análises físico-químicas do tijolo solo

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ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DO TIJOLO SOLO-CIMENTO NO MUNICÍPIO DE
BOM JESUS NO SUL DO ESTADO DO PIAUÍ
Temístocles Pacheco Lima (UFPI), Josy Antevelli Osajima (Orientadora, do depto de
Engenharia Florestal da UFPI - Campus Professora Cinobelina Elvas - Bom Jesus)
INTRODUÇÃO
O tijolo de solo-cimento é um material alternativo de baixo custo, obtido pela mistura de solo,
cimento e um pouco de água, onde a massa compactada endurece ao ar livre (ABCP, 1985).
Segundo SOUZA et al., (2008) os tijolos de solo-cimento constituem uma das alternativas para a
construção em alvenaria, esses elementos, após pequeno período de cura, garantem resistência à
compressão simples similar à dos tijolos maciços e blocos cerâmicos.
Os tijolos de solo-cimento representam uma alternativa em plena sintonia com as diretrizes do
desenvolvimento sustentável, desta forma apresenta varias vantagens em relação aos tijolos comuns,
além de ser considerado um tijolo ecológico por não provocar desmatamento e não lançar resíduos
de queima no ar, como ocorre nas tradicionais olarias (SOUZA et al., 2008 & GRANDE, 2003).
Visando a sustentabilidade no município de Bom Jesus, localizado na região do sul do estado
do Piauí, as olarias fabricam tijolos cerâmicos do tipo furado em fornos de carvão, utilizando madeira
da região. Com o processo de queima em fornos de carvão que geram grandes impactos ambientais
e sociais, além de possuírem custo elevado para atender as regiões mais distantes. Assim, buscamos
uma nova técnica construtiva para ser aplicada na região, contribuindo para diminuir o preço final das
edificações e com materiais que geram pouco impacto ambiental.
No presente trabalho objetiva-se realizar análises físico-químicas do solo para a produção do
tijolo Solo-Cimento usando extrativos vegetais da região do Sul do Piauí.
MATERIAL E MÉTODOS
Os tijolos solo-cimento estão sendo produzidos no laboratório de desenho técnico, do
Campus Profa Cinobelina Elvas-CPCE, da Universidade Federal do Piauí, situado no município de
Bom Jesus- PI, localizado às coordenadas geográficas 09º04’28” de latitude Sul, 44º21’31” de
longitude Oeste, com altitude média de 277 m.
O processo de análise do solo para fabricar o tijolo foi realizado nas etapas a seguir:
O solo utilizado para fabricar os tijolos de solo-cimento foi coletado nas olarias de cajazeiras,
currais e buriti, estas pertencentes á região do município de Bom Jesus-PI.
Iniciou-se com a preparação do solo, onde foi destorroado e peneirado o solo seco.
As análises potenciométrica e determinação de matéria orgânica foram realizadas de acordo
com apostila de análise química do solo de DEFELIPO & RIBEIRO (1997), sendo realizadas no
laboratório de análise de solos – UFPI/CPCE com auxílio de pHmetro, soluções tampões, almofariz
de porcelana(triturar o solo),solução de dicromato de sódio e vidrarias.
Figura 1. Área utilizada pela olaria de currais para coletar o solo dos tijolos cerâmicos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nas áreas usadas pelas olarias na coleta do solo para fabricar os tijolos cerâmicos furados, é
notável que a região está altamente degradada e sem cobertura vegetal, o local é utilizado também
para a pastagem de animais, ocasionando um grande impacto ambiental no sul do estado Piauí.
Tabela 1 - Amostras dos solos das olarias foram determinadas o pH e (%) matéria orgânica com mostra o quadro:
Os resultados acima mostra que os solos coletados para fabricar tijolo solo-cimento não
apresentaram matéria orgânica acima de 1%. Segundo BLUCHER (1951) o teor de matéria orgânica
presente no solo deve ser bem baixo e considera que o limite máximo seguro é de 2%, apesar de
existirem casos bem sucedidos de estabilização com solos contendo até 5%. Isto é mediante ao fato
do teor de matéria orgânica exerce influência na qualidade do solo-cimento devido à presença de
açúcares e ácido húmico.
Nas análises do pH do solo como mostra tabela 1, que todas as amostras tem o caráter
ácido entre 5,49 a 6,11. Dependo dos tipos de cimentos empregados na mistura, os íons cálcio
podem neutraliza os efeitos nocivos da presença de matéria orgânica proporcionado um melhor
equilíbrio do pH da mistura (CLARE & FARRAR, 1956 e INGLES & METCALF, 1972).
CONCLUSÕES
Deste modo, podemos afirmar que as amostras do solo possuem baixa matéria orgânica e pH
de caráter ácido. Assim, os solos coletados estão propícios para fabricação do tijolo solo-cimento
usando extrativos vegetais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABCP - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND. Fabricação de tijolos de solocimento com utilização de prensas manuais. São Paulo: ABCP, Boletim Técnico BT- 111, (1985).
BLUCHER, E. Mecânica dos solos para engenheiros rodoviários – volume 1. São Paulo, (1951)
CLARE, K. E. & FARRAR, D. M. The use of cement of different fineness on soil-cement mixtures.
Concrete Magazine Research. London, p. 625-630, (1956).
DEFELIPO, B. V. & RIBEIRO, A. C. Análise química do solo (metodologia 2ª edição), Universidade
Federal de Viçosa. 26p, (1997).
GRANDE F. M. Fabricação de tijolos de solo-cimento por prensagem manual com e sem adição
de sílica ativa. Dissertação (Mestrado) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São
Paulo, (2003).
INGLES, O. G. & METCALF, J. B. Soil stabilization: principles and practice. Butterworths, Sydney
– Melbourne – Briesbane, (1972).
SOUZA, M. I. B.; SEGANTINI, A. A. S.; PEREIRA, J. A. Tijolos prensados de solo-cimento
confeccionados com resíduos de concreto. Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande,
v.12, n.2, p.205–212, (2008).
Palavras-chave: tijolo solo-cimento, físico-química, tijolo ecológico.
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