Relatório - Curso de Percussão Musical

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INSTITUTO POLITÉCNICO DE BEJA
ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA E GESTÃO
LICENCIATURA EM ENGENHARIA INFORMÁTICA
(RELATÓRIO DE PORTFÓLIO)
CURSO DE PERCUSSÃO MUSICAL
Aluno: JOÃO PAULO FERNANDES DE SOUSA, nº 3242 2008 Curso de Percussão Musical
0. ÍNDICE
0. ÍNDICE ....................................................................................................................................................... 2 1. RESUMO .................................................................................................................................................... 3 2. A ACTIVIDADE ........................................................................................................................................ 4 2.1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 4 2.2. A BATERIA ........................................................................................................................................ 4 2.3. O DJEMBÉ ......................................................................................................................................... 5 2.4. O CURSO ........................................................................................................................................... 5 2.5. A AVALIAÇÃO .................................................................................................................................. 7 3. COMPETÊNCIAS VS TAREFAS ........................................................................................................... 8 3.1. PRAZER .............................................................................................................................................. 8 3.2. DEDICAÇÃO E FORÇA DE VONTADE ...................................................................................... 8 3.3. CAPACIDADE DE LEITURA E EXECUÇÃO .............................................................................. 8 3.4. SOCIABILIDADE ............................................................................................................................. 8 4. DESENVOLVIMENTO PESSOAL ......................................................................................................... 9 5. REFERÊNCIAS ....................................................................................................................................... 10 6. ANEXOS ................................................................................................................................................... 11 6.1. NOMENCLATURA .......................................................................................................................... 11 Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Beja
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Curso de Percussão Musical
1. RESUMO
A prática instrumental que envolve instrumentos de percussão requer por parte
do executante alguma exigência a nível físico, coordenação motora, leitura rítmica,
percepção de tempo e envolve várias técnicas distintas de execução.
Como praticamente de instrumentos de percussão, o curso que frequentei está
subdividido em dois grandes momentos: numa primeira fase, de modo a obter
destreza e coordenação motora, fundamenta-se na aprendizagem e execução de
padrões rítmicos simples executados em bateria; numa fase posterior, de modo a
fomentar e desenvolver a destreza e coordenação motora, o mesmo baseia-se na
execução de padrões rítmicos mais complexos em vários instrumentos de percussão,
como por exemplo, o djembé.
Neste trabalho pretendo então demonstrar as várias técnicas de aprendizagem e
formas de execução em instrumentos de percussão, bem como todo o material
necessário para o fazer.
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Curso de Percussão Musical
2. A ACTIVIDADE
2.1. INTRODUÇÃO
A percussão é uma área que não passa de todo despercebida, e que é acarinhada
ao máximo no mundo da Música. O curso de percussão é um dos caminhos para
despertar a criatividade e a musicalidade de cada participante, assim como o
desenvolvimento da coordenação motora e intelectual do indivíduo.
Uma
das
mais
antigas
formas
de
expressão
instrumental
artística,
os
instrumentos de percussão têm uma constituição e forma de tocar muito própria, o
que torna difícil a sua execução.
Um percussionista, para ser bastante completo em termos artísticos, necessita
de
desenvolver
um
conjunto
de
técnicas
muito
variadas,
que
passam
pela
independência auditiva e motora, as técnicas de afinação e percussão de cada
instrumento, e o sentimento profundo de ritmo.
2.2. A BATERIA
A bateria é um instrumento de percussão constituído por várias peças distintas,
sendo umas delas membranofones¹ de altura definida (timbales, caixa de rufo e
bombo) e idiofones² (pratos).
Legenda:
1 – Pratos;
2 – Caixa de rufo (tarola);
3 – Timbales;
4 – Prato de choque;
5 – Timbalão de chão;
6 – Bombo.
Execução: O baterista toca no instrumento sentado sobre um banco, de forma a
manter a tarola entre as pernas que deverão ficar por isso ligeiramente abertas. No
caso de bateristas destros, o pé esquerdo assentará sobre o pedal do prato de choque
e o direito sobre o do bombo, sendo que, muitos bateristas canhotos adoptam uma
postura simétrica a esta.
____________ ¹ Membranofones: (ver Anexos). ² Idiofones: (ver Anexos).
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2.3. O DJEMBÉ
Djembé (também chamado de djimbe, jembe, jenbe,
yembe e sanbanyi) é um tipo de tambor originário de Guiné,
na África ocidental. O instrumento é muito antigo e até hoje
é importante nas culturas africanas, sobretudo na região
mandingue, que compreende os países Mali, Costa do
Marfim, Burkina Faso, Senegal e Guiné.
O djembé é um instrumento musical de percussão
(membranofone) que possui o corpo em forma de cálice e a
pele tensionada na parte mais larga, que pode variar de 30
a 40 cm de diâmetro.
Execução: Normalmente é tocado de pé, com o instrumento preso ao corpo do
executante. A pele é percutida com as mãos, podendo-se produzir três sons básicos:
"slap", "open", e "base". O primeiro é tocado no rebordo da pele e dá origem a um
som aberto, o "open" é tocado entre o rebordo e o centro, é um som semelhante ao
"slap" embora mais fechado e a "base" tocado no centro da pele é um som profundo,
grave.
2.4. O CURSO
A duração desta actividade foi de apenas de um ano lectivo (de Setembro de
2007 a Junho de 2008) com a carga horária de uma hora por semana (às terças-feiras
das 19h às 20h) com o professor de música Tiago Marques.
O local onde tirei este curso foi na Academia de Música “Clave d’Ouro” na
Sociedade Filarmónica Instrução e Recreio Vilanovense em Vila Nova da Baronia.
Este curso teve como objectivos gerais fomentar o gosto pela música,
desenvolver o sentido crítico musical, a coordenação motora, a motrocidade
(agilidade) fina, o gosto pela prática instrumental e a sociabilidade (trabalhar em
grupo).
A nível de objectivos específicos, no que diz respeito a instrumentos de
percussão, este curso tenta promover e desenvolver a capacidade de leitura rítmica, a
capacidade de execução através da leitura, desenvolver a coordenação motora ao
nível dos membros superiores e inferiores, a percepção rítmica, a noção de tempo e
contratempo e promover a prática instrumental não apenas em instrumentos de
percussão, como também em grupo.
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Durante o tempo que frequentei o curso as principais dificuldades sentidas
foram, inicialmente, ao nível da leitura rítmica uma vez que a escrita musical é algo
de muito específico e à qual tinha deixado de ter contacto directo desde o sexto ano
de escolaridade.
Após ter superada esta dificuldade, deparei com a necessidade de manter o
mesmo ritmo aquando na execução dos diversos padrões, uma vez que os
instrumentos de percussão requerem uma grande concentração de modo a não
acelerar ou retardar os padrões executados. Ao nível da destreza e coordenação
motora, sentia algumas facilidades uma vez que foram sendo introduzidos, de uma
forma progressiva, padrões rítmicos complexos, onde já se encontravam patentes
algumas figuras ou conjunto de figuras com algum grau de dificuldade.
Figuras rítmicas: inicialmente todos os batimentos fazem-se corresponder ao
tempo de execução (1º tempo: bombo, 2º tempo: tarola, 3º tempo: bombo, 4º
tempo: tarola) e foram introduzidos posteriormente dobragem de bombos, dobragem
de tarolas, contratempo no bombo, contratempo na tarola, anacruzes³ e sincopas.
Na prática do djembé, a velocidade de execução é bastante mais rápida e
baseia-se na acentuação em contratempo ou a tempo, e na execução de ritmos
complexos.
Leitura rítmica: de modo a ser possível a prática instrumental nestes tipos de
instrumentos, é necessário realizar algumas aprendizagens, que concerne à leitura
rítmica. Deste modo, vou passar a explicar quais os passos a seguir para a efectuar.
Os instrumentos de percussão, apesar de terem pautas, estas não se referem à
altura do som mas sim à duração do mesmo. Deste modo as partituras para
instrumentos de percussão apenas referem a duração das notas, bem como a peça
em que deve ser executada a nota. Apresentam uma clave de percussão e a menção
do compasso que está a ser utilizado (à semelhança dos restantes instrumentos de
altura definida), contudo não existem notas, estando cada peça representada por um
símbolo ou um espaço na referida pauta.
De seguida, é necessário o domínio mínimo das figuras rítmicas utilizadas na
composição de partituras.
____________
³ Anacruze: inicio da música no último tempo do compasso.
 Sincopa: acentuação na parte fraca do tempo, por ex: 2º ou 3º tempo.
 Partitura: representação escrita de música padronizada mundialmente. Tal como qualquer outro sistema de escrita,
dispõe de símbolos próprios (notas musicais) que se associam a sons.
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- A semibreve é o valor unitário.
- 1 semibreve equivale a 2 mínimas.
- 2 mínimas equivalem a 4 semínimas.
- 4 semínimas equivalem a 8 colcheias.
- 8 colcheias equivalem a 16 semicolcheias.
- 16 semicolcheias equivalem a 32 fusas.
- 32 fusas equivalem a 64 semifusas.
Figura 1: Figuras
rítmicas.
Figura 2: Tabela padrão
das figuras.
Clave:
A clave de percussão não designa propriamente
uma nota musical de referência, como as demais
Figura 3: Clave de percussão indicando
compasso quaternário (4 tempos).
claves (sol, fá, dó, etc.). Ela identifica que a pauta é
de percussão, e por isso certas regras peculiares
devem ser observadas.
Altura da nota:
A localização vertical da nota de percussão no
pentagrama (conjunto de 5 linhas onde se escrevem
as notas musicais) em geral não determina uma
afinação exacta dentro da escala musical (até
porque a pauta não possui referência de altura). A
Figura 4: Na pauta de percussão, as
alturas
das
notas
identificam
os
instrumentos de percussão.
localização da nota indica, na verdade, qual é o
instrumento (bombo, caixa, prato, etc) que executa
aquela nota. No entanto, olhando para as notas de uma pauta de percussão pode-se
ter uma noção da altura e/ou qualidade harmónica, de forma que os instrumentos
mais graves (ex: bombo) ficam localizados na parte de baixo do pentagrama,
enquanto os agudos (ex: pratos) ficam na parte superior.
2.5. A AVALIAÇÃO
A avaliação obtida foi bastante satisfatória, uma vez que o tempo que tinha para
despender era pouco face à carga horária do curso de engenharia informática. Os
objectivos atingidos em curto espaço de tempo foram bons dado ao grau de
complexidade de padrões executados, não possuía nenhuma bateria em casa para
praticar (apenas djembés) mas todas essas dificuldades foram ultrapassadas devido à
grande força de vontade, empenho e dedicação.
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3. COMPETÊNCIAS VS TAREFAS
3.1. PRAZER
A percussão sempre foi uma área que me despertou enorme interesse e gosto.
Outrora, sem possuir quaisquer instrumentos como a bateria ou djembé, tentava
improvisar com objectos de que estamos habituados a ver e tocar no dia-a-dia. Como
por exemplo, uma simples panela da cozinha, mesas, cadeiras, latas, qualquer objecto
que produzisse som servia-me para obter alguns ritmos. Ritmos esses, como é óbvio,
saídos do nada. Apenas pelo simples prazer de tocar e produzir sons.
3.2. DEDICAÇÃO E FORÇA DE VONTADE
Actualmente possuo já alguns djembés de vários tamanhos, através dos quais
tenho desenvolvido a minha prática com estes instrumentos. É de salientar, que para
aprender a tocar instrumentos de percussão requer muita dedicação, força de vontade
e principalmente gosto. A bateria é o instrumento base para desenvolvermos a nossa
destreza e coordenação motora e após o seu domínio, tocar percussão torna-se mais
fácil de praticar.
3.3. CAPACIDADE DE LEITURA E EXECUÇÃO
De início, quando olhei pela primeira vez para uma pauta fiquei com a sensação
de que seria bastante difícil de “traduzir” o que lá estava representado. Contudo, após
ter aprendido a sua leitura e a interpretar os símbolos, reparei que até é bastante
simples de o fazer. Para tal, tive de praticar e investigar sobre a matéria, resolvendo
exercícios escritos – os chamados “trabalhos de casa” - que tinha de fazer sempre que
terminava mais uma aula. Dependendo do grau de dificuldade, lia as pautas, e
tocava-as gradualmente na bateria (durante as aulas). Em casa, uma vez que não
possuía bateria, tentava praticar com uma “bateria imaginária” ou até mesmo
improvisada. Como por exemplo, tocando em panelas, mesas, etc.
3.4. SOCIABILIDADE
Sempre que tenho oportunidade para tocar, não a desperdiço. Muitas vezes toco
sozinho, a praticar e desenvolver a minha capacidade. Mas quando o fazemos em
grupo, é ainda mais entusiasmante. O simples facto de tocar em grupo, faz-nos
desenvolver a nossa cultura musical tendo sempre a oportunidade de partilhar
conhecimentos e experiências. Tocar em grupo não só requer maior concentração
como pomos à prova a nossa capacidade.
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4. DESENVOLVIMENTO PESSOAL
Antes de tirar este curso, apenas tocava pelo prazer de ouvir o som do djembé.
Embora não de uma forma estruturada ou organizada, tentava simplesmente tocar
alguns ritmos que aprendia de ouvido. Isto é, escutava bandas de música, e tentava
imitar. Após ter tirado o curso, aprendi técnicas e conhecimentos necessários para
poder tocar de um modo mais profissional.
Actualmente, sempre que tenho a oportunidade, continuo a desenvolver os meus
conhecimentos teóricos e práticos uma vez que a persistência e a dedicação são uns
dos
aspectos que
têm
de
estar
constantemente
presentes
na
vida
de
um
percussionista. Por outras palavras, sempre que toco, desejo ao mesmo tempo
aprender e criar novos ritmos.
Futuramente, visto que possuo formação adequada na área de percussão, estou
e pensar em formar uma pequena banda de música juntamente com um grupo de
amigos. Eles tocando outros instrumentos, como por exemplo, baixo, guitarra e eu
claro, bateria e/ou djembé.
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5. REFERÊNCIAS
VIEIRA, Ernesto. Teoria da Música: Noções elementares e seu desenvolvimento. 27ª
edição. Lisboa: Valentim de Carvalho CI Sarl. 96 p.
ROTHMAN, Joel. Play Rock Drums. New York: Amsco Publications, 1999. 44p.
DAHMEN, Udo. Drum Book: Am Anfang steht der Groove. Brühl: AMA Verlag Gmbh,
1993. 168 p.
HENRIQUE, Luís. Instrumentos Musicais. 2ª Edição. Lisboa: Fundação Calouste
Gulbenkian, 1994. 474 p.
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6. ANEXOS
6.1. NOMENCLATURA
IDIOFONES – o som é produzido pelo próprio corpo do instrumento, feito de
materiais elásticos naturalmente sonoros, sem estarem submetidos a tensão. Ou seja,
produzem som sem estarem esticados, ao contrário do que acontece com as cordas
ou com as peles dos tambores.
1. Idiofones de percussão – o som é obtido sujeitando o corpo vibrante a um
choque. As formas podem ser variadas (placas, sinos, tubos), o mesmo
acontecendo em relação aos materiais (bambu, vidro, metal). Se se trata de
conjuntos (colecções) de corpos vibrantes, recebem nomes como xilofones,
litofones, cristalofones, metalofones; muitos porém consistem em apenas um
corpo vibrante (ex: gongo, sino, triângulo).
1.1 Idiofones Percutidos – o som é obtido batendo com a mão, baqueta,
pau ou outro objecto semelhante ao corpo vibrante; o som provém então
da superfície onde se bate.
1.2 Idiofones
de
Concussão
–
dois
corpos
iguais
ou
semelhantes
entrechocam-se, resultando o som da vibração de ambos. Podem ser
usados cada um numa mão (ex: pratos) ou ambos na mesma (ex:
castanholas).
MEMBRANOFONES – o som é produzido por uma membrana esticada.
1. Tambores
–
podem
ser
unimembranofones
ou
bimembranofones,
assumindo as mais variadas formas: cilíndricos, cónicos, em forma de barril,
taça ou ampulheta, com pés, longos, munidos de um caixilho, etc..
1.1. Timbales
–
podem-se
considerar
um
subgrupo
dos
tambores.
Distinguem-se pelo seu corpo hemisférico e, regra geral, o som que
produzem tem uma altura mais definida que o dos restantes tambores.
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