Suite para os Orixás Esdra Ferreira (Neném) e Mauro Rodrigues A “Suíte para os Orixás” foi criada a partir de temas e ritmos afro-brasileiros da tradição dos Iorubás, original das nações de Keto e Angola. O trabalho de pesquisa, composição e orquestração, durou 3 anos e resultou em uma música para orquestra de cordas e um grupo com flauta, percussão, bateria, vibrafone e contrabaixo. Em 1992 a peça foi estreada durante o 1º Festival Internacional de Arte Negra (FAN), com a orquestra de cordas do SESI-Minas. Em 2000 trechos da Suíte foram registrados em CD na coletânea “Cartografia Musical Brasileira” produzida pelo Itaú Cultural. Desde então foram realizadas diversas apresentações com uma versão para um sexteto. Em 2006, através da “Lei Estadual de Incentivo a Cultura”, foi gravado o CD com sexteto e orquestra. A Suíte foi ganhadora do Prêmio BDMG Instrumental, edição 2006. Em 2007 o CD foi agraciado com o prêmio “Marco Antônio Araújo” de melhor CD instrumental de 2006 produzido em Minas Gerais. A música, neste trabalho, é uma evocação da mística dos Iorubás e sua cultura que é marcante na constituição da identidade brasileira, desde a língua até a culinária. Podemos reconhecer em nossa música, notadamente a popular, a reminiscência dessa matriz, seja no canto ou no ritmo. Na Suíte, os ritmos e os cantos dos Orixás aparecem como motivos musicais que são desenvolvidos em temas rítmicos e melódicos. As peças estão entremeadas com trechos de improvisação, ambientados pela orquestração e pelo desenvolvimento dos temas originais. O CD foi gravado entre janeiro e março de 2006. O processo de gravação foi um misto de performance e montagem. O sexteto gravou praticamente ao vivo, com apenas algumas superposições de percussão. A orquestra de cordas foi montada a partir de várias dobras do quarteto de cordas e dos violinos. Sobre os músicos Neném, bateria e percussão: Neném é um dos bateristas mais requisitados pelos músicos mineiros, podemos encontrá-lo em shows e gravações ao lado de nomes como Toninho Horta, Beto Guedes, Flávio Venturini, Juarez Moreira, Milton Nascimento, entre muitos outros. Seu toque fino e original é inconfundível. Aos cinco anos de idade “Nenem” foi morar no terreiro de sua tia, Babalorixá de Oxossi, em Salvador. Aos sete anos começou a tocar, oficialmente, atabaque na orquestra de tambores, cujos instrumentos têm os nomes de Rumpi, Ilé e Rum (no Brasil). Aos doze anos fez a primeira obrigação como Ogam Alabê, o qual se refere a um Ogam (aquele que toca) e que está autorizado a cantar em Gegê, Keto e Angola, para os Iorubás (Orixás). Mauro Rodrigues, flauta: Graduado em flauta pela Escola de Música da UFMG e mestrado em musicologia pelo Conservatório Brasileiro de Música (RJ). Participou do programa de Professor Visitante na Escola de Música da UFMG. Foi Pesquisador Visitante pela Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG). Atualmente é professor na Escola de Música da UFMG. Tem atuado como compositor, arranjador e instrumentista, em apresentações e gravações ao lado de artistas como: Adélia Prado, Babaya, Milton Nascimento, Rudi Berger, Toninho Horta, Hermeto Paschoal, Paulinho Pedra Azul, Nelson Aires, Tavinho Moura, Juarez Moreira e Beto Guedes, dentre outros. Sergio Aluotto, vibrafone e percussão Sergio Aluotto é percussionista da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais. Foi Professor substituto do bacharelado em percussão da UFMG Em 2005, Sergio lançou seu primeiro CD intitulado “INCIPIT”, contendo composições próprias e arranjos. O projeto foi realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura. Tem atuado também ao lado de Kristoff Silva, Paulo Lacerda, Maurício Ribeiro, Elisa Paraíso, Tiago Nunes, Pablo Castro, Makeli Ka dentre outros inúmeros músicos da música popular e instrumental. Guda, percussão: Percussionista, cantor e dançarino, Guda iniciou sua carreira profissional com a bailarina e coreógrafa Marlene Silva, desenvolvendo trabalhos de dança afro e primitiva. Participou de grupos teatrais e musicais como a banda “Lombinho com Cachaça”, pioneira na pesquisa e fusão de ritmos afro-latinos com ritmos brasileiros. Foi diretor e fundador da "Cia. Será Quê?", que excursionou por várias cidades brasileiras e também do exterior . Ministra cursos de percussão brasileira em vários Projetos Sociais do Governo como: Muriki, Miguilim e Toriba, entre outros; Gravou e tocou com vários nomes da música popular brasileira e atualmente integra e banda do cantor e compositor Beto Guedes. Ivan Corrêa, contabaixo: Seu primeiro instrumento foi o violão, tendo se dedicado ao estudo de sua técnica profundamente. Estudou violino com o professor Rodolfo Padilha. Em 1979 começou a tocar contrabaixo com o compositor e instrumentista Marco Antônio Araújo com quem gravou vários discos. Em 89 grava o disco “Lua” integrando o grupo instrumental ”Edição Brasileira”. A partir de então passa a atuar em gravações e apresentações com renomados artistas. Entre eles estão: Toninho Horta, Celso Adolfo, Marcus Viana e Sagrado Coração da Terra, Marcus Resende, Fernando Brant e Lô Borges. Tem atuação intensa como produtor musical para bandas e artistas como Tia Anastácia, Berimbrown, Alda Resende dentre outros. Ricardo Cheib, percussão: Cresceu acompanhando, junto com seu irmão Linconl Cheib, as gravações no estúdio Bemol, de propriedade de sua família, especialmente as performances do Esdra Ferreira, o Neném. Através deles seu interesse pela percussão se consolidou e acompanhando-os mais de perto começou a estudar percussão e bateria com eles. Seguiu assim dividindo seu tempo entre o trabalho no estúdio, como técnico de gravação e como músico, tendo tocado com Paulinho Pedra Azul, Tino Gomes, Tavinho Moura, dentre outros. Participou ainda, como músico, do projeto e da gravação do disco “Nascimento”, de Milton Nascimento, que recebeu o Grammy de World Music em 1998.