critérios diagnósticos para displasia broncopulmonar

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TABELA I. Critérios diagnósticos para displasia broncopulmonar.
LEVE
MODERADA
O2 suplementar
O2 suplementar
(por 28 dias) e
(por 28 dias) e
IG <32
semanas ao
nascimento
GRAVE
O2 suplementar
(por 28 dias) e
Em ar ambiente com IG FiO2 <0,3 com IG FiO2 ≥0,3 e necessidade ou não de
corrigida de 36 semanas corrigida de 36 semanas pressão positiva de suporte com IG
ou à alta hospitalar
ou à alta hospitalar
corrigida de 36 semanas ou à alta
hospitalar
IG ≥32 semanas Em ar ambiente no 56º FiO2 <0,3 no 56º dia pós- FiO2 ≥0,3 e necessidade ou não de
ao nascimento dia pós-natal ou à alta natal ou à alta hospitalar pressão positiva de suporte no 56º
hospitalar
dia pós-natal ou à alta hospitalar
FiO2: fração inspirada de oxigênio; IG: idade gestacional
Volu/barotrauma
Hiperoxia
Edema pulmonar
Sepse
CITOCINAS
Antiinflamatórias
PULMÃO IMATURO
RESOLUÇÃO
Reparação com via aérea
normal e desenvolvimento
alveolar
PULMÃO NORMAL
SUSCETIBILIDADE GENÉTICA
Pró-inflamatórias
REPARAÇÃO
Fibrose
Vascularização anormal e alveolização
DISPLASIA BRONCOPULMONAR
Figura 1. Patogênese da displasia broncopulmonar (Modificado Bhandari A & Bhandari V, 2007)6.
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TABELA II. Conduta na displasia broncopulmonar.
Intervenção
Mecanismo de ação
Comentários
Suplementação
de O2
Reduz
a
vasoconstrição Manter SO2 entre 88 e 92% (fase aguda) e entre 90 e
pulmonar hipóxica e a resistência 94% (fase crônica).
vascular pulmonar; melhora a
função do ventrículo direito. A
suspensão inapropriada do O2
pode ocasionar desaceleração do
ganho ponderal.
Fase aguda: prevenir toxicidade
pelo O2.
Fase crônica: prevenir o
desenvolvimento de hipertensão
pulmonar e “cor pulmonale”.
Estratégias
ventilatórias
Fase aguda: tempos inspiratórios
curtos (0,24-0,4s), freqüências
respiratórias
maiores
(4060/min), PIP baixo 14-20 cm
H2O), PEEP moderada (4-6 cm
H2O) e volume corrente baixo
(3-6mL/Kg).
Fase crônica: ajustar parâmetros
para manter gases sangüíneos
adequados.
Diuréticos
Reduzem o edema e melhoram a Resulta em redução da necessidade de O2.
complacência pulmonar.
Fase aguda:
Droga: Furosemida
Dose: 1-2 mg/Kg/dia IV 8/8 ou 6/6 horas (iniciar
após 7º dia de vida)
Duração:
até
estabilização
do
quadro
respiratório/hemodinâmico e/ou aceitação da dieta
enteral (em média, 2 semanas)
Fase crônica:
Hidroclorotiazida (2-4 mg/Kg/dia VO 12/12 horas) +
Espironolactona (1-3 mg/Kg/dia VO 12/12 horas). A
dose de Furosemida deverá ser reduzida à metade com
a introdução da Hidroclorotiazida + Espironolactona.
Após 1 a 2 dias, suspendê-la. O diurético é o último
medicamento a ser retirado. Na maioria das vezes, é
mantido nos primeiros 6 meses de vida.
Beta agonistas
Levam à broncodilatação pela
redução da resistência na via
aérea, melhoram a complacência
pulmonar
e
reduzem
a
broncoconstrição hipóxica.
Anticolinérgicos Broncodilatação
Metilxantinas
Avaliar necessidade de surfactante exógeno
(administração precoce).
Tempo mínimo de ventilação mecânica.
Extubação precoce para SNIPPV/NCPAP.
Manter gases sangüíneos:
pH= 7,25-7,35
paO2= 40-60mmHg (fase aguda)
paO2= 50-70mmHg (fase crônica)
paCO2= 45-55mmHg (fase aguda)
paCO2= 50-65mmHg (fase crônica)
Ventilação de alta freqüência, se falha da ventilação
convencional.
Melhora transitória. Pode aumentar a instabilidade das
vias aéreas de crianças com traqueo/broncomalácia26.
Droga: Fenoterol
Dose: Inalação com 1 gota de Fenoterol em 5 ml de SF
de
8/8
ou
6/6
horas.
Retirada progressiva, após a suspensão do O2. Retirase uma inalação a cada 3 dias, dependendo da resposta
do RN.
Pode ser usado em combinação com beta agonistas em
crianças com sibilância.
Estimulam o centro respiratório, Aumenta o sucesso da extubação.
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Intervenção
Mecanismo de ação
Comentários
reduzem a fadiga do diafragma, Droga: Aminofilina
têm ação broncodilatadora fraca Dose: ataque= 5 mg/Kg/dose; manutenção= 2
e diurética.
mg/Kg/dose IV 8/8 ou 12/12 horas. Iniciar 8 a 12 horas
após dose de ataque.
Nível sérico: 5-10 g/L
A retirada é realizada após a suspensão do O2 e das
inalações. Retira-se uma dose/ vez a cada 2 dias. Em
RN com suspeita de RGE, retira-se a aminofilina
precocemente.
Corticosteróides Reduzem
pulmões.
a
inflamação
nos Corticosteróide sistêmico:
Efeitos adversos:
A curto prazo: hipertensão arterial; hemorragia
digestiva; hiperglicemia; hipertrofia miocárdica e
infecções.
A longo prazo: seqüelas neurológicas; efeito negativo
sobre o crescimento. Atualmente, devido aos efeitos a
longo prazo sobre o sistema nervoso central, com
alterações do exame neurológico, não se recomenda o
uso de corticosteróides para RN pré-termo com risco
para DBP. Uso apenas em situações especiais. O uso
precoce (< 96 horas) de corticosteróide sistêmico pode
aumentar a incidência de alteração neurológica27.
Corticosteróide inalatório: Usado principalmente na
DBP moderada a grave (benefício clínico?)
Droga: Beclometasona; Fluticasona
Dose: 1 puff, pela aerocâmara, uma vez ao dia ou
12/12 horas (250 g/puff)
Se necessário, iniciá-lo após o 10º dia de vida, com
retirada de 1 puff a cada 3 dias, após a suspensão do
O2.
Nutrição
Promove o crescimento somático Ganho ponderal ideal de 15-20g/dia
e pulmonar.
Imunização
Profilaxia da infecção grave das
vias aéreas inferiores pelo VSR;
Vacinas contra vírus influenza e
antipneumocócica conjugada.
Redução da incidência de rehospitalização e
morbidade.
Anticorpo monoclonal específico para VSR
(Palivizumabe): Indicado em crianças até dois anos de
idade portadoras de DBP, que tenham necessitado de
suplementação com O2 ou terapêutica com
corticosteróide, broncodilatador ou diurético nos 6
meses que precederam a estação do VSR28.
Dose: 15 mg/Kg/dose IM uma vez/ mês (5 doses
durante o período de circulação do VSR).
Vacina contra vírus influenza: Pode ser administrada a
partir do 6º mês de vida, anualmente (2 doses com
intervalo de 1 mês no primeiro ano; respeitar a
sazonalidade da doença).
Vacina antipneumocócica conjugada: 3 doses aos 2, 4
e 6 meses de idade, com reforço aos 15 meses.
SO2: Saturação de O2; PIP: Pico de pressão inspiratória; PEEP: Pressão expiratória final positiva; SNIPPV
nasal: Ventilação com pressão positiva intermitente nasal sincronizada; NCPAP: Pressão em vias aéreas
positiva contínua nasal; IV: Intravascular; VO: Via oral; IM: Intramuscular; RGE: Refluxo gastro-esofágico
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