antibioticoterapia, não foi observada presença de abscesso epidural. O paciente
apresentou alta hospitalar em seis semanas com melhora completa do quadro clí-
nico. Conclusão: os autores concluem que pacientes imunossuprimidos com dores
musculares subagudas devem ser investigados quanto à piomiosite tropical. Além
disso, o diagnóstico precoce é fundamental para o sucesso do tratamento.
11.
Dimensões das lâminas de
C2 avaliadas por tomografia
computadorizada
Em nosso caso, descompressão tardia foi realizada com melhora da função motora.
Hematoma epidural é uma complicação incomum de lesões traumáticas da coluna
vertebral. Conclui-se que a imediata evacuação do hematoma aumenta a probabilidade de melhora da função neurológica.
13.
Fabrício Ueno, Luciano Miller, Adriano Yonezaki, Rodrigo
Nicolau, Edgar Santiago, Luciano Temporal
Ivan Dias da Rocha, Alexandre Iutaka Sadao, Reginaldo
Perilo de Oliveira, Tarcisio Eloy de Barros Filho, Thiago
Pasqualin, Marcelo Bordalo Rodrigues, Daniel de Moraes
Ferreira Jorge
Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo – USP – São Paulo (SP), Brasil.
Objetivos: o estudo anatômico das vértebras cervicais na nossa população, mensurando as dimensões da espessura, comprimento e angulação das lâminas de C2,
tem o intuito de trazer parâmetros mais fidedignos para orientar e aperfeiçoar o ato
operatório na passagem de parafusos intralaminares em C2 na fixação cervical. Métodos: foram estudadas 96 tomografias computadorizadas, avaliando-se sexo, idade
e mensurações de dimensões e angulações das lâminas de C2 no ponto de menor espessura da lâmina no corte axial tomográfico sequenciado. Resultados: observouse, em medidas tomográficas de 96 pacientes, que os homens apresentaram uma
espessura de lâmina maior do que as mulheres e que 78,1% tinham espessura maior
que 5 mm, 91,6% tinham espessura maior que 4 mm e 95,3% tinham espessura
maior que 3,5 mm. O ângulo espinolaminar, que corresponde aproximadamente ao
ângulo de posicionamento do parafuso, teve média de 46,8º. Conclusões: em nosso
estudo, foram avaliadas as lâminas de uma população adulta brasileira através da
tomografia, na tentativa de estabelecer um padrão nacional para a segurança desse
procedimento. A técnica de passagem de parafusos intralaminares se mostra uma
alternativa segura e plausível para a população brasileira. A tomografia mostrou ser
um exame necessário para a programação da passagem de parafusos intralaminares
de C2, sendo útil para determinar alterações anatômicas e avaliar o comprimento
dos parafusos que serão utilizados
12.
Hematoma epidural pós-traumático
da junção cervicotorácica com déficit
neurológico
Fabrício Ueno, Luciano Miller, Adriano Yonezaki, Rodrigo
Nicolau, Edgar Santiago, Luciano Temporal
Faculdade de Medicina do ABC – FMABC – Santo André (SP), Brasil.
Introdução: hematoma epidural é uma condição relativamente incomum, mas é
uma causa importante de compressão medular. Hematoma epidural pós-traumático
é uma entidade rara e o seu tratamento permanece um desafio. O melhor exame
diagnóstico é a ressonância magnética e o melhor período para descompressão é o
mais precoce possível. Relato de caso: paciente do sexo masculino com 62 anos
que apresentou hematoma epidural pós-traumático da junção cervicotorácica, apresentando déficit neurológico progressivo culminando em completa paralisia abaixo do nível de T1. Durante a descompressão cirúrgica, foi encontrada significante
compressão medular devido a um organizado hematoma. Após o procedimento cirúrgico, o paciente apresentou significativa melhora da função motora. Discussão:
as causas traumáticas de hematoma epidural incluem fraturas da coluna vertebral,
punção lombar, sangramento pós-cirúrgico e anestesia epidural. O mecanismo patofisiológico do hematoma epidural continua obscuro. Alguns autores associam o
hematoma epidural a traumas de baixa intensidade, como levantamento de peso,
manobra de Valsalva. Em paciente de menor idade, pode ocorrer hematoma epidural
sem fratura devido à grande elasticidade da coluna vertebral, ocorrendo lesão de
vasos epidurais por ruptura aguda do disco intervertebral. A maioria dos hematomas
epidurais espontâneos e pós-traumáticos ocorre mais dorsalmente, como no caso
apresentado. Hematoma epidural pós-traumático geralmente apresenta sintomas
logo após o acidente; evolução tardia com déficit neurológico progressivo é rara. O
caso aqui relatado apresentou déficit neurológico progressivo após três semanas do
evento traumático. Ressonância magnética é o exame de escolha para avaliação do
hematoma epidural. Evacuação imediata do hematoma com laminectomia continua
sendo o melhor tratamento para a maioria dos pacientes com sintomas do hematoma epidural com déficit neurológico. Em pacientes com déficit neurológico menor,
sem progressão e com melhora dos sintomas, a corticoterapia pode ser apropriada.
Vertebrectomia em tumor de células
gigantes multicêntrico
Faculdade de Medicina do ABC – FMABC – Santo André (SP), Brasil.
Introdução: o tumor de células gigantes (TCG) compreende de 4 a 5% dos tumores
ósseos primários. Aproximadamente 1% apresenta-se de maneira multicêntrica. É
um tumor histologicamente benigno, mas possui uma alta taxa de recorrência, por
isso é necessário um plano de cirurgia adequado incluindo o estudo e a embolização
da artéria vertebral para realizar a ressecção de todo tumor e evitar recorrência. Relato de caso: paciente do sexo feminino de 16 anos iniciou quadro com dor cervical
sem déficit neurológico e sem sinais de trauma e infecção. Após investigação, foi
diagnosticada lesão expansiva na sexta vértebra cervical, acometendo partes moles
adjacentes, com instabilidade. Realizou-se arteriografia, constatando-se envolvimento da artéria vertebral direita com grande suprimento ao tumor. Realizou-se,
então, embolização da artéria vertebral direita dois dias antes do procedimento cirúrgico. A cirurgia foi realizada em um único tempo, sendo primeiramente realizada
corpectomia via anterior e substituição com cage e placa e enxerto de ilíaco. Em
seguida, realizou-se ressecção da porção posterior da vértebra e de todo o tecido
acometido, e estabilização com parafusos de massa lateral. Todo o procedimento
foi monitorado por potencial evocado. A paciente evoluiu sem déficit neurológico.
Discussão: o TCG é um tumor ósseo benigno agressivo. Ressecção cirúrgica é o
tratamento de escolha para esse tipo de tumor na coluna vertebral. A recorrência do
tumor está diretamente relacionada à qualidade da ressecção cirúrgica. Neste caso,
a lesão envolvia a artéria vertebral, por isso foi feita a angiografia para avaliar a
possibilidade de embolização para realizar ressecção do tumor. O acesso à irrigação
do tronco cerebral pode ser realizado através de intervenção neurorradiológica, com
o paciente consciente, como foi feito neste caso. O déficit é monitorado através de
potencial evocado, as mudanças, como isquemia, podem ocorrer tardiamente, causando lesão permanente antes de o diagnóstico ser realizado. Muitos tipos de ressecção foram descritos na literatura e o mais recomendado é a ressecção marginal.
As grandes limitações dessas intervenções são as estruturas nervosas e as artérias
vertebrais. Em nosso caso, foi realizada ressecção em bloco.
14.
Tratamento da exposição de implantes
após severas infecções na coluna com
retalho muscular pediculado
Fabrício Ueno; Luciano Miller, Adriano Yonezaki, Rodrigo
Nicolau, Edgar Santiago, Luciano Temporal
Faculdade de Medicina do ABC – FMABC – Santo André (SP), Brasil.
Introdução: o uso de fixação interna para cirurgia da coluna é o método de escolha
para todos os tipos de procedimento que necessitem de estabilização óssea. As vantagens incluem fixação rígida com mobilização precoce. Entretanto, complicações,
como infecção, podem comprometer o resultado final deste procedimento. Infecções
severas podem causar exposição do implante, sendo necessária a realização de retalho
pediculado do grande dorsal ou do trapézio para tratamento desta. Relato de casos:
caso 1: paciente masculino, 48 anos, portador de mieloma múltiplo com tumor em
coluna torácica com instabilidade e déficit motor. Foi submetido à descompressão
posterior e fusão de T5 a T9 com parafusos pediculares. A função motora teve boa
melhora, possibilitando a deambulação ao paciente. Entretanto, evoluiu com deiscência de ferida operatória precocemente, ocorrendo exposição do implante. Após
vários desbridamentos, realizou-se retalho pediculado do grande dorsal esquerdo.
Houve retração e necrose parcial do músculo e da pele, sendo necessário novo retalho
pediculado, agora do grande dorsal direito havendo cobertura completa e melhora da
infecção. Caso 2: paciente feminina de 9 anos com mielomeningocele e severa cifose
lombar. Foi submetida à osteotomia de Dunn modificada fixação de T7 a S1. Evoluiu
com deiscência da ferida operatória com exposição do implante. Realizou-se, após
vários desbridamentos, retalho pediculado do grande dorsal esquerdo e do trapézio
com sucesso. Discussão: de maio de 2006 a maio de 2007, foram realizados em nosso
serviço três retalhos de grande dorsal e um de trapézio em dois pacientes. A indicação
COLUNA/COLUMNA. 2009;8(2):222-239
para cobertura musculocutânea em ambos os casos foi infecção precoce com exposição do implante. Todos os retalhos sobreviveram preservando o material de implante.
Alguns autores mostraram eficácia em defeitos na linha média da coluna com retalhos
de glúteo máximo, trapézio, grande dorsal e músculos paraespinhais. É importante
lembrar que o grande dorsal e o trapézio podem ser utilizados quando há defeito da
linha média da coluna torácica, mas em nossos casos preferimos utilizar o grande
dorsal pela morbidade e perda funcional ao usar retalho com trapézio.
16.
Morfometria dos pedículos de
C7 avaliados por tomografia
computadorizada axial
William Gemio Jacobsen Teixeira, Henrique Mennucci de
Haidar Jorge, Thiago Pasqualin, Alexandre Sadao Iutaka,
Marcelo Bordalo Rodrigues, Reginaldo Perilo Oliveira,
Tarcísio Eloy Pessoa de Barros Filho
Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo – USP – São Paulo (SP), Brasil.
Objetivo: caracterizar as dimensões lineares e angulares do pedículo de C7 para determinar os parâmetros de segurança e melhorar o planejamento do procedimento cirúrgico. Métodos: foram avaliadas 100 tomografias computadorizadas cervicais consecutivas. Utilizaram-se os cortes axiais que demonstravam as maiores dimensões do
pedículo de C7. Excluíram-se os doentes com anormalidades anatômicas cervicais ou
idade inferior a 18 anos. Foram medidos o diâmetro interno do pedículo (DIP), a espessura da cortical interna (ECI) e espessura da cortical externa (ECE), o diâmetro externo
do pedículo (DEP), a angulação do pedículo (APED) no plano axial e as angulações
mínima (AMIN) e máxima (AMAX) aceitáveis para a passagem de um parafuso de 3,5
mm de diâmetro. Resultados: a média de idade foi 52,99 anos. Foram 64 pacientes do
sexo masculino e 36 do sexo feminino. A DEP média foi de 6,2 mm (4 a 8,3 mm) e foi
maior no sexo masculino. A DIP média foi de 4,01 mm (1,8 a 6 mm) e foi maior no sexo
masculino. A ECI média foi de 1,32 mm (0,7 a 1,9 mm) e foi superior à ECE média,
que foi de 0,87 mm (0,4 a 1,6 mm). A APED média foi de 41,21º (24 a 57,7º). A AMAX
média foi de 59,71º (43,7 a 78,4º) e a AMIN média de 18,53º (3,3 a 35º). Conclusões:
a fixação transpedicular em C7 poderia ser realizada em todos os doentes estudados.
A ampla variação das medidas lineares e angulares reforça a necessidade da avaliação
tomográfica pré-operatória em casos que envolvem a fixação transpedicular de C7.
18.
Alexandre Fogaça, Fabiano Inácio, Raphael Marcon,
Reginaldo Perillo, Tarcísio Barros Filho
Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo – USP – São Paulo (SP), Brasil.
A intoxicação por chumbo decorrente dos projéteis de arma de fogo é infrequente,
mas sempre deve ser investigada na suspeita clínica. Os projéteis localizados na periferia das articulações dos joelhos e quadris são os mais comuns. Relado do caso:
um homem de 30 anos procurou assistência médica com história de dor lombar,
cólicas abdominais e insônia há 20 dias. Apresentava projétil de arma de fogo há
cinco anos. O exame físico revelou intensa dor lombar à palpação e à mobilização,
Laségue negativo, sem alterações neurológicas dos membros inferiores. Os exames
radiográfico, TC e RNM demonstraram um projétilm localizado no espaço discal
L2-L3. Os exames laboratoriais revelaram concentração sérica de chumbo de 112
µg/dL, confirmando a hipótese de intoxicação. Não apresentava histórico de exposição ocupacional. Indicou-se o tratamento clínico por quelação com versenato CaNa
EDTA. Dois dias depois, o paciente já referia grande melhora do quadro clínico,
recebendo alta para seguimento ambulatorial. Foi realizada a ressecção do projétil
pela via anterior. Recebeu alta hospitalar no quarto pós-operatório. Discussão: o
chumbo é um cátion divalente. Sua toxicidade pode ser atribuída à sua capacidade
de distorção das enzimas e da estrutura de outras proteínas. Possui a capacidade de
mimetizar e competir com o cálcio, inibindo sua entrada no interior das células. No
sistema nervoso central, o chumbo sensibiliza os astrócitos imaturos, interfere na
mielinização e na integridade da barreira hematoencefálica. Os pacientes podem
apresentar anemia, artralgia, rigidez muscular, dor abdominal, anorexia, emagrecimento, astenia, letargia, insônia, cefaleia, neurite periférica difusa, convulsão,
delirium tremens, coma, insuficiência renal, alteração da libido, dos sistemas reprodutores masculino e feminino, encefalopatia, alterações psicológicas e comportamentais. O tratamento da intoxicação por chumbo apresenta bons resultados com
quelação e ressecção cirúrgica do projétil, seguida por dieta rica em cálcio, fósforo
e vitamina D para inativação do chumbo acumulado nos ossos.
19.
17.
Suporte articulado para o tratamento
cirúrgico da escoliose: nota prévia
Francisco Limeira dos Santos Neto, Carlos Teixeira Brandt
Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE –
Recife (PE), Brasil.
Introdução: o sucesso de uma cirurgia na coluna depende, em parte, do posicionamento apropriado do paciente. Os objetivos do posicionamento transoperatório
em decúbito ventral são os seguintes: preservar ou melhorar o alinhamento sagital; descomprimir o abdômen; proteger as eminências ósseas e permitir acesso ao
exame radiológico da coluna vertebral. Existem, ainda, os seguintes suportes: o de
Wilson, permitindo ao paciente repousar em duas almofadas laterais e paralelas; a
mesa de Andrews, que mantém os joelhos e quadris em 90º graus de flexão; e mesa
de Jackson que permite acesso a toda a coluna vertebral pela via posterior. Nenhum
suporte ou mesa permitiu a correção transoperatória da escoliose nos planos frontal
e transversal. Descrição do suporte: o suporte articulado consiste em duas placas
em acrílico na forma de um pentágono irregular, unido pelos vértices através de
uma articulação universal, permitindo movimentos laterais e de torção das placas.
A correção pré-operatória facilita a colocação do material cirúrgico através de uma
melhor visualização radiológica, chegando a dispensar o uso de instrumentos de
redução (persuader), encurtando a duração da cirurgia. A utilização do suporte articulado corrigindo a deformidade escoliótica previamente, com o paciente acordado, pode permitir proteção ao sistema nervoso central, evitado uma hipercorreção.
Objetivo: o objetivo deste estudo é avaliar o uso do suporte articulado preservando
as qualidades dos sistemas anteriores, bem como adicionar uma correção prévia da
escoliose nos três planos espaciais, facilitando o procedimento cirúrgico. Aspetos
éticos: o presente trabalho foi encaminhado para Comissão de Ética em Pesquisa
do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Pernambuco. Considerações finais: o suporte articulado para o tratamento cirúrgico da escoliose é
um aparelho experimental, sendo realizado, no momento, ensaio clínico controlado
com o seu uso, para avaliar sua eficácia.
COLUNA/COLUMNA. 2009;8(2):222-239
Intoxicação por chumbo causada por
projétil de arma de fogo intradiscal
Uma nova técnica de alongamento
para escoliose na Síndrome de Prader
Willi
Claudio Pedras, Simone Lago, Yerka Martins, Alexandre
Peixoto, Arthur Azevedo
Centro de Escoliose do Rio de Janeiro – CERJ – Rio de Janeiro (RJ), Brasil.
Introdução: a Síndrome de Prader Willi é uma afecção rara, acontecendo em
1/20000 nascimentos em todas as raças. É caracterizada por hipotonia infantil, hipogonadismo, obesidade infantil precoce devido à hiperfagia, diabetes mellitus, atraso
no desenvolvimento psicomotor, deficiência mental, baixa estatura, mãos e pés pequenos, hipermobilidade articular, estrabismo, miopia e escoliose. O diagnostico é
feito em critérios clínicos, cerca de 50 a 70% dos pacientes têm uma alteração no
cromossomo 15. Não encontramos nenhum trabalho onde tenha sido aplicada esta
técnica de alongamento progressivo para evitar a evolução da escoliose. Relato do
caso: criança do sexo feminino foi vista pela primeira vez em novembro de 2006, a
mãe informava cesariana, deficência motora e marcha aos quatro anos. Apresentava
escoliose de aspecto neuromuscular medindo 35º de T1 a T7 para D e 75º de T7 a
L2 para E, cifose torácica de 68º e a lordose de 50º. Atraso mental, leve obesidade
e caminhando com o tronco desvidado lateralmente para direita. Tinha certa dificuldade para permanecer em posição ortostática sem apoio e a mãe ainda relatou
que a deformidade estava se agravando. Em julho de 2006, a paciente foi operada
com o sistema de alongamento progressivo, tendo sido utilizada duas montagens:
uma de costela a lâmina e a segunda de costela a costela. Na lâmina foi utilizado
um sistema de garra com dois ganchos supra e infralaminar. A paciente caminhou
no segundo dia, quando então foi dada a alta. O exame radiográfico mostrou uma
correção para 40º na curva torácica alta e 45º na curva toraco lombar. Desde então,
realizamos quatro alongamentos, sendo que no último foi necessária a troca das hastes do sistema. Discussão: a melhora do aspecto clínico foi considerável. Achamos
interessante a apresentação desse caso por sua raridade, sendo uma nova opção para
o alongamento progressivo da coluna nesta patologia.
20.
O uso da técnica da tripla haste na
escoliose grave Lenke 1
Yerka Martins, Claudio Pedras, Simone Lago, Alexandre
Peixoto, Arthur Azevedo
Centro de Escoliose do Rio de Janeiro – CERJ – Rio de Janeiro (RJ), Brasil.
Objetivo: a escoliose torácica Lenke 1 acima de 90º continua sendo um desafio aos
cirurgiões de coluna. O uso de parafusos pediculares consiste em uma temeridade
pelo risco de suas potenciais complicações. Vários autores têm mostrado que não se
justifica o uso da via anterior para afrouxamento da curva seguido do tempo posterior sendo o percentual de correção utilizando-se os dois procedimentos mínimos.
Métodos: utilizamos a técnica da tripla haste que consiste no uso de duas hastes na
concavidade da curva e uma haste na convexidade; as hastes da concavidade funcionam como uma pequena distenção seguida de derrotação. A haste da convexidade
funciona com o sistema de compressão. Consegue-se uma correção complementar através da translação, conectando a uma ou duas barras transversais a haste da
concavidade à haste da convexidade. Antes ou depois da aplicação deste sistema,
realiza-se, através da mesma via de acesso, a costoplastia, com ressecção de 4 a 6
arcos costais, os mais proeminentes. Resultados: caso 1: paciente com 20 anos curva T6L2 – 105º, corrigido para 48º. Caso 2: paciente com 13 anos curva T8L2 – 96º,
corrigido para 56º. Conclusão: realizamos essa técnica em dois pacientes, tendo o
primeiro seis anos de acompanhamento e o segundo, um ano. Até o presente momento, nos parece ser a técnica mais conveniente e segura para este tipo de curva.
órtese tipo Milwaukee ou OTLS cujo único mecanismo de correção é a pressão
exercida pelo colete pré-modelado in situ na região lombar ou toracolombar
sem auxílio de almofada triangular ou toracolombar (oval). Métodos: os pacientes foram selecionados através de ficha padrão, por ordem alfabética, até
completarem 100 pacientes que participaram do protocolo chamado “tempo
integral” (22 horas por dia), sendo que 7 abandonaram o tratamento e não foram
incluídos no estudo. O critério de seleção dos pacientes foram: a) pacientes
de ambos os sexos com escoliose idiopática progressiva e curvas lombar ou
toracolombar b) ângulo de Cobb entre 20 e 46° c) sinal de Risser ≤3 d) tempo
mínimo de uso do colete de 2 anos e) protocolo de uso integral (22 horas por
dia) sem história de abandono do colete durante o uso do colete. A média de
idade no início do tratamento foi de 12 anos e 9 meses. A idade do término do
tratamento variou de 11 anos + 6 meses a 19 +7 meses. Resultados: em 34
pacientes havia componente cifótico, tratado conjuntamente. O valor angular
inicial das curvas lombares e toracolombares variou de 20 a 46° Cobb (média
29° Cobb mediana 30° Cobb). Quarenta e cinco curvas mediam de 20 a 29°,
40 curvas mediam de 30 a 39° e 8 curvas estavam com valores superiores a 40º
Cobb. O valor médio das curvas no primeiro mês de tratamento era de 16° Cobb
(0 a 39° Cobb) e no final do tratamento 18° Cobb (-6 a 48° Cobb; mediana: 17°
Cobb). Conclusão: o colete com modelagem substitui as almofadas triangular
lombar alcançando os objetivos do tratamento conservador, sendo possível ainda superar as estatísticas mostradas na literatura.
24.
22.
Correção segmentar progressiva das
escolioses idiopáticas
Ed Marcelo Zaninelli, Xavier Soler, Marcel Benato
Claudio Pedras, Yerka Martins, Simone Lago, Alexandre
Peixoto, Arthur Azevedo
Centro De Escoliose do Rio de Janeiro – CERJ – Rio de Janeiro (RJ), Brasil.
Objetivo: em 2000, utilizamos pela primeira vez o sistema que nos permitiu realizar a derrotação da coluna de forma efetiva e segura, na coluna torácica colocamos o
gancho e contragancho na mesma vértebra, produzindo uma fixação nunca vista por
nós em outros sistemas, impedindo a soltura do gancho ou a fratura da lâmina. Na
coluna lombar, usamos parafusos transpediculares monoaxiais. Essa técnica vem
nos surpreendendo cada vez mais com seus resultados. Tivemos a oportunidade de
aplicá-la em mais de 80 pacientes nos últimos 10 anos. O objetivo deste trabalho foi
avaliar a correção cirúrgica das escolioses e as complicações utilizando esta tecnologia. Métodos: aplicamos o referido método em curvas abaixo de 80º, geralmente
flexíveis. Iniciamos pela curva lombar e, subsequentemente, a curva torácica, com
duas pequenas hastes provisórias. Estando ambas corrigidas ao máximo, estabilizamos a correção com uma haste longa definitiva no lado oposto. Resultados: o melhor resultado que obtivemos foi o da escoliose com 50º lombar que conseguimos
reduzis por completo. A média de correção foi de 60,04% nas curvas torácicas e
68,15% nas curvas lombares. Em um dos casos, observamos soltura de gancho com
consequente perda de correção. Tendo sido necessário reoperar e reposicionar o
gancho. Isso ocorreu em função de ser nosso segundo caso e não fixarmos o sistema
de gancho e contragancho o suficiente. Não tivemos nenhum caso de pseudartrose,
infecção ou complicação neurológica. Conclusão: a correção das escolioses, principalmente nas duplas curvas, torácica e lombar, pelo método de correção segmentar
progressiva, é extremamente mais exequível do que a correção de ambas as curvas
simultaneamente. Considerando que não obtivemos nenhuma luxação de haste, nenhuma fratura de lâmina e conseguimos derrodar as curvas em separado, já que a
flexibilidade das mesmas é diferente, acreditamos que esta técnica traga um novo
conceito para redução cirúrgica das escolioses. Esse método de derrotação não é
indicado para pacientes com curvas torácicas rígidas acima de 80º.
23.
Coleto tipo Rio de Janeiro nas
escolioses lombares e toracolombares:
estudo de cem casos
Claudio Pedras, Simone Lago, Yerka Martins, Alexandre
Peixoto, Arthur Azevedo
Centro de Escoliose do Rio de Janeiro – CERJ – Rio de Janeiro (RJ), Brasil.
Objetivo: o presente estudo tem por objetivo a análise qualitativa e quantitativa
de curvas lombares e toracolombares submetidas a tratamento conservador com
Parafusos intermediários em fixação
segmentar para fraturas toracolobares
tipo explosão
Universidade Federal do Paraná – UFPR – Curitiba (PR), Brasil.
Foram estudados 26 casos de tratamento cirúrgico de fraturas toracolombares
em compressão (explosão), utilizando-se a técnica de fixação segmentar curta
com inserção de parafusos transpediculares intermediários (na vértebra fraturada), evitando-se, assim, a necessidade de realização de abordagem via anterior
para aumentar a estabilidade da montagem. Não tivemos nenhum caso de reoperação, quebra, soltura ou perda de redução das fraturas com um seguimento
mínimo de dois anos. Tivemos três casos de infecção superficial e um caso
de infecção profunda que necessitou retirada do material após sete meses do
tratamento inicial. A utilização da via posterior isolada com fixação segmentar
curta com parafusos intermediários para o tratamento de fraturas explosão da
coluna toracolombar mostrou-se um método seguro, eficaz e de menor custo
operacional.
26.
Descompressão e fixação unilateral
lombar seletiva: resultados preliminares
Jefferson Soares Leal, Rogério Resende, Juliano Santos,
Antônio Carlos Monteiro Braconi
Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG –
Belo Horizonte (MG), Brasil.
Instituto BIOCOR – Belo Horizonte (MG), Brasil.
Cooperativa de Ortopedia e Traumatologia do Espírito Santo, Vitória Apart
Hospital – COOTES/VIT APART – Belo Horizonte (MG), Brasil.
Objetivo: mostrar resultados preliminares da descompressão seletiva e fixação
unilateral da coluna lombar degenerativa. Métodos: quatro pacientes com doença degenerativa lombar compressiva consecutivos e com comorbidades associadas foram submetidos à técnica seletiva de descompressão e fixação unilateral.
Todos os pacientes foram submetidos pré-operatoriamente ao bloqueio radicular
seletivo para determinação da origem dos sintomas. A média de idade da amostra foi de 68 anos e o perfil psicológico dado pelo MSPQ foi de 3,5. Resultados:
o tempo médio de cirurgia foi de 103,3 minutos. Nenhum paciente necessitou de
transfusão sanguínea. O seguimento médio foi de 12 meses e todos os pacientes
tiveram alta no dia seguinte à cirurgia. Nenhuma complicação foi registrada. Todos pacientes tiveram melhora na avaliação da dor pela escala visual analógica
da dor (EVA) e na avaliação da incapacidade pelo índice de Oswestry. A média
da EVA pré-operatória e pós-operatória foi de 6,5 e de 1,8, respectivamente.
O grau de incapacidade determinado pelo Índice de Oswestry foi de 45,6% no
pré-operatório e de 25,5% no pós-operatório. Discussão: não há na literatura
nacional publicações voltadas à instrumentação pedicular unilateral na coluna
COLUNA/COLUMNA. 2009;8(2):222-239
degenerativa. A fixação bilateral, apesar de amplamente utilizada, pode ser desnecessária e aumentar os riscos operatórios. A fixação unilateral seletiva permite
descompressão localizada em menor tempo cirúrgico e com menor sangramento. Essa vantagem comparativa é fundamental no paciente idoso, pois as complicações, em especial neste grupo etário, são diretamente relacionadas ao tempo
e à extensão da cirurgia. Apenas um estudo clínico controlado foi publicado
sobre o tema até o momento. Conclusão: os dados preliminares sugerem que
a técnica seletiva permite que os pacientes idosos e com comorbidades sejam
submetidos à cirurgia descompressiva com eficácia e segurança em comparação
à técnica convencional.
30.
Avaliação da técnica de Watanabe
para osteotomia da coluna lombar em
pacientes portadores de espondilite
anquilosante
dos no pós-operatório com relação à melhora da dor e à presença de complicações.
Resultados: nos pacientes submetidos à estabilização interespinhal exclusiva, não
houve necessidade de transfusão sanguínea, não ocorreram complicações e a alta
foi no primeiro dia pós-operatório. O seguimento mínimo foi de 12 meses. O tempo
cirúrgico foi significativamente inferior em comparação à artrodese. Todos os pacientes tiveram melhora na avaliação da dor pela escala visual analógica da dor e na
avaliação da incapacidade. Conclusão: os dados clínicos iniciais mostraram que a
técnica foi benéfica no controle da dor em algum grau para os pacientes com DDD
lombar. A técnica foi pouco invasiva e com tempo cirúrgico curto. A estabilização
dinâmica interespinhal pode constituir uma boa opção de tratamento cirúrgico em
pacientes bem selecionados.
33.
Rodrigo Rezende, Igor Machado Cardoso, Gustavo Silva,
Dejair Xavier Cordeiro
Antônio Carlos Monteiro Braconi, Jefferson Soares Leal,
Anderson França, Maurício Serrano Nascimento
Santa Casa de Misericórdia de Vitória – Vitória (ES), Brasil.
Vila Velha Hospital – Vitória (ES), Brasil.
Introdução: a espondilite anquilosante é uma doença inflamatória crônica que acomete o esqueleto axial na região lombar e sacro-ilíaca, evoluindo para limitação funcional progressiva e anquilose da coluna vertebral. Afeta principalmente jovens de 15
a 30 anos, com preponderância masculina, na proporção 3:1. Objetivo: descrever a
técnica cirúrgica de osteotomia da coluna vertebral para o tratamento da deformidade
em cifose da coluna lombar em paciente com espondilite anquilosante. Técnica cirúrgica: paciente do sexo feminino, 34 anos, evoluiu com deformidade progressiva
em cifose da coluna lombar. Sem alterações no exame físico, radiografias da coluna
presença de hipercifose de 138 graus T3-L4. Realizada artrodese posterolateral da coluna lombar de L1 até S1com parafusos pediculares, osteotomia em cunha de subtração nível L4-L5. O paciente apresentou correção de 60º da coluna lombar evoluindo
sem complicações pós-operatórias e melhorando o padrão de marcha e a dor cervical.
A osteotomia lombar pediculadar com subtração, utilizando-se uma haste central para
compressão, foi utilizada por Watanabe K. Optamos por realizar esta osteotomia devido ao fato de a principal deformidade ser lombar e por conta de sua maior segurança
em relação às osteotomias torácicas e cervicais. Estas osteotomias devem ser realizadas no nível L4-L5 devido à bifurcação da aorta em ilíacas e por estar abaixo do cone
medular diminuindo os riscos de lesões vasculares e nervosas, respectivamente. Esta
técnica tem apresentado excelentes resultados quando avaliada através dos índices de
qualidade de vida dos pacientes. Conclusão: a técnica de Watanabe para osteotomia
da coluna lombar apresenta menor risco de complicações e maior potencial de correção do que as osteotomias torácicas e cervicais.
Cooperativa de Ortopedia e Traumatologia do Espírito Santo, Vitória Apart
Hospital – COOTES/VIT APART – Belo Horizonte (MG), Brasil.
Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG –
Belo Horizonte (MG), Brasil.
BIOCOR Instituto – Nova Lima (MG), Brasil.
Introdução: pacientes com lesões graves da coluna vertebral cervical ou torácica podem sofrer agravamento catastrófico de sua condição neurológica durante a
anestesia ou posicionamento na mesa cirúrgica. Relato de casos: são relatados os
casos de três pacientes com lesão grave da coluna vertebral sem déficit neurológico
nos quais a técnica foi empregada. Os pacientes eram adultos com as seguintes patologias: uma luxação C1-C2 grave por artrite reumatoide, uma fratura-luxação da
coluna cervical C5-C6 e uma fratura-luxação da coluna torácica. Os pacientes eram
submetidos acordados à intubação orotraqueal com infiltração do laríngeo superior
bilateralmente, anestésico tópico e injeção transtraqueal e leve sedação. Ao paciente
era solicitado informar por gestos sobre qualquer desconforto ou piora sensitivomotora durante o ato de intubação e posicionamento. Os pacientes permaneciam
cooperativos até o posicionamento final na mesa cirúrgica, quando a anestesia geral
era induzida. Discussão: nenhum agravamento neurológico ocorreu com esse tipo
de procedimento, e os pacientes não relataram nenhum desconforto significativo
quando intubados e acordados. A intubação do paciente acordado com lesão instável
da coluna vertebral é uma técnica factível que minimiza o risco de agravamento
neurológico e previne potenciais demandas médico-legais
34.
32.
Estabilização dinâmica interespinhal
no tratamento da doença discal
degenerativa lombar
Antônio Carlos Monteiro Braconi, Jefferson Soares Leal,
Rogério Lúcio Chaves de Resende, Rogério Santos Pacheco
Cooperativa de Ortopedia e Traumatologia do Espírito Santo, Vitória Apart
Hospital – COOTES/VIT APART – Belo Horizonte (MG), Brasil.
Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG –
Belo Horizonte (MG), Brasil.
BIOCOR Instituto – Nova Lima (MG), Brasil.
Introdução: a artrodese lombar é o método de escolha no tratamento da doença
discal degenerativa (DDD) lombar sintomática para a maioria dos cirurgiões de
coluna. Entretanto, índices de até 15% de complicações que necessitam revisões
cirúrgicas têm sido relatados. Várias técnicas de não fusão vêm sendo propostas
como alternativas à artrodese lombar com promessa de eficácia no controle da dor
e de menor taxa de complicação. Objetivo: mostrar os resultados clínicos da estabilização dinâmica interespinhal no tratamento da DDD da coluna lombar. Métodos: vinte e oito pacientes com DDD lombar foram submetidos à estabilização
dinâmica interespinhal para tratamento da dor lombar em 32 níveis (um paciente
teve dois níveis estabilizados e outro teve três). Três diferentes tipos de implante
interespinhal foram usados. Em 24 pacientes (85,7%), a estabilização dinâmica foi
aplicada como método único de tratamento. Em 4 pacientes, a estabilização interespinhal foi utilizada como tratamento coadjuvante à artrodese circunferencial no
nível adjacente com DDD grau IV de Pfirrmann. Todos os pacientes foram avalia-
COLUNA/COLUMNA. 2009;8(2):222-239
Intubação anestésica com o paciente
acordado para posicionamento e
reduçao per operatória de lesões
graves da coluna vertebral
Instrumentos de avaliação de
resultados em cirurgia da coluna
Mariana Caldeira Pereira da Silva Leal, Fabiana Costa De
Oliveira Bertú, Jefferson Soares Leal
Vértebra Medicina e Reabilitação da Coluna – Belo Horizonte (MG), Brasil.
Objetivo: mostrar a aplicação dos principais instrumentos validados de avaliação
de resultados em cirurgia da coluna. Métodos: cinquenta e dois pacientes candidatos à cirurgia da coluna vertebral foram avaliados com a aplicação de instrumentos
validados para avaliação da incapacidade, da intensidade da dor, do perfil psicológico e do prognóstico cirúrgico. Havia 43 patologias degenerativas da coluna, 7
deformidades e 2 tumores. Os questionários Oswestry, DRAM (The Distress and
Risk Assessment Method) e MSPQ (Modified Somatic Perception Questionnaire)
foram aplicados de forma independente em todos os pacientes, assim como O PEP
(Presurgical Evaluation Program), o ETMC (prognóstico com o tratamento cirúrgico de acordo com a alteração anatômica) e a EVA (Escala Visual Analógica). Para
os pacientes com escoliose, foi aplicado o questionário SRS-22 (Scoliosis Research
Society). Para pacientes com mielopatia cervical, foram utilizados os protocolos
de Nurick e JAO (Japanese Association Orthopedic). O protocolo ASIA (American Spinal International Association) foi aplicado em pacientes com algum grau
de déficit neurológico. Em pacientes com doenças degenerativas foram também registrados os sinais de Waddel, quando presentes. Resultados: cinco pacientes com
indicação de cirurgia não foram operados em decisão conjunta médico-paciente devido aos altos índices de mau prognóstico pré-operatório (compensação secundária
e litígio laboral). Entre os 47 operados, todos tiveram melhora de algum grau na dor
ou na incapacidade. Pacientes com pontuação elevada para depressão, angústia ou
afastados há mais de seis meses do trabalho obtiveram índices mais baixo de melhora. Conclusão: a utilização de instrumentos validados em coluna vertebral permite
que a avaliação dos resultados dos tratamentos cirúrgicos seja mais objetiva e facilita comparações dos resultados com os demonstrados na literatura especializada
para casos similares. Pacientes com mau prognóstico cirúrgico ou com barreiras
à melhora podem ser identificados pré-operatoriamente, permitindo ao cirurgião a
oportunidade de discutí-los em bases objetivas.
37.
o estudo realizado no grupo de pacientes com Cifose de Scheuermann evidenciou
correção satisfatória, sendo melhor no grupo instrumentado com 16 a 20 parafusos
pediculares.
39.
Antônio Carlos Monteiro Braconi, Jefferson Soares Leal,
Rogério Santos Pacheco, Rogério Lúcio Chaves de Resende,
Juliano Santos Rodrigues
Tratamento cirúrgico de fraturas
cervicais baixas por redução aberta sem
o uso de tração craniana
Cooperativa de Ortopedia e Traumatologia do Espírito Santo, Vitória Apart
Hospital – COOTES/VIT APART – Belo Horizonte (MG), Brasil.
Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG –
Belo Horizonte (MG), Brasil.
Instituto BIOCOR – Nova Lima (MG), Brasil.
Rogério Lúcio Chaves de Resende, Jefferson Soares Leal,
Antônio Carlos Monteiro Braconi, Juliano Rodrigues dos
Santos
Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG –
Belo Horizonte (MG), Brasil.
Instituto BIOCOR – Nova Lima (MG), Brasil.
Cooperativa de Ortopedia e Traumatologia do Espírito Santo, Vitória Apart
Hospital – COOTES/VIT APART – Belo Horizonte (MG), Brasil.
Objetivo: demonstrar os resultados do tratamento cirúrgico de fraturas cervicais
baixas por redução aberta em uma ou mais abordagens, sem o uso de tração craniana. Pacientes e métodos: avaliamos retrospectivamente os pacientes com fraturas cervicais baixas instáveis e com indicação cirúrgica que foram admitidos e
operados em um hospital universitário no período de Janeiro de 2007 a outubro
de 2008. Todos foram operados pela mesma equipe com redução aberta em todos
os casos, sempre com abordagem inicial ou unicamente pela via anterior, sem o
uso de tração craniana em nenhum dos pacientes. Resultados: foram avaliados 18
pacientes, com 19 fraturas cervicais baixas, média de idade de 36 anos, 16 do sexo
masculino e todos foram vítimas de trauma de alta energia (10 acidentes automobilísticos e motociclísticos, 5 atropelamentos e 3 quedas de altura). Seis pacientes
apresentaram déficits neurológicos, sendo dois com déficits completos (Frankel A) e
quatro com déficits parciais. Na classificação da AO-ASIF, foram observados nove
tipos de fraturas, sendo os mais prevalentes os tipos C1 e B1.2 com quatro fraturas
respectivamente em cada grupo, seguidos por três fraturas do tipo C3 e duas do tipo
A3. Em todos os pacientes, foram obtidas reduções satisfatórias sendo necessária
a tripla abordagem para redução (anterior-posterior-anterior) em quatro fraturas
(21%), sendo três delas tipo B1.2. Realizamos a fixação complementar por via posterior em cinco casos e a corpectomia em duas vértebras. Não houve nenhuma piora
neurológica e nenhuma complicação maior. Tivemos duas infecções superficiais em
dois acessos posteriores. Conclusão: a redução aberta das fraturas cervicais baixas,
iniciando pela abordagem anterior, sem o uso de tração craniana, é factível, segura
independentemente do tipo de fratura na classificação da AO-ASIF, e evita as complicações inerentes ao uso da tração craniana nestes casos
38.
Melhor correção da cifose de
Scheuermann com instrumentação de
última geração usando maior número
de parafusos
Enguer Beraldo Garcia, Hander Ferreira Souza, Sander
Amorim Dalleprani, Eduardo Beraldo Garcia, Roberto
Garcia Gonçalves, Ramon Teodoro Silveira
Santa Casa de Belo Horizonte – Belo Horizonte (MG), Brasil.
Objetivos: avaliar se o sistema de instrumentação de última geração promove uma
melhor correção e estabilização da Cifose de Scheuermann quando aplicado em
níveis maiores de vértebras. O tratamento cirúrgico da Cifose de Scheuermann se
apresenta como um tema, em algumas situações, divergente entre autores. Tradicionalmente se realiza uma fusão anterior e artrodese posterior. Métodos: vinte e
um pacientes com cifose de Scheuermann foram submetidos a tratamento cirúrgico
por vias combinada anterior e posterior. Os pacientes foram divididos em um grupo
com instrumentação de 8 a 12 parafusos e outro de 16 a 20 parafusos, realizando-se
estudo comparativo. Em todos os testes estatísticos utilizados, foi considerado um
nível de significância de 5%. Dessa forma, são consideradas associações estatisticamente significativas aquelas cujo valor foi inferior a 0,05. Resultados: cifose
pré-operatória média 81,5º e pós-operatória 37,0º. No grupo com menor número de
parafusos, a média pós-operatório foi de 44,8º e no de maior número de parafusos, a
média foi de 33,8º, apresentando uma variação de 11,0º entre os grupos. Conclusão:
Artrodese cervical anterior utilizando
grampos compressivos
Objetivo: mostrar os resultados clínicos da artrodese cervical anterior utilizando grampo compressivo e cage preenchido com β-tricálcio fosfato (substituto
sintético de enxerto ósseo). Material e métodos: 25 pacientes consecutivos
com dor monoradicular cervical compressiva foram submetidos à discectomia,
descompressão radicular e artrodese cervical anterior em um nível utilizando
cage em PEEK preenchido com β-tricálcio fosfato fixado com grampo compressivo. A média de idade dos participantes foi 44,4 anos, sendo 6 do sexo masculino e 19 do sexo feminino. O seguimento médio dos pacientes foi de 14 meses,
sendo 22 pacientes com mais de 12 meses de acompanhamento. As seguintes
variáveis foram comparadas entre o pré e o pós-operatório: EVA (Escala Visual
Analógica de dor), Oswestry e SF-12 (avaliação da incapacidade). A análise
radiológica era feita no 3º, no 6º e no 12º mês de pós-operatório. Resultados:
o tempo médio de cirurgia foi de 61,7 minutos. Nenhum paciente necessitou de
transfusão sanguínea e todos tiveram alta no dia seguinte à cirurgia. Nenhuma
complicação foi registrada. Todos pacientes tiveram melhora na avaliação da
dor pela escala visual analógica da dor (EVA) e na avaliação da incapacidade
pelo índice de Oswestry e pelo SF-12. A média da EVA pré e pós-operatória foi
de 7,7 e 1,3, respectivamente. O grau de incapacidade determinado pelo Índice
de Oswestry foi de 45% no pré-operatório e 7% no pós-operatório. O grau de
incapacidade determinado pelo questionário SF-12 foi de 33 no pré-operatório
e de 38,8 no pós-operatório. Conclusão: a técnica de artrodese com grampo de
compressão cervical e cage preenchido com β-tricálcio fosfato apresentou bons
resultados clínicos e radiológicos. O tempo cirúrgico curto foi atribuído ao fácil
manuseio dos implantes e à não retirada de enxerto ósseo proporcionada pelo
uso do substituto sintético de enxerto.
40.
Tratamento das fraturas da coluna
cervical subaxial direcionado pelo
quadro clínico do paciente, pelas
classificações mecanicistas de Allen
e da AO e pelo score para lesões
cervicais
Fabiano Tavares Canto, Paulo Santos Neto, Ilton José
Carilho, Roberto Tavares Canto, Simone Reis
Universidade Federal de Uberlândia – UFU – Uberlândia (MG), Brasil.
Foram estudados 20 pacientes portadores de lesões traumáticas agudas da coluna
cervical subaxial (C3 a C7) tratados em um hospital universitário entre janeiro de
2006 e agosto de 2008. Os pacientes foram avaliados com parâmetros radiológicos,
clínicos e funcionais. A indicação do tratamento utilizado em cada paciente foi baseada no quadro clínico e neurológico, bem como nas classificações morfológicas
de Allen e Ferguson, na classificação do grupo AO e no score de Vaccaro et al.
para lesões subaxiais da coluna cervical. Os pacientes foram tratados de maneira
conservadora (um paciente) ou cirúrgica (artrodese anterior, artrodese posterior ou
artrodese anterior e posterior. O seguimento pós-operatório mínimo de 98% dos
pacientes foi de seis meses. Eles foram separados em dois subgrupos para avaliação
clínica e funcional no pós-operatório, pacientes sem lesão neurológica e pacientes
com lesão neurológica completa ou incompleta. Na avaliação radiográfica no seguimento ambulatorial os pacientes apresentaram sinais de consolidação da artrodese.
Os pacientes sem lesão neurológica apresentaram valores melhores no questionário
SF 36 em relação aos pacientes com lesão neurológica, mas os dois subgrupos apresentaram valores inferiores ao da população normal. Todos os pacientes ficaram re-
COLUNA/COLUMNA. 2009;8(2):222-239
lacionados entre os níveis excelente e regular de acordo com os critérios de Odom.
Foram encontradas três complicações na maostra: sinais de soltura dos parafusos
de uma placa para artrodese anterior ao final de dois anos de evolução, seroma no
pós-operatório imediato de uma artodese posterior para coluna cervical baixa e uma
morte por tromboembolismo pulmonar na terceira semana de pós-operatório em um
paciente com tetraplegia.
41.
Cifose de Scheuermann via posterior
como alternativa para a via combinada
experimental, realizado com coelhos (n=86), divididos em cinco grupos e com o
uso de diferentes drogas, mostra que velhos conceitos, como corticosteroides (neste
estudo), não são eficientes na isquemia induzida e que o uso de drogas não eficazes
e os mecanismos de lesão não são evidentes. Com este trabalho, tentamos trazer do
laboratório algo que possa auxiliar o cirurgião no seu dia-a-dia de um modo mais
simples e direto.
44.
Cezar Oliveira, Rodrigo Macedo
Antonio Ribas, Adão Gonçalves
Santa Casa Poços de Caldas – Poços de Caldas (MG), Brasil.
Hospital da Baleia – Belo Horizonte (MG), Brasil.
O tratamento cirúrgico da Cifose de Scheuermann ainda é objeto de controvérsia,
neste trabalho apresentamos nove casos, submetidos somente à via posterior com o
uso de parafusos pediculares e osteotomias, sem a necessidade do acesso anterior.
Os resultados com menor tempo cirúrgico e de internação, bem como um índice
menor de complicações, mostra que se trata de uma boa opção de abordagem. Entendemos que ainda temos que desenvolver um maior número de casos, mas um
ganho aleatório neste trabalho foi a união de neurocirurgia com ortopedista para
formação de um cirurgião de coluna.
42.
Avaliação clínica e funcional dos
pacientes tratados de espondilodiscite
da coluna vertebral com um
seguimento mínimo de um ano
Fabiano Tavares Canto, Paulo Santos Neto, Ilton José
Carilho, Roberto Tavares Canto, Simone Reis
Universidade Federal de Uberlândia – UFU – Uberlândia (MG), Brasil.
Sete pacientes foram tratados de osteomielite da coluna vertebral em um hospital universitário durante um período de três anos. Esses pacientes foram seguidos por um
tempo mínimo de um ano e avaliados clínica e funcionalmente (SF 36 e escala da
dor de Dennis). O tempo médio entre o início dos sintomas e o diagnóstico definitivo
para o posterior tratamento cirúrgico e medicamentoso foi de três meses. Todos os pacientes apresentavam comorbidades associadas. Apenas dois pacientes apresentavam
alterações neurológicas no momento do diagnóstico (tetraplegia). O local acometido
pela espondilodiscite foi a coluna lombar em três casos, a coluna cervical em três casos e a coluna torácica em um caso. Seis pacientes apresentaram uma espondilodiscite
piogênica inespecífica e um paciente uma espondilodiscite tuberculosa. Os sinais e
sintomas presentes em todos os pacientes no momento do diagnóstico foram: dor na
coluna, astenia importante e perda de peso. O tratamento de todos os pacientes foi
homogêneo com fixação da coluna pela via mais adequada para cada região e um
desbridamento amplo anterior seguido de uma artrodese com enxerto ósseo tricortical. Em nenhuma das infecções inespecíficas foi possível isolar o agente causador.
Todos os pacientes foram tratados com antibiótico de amplo espectro por um tempo
mínimo de seis semanas ou até se obter um valor de proteína-C reativa abaixo de 5.
Os pacientes apresentaram uma melhora clínica e funcional na comparação entre os
períodos pré e pós-operatório com um ano. Não ocorreu piora do estado neurológico
em nenhum paciente e um paciente que se encontrava com tetraplegia antes do tratamento não apresentou melhora do seu quadro após a descompressão e estabilização da
coluna. Ocorreu uma complicação nessa série de casos em que uma paciente diabética
com espondilodiscite cervical evoluiu para óbito durante a segunda semana de pósoperatório em consequência de uma septicemia.
43.
Uso de neuroprotetores em isquemia
medular induzida em coelhos
Cezar Oliveira, João-Jose Lachat
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo –
USP – Ribeirão Preto (SP), Brasil.
A isquemia medular nas corpectomias, principalmente da coluna torácica, ainda
se apresenta em alguns casos como inevitável ou sem explicação. Este trabalho
COLUNA/COLUMNA. 2009;8(2):222-239
Estabilização dinâmica interespinhosa
no nível L5-S1
Hospital Miguel Couto – Rio de Janeiro (RJ), Brasil.
Clínica Enio Serra – Rio de Janeiro (RJ), Brasil.
Objetivo: a intenção do presente trabalho é notificar que é possível, através de
variações técnicas, o implante de sistema de estabilização interespinhoso de silicone
no nível L5-S1 com eficácia e segurança. Metodologia: foi estudado um grupo de
60 pacientes submetidos, no período de janeiro de 2007 a novembro de 2008, ao
implante de sistema de estabilização dinâmica interespinhosa de silicone no nível
L5-S1. Resultados: foram encontradas as seguintes variações anatômicas: 40% dos
pacientes apresentavam a crista sacral média com altura superior a 8 mm (onde o
sistema foi colocado da forma convencional); 35% com a crista sacral média entre
7,5 e 5 mm (onde o sistema foi implantado após pequena drilagem para adaptação )
e 25% dos pacientes apresentavam crista sacral média inferior a 5 mm (onde foi realizada drilagem e modelagem-escultura de calhas laterais a crista sacral média para
implante do sistema). Para a correta colocação do sistema, tanto a apófise espinhosa
de L5 como a crista sacral média foram esculpidas para melhor encaixe do sistema.
O sistema de silicone é ajustado e amarrado com cadarços de poliéster. Conclusão:
devido às variações anatômicas da porção posterior da transição lombossacral e
suas variações, o implante de fixadores e estabilizadores dinâmicos interespinhosos
se torna um interessante problema técnico a ser resolvido e um desafio para o cirurgião de coluna. Em todos os pacientes, mesmo aqueles que apresentavam a crista sacral média de altura inferior a 5 mm, foi possível instalar o equipamento de silicone.
Esse sistema parece ser uma das soluções para a estabilização posterior da transição
lombo-sacral. É necessário que se estudem e avaliem em longo prazo mais casos.
48.
Ressecção de osteoma osteoide
vertebral de forma minimamente
invasiva
Marcos Antônio Ferreira Júnior, Roberto Sakamoto Falcon,
Cristiano Magalhães Menezes, Daniel de Abreu Oliveira,
Johmeson Alencar Dantas Júnior
Hospital Ortopédico de Belo Horizonte – Belo Horizonte (MG), Brasil.
Núcleo de Ortopedia e Traumatologia – Belo Horizonte (MG), Brasil.
Introdução: osteomas osteoides vertebrais são causas de dores lombares, muitas
vezes refratarias ao tratamento conservador. O tratamento cirúrgico tradicional,
através de ressecção aberta, necessita de uma dissecção extensa de partes moles
com potencial para disfunção da musculatura paravertebral. Relato do caso: neste
relato, os autores apresentam dois casos de pacientes portadores de osteoma osteoide vertebral submetidos a tratamento cirúrgico minimamente invasivo. Utilizaramse afastadores tubulares de 16 mm direcionados ao foco das lesões, minimizando a
lesão das partes moles secundárias ao acesso. Paciente ACMD, 15 anos, portadora
de osteoma osteoide na parede posterior do corpo vertebral de L4, evoluiu com melhora satisfatória do quadro álgico. EVA pré-operatório de 10 e pós-operatório de 2
(seguimento de 4 meses). Escala de Oswestry pré-operatória de 39 e pós-operatória
de 4. Paciente MZ, 18 anos, com osteoma osteoide no arco posterior de L3, com boa
resposta. EVA pré-operatório de 8 e pós-operatório de 0. Oswestry pré-operatório
de 34 e pós-operatório de 3 (seguimento de 18 meses). Discussão: a utilização de
meios minimamente invasivos para tratamento cirúrgico do osteoma osteoide parece possuir resultados equivalentes aos procedimentos abertos com as vantagens de
menor lesão de partes moles e melhor aspecto estético das cicatrizes. Porém, apenas
estudos longos e com maior casuística poderão confirmar essa equivalência.
49.
Avaliação da eficácia da tração halogravitacional pré-operatória no
tratamento de escolioses graves
Maximiliano Porto, Helton LA Defino, Carlos Fernando
Herrero, Marcello Nogueira-Barbosa
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo –
USP – Ribeirão Preto (SP), Brasil.
Objetivo geral: verificar a eficácia da tração halo-gravitacional no tratamento
pré-operatório de escolioses graves da coluna vertebral de etiologias variadas.
Objetivos específicos: 1) comprovar a viabilidade de quatro pinos cranianos
como ancoragem quando utilizada carga significativa; 2) quantificar a contribuição da tração e da cirurgia definitiva na correção das curvas; 3) observar o tempo
de tração necessário até a cirurgia definitiva. Métodos: foram revisados arquivos
de 16 pacientes escolióticos graves tratados cirurgicamente que utilizaram tração
halo-gravitacional no período pré-operatório. Todos foram operados pelo mesmo
cirurgião de 2000 até 2008. A inserção dos halos foi feita com base em Mubarak
sob anestesia geral. A tração foi iniciada no primeiro dia pós-operatório com aumento diário de 1 kg se paciente estivesse assintomático. A avaliação radiográfica
incluiu medição Cobb das curvas principal e secundária na visão coronal assim
como a altura da coluna de C7 até S1 na visão sagital. Essa avaliação se repetiu no
período pré-operatório, durante a tração e no pós-operatório. Resultados: a média
de idade foi 14,6 anos. A média de permanência com a tração foi de 34,25 dias. A
média em graus das curvas pré-operatórias foi: principal 95,06, secundária 54,18
e altura C7-S1 32,06 cm. A mensuração das grafias durante o uso do halo demonstrou: principal 71,85, secundária 40,71. Após a avaliação pós-operatória imediata,
verificou-se: principal 65,37 , secundária 37,25 e altura C7-S1 38,37 cm. A porcentagem de redução das curvas no geral foi de: principal 31,57% e secundária
31,48%, com um aumento na altura de C7-S1 15,78%. A média de contribuição
da tração na correção das curvas principais foi de 80% com o acréscimo de 20%
na cirurgia definitiva. Conclusão: a utilização da tração halo-gravitacional com
quatro pinos é segura, sendo uma alternativa de tratamento para as escolioses
graves, proporcionando correção lenta e significativa da deformidade até a fixação
definitiva.
50.
Tratamento cirúrgico da cifose torácica
por meio de osteotomias múltiplas
posteriores
Carlos Fernando Herrero, Helton LA Defino, Maximiliano
Porto, Marcello Nogueira-Barbosa
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo –
USP – Ribeirão Preto (SP), Brasil.
Objetivo: avaliar o resultado tratamento cirúrgico da cifose da coluna vertebral por
meio de osteotomias posteriores múltiplas baseadas na técnica descrita por Ponte.
Métodos: foram avaliados nove pacientes (sete pacientes com cifose de Scheuermann e dois com sequela de laminectomia) submetidos à cirurgia para correção
de deformidade cifótica acentuada (>70°). Os parâmetros radiográficos pré e pósoperatórios analisados foram: a medida da cifose, a presença e medida da escoliose,
a presença de cifose juncional no pós-operatório, perda de correção e complicações
como soltura e quebra dos implantes. Resultados: os pacientes foram seguidos por
um período que variou de 15 a 144 meses (média de 66,6±43,2 meses) e a idade
no momento da cirurgia variou de 12 anos a 20 anos (média de 16,8±2,7 anos). O
valor médio da cifose foi de 78,8±8,05 (Cobb) antes da cirurgia e de 48,6±15,2 no
seguimento, com a perda da correção de 1,3 e média de correção de 30,2±10,7.
Conclusão: o tratamento cirúrgico da cifose torácica por meio de osteotomias múltiplas posteriores apresentou boa correção da deformidade.
52.
Artroplastia cervical multinível
Nelson Machin Arias, Orlando Zamora Placencia, Michel
Issa, Rafael Tavares dos Santos
Hospital Nove de Julho – São Paulo (SP), Brasil.
Hospital das Nações – Santo André (SP), Brasil.
Objetivo: mostrar as possibilidades da técnica de artroplastia cervical multinível para pacientes com discopatia degenerativa da coluna cervical. Métodos:
pacientes portadores de discopatia degenerativa com manifestações clínicas de
compressão radicular, idade média entre 25 e 60 anos, submetidos a exames de
raio X da coluna cervical, T.A.C., R.M. e E.N.M.G. dos membros superiores. Foi
utilizado disco artificial da mesma marca. Vinte e cinco pacientes foram operados
através de incisão transversal cervical anterior com implante do disco artificial
em um, dois ou três níveis, entre C4-C7. A avaliação neurológica levou em conta
os movimentos de flexão, extensão, rotação e intensidade da dor avaliada pela
Neck Dissability Score. Resultados: a idade média foi de 35 anos, sendo 65% do
sexo feminino. Não foram reportadas complicações transoperatórias. Diminuição
da dor cervical ocorreu em 100 % dos pacientes. Conclusões: o estudo sugere
que o disco artificial cervical é uma boa opção de tratamento para a discopatia
cervical multinível, permitindo a restituição e preservação dos movimentos. Não
há casos reportados de migração do disco artificial. A técnica, fácil e segura, abre
o caminho para a recuperação funcional de uma articulação pseudoartrodesada. A
uncoartrose em graus variáveis não seria necessariamente uma contraindicação, e
acreditamos devolver a mobilidade a dois ou mais segmentos da coluna cervical.
Trata-se de um procedimento fisiológico que fará o diferencial das técnicas de
descompressão e artrodese praticado até hoje.
53.
Síndrome de Brown-Sequard por HD
cervical: um caso raro
Jorge Alves, Paulo Peixoto, Duarte Alegre, Nuno Ferreira,
Rui Martins, Joao Correia, Sara Lima, Fernando Silva,
Carlos Sousa
Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa – CHTS – Portugal.
Introdução: a Síndrome de Brown-Sequard é uma entidade rara, classicamente
encontrada em lesões traumáticas agudas da coluna, em que coexiste uma hemissecção do cordão medular. Patologia cervical intrínseca raramente causa a síndrome
e existem poucos casos publicados na literatura. Objetivo: avaliar a hérnia discal
cervical como etiologia e descrever o caso clínico de um doente com Síndrome
de Brown-Sequard tratado cirurgicamente neste serviço. Métodos: paciente de 40
anos, do sexo masculino, sem história de patologia prévia da coluna cervical, teve
início súbito de hemiparesia direita e ausência de sensibilidade dolorosa e térmica
do hemicorpo à esquerda após mergulho com trauma indirecto da coluna cervical.
A ressonância magnética da coluna cervical revelou complexos discosteofitários
posteriores com compressão medular e hiperssinal em T2 em C4-C5-C6. Foi realizada descompressão por via anterior em C4-C5 e C5-C6, e artrodese com cage e
placa. Resultados: o doente recuperou parcialmente os déficits neurológicos após
um longo programa de reabilitação funcional, que continua (sete meses de evolução). Discussão e conclusões: o tratamento cirúrgico e um programa de reabilitação
precoce são de grande importância para a recuperação neurológica de um doente
com Síndrome de Brown-Sequard aguda.
54.
Artrodese da coluna cervical com cage
PEEK
Jorge Alves, Paulo Peixoto, Duarte Alegre, Nuno Ferreira,
Rui Martins, Daniel Lopes, Joao Correia, Sara Lima,
Fernando Silva, Carlos Sousa
Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa – CHTS – Portugal.
Objetivo: analisar e descrever a experiência do serviço com artrodese da coluna
cervical com cage PEEK. Material e métodos: estudo retrospectivo com 15 pacientes (6 com cage preenchida com enxerto autólogo e os restantes com o substituto ósseo DBX®). A maior parte dos doentes operados apresentava como sintoma
principal a cervicobraquialgia, que foi rebelde ao tratamento conservador. Havia
uma boa correlação entre a clínica e os meios auxiliares de diagnóstico (imagem e
estudo eletrofisiológico). A avaliação clínica foi realizada por exame neurológico,
NDI e VAS (axial e braquial). Na avaliação imaginológica, foram obtidos raios X
dinâmicos da coluna cervical, assim como na avaliação por TC do segmento submetido à artrodese. Foram também identificados fatores de risco associados a um maior
risco de pseudoartrose. Resultados: idade média na cirurgia foi de 51,8A (40 a 72
anos); período de seguimento médio de 47,7 semanas. VAS cervical pós-operatório
2,64; VAS radicular pós-operatório 0,6; NDI pós-operatório 16,7; satisfação com a
cirurgia 7,2 (escala de 0 a 10); 2 casos de pseudoartrose. Discussão e conclusões: a
artrodese com cage no tratamento de patologia degenerativa do disco intervertebral
é uma técnica fiável, com baixa taxa de complicações e resultados semelhantes à
COLUNA/COLUMNA. 2009;8(2):222-239
técnica padrão-ouro. Embora a introdução das PEEK tenha facilitado a verificação
da artrodese, o problema ainda não está completamente resolvido.
55.
Relato de caso: pseudotumor
inflamatório por micobactéria na
coluna vertebral
Artrodese Smith-Robinson na criança
Rodrigo Rezende, Igor M. Cardoso, Gustavo Silva, José Ed.
G. Ribeiro, Nelson Elias
Jorge Alves, Paulo Peixoto, Duarte Alegre, Nuno Ferreira,
Rui Martins, Daniel Lopes, Joao Correia, Sara Lima,
Fernando Silva, Carlos Sousa
Vila Velha Hospital – Vitória (ES), Brasil.
Santa Casa de Misericórdia de Vitória – Vitória (ES), Brasil.
Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa – CHTS – Portugal.
Os autores descrevem dois casos clínicos de lesões raras da coluna subaxial em
idade pediátrica, tratadas com artrodese por via anterior. Caso 1: paciente de 14
anos de idade, do sexo masculino, apresentou-se no SU com cervicalgia e déficit
neurológico nos membros superiores após traumatismo indirecto da coluna cervical
por um mecanismo de flexão compressão – mergulho. O estudo de imagem mostrou
uma fratura compressiva do corpo de C5 com instabilidade C4-C5. Foi submetido
à artrodese por via anterior tipo Robinson-Smith. No pós-operatório, desenvolveu
um quadro clínico compatível com Síndrome de Horner, que regrediu progressiva e completamente durante o seguimento. Completou recentemente dois anos de
acompanhamento. Apresenta um NDI de 0 e VAS axial de 0. Caso 2: paciente de
11 anos de idade, sexo feminino, apresentou-se no SU com cervicalgia sem déficit
neurológico após traumatismo indirecto da coluna cervical por um mecanismo de
flexão – acidente automobilístico. O raio X mostrou sinais indiretos de instabilidade
C5-C6; a RMN imagens compatíveis com lesão do complexo musculo-ligamentar
posterior entre C5-C6. Foi iniciado tratamento conservador com colar cervical, mas
por persistência das queixas axiais e de imagens de instabilidade nos estudos dinâmicos, optou-se pelo tratamento cirúrgico com artrodese por via anterior tipo
Robinson-Smith. Após dois anos de acompanhamento clínico, a paciente apresenta
um NDI de 2 e VAS axial de 0. Trata-se de lesões raras da coluna cervical subaxial
em crianças – fratura em compressão e lesão ligamentar posterior – que são habitualmente tratadas de forma conservadora. No entanto, no primeiro caso, o déficit
neurológico e, em ambos os casos, a instabilidade ditaram a opção cirúrgica. Se, na
primeira situação, a artrodese por via anterior era a hipótese mais consensual, no
segundo caso houve uma indecisão entre a opção escolhida e a realização de uma
artrodese por via posterior coadjuvada com cabos de aço interespinhosos.
56.
65.
Resultados clínicos e biomecânicos após
artroplastia de disco cervical
Jorge Alves, Paulo Peixoto, Duarte Alegre, Nuno Ferreira,
Rui Martins, Daniel Lopes, Joao Correia, Sara Lima,
Fernando Silva, Carlos Sousa
Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa – CHTS – Portugal.
A artroplastia de disco cervical foi desenvolvida para substituir o disco doente. Os
objetivos primários baseiam-se na remoção da fonte de dor, manutenção da altura
do segmento e preservação da estabilidade e mobilidades, reduzindo o stress mecânico dos discos adjacentes. Objetivo: avaliar resultados clínicos e biomecânicos
após artroplastia de disco cervical. Métodos: estudo retrospectivo de 15 pacientes
(9 homens; 6 mulheres; idade média na cirurgia de 39,5 anos) submetidos à artroplastia de disco cervical, com um recuo máximo de 32 meses. Foram utilizadas
duas prótese de disco cervical, a Prestige e a Bryan. Todos os pacientes operados
apresentavam como sintoma principal cervicobraquialgia, que foi resistente ao tratamento conservador. Havia uma boa correlação entre a clínica e os meios auxiliares
de diagnóstico (imagem e estudo electrofisiológico). A avaliação clínica foi realizada por exame neurológico, NDI e VAS (axial e braquial). Na avaliação radiológica, foram avaliadas as mobilidades e a estabilidade dos segmentos operados e dos
imediatamente adjacentes através de radiografias estáticas e dinâmicas da coluna
cervical. Resultados: foram implantadas 15 próteses (5 Prestige e 10 Bryan). O
nível mais afectado foi C5-C6. Houve uma melhora estatisticamente significativa
entre as médias do NDI e VAS pré e pós-operatórios. Não houve diferença significativa entre as mobilidades dos segmentos afetados ou dos imediatamente adjacentes.
Não houve complicações importantes, salvo uma paciente que apresentou rouquidão pós-operatória, que não resolveu apesar de terapia da fala. A generalidade dos
pacientes apresentou um elevado grau de satisfação com a cirurgia. Discussão e
conclusões: a artroplastia de disco cervical parece ser uma técnica segura e fornece
bons resultados clínicos preliminares. As mobilidades não foram significativamente
alteradas após a cirurgia. É necessário um acompanhamento mais prolongado do
paciente para avaliar a segurança, eficácia e capacidade de prevenção de doença
dos níveis adjacentes.
COLUNA/COLUMNA. 2009;8(2):222-239
Introdução: incomum na coluna vertebral, o pseudotumor inflamatório causado
por micobactéria é uma entidade rara que acomete adultos jovens. Normalmente,
é uma lesão tumescente benigna circunscrita, usualmente solitária e de etiologia
desconhecida. Histologicamente, é composta por linfócitos, histiocitos, plasmocitos
e miofibroblasto. A micobactéria, após penetrar no organismo, pode se disseminar e
se instalar em qualquer sítio, desde formas pulmonares quanto extrapulmonares que
englobam pleural, ganglionar, osteoarticular, intestinal, geniturinária, peritoneal,
pericárdica, cerebral, ocular e cutânea. O tratamento indicado é a ressecção cirúrgica mantendo margens livres, uma vez que pode haver recorrência consequente
à infiltração local. Objetivo: alertar a possibilidade do desenvolvimento de lesão
pseudotumoral causadas por micobactérias na coluna vertebral, acarretando quadro
neurológico que simula tumor malíginos. Relato de caso: paciente de 25 anos, sexo
feminino, previamente saudável, iniciou dor na transição toracolombar da coluna
vertebral há três meses, evoluindo com piora progressiva, deu entrada no nosso
serviço apresentando dor e déficit motor para flexão do quadril esquerdo. Exames
laboratoriais mostraram presença de anemia, sem leucocitose, plaquetocitose de
630 mil, PCR de 100 e VHS de 35, HIV negativo. Exames radiográficos mostraram
presença de fratura de L2 e comprometimento das vértebras de L1 e L3, tomografia
computadorizada apresentou colapso de L2 com comprometimento de pedículos
principalmente esquerdo. Ressonância magnética mostrou presença de extensa lesão expansiva comprometendo L1, L2 e L3 tanto coluna anterior, média e posterior.
Devido ao comprometimento neurológico, realizou-se descompressão medular e
estabilização da coluna vertebral com parafusos pediculares e colheu-se material
para cultura e anatomopatológico. No pós-operatório, o paciente evolui sem dor
na coluna vertebral e com melhora do quadro neurológico ASIA 210 para ASIA
212. Após o tratamento cirúrgico, observou-se lâmina com numerosos histiócitos
sugestiva de pseudotumor por micobactérias e se iniciou tratamento com esquema
tríplice. Discussão: embora existam na literatura relatos de caso de pseudotumor
inflamatório por micobactéria em diversas regiões do corpo, não encontramos nenhum relato de acometimento na coluna vertebral; a raridade deste caso nos levou a
descrevê-lo para alertar os médicos quanto à possibilidade dessas lesões na coluna
vertebral e à importância de se solicitar análise de cultura para fungos e de outras
micobactérias, não apenas a micobactéria tuberculosis, como é de rotina.
66.
A utilização do Gamma Probe no
auxílio ao tratamento cirúrgico do
osteoma osteoide na coluna vertebral:
relato de caso
Eduardo Hayashi, Marcos Sato, Decio de Conti, Rodrigo
Boechat, Rafael Mortati, Giselle Hayashi
Hospital XV Clínica de Fraturas e Ortopedia – Curitiba (PR), Brasil.
Santa Casa de Misericórdia de Curitiba – Curitiba (PR), Brasil.
Introdução: o osteoma osteoide na coluna vertebral é frequente. A indicação de
tratamento é cirúrgico, e a ressecção deve ser total, mas dependendo da localização,
torna-se difícil. O gamma probe auxilia na detecção precisa da lesão colaborando
para a sua retirada total. Relato do caso: paciente masculino de 14+10 anos, submetido à cirurgia convencional em 7 de dezembro de 2004, para ressecção de osteoma
de sacro, em que na TAC pós-operatória revelou ressecção parcial. Devido à melhora clínica, foi decidido aguardar a evolução. O paciente retornou em 7 de fevereiro
de 2007, apresentando a mesma sintomatologia. A TAC mostrou recidiva do tumor
e dor importante. Decidiu-se por nova intervenção cirúrgica com o uso do gamma
probe, para detecção intraoperatória. Injetaram-se, duas horas antes do ato operatório, tecnécio e metileno difosfato radioativo (MDP). No campo cirúrgico, é utilizado
o lápis detector da radioatividade, cujo campo de visão é pequeno e restrito; assim,
consegue-se o exato local da ressecção. Atualmente, com dois anos (24 meses) de
pós-operatório, está assintomático. Discussão: o osteoma osteoide e osteoblastoma
são lesões tumorais osteoblásticas benignas diferenciadas primariamente pelo tamanho, que mostram propensão pela coluna vertebral. Acomete predominantemente
crianças e adolescentes na segunda e terceira décadas de vida, e a dor é o sintoma
principal. O tratamento consiste na completa ressecção da lesão, em locais de difícil
acesso. A retirada pode ser parcial, sendo necessária nova intervenção. A primeira
publicação da utilização do gamma probe foi realizada por Rinsky et al. em 1980.
Neste paciente, na primeira tentativa de ressecção, marcou-se na pele o local mais
doloroso, radiografias e o uso do intensificador de imagem durante o ato cirúrgico;
a ressecção foi incompleta. Ocorreu a recidiva em três anos, e na segunda cirurgia
foi utilizado o gamma probe, cuja sensibilidade em determinar o local exato da
lesão é alta a sensibilidade devido à sua sensibilidade, evitando ressecções amplas e
que possam ocasionar instabilidades residuais que, às vezes, requerem artrodeses e
fixações. O método pode ser extendido para outros ossos, facilitando e dando uma
segurança maior para cirurgião.
Discussão: o quadro clínico da tuberculose vertebral pode ser muito pouco exuberante. Apesar de todo o arsenal diagnóstico que temos disponível nos nossos dias, por
vezes o diagnóstico de tuberculose vertebral é feito com base numa prova terapêutica.
Conclusão: o Mal de Pott ainda é uma patologia frequente com um diagnóstico difícil, e que pode atingir também as crianças. Os profissionais de saúde e a população
em geral devem estar sensibilizados para a sua prevenção e diagnóstico precoce. Por
vezes, a prova terapêutica é o único elemento positivo no diagnóstico desta patologia.
69.
67.
Espaçador interespinhoso dinâmico
(Wallis) versus discectomia simples
Nuno Ferreira, Clyde Viamonte, Carlos Sousa, Jorge
Mendes, Jorge Alves; Daniel Lopes; Duarte Alegre; Rui
Martins; Joao Correia
Nuno Ferreira, Clyde Viamonte, Carlos Sousa, Jorge
Mendes, Jorge Alves, Daniel Lopes, Duarte Alegre, Rui
Martins, Joao Correia
Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa – CHTS – Portugal.
Objetivos: hérnias discais lombares são uma patologia muito frequente na população
em geral. O tratamento na maioria dos casos consiste na discectomia simples. Uma das
complicações associadas a este procedimento é a instabilidade originada pela discectomia. O espaçador interespinhoso dinâmico foi desenvolvido para melhorar a estabilidade do segmento afetado. Efetuou-se um estudo comparativo entre os resultados precoces
de pacientes submetidos à discectomia com e sem espaçador interespinhoso. Métodos:
revisão dos livros de registos cirúrgicos entre 2005 e 2007; identificação de doentes
submetidos à discectomia simples (20) ou associada à colocação de espaçador interespinhoso (14). Os autores analisaram os processos clínicos e submeteram os pacientes
a um exame físico e radiológico (radiografias dinâmicas) para verificar a presença de
sinais de instabilidade. A avaliação funcional foi efetuada através do Oswestry score e
escala analógica visual de dor (pré e pós-operatório). O implante usado foi o espaçador
interespinhoso Wallis (R) da Abbot Spine. Resultados: acompanhamento médio de 18
meses. Evolução favorável nos dois grupos, com resolução da ciatalgia, sem recidiva
das queixas. Ocorreram seis complicações no grupo Wallis: uma infecção profunda
submetida à extracção do implante e antibioterapia; cinco seromas superficiais (sem
necessidade de cuidados adicionais); três complicações no grupo das discectomias simples: duas lacerações peroperatórias da dura-mater (sutura) e uma infecção superficial
(antibioterapia). Owestry score foi significativamente superior no grupo com estabilização interespinhosa (25 versus 16,5). Não houve diferenças nos valores da VAS. Conclusão: a instabilidade provocada pela própria patologia e pelo procedimento cirúrgico
efetuado pode ser diminuída com a colocação de um espaçador interespinhoso. Tanto os
resultados funcionais como a análise radiológica demonstram uma melhoria no grupo
de pacientes submetidos à colocação de espaçador interespinhoso. O espaçador interespinhoso dinâmico é um implante promissor na diminuição das queixas associadas à
instabilidade pós-operatória em hérnias discais lombares. São necessários estudos com
maior casuística e um acompanhamento mais longo para obter resultados estatisticamente significativos.
68.
Mal de Pott na criança: um diagnóstico
de exclusão
Nuno Ferreira, Clyde Viamonte, Carlos Sousa, Jorge
Mendes, Jorge Alves, Daniel Lopes, Duarte Alegre, Rui
Martins, Joao Correia
Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa – CHTS – Portugal.
Objectivos: a tuberculose vertebral é uma das doenças mais antigas da humanidade e
é um grave problema de saúde pública nos países subdesenvolvidos. Atinge cerca de
50% dos doentes com envolvimento ósseo. Atinge maioritariamente a coluna dorsal
e lombar, mas nas crianças pode ter um atingimento cervical. O diagnóstico pode ser
muito difícil, e por vezes é baseado em prova terapêutica. O objetivo do trabalho foi
fazer uma abordagem da etiopatogenia e diagnóstico tendo por base um caso clínico
pediátrico. Metodologia: os autores apresentam o caso clínico de uma criança do
sexo masculino, de oito anos de idade, com história de uma síndrome febril de origem
indeterminada. Na investigação, identificou-se uma coleção em nível de C2-C3. A
criança foi submetida à exploração da lesão e drenagem cirúrgica por via anterior,
com curetagem do corpo de C2. Todos os exames culturais realizados se revelaram
negativos. Iniciou empiricamente tuberculostáticos (Isoniazida, Rifampicina, Pirazinamida e Estreptomicina). Resultados: três meses após o internamento, a paciente
apresentava-se assintomática, com regressão quase completa da lesão no nível C2.
Fracturas da coluna cervical: um flagelo
sem esperança?
Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa – CHTS – Portugal
Objetivos: as fraturas da coluna cervical são uma das patologias mais temidas pelos
cirurgiões ortopédicos, essencialmente pelo péssimo prognóstico associado. A etiologia, na maioria dos casos, são os acidentes automobilísticos. Os autores apresentam a
casuística do serviço neste tipo de lesão submetida a tratamento cirúrgico. Métodos:
efetuou-se uma revisão dos livros de registos cirúrgicos entre 2004 e 2007. Identificaram-se 17 pacientes submetidos a tratamento cirúrgico (13 do sexo masculino e 4 do
sexo feminino; média de idade 44,5 anos). Os pacientes foram submetidos a um exame físico e radiológico para avaliação do resultado funcional e da taxa de fusão e deformidades associadas. Resultados: oito pacientes apresentavam lesões neurológicas
pré-operatórias (7 ASIA A e 1 ASIA C), 16 com atingimento da coluna cervical baixa
e 1 com atingimento da coluna cervical alta. Apenas um paciente apresentou melhoria dos déficits neurológicos (ASIA C para ASIA D). Não ocorreram complicações
maiores e não houve surgimento de déficits nos pacientes sem déficit pré-operatório.
Conclusão: o prognóstico das fraturas da coluna cervical depende essencialmente das
lesões estabelecidas pré-operatoriamente. Os resultados do tratamento cirúrgico destas lesões não é encorajador. A cirurgia é essencial para a prevenção do agravamento
ou surgimento de novos déficits neurológicos.
70.
Empiema epidural cervical: caso clínico
Rui Martins, Paulo Peixoto, Jorge Alves, Nuno Ferreira,
Daniel Lopes, João Correia, Carlos Sousa
Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa – CHTS – Portugal.
Introdução: um empiema epidural é uma situação rara e potencialmente letal, que se
define por uma coleção de pus limitada entre a dura mater e os limites ósseos do canal
medular. A tríade diagnóstica é constituída por cervicalgia, febre e déficits neurológicos. Material: este caso refere-se a uma senhora de 69 anos, com HTA e DM tipo 2,
que recorreu ao SU por cervicalgia e paraparésia esquerda com três dias de evolução,
evoluindo posteriormente para déficits motores do MSE (1/5), MIE (1/5) e MID (2/5).
Encontrava-se apirética e não apresentava déficits sensitivos, nem déficits motores do
MSD. Métodos: a TAC cranioencefálica não apresentava alterações. Analiticamente, revelou-se leucocitose com neutrofilia e PCR de 259.7 mg/L. Foi efetuada RMN
cervical de urgência. Resultados: a RMN mostrou tratar-se de um provável empiema
cervical com compressão medular, que foi drenado por laminectomia C5-C7. Iniciou-se
antibioterapia empírica no PO com Vancomicina, Ceftriaxone e Metronidazol. A paciente melhorou clinicamente, tendo tido alta 15 dias depois com tetraparésia mais uniforme
(força musuclar: MSD 4/5, MID 2/5, MSE 2/5, MIE 2/5). Foi isolado Staphylococcus
aureus no líquido colhido, alterando-se a antibioterapia alterada para ciprofloxacina.
Discussão: nos abcessos e empiemas epidurais, a pele é o foco de origem mais frequente, sendo a disseminação efcetuada por via hematogéna. O Staphylococcus aureus é o
agente mais frequente, e o diabetes mellitus constitui o factor de risco mais importante.
Nesta pacietne, a apresentação clínica sem atingimento inicial do MSD constitui uma
apresentação atípica de compressão medular, bem como a ausência de febre contribuiu
para a dificuldade diagnóstica. Conclusão: esta patologia pode apresentar uma clínica variável, exigindo um elevado índice de suspeição, de forma a diagnosticar e tratar
atempadamente uma situação clínica potencialmente letal, e com potencial de morbidade importante.
COLUNA/COLUMNA. 2009;8(2):222-239
71.
Correlação entre a classificação de Load
Sharing e resultado funcional na fratura
tipo explosão da coluna toracolombar e
lombar de tratamento cirúrgico
Osmar Avanzi, Élcio Landim, Robert Meves, Maria Fernanda
Caffaro, Valmir Fernandes
Faculdade de Ciências Médicas da Santa de Misericórdia de São Paulo –
FCMSCMSP – São Paulo (SP), Brasil.
Objetivo: correlacionar a classificação de Load Sharing com o resultado funcional
nos pacientes com fraturas tipo explosão da coluna toracolombar e lombar tratados
cirurgicamente, no nosso serviço. Metodologia: foi realizado estudo retrospectivo
com 28 pacientes portadores de fratura tipo explosão da coluna toracolombar e lombar
submetidos a tratamento cirúrgico por via posterior ou dupla abordagem, no período
de 1993 a 2007. O período de seguimento dos pacientes variou de seis a 168 meses
(média de 74 meses). As fraturas vertebrais foram classificadas segundo a pontuação
de load sharing e o resultado funcional ao final do tratamento, avaliado mediante as
escalas funcionais de dor e trabalho de Denis. Resultados: no grupo de pacientes
avaliado, 13 deles (46,42%) tinham pontuação menor ou igual a 6 e 15 pacientes
(53,58%) apresentavam pontuação maior do que 6. Dos 13 pacientes com pontuação
menor ou igual a 6, 11 (84,61%) estavam sem dor ou apresentavam dor mínima, e
retornaram ao trabalho com ou sem mudança de atividade. Dos 15 pacientes com pontuação maior que 6, nove pacientes (60%) tinham queixa de dor grave ou incapacitante, e 8 pacientes (53,33%) se diziam incapacitados para o trabalho.Conclusão: não
houve correlação estatisticamente significativa entre a classificação de load sharing
e o resultado funcional na fratura explosão da coluna toracolombar e lombar tratada
cirurgicamente. Porém, com base nos resultados estatísticos, podemos dizer que, ao
menos, existiu uma forte tendência a uma relação significativa.
75.
Fratura na coluna vertebral por mieloma
múltiplo: correlação entre sobrevida e
índices de Tomita e Tokuhashi
em cada) divididos entre mais ou menos de 60 anos. Nos pacientes com mais de 60
anos que precisaram de cirurgia, havia maior degeneração discal e estenose foraminal
associada do que naqueles que não precisaram da cirurgia. Nos pacientes com menos
de 60 anos, a falha do tratamento com bloqueios esteve associada a hérnias subligamentares e não migradas. Não houve complicação imediata ou tardia relacionada ao
procedimento. Conclusão: os bloqueios anestésicos transforaminais são uma alternativa eficaz e segura no controle da dor ciática secundária à hérnia discal lombar.
81.
Emiliano Vialle, Luiz Roberto Vialle, Ubirajara Bley Filho
Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR – Curitiba (PR), Brasil.
Objetivo: avaliar a influência do bloqueio facetário comparativo sobre a decisão de
realizar ou não uma artroplastia lombar. Metodologia: no período de janeiro de 2004
a outubro de 2006, 65 pacientes foram avaliados como candidatos à artoplastia da
coluna lombar, de acordo com os critérios do FDA, além de apresentarem discografia
provocativa positiva no nível degenerado. Esses pacientes foram submetidos a bloqueio facetário comparativo, que foi considerado positivo quando havia alívo significativo da dor lombar. Resultados: dos 65 pacientes avaliados, 43 apresentaram alívio
importante da dor com o bloqueio facetário, apesar de não haver patologia facetária
evidenciada pelo exame. Esses pacientes foram excluídos do grupo de candidatos a
artroplastia lombar, sendo submetidos à artrodese circunferencial. Conclusões: uma
parcela significativa dos pacientes que preenchem critérios clínicos para realização de
artroplastia lombar têm dor de origem facetária. O bloqueio facetário pode auxiliar na
indicação da artroplastia e talvez melhorar as taxas de satisfação com o tratamento.
82.
Osmar Avanzi, Élcio Landim, Robert Meves, Maria Fernanda
Silber Caffaro, Ricardo Umeta, Marcos Vaz de Lima
80.
Bloqueio radicular lombar via
transforaminal no manejo da hérnia
discal lombar
Emiliano Vialle, Luiz Roberto Vialle, Rodolfo Paez, Pablo
Godinho, Luiz Felipe Carvalho, William Contreras,
Fernando Coutinho
Artrodese lombar circunferencial
minimamente invasiva: estudo
prospectivo com dois anos de seguimento
Emiliano Vialle, Luiz Roberto Vialle, André Vidigal
Faculdade de Ciências Médicas da Santa de Misericórdia de São Paulo –
FCMSCMSP – São Paulo (SP), Brasil.
Objetivo: avaliar a aplicabilidade dos índices de Tokuhashi e Tomita nos pacientes portadores de mieloma múltiplo (MM) e lesão vertebral. Métodos: estudo
retrospectivo mediante avaliação de prontuários e radiografias de portadores de
MM por meio da aplicação dos critérios de Tomita e Tokuhashi. Resultados:
não houve correlação entre os índices (Tomita e Tokuhashi) e a taxa de sobrevida nestes pacientes (p=0,2255; p=0,8472). Conclusão: os índices de Tomita
e Tokuhashi não apresentaram aplicabilidade nos portadores de MM na coluna.
Influência do bloqueio facetário
comparativo sobre a indicação de
artroplastia lombar
Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR – Curitiba (PR), Brasil.
Objetivo: relatar a experiência dos autores com o tratamento da patologia degenerativa discal com artrodese circunferencial minimamente invasiva. Métodos: 30
pacientes foram submetidos à artodese circunferencial com espaçador intersomático por via anterior e parafusos translaminofacetários por via posterior. Todos os
pacientes tinham patologia degenerativa discal confirmada por discografia positiva, e apresentavam algum tipo de contraindicação para artroplastia lombar, além
de comprovadamente realizarem tratamento conservador por um mínimo de seis
meses. Todos foram avaliados antes e depois da cirurgia por meio da escala visual
analógica de dor e da escala de Oswestry, além de uma escala de satisfação com o
tratamento (de 0 a 10 pontos). Resultados: houve duas complicações associadas ao
procedimento, sendo uma lesão vascular, reparada no transoperatório, e um caso de
ejaculação retrógrada transitória, e todos os pacientes apresentaram consolidação
intersomática aos seis meses de acompanhamento. A escala de dor mudou de 9.1
(pré-operatório) para 2.3 (pós-operatório), e a escala de Oswestry mudou de 47 para
18% de incapacidade. A taxa de satisfação, após dois anos de seguimento, foi de 9.2.
Conclusão: a artodese circunferencial, utilizando métodos minimamente invasivos,
permite consolidação intersomática e boas taxas de recuperação funcional.
Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR – Curitiba (PR), Brasil.
Objetivo: relatar a experiência dos autores com o controle da dor radicular secundária
à hérnia discal lombar, utilizando bloqueio anestésico transforaminal. Métodos: os
autores seguiram prospectivamente 70 pacientes portadores de hérnia discal lombar,
causando radiculopatia. Os critérios de inclusão foram: dor radicular maior que a lombar; falha do manejo conservador inicial, que incluía fisioterapia, acupuntura e medicações por via oral; duração máxima do quadro de oito semanas. Os pacientes foram
avaliados quanto à dor utilizando a escala analógica de dor (1 a 10 pontos) antes do
procedimento, semanalmente durante um mês e mensalmente até o terceiro mês. Na
ocorrência de retorno progressivo da dor, um novo bloqueio anestésico era realizado.
Resultados: 54 pacientes estavam assintomáticos após o terceiro mês de tratamento,
sendo que 30 precisaram de um bloqueio, 17 de 2 bloqueios, e 7 de 3 bloqueios.
Dentre os 16 pacientes que não apresentaram melhora, pôde-se observar 2 grupos (8
COLUNA/COLUMNA. 2009;8(2):222-239
84.
Artrodese lombar minimamente
invasiva por via anterior no tratamento
da degeneração discal lombar: estudo
prospectivo com um ano de seguimento
Emiliano Vialle, Luiz Roberto Vialle, Rodolfo Paez, Luiz
Felipe Carvalho, Pablo Godinho
Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR – Curitiba (PR), Brasil.
Objetivo: relatar a experiência dos autores com o tratamento da patologia degenerativa discal com artrodese por via anterior. Metodologia: os autores apresentam
dez casos, cinco com placa e espaçador intersomático e cinco com espaçador intersomático autobloqueante, e revisam as vantagens e limitações da técnica. Todos os
pacientes tinham patologia degenerativa discal confirmada por discografia positiva
e apresentavam algum tipo de contraindicação para artroplastia lombar, além de
comprovadamente realizarem tratamento conservador por um mínimo de seis meses. Todos foram avaliados antes e depois da cirurgia utilizando a escala visual analógica de dor e a escala de Oswestry. Resultados: não houve complicação associada
ao procedimento e nove pacientes apresentaram consolidação intersomática aos seis
meses de acompanhamento. A escala de dor mudou de 8 (pré-operatório) para 2
(pós-operatório), e a escala de Oswestry mudou de 60 para 12% de incapacidade.
Houve um caso de pseudoartrose com quebra da placa, revisada por via posterior.
Conclusão: as duas técnicas empregadas permitem estabilidade suficiente para artrodese por via anterior, permitindo a preservação da musculatura paravertebral e
do canal vertebral.
88.
Validação de modelo de degeneração
discal experimental em coelhos
Emiliano Vialle, Luiz Roberto Vialle, Ricardo Riet, André
Arruda
Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR – Curitiba (PR), Brasil.
Objetivos: desenvolver, aplicar e validar um modelo de produção de degeneração
discal experimental em coelhos. Metodologia: realizou-se a cirurgia experimental
para indução de degeneração discal em 13 coelhos New Zealand (machos, pesando
de 3,5 a 4,5 kg) tendo sido colocados em pronação lateral, efetuando-se uma abordagem lateral (cerca de 5 cm). Expôs-se a superfície anterior de 5 DIVs lombares
consecutivos (L2-L3 a L6-L7) e, após palpação para determinar o nível dos DIVs,
puncionou-se 3 DIVs consecutivos com agulha 18G, na profundidade padronizada
de 5 mm, permanecendo por 5 segundos. Todas as cirurgias foram realizadas por um
único pesquisador. Fez-se o seguimento da evolução dos animais durante 2 meses,
investigando e relatando possíveis alterações clínicas. Resultados: realizaram-se
13 cirurgias experimentais, ocorrendo a morte de 2 animais durante a evolução (1
após 45 dias de evolução, outro no período pós-operatório). Verificou-se uma notável curva de aprendizagem do cirurgião, comparando-se o tempo total necessário
para realização do procedimento. Através das análises radiológica e histológica,
confirmou-se que os discos perfurados entraram em processo de degeneração, ao
contrário dos que não foram puncionados. Conclusão: através da padronização do
procedimento, obteve-se um modelo animal validado, seguro e reprodutível, possibilitando sua aplicação em outros estudos e permitindo futuros testes terapêuticos.
93.
Acesso anterior da junção cérvicotorácica: particularidades da técnica
Asdrubal Falavigna, Orlando Righesso, Darcy R. Pinto-Filho,
Daniel Volquind, Alisson R. Teles
Universidade de Caxias do Sul – UCS – Caxias do Sul (RS), Brasil.
Objetivo: lesões da junção cérvico-torácica têm uma tendência alta a causar instabilidade e apresentam grandes desafios anatômicos e biomecânicos ao tratamento
cirúrgico. Diversas abordagens cirúrgicas nessa região foram descritas na literatura.
Neste trabalho, os autores relatam sua experiência (lado do acesso, quando realizar
manubriotomia, cuidados durante a descompressão e fixação, particularidades no pósoperatório) no acesso anterior de lesões instáveis e compressivas envolvendo a junção
cérvico-torácica. Métodos : foram operados 14 pacientes com sintomas dolorosos e
distúrbio funcional medular motor e sensitivo cuja investigação radiológica pela TC
e RM demonstrou lesão do corpo vertebral de C7, T1 e/ou T2 e compressão medular.
A técnica cirúrgica adotada foi uma abordagem de Smith-Robinson pela esquerda e
manubriotomia quando o exame de TC com reconstrução sagital mostrasse uma incapacidade de visualização do segmento mais inferior do canal medular. Uma vez feita
a descompressão, foram utilizados mesh e placa cervical ou mesh e fixação posterior
para estabilização e reconstrução da região. Os pacientes foram acompanhados no
pós-operatório hospitalar, 30 dias, 3 meses, 6 meses e anualmente, a fim de avaliar a
evolução clínica e radiológica. Resultados: a faixa idade de maior incidência foi dos
50 a 70 anos, havendo predomínio do sexo masculino e da patologia tumoral secundária (metástases). Foi necessária a abertura do manúbrio em nove casos. A reconstrução
sagital com visualização do manúbrio esternal permitiu inferir a necessidade ou não
da esternotomia parcial. Houve melhora neurológica e alívio da dor em todos os pacientes. Houve uma complicação de hematoma em leito cirúrgico em que o paciente
permaneceu com disfonia parcial apesar da intervenção precoce. Conclusão: o acesso
anterior da junção cérvico-torácica é seguro e de fácil execução, desde que algumas
particularidades da técnica sejam conhecidas e aplicadas.
96.
Relações anatômicas da veia iliolombar
durante a abordagem anterior à coluna
lombo-sacra
Emiliano Vialle, Luiz Roberto Vialle, Pablo Godinho, Luis
Felipe Carvalho, William Contreras, Sérgio Rocha
Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR – Curitiba (PR), Brasil.
Liga de Anatomia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR –
Curitiba (PR), Brasil.
Objetivos: fornecer orientações para a identificação e ligadura da veia ililombar
durante abordagem anterior minimamente invasiva da coluna vertebral lombosacra, determinando sua distância a pontos fixos encontrados nesta abordagem. Métodos: 20 cadáveres foram submetidos à dissecção retroperitoneal, de modo a não
interferir na anatomia vascular anterior da coluna lombosacra. Foram mensuradas a
distância entre a veia iliolombar e a bifurcação da veia cava inferior bilateralmente;
e a distância entre o centro da parte mais proeminente da junção lombosacra
e a veia iliolombar, em ambos os lados. As medições foram realizadas com o uso
de um paquímetro por dois observadores independentes. Resultados: as distâncias
médias entre a bifurcação da veia cava inferior e as veias iliolombar direita e esquerda foram 3,95±1,15 e 4,94±1,32 cm, respectivamente; e as distâncias médias entre
o ponto mais proeminentes da junção lombosacra e das veias iliolombar direita
e esquerda foram de 3,81±1,28 e 3,93±0,77 cm, respectivamente. Conclusão: as
relações entre a veia iliolombar e os pontos anatômicos fixos ajudam os cirurgiões
a identificar e ligar essas veias na abordagem anterior minimamente invasiva da
coluna lombosacra.
98.
Sarcoma de partes moles cervical
com comprometimento secundário da
coluna cervical: relato de caso
Chárbel Jacob Junior, Carlos Eduardo F. Oliveira, Jefferson
A. Galves, Francisco Prado, Douglas G.Rodrigues, Pedro S.
Rios
Hospital do Servidor Público Estadual “Francisco Morato de Oliveira” –
HSPE-FMO – São Paulo (SP), Brasil.
Introdução: os sarcomas de partes moles surgem primariamente dos tecidos conectivos do corpo: fibroso, adiposo, muscular e ósseo. O rabdomiosarcoma é o tipo de
sarcoma de partes moles mais comum em crianças de 0 a 14 anos. Ele representa
cerca de 60% dos casos de sarcomas de partes moles em crianças com menos de 5
anos de idade e 50% no restante do grupo etário até 14 anos de idade. O rabdomiosarcoma representa aproximadamente 3,5% dos casos de câncer de 0 a 14 anos de
idade e 2% dos casos de câncer entre adolescentes e adultos jovens. As estatísticas
americanas demonstram que o tumor de partes moles é um pouco mais frequente no
sexo masculino e em negros. O propósito desse trabalho é apresentar um caso raro
de sarcoma cervical e sua forma de abordagem multidisciplinar. Relato de caso:
GPA, 48 anos de idade, branca, feminina. História de cervicalgia e paresia do membro superior esquerdo. Ao exame físico, apresentava dor à palpação cervical, limitação da ADM cervical, paresia dos extensores do punho e flexores do cotovelo, grau
3 e de Duckas e Luke e hipoestesia no 3° quirodáctilo da mão esquerda. Exames
de imagens revelaram massa expansiva com destruição dos elementos posteriores,
estudo anatomo-patológico revelou sarcoma de alto grau indeterminado. Iniciado
QT, seguida de tratamento cirúrgico, a primeira abordagem foi por via posterior,
ressecando a massa tumoral e estabilização cervical e a segunda abordagem foi precedida por embolização, logo realizado corpectomia de C7-T1 e reconstrução com
espaçador de metilmetacrilato. O fechamento foi realizado com retalho pediculado
do músculo grande dorsal. Seguimento de nove meses livre de recidiva. Discussão:
conforme demonstrado na literatura, a raridade e a complexidade da doença exigem
um tratamento multidisciplinar a fim de melhorar a taxa de cura. Os resultados são
influenciados pelo grau histológico, extensão tumoral e ressecabilidade cirúrgica.
COLUNA/COLUMNA. 2009;8(2):222-239
101.
Visualização radiológica intraoperatória
em cirurgias da região crânio-cervical e
coluna cervical superior: nota técnica
Hérnias discais torácicas: resultados
cirúrgicos de 68 pacientes tratados por
vídeo toracoscopia
Marcelo Mudo, Andrei Joaquim, Andrea Amantea, Sergio
Cavalheiro
Marcelo Mudo, Andrei Joaquim, Andrea Amantea, Sergio
Cavalheiro
Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP – São Paulo (SP), Brasil.
Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP – São Paulo (SP), Brasil.
Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP – São Paulo (SP), Brasil.
Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP – São Paulo (SP), Brasil.
Introdução: a estabilidade da transição crânio-cervical e/ou da coluna cervical superior pode ser acometida por inúmeras doenças das mais diferentes etiologias. Neste
contexto, cirurgiões de coluna muitas vezes necessitam de técnicas de instrumentação,
com auxílio de radioscopias. Relato de caso: relatamos técnica de posicionamento
para melhor visualização intraoperatória radiológica da transição crânio-cervical e
coluna cervical superior. Discussão: através da presente técnica de posicionamento,
conseguimos ampla visualização radiológica da transição crânio cervical e da coluna
cervical superior.
102.
104.
Avaliação dos resultados da
vertebroplastia em 124 pacientes
Marcelo Mudo, Andrei Joaquim, Andrea Amantea, Sérgio
Cavalheiro
A discectomia por vídeo toracoscopia é um procedimento minimamente invasivo
usado para tratamento da doença discal torácica para reduzir a morbidade em relação a toracotomia. Objetivos: apresentar os resultados cirúrgicos de 68 pacientes
submetidos à discectomia por vídeo toracoscopia entre 2001 e 2008. Metodologia: os pacientes foram avaliados quanto à idade, sexo, número de níveis operados, local, gravidade dos sintomas e resposta ao procedimento cirúrgico (escala
de Oswestry). Todos os pacientes tiveram pelo menos três meses de seguimento
Resultados: Um total de 68 pacientes foram operados, sendo 35 homens e 33 mulheres, com média de idade de 41 anos. 26% dos casos tinham herniações múltiplas, totalizando 86 discectomias. Não houve piora clínica em nenhum caso, com
média de 34,48% de melhora na escala de Oswestry. Dois pacientes necessitaram
de cirurgia de revisão: um por erro de nível e outro por persistência do material discal herniado. Dois pacientes requereram toracotomia convencional devido
a sangramento excessivo em um caso e inadequada exposição em outro. Dois
pacientes tiveram neuralgia intercostal pós-operatória e três tiveram lacerações
durais. Conclusões: a videotoracoscopia para discectomia torácica constitui uma
técnica segura e eficiente, embora requeira uma grande curva de aprendizagem.
Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP – São Paulo (SP), Brasil.
Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP – São Paulo (SP), Brasil.
A vertebroplastia constitui um procedimento minimamente invasivo utilizado para
o tratamento da dor na coluna vertebral, principalmente fraturas por osteoporose
ou por metástases. Objetivos: apresentar os resultados cirúrgicos de 124 pacientes
submetidos à vertebroplastia entre 2002 e 2007. Métodos: os pacientes foram avaliados quanto à idade, sexo, número de níveis submetidos ao procedimento, local
acometido e resposta ao procedimento através da escala visual da dor (VAS). Resultados: um total de 124 pacientes foram submetidos ao procedimento, sendo 39
homens e 85 mulheres, com média de 63 anos. Um total de 158 vértebras foram
tratadas entre T4 e L5. Em 88 pacientes, a fratura foi secundária à osteoporose,
enquanto em 36, a indicação do procedimento se deu frente à neoplasia. Obtivemos
74% dos casos de neoplasia com VAS menor do que 2,5, enquanto em 86% dos
casos de osteoporose apresentavam VAS menor do que 2. Conclusões: a vertebroplastia consiste em um procedimento efetivo no tratamento da dor em pacientes
com neoplasia na coluna ou com fraturas secundárias à osteoporose.
103.
Avaliação da artrodese e do
alinhamento cervical após discectomia
cervical com interposição de
polimetilmetacrilato para tratamento de
doença degenerativa cervical
Marcelo Mudo, Andrei Joaquim, Andra Amantea, Sergio
Cavalheiro
Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP – São Paulo (SP), Brasil.
Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP – São Paulo (SP), Brasil.
O tratamento cirúrgico da doença degenerativa cervical (DDC) é um tema controverso, embora a discectomia por via anterior seja uma das formas mais comuns de
tratamento. Objetivos: avaliar os resultados cirúrgicos de 48 pacientes submetidos à discectomia cervical com interposição de PMMA para tratamento da (DDC)
e correlacioná-los ao alinhamento e à taxa de artrodese nos segmentos operados.
Métodologia: as escalas de Odom e Nurick foram utilizadas para avaliar o status
funcional dos pacientes antes e após o procedimento cirúrgico. Radiografias da coluna cervical foram utilizadas para avaliar a artrodese e o alinhamento pelo menos
dois anos após o procedimento. Resultados: excelentes e bons resultados (Odom
I e II) foram obtidos em 91% dos casos com radiculopatia e em 69% dos pacientes
com mielopatia. Usando o teste do qui-quadrado (χ2) de independência (1% de significância), não houve associação entre os resultados excelentes e bons e a presença
de artrodese. A presença de alinhamento cervical, ao contrário, correlacionou-se
aos bons resultados. Conclusões: o alinhamento cervical correlacionou-se aos bons
resultados funcionais. A presença de artrodese não teve relação com os resultados
cirúrgicos em nossa casuística.
COLUNA/COLUMNA. 2009;8(2):222-239
105.
Incidência das fraturas toracolombares
cirúrgicas na zona leste de São Paulo
Adalberto Bortoletto, Luiz Claudio Lacerda Rodrigues
Hospital Santa Marcelina – São Paulo (SP), Brasil.
A cidade de São Paulo tem, segundo dados estatísticos da própria prefeitura, algo
em torno de 11 milhões de habitantes, sendo que quase metade reside hoje na zona
leste da cidade, dividida em duas sub-regiões chamadas zona leste 1 mais próxima
da região central e zona leste 2, mais afastada. Este trabalho retrospectivo com
inicio em janeiro de 2004 e término em julho de 2008, avalia todos os pacientes
com fratura da coluna toracolombar submetidos à intervenção cirúrgica em 73
pacientes. Os pacientes foram divididos e classsificados conforme tipo de trauma.
A classificação da fratura foi baseada no método AO, status neurológico no momento da chegada e controle evoluitivo. Quanto ao mecanismo de trauma, uma
prevalência de queda de altura, com destaque para laje, com 60 casos, 3 quedas
de escada, janela e passarela, 7 quedas de árvore e 3 acidentes automobilísticos.
Foram classificadas 13 tipo A, 27 tipo B e 33 tipo C, o status neurológico de entrada foi 67 Frankel E, 2 Frankel D, 1 Frankel C e 3 Frankel A. A media de idade
foi 30 anos, variando de 16 a 65, sendo o sexo masculino predominante (com 50
pacientes). Em todos os pacientes foram utilizados material de terceira geração,
sendo o fixador interno o material de escolha. Concluímos que: as fraturas toracolombares na zona leste de São Paulo acometem pacientes jovens; pacientes
com déficit neurológico têm dificuldade em conseguir reabilitação piorando seu
prognóstico; o índice de retorno ao trabalho é de 30%; apesar de existirem regras
para a construção de lajes, a falta de fiscalização nos leva a este número de pacientes traumatizados, com gasto para o sistema de saúde e perda produtiva destes
pacientes devido a um baixo índice de retorno ao trabalho.
106.
Tratamento cirúrgico dos tumores
da coluna vertebral: análise de 40
pacientes
Adalberto Bortoletto, Luiz Claudio Lacerda Rodrigues, Helio
Ishirrara
Hospital Santa Marcelina – São Paulo (SP), Brasil.
Este estudo tem o objetivo de avaliar 40 pacientes com tumores na coluna vertebral após seu diagnóstico e estadiamento. Indicação cirúrgica, evolução pósoperatória com análise do déficit neurológico, níveis de dor, sinais de instabilidade, complicações e sobrevida dos pacientes. Os pacientes foram avaliados
no período de janeiro de 2006 a maio de 2008, sendo 30 do sexo feminino e
10 do sexo masculino, uma média de idade de 40 anos variando de 13 a 87. Os
pacientes, após o diagnóstico, eram estadiados com tomografia computadorizada
de tórax até o abdômen, imagem por ressonância magnética de região acometida
e cintilografia óssea. A avaliação neurológica foi feita pela escala de Frankel; a
avaliação pré-operatória foi baseada nos critérios de Tokuhashi. Os pacientes que
no momento do diagnóstico apresentaram um score menor que 8 foram candidatos a tratamento clínico, exceto um paciente que apresentou síndrome da cauda
eqüina. A melhora foi observada em 80% dos pacientes com um decréscimo de 5
pontos na média da escala visual de dor; a melhora neurológica foi observada nos
pacientes com Frankel C e D; não observamos melhora no paciente com Frankel
A. O paciente com cauda equina apresentou melhora parcial mesmo com cirurgia
de urgência. Complicações precoces foram observadas em 10% dos pacientes,
com um óbito intraoperatório, e três pacientes apresentaram piora neurológica
devido ao crescimento do tumor. A indicação da cirurgia foi para melhora da
qualidade de vida com diminuição da dor e melhora do déficit neurológico, sendo
a quimioterapia e radioterapia essenciais para o tratamento. Os pacientes com
tumores na coluna vertebral se beneficiam da cirurgia para uma melhora na qualidade de vida, mas sem uma relação direta com a expectativa de vida.
107.
Escoliose psicogênica: relato de caso e
revisão da literatura
Emiliano Vialle, Luiz Roberto Vialle, Rodolfo Paez, Rodrigo
Castro
Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR – Curitiba (PR), Brasil.
Introdução: entre os diagnósticos diferenciais da escoliose aguda nas crianças,
encontram-se a infecção, as fraturas e as lesões tumorais entre as mais importantes,
um dos diagnósticos de exclusão é a presença de escoliose psicogênica, da qual
apresentamos um caso. Relato de caso: trata-se de uma paciente de sexo feminino,
16 anos de idade, com dois dias de deformidade progressiva ao nível da coluna
torácica; a paciente não relata dor importante, trauma, ou sintomas constitucionais,
no exame inicial apresenta deformidade da coluna torácica à direita, sem presença
de curvas compensadoras, a qual piora com o tempo de internação. As radiografias,
não mostram rotação vertebral, a coluna se encontra descompensada à direita, a cintilografia, ressonância magnética e os exames laboratoriais são normais, a avaliação
neurológica, assim como a eletroneuromiografia, são também normais. Após a reavaliação, encontram-se fatores de risco psicológicos na relação familiar, e é iniciada
a terapia para o transtorno; após duas semanas, a paciente retorna ao ambulatório
com melhora importante da deformidade, e seu exame neurológico é novamente
normal. Discussão: enquanto a dor lombar por causa psicogênica é uma entidade
que se apresenta ocasionalmente na consulta de coluna, a escoliose psicogênica é
uma alteração pouco frequente, com poucos casos reportados na literatura. Apresentamos um caso de uma paciente na qual todas as causas físicas foram descartadas,
apresentando uma melhora drástica com a terapia psicológica, porém consideramos
que, sendo um diagnóstico de exclusão pouco frequente, uma adequada investigação para descartar outras patologias deve ser feita, assim como o seguimento para
comprovar definitivamente o diagnóstico.
109.
Hidroxiapatita contendo gálio para
potencial uso em cirurgia ortopédica
Augustin Malzac, Petr Melnikov, Marlene B Coelho, Maria
Fátima Matos
Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul –
UFMS – Campo Grande (MS), Brasil.
Departamento de Física da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul –
UFMS – Campo Grande (MS), Brasil.
Laboratório de Cultura de Células da Universidade Federal de Mato Grosso
do Sul – UFMS – Campo Grande (MS), Brasil.
Objetivo: desenvolver um novo material que pode vir a ser recomendado como
substituto ao enxerto ósseo autólogo e estimular crescimento ósseo em implantes.
Metodologia: a introdução de íons de gálio (acima 11,0 massa %) dentro da rede
cristalina de hidroxiapatita foi alcançada utilizando nitrato de gálio e solução de
galato de sódio por um método úmido. Foi confirmada a inserção do gálio na rede
cristalina da hidroxiapatita por meio de testes instrumentais físico-químicos: análise
de energia dispersiva, difratometria de raios X, análise termogravimétrica, calorimetria exploratória diferencial, análise termomecânica, microscopia eletrônica de
varredura e testes de toxicidade. Resultados: os parâmetros da rede de hidroxia-
patita dopado pelo gálio são idênticos àqueles de hidroxiapatita sintética pura. O
gálio não substitui o cálcio como resultado da substituição heterovalente e, consequentemente, não produz distorção no arcabouço da matriz da hidroxiapatita. Ele
permanece fortemente fixado na forma de solução sólida de intercalação. A inserção
do gálio não causa nenhuma alteração na estrutura morfológica da hidroxiapatita e
o produto desenvolvido segue critérios físico-químicos para o biomaterial a ser empregado na prática ortopédica e tratamento local das lesões traumáticas. Conclusão:
foi confirmado que a hidroxiapatita dopada pelo gálio não apresenta citotoxicidade.
Sua futura utilização traz oportunidade para melhorar a osteossíntese e retenção de
cálcio in loco.
111.
Artrodese cervical anterior em 3 e 4
níveis com cage intersomático não
associado à placa cervical
Marcel Benato, Ed Marcelo Zaninelli, Xavier Soler I Graells,
Marcos Andre Sonagli
Hospital do Trabalhador e Hospital das Clínicas da Universidade Federal do
Paraná – UFPR – Curitiba (PR), Brasil.
Objetivo: avaliar a taxa de consolidação em pacientes submetidos à artrodese cervical anterior de 3 e 4 níveis utilizando cage intersomático não associado à placa
cervical após seis meses de pós-operatório. Métodos: no período de novembro de
2005 a julho de 2008, 20 pacientes foram submetidos ao tratamento cirúrgico proposto. Os critérios de inclusão foram: diagnóstico de doença discal degenerativa
cervical em 3 ou 4 níveis; dor axial, irradiada ou ambas; pelo menos seis meses de
pós-operatório. O critério de exclusão foi a apresentação de instabilidade cervical
traumática. Foram avaliadas as taxas de consolidação, a evolução dos sintomas,
taxa de complicações e a posição dos implantes (subsidence) após seis meses. Resultados: todos os pacientes obtiveram consolidação em três meses, com a ressalva
de dois pacientes apresentaram fenômeno de Subsidence, ou seja, migração com
consolidação em cifose, sem alterar os bons resultados clínicos. Consolidação da
artrodese com seis meses de pós-operatório. Os pacientes apresentaram melhora
da dor pós-operatória e apenas três (15%) apresentaram dor residual. Não houve
complicações significativas. O tempo de internação foi dois dias. Não foi utilizada
imobilização rígida pós-operatória. Conclusão: obtivemos consolidação com esta
técnica em todos os casos. A técnica se mostrou segura e promoveu bons resultados
radiológicos e funcionais.
112.
Complicação neurológica após troca
dos implantes de hastes de crescimento:
relato de caso
Behrooz Akbarnia, Daniel Oliveira, Pooria Salari, Patricia
Kostial, Greg Mundis
Hospital Ortopédico – Belo Horizonte (MG), Brasil.
San Diego Center For Spinal Disorders – La Jolla Village (CA), USA.
Introdução: eventos neurológicos durante cirurgias de haste de crescimento (primário, troca de implantes e alongamentos) são raros. Neste relato, apresentamos
um caso de déficit neurológico temporário incomum após troca dos implantes das
hastes de crescimento, apesar de neuromonitorização normal, e recuperação após
encurtamento das hastes. Relato do caso: menina de 5 anos de idade com escoliose
idiopática infantil foi submetida à implantação de hastes de crescimento aos 18
meses de idade. Procedimentos subsequentes de alongamento foram realizados sem
complicações neurológicas. Em sua troca de implantes aos 5 anos, ela obteve 27
mm de alongamento e neuromonitorização normal durante todo o procedimento.
No pós-operatório, referiu sentir mais dor que o habitual, necessitando reajustar
a dose de analgésicos. Uma semana após o procedimento, a criança apresentava
alteração de marcha, caminhando na ponta dos pés, e mantinha ambos os quadris e
joelho direito fletidos ao ortostatismo. Os reflexos profundos estavam aumentados.
Submeteu-se a encurtamento dos implantes em 16 mm no mesmo dia. Após uma semana, apresentava apenas dor leve ocasional em MID e a marcha voltou ao normal.
Discussão: complicações neurológicas podem ocorrer em hastes de crescimento.
Na troca dos implantes, parece ser mais seguro manter os implantes de um lado
enquanto se troca os do outro lado. Neuromonitorização permanece indicada nas
trocas de implantes.
COLUNA/COLUMNA. 2009;8(2):222-239
113.
Subluxação rotatória atlantoaxial
traumática em criança: relato de caso
Cristiano Menezes, Roberto Sakamoto, Marcos Ferreira
Júnior, Daniel Oliveira, Johmeson Dantas Júnior
Hospital Ortopédico – Belo Horizonte (MG), Brasil.
Introdução: o objetivo dos autores é apresentar um caso raro de subluxação rotatória traumática atlantoaxial em criança utilizando-se as orientações do plano de
tratamento conservador de Phillips e Hesinger. Relato do caso: DLMA, masculino,
9 anos, vítima de atropelamento. Previamente atendido em dois hospitais, procurou nosso serviço quinze dias após o trauma com queixa de dor e rotação cervical
persistentes, e dor em MSE. Exame físico: rotação cervical direita com inclinação
lateral esquerda, e dor à tentativa de mobilização cervical. Apresentava ainda dor
à palpação de clavícula esquerda. Sem alterações neurológicas. Exames radiológicos: fratura de clavícula esquerda e subluxação C1-C2 com “overhang” das massas
laterais menor que 7 mm. RNM: subluxação e imagem sugestiva de avulsão do
ligamento transverso no tubérculo de inserção. Solicitado TC com reconstrução de
urgência: evidenciou-se claramente rotação, o que permitiu classificá-la como tipo
2 de Fielding e Hawkins (distância atlantoaxial de 3,8 mm). O paciente fora então
levado ao bloco cirúrgico e instalada tração craniana com 2 kg, sendo mantido em
tração por cinco dias. Tomografia de controle demonstrou redução da luxação. Foi
mantido em halo veste por mais quatro semanas em regime ambulatorial. Após 50
dias de retirada do halo, a criança apresenta-se bem, sem queixas álgicas, postura
cervical adequada e ADM completa e indolor.
114.
Síndrome da cauda equina aguda
provocada por cisto facetário
Rodrigo Boechat, Décio de Conti
Hospital XV Clínica de Fraturas e Ortopedia – Curitiba (PR), Brasil.
Introdução: cistos sinovais facetários são mais comuns no nível L4-L5 e estão
associados à degeneração articular facetária e espondilolistese degenerativa. É extremamente raro que cistos facetários provoquem síndrome da cauda equina aguda,
embora existam três casos relatados na literatura norte-americana (Shaw, 2004).
Relatos da literatura europeia também fazem referência à raridade de ocorrência da
síndrome da cauda equina aguda em pacientes com estenose lombar degenerativa
(Johnsonn, 2004). Objetivo: descrever caso de cauda equina aguda em paciente
com estenose lombar provocada por cisto facetário e sua evolução com a descompressão de emergência. Metodologia: paciente masculino, 57 anos, tabagista, hipertenso, diabético e assintomático até início insidioso de ciática em perna direita.
Evoluiu para paraparesia flácida, alteração esfincteriana e anestesia em cela. Submetido a tratamento cirúrgico de emergência com laminectomia descompressiva,
artrodese pôstero-lateral com fixação pedicular. Resultado principal: paciente com
boa evolução pós-operatória apresentou recuperação neurológica e função esfincteriana completa. Conclusão: embora mais comumente provocada por hérnia de
disco volumosa, hematomas ou complicações pós-operatórias, a síndrome da cauda
equina aguda também pode ocorrer na estenose lombar degenerativa. Como já descrito, o pronto tratamento com descompressão de emergência é indicado, trazendo
bons resultados.
115.
Fixação pedicular à mão livre com base
em parâmetros anatômicos: avaliação
tomográfica de 20 casos
Rodrigo Boechat, Décio de Conti, Mário Martins Neto
Hospital XV Clínica de Fraturas e Ortopedia – Curitiba (PR), Brasil.
Objetivo: demonstrar se a técnica de fixação pedicular sem o uso de fluoroscopia,
baseada em parâmetros anatômicos, é segura, avaliando-se o posicionamento pósoperatório dos parafusos pediculares com cortes tomográficos, correlacionando-os
com a evolução clínica dos casos. Materiais e métodos: estudo retrospectivo com
19 pacientes submetidos à cirurgia de coluna lombar com instrumentação baseada
em fixação pedicular. Em todos os casos, foi realizada radiografia de perfil da coluna
com o paciente anestesiado e posicionado. A técnica cirúrgica incluía minuciosa
dissecção e ressecção dos tecidos moles das facetas articulares e facetectomia do
processo articular inferior da vértebra cranial, expondo o ístimo, ponto-chave para
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a identificação topográfica do pedículo. Todos os parafusos foram inseridos nos pedículos sem auxílio da fluoroscopia, sendo feito controle no pós-operatório com radiografia simples e tomografia. As indicações de cirurgia incluíam estenose lombar,
espondilolistese, fraturas patológicas por tumor. Pacientes com escoliose lombar
degenerativa também foram submetidos à fixação à mão livre. Os casos avaliados
apresentam no mínimo seis meses de seguimento pós-operatório. Resultados: dos
20 pacientes, 13 eram do sexo masculino e 7 eram do sexo feminino. Em dois casos
ocorreu fratura do pedíclo de L5, optando-se por não inserir os parafusos. Neste
estudo, de um universo de 103 parafusos pediculares inseridos, houve uma prevalência de violação das paredes corticais do pedículo de 8%.
117.
Tratamento de caso incapacitante de
Síndrome de Bertolotti por neurotomia
percutânea por radiofrequência
Rodrigo Boechat, Décio de Conti
Hospital XV Clínica de Fraturas e Ortopedia – Curitiba (PR), Brasil.
Os achados de imagem em alguns casos de dor lombar intratável não apresentam
clara correlação fisiopatológica. Neste relato, descreve-se o diagnóstico, tratamento
e resultado clínico de uma paciente sofrendo de dor lombar incapacitante associada
a uma vértebra de transição lombar. O exame radiográfico e tomográfico demonstrou um processo transverso de L5 congenitamente malformado que se articula com
a asa sacral no lado direito. Após falha no tratamento conservador de seis meses de
duração e ausência ao trabalho por três meses, havia poucas opções de tratamento,
segundo a literatura ortopédica e neurocirúrgica. Com base em um caso da literatura, optou-se pela realização do procedimento de neurotomia (denervação) percutânea das facetas articulares lombossacras por radiofrequência. Após duas semanas
de pós-operatório, a paciente apresentou alívio completo do quadro doloroso e retornou às atividades de trabalho. As opções de tratamento incluem a ressecção do
processo transverso ou a artrodese do processo transverso junto ao sacro conforme
outros relatos, entretanto, a denervação por radiofrequencia mostrou-se procedimento com bom resultado e menor morbidade.
120.
Laminoplastia expansiva cervical:
uma alternativa para o tratamento de
mielopatia espondilótica cervical
Aluízio Arantes, Geraldo Alves, Gusmão Sebastião,
Fernando Flávio Gonçalves, Júlio Santiago, Guilherme
Zanini
Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG – Belo Horizonte (MG),
Brasil.
Hospital Maria Amélia Lins – Belo Horizonte (MG), Brasil.
Descrevemos uma nova técnica de laminoplastia expansiva cervical e analizamos o
resultado em 96 pacientes com mielopatia espondilótica cervical tratados por este
método, com um período de acompanhamento mínimo de 12 meses. Oitenta e seis
pacientes (90%) apresentaram melhora clínica segundo a escala de Nurick. Dez
pacientes (10%) permaneceram estáveis. O aumento médio no diâmetro sagital do
canal espinal foi 3,8 mm. Não houve casos de cifose pós-cirúrgica. Um paciente
desenvolveu hematoma epidural e necessitou ser reoperado. Os bons resultados
encontrados demonstraram que esta técnica é simples, efetiva, dispensa instrumentação e tem baixa taxa de complicações.
121.
Tuberculose vertebral: uma análise dos
casos tratados cirurgicamente
Marcello Barbosa, Luis Eduardo Carelli, Luis Cláudio
Schettino
Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia – INTO – Rio de Janeiro
(RJ), Brasil.
Objetivo: apresentar a experiência do serviço com o tratamento cirúrgico da tuberculose vertebral e comparar os dados com a literatura atual. Método: realizou-se
análise retrospectiva dos prontuários dos pacientes submetidos à cirurgia para tratamento da espondilite tuberculosa. Foram estudados o tipo de cirurgia realizada,
o estado neurológico e o grau de cifose antes da cirurgia e ao final de 12 meses.
O estado neurológico foi determinado pela escala de Frankel modificada (ASIA).
A deformidade cifótica foi medida pelo método de Cobb. Foram identificados 23
pacientes com diagnóstico confirmado de tuberculose vertebral. Foram submetidos
a tratamento cirúrgico 13 dos 23 pacientes. Três pacientes foram excluídos e dez
pacientes participaram do estudo. Resultados: a maioria dos pacientes foi submetida à descompressão, artrodese anterior e posterior por via combinada ou posterior
com instrumentação. Seis dos dez pacientes apresentavam déficit neurológico ao
diagnóstico, sendo que dois casos eram de crianças que apresentavam mal de Pott
à admissão. Três pacientes apresentaram recuperação completa da função motora
dos membros inferiores. Um paciente apresentou piora do déficit neurológico após
a cirurgia devido à resistência bacteriana ao uso de quatro drogas diferentes e à
meningite tuberculosa. Em relação às medidas da cifose angular e regional no início
e ao final do seguimento, constatou-se que a média da cifose angular no início foi
de 26,7° (0° a 90°) e de 21,2° (0° a 50°) ao final do seguimento. A média da cifose
regional no início foi de 24,10° (-27° a +60°) e de 21° (-33° a +65°) ao final do seguimento. Houve uma redução da média de cifose angular e regional de 5,7° e 3,1°,
respectivamente. Não observamos progressão significativa da cifose em nenhum
dos pacientes operados. Conclusão: o tratamento cirúrgico foi eficaz na prevenção
da progressão da cifose. A manifestação clínica da tuberculose vertebral foi mais
grave nas crianças.
observada concordância mais significativa entre gêmeos monozigóticos do que em
gêmeos dizigóticos. Foram levantados os dados ambulatoriais de um par de gêmeas monozigóticas, que incluíram idade no momento do diagnóstico, tipo de curva,
ângulo de Cobb da deformidade na consulta inicial, início do tratamento e último
acompanhamento, ápice da curva e ângulo de Cobb aferido nas imagens em perfil.
Criança I: curva principal lombar à esquerda com ângulo de Cobb entre T11-L4 de
17° e curva torácica direita entre T5-T11 de 14°. Os ápices encontravam-se no disco
L1-L2 e na vértebra T8, respectivamente. Um ano depois, detectou-se progressão
significativa da deformidade com a curva lombar evoluindo para 24° (T11-L4) e
a curva torácica para 23° (T5-T11). Criança II: curva tóraco-lombar de pequena
magnitude à direita, com ângulo de Cobb entre T9 e L3 de 18°. O ápice situava-se
na vértebra de T12. Um ano depois, observou-se aumento da curva, com o ângulo
de Cobb progredindo para 40°. Não obstante a evidência da origem genética para
o desenvolvimento da escoliose, admite-se a influência de outros fatores para sua
manifestação e progressão. Na literatura, encontram-se algumas explicações para o
desenvolvimento da doença referentes à deficiência de tecidos estruturais encontradas em síndromes e condições específicas, o crescimento assimétrico dos membros
e tronco, alterações da configuração sagital da coluna vertebral e fatores ligados à
natureza, como alimentação.
126.
122.
Estudo de ensaio de compressão em
sistema de fixação para coluna
Associação de espondilólise com
osteoma osteoide: relato de caso
Jiovani Fuzer, Gabriel Justi Schmidt
Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC – Criciúma (SC), Brasil.
Edson Pudles, Irineu Leite, Luciane Suzuki
Objetivo: a incidência de lesões no tronco é muito alta e, em geral, 60 a 80% da
população sofrerão de dores na coluna em algum momento da vida. A dor lombar é
problema crônico para 1 a 5% da população. É uma lesão recorrente em 30 a 70%
daqueles que experimentam um problema inicial de dor lombar. Tem-se mostrado
que os discos intervertebrais suportam, em indivíduos jovens, cargas compressivas na
amplitude de 2500-7650N. Na compressão, a maior parte da carga é levada pelo disco
e corpo vertebral. Felizmente, a coluna lombar pode resistir aproximadamente 9800N
de carga vertical antes de fraturar. As cargas aplicadas na coluna vertebral são produzidas pelo peso do corpo, pela força muscular que age sobre cada segmento móvel,
pelas forças de pré-carga que estão presentes devido às forças dos discos e ligamentos
e pelas cargas externas que estão sendo manipulas ou aplicadas. As vértebras lombares lidam com a maior parte da carga, primariamente, devido ao seu posicionamento
e maior peso corporal, agindo na região lombar. O presente trabalho tem por objetivo
realizar ensaio de compressão em dispositivos de prova normalizados, verificando
os valores de compressão nos sistemas utilizando-se parafusos monoaxiais, barras
e barras transversais ajustáveis. Metodologia: utilizaram-se cinco corpos-de-prova
do Sistema de Fixação NEOSPINE, fabricados pela empresa NEOORTHO, Curitiba
(PR) Brasil. A montagem seguiu recomendação de distâncias mencionadas na norma
ASTM F1717:04. O torque de aperto dos parafusos foi de 12N.m. Resultados: a
média dos resultados dos 5 corpos-de-prova foi de 1.198,8N de carga máxima (desvio
padrão: 12,4) com deslocamento máximo de 9,61 mm (desvio padrão: 0,53). Conclusão: após a realização do ensaio de compressão, concluiu-se que a carga obtida é
superior às exigências requeridas ao sistema, garantindo-se a sua integridade física.
Introdução: osteoma osteoide é um tumor benigno de osso esponjoso raramente
primário da coluna, que consiste em osteoblastos que produzem tecido osteoide.
Geralmente envolve elementos espinhais posteriores, sendo a coluna toracolombar
o sítio mais acometido. Espondilólise é a ruptura da pars interarticularis. Ambas as
patologias são bem descritas, todavia sua associação é incomum. Relato do caso:
paciente do sexo masculino, 19 anos, iniciou com lombalgia de repetição há dois
anos, com agravo noturno e à prática esportiva. Entre os tratamentos realizados, os
salicilatos melhoravam a dor noturna, contudo, durante as atividades, persistia. Radiografia e ressonância magnética (RM) não mostraram alterações. Uma cintilografia óssea evidenciou hipercaptação de pedículo à direita. Em seguida, a tomografia
computadorizada (TC) helicoidal demonstrou lólise bilateral de L5, na pars interarticularis e o nicho no pedículo direito. Foi realizado tratamento cirúrgico com
ressecção tumoral e síntese da lólise com enxerto ilíaco homólogo, sendo fixado
com dois parafusos pediculares e dois ganchos laminares com compressão do foco
da fratura associado ao enxerto ilíaco. O anatomopatológico corroborou a hipótese
diagnóstica. Após 45 dias, o paciente estava assintomático, retornando à prática
de exercícios em quatro meses. Com seis meses de evolução, nova TC mostrou
consolidação da fratura e ausência de tumor. Discussão: relatamos o caso de um
garoto que cursou com osteoma osteoide de L5 associada à espondilólise bilateral
da mesma. A cintilografia óssea deve preceder ao achado de lólise evidenciado na
radiografia, contribuindo para o diagnóstico em jovens com lombalgia. A RM tem
finalidade diagnóstica e prognóstica. A TC estabeleceu o diagnóstico do tumor no
arco vertebral posterior. Em jovens, espondilólise é um diagnóstico de exclusão e
osteoma osteoide deve ser lembrado. A opção de tratamento cirúrgico com ressecção tumoral e fixação com síntese da lólise demonstra ser um método efetivo para
tratamento quando o disco está preservado.
124.
129.
Clínica da Coluna Vertebral – Curitiba (PR), Brasil.
Universidade Federal do Paraná – UFPR – Curitiba (PR), Brasil.
Variações na apresentação fenotípica
da escoliose idiopática do adolescente
David Del Curto, Marcelo Wajchenberg, Délio Martins,
Renato Ueta, Miguel Trandafilov, Fabio Scamardi, Eduardo
Puertas
Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo –
UNIFESP-EPM – São Paulo (SP), Brasil
Apesar do grande avanço na compreensão do comportamento da Escoliose Idiopática do Adolescente (EIA) e estudo das técnicas de correção, fixação e tecnologia
dos implantes, sua etiologia ainda permanece desconhecida. Alguns trabalhos publicados sugeriram um padrão de herança familiar associado a uma origem multifatorial. Desta forma, teríamos uma doença de etiologia genética com modificações provocadas pelo meio ambiente. Devido à capacidade de minimizar os efeitos
ambientais, estudos com gêmeos foram realizados numa tentativa de estabelecer
a participação e importância da genética na expressão fenotípica da EIA, sendo
Relação entre o gânglio dorsal lombar
e o disco intervertebral: estudo
anatômico em cadáveres
Emiliano Vialle, Luiz Roberto Vialle, Rodolfo Paez, Rodrigo
Castro, André Vidigal, Acadêmicos Liga de Anatomia,
Sérgio Rocha, William Contreras, Fernando Coutinho
Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR – Curitiba (PR), Brasil.
Liga de Anatomia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR –
Curitiba (PR), Brasil.
Objetivo: vários estudos avaliam a relação da raiz lombar com o disco intervertebral, determinando a zona triangular de segurança para abordagens minimamente
invasivas, entretanto, a localização do gânglio dorsal e sua relação com as estruturas
adjacentes é pouco descrita, e é este o objetivo do estudo. Métodos: oito cadáveres
adultos foram dissecados bilateralmente, na região lombar, utilizando-se a abordagem póstero-lateral, até exposição dos espaços L3L4 e L4L5, obtendo-se as seguin-
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tes medidas: Medida 1: disco superior ao nível da axila da raiz nervosa; Medida 2:
saída da raiz ao início do gânglio; Medida 3: faceta articular superior do pedículo
da vértebra inferior ao final do gânglio; Medida 4: triângulo abaixo da axila até a
faceta superior do pedículo inferior; Medida 5: distância entre os pedículos superior
e inferior; Medida 6: diâmetro maior (longitudinal) do gânglio; Medida 7: diâmetro
menor do gânglio Medida 8: raiz da axila até início do disco do nível inferior. As
mensurações foram realizadas com paquímetro pré-calibrado, pelo mesmo pesquisador, e os dados foram tabulados para posterior análise estatística. Resultados: os
resultados obtidos foram (média em mm): medida 1:14,65; medida 2:7,95; medida
3:5,45; medida 4b:12,45; medida 4a:13,025; medida 4h:18,6; medida 5:15,25; medida 6:13,25; medida 7:7,05; medida 8:8. Apesar de haver diferença entre os níveis
mensurados, não foi significativa em nenhuma das medidas. Conclusão: a localização precisa do gânglio mostra que a margem de segurança para procedimentos
minimamente invasivos é menor do que a apresentada nos estudos que envolvem
apenas medidas da raiz nervosa, o que talvez explique a presença de dor neuropática
após alguns desses procedimentos.
130.
Avaliação do tratamento das fraturas
do processo odontoide do áxis
André Rafael Hubner, Alex Magadiel Klaus, Leandro de
Freitas Spinelli
Instituto de Ortopedia e Traumatologia de Passo Fundo – Passo Fundo (RS),
Brasil.
O objetivo deste trabalho foi avaliar casos de fratura do processo odontoide do áxis.
Foram analisados 22 pacientes com fratura do processo odontoide decorrente de
trauma, classificadas segundo Anderson e D’Alonzo. Os pacientes foram avaliados
através de exame clínico e radiológico e o tratamento efetuado foi avaliado através
de testes estatísticos. Dezesseis pacientes eram do sexo masculino (72,7%) e seis
do sexo feminino (27,3%), com idades entre 12 e 80 anos (média de 38 anos) e
seguimento pós-tratamento de 8 a 110 meses. Dezesseis casos apresentaram fratura
do tipo II (72,7%) e seis do tipo III (27,3%). Não houve casos de fraturas do tipo I.
Entre os pacientes com fraturas do tipo II, as fraturas tratadas cirurgicamente consolidaram em três meses, enquanto as tratadas conservadoramente consolidaram em
5,3 meses. Entre as fraturas do tipo III, somente um caso foi submetido ao tratamento cirúrgico, e a decisão pelo tratamento foi em função da rejeição ao uso do halogesso. A consolidação ocorreu em 2,5 meses. Os demais pacientes foram tratados
conservadoramente, com consolidação em 5,2 meses. A consolidação das fraturas
foi obtida em todos os casos, mas em tempo menor nos casos tratados com cirurgia.
134.
Estudo tomográfico do trajeto
extrapedicular da coluna torácica
Diogo Rath Fingerl Barbosa, Daniel Hartmann, Marcio
Papaleo de Souza, Waldemar de Souza Junior, Cristiane
Goulart Schlup, Yan Schaefer Tavares, André Luis Fernandes
Andújar
Hospital Governador Celso Ramos – Florianópolis (SC), Brasil.
SONITEC Diagnóstico Médico por Imagem – Florianópolis (SC), Brasil
Hospital Infantil Joana de Gusmão – Florianópolis (SC), Brasil.
Introdução: a fixação posterior da coluna torácica é um desafio ao cirurgião. A
técnica dos parafusos pediculares é difundida, porém deve-se considerar o risco
de danificar estruturas importantes e de fraturar o pedículo. A técnica de inserção
de parafusos extrapediculares tem se tornado uma alternativa viável na fixação das
vértebras torácicas. Porém, ainda faltam mais estudos anatômicos que auxiliem o
cirurgião. Objetivos: demonstrar, através de estudo tomográfico, o eixo de inserção
extrapedicular, a inclinação lateral desse eixo, a distância até o canal medular e o
trajeto traçado dentro do corpo vertebral. Materiais e métodos: foram analisadas
tomografias das vértebras normais de T3 a T9 de 21 pacientes com idade entre 24
e 88 anos. Traçaram-se linhas através do ponto de entrada dos parafusos extrapediculares e mediu-se o ângulo máximo e mínimo de entrada, a distância do ângulo
máximo até o canal medular e o trajeto dessas desde o ponto de entrada até a cortical
anterior. Resultados: os ângulos extrapediculares variaram de 43,07º (±6,39) em
T3 a 36,74º (±6,03) em T9. A amplitude variou de 30,51º (±7,92) em T3 a 34,03º
(±6,71) em T8. A distância até o canal espinhal variou de 3,58 mm (±1,08) em T5
até (5,08 mm ±1,21) em T3. O trajeto intravertebral do eixo extrapedicular variou de
27,59 mm (±3,19) em T3 a 37,71 mm (±3,86) em T9. Os ângulos mínimos seguiram
padrão semelhante ao ângulo máximo, variando de 12,56º (±5,71) em T3 a 2,94º
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(±4,45) em T8 e um trajeto de 17,49 mm (±2,57) em T3 a 26,53 mm (±3,24) em T9.
Conclusões: o eixo extrapedicular apresentou uma angulação maior nas vértebras
torácicas altas, decrescendo no sentido caudal. A amplitude de inserção mostrou-se
constante e o trajeto do eixo dentro do corpo vertebral é semelhante ao trajeto do
pedículo, como reportado na literatura. O eixo extrapedicular apresentou, em todos
os níveis, uma distância segura do canal vertebral.
135.
Método de Cobb na escoliose
idiopática do adolescente: avaliação
dos ângulos obtidos com goniômetros
articulados e fixos
Ana Laura Munhoz da Cunha, Luiz Antonio Munhoz da
Cunha, Luis Eduardo Munhoz da Rocha, Carlos Abreu de
Aguiar
Hospital Pequeno Príncipe – Curitiba (PR), Brasil.
Objetivo: determinar a variação do ângulo de Cobb na Escoliose Idiopática do
Adolescente (EIA), através da utilização de dois tipos de goniômetro: articulado e
fixo, previamente calibrados. Métodos: oito radiografias de pacientes com EIA, obtidas em aparelho digital, com curva primária grave (acima de 30º) foram selecionadas. As imagens de cada uma das oito radiografias das escolioses foram processadas
e impressas 36 vezes em película radiográfica (totalizando 228 imagens). As curvas
escolióticas tanto primárias como secundárias (17 curvas) tiveram suas vértebras
limite pré-determinadas e foram medidas por seis ortopedistas atuantes na área de
cirurgia da coluna vertebral. Cada examinador recebeu alternadamente um conjunto
das 8 escolioses/17 curvas a serem medidas com um goniômetro articulado ou fixo
sempre acompanhado de um lápis apropriado para medir radiografias. Os seis ortopedistas mediram cada uma das 17 curvas em seis ocasiões diferentes, sendo que
três delas com o goniômetro articulado e três com o goniômetro fixo. O intervalo
entre a entrega de cada conjunto não foi inferior a 24 horas. A análise estatística
foi feita através de testes pareados, para a avaliação da variação entre os diferentes
goniômetros pelos mesmos indivíduos, e por comparações através de porcentagem,
média, coeficientes e índices de variação obtidos, para as demais variáveis estudadas (variação intra e interobservadores). Resultados: entre as 17 curvas avaliadas
(A a Q), apenas a curva “M” mostrou diferenças estatisticamente significativas entre
os valores angulares obtidos com o goniômetro articulado (média de 33,3±9,1º) e
com o goniômetro fixo (27,9±4,2º) com p=0,009. Conclusões: não existem diferenças significativas entre os valores obtidos com o goniômetro articulado e com o
goniômetro fixo em 16 das 17 curvas avaliadas na presente amostra. As diferenças
observadas entre os goniômetros na curva “M” parecem não estar relacionadas ao
equipamento utilizado.
136.
Análise clínica de nossos pacientes
submetidos à estabilização dinâmica
pedicular devido à patologia
degenerativa lombar pelo questionário
SF-36
Flavio Cavallari, Leonardo Rodrigues, Paula Voloch, Sergio
Gurgel
Hospital Geral do Andaraí – Rio de Janeiro (RJ), Brasil.
Introdução: a estabilização dinâmica pedicular tem sido empregada, desde os anos
1990, nas patologias degenerativas lombares para estabilização da coluna lombar,
como alternativa aos métodos de fusão. Devido às suas características de não-fusão,
esses implantes tendem a diminuir as cargas sobre o disco vertebral e na coluna posterior, visando não afetar a mecânica da coluna vertebral e diminuindo as chances
de doença dos discos adjacentes. Objetivo: avaliar os resultados clínicos obtidos
após a fixação pedicular dinâmica nas patologias degenerativas lombares em nossos
pacientes. Material e métodos: avaliamos 31 pacientes que foram submetidos à
fixação pedicular dinâmica, no período de abril de 2004 a junho de 2008, através
do questionário de qualidade de vida SF-36. Resultados: o índice SF-36 mostrou
uma melhora na qualidade de vida de nossos pacientes durante este tempo de acompanhamento, variando de 33,15% no pré-operatório, a 75,99% no pós-operatório.
Conclusão: ao longo deste tempo de acompanhamento, os resultados satisfatórios
na melhora da qualidade de vida de nossos pacientes mostram a fixação como uma
ótima opção de tratamento para as patologias degenerativas lombares.
138.
Tratamento conservador da escoliose
idiopática do adolescente com colete
André Luís Fernandes Andújar, Leandro Medeiros da Costa
Hospital Infantil Joana de Gusmão – Florianópolis (SC), Brasil.
Objetivo: o uso de coletes no tratamento conservador da escoliose idiopática
do adolescente (EIA) ainda é controverso. O objetivo deste trabalho foi avaliar
a efetividade do uso de colete no tratamento da EIA, em comparação aos dados da história natural reportados na literatura. Metodologia: foram avaliados
os pacientes com escoliose tratados com colete no Hospital Infantil Joana de
Gusmão, de 1997 a 2007. Os critérios de inclusão seguiram recomendação da
Scoliosis Research Society: diagnóstico de EIA com curvas entre 25º e 40º; 10
ou mais anos de idade; ausência de tratamento prévio; seguimento mínimo de
dois anos após a retirada do colete; início do tratamento com Risser 0 a 2, até
1 ano após a menarca. Foram avaliados: sexo, padrão de curva, valor inicial da
curva, grau de correção no colete, valor da curva na retirada do colete e 2 anos
após, aderência, efetividade e indicação de cirurgia. A efetividade foi considerada quando houve progressão máxima de 5º. O colete utilizado foi o OTLS do
tipo Boston. Resultados: 21 pacientes preencheram os critérios de inclusão, 3
masculinos e 18 femininos. Cinco pacientes foram considerados não aderentes
(23,8%). A efetividade do tratamento foi de 71,42%. Dos seis pacientes que
progrediram (28,57%), quatro foram não aderentes. Considerando apenas os
aderentes (16 pacientes), o índice de falha cai para apenas 12,5% (2 pacientes), com uma efetividade de 85,7%. Dos cinco pacientes não aderentes, quatro
(80%) foram considerados como falha, com efetividade de apenas 20%. Dos
seis pacientes considerados como falha, apenas três necessitaram tratamento
cirúrgico. Conclusão: o tratamento conservador da EIA com o uso de coletes
OTLS tipo Boston, é efetivo e alterou a história natural da doença. A aderência
influencia positivamente na efetividade do tratamento.
139.
140.
Avaliação da falha de material de
fixação do sistema dinâmico pedicular
lombar em 75 pacientes
Flavio Cavallari, Leonardo Rodrigues, Paula Voloch, Sergio
Gurgel
Hospital Geral do Andaraí – Rio de Janeiro (RJ), Brasil.
Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ – Rio de Janeiro (RJ), Brasil.
Introdução: o sistema dinâmico pedicular lombar é dependente do implante metálico para a estabilização da unidade funcional vertebral. Como não é feita fusão
intersomática ou interfacetária nas articulações vertebrais, pressupõe-se que o risco
de fratura da prótese metálica seja maior. Os sistemas de fixação pedicular para artrodese têm índice de falha de material entre 7 e 23%. Os sistemas dinâmicos apresentam índice de falha semelhante? Objetivo: o presente estudo objetiva avaliar a
quebra do material dinâmico pedicular lombar, com o índice de falha do material
de síntese. Métodos: foram avaliados 75 pacientes que foram submetidos à fixação
pedicular lombar dinâmica, no período de abril de 2004 a junho de 2008. Resultado: encontramos cinco pacientes com quebra dos parafusos entre os 75 pacientes
operados, com percentual de falha dentre os pacientes de 6,66%. A fratura da prótese ocorreu no primeiro ano de pós-operatório em todos os pacientes. Entre eles,
um paciente foi convertido para artrodese, e de dois pacientes foram retirados os
parafusos, um permaneceu assintomático. Conclusão: o índice de falha do material
de síntese do sistema pedicular dinâmico encontra-se com percentual próximo ao
que ocorre nos sistemas de fixação pedicular estática. Assim, apesar de funcionarem
sem fusão, tendo os vetores de força dependentes da prótese, não apresentam maior
risco de falha de síntese quando comparados aos métodos de fusão.
Comparação instrumentação híbrida e
parafusos pediculares no tratamento
cirúrgico da escoliose idiopática do
adolescente
André Luís Fernandes Andújar, Gustavo Carriço de Oliveira,
Waldemar de Souza Júnior, Rangel Segatti
Hospital Infantil Joana de Gusmão – Florianópolis (SC), Brasil.
Objetivo: o tratamento cirúrgico da escoliose idiopática do adolescente (EIA) tem
evoluído bastante recentemente, e a utilização de parafusos pediculares tem substituído os ganchos na coluna torácica. O objetivo é avaliar a correção pós-operatória
da EIA comparando-se a instrumentação híbrida à instrumentação com parafusos
pediculares. Metodologia: estudo retrospectivo. Critérios de inclusão: diagnóstico
de EIA submetidos a tratamento cirúrgico no Hospital Infantil Joana de Gusmão,
entre 2001 e 2005, com seguimento mínimo de dois anos. A amostra, formada por
57 pacientes, foi divida em dois grupos: instrumentação híbrida e com parafusos
pediculares. Foram excluídos 21 pacientes devido a dados incompletos no prontuário. Foram avaliados: o grau de correção pelo método de Cobb no pré-operatório,
pós-operatório imediato e final das curvas Major, a via de acesso, as complicações.
Resultados: eram 54 pacientes do sexo feminino (94,70%). A idade variou de 10
anos e 7 meses a 17 anos e 9 meses, com média de 13 anos e 11 meses. A via anterior
para discectomia foi utilizada em 11 pacientes (19,30%), todos do grupo híbrido.
Em todos os pacientes foi realizada a via posterior para instrumentação. O grupo
híbrido foi formado por 40 pacientes (79,2%) e o grupo parafusos por 17 (29,80%).
A correção média no PO imediato foi de 65,76% (p<0,001), com perda de 15,72%
no PO final (5,79º). O grupo parafusos mostrou uma correção de 67,06% (p<0,001)
e uma perda de 9,65% (p=0,826), enquanto o grupo híbrido apresentou uma correção de 65,20% (p<0,001) e uma perda de 18,31% (p<0,001). Houve sete complicações: duas infecções superficiais, três pseudoartroses e duas solturas de implante.
Conclusão: os grupos híbrido e de parafusos apresentaram correção semelhante,
porém, a instrumentação com parafusos pediculares foi mais efetiva na manutenção
da correção. A instrumentação com parafusos pediculares evita a necessidade de
discectomia por via anterior em muitos casos.
COLUNA/COLUMNA. 2009;8(2):222-239
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